Enciclopédia de Mateus 6:1-34
Índice
- Perícope
- Referências Cruzadas
- Notas de rodapé da Bíblia Haroldo Dutra
- Notas de rodapé da LTT
- Gematria
- Mapas Históricos
- Região da Sefalá
- OS PATRIARCAS: AS EVIDÊNCIAS BÍBLICAS
- A PROPAGAÇÃO DO CRISTIANISMO
- A Agricultura de Canaã
- SALOMÃO
- Apêndices
- Livros
- Florações Evangélicas
- Jesus e o Evangelho (Série Psicologica Joanna de Ângelis Livro 11)
- Convites da Vida
- Atitudes Renovadas
- Autodescobrimento: uma Busca Interior
- Seja Feliz Hoje
- Jesus e Vida
- O Evangelho Segundo o Espiritismo
- Revista espírita — Jornal de estudos psicológicos — 1863
- O Evangelho dos Humildes
- Chão de Flores
- Cura
- Instruções Psicofônicas
- Registros Imortais
- À Luz da Oração
- Falando a Terra
- Novamente em Casa
- Vozes do Grande Além
- Mãos Marcadas
- Dois Maiores Amores, Os
- Fé e Vida
- Nosso Livro
- Aulas da Vida
- Ideal Espírita
- Caridade - o Alimento do Corpo e da Alma
- Passos da Vida
- Seguindo Juntos
- Intervalos
- Mediunidade E Sintonia
- Neste Instante
- Evangelho por Emmanuel, O – Comentários ao Evangelho Segundo Mateus
- Evangelho por Emmanuel, O – Comentários ao Evangelho Segundo Lucas
- Livro da Esperança
- Palavras de Vida Eterna
- Fonte Viva
- Assim Vencerás
- Ave, Cristo!
- Há dois mil anos...
- Justiça Divina
- Luz e Vida
- Mãos Unidas
- Palavras do Infinito
- Perante Jesus
- Renúncia
- Cinquenta Anos Depois
- Rumo Certo
- Indulgência
- Vinha de Luz
- Segue-me
- Pão Nosso
- Confia e Segue
- Construção do Amor
- Deus Conosco
- Roteiro
- Seara dos Médiuns
- Semeador em Tempos Novos
- Centelhas
- Instrumentos do Tempo
- Caminho, Verdade e Vida
- Harmonização
- Evangelho por Emmanuel, O – Comentários ao Evangelho Segundo João
- Evangelho por Emmanuel, O – Comentários aos Atos dos Apóstolos
- Paulo e Estêvão
- Libertação
- Entre a Terra e o Céu
- Obreiros da Vida Eterna
- Os mensageiros
- Nosso Lar
- O Espírito da Verdade
- Na Era do Espírito
- Coragem
- Excursão de Paz
- Missão Cumprida... 413,...
- Sentinelas da Luz
- Chico Xavier: Exemplo de Amor...
- Alma e Coração
- Esperança e Luz
- Entre Irmãos de Outras Terras
- Palavras da Coragem
- Vida e Caminho
- Sementeira de Paz
- Alvorada Cristã
- Sementeira de Luz
- Luz Imperecível
- Amor sem Adeus
- O Evangelho por Dentro
- Religião Cósmica
- As Chaves do Reino
- Cristianismo e Espiritismo
- Na Seara do Mestre
- Nas Pegadas do Mestre
- Bezerra, Chico e Você
- Boa Nova
- Crônicas de Além-Túmulo
- Caderno de mensagens
- Chico Xavier e suas Mensagens no Anuário Espírita
- Mãe Antologia Mediúnica
- Ceifa de Luz
- Evangelho de Chico Xavier, O
- Luz do Mundo
- Trigo de Deus
- Pelos Caminhos de Jesus
- Primícias do Reino
- Vivendo Com Jesus
- Trovas da Vida
- Conversa Firme
- Estudando o Evangelho
- A Vida Escreve
- Contos e Apólogos
- Luz Acima
- Relatos da Vida [FEB]
- O Caminho do Reino
- Parábolas e Ensinos de Jesus
- Da Manjedoura A Emaús
- 100 Anos de Chico Xavier
- Nosso Mestre
- Sabedoria do Evangelho - Volume 2
- Sabedoria do Evangelho - Volume 4
- Sabedoria do Evangelho - Volume 7
- Sabedoria do Evangelho - Volume 5
- Sabedoria do Evangelho - Volume 1
- Sabedoria do Evangelho - Volume 3
- Sabedoria do Evangelho - Volume 8
- Sabedoria do Evangelho - Volume 6
- Chico no Monte Carmelo
- Locais
- Comentários Bíblicos
- Beacon
- Champlin
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- Notas de Estudos jw.org
- Dicionário
- Strongs
Índice
- Perícope
- Referências Cruzadas
- Notas da Bíblia Haroldo
- Notas LTT
- Gematria
- Mapas Históricos
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- OS PATRIARCAS: AS EVIDÊNCIAS BÍBLICAS
- A PROPAGAÇÃO DO CRISTIANISMO
- A Agricultura de Canaã
- SALOMÃO
- Apêndices
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- Florações Evangélicas
- Jesus e o Evangelho (Série Psicologica Joanna de Ângelis Livro 11)
- Convites da Vida
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- O Evangelho Segundo o Espiritismo
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- Evangelho por Emmanuel, O – Comentários ao Evangelho Segundo Lucas
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- Alma e Coração
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- Strongs
Perícope
mt 6: 1
Versão | Versículo |
---|---|
ARA | |
ARC | GUARDAI-VOS de fazer a vossa esmola diante dos homens, para serdes vistos por eles: aliás não tereis galardão junto de vosso Pai, que está nos céus. |
TB | Guardai-vos, não façais as vossas boas obras diante dos homens, para serdes vistos por eles; de outra sorte, não tendes recompensa junto de vosso Pai, que está nos céus. |
BGB | Προσέχετε ⸀δὲ τὴν ⸀δικαιοσύνην ὑμῶν μὴ ποιεῖν ἔμπροσθεν τῶν ἀνθρώπων πρὸς τὸ θεαθῆναι αὐτοῖς· εἰ δὲ μή γε, μισθὸν οὐκ ἔχετε παρὰ τῷ πατρὶ ὑμῶν τῷ ἐν τοῖς οὐρανοῖς. |
HD | Acautelai-vos de não praticar vossa justiça diante dos homens, para serdes contemplados por eles; de outra sorte, não tendes recompensa junto ao vosso Pai {que está} nos céus. |
BKJ | Tendo o cuidado de não praticar as vossas esmolas diante dos homens, para serdes vistos por eles; caso contrário, não tereis a recompensa de vosso Pai que está no céu. |
LTT | |
BJ2 | Guardai-vos de praticar a vossa justiça |
VULG |
mt 6: 2
Versão | Versículo |
---|---|
ARA | |
ARC | Quando pois deres esmola, não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão. |
TB | Quando, pois, deres esmola, não faças tocar a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem honrados dos homens; em verdade vos digo que já receberam a sua recompensa. |
BGB | Ὅταν οὖν ποιῇς ἐλεημοσύνην, μὴ σαλπίσῃς ἔμπροσθέν σου, ὥσπερ οἱ ὑποκριταὶ ποιοῦσιν ἐν ταῖς συναγωγαῖς καὶ ἐν ταῖς ῥύμαις, ὅπως δοξασθῶσιν ὑπὸ τῶν ἀνθρώπων· ἀμὴν λέγω ὑμῖν, ἀπέχουσιν τὸν μισθὸν αὐτῶν. |
HD | Portanto, quando deres dádiva não trombeteies diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas vielas, para serem louvados pelos homens. Amém, {eu} vos digo que estão recebendo sua recompensa. |
BKJ | Quando, portanto, deres esmola, não toques a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade eu vos digo que eles já receberam a sua recompensa. |
LTT | |
BJ2 | Por isso, quando deres esmola, não te ponhas a trombetear em público, como fazem os hipócritas |
VULG | Cum ergo facis eleemosynam, noli tuba canere ante te, sicut hypocritæ faciunt in synagogis, et in vicis, ut honorificentur ab hominibus. Amen dico vobis, receperunt mercedem suam. |
mt 6: 3
Versão | Versículo |
---|---|
ARA | |
ARC | Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita; |
TB | Tu, porém, quando dás esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita, |
BGB | σοῦ δὲ ποιοῦντος ἐλεημοσύνην μὴ γνώτω ἡ ἀριστερά σου τί ποιεῖ ἡ δεξιά σου, |
HD | Tu, porém, quando deres dádiva , não saiba a tua esquerda o que faz a tua direita, |
BKJ | Mas, quando tu deres esmola, não deixa a tua mão esquerda saber o que faz a tua mão direita. |
LTT | |
BJ2 | Tu, porém, quando deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita, |
VULG | Te autem faciente eleemosynam, nesciat sinistra tua quid faciat dextera tua : |
mt 6: 4
Versão | Versículo |
---|---|
ARA | |
ARC | Para que a tua esmola seja dada ocultamente: e teu Pai, que vê em segredo, te recompensará publicamente. |
TB | para que a tua esmola fique em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te retribuirá. |
BGB | ὅπως ᾖ σου ἡ ἐλεημοσύνη ἐν τῷ κρυπτῷ· καὶ ὁ πατήρ σου ὁ βλέπων ἐν τῷ ⸀κρυπτῷ ἀποδώσει ⸀σοι. |
HD | para que a tua esmola fique em segredo e teu Pai, que vê no segredo, te recompensará. |
BKJ | Para que a tua esmola seja feita em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, ele mesmo te recompense publicamente. |
LTT | |
BJ2 | para que a tua esmola fique em segredo; e o teu Pai, que vê no segredo, te recompensará. |
VULG | ut sit eleemosyna tua in abscondito, et Pater tuus, qui videt in abscondito, reddet tibi. |
mt 6: 5
Versão | Versículo |
---|---|
ARA | |
ARC | E, quando orares, não sejas como os hipócritas; pois se comprazem em orar em pé nas sinagogas, e às esquinas das ruas para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão. |
TB | Quando orardes, não sejais como os hipócritas; porque eles gostam de orar em pé nas sinagogas e nos cantos das ruas, para serem vistos dos homens; em verdade vos digo que já receberam a sua recompensa. |
BGB | Καὶ ὅταν ⸂προσεύχησθε, οὐκ ἔσεσθε ὡς⸃ οἱ ὑποκριταί· ὅτι φιλοῦσιν ἐν ταῖς συναγωγαῖς καὶ ἐν ταῖς γωνίαις τῶν πλατειῶν ἑστῶτες προσεύχεσθαι, ⸀ὅπως φανῶσιν τοῖς ἀνθρώποις· ἀμὴν λέγω ⸀ὑμῖν, ἀπέχουσι τὸν μισθὸν αὐτῶν. |
HD | E, quando orardes, não sereis como os hipócritas, que gostam de orar pondo-se de pé nas sinagogas e nas esquinas das ruas largas, para se mostrarem aos homens. Amém vos digo que estão recebendo sua recompensa. |
BKJ | E, quando tu orares, não sejas como os hipócritas; pois eles adoram orar em pé nas sinagogas e nas esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade eu vos digo que eles já receberam a sua recompensa. |
LTT | |
BJ2 | E quando orardes, |
VULG |
mt 6: 6
Versão | Versículo |
---|---|
ARA | |
ARC | Mas tu, quando orares, entra no teu aposento, e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em oculto; e teu Pai, que vê secretamente, te recompensará. |
TB | Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, ora a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te retribuirá. |
BGB | σὺ δὲ ὅταν προσεύχῃ, εἴσελθε εἰς τὸ ταμεῖόν σου καὶ κλείσας τὴν θύραν σου πρόσευξαι τῷ πατρί σου τῷ ἐν τῷ κρυπτῷ· καὶ ὁ πατήρ σου ὁ βλέπων ἐν τῷ κρυπτῷ ἀποδώσει ⸀σοι. |
HD | Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto interno e, tendo fechado a porta, ora ao teu Pai em segredo e teu Pai, que vê no segredo, te recompensará. |
BKJ | Mas tu, quando orares, entra no teu quarto e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente. |
LTT | |
BJ2 | Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechando tua porta, ora ao teu Pai que está lá, no segredo; e o teu Pai, que vê no segredo, te recompensará. |
VULG | Tu autem cum oraveris, intra in cubiculum tuum, et clauso ostio, ora Patrem tuum in abscondito : et Pater tuus, qui videt in abscondito, reddet tibi. |
mt 6: 7
Versão | Versículo |
---|---|
ARA | |
ARC | E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios, que pensam que por muito falarem serão ouvidos. |
TB | Quando orais, não useis de repetições desnecessárias, como os gentios; porque pensam que pelo seu muito falar serão ouvidos. |
BGB | Προσευχόμενοι δὲ μὴ βατταλογήσητε ὥσπερ οἱ ἐθνικοί, δοκοῦσιν γὰρ ὅτι ἐν τῇ πολυλογίᾳ αὐτῶν εἰσακουσθήσονται· |
HD | Orando, porém, não useis de vãs repetições como os gentios, pois pensam que com palavreado excessivo serão atendidos. |
BKJ | Mas, orando, não useis de vãs repetições, como fazem os pagãos, pois pensam que por muito falarem serão ouvidos. |
LTT | |
BJ2 | Nas vossas orações não useis de vãs repetições, como os gentios, porque imaginam que é pelo palavreado excessivo que serão ouvidos. |
VULG | Orantes autem, nolite multum loqui, sicut ethnici, putant enim quod in multiloquio suo exaudiantur. |
mt 6: 8
Versão | Versículo |
---|---|
ARA | |
ARC | Não vos assemelheis pois a eles; porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes de vós lho pedirdes. |
TB | Não sejais, pois, como eles; porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes que lho peçais. |
BGB | μὴ οὖν ὁμοιωθῆτε αὐτοῖς, οἶδεν γὰρ ⸀ὁ πατὴρ ὑμῶν ὧν χρείαν ἔχετε πρὸ τοῦ ὑμᾶς αἰτῆσαι αὐτόν. |
HD | Assim, não vos assemelheis a eles, pois vosso Pai sabe do que tendes necessidade, antes de pedirdes a ele. |
BKJ | Não vos assemelheis a eles; pois vosso Pai sabe do que tendes necessidade antes de lhe pedirem. |
LTT | |
BJ2 | Não sejais como eles, porque o vosso Pai sabe do que tendes necessidade antes de lho pedirdes. |
VULG | Nolite ergo assimilari eis : scit enim Pater vester, quid opus sit vobis, antequam petatis eum. |
mt 6: 9
Versão | Versículo |
---|---|
ARA | |
ARC | Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome; |
TB | Portanto, orai vós deste modo: Pai nosso, que estás nos céus; santificado seja o teu nome; |
BGB | Οὕτως οὖν προσεύχεσθε ὑμεῖς· Πάτερ ἡμῶν ὁ ἐν τοῖς οὐρανοῖς· ἁγιασθήτω τὸ ὄνομά σου, |
HD | Orai, portanto, assim: “Pai Nosso, {que estás} nos céus, santificado seja o teu nome, |
BKJ | Orai, pois, da seguinte maneira: Pai nosso que estás no céu, santificado seja o teu nome. |
LTT | |
BJ2 | Portanto, orai desta maneira: |
VULG | Sic ergo vos orabitis : |
mt 6: 10
Versão | Versículo |
---|---|
ARA | |
ARC | Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu; |
TB | venha o teu reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu. |
BGB | ἐλθέτω ἡ βασιλεία σου, γενηθήτω τὸ θέλημά σου, ὡς ἐν οὐρανῷ καὶ ⸀ἐπὶ γῆς· |
HD | venha o teu reino; seja feita a tua vontade, como no céu, também sobre a terra. |
BKJ | Venha o teu reino, seja feita a tua vontade na terra, como é no céu. |
LTT | |
BJ2 | venha o teu Reino, seja feita a tua Vontade na terra, como no céu. |
VULG |
mt 6: 11
Versão | Versículo |
---|---|
ARA | |
ARC | O pão nosso de cada dia nos dá hoje; |
TB | O pão nosso de cada dia nos dá hoje; |
BGB | τὸν ἄρτον ἡμῶν τὸν ἐπιούσιον δὸς ἡμῖν σήμερον· |
HD | O pão nosso diário , dá-nos hoje, |
BKJ | O pão nosso de cada dia dá-nos hoje. |
LTT | |
BJ2 | O pão nosso de cada dia |
VULG |
mt 6: 12
Versão | Versículo |
---|---|
ARA | |
ARC | E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores; |
TB | e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós também temos perdoado aos nossos devedores; |
BGB | καὶ ἄφες ἡμῖν τὰ ὀφειλήματα ἡμῶν, ὡς καὶ ἡμεῖς ⸀ἀφήκαμεν τοῖς ὀφειλέταις ἡμῶν· |
HD | perdoa-nos nossas dívidas , como também perdoamos nossos devedores; |
BKJ | E perdoa-nos as nossas dívidas, como nós perdoamos aos nossos -devedores. |
LTT | |
BJ2 | E perdoa-nos as nossas dívidas como também nós perdoamos aos nossos devedores. |
VULG |
mt 6: 13
Versão | Versículo |
---|---|
ARA | |
ARC | E não nos induzas à tentação; mas livra-nos do mal; porque teu é o reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém. |
TB | e não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal. |
BGB | καὶ μὴ εἰσενέγκῃς ἡμᾶς εἰς πειρασμόν, ἀλλὰ ῥῦσαι ἡμᾶς ἀπὸ τοῦ ⸀πονηροῦ. |
HD | e não nos introduzas em tentação, mas livra-nos do mal”. |
BKJ | E não nos conduzas à tentação, mas livra-nos do mal; porque teu é o reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém. |
LTT | |
BJ2 | E não nos exponhas à tentação mas livra-nos do Maligno. |
VULG |
mt 6: 14
Versão | Versículo |
---|---|
ARA | |
ARC | Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós; |
TB | Pois, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará; |
BGB | ἐὰν γὰρ ἀφῆτε τοῖς ἀνθρώποις τὰ παραπτώματα αὐτῶν, ἀφήσει καὶ ὑμῖν ὁ πατὴρ ὑμῶν ὁ οὐράνιος· |
HD | Pois, se perdoardes aos homens as suas transgressões , vosso Pai Celestial também vos perdoará; |
BKJ | Porque, se perdoardes aos homens as suas transgressões, também vosso Pai celeste vos perdoará. |
LTT | |
BJ2 | Pois, se perdoardes aos homens os seus delitos, também o vosso Pai celeste vos perdoará; |
VULG |
mt 6: 15
Versão | Versículo |
---|---|
ARA | |
ARC | Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas. |
TB | mas, se não perdoardes aos homens, tão pouco vosso Pai perdoará as vossas ofensas. |
BGB | ἐὰν δὲ μὴ ἀφῆτε τοῖς ⸀ἀνθρώποις, οὐδὲ ὁ πατὴρ ὑμῶν ἀφήσει τὰ παραπτώματα ὑμῶν. |
HD | se, porém, não perdoardes aos homens, o vosso Pai também não perdoará as vossas transgressões. |
BKJ | Mas, se não perdoardes aos homens as suas transgressões, também vosso Pai não perdoará as vossas transgressões. |
LTT | |
BJ2 | mas se não perdoardes aos homens, o vosso Pai também não perdoará os vossos delitos. |
VULG | Si autem non dimiseritis hominibus : nec Pater vester dimittet vobis peccata vestra. |
mt 6: 16
Versão | Versículo |
---|---|
ARA | |
ARC | E, quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas; porque desfiguram os seus rostos, para que aos homens pareça que jejuam. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão. |
TB | Quando jejuardes, não tomeis um ar triste, como os hipócritas; porque eles desfiguram os seus rostos, para fazer ver aos homens que estão jejuando; em verdade vos digo que já receberam a sua recompensa. |
BGB | Ὅταν δὲ νηστεύητε, μὴ γίνεσθε ⸀ὡς οἱ ὑποκριταὶ σκυθρωποί, ἀφανίζουσιν γὰρ τὰ πρόσωπα αὐτῶν ὅπως φανῶσιν τοῖς ἀνθρώποις νηστεύοντες· ἀμὴν λέγω ⸀ὑμῖν, ἀπέχουσιν τὸν μισθὸν αὐτῶν. |
HD | Então, quando jejuardes, não vos torneis sombrios como os hipócritas, pois desfiguram os seus rostos a fim de se mostrarem jejuando aos homens. Amém vos digo que estão recebendo sua recompensa. |
BKJ | Além disso, quando jejuardes, não sejais como os hipócritas, de semblante triste, porque desfiguram a face, para que aos homens pareça que jejuam. Em verdade eu vos digo que eles já receberam a sua recompensa. |
LTT | |
BJ2 | Quando jejuardes, não tomeis um ar sombrio como fazem os hipócritas, pois eles desfiguram seu rosto para que seu jejum seja percebido pelos homens. Em verdade vos digo: já receberam a sua recompensa. |
VULG |
mt 6: 17
Versão | Versículo |
---|---|
ARA | |
ARC | Porém tu, quando jejuares, unge a tua cabeça, e lava o teu rosto. |
TB | Tu, porém, quando jejuas, unge a cabeça e lava o rosto, |
BGB | σὺ δὲ νηστεύων ἄλειψαί σου τὴν κεφαλὴν καὶ τὸ πρόσωπόν σου νίψαι, |
HD | Tu, porém, ao jejuares, unge tua cabeça e lava teu rosto, |
BKJ | Tu, porém, quando jejuares, unge a tua cabeça e lava a tua face, |
LTT | |
BJ2 | Tu, porém, quando jejuares, unge tua cabeça e lava teu rosto, |
VULG | Tu autem, cum jejunas, unge caput tuum, et faciem tuam lava, |
mt 6: 18
Versão | Versículo |
---|---|
ARA | |
ARC | Para não pareceres aos homens que jejuas, mas a teu Pai, que está em oculto; e teu Pai, que vê em oculto, te recompensará. |
TB | para não mostrar aos homens que jejuas, mas somente a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te retribuirá. |
BGB | ὅπως μὴ φανῇς τοῖς ἀνθρώποις νηστεύων ἀλλὰ τῷ πατρί σου τῷ ἐν τῷ ⸀κρυφαίῳ· καὶ ὁ πατήρ σου ὁ βλέπων ἐν τῷ ⸁κρυφαίῳ ἀποδώσει σοι. |
HD | para que não te mostres jejuando aos homens, mas ao teu Pai {que está} em oculto; e teu Pai que vê no oculto te recompensará. |
BKJ | para não pareceres aos homens que jejuas, mas a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente. |
LTT | |
BJ2 | para que os homens não percebam que estás jejuando, mas apenas o teu Pai, que está lá no segredo; e o teu Pai, que vê no segredo, te recompensará. |
VULG | ne videaris hominibus jejunans, sed Patri tuo, qui est in abscondito : et Pater tuus, qui videt in abscondito, reddet tibi. |
mt 6: 19
Versão | Versículo |
---|---|
ARA | |
ARC | Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam; |
TB | Não ajunteis para vós tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem os consomem e onde os ladrões penetram e roubam; |
BGB | Μὴ θησαυρίζετε ὑμῖν θησαυροὺς ἐπὶ τῆς γῆς, ὅπου σὴς καὶ βρῶσις ἀφανίζει, καὶ ὅπου κλέπται διορύσσουσιν καὶ κλέπτουσιν· |
HD | Não entesoureis para vós tesouros sobre a terra, onde a traça e a corrosão consomem , e onde os ladrões arrombam e roubam. |
BKJ | Não ajunteis para vós tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem os corroem, e onde os ladrões arrombam e roubam. |
LTT | |
BJ2 | Não ajunteis para vós tesouros na terra, onde a traça e o caruncho os corroem e onde os ladrões arrombam e roubam, |
VULG |
mt 6: 20
Versão | Versículo |
---|---|
ARA | |
ARC | Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam. |
TB | mas ajuntai para vós tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem os consomem e onde os ladrões não penetram, nem roubam; |
BGB | θησαυρίζετε δὲ ὑμῖν θησαυροὺς ἐν οὐρανῷ, ὅπου οὔτε σὴς οὔτε βρῶσις ἀφανίζει, καὶ ὅπου κλέπται οὐ διορύσσουσιν οὐδὲ κλέπτουσιν· |
HD | Entesourai para vós tesouros no céu, onde nem a traça nem a corrosão consomem, e onde os ladrões não arrombam nem roubam. |
BKJ | Mas ajuntai para vós tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem corroem, e onde os ladrões não arrombam nem roubam. |
LTT | |
BJ2 | mas ajuntai para vós tesouros nos céus, onde nem a traça, nem o caruncho corroem e onde os ladrões não arrombam nem roubam; |
VULG | Thesaurizate autem vobis thesauros in cælo, ubi neque ærugo, neque tinea demolitur, et ubi fures non effodiunt, nec furantur. |
mt 6: 21
Versão | Versículo |
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ARA | |
ARC | Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração. |
TB | porque onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração. |
BGB | ὅπου γάρ ἐστιν ὁ θησαυρός ⸀σου, ἐκεῖ ἔσται καὶ ἡ καρδία ⸁σου. |
HD | Pois, onde está o teu tesouro, ali estará também o teu coração. |
BKJ | Pois onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração. |
LTT | |
BJ2 | pois onde está o teu tesouro aí estará também teu coração. |
VULG | Ubi enim est thesaurus tuus, ibi est et cor tuum. |
mt 6: 22
Versão | Versículo |
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ARA | |
ARC | A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz; |
TB | A candeia do corpo são os olhos. Se estes, pois, forem simples, todo o teu corpo será luminoso; |
BGB | Ὁ λύχνος τοῦ σώματός ἐστιν ὁ ὀφθαλμός. ἐὰν οὖν ⸂ᾖ ὁ ὀφθαλμός σου ἁπλοῦς⸃, ὅλον τὸ σῶμά σου φωτεινὸν ἔσται· |
HD | A candeia do corpo é o olho. Portanto, se o teu olho for simples, teu corpo inteiro será luminoso. |
BKJ | A luz do corpo é o olho; portanto, se o teu olho for puro, todo o teu corpo será cheio de luz. |
LTT | |
BJ2 | A lâmpada do corpo é o olho. Portanto, se o teu olho estiver são, todo o teu corpo ficará iluminado; |
VULG | Lucerna corporis tui est oculus tuus. Si oculus tuus fuerit simplex, totum corpus tuum lucidum erit. |
mt 6: 23
Versão | Versículo |
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ARA | |
ARC | Se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas! |
TB | mas, se forem maus, todo o teu corpo ficará às escuras. Se, portanto, a luz que há em ti são trevas, quão densas são as trevas! |
BGB | ἐὰν δὲ ὁ ὀφθαλμός σου πονηρὸς ᾖ, ὅλον τὸ σῶμά σου σκοτεινὸν ἔσται. εἰ οὖν τὸ φῶς τὸ ἐν σοὶ σκότος ἐστίν, τὸ σκότος πόσον. |
HD | Porém se o teu olho for mau , teu corpo inteiro estará em treva. Portanto, se a luz {que há} em ti é treva, quão grande a treva? |
BKJ | Se, porém, o teu olho for mau, todo o teu corpo será cheio de trevas. Se, portanto, a luz que estiver em ti for trevas, como será grande as trevas! |
LTT | |
BJ2 | mas se o teu olho estiver doente, todo o teu corpo ficará escuro. Pois se a luz que há em ti são trevas, quão grandes serão as trevas! |
VULG | Si autem oculus tuus fuerit nequam, totum corpus tuum tenebrosum erit. Si ergo lumen, quod in te est, tenebræ sunt : ipsæ tenebræ quantæ erunt ? |
mt 6: 24
Versão | Versículo |
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ARA | |
ARC | Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom. |
TB | Ninguém pode servir a dois senhores; pois ou há de aborrecer a um e amar ao outro ou há de unir-se a um e desprezar ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas. |
BGB | Οὐδεὶς δύναται δυσὶ κυρίοις δουλεύειν· ἢ γὰρ τὸν ἕνα μισήσει καὶ τὸν ἕτερον ἀγαπήσει, ἢ ἑνὸς ἀνθέξεται καὶ τοῦ ἑτέρου καταφρονήσει. οὐ δύνασθε θεῷ δουλεύειν καὶ μαμωνᾷ. |
HD | Ninguém pode servir a dois senhores, pois ou odiará a um e amará o outro, ou se apegará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mâmon. |
HD | e Lc :, . |
BKJ | Nenhum homem pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se apegará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom. |
LTT | |
BJ2 | Ninguém pode servir a dois senhores. Com efeito, ou odiará um e amará o outro, ou se apegará ao primeiro e desprezará o segundo. Não podeis servir a Deus e ao Dinheiro. |
VULG | Nemo potest duobus dominis servire : aut enim unum odio habebit, et alterum diliget : aut unum sustinebit, et alterum contemnet. Non potestis Deo servire et mammonæ. |
mt 6: 25
Versão | Versículo |
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ARA | |
ARC | Por isso vos digo: Não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem, quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo mais do que o vestido? |
TB | Por isso, vos digo: Não andeis cuidadosos da vossa vida, pelo que haveis de comer ou beber, nem do vosso corpo, pelo que haveis de vestir; não é a vida mais que o alimento, e o corpo, mais que o vestido? |
BGB | Διὰ τοῦτο λέγω ὑμῖν· μὴ μεριμνᾶτε τῇ ψυχῇ ὑμῶν τί ⸀φάγητε, μηδὲ τῷ σώματι ὑμῶν τί ἐνδύσησθε· οὐχὶ ἡ ψυχὴ πλεῖόν ἐστι τῆς τροφῆς καὶ τὸ σῶμα τοῦ ἐνδύματος; |
HD | Por isso, vos digo: Não vos inquieteis por vossa vida, com o que comereis; nem por vosso corpo, com o que vestireis. Não é a vida mais que o alimento, e o corpo mais que a veste? |
BKJ | Por isso eu vos digo: Não vos preocupeis pela vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que a comida, e o corpo mais do que o vestuário? |
LTT | |
BJ2 | Por isso vos digo: não vos preocupeis com a vossa vida quanto ao que haveis de comer, nem com o vosso corpo quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento e o corpo mais do que a roupa? |
VULG | Ideo dico vobis, ne solliciti sitis animæ vestræ quid manducetis, neque corpori vestro quid induamini. Nonne anima plus est quam esca, et corpus plus quam vestimentum ? |
mt 6: 26
Versão | Versículo |
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ARA | |
ARC | Olhai para as aves do céu, que nem semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas? |
TB | Olhai para as aves do céu, que não semeiam, nem ceifam, nem ajuntam em celeiros, e vosso Pai celestial as alimenta; não valeis vós muito mais do que elas? |
BGB | ἐμβλέψατε εἰς τὰ πετεινὰ τοῦ οὐρανοῦ ὅτι οὐ σπείρουσιν οὐδὲ θερίζουσιν οὐδὲ συνάγουσιν εἰς ἀποθήκας, καὶ ὁ πατὴρ ὑμῶν ὁ οὐράνιος τρέφει αὐτά· οὐχ ὑμεῖς μᾶλλον διαφέρετε αὐτῶν; |
HD | Olhai as aves do céu, que não semeiam nem ceifam, nem recolhem em celeiros, e vosso Pai celestial as alimenta. Não valeis muito mais do que elas? |
BKJ | Olhai para as aves do céu; pois elas não semeiam, nem colhem, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celeste as alimenta. Não sois vós muito melhores do que elas? |
LTT | |
BJ2 | Olhai as aves do céu: não semeiam, nem colhem, nem ajuntam em celeiros. E, no entanto, vosso Pai celeste as alimenta. Ora, não valeis vós mais do que elas? |
VULG | Respicite volatilia cæli, quoniam non serunt, neque metunt, neque congregant in horrea : et Pater vester cælestis pascit illa. Nonne vos magis pluris estis illis ? |
mt 6: 27
Versão | Versículo |
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ARA | |
ARC | E qual de vós poderá, com todos os seus cuidados, acrescentar um côvado à sua estatura? |
TB | Qual de vós, por mais ansioso que esteja, pode acrescentar um cúbito à sua estatura? |
BGB | τίς δὲ ἐξ ὑμῶν μεριμνῶν δύναται προσθεῖναι ἐπὶ τὴν ἡλικίαν αὐτοῦ πῆχυν ἕνα; |
HD | Qual dentre vós pode, inquietando-se, acrescentar um côvado à sua estatura? |
BKJ | Mas quem de vós, com suas preocupações, poderá acrescentar um côvado à sua estatura? |
LTT | |
BJ2 | Quem dentre vós, com as suas preocupações, pode acrescentar um só côvado à duração da sua vida? |
VULG | Quis autem vestrum cogitans potest adjicere ad staturam suam cubitum unum ? |
mt 6: 28
Versão | Versículo |
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ARA | |
ARC | E, quanto ao vestido, porque andais solícitos? Olhai para os lírios do campo, como eles crescem: não trabalham nem fiam; |
TB | Por que andais ansiosos pelo que haveis de vestir? Considerai como crescem os lírios do campo: eles não trabalham nem fiam, |
BGB | καὶ περὶ ἐνδύματος τί μεριμνᾶτε; καταμάθετε τὰ κρίνα τοῦ ἀγροῦ πῶς ⸂αὐξάνουσιν· οὐ κοπιῶσιν οὐδὲ νήθουσιν⸃· |
HD | E com relação à veste, por que vos inquietais? Examinai os lírios do campo como crescem! Não labutam nem fiam. |
BKJ | E quanto as vestes, por que vos preocupeis? Olhai para os lírios do campo, como eles crescem; não trabalham nem fiam. |
LTT | |
BJ2 | E com a roupa, por que andais preocupados? Aprendei dos lírios do campo, como crescem, e não trabalham e nem fiam. |
VULG | Et de vestimento quid solliciti estis ? Considerate lilia agri quomodo crescunt : non laborant, neque nent. |
mt 6: 29
Versão | Versículo |
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ARA | |
ARC | E eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles. |
TB | contudo vos digo que nem Salomão em toda a sua glória se vestiu como um deles. |
BGB | λέγω δὲ ὑμῖν ὅτι οὐδὲ Σολομὼν ἐν πάσῃ τῇ δόξῃ αὐτοῦ περιεβάλετο ὡς ἓν τούτων. |
HD | Eu, porém, vos digo que nem Salomão, em toda sua glória, vestiu-se como um deles. |
BKJ | E eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, vestiu-se como um deles. |
LTT | |
BJ2 | E, no entanto, eu vos asseguro que nem Salomão, em toda sua glória, se vestiu como um deles. |
VULG | Dico autem vobis, quoniam nec Salomon in omni gloria sua coopertus est sicut unum ex istis. |
mt 6: 30
Versão | Versículo |
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ARA | |
ARC | Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, não vos vestirá muito mais a vós, homens de pouca fé? |
TB | Se Deus, pois, assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós, homens de pouca fé? |
BGB | εἰ δὲ τὸν χόρτον τοῦ ἀγροῦ σήμερον ὄντα καὶ αὔριον εἰς κλίβανον βαλλόμενον ὁ θεὸς οὕτως ἀμφιέννυσιν, οὐ πολλῷ μᾶλλον ὑμᾶς, ὀλιγόπιστοι; |
HD | Se a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada ao forno, Deus assim as veste, muito mais a vós, {homens} de pouca fé. |
BKJ | Portanto, se Deus assim veste a grama do campo, que hoje existe, e amanhã é lançada no forno, não vos vestirá muito mais, Oh vós de pequena fé? |
LTT | |
BJ2 | Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que existe hoje e amanhã será lançada ao forno, não fará ele muito mais por vós, homens fracos na fé? |
VULG | Si autem fœnum agri, quod hodie est, et cras in clibanum mittitur, Deus sic vestit, quanto magis vos modicæ fidei ? |
mt 6: 31
Versão | Versículo |
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ARA | |
ARC | Não andeis pois inquietos, dizendo: Que comeremos, ou que beberemos, ou com que nos vestiremos? |
TB | Assim, não andeis ansiosos, dizendo: Que havemos de comer? Ou: Que havemos de beber? Ou: Com que nos havemos de vestir? |
BGB | μὴ οὖν μεριμνήσητε λέγοντες· Τί φάγωμεν; ἤ· Τί πίωμεν; ἤ· Τί περιβαλώμεθα; |
HD | Portanto, não vos inquieteis , dizendo: “Que comeremos”, ou “Que beberemos”, ou “Que vestiremos”? |
BKJ | Portanto, não fiqueis ansiosos, dizendo: O que comeremos ou o que beberemos, ou com que nos vestiremos? |
LTT | |
BJ2 | Por isso, não andeis preocupados, dizendo: Que iremos comer? Ou, que iremos beber? Ou, que iremos vestir? |
VULG | Nolite ergo solliciti esse, dicentes : Quid manducabimus, aut quid bibemus, aut quo operiemur ? |
mt 6: 32
Versão | Versículo |
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ARA | |
ARC | (Porque todas estas coisas os gentios procuram.) De certo vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas estas coisas; |
TB | (Pois os gentios é que procuram todas estas coisas); porque vosso Pai celestial sabe que precisais de todas elas. |
BGB | πάντα γὰρ ταῦτα τὰ ἔθνη ⸀ἐπιζητοῦσιν· οἶδεν γὰρ ὁ πατὴρ ὑμῶν ὁ οὐράνιος ὅτι χρῄζετε τούτων ἁπάντων. |
HD | Pois estas coisas os gentios buscam. De fato, vosso Pai celestial sabe que necessitais de todas estas coisas. |
BKJ | (Porque todas estas coisas os gentios buscam). Porquanto vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas estas coisas. |
LTT | |
BJ2 | De fato, são os gentios que estão à procura de tudo isso: o vosso Pai celeste sabe que tendes necessidade de todas essas coisas. |
VULG | hæc enim omnia gentes inquirunt. Scit enim Pater vester, quia his omnibus indigetis. |
mt 6: 33
Versão | Versículo |
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ARA | |
ARC | Mas buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. |
TB | Mas buscai primeiramente o seu reino e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas. |
BGB | ζητεῖτε δὲ πρῶτον τὴν ⸀βασιλείαν καὶ τὴν δικαιοσύνην αὐτοῦ, καὶ ταῦτα πάντα προστεθήσεται ὑμῖν. |
HD | Buscai primeiramente o Reino e a sua justiça, e todas estas {coisas} vos serão acrescentadas. |
BKJ | Mas buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. |
LTT | |
BJ2 | Buscai, em primeiro lugar, o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas. |
VULG | Quærite ergo primum regnum Dei, et justitiam ejus : et hæc omnia adjicientur vobis. |
mt 6: 34
Versão | Versículo |
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ARA | |
ARC | Não vos inquieteis pois pelo dia d?amanhã, porque o dia d?amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal. |
TB | Não andeis, pois, ansiosos pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã a si mesmo trará seu cuidado; ao dia bastam os seus próprios males. |
BGB | μὴ οὖν μεριμνήσητε εἰς τὴν αὔριον, ἡ γὰρ αὔριον μεριμνήσει ⸀αὑτῆς· ἀρκετὸν τῇ ἡμέρᾳ ἡ κακία αὐτῆς. |
HD | Portanto, não vos inquieteis com o amanhã, pois o amanhã se inquietará consigo mesmo! Basta a cada dia o seu mal. |
BKJ | Não fiqueis ansiosos, pois, com o amanhã, porque o amanhã cuidará de si mesmo. Suficiente é ao dia o seu próprio mal. |
LTT | |
BJ2 | Não vos preocupeis, portanto, com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã se preocupará consigo mesmo. A cada dia basta o seu mal. |
VULG | Nolite ergo solliciti esse in crastinum. Crastinus enim dies sollicitus erit sibi ipsi : sufficit diei malitia sua. |
As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Mateus 6:1
Referências Cruzadas
Deuteronômio 24:13 | Em se pondo o sol, certamente lhe restituirás o penhor, para que durma na sua roupa e te abençoe; e isto te será justiça diante do Senhor, teu Deus. |
II Reis 10:16 | E disse: Vai comigo e verás o meu zelo para com o Senhor. E o puseram no seu carro. |
II Reis 10:31 | Mas Jeú não teve cuidado de andar com todo o seu coração na lei do Senhor, Deus de Israel, nem se apartou dos pecados de Jeroboão, que fez pecar a Israel. |
Salmos 112:9 | É liberal, dá aos necessitados; a sua justiça permanece para sempre, e a sua força se exaltará em glória. |
Ezequiel 33:31 | E eles vêm a ti, como o povo costuma vir, e se assentam diante de ti como meu povo, e ouvem as tuas palavras, mas não as põem por obra; pois lisonjeiam com a sua boca, mas o seu coração segue a sua avareza. |
Daniel 4:27 | Portanto, ó rei, aceita o meu conselho e desfaze os teus pecados pela justiça e as tuas iniquidades, usando de misericórdia para com os pobres, e talvez se prolongue a tua tranquilidade. |
Zacarias 7:5 | Fala a todo o povo desta terra e aos sacerdotes, dizendo: Quando jejuastes e pranteastes, no quinto e no sétimo mês, durante estes setenta anos, jejuastes vós para mim, mesmo para mim? |
Zacarias 13:4 | E acontecerá, naquele dia, que os profetas se envergonharão, cada um da sua visão, quando profetizarem; nem mais se vestirão de manto de pelos, para mentirem. |
Mateus 5:16 | |
Mateus 5:46 | |
Mateus 5:48 | |
Mateus 6:4 | |
Mateus 6:9 | |
Mateus 6:16 | |
Mateus 10:41 | |
Mateus 16:6 | E Jesus disse-lhes: |
Mateus 16:27 | |
Mateus 23:5 | |
Mateus 23:13 | |
Mateus 23:28 | |
Mateus 25:40 | |
Marcos 8:15 | E ordenou-lhes, dizendo: |
Lucas 11:35 | |
Lucas 12:1 | Ajuntando-se, entretanto, muitos milhares de pessoas, de sorte que se atropelavam uns aos outros, começou a dizer aos seus discípulos: |
Lucas 12:15 | E disse-lhes: |
Lucas 16:15 | E disse-lhes: |
João 5:44 | |
João 12:43 | Porque amavam mais a glória dos homens do que a glória de Deus. |
I Coríntios 9:17 | E, por isso, se o faço de boa mente, terei prêmio; mas, se de má vontade, apenas uma dispensação me é confiada. |
II Coríntios 9:9 | conforme está escrito: Espalhou, deu aos pobres, a sua justiça permanece para sempre. |
Gálatas 6:12 | Todos os que querem mostrar boa aparência na carne, esses vos obrigam a circuncidar-vos, somente para não serem perseguidos por causa da cruz de Cristo. |
Hebreus 2:1 | Portanto, convém-nos atentar, com mais diligência, para as coisas que já temos ouvido, para que, em tempo algum, nos desviemos delas. |
Hebreus 6:10 | Porque Deus não é injusto para se esquecer da vossa obra e do trabalho de amor que, para com o seu nome, mostrastes, enquanto servistes aos santos e ainda servis. |
Hebreus 11:26 | tendo, por maiores riquezas, o vitupério de Cristo do que os tesouros do Egito; porque tinha em vista a recompensa. |
II João 1:8 | Olhai por vós mesmos, para que não percamos o que temos ganhado; antes, recebamos o inteiro galardão. |
I Samuel 15:30 | Disse ele então: Pequei; honra-me, porém, agora diante dos anciãos do meu povo e diante de Israel; e volta comigo, para que adore o Senhor, teu Deus. |
Jó 31:16 | Se retive o que os pobres desejavam ou fiz desfalecer os olhos da viúva; |
Salmos 37:21 | O ímpio toma emprestado e não paga; mas o justo se compadece e dá. |
Salmos 112:9 | É liberal, dá aos necessitados; a sua justiça permanece para sempre, e a sua força se exaltará em glória. |
Provérbios 19:17 | Ao Senhor empresta o que se compadece do pobre, e ele lhe pagará o seu benefício. |
Provérbios 20:6 | Cada qual entre os homens apregoa a sua bondade; mas o homem fiel, quem o achará? |
Eclesiastes 11:2 | Reparte com sete e ainda até com oito, porque não sabes que mal haverá sobre a terra. |
Isaías 9:17 | Pelo que o Senhor não se regozijará com os seus jovens e não se compadecerá dos seus órfãos e das suas viúvas, porque todos eles são hipócritas e malfazejos, e toda boca profere doidices. Com tudo isto não se apartou a sua ira, mas ainda está estendida a sua mão. |
Isaías 10:6 | Enviá-la-ei contra uma nação hipócrita e contra o povo do meu furor lhe darei ordem, para que lhe roube a presa, e lhe tome o despojo, e o ponha para ser pisado aos pés, como a lama das ruas, |
Isaías 58:7 | Porventura, não é também que repartas o teu pão com o faminto e recolhas em casa os pobres desterrados? E, vendo o nu, o cubras e não te escondas daquele que é da tua carne? |
Isaías 58:10 | e, se abrires a tua alma ao faminto e fartares a alma aflita, então, a tua luz nascerá nas trevas, e a tua escuridão será como o meio-dia. |
Oséias 8:1 | Põe a trombeta à tua boca. Ele vem como águia contra a casa do Senhor, porque traspassaram o meu concerto e se rebelaram contra a minha lei. |
Mateus 5:18 | |
Mateus 6:5 | |
Mateus 6:16 | |
Mateus 7:5 | |
Mateus 15:7 | |
Mateus 16:3 | |
Mateus 22:18 | Jesus, porém, conhecendo a sua malícia, disse: |
Mateus 23:6 | |
Mateus 23:13 | |
Mateus 24:51 | |
Marcos 7:6 | E ele, respondendo, disse-lhes: |
Marcos 12:39 | |
Lucas 6:24 | |
Lucas 6:42 | |
Lucas 11:41 | |
Lucas 11:43 | |
Lucas 12:33 | |
Lucas 12:56 | |
Lucas 13:15 | Respondeu-lhe, porém, o Senhor e disse: |
Lucas 20:46 | |
João 5:41 | |
João 5:44 | |
João 7:18 | |
João 13:29 | porque, como Judas tinha a bolsa, pensavam alguns que Jesus lhe tinha dito: Compra o que nos é necessário para a festa ou que desse alguma coisa aos pobres. |
Atos 9:36 | E havia em Jope uma discípula chamada Tabita, que, traduzido, se diz Dorcas. Esta estava cheia de boas obras e esmolas que fazia. |
Atos 10:2 | piedoso e temente a Deus, com toda a sua casa, o qual fazia muitas esmolas ao povo e, de contínuo, orava a Deus. |
Atos 10:4 | Este, fixando os olhos nele e muito atemorizado, disse: Que é, Senhor? E o anjo lhe disse: As tuas orações e as tuas esmolas têm subido para memória diante de Deus. |
Atos 10:31 | E eis que diante de mim se apresentou um varão com vestes resplandecentes e disse: Cornélio, a tua oração foi ouvida, e as tuas esmolas estão em memória diante de Deus. |
Atos 11:29 | E os discípulos determinaram mandar, cada um conforme o que pudesse, socorro aos irmãos que habitavam na Judeia. |
Atos 24:17 | Ora, muitos anos depois, vim trazer à minha nação esmolas e ofertas. |
Romanos 12:8 | ou o que exorta, use esse dom em exortar; o que reparte, faça-o com liberalidade; o que preside, com cuidado; o que exercita misericórdia, com alegria. |
II Coríntios 9:6 | E digo isto: Que o que semeia pouco pouco também ceifará; e o que semeia em abundância em abundância também ceifará. |
Gálatas 2:10 | recomendando-nos somente que nos lembrássemos dos pobres, o que também procurei fazer com diligência. |
Efésios 4:28 | Aquele que furtava não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o que tiver necessidade. |
I Tessalonicenses 2:6 | E não buscamos glória dos homens, nem de vós, nem de outros, ainda que podíamos, como apóstolos de Cristo, ser-vos pesados; |
I Timóteo 6:18 | que façam o bem, enriqueçam em boas obras, repartam de boa mente e sejam comunicáveis; |
Hebreus 13:16 | E não vos esqueçais da beneficência e comunicação, porque, com tais sacrifícios, Deus se agrada. |
Tiago 2:15 | E, se o irmão ou a irmã estiverem nus e tiverem falta de mantimento cotidiano, |
I Pedro 4:11 | Se alguém falar, fale segundo as palavras de Deus; se alguém administrar, administre segundo o poder que Deus dá, para que em tudo Deus seja glorificado por Jesus Cristo, a quem pertence a glória e o poder para todo o sempre. Amém! |
I João 3:17 | Quem, pois, tiver bens do mundo e, vendo o seu irmão necessitado, lhe cerrar o seu coração, como estará nele o amor de Deus? |
Mateus 8:4 | Disse-lhe, então, Jesus: |
Mateus 9:30 | E os olhos se lhes abriram. E Jesus ameaçou-os, dizendo: |
Mateus 12:19 | Não contenderá, nem clamará, nem alguém ouvirá pelas ruas a sua voz; |
Marcos 1:44 | E disse-lhe: |
João 7:4 | Porque não há ninguém que procure ser conhecido que faça coisa alguma em oculto. Se fazes essas coisas, manifesta-te ao mundo. |
I Samuel 2:30 | Portanto, diz o Senhor, Deus de Israel: Na verdade, tinha dito eu que a tua casa e a casa de teu pai andariam diante de mim perpetuamente; porém, agora, diz o Senhor: Longe de mim tal coisa, porque aos que me honram honrarei, porém os que me desprezam serão envilecidos. |
Salmos 17:3 | Provaste o meu coração; visitaste-me de noite; examinaste-me e nada achaste; o que pensei, a minha boca não transgredirá. |
Salmos 44:21 | porventura, não conhecerá Deus isso? Pois ele sabe os segredos do coração. |
Salmos 139:1 | Senhor, tu me sondaste e me conheces. |
Salmos 139:12 | Nem ainda as trevas me escondem de ti; mas a noite resplandece como o dia; as trevas e a luz são para ti a mesma coisa. |
Jeremias 17:10 | Eu, o Senhor, esquadrinho o coração, eu provo os pensamentos; e isso para dar a cada um segundo os seus caminhos e segundo o fruto das suas ações. |
Jeremias 23:24 | Esconder-se-ia alguém em esconderijos, de modo que eu não o veja? ? diz o Senhor. Porventura, não encho eu os céus e a terra? ? diz o Senhor. |
Mateus 6:6 | |
Mateus 6:18 | |
Mateus 10:42 | |
Mateus 25:34 | |
Lucas 8:17 | |
Lucas 14:14 | |
I Coríntios 4:5 | Portanto, nada julgueis antes de tempo, até que o Senhor venha, o qual também trará à luz as coisas ocultas das trevas e manifestará os desígnios dos corações; e, então, cada um receberá de Deus o louvor. |
Hebreus 4:13 | E não há criatura alguma encoberta diante dele; antes, todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar. |
Judas 1:24 | Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar e apresentar-vos irrepreensíveis, com alegria, perante a sua glória, |
Apocalipse 2:23 |
Jó 27:8 | Porque qual será a esperança do hipócrita, havendo sido avaro, quando Deus lhe arrancar a sua alma? |
Salmos 5:2 | Atende à voz do meu clamor, Rei meu e Deus meu, pois a ti orarei. |
Salmos 55:17 | De tarde, e de manhã, e ao meio-dia, orarei; e clamarei, e ele ouvirá a minha voz. |
Provérbios 15:8 | O sacrifício dos ímpios é abominável ao Senhor, mas a oração dos retos é o seu contentamento. |
Provérbios 16:5 | Abominação é para o Senhor todo altivo de coração; ainda que ele junte mão à mão, não ficará impune. |
Isaías 1:15 | Pelo que, quando estendeis as mãos, escondo de vós os olhos; sim, quando multiplicais as vossas orações, não as ouço, porque as vossas mãos estão cheias de sangue. |
Isaías 55:6 | Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto. |
Jeremias 29:12 | Então, me invocareis, e ireis, e orareis a mim, e eu vos ouvirei. |
Daniel 6:10 | Daniel, pois, quando soube que a escritura estava assinada, entrou em sua casa (ora, havia no seu quarto janelas abertas da banda de Jerusalém), e três vezes no dia se punha de joelhos, e orava, e dava graças, diante do seu Deus, como também antes costumava fazer. |
Daniel 9:4 | E orei ao Senhor, meu Deus, e confessei, e disse: Ah! Senhor! Deus grande e tremendo, que guardas o concerto e a misericórdia para com os que te amam e guardam os teus mandamentos; |
Mateus 6:2 | |
Mateus 6:16 | |
Mateus 7:7 | |
Mateus 9:38 | |
Mateus 21:22 | |
Mateus 23:6 | |
Mateus 23:13 | |
Marcos 11:25 | |
Marcos 12:38 | E, ensinando-os, dizia-lhes: |
Lucas 11:43 | |
Lucas 14:12 | E dizia também ao que o tinha convidado: |
Lucas 18:1 | E contou-lhes também uma parábola sobre o dever de orar sempre e nunca desfalecer, |
Lucas 18:10 | |
Lucas 18:13 | |
Lucas 20:47 | |
João 16:24 | |
Efésios 6:18 | orando em todo tempo com toda oração e súplica no Espírito e vigiando nisso com toda perseverança e súplica por todos os santos |
Colossenses 4:2 | Perseverai em oração, velando nela com ação de graças; |
I Tessalonicenses 5:17 | Orai sem cessar. |
Tiago 4:6 | Antes, dá maior graça. Portanto, diz: Deus resiste aos soberbos, dá, porém, graça aos humildes. |
Tiago 5:15 | e a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados. |
Gênesis 32:24 | Jacó, porém, ficou só; e lutou com ele um varão, até que a alva subia. |
II Reis 4:33 | Então, entrou ele, e fechou a porta sobre eles ambos, e orou ao Senhor. |
Salmos 34:15 | Os olhos do Senhor estão sobre os justos; e os seus ouvidos, atentos ao seu clamor. |
Isaías 26:20 | Vai, pois, povo meu, entra nos teus quartos e fecha as tuas portas sobre ti; esconde-te só por um momento, até que passe a ira. |
Isaías 65:24 | E será que, antes que clamem, eu responderei; estando eles ainda falando, eu os ouvirei. |
Mateus 6:4 | |
Mateus 6:18 | |
Mateus 14:23 | E, despedida a multidão, subiu ao monte para orar à parte. E, chegada já a tarde, estava ali só. |
Mateus 26:36 | Então, chegou Jesus com eles a um lugar chamado Getsêmani e disse a seus discípulos: |
João 1:48 | Disse-lhe Natanael: De onde me conheces tu? Jesus respondeu e disse-lhe: |
João 20:17 | Disse-lhe Jesus: |
Atos 9:40 | Mas Pedro, fazendo-as sair a todas, pôs-se de joelhos e orou; e, voltando-se para o corpo, disse: Tabita, levanta-te. E ela abriu os olhos e, vendo a Pedro, assentou-se. |
Atos 10:9 | E, no dia seguinte, indo eles seu caminho e estando já perto da cidade, subiu Pedro ao terraço para orar, quase à hora sexta. |
Atos 10:30 | E disse Cornélio: Há quatro dias estava eu em jejum até esta hora, orando em minha casa à hora nona. |
Romanos 8:5 | Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito, para as coisas do Espírito. |
Efésios 3:14 | Por causa disso, me ponho de joelhos perante o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, |
I Reis 8:26 | Agora, também, ó Deus de Israel, cumpra-se a tua palavra que disseste a teu servo Davi, meu pai. |
I Reis 18:26 | E tomaram o bezerro que lhes dera e o prepararam; e invocaram o nome de Baal, desde a manhã até ao meio-dia, dizendo: Ah! Baal, responde-nos! Porém nem havia voz, nem quem respondesse; e saltavam sobre o altar que se tinha feito. |
Eclesiastes 5:2 | Não te precipites com a tua boca, nem o teu coração se apresse a pronunciar palavra alguma diante de Deus; porque Deus está nos céus, e tu estás sobre a terra; pelo que sejam poucas as tuas palavras. |
Eclesiastes 5:7 | Porque, como na multidão dos sonhos há vaidades, assim também nas muitas palavras; mas tu, teme a Deus. |
Daniel 9:18 | Inclina, ó Deus meu, os teus ouvidos e ouve; abre os teus olhos e olha para a nossa desolação e para a cidade que é chamada pelo teu nome, porque não lançamos as nossas súplicas perante a tua face fiados em nossas justiças, mas em tuas muitas misericórdias. |
Mateus 6:32 | |
Mateus 18:17 | |
Mateus 26:39 | E, indo um pouco adiante, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: |
Mateus 26:42 | E, indo segunda vez, orou, dizendo: |
Mateus 26:44 | E, deixando-os de novo, foi orar pela terceira vez, dizendo as mesmas palavras. |
Atos 19:34 | Mas, quando conheceram que era judeu, todos unanimemente levantaram a voz, clamando por espaço de quase duas horas: Grande é a Diana dos efésios! |
Salmos 38:9 | Senhor, diante de ti está todo o meu desejo, e o meu gemido não te é oculto. |
Salmos 69:17 | E não escondas o teu rosto do teu servo, porque estou angustiado; ouve-me depressa. |
Mateus 6:32 | |
Lucas 12:30 | |
João 16:23 | |
Filipenses 4:6 | Não estejais inquietos por coisa alguma; antes, as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus, pela oração e súplicas, com ação de graças. |
Levítico 10:3 | E disse Moisés a Arão: Isto é o que o Senhor falou, dizendo: Serei santificado naqueles que se cheguem a mim e serei glorificado diante de todo o povo. Porém Arão calou-se. |
II Samuel 7:26 | E engrandeça-se o teu nome para sempre, para que se diga: O Senhor dos Exércitos é Deus sobre Israel; e a casa de teu servo será confirmada diante de ti. |
I Reis 8:43 | Ouve tu nos céus, assento da tua habitação, e faze conforme tudo o que o estrangeiro a ti clamar, a fim de que todos os povos da terra conheçam o teu nome, para te temerem como o teu povo de Israel e para saberem que o teu nome é invocado sobre esta casa que tenho edificado. |
I Crônicas 17:24 | Confirme-se com efeito, e que o teu nome se engrandeça para sempre, e diga-se: O Senhor dos Exércitos é o Deus de Israel, é Deus para Israel; e fique firme diante de ti a casa de Davi, teu servo. |
II Crônicas 20:6 | E disse: Ah! Senhor, Deus de nossos pais, porventura, não és tu Deus nos céus? Pois tu és dominador sobre todos os reinos das gentes, e na tua mão há força e poder, e não há quem te possa resistir. |
Neemias 9:5 | E os levitas, Jesua, Cadmiel, Bani, Hasabneias, Serebias, Hodias, Sebanias e Petaías disseram: Levantai-vos, bendizei ao Senhor, vosso Deus, de eternidade em eternidade; ora, bendigam o nome da tua glória, que está levantado sobre toda bênção e louvor. |
Salmos 72:18 | Bendito seja o Senhor Deus, o Deus de Israel, que só ele faz maravilhas. |
Salmos 111:9 | Redenção enviou ao seu povo; ordenou o seu concerto para sempre; santo e tremendo é o seu nome. |
Salmos 115:3 | Mas o nosso Deus está nos céus e faz tudo o que lhe apraz. |
Isaías 6:3 | E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória. |
Isaías 37:20 | Agora, pois, ó Senhor, nosso Deus, livra-nos das suas mãos, para que todos os reinos da terra conheçam que só tu és o Senhor. |
Isaías 57:15 | Porque assim diz o Alto e o Sublime, que habita na eternidade e cujo nome é Santo: Em um alto e santo lugar habito e também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos e para vivificar o coração dos contritos. |
Isaías 63:16 | Mas tu és nosso Pai, ainda que Abraão nos não conhece, e Israel não nos reconhece. Tu, ó Senhor, és nosso Pai; nosso Redentor desde a antiguidade é o teu nome. |
Isaías 64:8 | Mas, agora, ó Senhor, tu és o nosso Pai; nós, o barro, e tu, o nosso oleiro; e todos nós, obra das tuas mãos. |
Isaías 66:1 | Assim diz o Senhor: O céu é o meu trono, e a terra, o escabelo dos meus pés. Que casa me edificaríeis vós? E que lugar seria o do meu descanso? |
Ezequiel 36:23 | E eu santificarei o meu grande nome, que foi profanado entre as nações, o qual profanastes no meio delas; e as nações saberão que eu sou o Senhor, diz o Senhor Jeová, quando eu for santificado aos seus olhos. |
Ezequiel 38:23 | Assim, eu me engrandecerei, e me santificarei, e me farei conhecer aos olhos de muitas nações; e saberão que eu sou o Senhor. |
Habacuque 2:14 | Porque a terra se encherá do conhecimento da glória do Senhor, como as águas cobrem o mar. |
Zacarias 14:9 | E o Senhor será rei sobre toda a terra; naquele dia, um será o Senhor, e um será o seu nome. |
Malaquias 1:11 | Mas, desde o nascente do sol até ao poente, será grande entre as nações o meu nome; e, em todo lugar, se oferecerá ao meu nome incenso e uma oblação pura; porque o meu nome será grande entre as nações, diz o Senhor dos Exércitos. |
Mateus 5:16 | |
Mateus 5:48 | |
Mateus 6:6 | |
Mateus 6:14 | |
Mateus 7:11 | |
Mateus 10:29 | |
Mateus 23:9 | |
Mateus 26:29 | |
Mateus 26:42 | E, indo segunda vez, orou, dizendo: |
Lucas 2:14 | Glória a Deus nas alturas, paz na terra, boa vontade para com os homens! |
Lucas 11:1 | E aconteceu que, estando ele a orar num certo lugar, quando acabou, lhe disse um dos seus discípulos: Senhor, ensina-nos a orar, como também João ensinou aos seus discípulos. |
Lucas 15:18 | |
Lucas 15:21 | |
João 20:17 | Disse-lhe Jesus: |
Romanos 1:7 | A todos os que estais em Roma, amados de Deus, chamados santos: Graça e paz de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo. |
Romanos 8:15 | Porque não recebestes o espírito de escravidão, para, outra vez, estardes em temor, mas recebestes o espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai. |
Gálatas 1:1 | Paulo, apóstolo (não da parte dos homens, nem por homem algum, mas por Jesus Cristo e por Deus Pai, que o ressuscitou dos mortos), |
Gálatas 4:6 | E, porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai. |
I Timóteo 6:16 | aquele que tem, ele só, a imortalidade e habita na luz inacessível; a quem nenhum dos homens viu nem pode ver; ao qual seja honra e poder sempiterno. Amém! |
I Pedro 1:17 | E, se invocais por Pai aquele que, sem acepção de pessoas, julga segundo a obra de cada um, andai em temor, durante o tempo da vossa peregrinação, |
Apocalipse 4:11 | Digno és, Senhor, de receber glória, e honra, e poder, porque tu criaste todas as coisas, e por tua vontade são e foram criadas. |
Apocalipse 5:12 | que com grande voz diziam: Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber o poder, e riquezas, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e ações de graças. |
Neemias 9:6 | Tu só és Senhor, tu fizeste o céu, o céu dos céus e todo o seu exército, a terra e tudo quanto nela há, os mares e tudo quanto neles há; e tu os guardas em vida a todos, e o exército dos céus te adora. |
Salmos 2:6 | Eu, porém, ungi o meu Rei sobre o meu santo monte Sião. |
Salmos 40:8 | Deleito-me em fazer a tua vontade, ó Deus meu; sim, a tua lei está dentro do meu coração. |
Salmos 103:19 | O Senhor tem estabelecido o seu trono nos céus, e o seu reino domina sobre tudo. |
Isaías 2:2 | E acontecerá, nos últimos dias, que se firmará o monte da Casa do Senhor no cume dos montes e se exalçará por cima dos outeiros; e concorrerão a ele todas as nações. |
Jeremias 23:5 | Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo; sendo rei, reinará, e prosperará, e praticará o juízo e a justiça na terra. |
Daniel 2:44 | Mas, nos dias desses reis, o Deus do céu levantará um reino que não será jamais destruído; e esse reino não passará a outro povo; esmiuçará e consumirá todos esses reinos e será estabelecido para sempre. |
Daniel 4:35 | E todos os moradores da terra são reputados em nada; e, segundo a sua vontade, ele opera com o exército do céu e os moradores da terra; não há quem possa estorvar a sua mão e lhe diga: Que fazes? |
Daniel 7:13 | Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha nas nuvens do céu um como o filho do homem; e dirigiu-se ao ancião de dias, e o fizeram chegar até ele. |
Daniel 7:27 | E o reino, e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo; o seu reino será um reino eterno, e todos os domínios o servirão e lhe obedecerão. |
Zacarias 9:9 | Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém; eis que o teu rei virá a ti, justo e Salvador, pobre e montado sobre um jumento, sobre um asninho, filho de jumenta. |
Mateus 3:2 | e dizendo: Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos céus. |
Mateus 4:17 | Desde então, começou Jesus a pregar e a dizer: |
Mateus 7:21 | |
Mateus 12:50 | |
Mateus 16:28 | |
Mateus 26:42 | E, indo segunda vez, orou, dizendo: |
Marcos 3:35 | |
Marcos 11:10 | Bendito o Reino do nosso pai Davi, que vem em nome do Senhor! Hosana nas alturas! |
Lucas 19:11 | E, ouvindo eles essas coisas, ele prosseguiu e contou uma parábola, porquanto estava perto de Jerusalém, e cuidavam que logo se havia de manifestar o Reino de Deus. |
Lucas 19:38 | dizendo: Bendito o Rei que vem em nome do Senhor! Paz no céu e glória nas alturas! |
Lucas 22:42 | dizendo: |
João 4:34 | Jesus disse-lhes: |
João 6:40 | |
João 7:17 | |
Atos 13:22 | E, quando este foi retirado, lhes levantou como rei a Davi, ao qual também deu testemunho e disse: Achei a Davi, filho de Jessé, varão conforme o meu coração, que executará toda a minha vontade. |
Atos 21:14 | E, como não podíamos convencê-lo, nos aquietamos, dizendo: Faça-se a vontade do Senhor! |
Atos 22:14 | E ele disse: O Deus de nossos pais de antemão te designou para que conheças a sua vontade, e vejas aquele Justo, e ouças a voz da sua boca. |
Romanos 12:2 | E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. |
Efésios 6:6 | não servindo à vista, como para agradar aos homens, mas como servos de Cristo, fazendo de coração a vontade de Deus; |
Colossenses 1:9 | Por esta razão, nós também, desde o dia em que o ouvimos, não cessamos de orar por vós e de pedir que sejais cheios do conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e inteligência espiritual; |
Colossenses 1:13 | Ele nos tirou da potestade das trevas e nos transportou para o Reino do Filho do seu amor, |
I Tessalonicenses 4:3 | Porque esta é a vontade de Deus, a vossa santificação: que vos abstenhais da prostituição, |
I Tessalonicenses 5:18 | Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco. |
Hebreus 1:14 | Não são, porventura, todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação? |
Hebreus 10:7 | Então, disse: Eis aqui venho (no princípio do livro está escrito de mim), para fazer, ó Deus, a tua vontade. |
Hebreus 10:36 | Porque necessitais de paciência, para que, depois de haverdes feito a vontade de Deus, possais alcançar a promessa. |
Hebreus 13:21 | vos aperfeiçoe em toda a boa obra, para fazerdes a sua vontade, operando em vós o que perante ele é agradável por Cristo Jesus, ao qual seja glória para todo o sempre. Amém! |
I Pedro 2:15 | Porque assim é a vontade de Deus, que, fazendo o bem, tapeis a boca à ignorância dos homens loucos; |
I Pedro 4:2 | para que, no tempo que vos resta na carne, não vivais mais segundo as concupiscências dos homens, mas segundo a vontade de Deus. |
Apocalipse 11:15 | E tocou o sétimo anjo a trombeta, e houve no céu grandes vozes, que diziam: Os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre. |
Apocalipse 12:10 | E ouvi uma grande voz no céu, que dizia: Agora chegada está a salvação, e a força, e o reino do nosso Deus, e o poder do seu Cristo; porque já o acusador de nossos irmãos é derribado, o qual diante do nosso Deus os acusava de dia e de noite. |
Apocalipse 19:6 | E ouvi como que a voz de uma grande multidão, e como que a voz de muitas águas, e como que a voz de grandes trovões, que dizia: Aleluia! Pois já o Senhor, Deus Todo-Poderoso, reina. |
Apocalipse 20:4 | E vi tronos; e assentaram-se sobre eles aqueles a quem foi dado o poder de julgar. E vi as almas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta nem a sua imagem, e não receberam o sinal na testa nem na mão; e viveram e reinaram com Cristo durante mil anos. |
Êxodo 16:16 | Esta é a palavra que o Senhor tem mandado: Colhei dele cada um conforme o que pode comer, um gômer por cabeça, segundo o número das vossas almas; cada um tomará para os que se acharem na sua tenda. |
Jó 23:12 | Do preceito de seus lábios nunca me apartei e as palavras da sua boca prezei mais do que o meu alimento. |
Salmos 33:18 | Eis que os olhos do Senhor estão sobre os que o temem, sobre os que esperam na sua misericórdia, |
Salmos 34:10 | Os filhos dos leões necessitam e sofrem fome, mas aqueles que buscam ao Senhor de nada têm falta. |
Provérbios 30:8 | afasta de mim a vaidade e a palavra mentirosa; não me dês nem a pobreza nem a riqueza; mantém-me do pão da minha porção acostumada; |
Isaías 33:16 | este habitará nas alturas; as fortalezas das rochas serão o seu alto refúgio, o seu pão lhe será dado, e as suas águas serão certas. |
Mateus 4:4 | Ele, porém, respondendo, disse: |
Lucas 11:3 | |
João 6:31 | Nossos pais comeram o maná no deserto, como está escrito: Deu-lhes a comer o pão do céu. |
II Tessalonicenses 3:12 | A esses tais, porém, mandamos e exortamos, por nosso Senhor Jesus Cristo, que, trabalhando com sossego, comam o seu próprio pão. |
I Timóteo 6:8 | Tendo, porém, sustento e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes. |
Êxodo 34:7 | que guarda a beneficência em milhares; que perdoa a iniquidade, e a transgressão, e o pecado; que ao culpado não tem por inocente; que visita a iniquidade dos pais sobre os filhos e sobre os filhos dos filhos até à terceira e quarta geração. |
I Reis 8:30 | Ouve, pois, a súplica do teu servo e do teu povo de Israel, quando orarem neste lugar; também ouve tu, no lugar da tua habitação nos céus; ouve também e perdoa. |
I Reis 8:34 | ouve tu, então, nos céus, e perdoa o pecado do teu povo de Israel, e torna a levá-lo à terra que tens dado a seus pais. |
I Reis 8:39 | ouve tu, então, nos céus, assento da tua habitação, e perdoa, e faze, e dá a cada um conforme todos os seus caminhos e segundo vires o seu coração, porque só tu conheces o coração de todos os filhos dos homens. |
I Reis 8:50 | e perdoa ao teu povo que houver pecado contra ti todas as suas prevaricações com que houverem prevaricado contra ti; e faze-lhes misericórdia perante aqueles que os têm cativos, para que deles tenham compaixão. |
Neemias 5:12 | Então, disseram: Restituir-lho-emos e nada procuraremos deles; faremos assim como dizes. Então, chamei os sacerdotes e os fiz jurar que fariam conforme esta palavra. |
Salmos 32:1 | Bem-aventurado aquele cuja transgressão é perdoada, e cujo pecado é coberto. |
Salmos 130:4 | Mas contigo está o perdão, para que sejas temido. |
Isaías 1:18 | Vinde, então, e argui-me, diz o Senhor; ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a branca lã. |
Daniel 9:19 | Ó Senhor, ouve; ó Senhor, perdoa; ó Senhor, atende-nos e opera sem tardar; por amor de ti mesmo, ó Deus meu; porque a tua cidade e o teu povo se chamam pelo teu nome. |
Mateus 6:14 | |
Mateus 18:21 | Então, Pedro, aproximando-se dele, disse: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete? |
Marcos 11:25 | |
Lucas 6:37 | |
Lucas 7:40 | E, respondendo, Jesus disse-lhe: |
Lucas 11:4 | |
Lucas 17:3 | |
Atos 13:38 | Seja-vos, pois, notório, varões irmãos, que por este se vos anuncia a remissão dos pecados. |
Efésios 1:7 | Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça, |
Efésios 4:32 | Antes, sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo. |
Colossenses 3:13 | suportando-vos uns aos outros e perdoando-vos uns aos outros, se algum tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também. |
I João 1:7 | Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado. |
Gênesis 22:1 | E aconteceu, depois destas coisas, que tentou Deus a Abraão e disse-lhe: Abraão! E ele disse: Eis-me aqui. |
Êxodo 15:18 | O Senhor reinará eterna e perpetuamente. |
Números 5:22 | e esta água amaldiçoante entre nas tuas entranhas, para te fazer inchar o ventre e te fazer descair a coxa. Então, a mulher dirá: Amém! Amém! |
Deuteronômio 8:2 | E te lembrarás de todo o caminho pelo qual o Senhor, teu Deus, te guiou no deserto estes quarenta anos, para te humilhar, para te tentar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias os seus mandamentos ou não. |
Deuteronômio 8:16 | que no deserto te sustentou com maná, que teus pais não conheceram; para te humilhar, e para te provar, e para, no teu fim, te fazer bem; |
Deuteronômio 27:15 | Maldito o homem que fizer imagem de escultura ou de fundição, abominação ao Senhor, obra da mão do artífice, e a puser em um lugar escondido! E todo o povo responderá e dirá: Amém! |
I Reis 1:36 | Então, Benaia, filho de Joiada, respondeu ao rei e disse: Amém! Assim o diga o Senhor, Deus do rei, meu senhor. |
I Crônicas 4:10 | Porque Jabez invocou o Deus de Israel, dizendo: Se me abençoares muitíssimo e meus termos amplificares, e a tua mão for comigo, e fizeres que do mal não seja aflito!? E Deus lhe concedeu o que lhe tinha pedido. |
I Crônicas 16:36 | Louvado seja o Senhor, Deus de Israel, de século em século. E todo o povo disse: Amém! E louvou ao Senhor. |
I Crônicas 29:11 | Tua é, Senhor, a magnificência, e o poder, e a honra, e a vitória, e a majestade; porque teu é tudo quanto há nos céus e na terra; teu é, Senhor, o reino, e tu te exaltaste sobre todos como chefe. |
Salmos 10:16 | O Senhor é Rei eterno; da sua terra serão desarraigados os gentios. |
Salmos 41:13 | Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, de século em século! Amém e amém! |
Salmos 47:2 | Porque o Senhor Altíssimo é tremendo e Rei grande sobre toda a terra. |
Salmos 47:7 | Pois Deus é o Rei de toda a terra; cantai louvores com inteligência. |
Salmos 72:19 | E bendito seja para sempre o seu nome glorioso; e encha-se toda a terra da sua glória! Amém e amém! |
Salmos 89:52 | Bendito seja o Senhor para sempre! Amém e amém! |
Salmos 106:48 | Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, de eternidade em eternidade, e todo o povo diga: Amém! Louvai ao Senhor! |
Salmos 121:7 | O Senhor te guardará de todo mal; ele guardará a tua alma. |
Salmos 145:10 | Todas as tuas obras te louvarão, ó Senhor, e os teus santos te bendirão. |
Provérbios 30:8 | afasta de mim a vaidade e a palavra mentirosa; não me dês nem a pobreza nem a riqueza; mantém-me do pão da minha porção acostumada; |
Jeremias 15:21 | E arrebatar-te-ei da mão dos malignos e livrar-te-ei das mãos dos fortes. |
Jeremias 28:6 | Disse, pois, Jeremias, o profeta: Amém! Que assim faça o Senhor! Que o Senhor confirme as tuas palavras que profetizaste e torne ele a trazer os utensílios da Casa do Senhor e todos os do cativeiro da Babilônia a este lugar. |
Daniel 4:25 | serás tirado de entre os homens, e a tua morada será com os animais do campo, e te farão comer erva como os bois, e serás molhado do orvalho do céu; e passar-se-ão sete tempos por cima de ti, até que conheças que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens e o dá a quem quer. |
Daniel 4:34 | Mas, ao fim daqueles dias, eu, Nabucodonosor, levantei os meus olhos ao céu, e tornou-me a vir o meu entendimento, e eu bendisse o Altíssimo, e louvei, e glorifiquei ao que vive para sempre, cujo domínio é um domínio sempiterno, e cujo reino é de geração em geração. |
Daniel 7:18 | Mas os santos do Altíssimo receberão o reino e possuirão o reino para todo o sempre e de eternidade em eternidade. |
Mateus 5:37 | |
Mateus 6:10 | |
Mateus 26:41 | |
Mateus 28:20 | |
Lucas 22:31 | Disse também o Senhor: |
João 17:15 | |
I Coríntios 10:13 | Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que vos não deixará tentar acima do que podeis; antes, com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar. |
I Coríntios 14:16 | Doutra maneira, se tu bendisseres com o espírito, como dirá o que ocupa o lugar de indouto o Amém sobre a tua ação de graças, visto que não sabe o que dizes? |
II Coríntios 1:20 | Porque todas quantas promessas há de Deus são nele sim; e por ele o Amém, para glória de Deus, por nós. |
II Coríntios 12:7 | E, para que me não exaltasse pelas excelências das revelações, foi-me dado um espinho na carne, a saber, um mensageiro de Satanás, para me esbofetear, a fim de não me exaltar. |
Gálatas 1:4 | o qual se deu a si mesmo por nossos pecados, para nos livrar do presente século mau, segundo a vontade de Deus, nosso Pai, |
I Tessalonicenses 1:10 | e esperar dos céus a seu Filho, a quem ressuscitou dos mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura. |
II Tessalonicenses 3:3 | Mas fiel é o Senhor, que vos confortará e guardará do maligno. |
I Timóteo 1:17 | Ora, ao Rei dos séculos, imortal, invisível, ao único Deus seja honra e glória para todo o sempre. Amém! |
I Timóteo 6:15 | a qual, a seu tempo, mostrará o bem-aventurado e único poderoso Senhor, Rei dos reis e Senhor dos senhores; |
II Timóteo 4:17 | Mas o Senhor assistiu-me e fortaleceu-me, para que, por mim, fosse cumprida a pregação e todos os gentios a ouvissem; e fiquei livre da boca do leão. |
Hebreus 2:14 | E, visto como os filhos participam da carne e do sangue, também ele participou das mesmas coisas, para que, pela morte, aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo, |
Hebreus 11:36 | E outros experimentaram escárnios e açoites, e até cadeias e prisões. |
I Pedro 5:8 | Sede sóbrios, vigiai, porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar; |
II Pedro 2:9 | Assim, sabe o Senhor livrar da tentação os piedosos e reservar os injustos para o Dia de Juízo, para serem castigados, |
I João 3:8 | Quem pratica o pecado é do diabo, porque o diabo vive pecando desde o princípio. Para isto o Filho de Deus se manifestou: para desfazer as obras do diabo. |
I João 5:18 | Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não vive pecando; mas o que de Deus é gerado conserva-se a si mesmo, e o maligno não lhe toca. |
Apocalipse 1:18 | |
Apocalipse 2:10 | |
Apocalipse 3:10 | |
Apocalipse 3:14 | |
Apocalipse 5:13 | E ouvi a toda criatura que está no céu, e na terra, e debaixo da terra, e que está no mar, e a todas as coisas que neles há, dizer: Ao que está assentado sobre o trono e ao Cordeiro sejam dadas ações de graças, e honra, e glória, e poder para todo o sempre. |
Apocalipse 7:14 | E eu disse-lhe: Senhor, tu sabes. E ele disse-me: Estes são os que vieram de grande tribulação, lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro. |
Apocalipse 19:1 | E, depois destas coisas, ouvi no céu como que uma grande voz de uma grande multidão, que dizia: Aleluia! Salvação, e glória, e honra, e poder pertencem ao Senhor, nosso Deus, |
Apocalipse 19:4 | E os vinte e quatro anciãos e os quatro animais prostraram-se e adoraram a Deus, assentado no trono, dizendo: Amém! Aleluia! |
Apocalipse 21:4 | E Deus limpará de seus olhos toda lágrima, e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor, porque já as primeiras coisas são passadas. |
Provérbios 21:13 | O que tapa o seu ouvido ao clamor do pobre também clamará e não será ouvido. |
Mateus 6:12 | |
Mateus 7:2 | |
Mateus 18:21 | Então, Pedro, aproximando-se dele, disse: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete? |
Marcos 11:25 | |
Efésios 4:32 | Antes, sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo. |
Colossenses 3:13 | suportando-vos uns aos outros e perdoando-vos uns aos outros, se algum tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também. |
Tiago 2:13 | Porque o juízo será sem misericórdia sobre aquele que não fez misericórdia; e a misericórdia triunfa sobre o juízo. |
I João 3:10 | Nisto são manifestos os filhos de Deus e os filhos do diabo: qualquer que não pratica a justiça e não ama a seu irmão não é de Deus. |
Mateus 18:35 |
II Samuel 12:16 | E buscou Davi a Deus pela criança; e jejuou Davi, e entrou, e passou a noite prostrado sobre a terra. |
II Samuel 12:21 | E disseram-lhe seus servos: Que é isso que fizeste? Pela criança viva jejuaste e choraste; porém, depois que morreu a criança, te levantaste e comeste pão. |
I Reis 21:27 | Sucedeu, pois, que Acabe, ouvindo estas palavras, rasgou as suas vestes, e cobriu a sua carne de pano de saco, e jejuou; e dormia em cima de sacos e andava mansamente. |
Neemias 1:4 | E sucedeu que, ouvindo eu essas palavras, assentei-me, e chorei, e lamentei por alguns dias; e estive jejuando e orando perante o Deus dos céus. |
Ester 4:16 | Vai, e ajunta todos os judeus que se acharem em Susã, e jejuai por mim, e não comais nem bebais por três dias, nem de dia nem de noite, e eu e as minhas moças também assim jejuaremos; e assim irei ter com o rei, ainda que não é segundo a lei; e, perecendo, pereço. |
Salmos 35:13 | Mas, quanto a mim, quando estavam enfermos, a minha veste era pano de saco; humilhava a minha alma com o jejum, e a minha oração voltava para o meu seio. |
Salmos 69:10 | Chorei, e castiguei com jejum a minha alma, mas até isto se me tornou em afrontas. |
Salmos 109:24 | De jejuar, estão enfraquecidos os meus joelhos, e a minha carne emagrece. |
Isaías 58:3 | dizendo: Por que jejuamos nós, e tu não atentas para isso? Por que afligimos a nossa alma, e tu o não sabes? Eis que, no dia em que jejuais, achais o vosso próprio contentamento e requereis todo o vosso trabalho. |
Daniel 9:3 | E eu dirigi o meu rosto ao Senhor Deus, para o buscar com oração, e rogos, e jejum, e pano de saco, e cinza. |
Zacarias 7:3 | disseram aos sacerdotes que estavam na Casa do Senhor dos Exércitos e aos profetas: Chorarei eu no quinto mês, separando-me, como o tenho feito por tantos anos? |
Malaquias 3:14 | Vós dizeis: Inútil é servir a Deus; que nos aproveitou termos cuidado em guardar os seus preceitos e em andar de luto diante do Senhor dos Exércitos? |
Mateus 6:2 | |
Mateus 6:5 | |
Mateus 9:14 | Então, chegaram ao pé dele os discípulos de João, dizendo: Por que jejuamos nós, e os fariseus, muitas vezes, e os teus discípulos não jejuam? |
Marcos 2:18 | Ora, os discípulos de João e os fariseus jejuavam; e foram e disseram-lhe: Por que jejuam os discípulos de João e os dos fariseus, e não jejuam os teus discípulos? |
Lucas 2:37 | e era viúva, de quase oitenta e quatro anos, e não se afastava do templo, servindo a Deus em jejuns e orações, de noite e de dia. |
Lucas 18:12 | |
Atos 10:30 | E disse Cornélio: Há quatro dias estava eu em jejum até esta hora, orando em minha casa à hora nona. |
Atos 13:2 | E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado. |
Atos 14:23 | E, havendo-lhes por comum consentimento eleito anciãos em cada igreja, orando com jejuns, os encomendaram ao Senhor em quem haviam crido. |
I Coríntios 7:5 | Não vos defraudeis um ao outro, senão por consentimento mútuo, por algum tempo, para vos aplicardes à oração; e, depois, ajuntai-vos outra vez, para que Satanás vos não tente pela vossa incontinência. |
II Coríntios 6:5 | nos açoites, nas prisões, nos tumultos, nos trabalhos, nas vigílias, nos jejuns, |
II Coríntios 11:27 | em trabalhos e fadiga, em vigílias, muitas vezes, em fome e sede, em jejum, muitas vezes, em frio e nudez. |
Rute 3:3 | Lava-te, pois, e unge-te, e veste as tuas vestes, e desce à eira; porém não te dês a conhecer ao homem, até que tenha acabado de comer e beber. |
II Samuel 12:20 | Então, Davi se levantou da terra, e se lavou, e se ungiu, e mudou de vestes, e entrou na Casa do Senhor, e adorou; então, veio a sua casa e pediu pão; e lhe puseram pão, e comeu. |
II Samuel 14:2 | enviou Joabe a Tecoa, e tomou de lá uma mulher sábia, e disse-lhe: Ora, finge que estás de luto; veste vestes de luto, e não te unjas com óleo, e sejas como uma mulher que há já muitos dias está de luto por algum morto. |
Eclesiastes 9:8 | Em todo tempo sejam alvas as tuas vestes, e nunca falte o óleo sobre a tua cabeça. |
Daniel 10:2 | Naqueles dias, eu, Daniel, estive triste por três semanas completas. |
Mateus 6:4 | |
Mateus 6:6 | |
Romanos 2:6 | o qual recompensará cada um segundo as suas obras, |
II Coríntios 5:9 | Pelo que muito desejamos também ser-lhe agradáveis, quer presentes, quer ausentes. |
II Coríntios 10:18 | Porque não é aprovado quem a si mesmo se louva, mas, sim, aquele a quem o Senhor louva. |
Colossenses 3:22 | Vós, servos, obedecei em tudo a vosso senhor segundo a carne, não servindo só na aparência, como para agradar aos homens, mas em simplicidade de coração, temendo a Deus. |
I Pedro 1:7 | para que a prova da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que perece e é provado pelo fogo, se ache em louvor, e honra, e glória na revelação de Jesus Cristo; |
I Pedro 2:13 | Sujeitai-vos, pois, a toda ordenação humana por amor do Senhor; quer ao rei, como superior; |
Jó 31:24 | Se no ouro pus a minha esperança ou disse ao ouro fino: Tu és a minha confiança; |
Salmos 39:6 | Na verdade, todo homem anda como uma sombra; na verdade, em vão se inquietam; amontoam riquezas e não sabem quem as levará. |
Salmos 62:10 | Não confieis na opressão, nem vos desvaneçais na rapina; se as vossas riquezas aumentam, não ponhais nelas o coração. |
Provérbios 11:4 | Não aproveitam as riquezas no dia da ira, mas a justiça livra da morte. |
Provérbios 16:16 | Quanto melhor é adquirir a sabedoria do que o ouro! E quanto mais excelente, adquirir a prudência do que a prata! |
Provérbios 23:4 | Não te canses para enriqueceres; dá de mão à tua própria sabedoria. |
Eclesiastes 2:26 | Porque ao homem que é bom diante dele, dá Deus sabedoria, e conhecimento, e alegria; mas ao pecador dá trabalho, para que ele ajunte, e amontoe, e o dê ao bom perante a sua face. Também isso é vaidade e aflição de espírito. |
Eclesiastes 5:10 | O que amar o dinheiro nunca se fartará de dinheiro; e quem amar a abundância nunca se fartará da renda; também isso é vaidade. |
Sofonias 1:18 | Nem a sua prata nem o seu ouro os poderá livrar no dia do furor do Senhor, mas, pelo fogo do seu zelo, toda esta terra será consumida, porque certamente fará de todos os moradores da terra uma destruição total e apressada. |
Mateus 19:21 | Disse-lhe Jesus: |
Lucas 12:21 | |
Lucas 12:33 | |
Lucas 18:22 | E, quando Jesus ouviu isso, disse-lhe: |
Lucas 18:24 | E, vendo Jesus que ele ficara muito triste, disse: |
I Timóteo 6:8 | Tendo, porém, sustento e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes. |
I Timóteo 6:17 | Manda aos ricos deste mundo que não sejam altivos, nem ponham a esperança na incerteza das riquezas, mas em Deus, que abundantemente nos dá todas as coisas para delas gozarmos; |
Hebreus 13:5 | Sejam vossos costumes sem avareza, contentando-vos com o que tendes; porque ele disse: Não te deixarei, nem te desampararei. |
Tiago 5:1 | Eia, pois, agora vós, ricos, chorai e pranteai por vossas misérias, que sobre vós hão de vir. |
I João 2:15 | Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. |
Isaías 33:6 | E haverá estabilidade nos teus tempos, abundância de salvação, sabedoria e ciência; e o temor do Senhor será o seu tesouro. |
Mateus 19:21 | Disse-lhe Jesus: |
Lucas 12:33 | |
Lucas 18:22 | E, quando Jesus ouviu isso, disse-lhe: |
I Timóteo 6:17 | Manda aos ricos deste mundo que não sejam altivos, nem ponham a esperança na incerteza das riquezas, mas em Deus, que abundantemente nos dá todas as coisas para delas gozarmos; |
I Timóteo 6:19 | que entesourem para si mesmos um bom fundamento para o futuro, para que possam alcançar a vida eterna. |
Hebreus 10:34 | Porque também vos compadecestes dos que estavam nas prisões e com gozo permitistes a espoliação dos vossos bens, sabendo que, em vós mesmos, tendes nos céus uma possessão melhor e permanente. |
Hebreus 11:26 | tendo, por maiores riquezas, o vitupério de Cristo do que os tesouros do Egito; porque tinha em vista a recompensa. |
Tiago 2:5 | Ouvi, meus amados irmãos. Porventura, não escolheu Deus aos pobres deste mundo para serem ricos na fé e herdeiros do Reino que prometeu aos que o amam? |
I Pedro 1:4 | para uma herança incorruptível, incontaminável e que se não pode murchar, guardada nos céus para vós |
I Pedro 5:4 | E, quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa de glória. |
Apocalipse 2:9 |
Provérbios 4:23 | Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as saídas da vida. |
Isaías 33:6 | E haverá estabilidade nos teus tempos, abundância de salvação, sabedoria e ciência; e o temor do Senhor será o seu tesouro. |
Jeremias 4:14 | Lava o teu coração da malícia, ó Jerusalém, para que sejas salva; até quando permanecerão no meio de ti os teus maus pensamentos? |
Jeremias 22:17 | Mas os teus olhos e o teu coração não atentam senão para a tua avareza, e para o sangue inocente, a fim de derramá-lo, e para a opressão, e para a violência, a fim de levar isso a efeito. |
Mateus 12:34 | |
Lucas 12:34 | |
Atos 8:21 | Tu não tens parte nem sorte nesta palavra, porque o teu coração não é reto diante de Deus. |
Romanos 7:5 | Porque, quando estávamos na carne, as paixões dos pecados, que são pela lei, operavam em nossos membros para darem fruto para a morte. |
II Coríntios 4:18 | não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se não veem são eternas. |
Colossenses 3:1 | Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. |
Hebreus 3:12 | Vede, irmãos, que nunca haja em qualquer de vós um coração mau e infiel, para se apartar do Deus vivo. |
Lucas 11:34 | |
Atos 2:46 | E, perseverando unânimes todos os dias no templo e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração, |
II Coríntios 11:3 | Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos e se apartem da simplicidade que há em Cristo. |
Efésios 6:5 | Vós, servos, obedecei a vosso senhor segundo a carne, com temor e tremor, na sinceridade de vosso coração, como a Cristo, |
Colossenses 3:22 | Vós, servos, obedecei em tudo a vosso senhor segundo a carne, não servindo só na aparência, como para agradar aos homens, mas em simplicidade de coração, temendo a Deus. |
Provérbios 26:12 | Tens visto um homem que é sábio a seus próprios olhos? Maior esperança há no tolo do que nele. |
Isaías 5:20 | Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem, mal! Que fazem da escuridade luz, e da luz, escuridade, e fazem do amargo doce, e do doce, amargo! |
Isaías 8:20 | À lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, nunca verão a alva. |
Isaías 44:18 | Nada sabem, nem entendem; porque se lhe untaram os olhos, para que não vejam, e o coração, para que não entendam. |
Jeremias 4:22 | Deveras o meu povo está louco, já me não conhece; são filhos néscios e não inteligentes; sábios são para mal fazer, mas para bem fazer nada sabem. |
Jeremias 8:8 | Como, pois, dizeis: Nós somos sábios, e a lei do Senhor está conosco? Eis que em vão tem trabalhado a falsa pena dos escribas. |
Mateus 6:22 | |
Mateus 20:15 | |
Mateus 23:16 | |
Marcos 7:22 | |
Lucas 8:10 | E ele disse: |
João 9:39 | E disse-lhe Jesus: |
Romanos 1:22 | Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos. |
Romanos 2:17 | Eis que tu, que tens por sobrenome judeu, e repousas na lei, e te glorias em Deus; |
I Coríntios 1:18 | Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus. |
I Coríntios 2:14 | Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. |
I Coríntios 3:18 | Ninguém se engane a si mesmo: se alguém dentre vós se tem por sábio neste mundo, faça-se louco para ser sábio. |
Efésios 4:18 | entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus, pela ignorância que há neles, pela dureza do seu coração, |
Efésios 5:8 | Porque, noutro tempo, éreis trevas, mas, agora, sois luz no Senhor; andai como filhos da luz |
I João 2:11 | Mas aquele que aborrece a seu irmão está em trevas, e anda em trevas, e não sabe para onde deva ir; porque as trevas lhe cegaram os olhos. |
Apocalipse 3:17 |
Josué 24:15 | Porém, se vos parece mal aos vossos olhos servir ao Senhor, escolhei hoje a quem sirvais: se os deuses a quem serviram vossos pais, que estavam dalém do rio, ou os deuses dos amorreus, em cuja terra habitais; porém eu e a minha casa serviremos ao Senhor. |
Josué 24:19 | Então, Josué disse ao povo: Não podereis servir ao Senhor, porquanto é Deus santo, é Deus zeloso, que não perdoará a vossa transgressão nem os vossos pecados. |
I Samuel 7:3 | Então, falou Samuel a toda a casa de Israel, dizendo: Se com todo o vosso coração vos converterdes ao Senhor, tirai dentre vós os deuses estranhos e os astarotes, e preparai o vosso coração ao Senhor, e servi a ele só, e vos livrará da mão dos filisteus. |
I Reis 18:21 | Então, Elias se chegou a todo o povo e disse: Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o; e, se Baal, segui-o. Porém o povo lhe não respondeu nada. |
II Reis 17:33 | Assim, ao Senhor temiam e também a seus deuses serviam, segundo o costume das nações dentre as quais tinham sido transportados. |
II Reis 17:41 | Assim, estas nações temiam ao Senhor e serviam as suas imagens de escultura; como fizeram seus pais, assim fazem também seus filhos e os filhos de seus filhos, até ao dia de hoje. |
Ezequiel 20:39 | Quanto a vós, ó casa de Israel, assim diz o Senhor Jeová: Ide, sirva cada um aos seus ídolos, pois que a mim me não quereis ouvir; mas não profaneis mais o meu santo nome com as vossas dádivas e com os vossos ídolos. |
Sofonias 1:5 | e os que sobre os telhados se curvam ao exército do céu; e os que se inclinam jurando ao Senhor e juram por Malcã; |
Mateus 4:10 | Então, disse-lhe Jesus: |
Lucas 16:9 | |
Lucas 16:11 | |
Lucas 16:13 | |
Romanos 6:16 | Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para lhe obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça? |
Gálatas 1:10 | Porque persuado eu agora a homens ou a Deus? Ou procuro agradar a homens? Se estivesse ainda agradando aos homens, não seria servo de Cristo. |
I Timóteo 6:9 | Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. |
I Timóteo 6:17 | Manda aos ricos deste mundo que não sejam altivos, nem ponham a esperança na incerteza das riquezas, mas em Deus, que abundantemente nos dá todas as coisas para delas gozarmos; |
II Timóteo 4:10 | Porque Demas me desamparou, amando o presente século, e foi para Tessalônica; Crescente, para a Galácia, Tito, para a Dalmácia. |
Tiago 4:4 | Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus. |
I João 2:15 | Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. |
Salmos 55:22 | Lança o teu cuidado sobre o Senhor, e ele te susterá; nunca permitirá que o justo seja abalado. |
Mateus 5:22 | |
Mateus 6:27 | |
Mateus 6:31 | |
Mateus 6:34 | |
Mateus 10:19 | |
Mateus 13:22 | |
Marcos 4:19 | |
Marcos 13:11 | |
Lucas 8:14 | |
Lucas 10:40 | Marta, porém, andava distraída em muitos serviços e, aproximando-se, disse: Senhor, não te importas que minha irmã me deixe servir só? Dize-lhe, pois, que me ajude. |
Lucas 12:4 | |
Lucas 12:8 | |
Lucas 12:11 | |
Lucas 12:22 | E disse aos seus discípulos: |
Romanos 8:32 | Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes, o entregou por todos nós, como nos não dará também com ele todas as coisas? |
I Coríntios 7:32 | E bem quisera eu que estivésseis sem cuidado. O solteiro cuida das coisas do Senhor, em como há de agradar ao Senhor; |
Filipenses 4:6 | Não estejais inquietos por coisa alguma; antes, as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus, pela oração e súplicas, com ação de graças. |
II Timóteo 2:4 | Ninguém que milita se embaraça com negócio desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra. |
Hebreus 13:5 | Sejam vossos costumes sem avareza, contentando-vos com o que tendes; porque ele disse: Não te deixarei, nem te desampararei. |
I Pedro 5:7 | lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós. |
Gênesis 1:29 | E disse Deus: Eis que vos tenho dado toda erva que dá semente e que está sobre a face de toda a terra e toda árvore em que há fruto de árvore que dá semente; ser-vos-ão para mantimento. |
Jó 35:11 | Que nos faz mais doutos do que os animais da terra e nos faz mais sábios do que as aves dos céus? |
Jó 38:41 | Quem prepara para os corvos o seu alimento, quando os seus pintainhos gritam a Deus e andam vagueando, por não terem que comer? |
Salmos 104:11 | Dão de beber a todos os animais do campo; os jumentos monteses matam com elas a sua sede. |
Salmos 104:27 | Todos esperam de ti que lhes dês o seu sustento em tempo oportuno. |
Salmos 145:15 | Os olhos de todos esperam em ti, e tu lhes dás o seu mantimento a seu tempo. |
Salmos 147:9 | que dá aos animais o seu sustento e aos filhos dos corvos, quando clamam. |
Mateus 6:32 | |
Mateus 7:9 | |
Mateus 10:29 | |
Lucas 12:6 | |
Lucas 12:24 |
Salmos 39:5 | Eis que fizeste os meus dias como a palmos; o tempo da minha vida é como nada diante de ti; na verdade, todo homem, por mais firme que esteja, é totalmente vaidade. (Selá) |
Eclesiastes 3:14 | Eu sei que tudo quanto Deus faz durará eternamente; nada se lhe deve acrescentar e nada se lhe deve tirar. E isso faz Deus para que haja temor diante dele. |
Mateus 5:36 | |
Lucas 12:25 | |
I Coríntios 12:18 | Mas, agora, Deus colocou os membros no corpo, cada um deles como quis. |
Mateus 6:25 | |
Mateus 6:31 | |
Mateus 10:10 | |
Lucas 3:11 | E, respondendo ele, disse-lhes: Quem tiver duas túnicas, que reparta com o que não tem, e quem tiver alimentos, que faça da mesma maneira. |
Lucas 12:27 | |
Lucas 22:35 | E disse-lhes: |
Filipenses 4:6 | Não estejais inquietos por coisa alguma; antes, as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus, pela oração e súplicas, com ação de graças. |
I Reis 10:4 | Vendo, pois, a rainha de Sabá toda a sabedoria de Salomão, e a casa que edificara, |
II Crônicas 9:4 | e as iguarias da sua mesa, e o assentar dos seus servos, e o estar dos seus criados, e as vestes deles, e os seus copeiros, e as vestes deles, e a sua subida pela qual ele subia à Casa do Senhor, ficou como fora de si. |
II Crônicas 9:20 | Também todos os vasos de beber do rei Salomão eram de ouro, e todos os objetos da casa do bosque do Líbano, de ouro puro; a prata reputava-se por nada nos dias de Salomão. |
I Timóteo 2:9 | Que do mesmo modo as mulheres se ataviem em traje honesto, com pudor e modéstia, não com tranças, ou com ouro, ou pérolas, ou vestidos preciosos, |
I Pedro 3:2 | considerando a vossa vida casta, em temor. |
Salmos 90:5 | Tu os levas como corrente de água; são como um sono; são como a erva que cresce de madrugada; |
Salmos 92:7 | Brotam os ímpios como a erva, e florescem todos os que praticam a iniquidade, mas para serem destruídos para sempre. |
Isaías 40:6 | Voz que diz: Clama; e alguém disse: Que hei de clamar? Toda carne é erva, e toda a sua beleza, como as flores do campo. |
Mateus 8:26 | E ele disse-lhes: |
Mateus 14:31 | E logo Jesus, estendendo a mão, segurou-o e disse-lhe: |
Mateus 16:8 | E Jesus, percebendo isso, disse: |
Mateus 17:17 | E Jesus, respondendo, disse: |
Marcos 4:40 | E disse-lhes: |
Marcos 9:19 | E ele, respondendo-lhes, disse: |
Lucas 9:41 | E Jesus, respondendo, disse: |
Lucas 12:28 | |
João 20:27 | Depois, disse a Tomé: |
Hebreus 3:12 | Vede, irmãos, que nunca haja em qualquer de vós um coração mau e infiel, para se apartar do Deus vivo. |
Tiago 1:10 | e o rico, em seu abatimento, porque ele passará como a flor da erva. |
I Pedro 1:24 | Porque toda carne é como erva, e toda a glória do homem, como a flor da erva. Secou-se a erva, e caiu a sua flor; |
Levítico 25:20 | E se disserdes: Que comeremos no ano sétimo, visto que não havemos de semear nem colher a nossa novidade? |
II Crônicas 25:9 | E disse Amazias ao homem de Deus: Que se fará, pois, dos cem talentos de prata que dei às tropas de Israel? E disse o homem de Deus: Mais tem o Senhor que te dar do que isso. |
Salmos 37:3 | Confia no Senhor e faze o bem; habitarás na terra e, verdadeiramente, serás alimentado. |
Salmos 55:22 | Lança o teu cuidado sobre o Senhor, e ele te susterá; nunca permitirá que o justo seja abalado. |
Salmos 78:18 | E tentaram a Deus no seu coração, pedindo carne para satisfazerem o seu apetite. |
Mateus 4:4 | Ele, porém, respondendo, disse: |
Mateus 15:33 | E os seus discípulos disseram-lhe: Donde nos viriam num deserto tantos pães, para saciar tal multidão? |
Lucas 12:29 | |
I Pedro 5:7 | lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós. |
Salmos 17:14 | dos homens, com a tua mão, Senhor, dos homens do mundo, cuja porção está nesta vida e cujo ventre enches do teu tesouro oculto; seus filhos estão fartos, e estes dão os seus sobejos às suas crianças. |
Salmos 103:13 | Como um pai se compadece de seus filhos, assim o Senhor se compadece daqueles que o temem. |
Mateus 5:46 | |
Mateus 6:8 | |
Mateus 20:25 | Então, Jesus, chamando-os para junto de si, disse: |
Lucas 11:11 | |
Lucas 12:30 | |
Efésios 4:17 | E digo isto e testifico no Senhor, para que não andeis mais como andam também os outros gentios, na vaidade do seu sentido, |
I Tessalonicenses 4:5 | não na paixão de concupiscência, como os gentios, que não conhecem a Deus. |
Levítico 25:20 | E se disserdes: Que comeremos no ano sétimo, visto que não havemos de semear nem colher a nossa novidade? |
I Reis 3:11 | E disse-lhe Deus: Porquanto pediste esta coisa e não pediste para ti riquezas, nem pediste a vida de teus inimigos, mas pediste para ti entendimento, para ouvir causas de juízo; |
I Reis 17:13 | E Elias lhe disse: Não temas; vai e faze conforme a tua palavra; porém faze disso primeiro para mim um bolo pequeno e traze-mo para fora; depois, farás para ti e para teu filho. |
II Crônicas 1:7 | Naquela mesma noite, Deus apareceu a Salomão e disse-lhe: Pede o que quiseres que eu te dê. |
II Crônicas 31:20 | E assim fez Ezequias em todo o Judá; e fez o que era bom, e reto, e verdadeiro perante o Senhor, seu Deus. |
Salmos 34:9 | Temei ao Senhor, vós os seus santos, pois não têm falta alguma aqueles que o temem. |
Salmos 37:3 | Confia no Senhor e faze o bem; habitarás na terra e, verdadeiramente, serás alimentado. |
Salmos 37:18 | O Senhor conhece os dias dos retos, e a sua herança permanecerá para sempre. |
Salmos 37:25 | Fui moço e agora sou velho; mas nunca vi desamparado o justo, nem a sua descendência a mendigar o pão. |
Salmos 84:11 | Porque o Senhor Deus é um sol e escudo; o Senhor dará graça e glória; não negará bem algum aos que andam na retidão. |
Provérbios 2:1 | Filho meu, se aceitares as minhas palavras e esconderes contigo os meus mandamentos, |
Provérbios 3:9 | Honra ao Senhor com a tua fazenda e com as primícias de toda a tua renda; |
Isaías 45:24 | De mim se dirá: Deveras no Senhor há justiça e força; até ele virão, mas serão envergonhados todos os que se irritarem contra ele. |
Jeremias 23:6 | Nos seus dias, Judá será salvo, e Israel habitará seguro; e este será o nome com que o nomearão: O Senhor, Justiça Nossa. |
Ageu 1:2 | Assim fala o Senhor dos Exércitos, dizendo: Este povo diz: Não veio ainda o tempo, o tempo em que a Casa do Senhor deve ser edificada. |
Ageu 2:16 | Depois daquele tempo, veio alguém a um monte de vinte medidas, e havia somente dez; vindo ao lagar para tirar cinquenta, havia somente vinte. |
Mateus 3:2 | e dizendo: Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos céus. |
Mateus 4:17 | Desde então, começou Jesus a pregar e a dizer: |
Mateus 5:6 | |
Mateus 13:44 | |
Mateus 19:29 | |
Marcos 10:29 | E Jesus, respondendo, disse: |
Lucas 1:6 | E eram ambos justos perante Deus, vivendo irrepreensivelmente em todos os mandamentos e preceitos do Senhor. |
Lucas 12:31 | |
Lucas 18:29 | E ele lhes disse: |
João 6:27 | |
Atos 20:25 | E, agora, na verdade, sei que todos vós, por quem passei pregando o Reino de Deus, não vereis mais o meu rosto. |
Atos 28:31 | pregando o Reino de Deus e ensinando com toda a liberdade as coisas pertencentes ao Senhor Jesus Cristo, sem impedimento algum. |
Romanos 1:17 | Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá da fé. |
Romanos 3:21 | Mas, agora, se manifestou, sem a lei, a justiça de Deus, tendo o testemunho da Lei e dos Profetas, |
Romanos 8:31 | Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? |
Romanos 10:3 | Porquanto, não conhecendo a justiça de Deus e procurando estabelecer a sua própria justiça, não se sujeitaram à justiça de Deus. |
Romanos 14:17 | porque o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo. |
I Coríntios 1:30 | Mas vós sois dele, em Jesus Cristo, o qual para nós foi feito por Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção; |
I Coríntios 3:22 | seja Paulo, seja Apolo, seja Cefas, seja o mundo, seja a vida, seja a morte, seja o presente, seja o futuro, tudo é vosso, |
II Coríntios 5:21 | Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus. |
Filipenses 3:9 | e seja achado nele, não tendo a minha justiça que vem da lei, mas a que vem pela fé em Cristo, a saber, a justiça que vem de Deus, pela fé; |
Colossenses 1:13 | Ele nos tirou da potestade das trevas e nos transportou para o Reino do Filho do seu amor, |
II Tessalonicenses 1:5 | prova clara do justo juízo de Deus, para que sejais havidos por dignos do Reino de Deus, pelo qual também padeceis; |
I Timóteo 4:8 | Porque o exercício corporal para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da que há de vir. |
II Pedro 1:1 | Simão Pedro, servo e apóstolo de Jesus Cristo, aos que conosco alcançaram fé igualmente preciosa pela justiça do nosso Deus e Salvador Jesus Cristo: |
II Pedro 1:11 | Porque assim vos será amplamente concedida a entrada no Reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. |
Êxodo 16:18 | Porém, medindo-o com o gômer, não sobejava ao que colhera muito, nem faltava ao que colhera pouco; cada um colheu tanto quanto podia comer. |
Deuteronômio 33:25 | O ferro e o metal será o teu calçado; e a tua força será como os teus dias. |
I Reis 17:4 | E há de ser que beberás do ribeiro; e eu tenho ordenado aos corvos que ali te sustentem. |
I Reis 17:14 | Porque assim diz o Senhor, Deus de Israel: A farinha da panela não se acabará, e o azeite da botija não faltará, até ao dia em que o Senhor dê chuva sobre a terra. |
II Reis 7:1 | Então, disse Eliseu: Ouvi a palavra do Senhor; assim diz o Senhor: Amanhã, quase a este tempo, uma medida de farinha haverá por um siclo, e duas medidas de cevada, por um siclo, à porta de Samaria. |
Lamentações de Jeremias 3:23 | Novas são cada manhã; grande é a tua fidelidade. |
Mateus 6:11 | |
Mateus 6:25 | |
Lucas 11:3 | |
João 14:27 | |
João 16:33 | |
Atos 14:22 | confirmando o ânimo dos discípulos, exortando-os a permanecer na fé, pois que por muitas tribulações nos importa entrar no Reino de Deus. |
I Tessalonicenses 3:3 | para que ninguém se comova por estas tribulações; porque vós mesmos sabeis que para isto fomos ordenados; |
Hebreus 13:5 | Sejam vossos costumes sem avareza, contentando-vos com o que tendes; porque ele disse: Não te deixarei, nem te desampararei. |
As notas de rodapé presentes na Bíblia versão Haroldo Dutra são comentários e explicações adicionais fornecidos pelo tradutor para ajudar os leitores a entender melhor o texto bíblico. Essas notas de rodapé são baseadas em pesquisas, análises históricas, culturais e linguísticas, bem como em outras referências bíblicas, a fim de fornecer um contexto mais profundo e uma interpretação mais precisa do significado original do texto. As notas de rodapé são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.
Notas de rodapé da Bíblia (HD) - Haroldo Dutra
1) Servos (douloi) que como escravos faziam parte da propriedade, e de fato quase faziam parte da família;
2) Escravos de classe inferior (paides), que eram subordinados aos servos;
3) Servos assalariados (misthioi) que era um homem livre e recebia um salário pelo serviço prestado. Certamente, nessa passagem, Lucas se refere a um tipo de servo que pode ser enquadrado na primeira ou segunda categoria, cuja função era o trabalho doméstico.
As notas de rodapé presentes na Bíblia versão LTT, Bíblia Literal do Texto Tradicional, são explicações adicionais fornecidas pelos tradutores para ajudar os leitores a entender melhor o texto bíblico. Essas notas são baseadas em referências bíblicas, históricas e linguísticas, bem como em outros estudos teológicos e literários, a fim de fornecer um contexto mais preciso e uma interpretação mais fiel ao texto original. As notas de rodapé são uma ferramenta útil para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira compreender melhor o significado e a mensagem das Escrituras Sagradas.
Notas de rodapé da LTT
Mt
A) Nunca e de modo algum para impressionar os presentes (como isto condena a tantos não romanistas!); e
B) Nunca e de modo algum com VÃS REPETIÇÕES (como isto condena a tantos romanistas!).
Mt
- Mt
- Portanto, temos que tomar a ordem de Jesus em 9-13 como significando que cada oração do crente, mesmo em novas palavras geradas no coração e originais e inéditas, mesmo não sendo exata reprodução de nenhuma outra oração, deve ser do mesmo TIPO, ter os mesmos conceitos GERAIS deste MODELO de oração. (Um modelo de fala ou de escrita é algo a ser usado como guia e exemplo inspirativo, produzindo falas e escritos segundo os mesmos princípios, mas, mesmo assim, falas e escritos originais, diferentes, espontâneos, voluntários, brotando novas do coração). Os conceitos a estarem presentes a cada oração incluem: adoração; glorificação e louvor a Deus; reconhecimento de Sua soberania; anelo por Sua volta e Seu reinar; submissão perfeita à perfeita vontade de Deus; pedido pelas necessidades reais daquele exato dia; perdão aos nossos devedores (de bens materiais e de pedidos de perdão); confissão sincera e arrependida de nossos pecados; súplica para sermos perdoados e assim continuarmos gozando comunhão com Deus; reconhecimento de fraqueza e pedido para não sermos levados à prova nem tocados pelo mal; etc.
Green.
KJB.
"Mamom": tesouro ou riqueza, tomados como se fossem uma pessoa.
côvado: 45 cm.
"fiar": "puxar e torcer lã ou linho ou ... formando fio [fino e compacto] ou linha [grossa e fôfa]."
Mt
- - - REINAR DE DEUS é a esfera, o conjunto de todos (homens SALVOS e santos seres angelicais) que REAL E GOZOSAMENTE se submeteram a Deus, crendo e obedecendo Sua Palavra. Tais homens, de uma vez para sempre têm crido e aceito o Messias como Salvador único e completo, e como único e total Senhor e Deus.
- O reinar de Deus não tem aparência exterior, e está no meio de nós (Lc
- - - As seguintes parábolas enfatizam COMO o reinar de Deus ESTÁ SENDO PREPARADO: há o falso crente junto ao real, e, frequentemente, ambos são tão parecidos que só Deus sabe com toda certeza quem são eles; e/ou há o fermento, sutilmente inoculado pelo Diabo, disfarçada mas terrivelmente corrompendo a massa:
- Parábolas onde o crente falso está misturado com o real, tão semelhante a este:
. Casas na rocha e na areia Lc
. Parábola do semeador e dos 4 solos Mc
- Parábolas onde o erro está misturado com a verdade, contaminando-a:
. Parábola do grão de mostarda Mc
. Parábola do fermento Lc
Mt
Gematria é a numerologia hebraica, uma técnica de interpretação rabínica específica de uma linhagem do judaísmo que a linhagem Mística.
Gematria
quatro (4)
As quatro direções (norte, sul, leste e oeste) juntamente com os elementos básicos do mundo físico (fogo, ar, água e terra). A união dos níveis de interpretação da Torá (pshat - literal, remez - alusivo, drush - alegórico e sod - místico). O conjunto completo da família (pai, mãe, filho e filha). Também representa a humildade e a auto-anulação perante Deus.
Dois (2)
A natureza dualística existente no cosmo. O positivo e negativo, o bem e o mal, céus e terra, anoite e o dia, ..., Etc. É a pluralidade das criaturas existentes no mundo, isto é, as coisas tangíveis; a matéria.
Os mapas históricos bíblicos são representações cartográficas que mostram as diferentes regiões geográficas mencionadas na Bíblia, bem como os eventos históricos que ocorreram nesses lugares. Esses mapas são usados para contextualizar a história e a geografia das narrativas bíblicas, tornando-as mais compreensíveis e acessíveis aos leitores. Eles também podem fornecer informações adicionais sobre as culturas, as tradições e as dinâmicas políticas e religiosas das regiões retratadas na Bíblia, ajudando a enriquecer a compreensão dos eventos narrados nas Escrituras Sagradas. Os mapas históricos bíblicos são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.
Mapas Históricos
Região da Sefalá
VALE DO RIFTE DO JORDÃOAs forças geológicas dominantes que esculpiram as características mais proeminentes do Levante são mais visíveis no Vale do Rifte do Jordão. Estendendo-se para além do Levante, a fissura geológica é conhecida como Vale do Rifte Afro-Árabe. Um bloco rebaixado confinado por duas falhas geológicas paralelas começa no sudeste da Turquia e se estende para o sul, atravessando o Levante e chegando até o golfo de Ácaba. A partir daí, a fratura avança para o sul, numa linha que corre paralela ao mar Vermelho, até a Etiópia, resultando na separação entre a península Árabe e a África. Na base do mar Vermelho, a própria falha geológica se divide: um braço oriental faz separação entre, de um lado, a placa Árabe e, de outro, a placa Somali e o "Chifre da África" e se estende até as profundezas do oceano Indico; um braço ocidental começa a penetrar diagonalmente na Etiópia, Quênia, Uganda, Tanzânia, Malaui e Moçambique. Conhecida naqueles segmentos como o "Grande Vale do Rifte Africano", essa rachadura geológica é a responsável pela criação dos lagos mais alongados da África Oriental (Turkana, Alberto, Eduardo, Kivu, Tanganica, Malaui), pela formação do lago Vitória e por fazer a ilha de Madagascar se separar do continente africano, Aqui, entalhada na crosta terrestre, há uma falha geológica que, sozinha, estende-se continuamente por mais de 6.400 quilômetros - 60 graus de latitude ou cerca de um sexto da circunferência da Terra. Pelo que se sabe, essa falha representa também a mais profunda fissura na superfície da Terra, e o ponto mais profundo ao longo do corte continental fica às margens do mar Morto. Aí, ao lado da margem ocidental, uma sucessão de falhas secundárias, bem próximas umas das outras e que correm em paralelo com a falha principal, tem dado aos cientistas oportunidade de estudar e avaliar a profundidade de deslocamento. Perfurações demonstraram ocorrência de deslocamentos verticais que chegam
1) Há relatos de que, em 7 e 8 de dezembro de 1267, um abalo desmoronou o rochedo íngreme existente ao lado do rio Jordão, em Damiya, o que causou o represamento do Jordão durante cerca de 10 horas.
2) Por volta do meio-dia de 14 de janeiro de 1546, ocorreu um terremoto cujo epicentro foi perto da cidade samaritana de Nablus (Siquém), de novo interrompendo a vazão do rio Jordão - desta vez durante cerca de dois dias.
3) Em 1.° de janeiro de 1837, um forte terremoto, com múltiplos epicentros, atingiu Israel e Jordânia. Na Galileia, quatro mil moradores da cidade de Safed foram mortos, bem como outros mil nas regiões ao redor. Toda a aldeia de Gush Halav foi destruída. No centro de Israel, duas ruas residenciais desapareceram completamente em Nablus, e um hotel desabou em Jericó, provocando ainda mais mortes. Os dois lados do que atualmente é conhecido como ponte Allenby foram deslocados.
Até mesmo em Amã, a mais de 160 quilômetros de distância, há registros de muitos danos causados por esse tremor.
4) Em 11 de julho de 1927, houve um terremoto no início da tarde, seu epicentro parece ter sido em algum ponto do lado norte do mar MortoS Há informações de que esse tremor provocou o desabamento de um paredão de terra de 45 metros, próximo de Damiya. Esse desabamento destruiu uma estrada e represou o Jordão durante 21 horas e meia (embora esta seja uma informação de segunda mão que, em anos recentes, tem sido questionada). Não se pode excluir a possibilidade de que um acontecimento semelhante tenha ocorrido quando Israel atravessou o Jordão "a seco" (Js
Depois de fazer um levantamento do Vale do Rifte do Jordão como um todo, examinemos suas várias partes.
Primeiro, a uma altitude de 2.814 metros, o monte Hermom tem uma precipitação anual de 1.520 milímetros de chuva e permanece coberto de neve o ano todo (cp. Jr
Descendo pelas encostas ou borbulhando em seu sopé, existem centenas de fontes e regatos que se juntam para formar os quatro principais cursos d'água que dão origem ao Jordão. O curso d'água mais a oeste - Ayun (n. Bareighit) - surge perto da moderna Metulla, cidade fronteiriça israelense, e segue quase diretamente para o sul. Não longe dali, fica o curso maior, o rio Senir (n. Habani), que tem origem no lado ocidental do Hermom, em frente à aldeia libanesa de Hasbiyya. O rio Da/Leda nasce no sopé do sítio bíblico de Dá (n. Qadi), e o rio Hermom (n. Banias) aflora das cavernas próximas ao local da moderna Banyas. Quando, por fim, juntam-se para formar um único curso d'água perto do lago Hula, as águas já desceram a uma altitude aproximada de apenas 90 metros acima do nível do mar.
Prosseguindo seu fluxo descendente, as águas chegam ao mar da Galileia (Mt
1) ou simplesmente "o mar" (Mt
Flanqueado pela região montanhosa da Baixa Galileia a oeste e pelo Gola a leste, no mar da Galileia deve ter havido intensa atividade ao longo de todo o período bíblico.
Cafarnaum, próxima de onde passa a Grande Estrada Principal, revela indícios de ocupação já em 8000 a.C. e pelo menos 25 outros locais na Baixa Galileia foram ocupados já na 1dade do Bronze Inicial. Mas foi no período romano que a atividade humana na região alcançou o ápice. Os rabinos afirmavam: "O Senhor criou sete mares, mas o mar de Genesaré é seu deleite.
O mar da Galileia também deleitou Herodes Antipas, que, as suas margens, construiu a cidade de Tiberíades, com seus inúmeros adornos arquitetônicos de grandeza romana.
Nas proximidades, foram construídos banhos romanos em Hamate, um hipódromo em Magdala (Tariqueia), bem como muitas aldeias, casas suntuosas, muitas ruas pavimentadas e numerosas arcadas. Desse modo, na época do Novo Testamento, o mar estava experimentando tempos de relativa prosperidade, em grande parte relacionada com uma florescente indústria pesqueira que, estima-se, chegava a apanhar 2 mil toneladas de peixe. Em meados da década de 1980, quando o nível da água ficou bem baixo, descobriu-se mais de uma dúzia de portos romanos circundando o mar da Galileia. Essa prosperidade se reflete em vários incidentes narrados nos Evangelhos e que aconteceram perto do Mar. Por exemplo, a parábola de Jesus sobre um rico tolo que achou recomendável derrubar seus celeiros e construir outros ainda maiores foi proferida às margens do Mar (Lc
Há uma distância em linha reta de apenas 120 quilômetros separando o mar da Galileia e o mar Morto. No entanto, entre um e outro, o rio Jordão serpenteia por cerca de 240 quilômetros (observe-se, que é possível que, da Antiguidade bíblica para cá, tenha ocorrido uma mudanca no ponto em que o Jordão entra no mar da Galileia e no ponto em que dele sai). Aí o rebaixado Vale do Rifte, às vezes chamado de "o Ghor" ("depressão"), varia de largura, entre 3,2 e 6,4 quilômetros, embora alargue nas bacias de Bete-Sea e Jericó. O próprio Jordão corre ao longo do leito sinuoso mais baixo do Ghor - atravessando uma mata fechada, baixa e emaranhada de tamargueiras, álamos e oleandros, espinheiros pontudos e toras espalhadas e podres trazidas pela água (2Rs
Alguns textos bíblicos dão a entender que, na Antiguidade, animais selvagens habitavam essa mata fechada (1Sm
No fim de seu curso, o rio Jordão desaguava no mar Morto ou, tal como é chamado na Bíblia, mar Salgado (Gn
O mar Morto é um lago sem saída (sem acesso para os oceanos) que mede cerca de 16 quilômetros de largura, aproximadamente 80 quilômetros de comprimento e alcança uma profundidade de pouco mais de 300 metros em um ponto de sua bacia norte. Contrastando fortemente com isso, nos dias atuais a bacia rasa no sul não tem água, mas é quase certo que teve um mínimo de 3 a 9 metros de água durante toda a era bíblica. A altitude extremamente baixa do mar Morto cria uma imensa e extensa bacia de captação de aproximadamente 70 mil quilômetros quadrados, o que faz dele o maior sistema hidrológico do Levante em área. Antes da construção de açudes e da escavação de canais de drenagem nessa área de captação, durante o século 20.9 calcula-se que o mar Morto recebia um total de 2,757 bilhões de metros cúbicos anuais de água, o que teria exigido uma média diária de evaporação na ordem de 5,47 milhões de metros cúbicos a fim de manter um equilíbrio no nível da água. Antes que houvesse esses modernos esforços de conservação, o despejo de água apenas do sistema do rio Jordão era de cerca de 1,335 bilhão de metros cúbicos por ano, o que significa que, durante a maior parte da Antiguidade bíblica, o Baixo Jordão deve ter tido uma vazão com o volume aproximado de rios como o Colorado ou o Susquehanna, ao passo que, hoje, sua vazão é de apenas uma fração disso. O mar Morto também é o lago mais hipersalino do mundo.
A salinidade média dos oceanos é de 3,5%. O Grande Lago Salgado, nos Estados Unidos, tem aproximadamente 18% de sal, e a baía Shark, na Austrália, tem um índice de salinidade pouco superior a 20%. Mas vários fatores combinam para criar, no mar Morto, uma salinidade hídrica que vai de 26 a 35%: (1) ele é alimentado por alguns cursos d'água que têm uma salinidade incomum, passando por solo nitroso e fontes sulfurosas; (2) é contaminado pela adição de sais químicos encontrados na falha geológica que existe embaixo dele (cloreto de sódio, cloreto de cálcio. cloreto de potássio. brometo de magnésio); (3) é exposto à contaminação resultante da erosão do monte Sedom, que é um plugue de rocha salina muito profundo e massivamente poroso que se estende por 8 quilômetros ao longo de sua margem sudoeste. O elevado teor de sal impede a vida aquática no mar Morto.com exceção de uns poucos micro-organismos (bactérias simples, algas verdes e vermelhas, protozoários) descobertos recentemente Contudo, ao longo da história, os minerais do mar Morto às vezes levaram a um aumento do valor das propriedades ao redor. Pelo menos desde o período neolítico um produto primário bastante valorizado é o betume. uma forma de petróleo endurecido por meio da evaporação e oxidação. utilizado para vedar e colar, confeccionar cestos, na medicina e na fabricação de tijolos de barro. Betume do mar Morto foi empregado como conservante em múmias do Egito antigo. Durante o período do Novo Testamento, os nabateus controlavam o comércio do betume do mar Morto, e há uma teoria de que a ânsia de Cleópatra em controlar o comércio de betume estimulou seu desejo de governar a região ao redor do mar Morto.
Também havia grande procura pelo bálsamo do mar Morto, o perfume e medicamento mais apreciado no mundo clássico. Dizem que Galeno, o eminente médico do segundo século d.C. ligado ao famoso Asclépio, em Pérgamo, viajou de sua cidade na Ásia Menor até o mar Morto com o propósito específico de voltar com o "bálsamo verdadeiro" O cloreto de potássio, outro mineral do mar Morto, tornou-se popular no século 20 devido ao emprego na fabricação de fertilizantes químicos. Ao mesmo tempo, banhos nas fontes termominerais ao longo das margens do mar Morto tornaram-se um tratamento popular para vários problemas de pele, especialmente a psoríase. Com isso, talvez se possa dizer que, em tempos recentes, o mar Morto passou a viver. Na Antiguidade, porém, a descrição sinistra do precipício do mar Morto se reflete nas páginas das Escrituras. A destruição de Sodoma e Gomorra (Gn
19) ocorreu bem próximo desse mar. Embora haja interpretações diferentes sobre a natureza exata da destruição que caiu sobre as duas cidades, seja como erupção vulcânica seja como explosão espontânea de bolsões de betume abaixo da superfície do solo, colunas cársticas de sal (conhecidas como "mulher de L6") são um fenômeno frequente na região do mar Morto. Pode-se quase adivinhar que o deserto uivante ao redor do mar Morto deve ter proporcionado um refúgio apropriado para o fugitivo Davi (1Sm
Por outro lado, o profeta Ezequiel (47.1-12; Zc
148) vislumbrou um tempo quando até mesmo as águas salgadas do mar Morto passarão por uma recriação total e não serão mais sombrias e sem vida, mas estarão plenas de vitalidade. Começando com o Sebkha (pântanos salgados) ao sul do mar Morto, o Grande Vale do Rifte forma uma espécie de vala arredondada que se estreita até chegar ao golfo de Ácaba. Ali começa a se alargar de novo, na direção do mar Vermelho, e o golfo é flanqueado por encostas escarpadas e penhascos altos que superam os 750 metros de altura. Por sua vez, no golfo de Ácaba, a apenas 1,6 quilômetro de distância desses penhascos, há abismos cuja profundidade da água ultrapassa os
PLANALTO DA TRANSJORDÂNIA
A quarta zona fisiográfica, a que fica mais a leste, é conhecida como Planalto da Transjordânia. A região do planalto ladeia imediatamente a Arabá, e é chamada na Bíblia de "além do Jordão" (Gn
UMA TERRA SEM RECURSOS
A terra designada para o Israel bíblico possui bem poucos recursos físicos e econômicos. Ela não contem praticamente nenhum metal precioso (pequenas quantidades de minério de cobre de baixo valor e um pouco de ferro e manganês) e uma gama bem limitada de minerais (alguns da área do mar Morto tendem a evaporar). Descobriu-se gás natural no Neguebe. Apesar de repetidas afirmações em contrário, ali não foram encontrados campos significativos de petróleo. A terra tem escassos recursos de madeira de lei e não tem suprimento suficiente de água doce (v. seções seguintes sobre hidrologia e arborização).




OS PATRIARCAS: AS EVIDÊNCIAS BÍBLICAS
UM CONTEXTO CRONOLÓGICO
Gênesis
Uma das datas para o êxodo é 1447 a.C.' Considerando-se que os israelitas permaneceram no Egito durante 430 anos, pode-se concluir que Jacó e seus filhos chegaram ao Egito em 1877 a.C. Assim, Abraão deve ter nascido na metade do século XXII a.C.
A outra data para o êxodo é c. 1270 a.C. Aceitando-se os mesmos dados mencionados acima, Abraão deve ter nascido por volta de 2000 a.C.
Alguns estudiosos também consideram que a estadia de Israel no Egito foi mais curta e situam os patriarcas num período posterior (mais próximo de nossa época), entre os séculos 20 e XVI a.C., a Média Idade do Bronze II.
ABRÃO VIAJA DE UR PARA HARÀ Tera, o pai de Abrão (como ele era conhecido naquele tempo), deixou "Ur dos caldeus"* e se assentou em Harà, na fronteira norte da Mesopotâmia, 32 km a sudeste da atual cidade turca de Urfa. Para alguns, Ur e Urfa se referem ao mesmo lugar, mas, nesse caso, Abrão teria voltado pelo mesmo caminho de onde veio antes de partir para Canaâ. Na verdade, a designação "Ur dos caldeus" resolve a questão. Os caldeus foram um povo que viveu no sul do Iraque do final do segundo milênio em diante.
Assim, Ur dos caldeus deve ser identificada com a cidade famosa de Ur, no sul do Iraque, conhecida hoje como Tell el- Muqayyar. Ur era um dos centros de uma civilização sofisticada vários séculos antes de Abraão, como indicam o Cemitério Real de Ur e o zigurate (templo em forma de torre) de Ur-Nammu, datados respectivamente de c. 2500 a.C. e 2113-2096 a.C.
ABRÃO VIAJA DE CANAÁ PARA O EGITO
Quando Abrão estava com cerca de 75 anos de idade, ele respondeu ao chamado de Deus para deixar seu país, seu povo e a casa de seu pai e se dirigir à terra que o Senhor lhe mostraria.* Abrão foi para Canaã, a terra prometida, mas uma grave escassez de alimento o levou a buscar refúgio no Egito. Lá, sua esposa Sarai (chamada posteriormente de Sara) chamou a atenção do Faraó.
EM CANAÃ
Ao voltar a Canaã, Abrão se tornou extremamente rico em rebanhos, prata e ouro. Tinha tantos rebanhos que precisou se separar de seu sobrinho, Ló, o qual escolheu armar suas tendas próximo a Sodoma, cujos habitantes eram conhecidos por sua grande perversidade. De acordo com Gênesis
Abrão (Pai exaltado) se tornaria Abraão (Pai de muitos)." ¡ Agar, a serva de Sara, lhe deu à luz Ismael e a própria Sara lhe deu à luz Isaque (o filho da promessa).° Quando Sara faleceu em Quiriate-Arba (atual Hebrom), Abraão comprou de Efrom, o heteu, um campo com uma caverna e ali sepultou a esposa. Posteriormente, Abraão, seu filho Isaque, Rebeca, esposa de Isaque, seu filho Jacó e Lia, a esposa de Jacó, também foram sepultados nesse local.
Isaque reabriu os poços que haviam sido cavados por Abraão no vale de Gerar e, de acordo com João 4:5-6, Jacó cavou um poço em Sicar, próximo a Siquém.
Fica evidente que os patriarcas eram homens de grande riqueza e influência em Canaã. Abrão tinha trezentos e dezoito "homens dos mais capazes" à sua disposição.' Aliás, a expressão "homens dos mais capazes" é bastante antiga, pois também aparece em textos egípcios de execração (maldição) do final do século XIX a.C. Os patriarcas se casaram com parentas: Isaque se casou com Rebeca, sobrinha neta de seu pai, e Jacó se casou com suas primas Lia e Raquel. Essas três mulheres eram da região de Harã, também chamada Harâ- Naharaim e Pada-Arã.
Por Paul Lawrence


A PROPAGAÇÃO DO CRISTIANISMO
Em II Timóteo, sua última carta, Paulo observa acerca de seus colegas que Crescente to1 para a Galácia e Tito para a Dalmácia. A Galácia corresponde à região central da atual Turquia e, provavelmente, incluía as igrejas fundadas por Paulo nas imediações de Antioquia da Pisídia: Icônio, Listra e Derbe. A Dalmácia corresponde à atual Albânia e partes da Sérvia e Montenegro.
Fica evidente que os colegas de Paulo estavam dando continuidade à sua prática de pregar o evangelho onde Jesus ainda não era conhecido.
O Novo Testamento não revela onde vários dos apóstolos e outros líderes da igreja foram pregar evangelho. De acordo com tradições posteriores, o apóstolo João passou seus últimos anos em Efeso e o apóstolo Filipe, em Hierápolis (Pamukkale), na Turquia.
As tradições também associam os apóstolos Tomé e Bartolomeu à Índia, mas não se sabe ao certo a que região esse termo se refere, que era usado para qualquer terra próxima ao oceano Indico.
A Bíblia não relata de que maneira o cristianismo se espalhou por todo o Império Romano e além de suas fronteiras. Sem dúvida os
- Em 79 d.C., o vulcão Vesúvio entrou em erupção e soterrou a cidade de Pompéia, no sul da Itália. Uma inscrição em latim constituída de cinco palavras com cinco letras cada, dispostas em forma de quadrado foi encontrada no local. O significado dessa inscrição ainda é um mistério, mas sabe-se que ela contém as palavras "PATER NOSTER" ("Pai Nosso"), as duas primeiras palavras da oração do Pai-Nosso em latim, e também duas vogais A e O que talvez representem as letras gregas alfa e ômega, usadas como um nome para Deus em Apocalipse
1: . Se, como parece ser o caso, a inscrição era um sinal secreto cristão, uma forma de cristãos reconhecerem irmãos na fé, trata-se de uma evidência da chegada do cristianismo em Pompeia antes do ano fatídico de 79 d.C. Cópias dessa mesma inscrição em forma de quadrado também foram encontradas em partes distantes do Império Romano e além das suas fronteiras.8 - Em 112 d.C., Plínio, o Moço, governador romano da província da Bitínia, no noroeste da Turquia, assustado com a propagação do cristianismo em sua província, escreveu ao imperador Trajano. Observou com certa consternação que até mesmo o conservadorismo religioso das vilas estava sendo superado e os santuários pagãos estavam sendo negligenciados. Plinio, que tentou executar todos que professavam a nova fé e recusavam abjurá-la publicamente, deu o seguinte testemunho: "Tinham o hábito de se encontrar num dia determinado antes do nascer do sol, quando cantavam um hino a Cristo como Deus e juravam solenemente não cometer nenhum ato de perversidade, mas se abster de toda fraude, roubo e adultério, nunca faltar com a palavra nem se eximir de uma responsabilidade quando fossem chamados z honrá-la" (Plínio, Cartas, 10.96.7).
- Em Dura Europos (as-Salahiya), na Síria, uma casa datada de 232-233 dC. foi adaptada pouco depois de sua construção de modo a ter um salão com lugar para cerca de cem pessoas. As paredes são pintadas com cenas do Antigo Testamento e dos Evangelhos, sugerindo que o local era usado para cultos cristãos.
PERSEGUIÇÃO E MARTÍRIO
Uma leitura superficial de Atos dos Apóstolos mostra que a igreja primitiva enfrentou períodos de perseguição. Pedro foi liberto da prisão por intervenção divina. Ao mesmo tempo, em 44 d.C., o apóstolo Tiago, filho de Zebedeu, foi morto por Herodes Agripa I. De acordo com tradições posteriores, André foi crucificado na Acaia (Grécia) e Pedro, em Roma. Nas cartas do Senhor ressurreto às sete igrejas em Apocalipse, cada uma dessas congregações é exortada a buscar a vitória. Algumas igrejas, como a de Esmirna, são advertidas acerca de uma perseguição específica e, de fato, grande parte do restante do livro de Apocalipse (não obstante sua interpretação) fala da igreja sob perseguição intensa. No final do livro a "Babilônia" semelhante à Roma em alguns aspectos, ma: provavelmente uma referência a sistema do mundo como um todo, cai e a nova jerusalém desce do céu, da parte de Deus. "Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles. E lhes enxugará dos olhos toda lágrima" (Ap
Essa esperança encheu os primeiros cristãos de coragem para enfrentar a morte. Ainda no período neotestamentário vários cristãos foram martirizados, mas essas ocorrências não se encontram registradas no texto bíblico. Em 64 d.C., quando grande parte de Roma foi destruída por incêndio, o imperador Nero culpou os cristãos. Realizou prisões em massa, e ordenou que suas vitimas tossem crucificadas, queimada: ou cobertas com peles de animas selvagens é despedaçadas por cães.° Outra perseguição irrompeu no governo do imperador Domiciano (81-96 .C.). A prisão de João na ilha de Patmos, durante a qual acredita-se que ele escreveu o livro de Apocalipse, ocorreu nesse período.
A perseguição aos cristãos continuou no governo dos imperadores romanos dos séculos 2 e III d.C. e pode ser esboçada pelo seguinte resumo extremamente sucinto:
- Em 156 .C., Policarpo, o bispo idoso de Esmirna, recusou abjurar sua fé diante de uma multidão pagã e perguntou: "Há oitenta e seis anos que o sirvo; jamais ele me fez mal algum; como poderei eu blasfemar contra me Rei e Salvador?"
- Em 177 .C., Marco Aurélio liderou outra perseguição severa contra as igrejas de Vienne e Lyon, no vale do rio Ródano, na França.
- Em 202 .C., Septímio Severo publicou um édito imperial proibindo expressamente a conversão a cristianismo. Milhares de cristãos morreram, especialmente em Cartago e no Egito.
- Em 250 d.C., Décio publicou um édito determinando que todos os habitantes do império deviam sacrificar as deuses do Estado e receber um certificado declarando que haviam cumprido essa obrigação.
- Em 257 d.C., Valeriano proibiu os cristãos de se reunirem em público e lhes negou acesso aos cemitérios.
- Em 303 d.C., Diocleciano ordenou a destruição de edifícios da igreja e cópias da Bíblia.
O RECONHECIMENTO OFICIAL DO CRISTIANISMO
O reconhecimento oficial teve um papel importante na propagação do cristianismo. Abgar IX (179-216 .C.), monarca do reino de Edessa (atual cidade de Urfa, no sudeste a Turquia), se converteu ao cristianismo. Em 301 d.C., o rei Tiridates e sua família, da Armênia, na fronteira oriental do Império Romano, foram batizados ao abraçarem a fé cristã. Em 313 d.C., na cidade de Milão, o imperador romano Constantino publicou um édito de tolerância em favor dos cristãos. Apesar dessa medida não ter interrompido a perseguição de imediato, pelo menos conferiu reconhecimento oficial a cristianismo. O imperador foi batizado em 337 d.C., ano de sua morte. Alguns consideram que o reconhecimento imperial foi benéfico para o cristianismo, enquanto outros julgam que foi prejudicial. Não obstante, salvo raras exceções, essa medida fez cessar a perseguição aos cristãos promovida pelo Estado.
Até o final da perseguição o grande risco de destruição de manuscritos desestimulou a compilação dos livros bíblicos em um só volume. Assim, não é coincidência que os primeiros
Referências
II Timóteo 4.10
Apocalipse 3.5-21
Apocalipse
Apocalipse
A Agricultura de Canaã
A VEGETAÇÃO NATURALA. Palestina apresenta diversos tipos de clima desde o alpino até o tropical e o desértico. Em decorrência disso, possui uma vegetação extremamente variada, sendo que foram registradas 2.780 espécies de plantas. Mais de vinte espécies de árvores são mencionadas na Bíblia, desde as palmeiras da região tropical de Jericó até os cedros e florestas de coníferas do Líbano. Nem todas as árvores podem ser identificadas com precisão botânica; alguns termos talvez abrangessem várias espécies diferentes. Por exemplo, o termo hebraico usado para maçá também pode incluir o damasco.' As alfarrobeiras, de cujos frutos o filho pródigo comeu, são conhecidas apenas na bacia do Mediterrâneo. Nem todas as árvores mencionadas na Bíblia eram encontradas em Canaã. O olíbano (o termo hebraico é traduzido na Bíblia como "incenso") e a mirra do sul da Arábia e o cedro do Líbano são exemplos típicos, mas o sândalo, talvez uma espécie de junípero, também era importado do Líbano." Outras árvores provenientes de terras distantes foram introduzidas em Canaã, como no caso da amoreira - a amoreira-branca é originária da China e a amoreira-preta, do Irá. Nos meses de primavera, os campos ficam cobertos de flores, os "lírios do campo" "aos quais Jesus se referiu no sermão do monte (Mt
O REINO ANIMAL
A Palestina abriga 113 espécies de mamíferos, 348 espécies de aves e 68 espécies de peixes. Possui 4.700 espécies de insetos, dos quais cerca de dois mil são besouros e mil são borboletas No Antigo Testamento, chama a atenção a grande variedade de animais, aves e insetos com a qual os habitantes de Canaã tinham contato. Davi matou um leão e um urso, dois animais que, para alívio da população atual, não são mais encontrados na região. Outros animais, como os bugios, eram importados de terras distantes." Um grande número de aves "mundas" não podia ser consumido como alimento. Mas quem, em sã consciência, comeria um abutre? Algumas dessas aves "imundas" talvez fossem migratórias, não tendo Canaã como seu hábitat. Os padres de migração dessas aves talvez não fossem compreendidos, mas certamente eram conhecidos. Alguns insetos voadores eram "limpos" e, portanto, podiam ser consumidos. João Batista parece ter aprendido a apreciar o sabor de "gafanhotos e mel silvestre" (Mic 1.6).
CULTURAS
O trigo e a cevada eram usados para fazer pão. Também se cultivavam lentilhas e feijões. Ervas como a hortelã, o endro e o cominho, das quais os fariseus separavam os dízimos zelosamente, eram usados para temperar alimentos de sabor mais suave. Os espias enviados por Moisés a Canaã voltaram trazendo um cacho de uvas enorme, e também romãs e figos. As uvas eram transformadas em vinho "que alegra o coração do homem" (SI 104,15) e em "bolos de passas" (Os
A CRIAÇÃO DE ANIMAIS
Canaã era considerada uma "terra que mana leite e mel" (Ex
Uma descrição de Canaã
"Tu fazes rebentar fontes no vale, cujas áquas correm entre os montes; dão de beber a todos os animais do campo; os jumentos selvagens matam a sua sede. Junto delas têm as aves do céu o seu pouso e, por entre a ramagem, desferem o seu canto. Do alto de tua morada, regas os montes; a terra farta-se do fruto de tuas obras. Fazes crescer a relva para os animais e as plantas, para o serviço do homem, de sorte que da terra tire o seu pão, o vinho, que alegra o coração do homem, o azeite, que lhe dá brilho ao rosto, e o alimento, que lhe sustém as forças. Avigoram-se as árvores do SENHOR e os cedros do Líbano que ele plantou, em que as aves fazem seus ninhos; quanto à cegonha, a sua casa é nos ciprestes. Os altos montes são das cabras montesinhas, e as rochas, o refúgio dos arganazes. SALMO 104:10-18
SALOMÃO
Assim que sucedeu seu pai, Davi, no trono de Israel, Salomão (970-930 a.C.) tomou medidas severas para remover aqueles que poderiam desafiar sua autoridade. Seu meio-irmão, Adonias, que havia tentado tomar o trono anteriormente, foi executado. Abiatar foi substituído por Zadoque na função de sumo sacerdote. Com a permissão de Salomão, Benaia matou Joabe, o comandante do exército de Davi, e assumiu esse cargo.
SALOMÃO PEDE SABEDORIA
Salomão se dirigiu ao "alto" ou santuário em Gibeão onde o tabernáculo foi montado após ser salvo do ataque dos filisteus a Siló.' Depois de Salomão ter oferecido mil holocaustos, o Senhor lhe apareceu em um sonho e lhe disse para pedir o que quisesse. Consciente de sua inexperiência e sentindo o peso das responsabilidades, Salomão pediu um coração discernente para governar o povo e distinguir entre o certo e o errado. O Senhor se agradou desse pedido e o atendeu, prometendo ainda vida longa, riqueza, honra e a morte de seus inimigos.
UM HOMEM DE PAZ
Salomão era um homem de paz. Aliás, seu nome significa "pacífico". Sob seu governo, Israel prosperou e se enriqueceu como nunca antes. O livro de Reis apresenta Israel como um povo numeroso, feliz e satisfeito, vivendo em segurança numa terra onde cada família tinha sua própria vinha e figueira.
A POLÍTICA INTERNACIONAL DE SALOMÃO
Logo no início de seu reinado, Salomão fez uma aliança com o Egito e se casou com a filha do faraó. O rei em questão provavelmente era Simon (979-960 a.C.), da fraca vigésima primeira dinastia: O faraó atacou e queimou a cidade cananéia de Gezer, matou seus habitantes e deu- a como presente de casamento para sua filha e como um pequeno acréscimo ao território de Salomão.‡ Não se sabe ao certo o que provocou essa intervenção egípcia. Talvez com a morte de Davi, Os egípcios esperassem poder se restabelecer na Palestina, mas, ao se depararem com um governo mais poderoso do que imaginavam, julgaram prudente firmar uma aliança de paz.
Salomão encontrou um aliado valioso em Hirão, rei da cidade fenícia de Tiro, na costa do Líbano. Hirão forneceu ao rei de Israel cedro e outras madeiras para seus projetos de construção em troca de azeite de oliva. Salomão deu a Hirão vinte cidades numa região fronteiriça predominantemente não-israelita da Galileia. Hirão não se impressionou e chamou-as de Cabul (isto é, " desprezíveis"). Posteriormente, Salomão recuperou estas cidades.
A ADMINISTRAÇÃO DE SALOMÃO
A corte de Salomão era suprida diariamente com quatro toneladas de farinha fina e oito toneladas de farinha comum, trinta cabeças de gado, cem carneiros e bodes, bem como veados, gazelas, corços e aves cevadas. Ao contrário de Davi, Salomão não realizou campanhas de conquista militar. À medida que suas despesas se tornaram mais altas, Salomão aumentou a tributação, levando seus súditos a pagar impostos pesados e reorganizando a terra em doze distritos administrativos, cada um com seu próprio governador. Cada distrito era responsável por suprir a corte durante um mês. Apesar de, em alguns casos, esses distritos coincidirem com os antigos territórios das tribos, divisão administrativa desconsiderou a maior parte das fronteiras tribais e incluiu territórios cananeus, pois Salomão desejava integrar a população cananéia em seu reino. É possível que Judá também tivesse seu próprio governador, responsável pelo recolhimento dos impostos.
TRABALHOS FORÇADOS
Quanto as não-israelitas que permaneceram no território controlado por Israel, "a esses fez Salomão trabalhadores forçados" e "tinha também Salomão setenta mil que levavam as cargas e oitenta mil que talhavam pedra nas montanhas" (1RS
Os distritos administrativos de Salomão
Israel passou por mudanças profundas sob o governo de Salomão. As antigas estruturas tribais não eram suficientes para suprir a demanda fiscal de um Estado em expansão. Assim, Salomão criou distritos administrativos, desconsiderando, em muitos casos, as antigas divisões territoriais das tribos. No mapa da página oposta, os números ao lado dos nomes dos governadores se referem ao versículo correspondente em I Reis 4.
Literatura Sapiencial
SALOMÃO COMO AUTOR DE TEXTOS SAPIENCIAIS
De acordo com o escritor do livro de Reis, "Deu também Deus a Salomão sabedoria, grandíssimo entendimento e larga inteligência como a areia que está na praia do mar. Era a sabedoria de Salomão maior do que a de todos os do Oriente e do que toda a sabedoria dos egípcios".° A história sobre como Salomão discerniu quem era a verdadeira mãe de um bebê é um exemplo prático de sua sabedoria. 10 O escritor de Reis também atribui a Salomão a autoria de três mil provérbios e mil e cinco canções e registra o interesse do rei em botânica e zoologia. Várias obras chamadas de "literatura sapiencial" são atribuídas a Salomão:
Provérbios
O livro hebraico de Provérbios é repleto de ditados sábios e incisivos, organizados em coletâneas:
• os provérbios de Salomão formam o núcleo do livro (PV
• provérbios de Salomão (PV
• "Preceitos e admoestações dos sábios" (PV
• "Mais alguns provérbios dos sábios" (PV 24:23-34)
• "As Palavras de Agur" (PV 30:1-33)
• "Conselhos para o rei Lemuel" (PV 31:1-9)
• "O louvor da mulher virtuosa" (PV 31:10-31)
Coletâneas de provérbios eram conhecidas a Mesopotâmia e no Egito no terceiro milênio a.C. No livro bíblico de Provérbios, os "Preceitos e admoestações dos sábios" são particularmente interessantes, pois podem ser comparados com a coletânea egípcia de provérbios conhecida como "Ensinos de Amenemope" , provavelmente escrita por volta de 1100 a.C. no máximo até o final da vigésima primeira dinastia em 945 a.C. O "Ensinamento de Amenemope" é divido em trinta seções e há quem sugira, provavelmente de forma indevida, que o texto de Provérbios
ECLESIASTES
O significado do título hebraico do livro chamado tradicionalmente de Eclesiastes é incerto. Pode significar "orador" (numa assembleia) ou "colecionador de ditados". O autor é identificado no versículo de abertura apenas como "filho de Davi". Sem dúvida, os grandes projetos do autor e suas declarações em 2.7 de que tinha mais bois e ovelhas do que qualquer outro em Jerusalém antes dele, coincide com a descrição de Salomão que sacrificou vinte e dois mil bois e cento e vinte mil ovelhas na dedicação do templo.
CÂNTICO DOS CÂNTICOS
O interesse de Salomão pela natureza também é expressado por meio das diversas images extraídas do mundo natural no livro erótico de "Cântico dos Cânticos". Por exemplo, "Eu sou a rosa de Sarom, o lírio dos vales" (Ct
OUTRAS OBRAS DA LITERATURA SAPIENCIAL
É difícil atribuir uma data e um lugar de origem ao livro de Jó. Sem dúvida, ele e seus amigos não eram israelitas e o estilo de vida de Jó corresponde ao do período patriarcal. O livro explora uma pergunta de importância perene: "Por que sofrem os inocentes?"
MADEIRA
Como Salomão outros governantes do Antigo Oriente Próximo também usaram a madeira das florestas do Líbano. Neste relevo em pedra de Khorsabad, Iraque, pode-se ver trabalhadores assírios sob o comando do rei Sargão (722-705 a.C.) transportando madeira pelo mar.
SILÓ
Siló era um importante centro religioso e administrativo no tempo de Samuel. Também era o local onde se encontrava o tabernáculo antes de ser transferido para Gibeão.
Os apêndices bíblicos são seções adicionais presentes em algumas edições da Bíblia que fornecem informações complementares sobre o texto bíblico. Esses apêndices podem incluir uma variedade de recursos, como tabelas cronológicas, listas de personagens, informações históricas e culturais, explicações de termos e conceitos, entre outros. Eles são projetados para ajudar os leitores a entender melhor o contexto e o significado das narrativas bíblicas, tornando-as mais acessíveis e compreensíveis.
Apêndices
Dinheiro e pesos
Gera (1⁄20 siclo) 0,57 g 10 geras = 1 beca |
Beca 5,7 g 2 becas = 1 siclo |
Pim 7,8 g 1 pim = 2⁄3 siclo |
![]() Peso de um siclo Siclo 11,4 g 50 siclos = 1 mina |
Mina 570 g 60 minas = 1 talento |
Talento 34,2 kg |
![]() Darico (moeda persa de ouro) 8,4 g |
![]() Lépton (moeda judaica de cobre ou de bronze) 1⁄2 quadrante |
![]() Quadrante (moeda romana de cobre ou de bronze) 2 léptons |
![]() Assário (moeda romana e provincial de cobre ou de bronze) 4 quadrantes |
![]() Denário (moeda romana de prata) 64 quadrantes 3,85 g = Salário de um dia (12 horas) |
![]() Dracma (moeda grega de prata) 3,4 g = Salário de um dia (12 horas) |
![]() Didracma (moeda grega de prata) 2 dracmas 6,8 g = Salário de dois dias |
![]() Tetradracma de Antioquia Tetradracma de Tiro (siclo de prata de Tiro) Tetradracma (moeda grega de prata, também chamada de estáter de prata) 4 dracmas 13,6 g = Salário de quatro dias |
![]() Mina 100 dracmas 340 g = salário de cerca de cem dias de trabalho |
![]() Talento 60 minas 20,4 kg = salário de cerca de 20 anos de trabalho |
![]() Libra romana 327 g João 12:3, nota “Uma libra de óleo perfumado, nardo genuíno” |
Medidas, pesos e dinheiro
Medidas para líquidos
Coro (10 batos / 60 hins)
220 l
Bato (6 hins)
22 l
Him (12 logues)
3,67 l
Logue (1⁄12 him)
0,31 l
Medidas para secos
Ômer (1 coro / 10 efas)
220 l
Efa (3 seás / 10 gomores)
22 l
Seá (31⁄3 gomores)
7,33 l
Gomor (14⁄5 cabo)
2,2 l
Cabo
1,22 l
Queniz
1,08 l
Medidas lineares
Cana longa (6 côvados longos)
3,11 m
Cana (6 côvados)
2,67 m
Braça
1,8 m
Côvado longo (7 larguras da mão)
51,8 cm
Côvado (2 palmos / 6 larguras da mão)
44,5 cm
Côvado curto
38 cm
1 estádio romano
1⁄8 milha romana=185 m
1 Dedo (1⁄4 largura da mão)
1,85 cm
2 Largura da mão (4 dedos)
7,4 cm
3 Palmo (3 larguras da mão)
22,2 cm
Reino de Davi e de Salomão
Informações no mapa
Tifsa
Rio Eufrates
HAMATE
SÍRIA (ARÃ)
Hamate
Rio Orontes
Ribla
Zedade
ZOBÁ, ARÃ-ZOBÁ
Tadmor (Palmira)
Zifrom
Hazar-Enã
Lebo- Hamate
Gebal
Cobre
Berotai
Deserto da Síria
Sídon
SIDÔNIOS (FENÍCIA)
Cadeia do Líbano
BETE-REOBE
Cadeia do Antilíbano
Damasco
Mte. Hermom
Tiro
Abel
Dã
MAACÁ, ARÃ-MAACÁ
Basã
Terra de Cabul?
Hazor
Argobe
GESUR
Dor
Vale de Jezreel
En-Dor
Helão
Megido
Mte. Gilboa
Lo-Debar
Rogelim
Bete-Seã
Jabes-Gileade?
Salcá
Tobe
Sucote
Maanaim
Jope
Silo
Gileade
Ramá
Zereda
Rabá
Gezer
Gilgal
AMOM
Ecrom
Jerusalém
Hesbom
Gate
Belém
Medeba
FILÍSTIA
Gaza
Hebrom
En-Gedi
Aroer
Ziclague
Jatir
Betel
MOABE
Berseba
Ramote
Mispa
Aroer
Vale do Sal?
Torrente do Egito
Neguebe
Tamar
Cobre
Punom
EDOM
Deserto de Parã
Deserto da Arábia
Eziom-Geber
Elote, Elate
Bete-Horom Baixa
Bete-Horom Alta
Gezer
Gibeão
Geba
Quiriate-Jearim
Gibeá
Anatote
Baurim
Nobe
Baal-Perazim
Ecrom
Bete-Semes
Jerusalém
Fonte de Giom
Poço de En-Rogel
Gate
Vale de Elá
Azeca
Socó
Belém
Adulão
Queila
Gilo
Tecoa
Deserto de Judá
Cisterna de Sirá
Hebrom
Jesimom
Zife
Horesa
Estemoa
Carmelo
Maom
Informações no mapa
Reino de Davi
Reino de Salomão
Importações
Exportações
Para os hititas e a Síria: cavalos, carros de guerra
De Társis: ouro, prata, marfim, macacos, pavões
De Tiro: cedro, junípero, ouro
Para Tiro: cevada, trigo, vinho, azeite
Do Egito: cavalos, carros de guerra
De Ofir: ouro, pedras preciosas, madeira
Da Arábia: ouro, prata
Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.
Livros
Amarguras? Passarão… Dificuldades? Não tema… Quem traz Deus no coração Resolve qualquer problema. Verdade incontrovertida: O amor que merece fé Só se conhece na vida Naquilo que amor não é. Lembra um monte em todo clima A vida com seus degraus, Quem serve prossegue acima, Quem não serve desce ao caos. Tristes afetos passados Dos tempos de sombra e pranto: Eis os filhos vinculados De que Freud falou tanto… Na luta é que se aprimora O pensamento inseguro. O sofrimento de agora É benção para o futuro. Ação é lavoura em massa, A censura é a tiririca, A crítica fala e passa O trabalho faz e fica. Ação no bem por mais simples É sempre elevada e bela; O sol — luzeiro gigante Não faz a função da vela. Se há defeitos em quem amas, Não te lamentes, nem grites, Que amor à frente da sombra É sempre luz sem limites. Do amor livre tenho a saga Na melhor saga do instinto, Onde o sexo se paga Amor é clarão extinto. Obsessão, a rigor, É o amor endividado Fazendo do obsessor A vida do obsedado. Ao desculpar a quem ama, O amor conhece porque, Porque amor em qualquer trama Vê tudo e faz que não vê… Sexo: afetos, cadilhos Em dolorosas esperas… Lutam nos pais e nos filhos Muitas paixões de outras eras. Em provas de paz e amor, Nas lutas de toda parte, O teu examinador É aquele que vem tentar-te. Reencarnação nos ensina A afeição que aperfeiçoa, Pois vemos quem mais amamos Nos braços de outra pessoa. Amor puro que conheço Ninguém fere ou desarruma, Ampara e serve sem preço Nem reclama cousa alguma. Espírito obsessor Não convive ao nosso lado Se trouxermos dia a dia O pensamento ocupado. Teto, sustento, alegria, Ascensão à luz do bem… Sem trabalho, dia a dia, Nada disso se obtém. Procurei os inimigos Que me separam do bem, Achei eu mesmo em combate, Não encontrei mais ninguém. Se tens paz, nada receies O medo é assim qual a bruma: Ante o sol que a desintegra Não tem existência alguma. Toda pessoa no mundo, No caminho a que se entrega, É tão rica do que dá Quanto é pobre do que nega. Mão que se oculta (Mt 6:3) e se estende Esparzindo amor e paz, Por sombra alguma se ofende Nem cobra as bênçãos que faz. Ciúme seja em quem for Vem do amor como se diz, Mas de tudo o que há no amor É a parte mais infeliz. O maior dos infortúnios Na provação dos mortais: Esquecer o que se tem Para querer sempre mais. Eis a conquista da prece Que os homens não desfarão: Quando oras, Deus te aquece Por dentro do coração. No mar revolto do mundo, Não te rendas, guarda a fé Onda subindo mais alto É o retorno da maré. Sem Deus nas forças do afeto De que Deus possa dispor O tempo aparece e arrasa Qualquer espécie de amor. Injúria e ofensa na vida, — Tristeza e dor que se tem — Tudo leva de vencida Aquele que faz o bem. Diferença desmedida Num retoque quase à-toa; Levar uma boa vida E ter uma vida boa. Nosso amor puro se expressa Ao repartirmos o pão. Na manteiga é que começa O tempo da tentação. Dupla de normas à frente Que nada sabe do azar: Trabalhar constantemente, Servir sem desanimar. Cousa estranha!… O meu defeito Em mim é coisinha à-toa, Mas toma a forma de crime Se o vejo noutra pessoa. Na estrada por mais sombria Vence a neblina da prova. O termo de cada dia É sempre alvorada nova. Dos avisos do Universo Outro mais lindo não há: De toda cinza do mundo O Amor sobreviverá. |
Nenhum Espírito da comunidade terrestre possui tanta luz que não admita em si certa nesga de sombra, nem existe criatura com tanta sombra que não guarde consigo certa faixa de luz.
Aprende a fixar o próximo com a claridade que há em ti.
Não creias, porém, que semelhante trabalho se filie ao menor esforço, porque, pelo peso das trevas que ainda imperam no mundo, a sombra que ainda nos envolve, na Terra, a cada instante, insinuar-se-nos-á no próprio entendimento, perturbando-nos as interpretações.
Se te demoras na obscuridade, não enxergarás senão os defeitos e as cicatrizes, as feridas e as nódoas que caracterizam a fisionomia do irmão infortunado, constrangendo-te ao medo e à usura, à incompreensão e à aspereza. E sabemos que quantos se detêm no cipoal ou no charco não encontram outros elementos, além da lama ou do espinho, para oferecer.
Alça a lâmpada acesa do conhecimento superior e avança para a frente, e, então, a ignorância e a delinquência surgir-nos-ão aos olhos por enfermidades da alma, que é preciso extirpar, a benefício da felicidade comum.
“Não saiba a vossa mão esquerda o que deu a direita” (Mt 6:3) — ensina-nos o Evangelho — e ousamos acrescentar: “não saiba a nossa sombra o que fez a nossa luz”; porque, dessa forma, avançando, acima das tentações da vaidade e do desânimo, a chispa humilde de nossa fé no Bem Infinito poderá transformar-se em chama viva e redentora para o caminho de todos os que nos cercam.
Instruções Psicofônicas
Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 14
Francisco Cândido Xavier
Diversos
Na fase terminal de nossas tarefas na noite de 10 de junho de 1954, tivemos a afetuosa visita de Meimei, a nossa companheira de sempre, que, utilizando os recursos psicofônicos do médium, falou-nos sobre os méritos do silêncio, em nossa construção espiritual.
Repara a melodia do silêncio nas criações divinas.
No Céu, tudo é harmonia sem ostentação de força.
O Sol brilhando sem ruído…
Os mundos em movimento sem desordem…
As constelações refulgindo sem ofuscar-nos…
E, na Terra, tudo assinala a música do silêncio, exaltando o amor infinito de Deus.
A semente germinando sem bulício…
A árvore ferida preparando sem revolta o fruto que te alimenta…
A água que hoje se oculta no coração da fonte, para dessedentar-te amanhã…
O metal que se deixa plasmar no fogo vivo, para ser-te mais útil…
O vaso que te obedece sem refutar-te as ordens…
Que palavras articuladas lhes definiriam a grandeza?
É por isso que o Senhor também nos socorre, através das circunstâncias que não falam, por intermédio do tempo, o sábio mudo.
Não quebres a melodia do silêncio, onde tua frase soaria em desacordo com a Lei de Amor que nos governa o caminho!
Admira cada estrela na luz que lhe é própria…
Aproveita cada ribeiro em seu nível…
Estende os braços a cada criatura dentro da verdade que lhe corresponda à compreensão…
Discute aprendendo, mas, porque desejes aprender, não precisas ferir.
Fala auxiliando, mas não te antecipes ao juízo superior, veiculando o verbo à maneira do azorrague inconsciente e impiedoso.
“Não saiba tua mão esquerda o que deu a direita” — disse-nos o Senhor. (Mt 6:3) Auxilia sem barulho onde passes.
Recorda a ilimitada paciência do Pai Celestial para com as nossas próprias faltas e ajudemos, sem alarde, ao companheiro da romagem terrestre que, muitas vezes, apenas aguarda o socorro de nosso silêncio, a fim de elevar-se à comunhão com Deus.
32ª reunião | 6 de junho de 1957
: Francisco Teixeira de Carvalho, Ênio Santos, Elza Vieira, , Lucília Xavier Silva, Geraldo Benício Rocha, Edmundo Fontenele, Edite Malaquias Xavier, Aderbal Nogueira Lima, Zínia Orsine Pereira e Waldemar Silva.
Meus amigos, que a paz de nosso Senhor Jesus Cristo reine em nossos corações!
Fala-vos humilde companheira, que militou em Cachoeiro do Itapemirim, de cuja experiência pode dar notícia o nosso Ênio. Não me comunico, porém, com qualquer propósito pessoal em minha visitação. Trago-vos apenas minha própria alma a derramar-se-me nas palavras singelas com o júbilo daquelas afeições que se reencontram sob a permissão do Senhor. Outros doutrinarão, nós conversaremos. Lembrar-nos-emos de alguns traços esquecidos de nosso movimento, como sejam, a construção do nosso caráter espírita para o dia de amanhã.
Recordaremos, assim, nossos deveres mais simples, aquela caridade da mão direita que se oferece sem que a esquerda o saiba. (Mt 6:3) Caridade que não se resume à doação do supérfluo de nossa mesa, mas sim aquela que entrega a própria alma em função desse amor que nós fomos chamados a cultivar com o Mestre da Cruz. Desculpar em silêncio, sem nunca mais nos referirmos à ofensa. Cumprir os nossos deveres com alegria. Tolerarmo-nos, mutuamente, dentro do lar, naquela harmonia, por vezes, tão difícil de construir. Ajudar sem exigir o entendimento daqueles que as nossas mãos auxiliam. Olvidar, de maneira definitiva e sem qualquer condição, as pequeninas alfinetadas que recebemos, em nosso próprio benefício, no círculo daqueles a quem mais amamos. Cultuar cada dia a humildade, o serviço, a oração. Ser, realmente, bons uns para com os outros.
Por vezes, nós, os espíritas que precedemos nossos companheiros na grande viagem, percebemos, em quase toda parte, intensivo interesse na salvação obrigatória dos outros. Tanto tempo gasto em conversação sem proveito!… Tantas horas que despendemos, julgando àqueles cuja conduta não nos diz respeito à edificação espiritual!… Estamos, habitualmente, preocupados no exame dos outros, observando a consciência dos outros, a inclinação dos outros, a economia dos outros, a atitude dos outros e os passos dos outros, quando em matéria de nossas relações recíprocas fomos chamados a ajudar — ajudar a todos —, começando de nossa própria casa, plasmando o Espiritismo naqueles que nos acompanham de perto.
Por isso mesmo a nossa cartilha de pregação há de principiar com aqueles a quem Deus nos confia: nossa esposa, nosso esposo, nossos filhos, nossos pais, nossos irmãos, nossos parentes, nossos amigos… Caminharmos entre eles com a obrigação de elevá-los com o nosso próprio exemplo, através da assimilação da Doutrina abençoada que veio florir, em bênçãos, no campo de nossas almas.
No mundo, como o de agora, em que há corridas quase que intermináveis e quase todos os dias para determinados interesses materiais, acreditamos que nós, os espíritas, precisamos, algumas vezes, parar, de algum modo, para pensar. A grande obra, a obra fundamental de nosso movimento, é a da própria restauração de nós mesmos para nosso Senhor Jesus Cristo.
Tudo na vida pertence a Deus, sob a jurisdição de nosso divino Mestre. Nada possuímos senão a oportunidade que a Misericórdia Celestial nos confere, a fim de que possamos burilar nosso Espírito para a comunhão com a divina Luz. É por esse motivo que, em nos comunicando, temos lágrimas nos olhos. Pranto de alegria, de confiança!… É uma velha amiga que volta. É um coração de mulher que sente na Doutrina Espírita um regaço de mãe… Mãe que nos perdoa, que nos afaga, que nos acolhe, perante a qual tantos deveres nos honram a fé, a esperança e o caminho…
Interpretamos Jesus em nossa casa, ponto nevrálgico de nossa redenção, tanto quanto nos círculos de nossos trabalhos e afetos, templo primeiro em que somos convidados a testemunhar a nossa aplicação de conhecimento superior. Sirvamos, aprendamos e eduquemo-nos.
E aqui todos nós, os companheiros que vos precederam os passos, vos esperam para continuarmos a abençoada luta, como quem sabe que a evolução nos pede tempo, que o aperfeiçoamento definitivo reclama muitas experiências e que todos nós voltaremos outra vez à grande casa terrestre para refazer os nossos próprios trilhos, clareando-os, em definitivo, com a luz do Senhor, cuja glória pressente os que temos tanta dificuldade para realmente compreender.
Comunicação recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, do Grupo Meimei, em Pedro Leopoldo, Minas Gerais.
“Quando quiserdes orar entrai para a vosso quarto e, fechada a porta, orai ao Pai, no íntimo; e o Pai que vê, no íntimo, vos recompensará.” — JESUS (Mt 6:6)
“Orai, enfim, com humildade, como o publicano e não com orgulho, como o fariseu. Examinai os vossos defeitos, não as vossas qualidades e, se vos comparardes aos outros, procurai o que há em vós de mau.” —
Pediste em oração a cura de doentes amados e a morte apagou-lhes as pupilas, regelando-te o coração; solicitaste o afastamento da prova e o acidente ocorreu, esmagando-te as esperanças; suplicaste a sustação da moléstia e a doença chegou a infligir-te deformidade completa; imploraste suprimentos materiais e a carência te bate à porta.
Mas se não abandonares a prece, aliada ao exercício das boas obras, granjearás paciência e serenidade, entendendo, por fim, que a desencarnação foi socorro providencial, impedindo sofrimentos insuportáveis, que o desastre se constituiu em medida de emergência para evitar calamidades maiores, que a mutilação física é defesa da própria alma contra quedas morais de soerguimento difícil e que as dificuldades da penúria são lições da vida, a fim de que a finança demasiada não se faça veneno ou explosivo nas tuas mãos.
Da mesma forma, quando suplicamos perdão das próprias faltas à Eterna Justiça, não bastam o pranto de compunção e a postura de reverência. Após o reconhecimento dos compromissos que nos são debitados no livro do espírito, continuamos tão aflitos e tão desditosos quanto antes. Contudo, se perseveramos na prece, com o serviço das boas ações que nos atestam a corrigenda, a breve trecho, perceberemos que a Lei nos restitui a tranquilidade e a libertação, com o ensejo de apagar as consequências de nossos erros, reintegrando-nos no respeito e na estima de todos aqueles que erigimos à condição de credores e adversários.
Se guardas esse ou aquele problema de consciência, depois de haver rogado perdão à Divina Bondade, sob o pretexto de continuar no fogo invisível da inquietação, não te afastes da prece mesmo assim.
Prossegue orando, fiel ao bem que te revele o espírito renovado. A prece forma o campo do pensamento puro e toda construção respeitável começa na ideia nobre.
Realmente, sem trabalho que o efetive, o mais belo plano é sempre um belo plano a perder-se. Não vale prometer sem cumprir.
A oração, dentro da alma comprometida em lutas na sombra, assemelha-se à lâmpada que se acende numa casa desarranjada; a presença da luz não altera a situação do ambiente desajustado e nem remove os detritos acumulados no recinto doméstico, entretanto, mostra sem alarde o serviço que se deve fazer.
Fala a criatura ao Criador, na oração. Fala o Criador à criatura, na pregação.
A linguagem do louvor, ou da súplica, sobe da Terra. A palavra de consolo, ou de advertência, desce das Alturas.
Há muitos que invectivam o pregador de existência claudicante e repelem a mensagem divina, esquecidos de que eles mesmos alimentam o corpo com os frutos da natureza, criados nas adjacências da lama.
Deus, que desabotoa flores perfumadas no pântano, pode colocar as glórias da revelação em lábios ainda impuros.
Ninguém saborearia as folhas tenras da alface à mesa festiva, com a mente voltada para os vermes da horta.
O cântaro lodoso pode recolher a água cristalina da chuva, para socorrer o viajor alquebrado pela canícula.
Não desprezemos, por bagatelas da carne ambulante e frágil, os dons da luz eterna.
As notícias do Reino Divino podem chegar até nós por intermédio das inteligências mergulhadas nas trevas, assim como os relâmpagos de clarão deslumbrante faíscam dentro da noite escura.
Importa, em todos os lugares e em tudo, ver o melhor e escolher a boa parte.
A frase que acende em nós a flama da virtude ou que nos inclina à meditação, que nos torna o sentimento mais doce e o raciocínio mais elevado, é uma flor celeste, desabrochando no tronco do nosso pensamento inferior e primitivo, por miraculoso processo de enxertia divina.
“Aquele que julga estar de pé, olhe não caia” (1co 10:12) — disse o apóstolo Paulo; e o apóstolo Tiago assevera à cristandade: — “Toda boa dádiva vem do Alto.” (Tg 1:17)
Que possuirá o homem de excelente, que lhe não tenha sido prodigalizado de Cima?
Ainda mesmo quando na boca de um criminoso confesso, a palavra do bem é fruto precioso do amor de Deus, amadurecido nos galhos tristes do arrependimento humano.
Em todos os tempos e em todos os círculos de atividade comum, a argumentação restauradora e santificante da fé representa a conversação do Pai com os filhos, entre a misericórdia e a necessidade.
Ninguém se suponha esquecido pelo Senhor, porque o Senhor nos dirige a palavra, através de todo verbo construtivo que nos leve ao bem.
“O pão nosso de cada dia, dá-nos hoje” (Mt 6:9) — afirma a prece dominical. Mal-avisados viveríamos se nos julgássemos precisados tão só de viandas fortalecedoras do corpo em trânsito para as cinzas do túmulo. Referia-se Jesus, muito mais, ao pão espiritual do coração e da consciência, no santuário da alma que nunca morre, pão que é alimento da palavra enobrecedora, do esclarecimento digno, da cultura edificante e da elevação divina.
Onde luzir o verbo da bondade que auxilia e educa, aí se reflete, magnânima, a voz da Providência.
Cada vez que implorarmos os favores do Altíssimo, não nos esqueçam os recados e os avisos, as lições e as advertências que havemos recebido do Amoroso Senhor.
Geraldo faleceu em seu sítio, localizado em Bela Vista de Goiás, por morte violenta, aos 50 anos de idade.
Casado com Olívia Rodrigues de Souza, pai de cinco filhos: Silcio, Silma, João Cícero, Geraldo e Kênia.
Sobre sua partida e a mensagem que enviou pelo Chico, assim se expressou a esposa:
DEPOIMENTO DA ESPOSA
Em minha primeira visita ao Chico Xavier, em maio de 1980, obtive apenas uma afirmação que em breve receberia uma comunicação do meu Geraldo.
Já em agosto recebi notícias de que ele estava reconstituindo as próprias forças espirituais, junto de abnegados Benfeitores da Vida Maior.
Nesta ocasião, elevei meu pensamento a Jesus e pedi com muita fé que, se fosse possível, queria ir até lá onde estava o Geraldo. Graças a Deus fui levada até o Plano Espiritual e encontrei-me com meu esposo. Dialogamos com muita felicidade e paz, sem, contudo, posteriormente, recordar as palavras que trocamos.
Em janeiro de 1981, recebi a mensagem que nos trouxe, a mim e aos nossos filhos, parentes e amigos, um enorme conforto, inclusive eliminando dos nossos corações a dor da separação brusca e inesperada e levando-nos a compreender a Vida Espiritual, retirando dos nossos corações a revolta e a ideia de vingança.
Querida Olívia, peço a Deus nos abençoe.
Estamos nós dois como quem rema contra a maré, no entanto, acima de nós reina o amor infinito de Deus. E Deus não permitirá que os nossos filhos recebam uma herança de ódio que não acumulamos nos corações.
Ainda não pude efetivamente usufruir o repouso a que aspiro, depois da erradicação de meu pobre Espírito do corpo amigo que me servia por tenda de trabalho e tenda de fé.
Em verdade, querida esposa, eu queria ter continuado a viver. Não supunha que os braços de amigos que estimamos tanto se erguessem contra mim, a ponto de furtar-me a existência.
Nos primeiros instantes, a dor do inesperado me dominou a vida íntima; você e os nossos filhinhos me povoavam os últimos pensamentos.
Chorei à maneira da criança que inutilmente roga pelo regaço materno, mas uma doce sensação de calma me envolveu de todo… E dormi, conquanto me esforçasse por sustentar-me vigilante e atento, quanto se me fizesse possível.
Ansiava reagir contra aquele torpor que me paralisara os movimentos, no entanto, creio que a perda de minhas forças acentuava o desmaio em que me vi arrasado, de um instante para outro…
Quis rezar, pensar em Deus, suplicar proteção em nosso benefício, contudo, os meus pensamentos me pareciam pássaros a fugir da gaiola de minha própria cabeça…
O sono foi profundo…
Depois, sem que me fosse permitido perceber quanto tempo gastara em semelhante inconsciência, despertei num quarto de hospital.
Minha angústia, em não enxergando a presença de vocês, foi natural… Gritei por você, por minha mãe.
Quando tudo me parecia silêncio e indiferença nas figuras vestidas de branco que me amparavam, ao modo de enfermeiras prudentes, surgiu o meu pai Joaquim e a minha avó Placidina, solicitando-me calma. O resto pode você adivinhar…
Ouvi seus pedidos de esposa e mãe, nas preces do quarto, encharcadas de lágrimas, implorando a Jesus por meu repouso, no entanto, ao mesmo tempo, escutei as vozes da ira de quantos convidavam seu coração a vingança…
Não sei o que mais me doeu nas fibras mais íntimas, se o seu sofrimento de quem se via a sós para solução de tantos problemas ou a tristeza de verificar a revolta reinante em tantos dos nossos corações mais queridos.
Agora que me expliquei quanto pude, rogo ao seu devotamento de esposa e filha, suplicar da mamãe Lázara para que se compadeça de nossos irmãos que não conseguiram compreender a extensão de nossa confiança e de nossa estima.
Amargo seria para nós todos se fosse eu quem houvesse perdido a bússola da razão, convertendo-me no adversário gratuito de pessoas dignas de nosso apreço.
Peço a meus filhos esquecerem os fatos em si. Não desejo que o Silcio cresça armazenando ideias de ressentimento ou de impulsos outros que fariam dele um coração incompatível com a formação que nós ambos procuramos plasmar para o bem com sinceridade e carinho.
Querida Olívia, rogue aos seus irmãos olvido e desculpas, mas desculpas e olvido que lhes nasçam do peito, diante dos nossos companheiros infelizes.
Não creio que me tivessem atacado em sã consciência. O delito é uma forma de delírio que precisamos compreender e perdoar, entendendo que o nosso cérebro é igualmente capaz de cair em sombras e alienar-se à frente da realidade.
Continue a pensar com grandeza de coração em nossos imaginários ofensores. Eles são dignos da bênção de Deus, tanto quanto nós.
E prossiga doando ao Silcio, à Silma, ao Geraldo, ao João Cícero e a nossa Kênia, os sentimentos de amor com os quais precisarão viver com a bênção de Jesus.
Rogo a você dizer à querida mãezinha Lázara para que me lembre em seu colo quando menino. A mamãe me colocava, então, de joelhos e me fazia repetir as palavras santas do “Pai Nosso”. (Mt 6:9) Recordo-a afirmando: “e perdoa, Senhor, às nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores”.
Agora, querida Olívia, sou eu e o papai Joaquim, os companheiros que tentamos avivar-lhe a memória a fim de perdoar e esquecer tudo aquilo que possa surgir na estrada da vida, sob o nome do mal.
A vovó Placidina e a vovó Emerenciana me fazem companhia para escrever a você esta carta que devo terminar.
Mais uma vez rogo a você recusar todas as propostas de acusação e vingança contra os nossos irmãos sofredores e desorientados. Basta viver para que uma criatura se redima aos próprios olhos com relação a quaisquer culpas.
E se passei pelo resgate, naturalmente devia… Por enquanto, não tenho memória suficiente para minudenciar o meu passado de Espírito consciente, mas graças a Deus, reconheço que estamos regidos por leis inalienáveis.
A todos os nossos, especialmente à mãezinha Lázara e aos queridos filhos, as minhas lembranças e você receba neste papel que me reflete o pranto de agradecimento a Jesus pela possibilidade de falar com você, todo o coração do seu esposo e companheiro sempre seu,
23/1/1981
Joaquim Elói de Souza, genitor de Geraldo, falecido em 1975. Placidina Maria de Jesus, bisavó de D. Olívia, desencarnada há um século.
Lázara Marques Arantes, genitora do Geraldo.
Maria Emerenciana Arantes, avó, desencarnada há meio século.
Vozes do Grande Além
Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 17
Francisco Cândido Xavier
Diversos
Reunião de 6 de outubro de 1955.
Na parte final de nossas tarefas, tivemos a alegria de ouvir Meimei, a nossa abnegada irmã de sempre, que nos falou, comovida, sobre a palavra de Jesus.
Meus irmãos. Deus nos abençoe.
A palavra do Cristo é a luz acesa para encontrarmos na sombra terrestre, em cada minuto da vida, o ensejo divino de nossa construção espiritual.
Erguendo-a, vemos o milagre do pão que, pela fraternidade, em nós se transforma, na boca faminta, em felicidade para nós mesmos.
Irradiando-a, descobrimos que a tolerância por nós exercida se converte nos semelhantes em simpatia a nosso favor.
Distribuindo-a, observamos que o consolo e a esperança, o carinho e a bondade, veiculados por nossas atitudes e por nossas mãos, no socorro aos companheiros mais ignorantes e mais fracos, neles se revelam por bênçãos de alegria, felicitando-nos a estrada.
Geme a Terra, sob o pedregulho imenso que lhe atapeta os caminhos…
Sofre o homem sob o fardo das provações que lhe aguilhoam a experiência.
E assim como a fonte nasce para estender-se, desce o dom inefável de Jesus sobre nós para crescer e multiplicar-se.
Levantemos, cada hora, essa luz sublime para reerguer os que caem, fortalecer os que vacilam, reconfortar os que choram e auxiliar os que padecem.
O mundo está repleto de braços que agridem e de vozes que amaldiçoam.
Seja a nossa presença junto dos outros algo do Senhor inspirando alegria e segurança.
Não nos esqueçamos de que o tempo é um empréstimo sagrado e quem se refere a tempo diz oportunidade de ajudar para ser ajudado, de suportar para ser suportado, de balsamizar as feridas alheias para que as nossas feridas encontrem remédio e de sacrificarmo-nos pela vitória do bem, para que o bem nos conduza à definitiva libertação.
Nós que tantas vezes temos abusado das horas para impor, aos que nos seguem, o Reino do Senhor, à força de reprovações e advertências, saibamos edificá-lo em nós próprios, no silêncio do trabalho e da renúncia, da humildade e do amor..
Meus irmãos, no seio de todos os valores relativos e instáveis da existência humana, só uma certeza prevalece — a certeza da morte, que restitui às nossas almas os bens ou os males que semeamos na alma dos outros.
Assim, pois, caminhemos com Jesus, aprendendo a amar sempre, repetindo com Ele, em nossas proveitosas dificuldades de cada dia: — “Pai Nosso, seja feita a vossa vontade, assim na Terra como nos Céus.” (Mt 6:9)
MEIMEI — Pseudônimo de D. Irma de Castro Rocha. Companheira espiritual do Grupo “Meimei”, em Pedro Leopoldo. Desencarnada em 1946.
Qual sucede no Plano dos companheiros, ainda jungidos à veste física, também nós, os desencarnados, sofremos o desafio de rudes problemas que nos são endereçados da Terra, ansiando vê-los definitivamente solucionados, entretanto é preciso conformar as próprias deliberações aos impositivos da vida.
Entendimento não é construção que se levante de afogadilho e a morte do corpo denso não marmoriza as fibras da alma.
Muitas vezes, trememos diante dos perigos que se nos desdobram à frente de seres amados e outro recurso não identificamos para sossegar-nos a alma senão a prece que nos induz à aceitação da Eterna Sabedoria.
Afligimo-nos, perante filhos queridos, engodados por terríveis enganos e tudo daríamos de nós, para que se harmonizassem com a realidade, sem perda de tempo, mas é forçoso respeitar-lhes o livre arbítrio e contar com o benefício do desencanto, a fim de que a experiência se lhes amadureça, no âmago do ser, por fruto precioso de segurança.
Partilhamos a dor de enfermos estremecidos que nos envolvem o pensamento nas vibrações atormentadas dos rogos com que nos aguardam a intervenção e renunciaríamos de pronto, a tudo o que significasse nossa própria alegria para rearticular-lhes a saúde terrestre, entretanto, cabe-nos a obrigação de acalentar-lhes a coragem no sofrimento inevitável às vitórias morais deles mesmos.
Acompanhamos as provas de amigos inolvidáveis que se arrastam em asfixiantes peregrinações no mundo, e, jubilosos, tomar-lhes-íamos o lugar sob as cruzes que carregam, mas é necessário fortalecer-lhes o ânimo, para que não desfaleçam na luta, único meio que lhes garantirá o próprio resgate para a grande libertação.
Seguimos o curso de acontecimentos desagradáveis, entre irmãos que nos partilham ideais e tarefas, entendendo que qualquer sacrifício justo ser-nos-ia uma bênção para furtá-los aos conflitos que lhes ferem a sensibilidade, contudo, é imperioso, de nossa parte, sustentar-lhes as forças, na travessia das crises menores que lhes vergastam o coração no presente, para que se lhes ilumine o aprendizado e se lhes acorde mais vivamente o senso de responsabilidade no dever a cumprir, evitando-se calamidades maiores que cairiam, de futuro, por agentes arrasadores, nas construções espirituais deles próprios.
Todos somos de Deus e pertencemo-nos uns aos outros, no entanto, cada qual de nós estagia mentalmente em sítio diverso da evolução.
Por esse motivo, nas dificuldades e lutas que nos são próprias, suplicamos à Infinita Bondade concessões disso ou daquilo, mas só a Infinita Bondade conhece realmente o que necessitamos daquilo ou disso.
Condicionemos, assim, os próprios desejos à Divina Orientação que dirige o Universo em divino silêncio, porque foi ao reconhecer-nos por enquanto incapazes de querer e saber, acertadamente, o que mais nos convenha à verdadeira felicidade, é que Jesus nos ensinou a sentir e dizer na oração, diante do Pai: “Seja feita a vossa vontade, tanto na Terra, quanto nos Céus…” (Mt 6:10)
Dois Maiores Amores, Os
Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 10
Francisco Cândido Xavier
Diversos
Em matéria de oração, não olvides o ensinamento do Cristo em seu divino intercâmbio com o Amor Ilimitado de Deus.
Na linha de todos os seus propósitos, há sempre o bem dos outros, com a bênção imediata do Céu, notando-se que o bem dele próprio estava sempre aparentemente esquecido.
Começa na Manjedoura, com extensas possibilidades de anunciar a própria vinda, através da Estrela Soberana que desperta reis e pastores para o fulgor de sua presença, mas não consegue tocar os corações humanos que o relegam à intempérie na estrebaria.
Alcança sucesso espetacular na cura de leprosos e obsedados, cegos e paralíticos que se sentem restituídos à bênção da luz e do movimento, da esperança e do equilíbrio, contudo, não modifica o pensamento suspeitoso dos grandes sacerdotes do Seu tempo, com respeito a Si próprio.
Levanta Lázaro do túmulo de lodo para a alegria do lar de Betânia, todavia, não soergue Judas do sepulcro de ilusão, em que se lhe compromete o apostolado divino.
Plasma a admiração e a amizade no espírito de um Arimateia, que o segue de longe, no entanto, não pode evitar a fraqueza de Simão que o acompanha de perto.
Retira dos ombros de seus contemporâneos o madeiro arrasador da loucura e da negação, da enfermidade e da morte, entretanto, não logra escapar ao martírio da cruz, em que se confia ao sacrifício supremo.
Não te desmandes na exigência indiscriminada, quando te colocares em prece. Apresenta-te ao Criador, tal qual és, na certeza de que a sua infinita sabedoria nos conhece as necessidades, ao passo que nunca sabemos, em verdade, qual seja a substância real de nossos desejos.
Atendamos ao bem dos outros e Deus proverá nosso próprio bem.
Foi talvez por isso mesmo que o Cristo, ensinando-nos a orar, em abordando o problema de nossas aspirações, declarou, resoluto, diante do Pai Altíssimo:
— “Faça-se a vossa vontade, assim na Terra como no Céu.” (Mt 6:10)
Senhor Jesus!
No concerto das forças que te servem, na construção da Era Nova, suplicamos-te apoio e inspiração para os lidadores da imprensa espírita, quase sempre mantidos em condições sacrificiais para sustentarem a lavoura do bem.
Sobretudo, Mestre, permite possamos mencionar, diante do teu amparo, aqueles a que a abnegação situou nos mais duros misteres:
Os que são escarnecidos pela sinceridade com que se devotam aos assuntos da alma;
Os que se arrostam com ingratidão e desvalimento por não esmorecerem na exposição da verdade;
Os que são tentados com vantagens dinheirosas e preferem suar no rigor da carência, sem te deslustrarem a confiança;
Os que amargam incompreensão e abandono, às vezes entre as paredes do lar, e continuam fiéis à tua mensagem libertadora;
Os que são tidos à conta de obsessos, tão somente por te exemplificarem os ensinos, distanciados de humanas conveniências;
Os que trabalham gratuitamente na exaltação da tua causa, entre as fadigas do corpo e as exigências da profissão;
Os que compreendem a dignidade da ideia espírita, elevando-a sempre, sem jamais rebuçá-la em sarcasmo ou crueldade, a pretexto de esclarecer os semelhantes;
Os que molham a pena, no fel das próprias lágrimas, a fim de que as páginas edificantes da tua Doutrina se façam clarões permanentes, orientando os que se tresmalham nas sombras;
E os que, ainda mesmo temporariamente submetidos à enfermidade ou à penúria, olvidam a si mesmos, transfundindo a dor em cântico e a dificuldade em lição!…
Senhor!
Conduziste-nos o coração para Deus, ensinando-nos a solicitar-lhe o pão nosso de cada dia… (Mt 6:11) Deixa, assim, te roguemos também proteção e auxílio para que as letras espíritas nos garantam na Terra o Pão de luz!
(Comunhão Espírita Cristã, Uberaba (MG), reunião dedicada a estudos para o lançamento do Anuário Espírita, 15 de agosto de 1963)
NOTA: O texto do não consta da mensagem impressa no livro “Chico Xavier e suas mensagens no Anuário Espírita”. A mensagem acima foi publicada no Anuário Espírita de 1964.
Nosso Pai que estás em toda parte.
Santificado seja o teu nome, no louvor de todas as criaturas;
Venha a nós o teu reino de amor e sabedoria;
Seja feita a tua vontade, acima dos nossos desejos;
Tanto na Terra, quanto nos círculos espirituais;
O pão nosso do corpo e da mente dá-nos hoje;
Perdoa as nossas dívidas, ensinando-nos a perdoar aos nossos devedores com esquecimento de todo o mal;
Não permitas que venhamos a cair sob os golpes da tentação de nossa própria inferioridade;
Livra-nos do mal que ainda reside em nós mesmos: Porque só em Tí brilha a luz eterna do reino e do poder, da glória e da paz, da justiça e do amor para sempre.
Emmanuel
“Porque se perdoardes aos homens as suas ofensas também vosso Pai Celestial vos perdoará a vós…” — Jesus (Mt 6:14)
Quando Jesus nos exortou ao perdão não nos induzia exclusivamente ao aprimoramento moral, mas também ao reconforto íntimo, a fim de que possamos trabalhar e servir, livremente, na construção da própria felicidade.
Registremos alguns dos efeitos imediatos do perdão nas ocorrências da vida prática.
Através dele, ser-nos-á possível promover a extinção do mal, interpretando-se o mal por fruto de ignorância ou manifestação de enfermidade da mente;
impediremos a formação de inimigos que poderiam surgir e aborrecer-nos indefinidamente, alentados por nossa aspereza ou intolerância;
liberar-nos-emos de qualquer perturbação no tocante a ressentimento;
imunizaremos o campo sentimental dos entes queridos contra emoções, ideias, palavras ou atitudes suscetíveis de marginalizá-los, por nossa causa, nos despenhadeiros da culpa;
defenderemos a tarefa sob nossa responsabilidade, sustentando-a a cavaleiro de intromissões que, a pretexto de auxiliar-nos, viessem arrasar o trabalho que mais amamos;
impeliremos o agressor a refletir seriamente na impropriedade da violência;
e adquiriremos a simpatia de quantos nos observem, levando-os a admitir a existência da fraternidade, em cujo poder dizemos acreditar.
Quantos perdoem golpes e injúrias, agravos e perseguições apagam incêndios de ódio ou extinguem focos de delinquência no próprio nascedouro, amparando legiões de criaturas contra o desequilíbrio e resguardando a si mesmos contra a influência das trevas.
Perdão pode ser comparado a luz que o ofendido acende no caminho do ofensor. Por isso mesmo, perdoar, em qualquer situação, será sempre colaborar na vitória do amor, em apoio de nossa própria libertação para a vida imperecível.
Qualquer trabalhador exerce as suas atividades profissionais dentro de limites determinados que o fazem credor de salário específico. No entanto, se o profissional, em qualquer setor de atividade humana ultrapassa as fronteiras naturais das próprias obrigações, guarda merecimento superior, à importância do vencimento estabelecido.
Semelhante salário-extra corresponde à abnegação.
As leis terrestres não recompensam o mérito extraordinário, por falta absoluta dos meios de aferição.
Assim, a abnegação do Espírito encarnado, seja qual for o setor em que moureja, é paga pela Lei Divina que define o valor de cada ser no Plano Espiritual.
O trabalho comum, na Terra, é recompensado pela moeda a exprimir-se por honorários; o trabalho extra, no reino do Espírito, é pago em recursos de ascensão para a alma.
O trabalho ordinário conduz o servidor ao domínio horizontal do meio em que vive; o trabalho extraordinário eleva-o, em sentido vertical, às Esferas Superiores.
Exemplificando, vemos o professor que apenas procura cumprir determinado plano de aulas, dedicando-se exclusivamente ao mister que lhe é próprio, dentro do limite mínimo de esforço e tempo, a receber a paga integral do serviço nos honorários que percebe. Todavia, aquele que transfigura o magistério em sacerdócio, ajudando aos discípulos, nos horários extraescolares, esmerando-se em estudos contínuos da matéria que leciona para superar o programa rotineiro, habilita-se a crédito extraordinário, de vez que demonstra rendimento superior ao exigido pelos próprios encargos. Semelhante educador receberá naturalmente o salário maior a que fez jus pela abnegação que revelou.
Quem pagará, entre os homens, o devotamento do coração feminino que se decide a recolher no próprio regaço os filhinhos alheios? Qual instituto humano remunerará o desvelo da criatura generosa que apoia com desinteresse e carinho os companheiros em sofrimento?
Eis porque, contrapondo-se à orientação do esforço mínimo, a abnegação é sempre o esforço máximo, somente compensável pelos cofres da Bondade Divina.
Cumpre as obrigações que te cabem e granjearás vencimento justo na Terra.
Faze mais que o dever, pelo bem de todos, e, conforme as lições de Jesus, (Mt 6:19) amontoarás tesouros nos Céus.
(Psicografia de Waldo Vieira)
Caridade - o Alimento do Corpo e da Alma
Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 8
Francisco Cândido Xavier
Diversos
A existência terrestre é uma viagem educativa.
Começa na meninice, avança pelos caminhos claros da plenitude física e altera-se na noite da enfermidade ou da velhice, para renovar-se, além da morte.
Repara, pois, como segues.
Não te agarres aos bens materiais, senão no estritamente necessário para que te faças valioso irmão no concurso aos companheiros de jornada e útil a ti mesmo.
Há muitos viajores que sucumbem na caminhada sob pesados madeiros de ouro a que se jungem, desorientados.
Não reclames devotamento do próximo, e, sim, ama e auxilia a todos os que se aproximem de ti, para que o teu amor não desça do Alto aos tenebrosos despenhadeiros do exclusivismo.
Muitos peregrinos enlouquecem o coração no mel envenenado das afeições doentias e demoram-se longos séculos na corrente viscosa do charco.
Não prossigas viagem guardando ressentimento, para que não aconteça te prendas impensadamente aos labirintos do ódio.
Muitos viajantes, a pretexto de fazerem justiça, tombam, insensatos, em escuras armadilhas da crueldade e da intriga, com incalculáveis prejuízos no tempo.
Recorda que iniciaste a excursão terrestre sem qualquer patrimônio e encontraste carinhosos braços de mãe que te embalaram, amparando-te, em nome do Eterno.
Lembra-te de que nada possuis, à frente do Pai Celestial, senão tua própria alma e, por isso mesmo, só em tua alma amealharás o tesouro que a ferrugem não consome e que as traças não roem. (Mt 6:20)
Prazer e dor, simplicidade e complexidade, escassez e abastança, beleza da forma ou tortura do corpo físico, são simplesmente lições.
O caminho do mundo que atravessas cada dia, é apenas escola.
Teus afetos mais doces são companheiros com tarefas diferentes das tuas.
Segue sem imposição, sem preguiça, sem queixa e sem exigência.
O corpo é o teu veículo santo.
Não lhe conspurques a harmonia.
A experiência é tua instrutora.
Não lhe menosprezes o ensinamento.
O próximo de qualquer procedência é teu irmão.
Não o abandones.
O tempo é o empréstimo divino que recebeste do Céu, para a edificante peregrinação.
Valoriza-o com o teu aprimoramento no amor e na sabedoria.
E aceitando Jesus por mestre, em teus passos de cada hora, guarda a certeza de que, em breve, atingirás a alegria do sublime retorno ao Divino Lar.
Em todos os males que nos assoberbam a vida, apliquemos as indicações curativas do Evangelho.
Conflitos e queixas à frente do próximo:
— Amemo-nos uns aos outros, qual o Divino Mestre nos amou. (Jo 15:12)
Desinteligências em casa:
— Lembremo-nos de que se não procuramos compreender e nem amparar os que nos partilham o círculo doméstico, estaremos negando a própria fé. (1tm 5:8)
Provocações e insultos:
— Exoremos a Divina Misericórdia para quantos nos perseguem ou injuriam. (Mt 5:43)
Incompreensões no campo da convivência:
— Com quem nos exija a jornada de mil passos, caminhemos mais dois mil. (Mt 5:41)
Calúnias e sarcasmos:
— O Senhor recomenda se perdoe cada ofensa setenta vezes sete. (Mt 18:21)
Provas e contratempos:
— Orar sempre e trabalhar sem desânimo, na edificação do bem de todos. (Lc 18:1)
Perturbações íntimas:
— Onde colocamos os nossos interesses, aí se nos vincula o coração. (Mt 6:21)
Ocasiões de críticas e reproches:
— Com a medida que julgamos os outros, seremos julgados também nós. (Mt 7:2)
Reivindicações e reclamações:
— Busquemos o Reino de Deus e sua justiça e tudo mais de que necessitemos ser-nos-á acrescentado. (Mt 6:33)
Adversários ferrenhos ou implacáveis:
— Amemos os nossos inimigos, observando que lições nos trazem eles, a fim de que possamos aproveitá-las, porque, se amamos tão somente os que nos amam que haverá nisso demais? (Mt 5:44)
Arrastamentos e paixões:
— Vigiemos a nós mesmos para que não venhamos a resvalar para as margens da senda que nos cabe trilhar. (Mt 26:41)
Anseio de orientação e conselho:
— Tudo o que quisermos que os outros nos façam, façamos nós igualmente a eles. (Mt 7:12)
Provavelmente, na arena das inquietações e tribulações terrestres, terás tentado as mais diversas receitas, traçadas por autoridades humanas, à busca de equilíbrio e paz, segurança e felicidade, sem atingir os resultados a que aspiras… Entretanto, não esmoreças. Uma fórmula existe que jamais falha, na garantia de nosso próprio bem: experimenta Jesus.
Recorda o grande minuto do berço para que te convenças, sem alarme, de que toda posse pertence a Deus.
Integralmente jungido à necessidade, atingiste o mundo em completa nudez, esmolando a proteção maternal, através de vagidos que te denunciavam a carência de tudo.
Reconhecerás, desse modo, que a vida se te desenrola nas mil concessões do Pai Celestial cada dia.
Do chão que te sustenta à estrela que te adelgaça a treva noturna, tudo é Deus em teus passos, conferindo-te equilíbrio e respiração, ideia e movimento, em regime de administração, de vez que o Amor Infinito nos empresta todos os bens do mundo para que Lhe estendamos a grandeza, ao sol desse mesmo amor que é patrimônio de todas as criaturas.
Observarás então que o Todo-Misericordioso te concede o ouro terrestre para que ajudes a evolução, tanto quanto te reveste com a influência política ou com a cultura da inteligência, a fim de que te convertas em coluna valiosa do progresso e da educação.
Não olvides que todos, por algum tempo, detemos recursos e vantagens que significam talentos entregues às nossas mãos pelo Suprimento Divino.
Nossa família é santuário de afetos para que nos entrosemos com a família maior a expressar-se na Humanidade inteira; nossa profissão é título de trabalho com que nos cabe servir à comunidade em bases de sacrifício próprio; nossa fé representa lâmpada viva com que nos compete a obrigação de clarear os caminhos alheios e nossa bolsa não é mais que repositório de possibilidades que, a rigor, estacionam em nossa marcha para que se transformem no pão e na alegria de todos os que nos cercam.
Acautela-te ante a transitoriedade em que toda a existência humana se levanta e desdobra, a fim de que amanhã não te aconteça acordar nos braços da morte, com a loucura de quem, debalde, intenta reter disponibilidades e bênçãos de que a fronteira de cinza é o justo limite.
“Não servirás a dois senhores” (Mt 6:24) — ensinou-nos o Cristo de Deus. Jamais nos esqueçamos de que o Supremo Senhor é realmente Deus. Nosso Pai, e que, fora dos interesses d’Ele que constituem felicidade e luz para todos, estaremos jugulados pela tirania do mentiroso senhor que é nosso “eu”.
Emmanuel
“Não saiba a tua mão esquerda o que deu a direita”. (Mt 6:3)
Não se inteirem os teus adversários gratuitos daquilo que fazes, sob a inspiração da fraternidade e da justiça.
Não se informe o mal, acerca do bem que praticas.
Não invoque a leviandade ao círculo de teu dever que deve ser bem cumprido.
Não busque poeira para a água cristalina.
Não te associes à perturbação para a sementeira da harmonia.
Jesus não se reportava somente à humildade, no ensinamento a que nos referimos. Destacava também a prudência e a ponderação, assinalando a riqueza do silêncio, que nos compete usar, nas menores lutas da vida, em favor do êxito de nossas próprias tarefas.
Lembra-te de que os problemas se estendem ao infinito…
Cada ser, cada criatura, cada consciência possuem necessidades diferentes entre si.
A caridade para com o instrutor não é a mesma que devemos prestar ao aprendiz e a assistência ao homem enfermo não é igual a que nos cabe endereçar ao homem robusto.
A essência do bem é una em suas raízes fundamentais, mas os seus métodos de manifestação variam infinitamente.
Guardemos, pois, o ensinamento da mão direita que deve trabalhar sem a intromissão da esquerda e adotemos o silêncio por soberana medida de equilíbrio, na sementeira de felicidade, em nosso próprio benefício.
Essa mensagem, diferindo na palavra marcada, foi publicada em fevereiro de 1953 pela FEB no Reformador e é também a 129ª lição do 1º volume do livro “”
Mediunidade E Sintonia
Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 12
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel
Para que sejamos intérpretes genuínos do bem, não basta desculpar o mal. É imprescindível nos despreocupemos dele, em sentido absoluto, relegando-o à condição de efêmero acessório do triunfo real das Leis que nos regem.
Evitando comentários complexos em nosso culto à simplicidade, recorramos à Natureza.
Vejamos, por exemplo, o apelo vivo da fonte.
Quantas vezes terá sido injuriada a água que hoje nos serve à mesa?
Do manancial ao vaso limpo, difícil trajetória cumulou-a de vicissitudes e provações.
O leito duro de pedra e areia…
A baba venenosa dos répteis…
O insulto dos animais de grande porte…
O enxurro dos temporais…
Os detritos que lhe foram arrojados ao seio…
A fonte, entretanto, caminhou despretensiosa, sem demorar-se em qualquer consideração aos sarcasmos da senda, até surpreender-nos, diligente e pura, aceitando o filtro que lhe apura as condições, a fim de que nos assegure saciedade e conforto.
Segundo observamos, na lição aparentemente infantil, o ribeiro não somente olvidou as ofensas que lhe foram precipitadas à face.
Movimentou-se, avançou, humilhou-se para auxiliar e perdoou infinitamente, sem imobilizar-se um minuto, porque a imobilidade para ele constituiria adesão ao charco, no qual, ao invés de servir, converter-se-ia tão só em veículo de corrupção.
É por isso que o ensinamento cristão da caridade envolve o completo esquecimento de todo mal.
“Que a vossa mão esquerda ignore o bem praticado pela direita.” (Mt 6:3) Semelhantes palavras do Senhor induzem-nos a jornadear na Terra, exaltando o bem, por todos os meios ao nosso alcance, com integral despreocupação de tudo o que represente vaidade nossa ou incompreensão dos outros, de vez que em qualquer boa dádiva somente a Deus se atribui a procedência.
Procurando a nossa posição de servidores fiéis da regeneração do mundo, a começar de nós mesmos, pela renovação dos nossos hábitos e impulsos, olvidemos a sombra e busquemos a luz, cada dia, conscientes de que qualquer pausa mais longa na apreciação dos quadros menos dignos que ainda nos cercam será nossa provável indução ao estacionamento indeterminado no cárcere do desequilíbrio e do sofrimento.
Se aspiramos conquistar o Reino de Deus, recordemos Jesus que no-lo revelou, conjugando “dizer” e “fazer”.
Ensinou o Divino Mestre:
“Faze aos outros o que desejas que os outros te façam”. (Lc 6:31)
E viveu para os outros, sem nada exigir.
“Dá a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”. (Mt 22:21)
E, respeitando as autoridades constituídas no mundo, dedicou-se integralmente aos interesses do espírito.
“Quem se humilhar será exaltado”. (Mt 23:12)
E ninguém se apagou até hoje quanto Ele para que a Infinita Bondade se destacasse.
“Quem procura ser o maior seja o servo de todos.” (Mt 20:26)
E, nas mínimas circunstâncias, colocou-se invariavelmente no lugar de quem serve.
“Não saiba a tua mão esquerda o que dá a direita”. (Mt 6:3)
E ouvido algum jamais lhe escutou qualquer expressão de elogio a si mesmo.
“Não é o que entra pela boca que torna o homem impuro, mas o que lhe sai do coração”. (Mt 15:18)
E banqueteou-se com criaturas consideradas desprezíveis, acordando-lhes o sentimento para a realidade superior.
“Ao que te peça mil passos, caminha com ele dois mil”. (Mt 5:41)
E fez-se entre os homens inimitável modelo de tolerância.
“A quem te rogue a capa, cede também a túnica”. (Lc 6:29)
E deu-se constantemente ao próximo, consagrando-lhe a própria existência.
“Ama aos teus inimigos”. (Lc 6:35)
E suportou, em silêncio, as forças das trevas que o situaram em aparente derrota.
“Ora pelos que te perseguem e caluniam”. (Mt 5:44)
E aceitou a flagelação injusta, exorando perdão em favor dos próprios carrascos, no suplício da cruz.
Não precisas aguardar revelações estranhas e nem fenômenos espetaculares para surpreender as maravilhas do Reino de Deus.
Nem catástrofes cósmicas.
Nem convulsões da natureza.
Nem Terra fulminada.
Nem céus abertos.
Tudo pode alterar-se, a teus olhos, se tens a luz por dentro de ti.
E, além disso, a qualquer momento, a verdadeira vida pode trazer-te a Grande Mudança.
Nosso problema será sempre construir na própria alma a perfeição que reclamamos nos outros.
Não nos esqueçamos de que o Evangelho vem preparar no mundo o reino do bem que Jesus anunciou e o próprio Jesus foi suficientemente claro; asseverando que o Reino de Deus está dentro de nós. (Lc 17:20)
Evangelho por Emmanuel, O – Comentários ao Evangelho Segundo Mateus
Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 125
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel
Nenhum Espírito da comunidade terrestre possui tanta luz que não admita em si certa nesga de sombra, nem existe criatura com tanta sombra que não guarde consigo certa faixa de luz.
Aprende a fixar o próximo com a claridade que há em ti.
Não creias, porém, que semelhante trabalho se filie ao menor esforço, porque, pelo peso das trevas que ainda imperam no mundo, a sombra que ainda nos envolve, na Terra, a cada instante, insinuar-se-nos-á no próprio entendimento, perturbando-nos as interpretações.
Se te demoras na obscuridade, não enxergarás senão os defeitos e as cicatrizes, as feridas e as nódoas que caracterizam a fisionomia do irmão infortunado, constrangendo-te ao medo e à usura, à incompreensão e à aspereza. E sabemos que quantos se detêm no cipoal ou no charco não encontram outros elementos, além da lama ou do espinho, para oferecer.
Alça a lâmpada acesa do conhecimento superior e avança para a frente, e, então, a ignorância e a delinquência surgir-nos-ão aos olhos por enfermidades da alma, que é preciso extirpar, a benefício da felicidade comum.
“Não saiba a vossa mão esquerda o que deu a direita” (Mt 6:3) — ensina-nos o Evangelho — e ousamos acrescentar: “não saiba a nossa sombra o que fez a nossa luz”; porque, dessa forma, avançando, acima das tentações da vaidade e do desânimo, a chispa humilde de nossa fé no Bem Infinito poderá transformar-se em chama viva e redentora para o caminho de todos os que nos cercam.
Evangelho por Emmanuel, O – Comentários ao Evangelho Segundo Lucas
Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 168
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel
Se aspiramos conquistar o Reino de Deus, recordemos Jesus que no-lo revelou, conjugando “dizer” e “fazer”.
Ensinou o Divino Mestre:
“Faze aos outros o que desejas que os outros te façam”. (Lc 6:31)
E viveu para os outros, sem nada exigir.
“Dá a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”. (Mt 22:21)
E, respeitando as autoridades constituídas no mundo, dedicou-se integralmente aos interesses do espírito.
“Quem se humilhar será exaltado”. (Mt 23:12)
E ninguém se apagou até hoje quanto Ele para que a Infinita Bondade se destacasse.
“Quem procura ser o maior seja o servo de todos.” (Mt 20:26)
E, nas mínimas circunstâncias, colocou-se invariavelmente no lugar de quem serve.
“Não saiba a tua mão esquerda o que dá a direita”. (Mt 6:3)
E ouvido algum jamais lhe escutou qualquer expressão de elogio a si mesmo.
“Não é o que entra pela boca que torna o homem impuro, mas o que lhe sai do coração”. (Mt 15:18)
E banqueteou-se com criaturas consideradas desprezíveis, acordando-lhes o sentimento para a realidade superior.
“Ao que te peça mil passos, caminha com ele dois mil”. (Mt 5:41)
E fez-se entre os homens inimitável modelo de tolerância.
“A quem te rogue a capa, cede também a túnica”. (Lc 6:29)
E deu-se constantemente ao próximo, consagrando-lhe a própria existência.
“Ama aos teus inimigos”. (Lc 6:35)
E suportou, em silêncio, as forças das trevas que o situaram em aparente derrota.
“Ora pelos que te perseguem e caluniam”. (Mt 5:44)
E aceitou a flagelação injusta, exorando perdão em favor dos próprios carrascos, no suplício da cruz.
Não precisas aguardar revelações estranhas e nem fenômenos espetaculares para surpreender as maravilhas do Reino de Deus.
Nem catástrofes cósmicas.
Nem convulsões da natureza.
Nem Terra fulminada.
Nem céus abertos.
Tudo pode alterar-se, a teus olhos, se tens a luz por dentro de ti.
E, além disso, a qualquer momento, a verdadeira vida pode trazer-te a Grande Mudança.
Nosso problema será sempre construir na própria alma a perfeição que reclamamos nos outros.
Não nos esqueçamos de que o Evangelho vem preparar no mundo o reino do bem que Jesus anunciou e o próprio Jesus foi suficientemente claro; asseverando que o Reino de Deus está dentro de nós. (Lc 17:20)
Livro da Esperança
Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 88
Página: 230
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel
“Quando quiserdes orar entrai para a vosso quarto e, fechada a porta, orai ao Pai, no íntimo; e o Pai que vê, no íntimo, vos recompensará.” — JESUS (Mt 6:6)
“Orai, enfim, com humildade, como o publicano e não com orgulho, como o fariseu. Examinai os vossos defeitos, não as vossas qualidades e, se vos comparardes aos outros, procurai o que há em vós de mau.” —
Pediste em oração a cura de doentes amados e a morte apagou-lhes as pupilas, regelando-te o coração; solicitaste o afastamento da prova e o acidente ocorreu, esmagando-te as esperanças; suplicaste a sustação da moléstia e a doença chegou a infligir-te deformidade completa; imploraste suprimentos materiais e a carência te bate à porta.
Mas se não abandonares a prece, aliada ao exercício das boas obras, granjearás paciência e serenidade, entendendo, por fim, que a desencarnação foi socorro providencial, impedindo sofrimentos insuportáveis, que o desastre se constituiu em medida de emergência para evitar calamidades maiores, que a mutilação física é defesa da própria alma contra quedas morais de soerguimento difícil e que as dificuldades da penúria são lições da vida, a fim de que a finança demasiada não se faça veneno ou explosivo nas tuas mãos.
Da mesma forma, quando suplicamos perdão das próprias faltas à Eterna Justiça, não bastam o pranto de compunção e a postura de reverência. Após o reconhecimento dos compromissos que nos são debitados no livro do espírito, continuamos tão aflitos e tão desditosos quanto antes. Contudo, se perseveramos na prece, com o serviço das boas ações que nos atestam a corrigenda, a breve trecho, perceberemos que a Lei nos restitui a tranquilidade e a libertação, com o ensejo de apagar as consequências de nossos erros, reintegrando-nos no respeito e na estima de todos aqueles que erigimos à condição de credores e adversários.
Se guardas esse ou aquele problema de consciência, depois de haver rogado perdão à Divina Bondade, sob o pretexto de continuar no fogo invisível da inquietação, não te afastes da prece mesmo assim.
Prossegue orando, fiel ao bem que te revele o espírito renovado. A prece forma o campo do pensamento puro e toda construção respeitável começa na ideia nobre.
Realmente, sem trabalho que o efetive, o mais belo plano é sempre um belo plano a perder-se. Não vale prometer sem cumprir.
A oração, dentro da alma comprometida em lutas na sombra, assemelha-se à lâmpada que se acende numa casa desarranjada; a presença da luz não altera a situação do ambiente desajustado e nem remove os detritos acumulados no recinto doméstico, entretanto, mostra sem alarde o serviço que se deve fazer.
Palavras de Vida Eterna
Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 172
Página: 359
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel
“Quando quiserdes orar, entrai para o vosso quarto e, cerrada a porta, orai a vosso Pai em secreto; e vosso Pai que vê o que se passa em secreto vos recompensará.” — JESUS (Mt 6:6)
Se a resposta que esperamos à oração parece tardia, habitualmente nos destemperamos em amargura.
Proclamamos haver hipotecado todas as forças de espírito à confiança na Providência Divina e gritamos, ao mesmo tempo, que as tribulações ficaram maiores.
Dizemo-nos fiéis a Deus e afirmamo-nos esquecidos.
Convém observar, porém, que a provação não nos alcança de maneira exclusiva. As nossas dificuldades são as dificuldades de nosso grupo.
Familiares e companheiros sofrem conosco o impacto das ocorrências desagradáveis, tanto quanto a fricção do cotidiano pela sustentação da harmonia comum.
Se para nós, que nos asseveramos alicerçados em conhecimento superior, as mortificações do caminho assumem a feição de suplícios lentos, que não serão elas para aqueles de nossos entes queridos, ainda inseguros da própria formação espiritual.
Compreendemos que, se na extinção dos nossos problemas pequeninos, requisitamos o máximo de proteção ao Senhor, é natural que o Senhor nos peça o mínimo de concurso na supressão dos grandes infortúnios que abatem o próximo.
Em quantos lances embaraçosos, somos, de fato, a pessoa indicada à paciência e à tolerância, ao entendimento e ao serviço?
Com semelhante raciocínio, reconhecemos que a pior atitude, em qualquer adversidade, será sempre aquela da dúvida ou da inquietação que venhamos a demonstrar.
Em supondo que a solução do Alto demora a caminho, depois de havermos rogado o favor da Infinita Bondade, recordemos que se a hora de crise é o tempo de luta, é também a ocasião para os melhores testemunhos de fé; e que se exigimos o amparo do Senhor, em nosso benefício, é perfeitamente justo que o Senhor nos solicite algum amparo, em favor dos que se afligem, junto de nós.
Fonte Viva
Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 77
Página: 181
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel
“Pai nosso…” — JESUS (Mt 6:9)
A grandeza da prece dominical nunca será devidamente compreendida por nós que lhe recebemos as lições divinas. Cada palavra, dentro dela, tem a fulguração de sublime luz.
De início, o Mestre Divino lança-lhe os fundamentos em Deus, ensinando que o Supremo Doador da Vida deve constituir, para nós todos, o princípio e a finalidade de nossas tarefas.
É necessário começar e continuar em Deus, associando nossos impulsos ao plano divino, a fim de que nosso trabalho não se perca no movimento ruinoso ou inútil.
O Espírito Universal do Pai há de presidir-nos o mais humilde esforço, na ação de pensar e falar, ensinar e fazer.
Em seguida, com um simples pronome possessivo, o Mestre exalta a comunidade. Depois de Deus, a Humanidade será o tema fundamental de nossas vidas.
Compreenderemos as necessidades e as aflições, os males e as lutas de todos os que nos cercam ou estaremos segregados no egoísmo primitivista.
Todos os triunfos e fracassos que iluminam e obscurecem a Terra pertencem-nos, de algum modo.
Os soluços de um hemisfério repercutem no outro.
A dor do vizinho é uma advertência para a nossa casa.
O erro de um irmão, examinado nos fundamentos, é igualmente nosso, porque somos componentes imperfeitos de uma sociedade menos perfeita, gerando causas perigosas e, por isso, tragédias e falhas dos outros afetam-nos por dentro.
Quando entendemos semelhante realidade, o “império do eu” passa a incorporar-se por célula bendita à vida santificante.
Sem amor a Deus e à Humanidade, não estamos suficientemente seguros na oração.
Pai nosso… — disse Jesus para começar.
Pai do Universo… Nosso mundo…
Sem nos associarmos aos propósitos do Pai, na pequenina tarefa que nos foi permitido executar, nossa prece será, muitas vezes, simples repetição do “eu quero”, invariavelmente cheio de desejos, mas quase sempre vazio de sensatez e de amor.
Lembra-te da expressão de Jesus, na prece dominical — Pai Nosso. (Mt 6:9)
A Bondade Divina ignora a exclusividade.
Não te dirijas ao Senhor, pensando tão somente na dor que porventura te fira.
Deus, que é a Providência de tua alma dilacerada, é igualmente a Providência dos que te ferem.
Ele é nosso Criador, mas também é o Criador dos que não observam o mundo por nossos olhos e que não consideram a vida segundo a nossa cabeça.
Ele, que criou a águia que voa, criou o verme que se arrasta.
Ninguém te proíbe o ato de pedir algo ao Senhor.
Recorda que o problema ou a provação não te pertencem unicamente.
A aflição que te vergasta, em muitos casos, é muito maior naqueles que te acompanham.
Tuas dificuldades são respeitáveis, contudo, outros são torturados por dificuldades maiores que as tuas.
Sim, o Todo-Poderoso é Todo-Amor e Todo-Sabedoria.
Ele é o Supremo Senhor de Todos os Mundos, de Todas as Almas, de Todas as Vidas e de Todas as Cousas.
Roga o que desejas, mas, antes, não nos esqueçamos de suplicar ao Nosso Pai visão e discernimento a fim de sabermos se o nosso pedido está certo e justo, de conformidade com as Suas Leis.
O outono de 256 começava entre lutas e expectativas.
No Império, então governado por Públio Aurélio Licínio Valeriano, elevado à púrpura do poder pelos seus brilhantes feitos militares, a decadência continuava…
Não obstante as vitórias sobre os godos, o Imperador não conseguia sustar a desagregação moral a desenvolver-se em toda a parte.
Em Roma, a dignidade sofria esquecimento e subversão.
Nas linhas provinciais crescia a irresponsabilidade e a indisciplina.
Taciano, contudo, acelerara demasiado a renovação interior para deter-se no mundo externo.
Arredado das questões políticas e filosóficas que o apoquentavam, sentia-se convocado pela vida ao reajuste de todas as suas conquistas e valores de ordem pessoal.
Novamente em Lião, onde a vida se desdobrava com as readaptações necessárias, não ignorava que de Roma não lhe faltariam dissabores imprevisíveis.
O suicídio de Helena e a moléstia do sogro, sem que ele pudesse revelar aos amigos a chave das explicações justas, criara-lhe uma atmosfera de antipatia e desconfiança.
Encontrava-se, por isso, mais angustiado, mais sozinho.
Chegara à vila com um pensamento obcecante a dominar-lhe o cérebro: — o desforço contra Teódulo. Saberia despejar sobre ele todo o fel de indignação e desprezo que lhe vertia da alma. Interpelá-lo-ia com rigor e vingar-se-ia sem piedade. Contudo, de regresso, veio a saber que o representante de Opílio fora chamado por Galba, à pressa, tendo seguido para a metrópole, dois dias antes.
Certo, a saúde de Vetúrio periclitava.
Sentia-se, porém, duramente ferido para seguir ao encontro do sogro.
Atreito às antigas tradições de orgulho em que plasmara a própria vida, reconhecia-se estrangeiro no seio da família Vetúrio, que, desde o berço, lhe envenenava a vida. Preferia aguardar o desfavor e a hostilidade, no campo de serviço a que se habituara, desde a juventude.
Temendo a intromissão de Galba, mandou reformar a casinha que pertencera a Basílio e embelezá-la, única propriedade que detinha em seu nome, e passou a viver ali, em companhia de Blandina, de Celso e de um velho casal de escravos, Servulino e Valéria, extremamente devotados a ele.
A antiga servidora era o sustentáculo eficiente das lides domésticas e o esposo convertera-se no professor competente das crianças.
Quinto Celso, já iniciado por Lívia, desde a meninice, na arte da leitura, era, aos onze anos, um prodígio de memória e discernimento. Francamente cristão, despendia longas horas com Blandina contando-lhe as histórias dos mártires do Evangelho e comunicando-lhe a fé ardente em Jesus.
A filhinha de Taciano ouvia, maravilhada, encontrando imenso consolo naquelas conversações.
Os sofrimentos de Lívia, o desaparecimento de Basílio, a morte de Helena, com as pomposas exéquias de que se fizera acompanhar, a enfermidade do avô e as graves preocupações paternas impuseram-lhe profundo abalo psíquico. Chorava sem motivo, padecia inexplicáveis insônias e, não raro, demorava-se no leito, dias e dias, sob fortes crises do coração descompassado.
A excursão em Neápolis perdera para ela os frutos de que parecia revestir-se.
Diariamente, pela manhã, formulava com o pai a prece habitual a , mas, no fundo, sentia que o seu pensamento passara a gravitar em torno daquele Cristo, amoroso e sábio, que se achava no centro de todas as observações do irmão adotivo.
Não ignorando a aversão do genitor pelos cristãos, ela se abstinha, cuidadosamente, na presença dele, de qualquer comentário tendente a magoar-lhe os princípios.
Pouco a pouco, as opiniões e os apontamentos de Celso conquistaram-lhe a alma simples e sensível para a nova fé.
O rapazinho, terminados os estudos e as tarefas de cada dia, ainda encontrava tempo para rápidas leituras do arquivo de Basílio, que Taciano conservava respeitosamente.
Daí o benfeitor paternal, quando nos entendimentos costumeiros, quer nos passeios pelo campo, quer às refeições no triclínio, surpreender-se com as observações do menino, judiciosas e sensatas, nas quais, todavia, Quinto Celso evitava igualmente as menores referências ao Cristianismo de maneira direta.
Servulino não se esquecia de rogar às crianças o devido respeito às convicções do amo e, assim, os dois irmãos espirituais comungavam o mesmo idealismo e as mesmas esperanças na vida íntima, cimentando a fé que lhes irmanava os corações.
Noite a noite, viviam os habitantes da casinha do bosque doces e abençoadas horas de música e alegria.
Qual se conhecesse os traços psicológicos de Taciano, de longa data, Celso adquirira maneiras especiais de orientar a conversação.
Certa feita, porque o patrício desencantado se queixasse das tragédias passionais do seu tempo, com aflição e desânimo, o jovem falou sutil:
— Mas, meu pai, o senhor não julga o mundo necessitado de uma ideia nova? uma ideia que penetre o sentimento da criatura, renovando-lhe o modo de pensar?
Taciano fitou-o, espantado.
Que entenderia Celso dos problemas da vida?
Embora admirado, revidou firme:
— Não creio, meu filho. Nossas tradições e nossas leis são suficientes. Basta nos adaptemos a elas, de vez que as diretrizes estão prontas. Não admites que as Divindades sabem reger nossas vidas?
— Sim, meu pai — ajuntou o pequeno, pensativo —, o senhor tem razão… Contudo, os deuses parecem tão longe! Dizem-nos que garante o mundo em toda a parte, que é a protetora das colheitas, que Minerva dirige os sábios, mas não acha que precisávamos de alguém que, em nome dos deuses, viesse ao mundo conviver com os homens, vivendo-lhes as dificuldades e as dores?… As Divindades ajudam as pessoas, de conformidade com os sacrifícios que recebem nos templos. Assim, a proteção do Céu varia com a posição dos homens. Há quem possa levar aos santuários touros e aves, incenso e moedas, entretanto, a maioria dos habitantes de uma cidade é gente pobre, que apenas conhece o sacrifício e a servidão… O senhor acredita que os escravos são deserdados do Céu? os que mais trabalham devem ser os menos favorecidos?
O filho de Varro recebia semelhantes palavras, pronunciadas com humildade e carinho, por jatos de luz interior…
Ele mesmo fora bem nascido, crescera bafejado pelo prestígio do ouro, contudo, as surpresas do destino, gradativamente, despojavam-no de todas as regalias e privilégios.
A morte da esposa e o desagrado da parentela situavam-no à beira de total empobrecimento econômico.
Aguardava do cunhado e genro o último golpe.
Não tardaria, talvez, a conhecer a dolorosa condição dos homens sentenciados à subserviência, na subalternidade e na sombra.
Em semelhante curva da caminhada na Terra, experimentava o sopro da adversidade a enregelar-lhe o coração.
Teria bastante fé nos dias incertos que se avizinhavam?
As observações do filho adotivo acordavam-lhe na alma esses cruciantes pensamentos.
Empalideceu, ligeiramente, e considerou:
— Sim, sim, as tuas ponderações são apreciáveis, contudo, não podemos olvidar que a nossa existência permanece estruturada sobre o alicerce das classes.
E, recordando sábias interpretações dos antigos romanos, acrescentou:
— A sociedade é um corpo do qual somos partes integrantes. A cabeça içada sobre os ombros guarda a missão de raciocinar e decidir. As mãos e os pés foram feitos para servi-la. No organismo de nossa vida política, o patriciado representa os sentidos tais como a visão, a audição e o tato, que auxiliam o cérebro a examinar e discernir, ao passo que os plebeus constituem os membros incumbidos do trabalho e da submissão. Não poderíamos inverter a ordem. O nascimento e a posição, o nome e a conquista são os pilares de nosso equilíbrio.
O jovem sorriu, com inteligência, e obtemperou, fortemente inspirado:
— Mas, a dor nos pés não é tão desagradável quanto a dor na cabeça? uma ferida nas mãos não será tão incômoda quanto um golpe no rosto? Estou certo, meu pai, de que cada pessoa respira no lugar que a Natureza lhe concedeu, mas todos os homens merecem respeito, felicidade e consideração, entre si… Aceitando essa verdade, creio que se a fé pudesse operar em nós, por dentro, fazendo-nos mais amigos e mais irmãos uns dos outros, a fim de que nós mesmos começássemos o serviço da bondade, sem qualquer constrangimento, a harmonia do mundo seria mais perfeita porque a fortuna dos felizes não seria perturbada pela desfortuna dos pobres, o riso de alguns não seria prejudicado pelos gemidos de tantos…
O viúvo de Helena meditou por momentos e concluiu:
— As tuas referências são interessantes e valiosas. Inegavelmente, para alcançarmos a realização a que te reportas, precisaríamos no Império de um grande reformador… um homem à altura de todas as nossas dignidades públicas. Provavelmente, um filósofo, tomando as rédeas do governo, sob a inspiração da bondade e do direito, saberia compreender as nossas necessidades comuns…
Celso permutou com Blandina um olhar de inexprimível alegria e acentuou:
— Mas, papai, o senhor não acredita que esse renovador já tenha vindo?
Taciano compreendeu a velada alusão a Jesus-Cristo, esboçou um gesto de enfado e modificou o rumo da conversação, todavia, na solidão de si mesmo, refletia sobre os argumentos daquela criança, que a devoção de Lívia lhe havia legado e que, paulatinamente, passava a lhe ocupar o coração como pequeno mas seguro orientador.
Várias semanas haviam transcorrido, quando um correio de confiança da casa de Galba trouxe inquietantes notícias de Roma.
Dignara-se Lucila escrever apenas à irmã, de modo a torturar o genitor com todo o fel de malquerença que lhe extravasava da alma. Exigia que Blandina fosse morar na capital do Império, em sua casa, asseverando haver perdido a confiança no pai que não quisera evitar o deplorável suicídio de Helena. Achava-se convicta de que ela procurara o próprio fim, constrangida pelo procedimento de Taciano, que, por anos consecutivos, parecia recusar-lhe o carinho. Notificava que o avô, acamado entre a enfermidade e o túmulo, resolvera vender todas as suas propriedades nas Gálias, para que a família se desvencilhasse de recordações amargas, comunicando, ainda, que, em breves dias, o patrício Álcio Comúnio entraria na posse da vila, que Teódulo não mais voltaria e que, por isso, lhe aconselhava a mudança para Roma, sem mais tardar. Aguardaria, porém, uma resposta clara, a fim de incumbir Anacleta e outras servidoras de lhe constituírem o séquito necessário em viagem. Rogava a remessa de joias e lembranças maternas para o seu tesouro afetivo e, por último, relacionava os interesses e as vantagens da transferência, enunciando a esperança de que Blandina, por lá, descobriria uma existência diversa, suscetível de curar-lhe todas as tristezas e abatimentos incompreensíveis.
Taciano leu a carta, mal afogando as lágrimas.
Nunca poderia aguardar semelhante desacato.
A decisão do sogro, desfazendo-se das terras, significava para ele o mais forte rebaixamento de nível social, entretanto, a miséria não lhe doía tanto quanto o ingrato conceito da filha.
Lucila não possuía a mais leve razão de feri-lo.
Lembrou-se, contudo de Quinto Varro, o genitor desvelado que tudo lhe dera sem nada receber e, mais uma vez, ponderou quão amargo lhe fora o caminho no mundo.
Enxugou o pranto, recompôs a fisionomia e apresentou a mensagem à filhinha.
Blandina não ocultou a revolta que as notícias lhe impunham e respondeu, de imediato, à irmã que não pretendia abandonar a companhia paterna, enquanto vivesse.
O emissário de Galba tornou à metrópole, conduzindo a curta missiva com todos os objetos do uso particular de Helena e, desde então, indevassável silêncio pesou nas relações familiares, entre Lucila e o pai.
Volvidos alguns dias, Álcio apossou-se da herdade, requisitando Servulino e a esposa, cujos serviços lhe pertenciam por direito de compra, e Taciano, obrigado a contratar a cooperação de uma doméstica, assumiu, por sua vez, a tarefa de educador dos filhinhos, porquanto não mais dispunha de recursos materiais capazes de satisfazer a todos os seus desejos.
O inverno chegara, ríspido.
As árvores enregeladas, com a galharia desnuda dirigida para o alto, pareciam espectros a suplicarem o calor da vida.
Meditabundo, observava Taciano a natureza castigada, recordando o próprio destino.
O frio da adversidade assediava-lhe o coração.
Não fossem Blandina e Celso, frágeis rebentos da vida a lhe reclamarem carinho, e talvez se rendesse ao sofrimento moral, até que a morte o visitasse por mensageira de paz e libertação. Todavia, a ternura e a confiança com que lhe seguiam os passos, refundiam-lhe as forças. Disputaria com os monstros invisíveis da morte a fortaleza de si mesmo, a fim de doar às duas crianças uma vida melhor que a dele. Renunciaria a todos os prazeres, para que elas vivessem sempre livres e felizes.
Quando a primavera tornou à paisagem do Ródano, encarou a necessidade de ausentar-se de casa, na conquista de maior conforto doméstico. E pela vez primeira, qual havia acontecido ao próprio pai, em outro tempo, percebeu quão dura se fazia a existência para o homem que se propusesse conseguir com dignidade o próprio pão.
A classe média não passava de perigoso e escuro corredor, entre a planície miserável dos escravos e a dourada montanha dos senhores.
Sacudido por aflitivas emoções, considerou os obstáculos que se antepunham entre ele e a vida de sua época.
Entretanto, não lhe cabia recuar.
Consultou diversos amigos, contudo, era difícil instalar-se em qualquer posição vantajosa, sem a proteção dos altos dignitários da Corte e semelhante amparo se fazia agora inacessível para ele.
A saúde da filha reclamava serviços assistenciais imediatos e isso demandava recursos crescentes.
De tentativa a tentativa, em busca de trabalho decente, ocasiões surgiram em que invejou a sorte dos ferreiros e dos gladiadores humildes que podiam beijar os filhinhos, cada noite, orgulhosos e felizes, dentro da simplicidade que lhes assinalava a bênção de viver.
Desesperado, entre as necessidades domésticas e os obstáculos do meio, resolveu concorrer às corridas de bigas, na disputa de prêmios pecuniários.
Possuía dois carros leves e sólidos, bem como excelentes cavalos de tiro.
Na estreia, foi atingido pelos olhares ridiculizantes de muitos daqueles que, na prosperidade, lhe frequentavam o ambiente doméstico… Diversos companheiros da véspera orgulhosamente lhe recusaram as saudações usuais, em lhe observando a participação em atividades plebeias, mas tanto engenho e tanta destreza demonstrou nas corridas que, em breve, se fez o favorito de inúmeros apostadores.
Admirado por alguns e ironizado por muitos, o filho de Varro algo encontrara em que prender a atenção.
Odiava a turba festiva que lhe aclamava o nome nas competições vitoriosas, experimentava indisfarçável repugnância pelos ajuntamentos de homens e mulheres gozadores da vida, mas, no fundo, sentia-se satisfeito com a oportunidade de conquistar, ao preço de esforço próprio, o dinheiro indispensável às despesas do lar que novamente passara a desfrutar o mais amplo conforto.
Contratara competente professor para os jovens e a vida transcorria em casa numa abençoada atmosfera de paz, somente perturbada pela precária saúde de Blandina, que jamais pudera refazer-se de todo. Doente e abatida, a menina via o tempo escoar-se, sob o carinho inexcedível de Taciano e de Celso, qual se fora um anjo enfermo, prestes a desferir o voo para o paraíso.
Por mais fosse conduzida pelas abnegadas mãos paternas aos passeios no rio ou na floresta, nunca mais lhe assomaram à face as cores róseas e sadias da infância. Muitas vezes, era surpreendida pelos familiares, em lágrimas convulsivas, e, quando interpelada por eles, informava, triste, que vira a sombra de Helena a rogar-lhe orações.
Taciano sabia que os entendimentos da filhinha com Celso converteram-na ao Cristianismo, no entanto, transformara-se-lhe demasiado a alma para subtrair-lhe à torturada adolescência o único manancial de consolo capaz de propiciar-lhe a paz e o conforto, a esperança e a alegria.
Pessoalmente, era o mesmo devoto de , o invariável defensor dos deuses imortais, todavia, as amarguras da Terra lhe haviam ensinado ao coração que a felicidade espiritual não é a mesma para todos.
Dois anos correram, apressados…
Celso, robusto e bem disposto, era agora valioso companheiro do pai adotivo, cooperando nos trabalhos da pequena cavalariça, mas Blandina piorara sensivelmente.
Se a jovem tentava qualquer número de harpa ou de canto, longos acessos de tosse obrigavam-na a interromper-se.
O pai, agoniado, não poupava sacrifícios para restabelecer-lhe a saúde, mas a Natureza parecia condenar a doente a infindáveis padecimentos.
De passagem por Lião, afamado médico gaulês de Mediolanum foi chamado a opinar e aconselhou a Taciano conduzisse a menina à cidade em que residia para meticuloso tratamento de sua especialidade. Provavelmente a temporária mudança cooperaria para reerguer-lhe as forças.
O pai, amoroso e dedicado, não vacilou.
Sem recursos para despesas que exorbitassem o orçamento comum, contraiu vultoso empréstimo e partiu com os filhos, no verão de 259.
Não obstante, porém, os enormes débitos contraídos e apesar dos sacrifícios levados a efeito, no processo de cura a que foi submetida, a enferma regressou sem melhoras.
As lutas paternas continuaram, tormentosas…
Desdobravam-se os dias inquietantes, quando inesperada visita veio surpreende-los.
Anacleta, a leal amiga, vinha despedir-se.
Tendo ultrapassado meio século de existência, concluíra que não mais poderia tolerar as agitações da cidade imperial.
Afirmava-se exausta.
Blandina e o pai ouviram, apavorados, as notícias de que se fazia portadora.
O velho Opílio morrera, atormentado por grandes pesadelos, no inverno de dois anos antes e Galba, talvez entediado dos excessos a que se rendera durante toda a vida, tentara a mudança para a Campânia, no que fora impedido pela esposa, cada vez mais ávida de emoções e de aventuras…
Lucila, desde a morte de Helena, quando se afastara em definitivo da influência do antigo lar, parecia tomada por incompreensível fome de prazeres. Assim é que, enquanto o marido se retirava para o campo, confiava-se à perniciosa influência de Teódulo, que fixara residência no palácio de Vetúrio, qual se lhe fora afeiçoado familiar. O intendente acompanhava-a em múltiplas festas e favorecia-lhe afeições ilícitas, até que, um dia, apanhado de surpresa por Galba, em posição equívoca, no tálamo conjugal, foi por ele apunhalado sem comiseração.
Cometido o crime, que, como tantos outros passara despercebido das autoridades bem subornadas, o irmão de Helena acamou-se, delirando…
Por alguns dias, ela própria, Anacleta, velara por ele, mas, fatigada, obedeceu às instruções da dona da casa, que lhe recomendava descanso. Na primeira noite, contudo, em que se entregou ao repouso, na câmara que lhe era própria, Galba faleceu misteriosamente, asseverando algumas escravas de confiança, em surdina, que o amo fora envenenado pela própria mulher, com uma tisana preparada por ela mesma.
Taciano e a filhinha choraram estas desgraças.
A perda moral de Lucila aterrava-os.
Insistiram com a velha amiga para ficar, entretanto, a devotada servidora confessou que se fizera cristã e desejava a solidão para reconsiderar o caminho percorrido. Deliberara, desse modo, voltar à ilha de Cipro, atendendo ao pedido afetivo dos derradeiros parentes que lhe restavam.
Acompanhada por dois sobrinhos, que lhe dispensavam cuidados especiais, não se demorou por mais de uma semana, despedindo-se então dos amigos queridos, para sempre.
Impressionada, talvez, com as aflitivas informações trazidas de Roma, Blandina não mais se ergueu.
Debalde Taciano rodeou-a de surpresas e carícias… Em vão, Quinto Celso contou-lhe renovadas histórias de heróis e de mártires…
A doente renunciou a toda espécie de alimentação e mais se assemelhava, jungida ao leito alvo, a um anjo esculturado em marfim, unicamente animado pelos olhos escuros, ainda vivos e brilhantes.
Certa noite, justamente na antevéspera de grandes espetáculos em homenagem a patrícios ilustres, nos quais Taciano seria investido de grandes responsabilidades, a enferma chamou-o e apertou-lhe carinhosamente as mãos.
Permutaram inesquecível olhar, em que exprimiam toda a imensa dor que lhes estrangulava o espírito, adivinhando próximo adeus.
— Pai — disse ela, melancólica —, agora não me demorarei a reunir-me aos nossos…
Taciano procurou, em vão, represar as lágrimas que lhe inundavam os olhos.
Tentou falar, tranquilizando-a, mas não conseguiu.
— Sempre fomos unidos, paizinho! — continuou a moça, triste — até hoje, nada fiz sem a sua aprovação… Queria, assim, pedir o consentimento seu para que eu possa realizar um desejo, antes de partir…
E sem que o genitor tivesse tempo para qualquer indagação, acrescentou:
— O senhor permite que eu aceite a morte, na fé cristã?
O patrício recebeu a pergunta como se fora apunhalado nos tecidos sutis da própria alma. Uma dor intraduzível, na qual se misturavam a saudade e o ciúme, o fel e a angústia, fê-lo dobrar a cerviz, melancolicamente…
— Tu também, minha filha? — inquiriu ele, em pranto. — Meu pai era dele, minha mãe abraçou-o, Basílio imolou-se por ele, Lívia morreu louvando-lhe o nome, Anacleta despediu-se de nós, procurando-o, Quinto Celso, o filho que o destino me legou, nasceu pertencendo-lhe… Sempre o Cristo!… Sempre o Cristo a buscar-me, a atormentar-me e a perseguir-me!… Eras tu a única esperança de meus dias! Julguei que o Carpinteiro Galileu te poupasse!… Entretanto… tu também… Ó Blandina, porque não amas teu pai como teu pai te ama? Todos me abandonaram… porque me deixarás também? Estou atribulado, vencido, sozinho…
A jovem movimentou as mãos ressequidas e pálidas, com dificuldade, e acariciou-lhe a cabeça prematuramente encanecida que pendia para ela em choro convulso.
— Não sofra, paizinho! — pediu, resignada. — Eu quero Jesus, mas o senhor é tudo o que eu tenho!… Nada encontrei na vida igual ao seu carinho… Seu amor é a minha riqueza!… Desejo, antes de tudo, seguir-lhe os passos… Não vê que sempre rezamos juntos, pela manhã, a oração de ? Tudo será para mim, segundo a sua vontade…
A jovem interrompeu-se por alguns instantes, mostrou sinais de indefinível alegria no rosto descarnado e continuou:
— Hoje, à tardinha, Lívia esteve aqui… Trouxe uma harpa enorme, adornada com rosas de luz… Cantou para mim o com a mesma voz do nosso encontro às margens do Ródano… Disse-me que estaremos todos juntos em breve e que eu não deveria apoquentá-lo, caso o senhor não consinta que eu me faça agora cristã… Asseverou que a vida é divina e eterna e que não temos motivo para atormentar-nos uns aos outros… Afirmou-me que o amor de Jesus glorifica-nos o caminho e que, com o tempo, brilhará em toda a parte… Além de tudo, pai querido, nunca entrarei num Céu em que o senhor não esteja…
Fixou os olhos profundos e fulgurantes no teto e exclamou:
— Jesus é também o amor que espera sempre… Haverá perdão para todos…
Taciano ergueu o semblante e fitou-a, contristado.
Teria razão para contrariar a filha querida na hora extrema? Poderia, em sã consciência, impedir-lhe o acesso à fé que ele até então detestara? porque negar a Blandina o conforto de sua aquiescência numa questão puramente espiritual? Experimentou grande remorso, em face do desabafo que pronunciara, e, abraçando a doentinha, falou, sincero:
— Perdoa-me, filha! esquece as minhas palavras… Dize o que pretendes… Podes abraçar o Cristianismo, livremente… Nosso amor não é uma cadeia para o sofrimento e sim a nossa comunhão na alegria perfeita! Manda, Blandina, e obedecerei!…
Havia tanta lealdade quanta ternura naquelas frases que a enferma sorriu um sorriso de enlevo e contentamento e, então, rogou, humilde:
— Papai, na igreja de São João há um velhinho de nome Ênio Pudens que eu desejaria fosse rogado pessoalmente pelo senhor a fazer comigo uma oração e… quando eu morrer, ficaria contente se o senhor depositasse o meu corpo no sepulcro dos cristãos… Sei que lá reina a alegria com a certeza da vida eterna…
Taciano tentou dissuadi-la dessas ideias. Porque tamanha preocupação com a morte, quando a esperança lhes descerrava magnífico futuro à frente?
Esforçando-se para mostrar tranquilidade e segurança, prometeu cumprir-lhe a vontade, e passou a conversar em outros assuntos.
Referiu-se à festa que a cidade esperava, ansiosamente, e salientou o propósito de conquistar expressivo prêmio.
Adquirira dois cavalos vigorosos, procedentes de Capadócia, que pareciam possuir invisíveis asas nas patas.
Aguardava, por isso, um triunfo espetacular.
Estava convicto de que a filhinha, muito em breve, se mostraria orgulhosa e linda nas corridas, abrilhantando-lhe as vitórias.
Blandina sorria, satisfeita e confortada.
Mais serena, aquietou-se na expectação do dia seguinte.
De espírito dilacerado, Taciano viu chegar a manhã e, consoante a promessa que formulara, dirigiu-se discretamente à igreja de São João, onde não teve dificuldade para encontrar o velhinho indicado.
Com cerca de oitenta anos, curvado e trêmulo, Ênio Pudens, o mesmo companheiro de Quinto Varro quando este se fizera conhecido por sucessor de Ápio Corvino, ainda trabalhava. Não obstante desfrutar o respeito de todos, na posição de cooperador mais velho da comunidade, era um exemplo vivo de fé, serviço, diligência e abnegação.
Recebeu Taciano, com atenção e bondade, colocando-se à disposição dele para o que lhe pudesse ser útil.
A simplicidade do ambiente conferia-lhe imensa paz ao coração.
A alma de Taciano sentia sede de tranquilidade como o deserto suspira pela bênção da água.
Interpelado pelo patrício, com respeito ao pretérito, Ênio informou-lhe haver conhecido ambos os Corvinos, o velho e o moço, mostrando-lhe, satisfeito, as recordações daquele que jamais poderia imaginar fosse o infortunado pai do seu interlocutor.
O filho de Varro observou a dependência em que o genitor vivera consagrado à caridade e à fé.
Deteve-se na contemplação do leito pobre, carinhosamente conservado, e refletiu nas amarguras que, de certo, teriam ali assediado o coração paterno.
Nunca poderia supor que ele mesmo, Taciano, bateria àquelas portas implorando socorro para a filha doente.
Mergulhado em profundo alheamento, foi despertado pela voz de Pudens que declarava estar pronto para segui-lo.
Partiram, assim, em demanda do ninho agasalhado entre as árvores, onde Blandina recebeu o apóstolo com alegria e reverência.
O missionário conhecia o genro de Vetúrio, de longa data. Sabia-o adversário ferrenho do Evangelho e manifesto perseguidor da igreja torturada. Contudo, a pobreza limpa em que vivia com os filhos, a coragem moral nos reveses sofridos e o bom ânimo com que enfrentava os golpes da sorte, à frente da opinião pública, inspiravam simpatia e respeito ao seu espírito amadurecido.
Acanhado a princípio, a pouco e pouco se tornou mais comunicativo. As perguntas da pequena enferma, a conversação judiciosa de Celso e o olhar respeitoso do chefe da casa deixavam-no mais à vontade.
O antigo religioso refletiu quão enormes teriam sido as aflições caídas sobre aquele homem tenaz que o escutava atentamente, mas, avelhentado na experiência e na dor, calou as indagações no próprio íntimo, para só expandir-se em carinho, tolerância, bondade e compreensão.
Ao fim de uma hora de sadio entendimento, atendendo aos rogos da doentinha, o ancião pronunciou, em voz alta a prece dominical:
— Pai Nosso, que estais no Céu santificado seja o vosso nome; venha a nós o vosso reino, faça-se a vossa vontade, assim na Terra como nos Céus; o pão nosso de cada dia dai-nos hoje, perdoai as nossas dívidas assim como perdoamos aos nossos devedores, não nos deixes cair em tentação e livrai-nos de todo mal, porque vosso é o reino, o poder e a glória para sempre. Assim seja. (Mt 6:9)
O viúvo de Helena ouviu a rogativa, mudo e emocionado, comovendo-se com a doce confiança dos filhos que a repetiam, palavra por palavra.
Era o seu primeiro contato com alguma lembrança do Cristo que nunca pudera compreender.
Diante daquele quadro constituído por um velhinho que nada mais esperava do mundo senão a paz do túmulo, e por duas crianças que se achavam investidas do direito de tudo aguardarem da Terra, identificados na mesma vibração de alegria e de fé, não pôde impedir que o pranto lhe umedecesse os olhos.
Ouviu, com respeito inexcedível, todos os apontamentos do hóspede e, quando Ênio se despediu, atencioso, rogou-lhe não esquecesse os filhos, Blandina e Celso eram cristãos fervorosos e ele, na posição de pai, não lhes contrariaria os sentimentos.
A enferma fitou-o, jubilosa.
Inexprimível serenidade envolveu a casa naquela noite inesquecível. Como se houvera sorvido delicioso calmante, a menina adormeceu tranquilamente. Taciano, por sua vez, entregou-se ao sono pesado e sem sonhos…
Ao amanhecer do dia seguinte, contudo, acordou com indefinível tristeza a turbar-lhe o íntimo.
Recordou que a filha na véspera assumira compromisso moral com a nova fé e, por isso, sozinho, procurou a imagem de Cíbele, existente num oratório particular, anexo ao quarto de Blandina.
Pela primeira vez, depois de muitos anos, repetiu a sós, consigo mesmo, a sua rogativa habitual à Grande Mãe.
Nunca se vira imerso em tamanho frio espiritual. Jamais se sentira tão angustiosamente só. Guardava a impressão de que ele era o único oficiante vivo num templo de deuses mortos…
Ainda assim, não renunciaria à fé pura da infância.
Amaria , cultuaria e esperaria por , o grande senhor.
Não podia modificar-se.
Orou em lágrimas e, depois de abraçar os filhos, dirigiu-se para o circo, onde prepararia o carro de sua propriedade para as corridas da tarde.
Mais tarde, voltou ao lar para leve refeição e, não obstante registrar os padecimentos de Blandina singularmente agravados, tornou à cidade para o grande prélio.
No limiar do crepúsculo, o local regurgitava de gente.
Liteiras enfileiradas davam notícia da expressão aristocrática da festa. Bigas e quadrigas desfilavam, à pressa, aqui e ali… Músicos disfarçados em faunos tangiam cítaras e trompas, alaúdes e pandeiros, animando a turba que não se fatigava na reprodução de urros selvagens. Cortesãs admiravelmente trajadas e bacantes recendendo aromas perturbadores, matronas e virgens de Roma e das Gálias, exaltadas e seminuas, gritavam os nomes dos favoritos.
Taciano contava com a simpatia geral.
Tão logo formou na linha inicial da competição, viu-se aclamado por centenas de vozes, que partiam, não somente do povo, mas também das galerias de honra onde se acomodava o Propretor com o seu vasto séquito vistoso e farfalhudo.
Naquele dia, contudo, o predileto da multidão parecia surdo e indiferente.
De pensamento voltado para a filha bem-amada, a debater-se com a morte, não esboçou o mínimo gesto de reconhecimento na direção da massa que o saudava, delirantemente…
Ao sinal de largar, afrouxou as douradas rédeas e os cavalos fogosos dispararam. O candidato à vitória, porém, não se sentiu seguro como de outras vezes…
Depois de alguns instantes de galope desenfreado, notou que a cabeça como que se desequilibrara nos ombros. Esforçou-se para retomar o comando da biga a desvairar-se, veloz, mas turvou-se-lhe a visão, repentinamente. Deixou de escutar os gritos da massa frenética, guardando a impressão de que um vazio se lhe formara no cérebro e, incapaz de controlar-se, inclinou-se para a frente, apoiando-se nas bordas do carro sem domínio.
Os animais, contudo, plenamente desarvorados, atiraram o veículo contra enorme coluna de um dos arcos ornamentais da pista, convertendo-o em pedaços.
Colhido então de imprevisto, Taciano sofreu tremenda queda, indo arrojar-se de encontro aos ferros retorcidos, que lhe feriram o frontal, ofendendo-lhe seriamente os olhos.
Ante a gritaria da multidão, alguns servidores dos jogos públicos depressa o socorreram, retirando-o, em sangue.
O valoroso campeão achava-se desacordado. E, enquanto dois prestimosos escravos o reconduziam, cuidadosamente, de retorno à casa, as mesmas vozes que antes o aplaudiam apupavam-no agora com ditérios e ingratas observações.
Os jogadores que haviam perdido importantes apostas voltavam-se, desapontados, contra o ídolo da véspera…
O patrício, ainda incapaz de raciocinar? embora já pudesse gemer, foi colocado no leito sob o angustiado olhar de Quinto Celso.
O rapaz esmerou-se por ocultar o acontecimento doloroso a Blandina e prestou ao pai adotivo os serviços assistenciais ao seu alcance. Reconhecendo-se, porém, infinitamente só para resolver por conta própria, valeu-se do cavalo que costumava servi-lo e correu ao abrigo dos cristãos.
O velho Ênio ouviu-lhe as notícias, compadecidamente.
Recambiou Celso ao lar e tomou um carro para acudir ao ferido. Em pouco tempo, assumia a direção da casinha do bosque por força das circunstâncias.
Transportou consigo os unguentos curativos de que podia dispor e, munido de panos de linho, começou a limpar as escoriações que ainda sangravam, mas, tomado de penosas apreensões, verificou que Taciano estava cego. O orgulhoso patrício que a vida parecia castigar paulatinamente, despojando-o de todos os privilégios que o faziam temido e respeitado, via-se agora dilacerado no próprio corpo. Nunca mais tornaria às competições da arena, e difícil lhe seria conseguir trabalho e sustentar-se com o esforço das próprias mãos…
Enquanto meditava, reparou que o ferido recuperava integralmente a razão. Recrudesciam-lhe os gemidos abafados.
O velhinho dirigiu-lhe algumas palavras encorajadoras, explicando que as equimoses se achavam devidamente medicadas.
Reconhecendo o benfeitor, Taciano agradeceu e pediu que a luz se fizesse, pois se sentia incomodado, aflito, naquela escuridão.
O manto da noite realmente havia caído sobre aquele dia infortunado, mas no quarto duas tochas ardiam, brilhantes.
— Senhor — disse o ancião, profundamente pesaroso —, a câmara está iluminada, entretanto, os vossos olhos…
A frase perdeu-se, reticenciosa, no ar.
Indescritível pavor assomou ao semblante do ferido.
O filho de Varro levou as mãos à cabeça e compreendeu a extensão do desastre.
Ênio e Celso que o seguiam, ansiosos, acreditaram que o infortunado romano explodiria numa crise de exasperação e dor, mas o viúvo de Helena aquietara-se incompreensivelmente… Das órbitas apagadas e sanguinolentas, grossas lágrimas rebentaram abundantes. Como se devesse dar informações de si mesmo ao filho e ao amigo, exclamou em voz comovedora:
— Estou cego! mas os deuses concedem-me ainda, a graça de chorar!…
Em seguida, tateante e trôpego, dirigiu-se a câmara de Blandina, pedindo a Ênio que, antes de entrar, deixasse o quarto em sombra.
Aproximou-se da filha, afagando-lhe os cabelos.
A enferma deu-lhe notícia das dores que a atormentavam e, num supremo esforço, o pai consolou-a, rogando desculpas por haver tardado tanto…
Velado pelas trevas, descreveu-lhe a festa da tarde. Contou-lhe que centenas de mulheres haviam mostrado trajes originais de grande beleza. O espetáculo fora magnífico. Imaginou surpreendentes novidades para encanto da enferma que se habituara a receber-lhe as narrações do regozijo público.
Blandina osculou-lhe as mãos, declarou alegrar-se com a presença de Pudens e acomodou-se tranquila.
O ancião e Celso acompanharam a cena, comovidíssimos.
A força moral de Taciano impressionava-os.
E, noite a noite, como se estivesse regressando das funções no circo, o genitor abraçava a filhinha, às escuras, com ela conversando longamente, de modo a sustentar-lhe a impressão de que tudo lhes corria em clima de paz e segurança.
A situação dolorosa prolongou-se por uns quinze dias de preocupações e amarguras.
Nenhum amigo de outro tempo apareceu, sequer.
Nenhum admirador da arena se lembrou da gentileza de uma visita.
Somente o velho Pudens alimentou, firme, a amizade que passara a consagrar-lhes. Aliando-se ao jovem Quinto Celso, qual se fossem velhos amigos, providenciavam, juntos, a solução de todas as necessidades domésticas, aliviando Taciano tanto quanto lhes era possível.
O rapaz devotou-se ao pai adotivo, com admirável carinho. Substituía-o em todas as atividades caseiras, lia-lhe os livros prediletos, descrevia-lhe a paisagem, rodeava-o de ternura…
Com assentimento do chefe da casa, Ênio passou a dormir na residência singela, atento à posição de Blandina que reclamava assistência cuidadosa. Aquela flor de bondade e meiguice emurchecia lentamente ao sopro da morte.
Com efeito, numa noite fria e nublada, piorou de repente.
O ancião compreendeu que o fim havia chegado e rogou que Taciano viesse rápido abraçar a filha, para que lhe não faltasse o conforto da presença paterna à hora extrema.
Taciano, depois que ficara cego, julgou não sofreria tanto com a perda de Blandina, cuja afeição lhe constituía inapreciável tesouro. E pensava: não seria mais justo alegrar-se por vê-la exonerada do encargo de suportar-lhe as provas rudes? porque conservá-la presa a um inválido? como rejubilar-se, na expectativa de senti-la escravizada à pobreza e à miséria?
Contudo, aquele apelo, dentro da noite alta, tivera sobre ele o efeito de uma punhalada mortal.
Acudiu, aflito, cambaleante…
Sentou-se no leito humilde e, auxiliado por Ênio, acariciou a agonizante, que não mais lhe ouvia as palavras de amor e chamamento… Apertou-a de encontro ao peito, qual se desejasse prende-la ao próprio corpo, mas, como se apenas lhe esperasse o calor reconfortante, Blandina repousou, enfim, com a placidez de um anjo que adormece.
Desesperado, o filho de Varro gritou, desconsolado, desferindo amargas lamentações que se perdiam no seio da noite…
No dia seguinte, sob o patrocínio de Pudens, os funerais foram efetuados como a jovem desejara.
O infortunado genitor, apoiando-se agora no filho adotivo, não obstante em desacordo íntimo com os cristãos, acompanhou os despojos da jovem e permaneceu nas dependências da igreja, sem coragem de voltar à antiga casinha.
Agarrado à memória da filha, mandou fazer uma lápide de mármore, da qual se destacavam em alto relevo dois corações entrelaçados, com a formosa inscrição: Blandina Vive.
Amparado por Celso, ele mesmo quis ajudar a colocação da lembrança sobre o túmulo singelo e, ao término do serviço, tateou a legenda expressiva, fez o gesto de quem se abraçava ao sepulcro e, em seguida, suplicou, ajoelhado:
— Blandina, filha querida! de onde estiveres, sê de novo a minha luz! Estrela, acende teus raios para que eu possa caminhar! Estou só na Terra! Se outra vida existe, além da campa fria que te guarda, implacável, compadece-te de mim! Não permitas que a treva me envolva! Muitos vi partir para o estranho labirinto da morte!… Nunca, entretanto, senti tamanha sensação de abandono!… Filha abençoada, não me deixes, jamais! Livra-me do mal! Ensina-me a resistir contra os monstros da inconformação e do desânimo!… Mostra-me a bendita claridade da fé! Se erros tenho cometido sob a escura inspiração da vaidade e do orgulho, ajuda-me a encontrar a verdade! Adotaste uma crença para a qual não me preparei… Escolheste um caminho diferente do nosso, todavia, filha inolvidável, não poderias enganar-te!… Se encontraste o Mestre que esperavas, renova-me o coração para que me coloque também ao encontro dele!… Não conheço os deuses, em cuja existência ainda creio, mas tive a felicidade de conhecer-te e em ti confio infinitamente!… Ampara-me! soergue minh’alma abatida! Volta Blandina! Não vês agora que teu pai está cego? Enquanto permanecias no mundo, tive a presunção de guiar-te!… Hoje, porém, sou um mendigo de teu arrimo! Filha bem-amada, vive comigo para sempre!…
Calou-se a voz dele na estreita necrópole, abafada por um temporal de lágrimas…
Foi então que Celso o recolheu nos braços amorosos, beijou-o com indizível carinho e falou, confiante:
— Meu pai, o senhor nunca estará sozinho…
Amparando-se nele, Taciano, esmagado de dor, afastou-se da cripta, trêmulo e hesitante.
Não longe, pequena assembleia entoava hinos cristãos, nas preces vespertinas…
O desventurado cego, apesar de haver encontrado ali o espontâneo acolhimento dos aprendizes do Evangelho, reconhecia que a sua existência não podia encerrar-se naquele santuário de princípios diversos dos dele e concluiu que o destino inexorável o convidava a caminhar…
( do Autor espiritual) — Mediolanum, hoje Évreux.
O ano de 46 corria calmo.
Em Cafarnaum, vamos encontrar, de novo, as nossas personagens mergulhadas numa serenidade relativa.
As autoridades administrativas, em Roma, não eram as mesmas. Entretanto, apoiado no prestígio do seu nome e nas consideráveis influências políticas de Flamínio Sevérus, perante o Senado, Públio Lêntulus continuava comissionado na Palestina, onde gozava de todos os direitos e regalos políticos, na administração provincial.
Debalde continuara ali o senador, a despeito de todo o seu imenso desejo de voltar à sede do governo imperial, esperando o ensejo de reaver o filho, que o tempo continuava a reter no domínio das sombras misteriosas. Nos últimos anos, perdera por completo a esperança de atingir o seu desiderato, mesmo porque, considerava, a esse tempo Márcus Lêntulus deveria estar no seu primeiro período de juventude, tornando-se irreconhecível aos olhos paternos.
Outras vezes, ponderava o orgulhoso patrício que o filho não mais vivia; que, certamente, as forças perversas e criminosas que o haviam arrebatado do lar teriam exterminado, igualmente o gracioso menino sob a foice da morte, temendo uma punição inexorável. Lá dentro, porém, no imo d’alma, latejava a intuição de que Márcus ainda vivia, razão por que, entre as indecisões e alternativas, de todos os dias, resolvera, antes de tudo, ouvir a voz do dever paternal, lançando mão de todos os recursos para reencontrá-lo, permanecendo ali indefinidamente, contra os seus projetos mais decididos e mais sinceros.
A esse tempo, vamos encontrá-lo com os traços fisionômicos ligeiramente alterados, embora treze anos houvessem dobado sobre os dolorosos acontecimentos de 33. Seus cabelos ainda guardavam integralmente a cor natural e apenas algumas rugas, quase imperceptíveis, tinham vindo acentuar a sua fácies de profunda austeridade. Serena tristeza lhe pairava no semblante, invariavelmente, levando-o a isolar-se quase da vida comum, para mergulhar tão somente no oceano dos seus papéis e dos seus estudos, com a única preocupação de maior vulto, que era a educação da filha, buscando dotá-la das mais elevadas qualidades intelectivas e sentimentais. Sua vida no lar continuava a mesma, embora o coração muitas vezes lhe pedisse reatar o laço conjugal, atendendo àqueles treze anos de separação íntima, com a mais absoluta renúncia de Lívia a todas e quaisquer distrações que não fossem as da vida doméstica e da sua crença, fervorosa e sincera. A sós com as suas meditações, Públio Lêntulus deixava divagar o pensamento pelas recordações mais doces e mais distantes e, nessas horas de introspecção, ouvia a voz da consciência que subia do coração ao cérebro, como um apelo à razão inflexível, tentando destruir-lhe os preconceitos, mas o orgulho vencia sempre, com a sua rigidez inquebrantável. Algo lhe dizia no íntimo que sua mulher estava isenta de toda mácula, mas o espírito de vaidade preconceituosa lhe fazia ver, imediatamente, da esposa ao deixar o gabinete privado de Pilatos, em vestes de disfarce, ouvindo ainda, sinistramente, as palavras escarninhas de Fúlvia Prócula, nas suas calúnias estranhas e criminosas…
Lívia, porém, se insulara, envolta num véu de triste resignação, como quem espera as providências sobrenaturais, que nunca aparecem no inquieto decurso de uma existência humana. O esposo a conservava junto da filha, atendendo simplesmente à condição de mãe, não lhe permitindo, porém, de modo algum, interferir nos seus planos e trabalhos educativos.
Para Lívia, aquele golpe rude fora o maior sofrimento da sua vida. A própria calúnia não lhe doera tanto; mas, o reconhecer-se como dispensável junto da filha do seu coração, constituía a seus olhos a mais dolorosa humilhação da sua existência. Era por esse motivo que mais se abroquelava na fé, procurando enriquecer a alma sofredora, com as luzes da crença fervorosa e sincera.
Longe de conservar as energias orgânicas, tal como acontecera ao marido, seu rosto testemunhava as injúrias do tempo, com a sua pesada bagagem de sofrimentos e amarguras. Na sua fronte, que as dores haviam santificado, pendiam já alguns fios prateados, enquanto os olhos profundos se tocavam de brilho misterioso, como se houvessem intensificado o próprio fulgor, de tanto se fixarem no infinito dos céus. Seus traços fisionômicos, embora atestassem velhice prematura, revelavam ainda a antiga beleza, agora transformada em indefinível e nobre expressão de martírio e de virtude. Um único pedido fizera ao esposo, quando se viu isolada dos seus afetos mais queridos, no ambiente doméstico, longe do próprio contato espiritual com a filha, circunstância que ainda mais lhe afligia o coração amargurado: — foi apenas que lhe permitisse continuar nas suas práticas cristãs, em companhia de Ana, que tanto se lhe afeiçoara, com aquele espírito de dedicação que lhe conhecemos, a ponto de desprezar as oportunidades que se lhe ofereceram para constituir família. O senador deu-lhe ampla permissão em tal sentido, chegando a facultar-lhe recursos financeiros para atender aos numerosos operários da doutrina que a procuravam, discretamente, amparando-se nas suas possibilidades materiais para iniciativas renovadoras.
Falta-nos, agora, apresentar Flávia Lentúlia aos que a viram na infância, doente e tímida.
No esplendor dos seus vinte e dois anos, ostentava o fruto da educação que o pai lhe dera, com a forte expressão pessoal do seu caráter e da sua formação espiritual.
A filha do senador era Lívia, na encantadora graça dos seus dotes físicos, e era Públio Lêntulus, pelo coração. Educada por professores eminentes, que se sucederam no curso dos anos, sob a escolha dos Sevérus, que jamais se descuidaram dos seus amigos distantes, sabia o idioma pátrio a fundo, manejando o grego com a mesma facilidade e mantendo-se em contato com os autores mais célebres, em virtude do seu constante convívio com a intelectualidade paterna.
A educação intelectual de uma jovem romana, nessa época, era sem dúvida secundária e deficiente. Os espetáculos empolgantes dos anfiteatros, bem como a ausência de uma ocupação séria, para as mulheres do tempo, em face da incessante multiplicação e barateamento dos escravos, prejudicaram sensivelmente a cultura da mulher romana, no fastígio do Império, quando o espírito feminino rastejava no escândalo, na depravação moral e na vida dissoluta.
O senador, porém, fazia questão de ser um homem antigo. Não perdera de vista as virtudes heroicas e sublimadas das matronas inesquecíveis, das suas tradições familiares, e foi por isso que, fugindo à época, buscou aparelhar a filha para a vida social, com a cultura mais aprimorada possível, embora lhe enchesse igualmente o coração de orgulho e vaidade, com todos os preconceitos do tempo.
A jovem amava a mãe com extrema ternura, mas à vista das ordens do pai, que a conservava invariavelmente junto dele, nos seus gabinetes de estudo ou nas pequenas viagens costumeiras, não fazia mistério da sua predileção pelo espírito paterno, de quem presumia haver herdado as qualidades mais fulgurantes e mais nobres, sem conseguir entender a doce humildade e a resignação heroica da mãe, tão digna e tão desventurada.
O senador buscara desenvolver-lhe as tendências literárias, possibilitando-lhe as melhores aquisições de ordem intelectual, admirando-lhe a facilidade de expressão, principalmente na arte poética, tão exaltada naquela época.
O tempo transcorria com relativa calma para todos os corações.
De vez em quando, falava-se na possibilidade de regressar a Roma, plano esse cuja realização era sempre procrastinada, em vista da esperança de reencontrar o desaparecido.
Num dia suave do mês de março, quando as árvores frondosas se cobriam de flores, vamos encontrar na casa do senador um mensageiro que chegava de Roma a toda pressa.
Tratava-se de um emissário de Flamínio Sevérus, que em longa carta comunicava ao amigo o seu precário estado de saúde, acrescentando que desejava abraçá-lo antes de morrer. Comovedores apelos constavam desse documento privado, suscitando ao espírito de Públio as mais acuradas ponderações. Todavia, a leitura de uma carta assinada por Calpúrnia, que viera em separado, era decisiva. Nesse desabafo, a veneranda senhora o informou do estado de saúde do marido, que, a seu ver, era precaríssimo, acentuando os penosos dissabores e angustiosas preocupações que ambos experimentavam acerca dos filhos, que, em plena mocidade, se entregavam às maiores dissipações, seguindo a corrente de desvarios sociais da época. Terminava a carta comovedora, pedindo ao amigo que voltasse, que os assistisse naquele transe, de modo que a sua amizade e paternal interesse representassem uma força moderadora junto de Plínio e de Agripa, que, homens feitos, se deixavam levar no turbilhão dos prazeres mais nefastos.
Públio Lêntulus não hesitou um instante. Mostrou à filha os documentos recebidos e, depois de examinarem, juntos, os pormenores do seu conteúdo, comunicou a Lívia o seu propósito de voltar a Roma na primeira oportunidade.
A nobre senhora lembrou-se, então, de quão diversa lhe seria a vida na grande cidade dos césares, com as ideias que agora possuía e pediu a Jesus não lhe faltasse a coragem necessária para vencer em todos os embates que houvesse de sustentar na sociedade romana, para conservar íntegra a sua fé.
A volta a Roma não reclamou, desse modo, grande demora. O mesmo emissário levou as instruções do senador para os seus amigos da Capital do Império e, daí a pouco, uma galera os esperava em Cesareia, reconduzindo a família Lêntulus, de regresso, depois da permanência de quinze anos na Palestina.
Desnecessário dizer dos pequeninos incidentes do retorno, tal a vulgaridade das viagens antigas, com a sua monotonia, aliada às vagarosas perspectivas e ao doloroso espetáculo do martírio dos escravos.
Cumpre-nos, entretanto, acrescentar que, nas vésperas da chegada, o senador chamou a filha e a mulher, dirigindo-lhes a palavra em tom discreto:
— Antes de aportarmos, convém lhes explique a minha resolução a respeito do nosso pobre Márcus.
Há muitos anos, guardo o maior silêncio em torno do assunto, para com os meus afeiçoados de Roma e não desejo ser considerado mau pai, em nosso ambiente social. Somente uma circunstância, como a que nos impõe esta viagem, me levaria a regressar, porquanto não se justifica que um pai abandone o filho em tais paragens, ainda mesmo torturado pela incerteza da continuidade de sua existência.
Assim, resolvi comunicar, a quantos mo perguntem, que o filho está morto há mais de dez anos, como, de fato, deverá estar para nós outros, visto a impossibilidade de o reconhecermos, na hipótese do seu reaparecimento.
Se soubessem de nossas mágoas, não faltariam embusteiros que desejassem ludibriar nossa boa fé, explorando o sentimentalismo familiar.
Ambas assentiram na decisão, que lhes parecia a mais acertada e, daí a minutos, o porto de Óstia estava à vista, agora lindamente aparelhado pelo zelo do Imperador Cláudio, que ali mandara executar obras interessantes e monumentais.
Nessa hora, não se observava o contentamento, natural em tais circunstâncias.
A partida, quinze anos antes, havia sido um cântico de esperança nas expectativas suaves do futuro, mas o regresso estava cheio do silêncio amargo das mais penosas realidades.
Além do desencanto da vida conjugal, Públio e Lívia não viam ali, entre os rostos amigos que os esperavam, as silhuetas de Flamínio e Calpúrnia, que consideravam irmãos muito amados.
Contudo, dois rapazes simpáticos e fortes, de gestos desembaraçados, nas suas togas irrepreensíveis, dirigiram-se a eles imediatamente, em escaleres confortáveis, mal a embarcação havia ancorado, rapazes esses que senador e esposa reconheceram de pronto, num afetuoso e comovido abraço.
Tratava-se de Plínio e seu irmão que, incumbidos pelos pais, vinham receber os queridos ausentes.
Apresentados à Flávia, ambos fizeram um movimento instintivo de admiração, recordando o dia da partida, quando a haviam acomodado no beliche, entre os seus gemidos e caretas de criança doente.
A jovem impressionara-se, também, com a figura de ambos, de quem possuía apagadas reminiscências, entre as recordações remotas da sua infância. Principalmente Plínio Sevérus, o mais moço, a havia impressionado profundamente, com os seus vinte seis anos completos, no mesmo porte elegante e distinto com que ela havia idealizado o herói da sua imaginação feminina.
Notava-se, igualmente, num relance, que o rapaz não ficara indiferente àquelas mesmas emoções, porque, trocadas as primeiras impressões da viagem e examinada a situação da saúde de Flamínio Sevérus, considerada pelos filhos como excessivamente grave, Plínio ofereceu o braço à jovem, enquanto Agripa lhe observava num leve tom de ciúme:
— Mas que é isso, Plínio? Flávia pode suscetibilizar-se com a tua intimidade excessiva!…
— Ora, Agripa — respondeu ele, com um franco sorriso —, estás muito prejudicado pelos formalismos da vida pública. Flávia não pode estranhar os nossos costumes, na sua condição de patrícia pelo nascimento e, ao demais, não nasci para as disciplinas do Estado, tão do teu gosto!…
A essas palavras, ditas com visível bom humor, acrescentou Públio Lêntulus, confortado pelo ambiente da sua predileção:
— Vamos, meus filhos!
E dando o braço à esposa, para desempenhar a comédia da sua felicidade conjugal na vida comum da grande cidade, seguido de Plínio, que amparava a jovem no seu braço forte e conquistador em assuntos do coração, desembarcaram junto de Agripa, a fim de descansarem um pouco, antes de seguirem diretamente para Roma, e, para o que, todas as providências haviam sido tomadas pelos irmãos Sevérus, com o máximo de carinho e espontânea dedicação.
Lívia não se esqueceu de Ana, providenciando para o seu conforto junto aos demais servos da casa, em todo o percurso de caminho que os separava da residência.
Em direção à cidade, pensou então o senador que, finalmente, ia rever o amigo muito amado. Há longos anos acariciava a ideia de confessar-lhe, de viva voz, todos os seus desgostos na vida conjugal, expondo-lhe com franqueza e sinceridade as suas preocupações, acerca dos fatos que o separavam da esposa, na intimidade do lar. Tinha sede de suas palavras afetuosas e de explicações consoladoras, porque sentia que amava a mulher acima de tudo, apesar de todos os dissabores experimentados. Não crendo sinceramente na sua queda, apenas seu orgulho de homem o afastava de uma reconciliação que cada dia se tornava mais imperiosa e necessária.
Em breve defrontavam a antiga residência, lindamente ornamentada para recebe-los. Numerosos servos se movimentavam, enquanto os recém-vindos faziam o reconhecimento dos lugares mais íntimos e mais familiares.
Havia quinze anos que o palácio do Aventino aguardava os donos, sob o carinho de escravos dedicados e dignos.
Logo se servia uma refeição frugal no triclínio, enquanto os irmãos Sevérus, que participavam desse ligeiro repasto, esperavam os seus amigos, a fim de seguirem todos juntos para a residência de Flamínio, onde o enfermo os aguardava ansiosamente.
Plínio, em dado instante, como quem traz à baila uma notícia interessante e agradável, exclamou, dirigindo-se ao senador:
— Há bem tempo, ficamos conhecendo vosso tio Sálvio Lêntulus e sua família, que residem perto do Fórum.
— Meu tio? — perguntou Públio, impressionado, como se as lembranças de Fúlvia lhe trouxessem ao íntimo uma aluvião de fantasmas. Mas, ao mesmo tempo, como se estivesse fazendo o possível por adormentar as próprias mágoas, acentuou com suposta serenidade:
— Ah! é verdade! Faz mais de doze anos que ele regressou da Palestina…
Foi neste comenos que Agripa interveio como a vingar-se da atitude do irmão, quando ainda não havia desembarcado, exclamando intencionalmente:
— E por sinal que Plínio parece inclinado a desposar-lhe a filha, de nome Aurélia, com quem mantém as melhores relações afetivas, de muito tempo.
Ao ouvir essas palavras, Flávia Lêntulus fitou o interpelado, como se entre o seu coração e o filho mais moço de Flamínio já houvesse os mais fortes laços de compromissos sentimentais, dentro das leis misteriosas das afinidades psíquicas. Enquanto se passava esse duelo de emoções, Plínio fitou o irmão quase com ódio, dando a entender a impulsividade do seu espírito e respondendo com ênfase, como a defender-se de uma acusação injustificável, perante a mulher das suas preferências:
— Ainda desta vez, Agripa, estás enganado. Minhas relações com Aurélia não têm outro fundamento, além do da pura amizade recíproca, mesmo porque considero muito remota qualquer possibilidade de casamento, na fase atual da minha vida.
Agripa esboçou um sorriso brejeiro, enquanto o senador, compreendendo a situação, acalmava os ânimos, exclamando com bondade:
— Está bem, filhos; mas falaremos depois sobre meu tio. Sinto-me ansioso por abraçar o querido enfermo e não temos tempo a perder.
Em breves minutos um grupo de liteiras encaminhava-se para a nobre residência dos Sevérus, onde Flamínio aguardava o amigo, ansiosamente.
Sua fisionomia não acusava mais aquela mobilidade antiga e a empolgante expressão de energia que a caracterizava, mas, em compensação, grande placidez se lhe irradiava dos olhos, sensibilizando a quantos o visitavam nos seus derradeiros dias de lutas terrestres. A expressão do semblante era a do lutador derribado e abatido, exausto de combater as forças misteriosas da morte. Os médicos não tinham a menor esperança de cura, considerando o profundo desequilíbrio físico, aliado à mais forte desorganização do sistema cardíaco. As menores emoções determinavam alterações no seu estado, ensejando as mais amplas apreensões da família.
De vez em quando, os olhos serenos e tranquilos se fixavam detidamente na porta de entrada, como se esperassem alguém com o máximo interesse, até que rumores mais fortes, vindos do vestíbulo, anunciaram ao seu coração que ia cessar uma ausência de quinze anos consecutivos, entre ele e os amigos sempre lembrados.
Calpúrnia, igualmente muito abatida, abraçou Lívia e Públio, derramada em lágrimas e apertando Flávia nos braços, como se recebesse uma filha.
Ali mesmo, no vestíbulo, trocaram impressões e falaram das suas saudades intensas e das preocupações numerosas, até que Públio deliberou deixar as duas amigas em franca expansão afetiva e se encaminhou com Agripa a um dos compartimentos próximos do tablino, onde abraçou o grande amigo, com lágrimas de alegria.
Flamínio Sevérus estava magríssimo e suas palavras, por vezes, eram cortadas pela dispneia impressionante, dando a perceber que muito pouco tempo lhe restava de vida.
Sabendo da satisfação do pai na companhia íntima do leal amigo, Agripa retirou-se do vasto aposento, onde as sombras do crepúsculo começavam a penetrar caprichosamente, como se o fizessem no silêncio sagrado das naves religiosas.
Públio Lêntulus se surpreendeu, encontrando o velho companheiro em tal estado. Não supunha reve-lo tão depauperado. Agora, certificava-se de que era a ele, sim, que competia auxiliá-lo com os seus conselhos, levando-lhe as forças orgânicas e espirituais, com as suas exortações amigas e carinhosas.
Uma vez a sós, contemplou o amigo e mentor, como se estivesse a mirar uma criança enferma.
Flamínio, por sua vez, olhou-o face a face e, olhos rasos d’água, tomou-lhe as mãos nas suas dando-lhe a entender que recebia ali, naquele momento, um filho muito amado.
Num gesto brando e carinhoso, procurou sentar-se mais comodamente e, amparando-se nos ombros de Lêntulus, murmurou comovidamente ao seu ouvido:
— Públio, aqui já te não recebe o companheiro enérgico e resoluto doutros tempos. Sinto que apenas te esperava para poder entregar a alma aos deuses, tranquilamente, supondo já cumprida a missão que me competia na Terra, com a minha consciência retilínea e os meus honestos pensamentos.
Há mais de um ano pressinto o instante irremediável e fatal, que, agora, satisfeito o meu ardente desejo, deve estar avizinhando-se com a velocidade do relâmpago. Não desejava, pois, partir sem te apertar em meus braços, fazendo-te as últimas confidências neste leito de morte…
— Mas, Flamínio — respondeu-lhe o amigo, com serenidade dolorosa —, tudo me autoriza a crer nas tuas melhoras imediatas, e todos nós aguardamos a bênção dos deuses, de maneira que possamos contar com a tua companhia indispensável, por muito tempo ainda, neste mundo.
— Não, meu bom amigo, não te iludas com essas suposições e pensamentos. Nossa alma jamais se engana quando se avizinha das sombras do sepulcro… Não me demorarei em penetrar o mistério da grande noite, mas acredito, firmemente, que os deuses me saudarão com as luzes de suas auroras!…
E deixando o olhar, profundo e sereno, divagar pelo aposento, como se as paredes marmorizadas se dilatassem ao infinito, Flamínio Sevérus concentrou-se um minuto em meditações íntimas, continuando a falar, como se desejasse imprimir à conversação um novo rumo:
— Lembras-te daquela noite em que me confiaste os pormenores de um , no auge da tua emotividade dolorosa?
— Oh! se me lembro!… — revidou Públio Lêntulus recordando, de modo inexplicável, não só a palestra remota que resolvera a viagem à Palestina, mas também , no qual testemunhara os mesmos fenômenos intraduzíveis, na noite do . Ao lembrar-se daquela personalidade maravilhosa, estremeceu-lhe o coração, mas tudo fez por evitar ao amigo uma impressão mais forte e dolorosa, acrescentando com aparente serenidade: — Mas, a que vem tua pergunta, se hoje estou mais que convicto, de acordo contigo mesmo, que tudo aquilo não passava de simples impressões de uma fantasia sem importância?
— Fantasia? — replicou Flamínio, como se houvesse encontrado uma nova fórmula da verdade. — Já modifiquei por completo as minhas ideias. A enfermidade tem, igualmente, os seus belos e grandiosos benefícios. Retido no leito há muitos meses, habituei-me a invocar a proteção de Têmis, de modo que não chegasse a ver nos meus padecimentos mais que o resultado penoso dos meus próprios méritos, perante a incorruptível justiça dos deuses, até que uma noite tive impressões iguais às tuas.
Não me recordo de haver guardado qualquer preocupação com a tua narrativa, mas o certo é que, há cerca de dois meses, me senti levado em sonho à mesma época da revolução de Catilina, e observei a veracidade de todos os fatos que me relataste há dezesseis anos, chegando a ver o teu próprio ascendente, Públio Lêntulus Sura, que era como que o teu retrato, tal a sua profunda semelhança contigo, mormente agora que te encontras nos teus quarenta e quatro anos, em plena fixação de traços fisionômicos.
Interessante é que me encontrava a teu lado, caminhando contigo na mesma estrada de clamorosas iniquidades. Lembro-me de nos vermos assinando sentenças iníquas e impiedosas, determinando o suplício de muitos dos nossos semelhantes… Todavia, o que mais me atormentava era observar-te a terrível atitude, determinando a cegueira de muitos dos nossos adversários políticos e assistindo, pessoalmente, ao desenrolar das flagelações do ferro em brasa, queimando numerosas pupilas para todo o sempre, aos gritos dolorosos das vítimas indefesas!…
Públio Lêntulus arregalou os olhos, de espanto, participando, igualmente, daquelas recordações que dormitavam fundo na sua alma ensombrada, e replicou, por fim:
— Meu bom amigo, tranquiliza o coração… Semelhantes impressões parecem reflexos de alguma emoção mais forte que perdurasse no âmago da tua memória, por minhas narrativas naquela noite de há tantos anos!…
Flamínio Sevérus esboçou, porém, um leve sorriso, como quem compreendia a intenção generosa e consoladora, redarguindo com serena bondade:
— Devo dizer-te, Públio, que esses quadros não me apavoraram e apenas te falo desse complexo de emoções, porque tenho a certeza de que vou partir desta vida e ainda ficarás, talvez por muito tempo, na crosta deste mundo. É possível que as recordações do teu espírito aflorem novamente e, então, quero que aceites a verdade religiosa dos gregos e dos egípcios. Acredito, agora, que temos vidas numerosas, através de corpos diversos. Sinto que meu pobre organismo está prestes a desfazer-se; entretanto, meu pensamento está vivaz como nunca e só em tais circunstâncias presumo entender o grande mistério de nossas existências. Pesa-me, no íntimo, haver praticado o mal no pretérito tenebroso, embora haja decorrido mais de um século sobre os tristes acontecimentos de nossas visões espirituais; todavia, aqui estou diante dos deuses, com a consciência tranquila.
Públio ouvia-o atentamente, entre penalizado e comovido. Procurava dirigir-lhe palavras confortadoras, mas a voz parecia morrer-lhe na garganta, embargada pelas emoções daquele doloroso momento.
Flamínio, porém, apertou-o de encontro ao coração, com os olhos rasos de pranto, sussurrando-lhe ao ouvido:
— Meu amigo, não tenhas dúvidas sobre as minhas palavras… Quero crer que estas horas sejam as últimas… No meu escritório estão todos os teus documentos e o memorial dos negócios de ordem material que movimentei em teu nome, na tua ausência e no concernente aos nossos problemas de ordem política e financeira. Não encontrarás dificuldade para catalogar, convenientemente, todos os papéis a que me refiro…
— Mas, Flamínio — replicou Públio, com enérgica serenidade —, acredito que teremos muito tempo para cuidar disso.
Nesse momento, Lívia e a filha, Calpúrnia e os rapazes, acercaram-se do nobre enfermo, trazendo-lhe sorriso amigo e palavras consoladoras.
O doente deu mostras de ânimo e alegria para cada um deles, encarecendo o abatimento de Lívia e a beleza exuberante de Flávia, com palavras meigas e quentes.
Ficando a sós, novamente, o generoso senador que a moléstia desfigurara, entre os linhos claros do leito, exclamou com bondade:
— Eis, meu amigo, as borboletas risonhas do amor e da mocidade, que o tempo faz desaparecer, célere, no seu torvelinho de impiedades…
E baixando a voz, como se quisesse transmitir ao amigo uma delicada confidência d’alma, continuou a falar pausadamente:
— Levo comigo, para o túmulo, numerosas preocupações pelos meus pobres filhos. Dei-lhes tudo o que me era possível, em matéria educativa; e, embora reconhecendo que ambos possuem sentimentos generosos e sinceros, noto que os seus corações são vítimas das penosas transições dos tempos que passam, nos quais temos o desgosto de observar os mais aviltantes rebaixamentos da dignidade do lar e da família.
Agripa vem fazendo o possível por se adaptar aos meus conselhos, entregando-se aos labores do Estado; mas Plínio teve a pouca sorte de se deixar seduzir por amigos pérfidos e desleais, que não desejam senão a sua ruína e o arrastam aos maiores desregramentos, nos ambientes suspeitos de nossas mais altas camadas sociais, levando muito longe o seu espírito de aventuras.
Ambos me proporcionam os maiores dissabores com os atos que praticam, testemunhando reduzidas noções de responsabilidade individual. Esbanjando grande parte da nossa fortuna própria, não sei que futuro será o da minha pobre Calpúrnia, se os deuses não me permitirem a graça de buscá-la, em breve, no exílio de sua saudade e da sua amargura, depois da minha morte!…
— Mas a mim — respondeu com interesse o interpelado — eles se me afiguram dignos do pai que os deuses lhes concederam, com a sua gentileza generosa e com a fidalguia de suas atitudes.
— Em todo caso, meu amigo, não podes esquecer que tua ausência de Roma foi muito longa e que muitas inovações se processaram nesse período.
Parecemos caminhar vertiginosamente para um nível de absoluta decadência dos nossos costumes familiares, bem como os nossos processos educativos, a meu ver, desmantelados em dolorosa falência!…
E como se desejasse trazer de novo a conversação para os assuntos de ordem imediata, da vida prática, acentuou:
— Agora que vejo tua filha esplendente de mocidade e de energia, renovo, intimamente, meus antigos projetos de traze-la para o círculo da nossa comunidade familiar.
Era meu desejo que Plínio a desposasse, mas meu filho mais moço parece inclinado a comprometer-se com a filha de Sálvio, não obstante a oposição de Calpúrnia a esse projeto; não por teu tio, sempre digno e respeitável aos nossos olhos, mas por sua mulher que não parece disposta a abandonar as antigas ideias e iniciativas do passado. Devo, porém, considerar que me resta ainda Agripa, a fim de concretizarmos as minhas futurosas esperanças.
Se puderes, algum dia, não te esqueças desta minha recomendação in extremis!…
— Está bem, Flamínio, mas não te canses. Dá tempo ao tempo, porque não faltará ocasião para discutir o assunto — replicou Públio Lêntulus, comovido.
Neste comenos, Agripa entrou na alcova, dirigindo-se ao pai, afetuosamente:
— Meu pai, o mensageiro enviado a Massília acaba de chegar, trazendo as desejadas informações a respeito de Saul.
— E ele nada nos manda dizer sobre a sua vinda? — perguntou o enfermo, com bondoso interesse.
— Não. O portador apenas comunica que Saul partiu para a Palestina, logo depois de alcançar a consolidação da sua fortuna com os últimos lucros comerciais, acrescentando haver deliberado ir à Judeia, para rever o pai que reside nas cercanias de Jerusalém.
— Pois sim — disse o enfermo, resignado —, à vista disso, recompensa o mensageiro e não te preocupes mais com os meus anteriores desejos.
Ao ouvi-los, Públio deu tratos ao cérebro para se recordar de alguma coisa que não podia definir com precisão. O nome de Saul não lhe era estranho. Com a circunstância de se localizar a residência do pai nas proximidades de Jerusalém, lembrou-se, finalmente, das personagens de suas recordações, com fidelidade absoluta. Rememorou em que fora obrigado a castigar um jovem judeu desse nome, nas cercanias da cidade, remetendo-o às galeras como punição do seu ato irrefletido, e, recordando, igualmente, o instante em que um agricultor israelita fora reclamar a liberdade do prisioneiro, dando-o como seu filho. Experimentando um anseio vago no coração, exclamou intencionalmente:
— Saul? Não é um nome característico da Judeia?
— Sim — respondeu Flamínio com serenidade —, trata-se de um escravo liberto de minha casa. Era , ainda jovem, adquirido por Valério, no mercado, para as bigas dos meninos, ao ínfimo preço de quatro mil sestércios. Tão bem se houve, entretanto, nos afazeres que lhe eram comumente designados, que, após levantar vários prêmios com as suas proezas no Campo de Marte, destinados aos meus filhos, resolvi conceder-lhe a liberdade, dotando-o com os recursos necessários para viver e promover empreendimentos de sua própria conta. E parece que a mão dos deuses o abençoou no momento preciso, porque Saul é hoje senhor de uma fortuna sólida, com o resultado do seu esforço e trabalho.
Públio Lêntulus silenciou, intimamente aliviado, pois o seu prisioneiro, segundo notícias recebidas pelos prepostos do governo provincial se havia evadido para o lar paterno, fugindo, desse modo, à escravidão humilhante.
As horas da noite iam já avançadas.
O visitante lembrou-se, então, de que esperava avistar-se com Flamínio para uma palestra substanciosa e longa, a respeito de múltiplos assuntos, como, por exemplo, a sua penosa situação conjugal, o desaparecimento misterioso do filhinho, o seu encontro com Jesus de Nazaret. Mas, observava que Flamínio estava exausto, sendo justo e necessário adiar suas confidências amargas e penosas.
Foi então que se retirou do aposento para aguardar o dia seguinte, cheio de esperanças consoladoras.
Os dois amigos trocaram longo e significativo olhar no instante daquelas despedidas, que agora pareciam comuns, como as afetuosas saudações diárias doutros tempos.
Confortadoras exortações e promessas amigas foram trocadas, entre expressões de fraternidade e carinho, antes que Calpúrnia reconduzisse as visitas ao vestíbulo, com a sua bondade generosa e acolhedora.
Todavia, nas primeiras horas da manhã seguinte, um mensageiro apressado parava à porta do palacete dos Lêntulus, com a notícia alarmante e dolorosa.
Flamínio Sevérus piorara inesperadamente, sem que os médicos dessem aos seus familiares a menor esperança. Todas as melhoras fictícias haviam desaparecido. Uma força inexplicável lhe desequilibrara a harmonia orgânica, sem que remédio algum lhe paralisasse as aflições angustiosas.
Dentro de poucas horas, Públio Lêntulus e os seus encontravam-se de novo na vivenda confortável dos amigos.
Enquanto penetra ele, ansioso, no quarto do velho companheiro de lutas terrestres, Lívia, na intimidade de um apartamento, dirige-se à Calpúrnia nestes termos:
— Minha amiga, já ouviste falar em Jesus de Nazaret?
A orgulhosa matrona, que não perdia a linha de suas vaidades em família, ainda nos momentos das mais angustiosas preocupações, arregalou os olhos, exclamando:
— Porque mo perguntas?
— Porque Jesus — respondeu Lívia, humildemente — é a misericórdia de todos os que sofrem e não posso esquecer-me da sua bondade, agora, que nos vemos em provações tão ásperas e tão dolorosas.
— Suponho, querida Lívia — redarguiu Calpúrnia, gravemente —, que esqueceste todas as recomendações que te fiz antes de partires para a Palestina, porque, pelas tuas advertências, estou deduzindo que aceitaste de boa fé as teorias absurdas da igualdade e da humildade, incompatíveis com as nossas tradições mais vulgares, deixando-te levar nas águas enganosas das crenças errôneas dos escravos.
— Mas, não é isso. Refiro-me à fé cristã, que nos anima nas lutas da existência e consola o coração atormentado nas provações mais ríspidas e mais amargosas…
— Essa crença está chegando agora à sede do Império e por sinal que tem encontrado a repulsa geral dos nossos homens mais sensatos e ilustres.
— Eu, porém, conheci Jesus de perto e a sua doutrina é de amor, de fraternidade e de perdão… Conhecendo os teus justos receios por Flamínio, lembrei-me de apelar para o profeta de Nazaret, que, na Galileia, era a providência de todos os aflitos e de todos os sofredores!
— Ora, minha filha, sabes que a fraternidade e o perdão das faltas não se compadecem, de modo algum, com as nossas ideias de honra, de pátria e de família, e o que mais me admira é a facilidade com que Públio te permitiu tão íntimo contato com as concepções errôneas da Judeia, a ponto de modificares tua personalidade moral, segundo me deixas entrever.
— Todavia…
Ia Lívia esclarecer, da melhor maneira, os seus pontos de vista, com respeito ao assunto, quando Agripa entrou inopinadamente no gabinete, exclamando com a mais forte emoção:
— Minha mãe, venha depressa, muito depressa!… Meu pai parece agonizante!…
Num átimo, ambas penetraram no aposento do moribundo, que tinha os olhos parados como se fora acometido, inesperadamente, de um delíquio irrefreável.
Públio Lêntulus guardava, entre as suas, as mãos do moribundo, mirando-lhe ansiosamente o fundo das pupilas.
Aos poucos, porém, o tórax de Flamínio parecia mover-se de novo aos impulsos de uma respiração profunda e dolorosa. Em seguida, os olhos revelaram forte clarão de vida e consciência, como se a lâmpada do cérebro se houvesse reacendido num movimento derradeiro. Contemplou, em torno, os familiares e amigos bem-amados, que se debruçavam sobre ele, inquietos e ansiosos. Um médico muito amigo, que o assistia invariavelmente, compreendendo a gravidade do momento, retirara-se para o átrio, enquanto em volta do agonizante somente se ouvia a respiração opressa dos nossos conhecidos destas páginas.
Flamínio passeou o olhar brilhante e indefinível por todos os rostos, como se procurasse, mais detidamente, a esposa e os filhos, exclamando em frases entrecortadas:
— Calpúrnia, estou… na hora extrema… e dou graças aos deuses… por sentir a consciência… desanuviada e tranquila… Esperar-te-ei na eternidade… um dia… quando Júpiter… houver por bem… chamar-te para meu lado…
A veneranda senhora ocultou o rosto nas mãos, dando expansão às lágrimas, sem conseguir articular palavra.
— Não chores… — continuou ele, como a aproveitar os momentos derradeiros —, a morte… é uma solução… quando a vida… já não tem mais remédio… para as nossas dores…
E olhando ambos os filhos, que o contemplavam com ansiedade, de olhos lacrimejantes, tomou a mão do mais moço, murmurando:
— Desejaria… meu Plínio… ver-te feliz… muito feliz… É intenção tua… desposares a filha de Sálvio?…
Plínio compreendeu as alusões paternas naquele momento grave e decisivo, fazendo um leve sinal negativo com a cabeça, ao mesmo tempo que fixava os olhos grandes e ardentes em Flávia Lentúlia, como a indicar ao pai a sua preferência.
O moribundo, por sua vez, com a profunda lucidez espiritual dos que se aproximam da morte, com plena consciência da situação e dos seus deveres, entendeu a atitude silenciosa do filho estremecido e, tomando a mão da jovem, que se inclinava afetuosamente sobre o seu peito, apertou as mãos de ambos de encontro ao coração, murmurando com íntima alegria:
— Isso é mais… uma razão… para que eu parta… tranquilo… Tu, Agripa… hás-de ser também… muito feliz… e tu… meu caro… Públio… — junto de Lívia… haverás de viver…
Todavia, um soluço mais forte escapara-se-lhe inopinadamente e a sucessão dos singultos violentos e dolorosos obrigou-o a calar-se, enquanto Calpúrnia se ajoelhava e lhe cobria as mãos de beijos…
Lívia, também genuflexa, olhava para o alto como se desejasse descobrir os seus arcanos. A seus olhos, apresentava-se aquela câmara mortuária repleta de vultos luminosos e de outras sombras indefiníveis, que deslizavam tranquilamente em torno do moribundo. Orou no imo d’alma, rogando a Jesus força e paz, luz e misericórdia para o grande amigo que partia. Nesse instante, lobrigou a radiosa figura de Simeão, rodeada de claridade azulada e resplandecente.
Flamínio agonizava…
À medida que transcorriam os minutos, os olhos se lhe tornavam vítreos e descoloridos. Todo o corpo transudava um suor abundante, que alagava o linho alvíssimo das cobertas.
Lívia notou que todas as sombras presentes se haviam também ajoelhado e somente o vulto imponente de Simeão ficara de pé, como se fora uma sentinela divina, colocando as mãos radiosas na fronte abatida do moribundo. Notou, então, que seus lábios se entreabriam para a oração, ao mesmo tempo que doces palavras lhe chegavam, nítidas, aos ouvidos espirituais:
— Pai Nosso que estás no Céu, santificado seja o vosso nome, venha a nós o vosso reino de misericórdia e seja feita a vossa vontade, assim na Terra como nos Céus!… (Mt 6:9)
Nesse instante, Flamínio Sevérus deixava escapar o último suspiro. Marmórea palidez lhe cobriu os traços fisionômicos, ao mesmo tempo que uma infinda serenidade se estampava na sua máscara cadavérica, como se a alma generosa houvesse partido para a mansão dos bem-aventurados e dos justos.
Somente Lívia, com a sua crença e a sua fé, pôde conservar-se de ânimo sereno, entre quantos a rodeavam no doloroso transe. Públio Lêntulus, entre lágrimas comovedoras, certificava-se de haver perdido o melhor e o maior dos amigos. Nunca mais a voz de Flamínio lhe falaria das mais belas equações filosóficas, sobre os problemas grandiosos do destino e da dor, nas correntes intermináveis da vida. E, enquanto se abriam as portas do palácio para as homenagens da sociedade romana; e enquanto se celebravam solenes exéquias implorando a proteção dos do morto, seu coração de amigo considerava a realidade dolorosa de se haver rasgado, para sempre, uma das mais belas páginas afetivas, no livro da sua vida, dentro da escuridão espessa e impenetrável dos segredos de um túmulo.
Reunião pública de 14-4-1961.
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É natural que consideres teu problema qual espinho terrível.
É justo reconheças tua prova por agonia do coração.
Ergues súplice olhar, no silêncio da prece, e relacionas mecanicamente aqueles que te feriram.
É como se conversasses intimamente com Deus, apresentando-lhe vasto balanço de amarguras e queixas…
E o Supremo Senhor cuidará realmente de ti, alentando-te o passo… Entretanto, é preciso não esquecer que ele cuidará igualmente dos outros.
Lança mais profundo olhar naqueles que te ofenderam, conforme acreditas, e compara as tuas vantagens com as deles.
Quase sempre, embora se entremostrem adornados de ouro e renome, nas galerias da evidência e da autoridade, são almas credoras de compaixão e de auxílio… Traíram-te a confiança, contudo, tombaram nas malhas de pavorosos enganos; humilharam-te impunemente, mas adquiriram remorsos para imenso trecho da vida; dilaceraram-te os ideais, entretanto, caíram no descrédito de si próprios; abandonaram-te com inexprimível ingratidão, todavia, desceram à animalidade e à loucura…
Não é possível que a Luz do Universo apenas te ampare, desprezando-os a eles que se encontram à margem de sofrimento maior.
Unge-te, assim, de paciência e compreensão para ajudar na Obra Divina, ajudando a ti mesmo.
Em qualquer apreciação, ao redor de alguém, recorda que o teu Criador é também o Criador dos que estão sendo julgados.
É por isso que Jesus, em nos ensinando a orar, revelou Deus como sendo o amor de todo amor, afirmando, simples: “Pai nosso, que estás nos céus…” (Mt 6:9)
Procuraste a felicidade na Terra, através da fortuna, da autoridade, da fama, do prazer e não a encontraste.
Apesar disso, as tuas experiências, nesse sentido, não se perderam, porquanto, com elas, adquiriste mais amplos caminhos de compreensão e discernimento. E continuas a buscá-la, ardentemente.
Anseias conservá-la contigo e não explicas porquê…
Sabes que ela existe e não descobres onde…
Queres retê-la em teus passos e ignoras como…
Adivinhas que ela se te fará alegria para sempre e não consegues vê-la…
É que a felicidade real decorre da nossa união com Deus e embora não saibamos definir as nossas emoções mais profundas, todos sentimos sede de Deus, de modo a desvencilhar-nos de todas as inferioridades que ainda nos assinalam a existência, a fim de vivermos, em espírito e verdade, o ensinamento do Cristo, na oração dominical: — “Pai Nosso, seja feita a vossa vontade, assim na Terra como nos Céus…” (Mt 6:9)
Em nossa rendição aos desígnios divinos, nas leis que nos regem, descortinaremos claramente a senda que nos conduzirá à felicidade autêntica, sonhada por nós, em nossas mais belas aspirações.
Quando nos reportamos à vontade de Deus, referimo-nos ao controle da Sabedoria Perfeita que nos rege os destinos. E, observando nossa condição de Espíritos eternos, acalentados pelo Infinito Amor da Criação, ser-nos-á sempre fácil reconhecer as determinações de Deus, em todos os eventos do caminho, a nosso respeito, já que a Divina Providência preceitua para cada um de nós:
saúde e não doença;
trabalho e não ócio;
cultura e não ignorância;
conciliação e não discórdia;
paz e não desequilíbrio;
tolerância e não intransigência;
alegria e não tristeza;
esperança e não desânimo;
conformidade e não desespero;
perdão e não ressentimento;
êxito e não fracasso;
prudência e não temeridade;
coragem e não fraqueza;
fé e não medo destrutivo;
humildade e não subserviência;
intercâmbio e não isolamento;
disciplina e não desordem;
progresso e não atraso;
amor e não indiferença;
vida e não morte.
Se dificuldades, sofrimentos, desacertos e atribulações nos agridem a estrada, são eles criações nossas, repercussões de nossos próprios atos de agora ou do passado, que precisamos desfazer ou vencer, a fim de nos ajustarmos à vontade de Deus, que nos deseja unicamente o Bem, a Felicidade e a Elevação no Melhor que sejamos capazes de receber dos patrimônios da vida, segundo as leis que asseguram a harmonia do Universo.
Eis porque Jesus, exaltando isso, nos ensinou-nos a reafirmar em oração: — “Pai nosso, que se faça a tua vontade, assim na Terra como nos Céus.” (Mt 6:9)
(Anuário Espírita 1971)
O nacionalismo diante da Lei — Céu e inferno — Reencontro dos entes queridos no Além — Reencarnação — O Espiritismo e outras religiões
UNIVERSO — OBJETIVAÇÃO DO PENSAMENTO DIVINO
Pedro Leopoldo, 21 (Especial para O GLOBO, por Clementino de Alencar) — Numa das cartas enviadas a Chico Xavier, o missivista, considerando o conceito do nacionalismo em face das leis fraternas de que repetidamente fala Emmanuel, indaga:
— Se o nacionalismo multiplica as energias de um povo parece entretanto que vai de encontro à lei da fraternidade. Como deveremos entendê-lo?
DESEJOS E ENTUSIASMOS COMPREENSÍVEIS
Emmanuel assim responde a esse consulente:
“Compreendemos que se deva amar o pedaço de terra que nos viu nascer e compreendemos também o desejo de engrandecê-lo pelo trabalho, pela inteligência, pelo progresso, tornando-o digno da admiração dos outros. Aliás todas as concepções do verdadeiro patriotismo se enquadram no esforço de cada indivíduo em favor da evolução geral.
“Fazer porém a apologia desses movimentos nacionalistas que, a pretexto de unificação e energia administrativa, operam a revivescência das autocracias de outrora, incentivando as guerras, provocando revoltas, coibindo o pensamento, é desconhecer as leis da solidariedade humana. Aplaudir essas iniciativas que consideramos como atentatórias à lei fraterna que rege os mundos e as almas, seria cooperar para o desvirtuamento de todos os princípios da justiça e da ordem.
A MÍSTICA NACIONALISTA E O BEM COLETIVO
“Ninguém pode prever as consequências dessa mística nacionalista que, na atualidade, percorre o mundo de bandeirolas ao vento. Em todas as organizações políticas encontram-se concepções elevadas que interessam, de perto, a vida do Estado; mas todo e qualquer extremismo, dentro delas, é prejudicial ao bem coletivo.
O ISOLAMENTO DOS ESTADOS E O DESEQUILÍBRIO ECONÔMICO
“Cria-se a política dos governos fortes a fim de se incentivar as energias nacionais. Isola-se o Estado e, nesse isolamento, os grandes erros começam, porquanto os desequilíbrios econômicos são inevitáveis.
“Os homens não podem fugir aos dispositivos do código da fraternidade universal. Cada individualidade dá o que possui, no problema das possibilidades e das vocações, no edifício do progresso coletivo. Uma traz a ciência, outra a arte, outra uma nova modalidade evolutiva.
QUANDO OS PAÍSES LAVRAM A PRÓPRIA CONDENAÇÃO
“Dentro do mundo, são assim as nacionalidades, no tocante à produção. O que se faz necessário é regulamentar-se a troca dos produtos de cada uma. Ainda aí encontramos as lições de fraternidade da Natureza.
“Um país, pretendendo isolar-se no mundo, lavra a sua própria condenação.
O UNIVERSO É O PENSAMENTO DIVINO EM SUA EXPRESSÃO OBJETIVA
“Não vemos portanto nenhuma legitimidade nesse exclusivismo antifraterno. Fisicamente as nações representam somente o patrimônio da Humanidade. O universo é o Pensamento Divino em sua expressão objetiva. O plano de perfeição una absorve todas as coisas, impondo a lei de Fraternidade a todas as criaturas.
“O amor de Deus envolve a criação infinita. Para a sua misericórdia, portanto, um país não vale mais do que outro; e os homens, sejam europeus, africanos, hotentotes, todos são irmãos.
OBRAS PURAMENTE HUMANAS
“As rajadas de guerras, de nacionalismos incompreensíveis, são obras humanas envolvendo grandes e temíveis responsabilidades individuais e coletivas. Todavia, todos os feitos do homem na esfera da existência transitória são assinalados pelo seu caráter temporal. O que existe é a lei divina, é a alma imortal.
EVOLUÇÃO
“A evolução pode ser lenta, mas é segura; pode ser combatida, mas será aceita em tempo oportuno.
“A História é o vosso roteiro. Onde se encontram a Esparta e a Atenas de outrora? Que sopro destruidor pulverizou as esplendorosa civilizações que floresceram junto do Ganges, do Nilo, do Tigre, enchendo de vida as suas margens? Que força extra-humana soterrou a Roma poderosa da antiguidade, num aluvião de cinzas?… Onde se acham as suas galerias soberbas, cheias de patrícios e de escravos, as suas conquistas, os seus impérios faiscantes?…
“A mão do processo evolutivo, invisível e misteriosa, que estancou as lágrimas da plebe sofredora, subjugou os tiranos assinalando as suas frontes com o estigma da maldição dos séculos.
OS VENTOS DA NOITE SOBRE AS RUÍNAS…
“O progresso vem trabalhando com sacrifícios e sobre as ruínas do Coliseu e de Spalato, choram amargamente os ventos da noite.
“O poder de homem e de nações passa como a sua própria ação. Daí a necessidade da difusão do conceito imortalista da vida para que a humanidade concentre as suas possibilidades na aquisição dos tesouros espirituais, os únicos que se não dissipam no vórtice das mutações da matéria.
AS PROMESSAS DO ESPIRITUALISMO
“O moderno espiritualismo, explicando aos homens, em espírito e verdade, as lições trazidas ao mundo por Jesus, há de reparar os excessos do nacionalismo, integrando as criaturas no conhecimento das verdadeiras leis fraternas e extinguindo os ódios raciais que infelicitam a humanidade.”
OS PRIMEIROS TEMPOS NO ALÉM, CÉU E INFERNO
— Como decorrem para o Espírito desencarnado os primeiros tempos no Além-Túmulo? Haverá um Céu e um inferno?
Assim respondeu Emmanuel:
“A vida do Espírito desencarnado nos primeiros tempos do “post mortem” reflete em geral as ações de sua existência terrena. Os que viveram mergulhados nos estudos dignificadores, encontrarão meios de desenvolvê-los dentro de sociedades esclarecidas que os acolhem, segundo os imperativos das afinidades espirituais.
“Os que viveram no mundo, divorciados da prática do bem, submersos nas satisfações viciosas, sofrem naturalmente a consequência dos seus desvios. As concepções de Céu e inferno estão pois simbolizadas no estado da consciência redimida no trabalho e na virtude ou escrava do vício e do pecado.”
A SAGRADA ESPERANÇA
A seguir surge esta pergunta em que se sente todo o anseio da alma humana que a desdita fez ficar enlutada, na Terra:
— Em desencarnando, encontra a alma os seres que amou e que partiram para o Além antes dela?
A resposta de Emmanuel, confortadora:
“Nem sempre encontramos, ao despertarmos na existência do Além, todos aqueles que participavam das nossas dores e júbilos da Terra. Alguns entes caros parecem apartados ainda de nós para sempre. Todavia todos nós encontramos dentro da misericórdia divina quem nos elucide e guie, caridosamente, no dédalo das incertezas e das dúvidas.
“Dia virá porém em que teremos a consoladora certeza de encontrar todos pelos laços do Amor; e essa certeza constitui grande felicidade para todos os Espíritos.”
NÃO HÁ TEMPO DETERMINADO PARA O INTERVALO DAS REENCARNAÇÕES
Outra pergunta:
— A reencarnação só se verifica depois de um determinado tempo de vida espiritual no Além?
Resposta:
“Não há tempo determinado no intervalo das reencarnações da alma. No espaço compreendido entre elas, o Espírito estuda, nos planos em que se encontra, as possibilidades do futuro, ampliando seus conhecimentos e adquirindo experiências a fim de triunfar nas provas necessárias.
“De um modo geral, são as próprias almas que se reconhecem necessitadas de luz e progresso e pedem o seu regresso ao Plano carnal. Contudo, em alguns casos como os de entidades cruéis, rebeldes e endurecidas, são os guias esclarecidos que se incumbem de lhes preparar a reencarnação amarga e penosa, mas necessária.”
O SAGRADO PATRIMÔNIO DA VIDA
— Os que se desencarnam no período infantil são Espíritos mais evoluídos, isentos de luta e provação na Terra?
A essa pergunta assim respondeu o guia:
“Alguns abandonam muito cedo o invólucro material, às vezes pelo motivo de serem obrigados somente a um pequeno resgate diante das leis que nos regem… Em sua generalidade, porém, esses acontecimentos estão enfeixados no quadro das provações precisas.
“Os suicidas, por exemplo, depois de se evadirem da oportunidade que lhes foi oferecida para o resgate do seu passado, estão muitas vezes sujeitos a essas penas. Querem viver na Terra novamente, tragar corajosamente o conteúdo amargo do cálice das expiações dos seus erros, porém as experiências costumam fracassar, a fim de compreenderem eles o quanto é sagrado o patrimônio da vida que nos foi concedido por Deus.”
A REENCARNAÇÃO E AS DIVERGÊNCIAS ESPIRITUALISTAS
A seguir, o consulente fere este ponto de divergência das correntes espiritualistas:
— Por que existem, dentro do próprio Espiritualismo, os que aceitam e os que negam a reencarnação?
Resposta:
“Semelhantes anomalias são devidas aos poderes de preconceitos prejudiciais e obcecantes.
“Muitos cérebros e muitas coletividades são, pelos Espíritos, encontrados já trabalhados por dogmas incompreensíveis, bastante cristalizados nas mentes.
“Nossa tarefa, então, para orientá-los e esclarecê-los no terreno das verdades transcendentais, é muito lenta, para que não percamos os benefícios já feitos.
“Não duvideis contudo de que em futuro próximo alcançaremos a unidade das teorias do espiritualismo hodierno.”
Outra pergunta sobre a reencarnação:
— Sempre existiu no mundo a ideia da reencarnação?
Resposta:
“A ideia da reencarnação vem das mais remotas civilizações e só ela pode dar ao homem a solução dos problemas do destino e da dor. Todos os grandes filósofos dos tempos antigos a aceitavam e só nos últimos séculos a verdade da preexistência das almas foi obscurecida pelos argumentos sub-reptícios de quantos desejam conciliar inutilmente os interesses de ordem divina com as coisas passageiras do egoísmo do mundo.”
O ESPIRITISMO E AS OUTRAS RELIGIÕES
A última pergunta do gênero respondida por Emmanuel foi a seguinte:
— Qual o papel do Espiritismo diante das outras religiões?
Eis o que disse o guia:
“O Espiritismo é o Consolador prometido por Jesus aos homens, o qual deveria aparecer quando a humanidade estivesse apta a compreender o seu ensinamento velado nas parábolas.
“Ele não vem destruir as religiões, mas uni-las e fortificá-las, desviando-as das concepções dogmáticas que foram impostas pelo interesse e a ambição propriamente humanos.
“Infelizmente, apesar de sua pureza, a consoladora Doutrina dos Espíritos tem sido muitas vezes objeto de exploração criminosa daqueles que não respeitam os seus princípios austeros e moralizadores. Cada um, porém, receberá segundo as suas obras; e nenhuma influência humana poderá impedir a sua evolução no seio da humanidade.”
(Recebida em Pedro Leopoldo a 27 de junho de 1935)
[O 1º item dessa mensagem corresponde ao 43º capítulo do livro “”]
[Os itens 2 a 8 dessa mensagem correspondem ao 45º capítulo do livro “”]
Quem encontra a Paternidade Divina no mundo, respeita as injunções da consanguinidade, mas não se agarra ao cativeiro da parentela.
Honra pai e mãe, realmente; todavia, sabe considerar que o amor pode auxiliar, fazer, aprender e sublimar-se sem prender-se.
O Espírito que penetrou semelhante domínio da compreensão reconhece por família maior, a Humanidade inteira, encontrando o Lar em toda parte, as surpresas da vida em todos os ângulos do caminho, o interesse iluminativo em todas as facetas da jornada, o serviço em todas as linhas de atividade, o dever em todas as partículas do tempo, a bênção do Céu em todos os caminhos da Terra, o amor em todos os seres, a alegria de auxiliar em todos os instantes da luta e segue, existência afora, de alma aberta ao trabalho santificante, respirando a independência construtiva, livre, [ainda mesmo quando escravo de pesadas obrigações, feliz,] ainda mesmo quando o corpo se lhe cubra de chagas sanguinolentas, e, sereno, ainda mesmo quando a tempestade o convoque ao terror e à perturbação…
É que, quando a alma descobre a Paternidade Celeste, embora ligada aos impositivos da carne, sabe sofrer e agir, crescer e elevar-se, operando nas zonas inferiores do Planeta, mas de sentimento centralizado no Alto, a repetir invariavelmente com Jesus Cristo: — “Pai Nosso que estás nos Céus…” (Mt 6:9)
Essa mensagem, diferindo nas palavras marcadas e [entre colchetes] foi publicada em junho de 1954 pela FEB no Reformador e é também a 137ª lição do 1º volume do livro “”
Susana Davenport ainda viveu pouco mais de dois anos, após a morte de Robbie. A filha de Madalena passou todo esse tempo em largos sacrifícios domésticos, exemplificando o amor mais puro. A genitora de Beatriz teve agonia prolongada, recuperando a razão nas derradeiras horas. Olhos fixos na filha, tomou-lhe a mão e colocou-a nas mãos de Alcíone, dando a entender que a filhinha, em tempo algum, deveria esquecer de tomar a irmã como um símbolo.
Alcíone descansava agora de uma luta imensa, mas, afeita ao trabalho desde os mais tenros anos, chegava a estranhar o repouso.
O próximo casamento de Beatriz, com os numerosos trabalhos consequentes, foi por ela encarado como um alívio à solidão que começava a experimentar. Todas as horas do dia, em carinhosa dedicação, eram consagradas ao bordado e à costura, surpreendendo a irmã pelo gosto artístico e habilidade, em cada detalhe do serviço. Beatriz não conseguia eximir-se ao peso das recordações dolorosas, mas o consórcio com o homem amado revigorava-lhe as esperanças. O palacete da Cité, sempre envolvido num manto de saudades, dava a impressão de jardim abandonado que começasse a reflorir. Os servos evitavam referências à morte dos antigos senhores, para que os rebentos de alegria nova não fossem arrancados. Se acaso via a irmã entristecida, Alcíone fazia questão de tanger as teclas de assunto confortador, para que a moça não se entregasse à tristeza e ao mal-estar. O culto doméstico do Evangelho foi restaurado. O próprio Henrique de Saint-Pierre associou-se ao movimento, partilhando das reflexões religiosas com muita satisfação. A inspiração da filha de Madalena causava-lhe surpresa cariciosa. Sua palavra penetrava problemas complexos da existência, como se já tivesse vivido numerosos séculos em contato com os homens. Para Henrique, tais reuniões tinham caráter providencial. Indiretamente, a irmã de sua noiva, sem qualquer intenção, preparava-lhe o espírito para as tarefas sagradas do lar, para os benefícios do casamento. O rapaz começou por abandonar as companhias perigosas que, não raro, tendiam a comprometer-lhe o nome e a saúde; a vida revelou-lhe profundos segredos, seu coração parecia agora aberto para o orvalho divino do sentimento superior. Incansável no trabalho, Alcíone estendeu o culto dominical aos serviçais numerosos. Todos puderam participar das bênçãos de Jesus, no vasto salão que Beatriz mandou preparar jubilosamente. O movimento familiar continuava em santas vibrações de fraternidade e alegria. A moça Vilamil organizou hinos de carinhosa devoção a Deus, que as crianças dos servidores entoavam, com encanto singular. O cravo parecia falar harmoniosamente da fé, sob a pressão dos seus dedos. A filha de Susana não cabia em si de contente. A grande residência de Cirilo perdeu o aspecto sombrio, adquirido em todo o curso da moléstia da viúva Davenport. Júbilo sadio estabelecera-se entre todos. Quando alguém demonstrava indisposições súbitas, recordava-se o ensinamento do Cristo e o culto doméstico ia ganhando todos os corações.
O enlace de Beatriz e Saint-Pierre realizou-se com muita simplicidade, e concorrência, apenas, das relações mais íntimas.
Alcíone acompanhou satisfeita todos os trâmites do auspicioso evento, mas, em seguida, entrou num período de grande abatimento, do qual apenas saía nas horas rápidas do culto familiar. A filha de Madalena não conseguia furtar-se à saudade dos seus inesquecíveis ausentes e, simultaneamente, experimentava a falta do trabalho ativo, que se tornara a incessante religião dos seus braços fraternos.
A irmã impressionou-se. Que fazer para arrancá-la daquela melancolia que a empolgava devagarinho? Ela esquivava-se às festas sociais, não tinha inclinação para os prazeres do seu tempo. Tendo passado dos trinta anos, seus traços fisionômicos conservavam a beleza da primeira juventude, revelando, ao mesmo tempo, a madureza do espírito. Beatriz começou a pensar, seriamente, em inclinar-lhe a alma sensível e afetuosa para um casamento feliz. Dominada por esses pensamentos, a esposa de Saint-Pierre aproximou-se certo dia da irmã e lhe disse, com bondade:
— Tenho andado bastante cuidadosa de ti e preciso cooperar para que a tristeza seja banida do teu coração e dos teus olhos!…
— Por que te afligires, minha querida? O repouso involuntário de nossas mãos costuma agravar o esforço dos pensamentos. Não estou acabrunhada, podes crer. Tenho meditado um pouco mais e essa circunstância te induz a perceber mágoas imaginárias em meu espírito.
Beatriz abraçou-a com enternecimento e falou:
— O coração me diz que não estou enganada. Consomes-te a olhos vistos. Por vezes, Alcíone, quando em passeio com Henrique, não posso evitar que meu júbilo se misture ao remorso…
— Mas, como assim, querida?
— Não me conformo em ser feliz só por mim, quando mereces as bênçãos do Céu, muito mais que eu.
Depois de ligeira pausa, a filha de Susana continuava:
— Quem sabe desejarias fazer alguma viagem que te distraísse? Essa providência seria mais que justa, após tantos anos de luta e sacrifício. Quando não quisesses ir a país estrangeiro, poderias descansar em alguma praia e fortalecer-te em contato direto com a Natureza.
— Mas, se eu estou muito bem e nada me falta?
Beatriz contemplou-a, com mais carinho, e, quase suplicante, tornou a dizer:
— Alcíone, desejava lembrar uma possibilidade, pelo que espero me perdões com a tua generosidade fraternal…
A irmã comoveu-se com o acento caricioso daquelas palavras e obtemperou:
— Dize sem receio. De que se trata?
— Tenho pedido a Deus, ansiosamente, me conceda a alegria de ver-te formando igualmente um lar, onde um esposo fiel ilumine a tua estrada com as bênçãos de uma ventura sem fim. Se te pudesse ver amada por um homem leal e puro, cercada pela ventura de filhinhos carinhosos, como seria feliz!… Dá-me a satisfação de te auxiliar a refletir nesse particular…
Beatriz notou que a irmã fazia enorme esforço para reter as lágrimas. Adivinhando o seu embaraço para responder, a esposa de Henrique ganhava ânimo para prosseguir:
— Eu e meu marido vimos pensando na colônia distante, onde os nossos bens materiais são consideráveis. Henrique vem ultimando alguns negócios e creio que, daqui a alguns meses, tomaremos a nova decisão. Meus tios insistem pelo meu regresso e, além deles, temos na América velhos amigos de meu pai a nos esperarem de braços abertos. Claro que não dispensamos tua companhia e peço-te permissão para ir meditando, desde já, na tua felicidade futura. Na minha terra natal, encontrarás relações carinhosas e devotadas, e — quem sabe? — talvez Jesus te reserve por lá um esposo fiel e cristão, que faça por ti tudo que te desejamos de coração.
Alcíone comoveu-se profundamente. O terno respeito de Beatriz, a delicadeza da sua exposição, penetraram-lhe o espírito como um bálsamo celestial. Demonstrando o interesse de sua dedicação fraterna, respondeu reconhecidamente:
— E se te dissesse que tenho meu coração prisioneiro, desde a primeira mocidade?
A esposa de Saint-Pierre, com um franco sorriso, revelava o prazer que a declaração lhe causava. Se a filha de Madalena Vilamil já havia elegido o homem do seu afeto, não lhe seria difícil contribuir eficazmente para a sua ventura. Ansiosa e confortada, Beatriz insistia de olhos muito brilhantes:
— Ah! conta-me tudo! Certo, o feliz eleito de tua alma não estará aqui em Paris. Quem sabe é algum gentil-homem espanhol, a esperar tua resolução há longo tempo?
Reconhecendo a sinceridade da irmã, Alcíone passou a historiar a sua juventude, recordando a figura de Clenaghan com a vivacidade dos seus imensos tesouros afetivos. Longas horas estiveram ambas no divã, desfiando o rosário das lembranças queridas. A filha de Susana seguia as palavras da irmã, demonstrando enorme estupefação, pela sua capacidade de sacrifício. Alcíone crescia espiritualmente, cada vez mais, no seu conceito. Ao terminar o relato de suas agridoces reminiscências, a jovem esclarecia:
— Quando nos encontramos pela última vez, aqui em Paris, notei que ele não podia compreender os meus deveres filiais. Estava taciturno, talvez irritado com as lutas da sorte. Não podia ver em mim senão a noiva que lhe atendesse ao ideal humano, mas eu ainda retinha comigo deveres sagrados para com meus pais, e não pude acompanhá-lo de volta a Castela. Ele não se despediu de mim, mas o fez de mamãe, antes de se pôr a caminho do Havre; e mamãe sempre dizia que o notara bastante transformado, suspeitoso e desesperado. Sofri com isso muito mais do que se pode imaginar, mas entreguei a Jesus as minhas mágoas íntimas. Lembro-me, perfeitamente, de que, impossibilitada de lhe revelar o que ocorria entre minha mãe e meu pai, que o destino havia separado, prometi que o procuraria a qualquer tempo que as circunstâncias permitissem…
— E não terá soado essa hora de conciliação? — interrogou Beatriz ansiosa por lhe renovar o bom ânimo.
— Tenho pensado nisso, sinceramente, nestas últimas semanas — confessou a filha de Madalena, prazerosa por sentir-se compreendida. — Estou certa de que Carlos confia na minha sinceridade e não terá desposado outra mulher. Nesta fase de minha vida, talvez lhe possa ser útil, poderia concorrer para seu retorno à vida religiosa, embora sem esperança de reintegrá-lo no ministério sacerdotal.
— Que dizes? — murmurou a esposa de Saint-Pierre com infinito carinho. — Não penses obrigá-lo a retomar um serviço contrário à sua vocação. Teu coração e o do homem amado têm direito ao banquete da vida. Hás de casar-te e conhecer a felicidade que parecia remota e irrealizável. Quero beijar teus filhinhos, num futuro risonho.
O semblante de Alcíone iluminou-se, mostrando a beleza do seu mais secreto ideal de mulher. Ruborizada e quase feliz, perguntou:
— Supões, acaso, Beatriz, que Deus ainda me concederá semelhante felicidade?
— Por que não? — voltou a dizer a interlocutora com sereno otimismo. — Estás moça e bela, como aos vinte anos. É preciso cuidarmos imediatamente do contato com Ávila.
A filha de Madalena dirigiu à irmã um olhar significativo e indagou:
— Estarias de acordo que eu fosse até lá? Tenho desejado surpreender Carlos com o exato cumprimento de minha palavra.
— Sem dúvida — respondeu Beatriz bem humorada, ao perceber que novas esperanças brotavam daquela alma generosa e santificada —; se fosse possível, acompanhar-te-ia. Creio não ser possível, mas tudo se arranjará de maneira a visitares Castela-a-Velha, na primeira oportunidade.
— Irei sozinha — esclareceu Alcíone, de olhos vivazes.
No dia seguinte, ao almoço, Henrique de Saint-Pierre partilhava do entusiasmo de ambas.
— Beatriz me fez ciente de tuas intenções — disse-lhe em tom fraternal — e podes crer que já estou à espera de Clenaghan, com justa ansiedade. Preciso de um companheiro para o desdobramento de nossos negócios. Claro que não necessitamos de capital, mas sim de um auxiliar operoso e leal, que nos ajude a zelar o patrimônio adquirido. Sinto que teu futuro esposo solucionará o nosso problema.
— Ah! sim — respondeu Alcíone risonha — Carlos é um homem honesto e trabalhador. É verdade que faltou ao compromisso sacerdotal, falta essa que não pude aprovar, desde os primeiros tempos em que a decisão não passava de projeto; mas nada se poderá dizer contra a sua lealdade. É portador de caráter nobre e de valorosos sentimentos.
— Para nós, será um irmão — disse Beatriz satisfeita.
— Certamente — continuou Saint-Pierre atencioso — já se entenderam sobre a nossa transferência para o Novo Mundo?
— Sim — acentuou a filha de Madalena, confortada.
— Pois bem — prosseguiu o novo chefe da casa —, Clenaghan irá conosco, como pessoa da família. Quanto a ti, Alcíone, conheço o plano de viagem à Espanha, onde cuidarás da agradável surpresa ao teu escolhido. Quisera seguir-te e mais a Beatriz, mas negócios urgentes impedem faze-lo. Poderei, no entanto, mandar um empregado ao Havre, a fim de conhecermos o movimento das embarcações mais seguras. Se queres, poderei designar alguém que te acompanhe na viagem tão longa…
Sinceramente reconhecida, a moça obtemperou:
— Não há necessidade, Henrique. Poderei seguir só, visto conhecer o caminho Além disso, Ávila é como se fosse minha segunda pátria. Tenho lá inúmeras amizades.
— Não temos qualquer objeção a fazer. Apenas formulo votos ao Céu para que a tua ventura se processe rapidamente. Dirás a Carlos Clenaghan que o esperamos nesta casa, com interesse e simpatia. Para mim, Alcíone — acrescentava Saint-Pierre comovidamente —, nunca foste a governanta de Beatriz, mas nossa irmã muito amada, pelos laços sacrossantos do espírito. O companheiro de tua escolha será pessoa sagrada aos nossos olhos. Em chegando a Ávila, anima-o a vir em tua companhia, com presteza. Esperaremos tua volta, para então marcar a viagem para a colônia.
Alcíone não sabia como traduzir sua gratidão. Em frases carinhosas, manifestou o sincero agradecimento d’alma, ficando ali mesmo aprazada a viagem à Espanha.
Precisamente daí a um mês, Beatriz e o esposo acompanhavam a irmã até o Havre, onde Alcíone, corajosamente, tomou a embarcação que a levaria ao porto de Vigo.
Após as despedidas, quando o navio se afastava da costa francesa, levado por ventos favoráveis, a filha de Madalena encontrou-se à sós com as suas profundas recordações. As figuras da genitora, de Robbie e padre Damiano apresentavam-se-lhe à mente, mais vivas que nunca. Era necessário muita energia para não cair em pranto, em face da saudade que lhe pungia o coração. Aqui, era um detalhe do mar, que havia impressionado o irmão adotivo; acolá, um aspecto da costa que provocara certas explicações do velho sacerdote. Recolhida em sentimentos carinhosos, a filha de Cirilo desembarcou em terra espanhola, com o peito oprimido de infinitas esperanças. Nunca mais tivera notícias de Clenaghan, era bem possível que não mais estivesse em Castela-a-Velha; no entanto, suas relações de Ávila não faltariam com os informes precisos.
A condução para a cidade da sua meninice não foi difícil. Em poucos dias, chegava ao seu destino. Embora provocasse a estranheza de muitos o fato de encontrar-se desacompanhada, Alcíone mostrava a atitude superior aos olhares curiosos que pareciam interrogá-la. Não encontrou qualquer diferença na paisagem. O berço de Teresa de Jesus repousava na terra pobre, cioso de suas velhas tradições.
Às dez horas do dia, dava entrada em humilde hotel, naturalmente fatigada e deliberou não procurar as amizades antigas, até que se alojasse convenientemente, de maneira a não se tornar pesada a ninguém, pela sua chegada imprevista. Identificou, de pronto, velhos conhecidos da mocidade, a quem, entretanto, não se revelou por não haver bastante intimidade. Depois de refeita da fadiga imensa, chamou um pequeno servidor da hospedaria, perguntando-lhe um tanto acanhada:
— Meu amiguinho, você poderá informar-me se reside aqui, em Ávila, um senhor chamado Carlos Clenaghan?
Após refletir um momento, o rapazote esclarecia:
— Sim, senhorita, conheço.
A viajante verificou que o coração lhe palpitava com mais força.
— Sabe se é de origem irlandesa, domiciliado em Castela há alguns anos? — voltou a interrogar atenciosamente.
— Sim, é isso mesmo e sei mais que foi padre, noutro tempo. Hoje é comerciante abastado.
Alcíone ouviu-o comovida. Não podia enganar-se. Pensou, então, em surpreender o espírito do amado em intimidade cariciosa. Convidá-lo-ia, por um bilhete, a comparecer, à tarde, junto à nave da igreja de São Vicente. Encontrar-se-iam na casa consagrada a Deus, onde tantas vezes haviam tecido muitas redes de sonhos e esperanças, sempre desfeitos pelo vendaval das realidades dolorosas. Agora, porém, era lícito tratar do seu porvir venturoso. Escrever-lhe-ia sem se dar a conhecer no bilhete, declarando-se chegada de Paris, com notícias alvissareiras para o seu coração. Quando chegasse ao velho templo, vê-la-ia então, compreenderia a sua fidelidade e devotamento. Logo após o reencontro, visitariam juntos as antigas relações afetuosas, buscariam rever o sítio de sua infância, bem como a casa modesta em que sua mãe trabalhara tantos anos, curtindo as maiores privações.
Assim procedeu embalada por santas expectativas do amor desvelado e confiante.
O rapaz que a esclarecera, longe de adivinhar o romance da nova hóspede, foi emissário da breve notícia ao ex-religioso, que leu o bilhete assaz intrigado. Carlos identificaria aquela letra, entre mil manuscritos diversos. Mas era impossível, em seu modo de ver, que Alcíone estivesse na cidade. A autora da grafia, por mera coincidência, deveria ter o mesmo tipo de letra, que jamais conseguira esquecer, no círculo das experiências pessoais. Não conseguia concatenar outras explicações. Curiosidade febril avassalava-lhe a alma. Que notícias de Parias poderiam ser enviadas ao seu coração? De há muito considerava Alcíone perdida, no capítulo das suas aspirações mais sagradas. Dela não deveria esperar qualquer mensagem. Todavia, dilatando as ponderações, começou a imaginar que se tratasse de algum recado de Madalena Vilamil ou de Robbie, amigos dos quais não tinha notícias, desde que regressara da França, onde fora na suposição de encontrar a noiva conformada aos seus caprichos de homem apaixonado. Presa de intensa sofreguidão, aguardou o crepúsculo ansiosamente.
Antes do entardecer, Alcíone dirigiu-se ao velho templo que constituía um centro de lembranças sagradas ao seu espírito sensível. Ajoelhou-se e orou à frente dos nichos, recordando, a cada passo, o velho sacerdote a quem consagrara o devotamento de filha afetuosa.
Olhar indagador, de quando em quando perscrutava o caminho, a ver se Clenaghan atendia ao convite.
Por fim, quando o céu desmaiava aos derradeiros clarões crepusculares, um homem surgiu no adro, fazendo-lhe o coração vibrar em ritmo acelerado.
O sobrinho do padre Damiano aproximava-se. Alcíone notou-o um tanto abatido, parecendo cansado das lutas da vida. Intenso desejo de proporcionar-lhe consolação e conforto aflorou-lhe n’alma sensível.
Prestes a atravessar a portaria primorosa, o ex-religioso viu que alguém avançava ao seu encontro.
— Carlos!… Carlos… — disse a filha de Madalena com infinita emoção.
O recém-chegado estacou tomado de assombro. Enorme palidez cobriu-lhe a fisionomia, quis prosseguir, mas as pernas trêmulas paralisavam-lhe o impulso. A inesperada presença de Alcíone enchia-o de profunda admiração. Debalde procurava palavras com que pintasse o estado de espírito, em que o júbilo se confundia com a dor. A filha de Cirilo tomou-lhe a mão e falou com meiguice:
— Não me reconheces? Venho cumprir minha promessa.
— Alcíone!… — conseguiu dizer o interlocutor num misto de sentimentos indefiníveis.
Um abraço carinhoso seguiu-se a essas palavras. Compreendendo-lhe a perturbação natural, a moça procurou confortá-lo:
— Ah! se eu soubesse, antes, que te causaria este forte abalo, não teria feito esta surpresa!… Perdoa-me…
Carlos se debatia intimamente entre ideias antagônicas. Diante dele estava a mulher amada, que as lutas da existência não fizeram esquecer. Alcíone era sempre o seu maravilhoso e único ideal. As experiências vividas, longe da sua dedicação e dos seus conselhos, eram provas amargas que, aos poucos, lhe atassalhavam o coração repleto de santas esperanças. Mas, simultaneamente, com estranheza a atitude da jovem em Paris, quando não pudera apreender todo o motivo das suas elevadas preocupações filiais. No seu conceito, a eleita trocara o seu amor pelos atrativos do mundo. Jamais conseguira olvidar aquele palacete da Cité, onde a moça havia penetrado intimamente apoiada ao braço de um homem.
Mal se desembaraçava no meandro dessas reflexões, quando a interlocutora voltou a dizer:
— Vamos respirar o ar fresco da noite que desce. Deus me concede a dita de reatar os inefáveis colóquios de outros tempos, neste mesmo ambiente das nossas primeiras emoções.
O ex-sacerdote acompanhou-a maquinalmente. Antigo banco de pedra parecia esperá-los para a revivescência dos mesmos idílios.
Clenaghan perguntou pelos amigos, recebendo com dolorosa surpresa a notícia da morte de Madalena e Robbie, impressionando-se vivamente com a descrição do desastre que vitimara o músico Alcíone o embevecia com os comentários criteriosos quanto emotivos. Tudo, na sua elocução vibrante, ressumava amor e devotamento. Ele a contemplava com paixão, dando mostras de que esperava, ansiosamente, aquele bálsamo divino que lhe manava dos lábios. Em dado instante, respondendo a uma observação que ela lhe fazia com mais carinho, o ex-sacerdote acentuou:
— Nunca pude forrar-me à magoa que a tua atitude me causou. Senti que me tratavas friamente.
— Naquela ocasião, Carlos, Jesus me pedia testemunhos de filha, aos quais não poderia fugir senão pelos atalhos escusos da crueldade.
Ignorando ainda toda a extensão dos sacrifícios da eleita de sua alma, o pupilo de Damiano objetou:
— Mas, se me oferecia para trazer tua mãe e Robbie em nossa companhia? Poderíamos ter sido infinitamente felizes se a isso não te opusesses…
A tonalidade impressa a essas palavras fez que a interlocutora enrubescesse, calando-se.
— Que fazias, naquele palacete da Cité? Por que saías de casa a pé e ias tomar um carro discretamente? Ignoras que te segui os passos sem que me visses e que observei o homem que te abraçou, no portão, quando lá chegavas sorridente? Ah! Alcíone, não podes compreender todo o veneno que me lançaste n’alma confiante. Jamais poderia imaginar que Paris te transformasse o espírito, a ponto de olvidar nossos compromissos e contrariar tua mãe enferma, cuja evidente preocupação era abandonar a capital francesa para voltar à vida simples de Ávila, onde havíamos afagado tantas esperanças e sido tão felizes!…
A moça, depois de prestar muita atenção aos seus gestos e palavras, sentenciou:
— Não devias ter ido tão longe no teu julgamento. Agora que nos reencontramos para nos compreendermos de uma vez para sempre, devo tudo dizer com franqueza. Sabes quem era aquele homem que me recebeu de braços abertos, naquela manhã?
Deteve-se ante a muda expectação do companheiro e prosseguiu:
— Aquele homem era meu pai!…
— Teu pai! — exclamou Clenaghan aterrado.
E ela pausadamente começou a relatar todos os acontecimentos de Paris, a partir do instante em que a enfermidade do padre Damiano lhe impusera desdobrar-se em tarefas mais práticas. À medida que se desdobravam as revelações, o rosto de Carlos mais se anuviava. O ex-sacerdote sempre reconhecera na jovem as qualidades mais primorosas, mas não e nunca a supusera capaz de tamanha renúncia. Extremamente comovida com a evocação de suas reminiscências dolorosas, Alcíone rematava:
— Não acreditas que tenha cumprido meu dever sagrado? Não admitas que meu coração pudesse haver esquecido a tua dedicação e o teu amor. Desde o nosso primeiro encontro venho arquitetando um meio de enriquecer-te a alma de idealismo e confiança. Sempre sonhei, para o teu caminho, um mundo de felicidades nobilitantes. Antigamente, tuas obrigações sacerdotais impuseram-nos a separação; mesmo assim, porém, vibrava na ansiedade ardente de embelezar teu roteiro de nobres aspirações. Lutei para que não abandonasses o que sempre considerei uma sublime tarefa; entretanto, hoje busco harmonizar minhas ideias com a tua decisão e sinto que a consciência pura é o melhor dote que te posso trazer para a nossa eterna aliança…
Ouvindo-a, generosa e confiante, Carlos Clenaghan sentia-se pequenino e miserável.
— Perdoa-me!… — disse, banhado em lágrimas de sincera compunção.
— Compreender-te-ei agora por toda a vida — esclarecia Alcíone de olhar muito lúcido —, mas… por que choras? Temos ainda numerosas oportunidades de servir a Deus e a nós mesmos. Prometi que te procuraria logo que Jesus me permitisse o júbilo do dever cumprido e aqui estou para cuidar da tua, da nossa felicidade. Creio que não tens qualquer necessidade material, mas o marido de minha irmã, que, aliás, desconhece o passado que te confiei em caráter confidencial, põe à tua disposição bastos recursos para grande prosperidade na América. Se quisesses, poderíamos partir talvez no ano próximo, recomeçando o destino numa terra nova. Lembro que minha mãe sempre suspirou pelo Novo Mundo… Quem sabe sua alma bondosa me inspira, agora, o caminho mais certo, acenando-nos com a possibilidade de partir?!… Henrique de Saint-Pierre espera-te como a um irmão. Além disso, tenho também regular pecúlio que deposito em tuas mãos. Não tenho outra preocupação direta, presentemente, a não ser tu mesmo!…
E observando que o moço mantinha-se calado, em pranto, prosseguia com solicitude:
— Releva-me se te falo assim abertamente. A confiança de um coração não pode morrer. Dize-me, pois, se queres partir, para tentar vida nova sob as bênçãos de Deus. Estou certa de que viveremos felizes, em perpétua e santa união…
— Não posso! — sussurrou Clenaghan lastimosamente.
— Por quê? — indagou Alcíone plenamente confiante.
Ele esboçou um gesto tímido, revelando a vergonha que o assomava e explicou com indizível tristeza:
— Estou casado há mais de dois anos.
A moça sentiu que o sangue lhe gelava nas veias. Jamais pudera admitir que o dileto do seu coração fosse capaz de olvidar antigos juramentos. O inopinado da revelação esmagava-lhe a alma toda. Lágrimas ardentes, arrancadas do íntimo, afloravam-lhe aos olhos, mas, na meia sombra da noite, buscava dissimulá-las cuidadosamente.
Vendo que tardava em manifestar-se, Clenaghan apertou-lhe a mão e perguntou com a delicadeza de uma criança:
— Poderás perdoar-me outra vez?
A filha de Madalena recuperou as energias íntimas e falou com serenidade:
— Não te preocupes comigo, Carlos. Reconheço, agora, que a vontade de Deus é outra, a nosso respeito. Não chores nem sofras.
Extremamente comovido com aquela prova de humildade e renúncia, o ex-sacerdote ponderou:
— Sou casado, Alcíone, mas não feliz… Nunca pude esquecer-te. Certamente, Deus nos criou para a união eterna. Cada coisa do lar, cada pormenor da vida doméstica lembra-me teus sentimentos nobres, porquanto minha mulher não pode substituir-te.
— Sim — disse a moça com desvelado carinho —, também creio que há um casamento de almas, que nada poderá destruir. Este deve ser o nosso caso. O mundo nos separa, mas o Altíssimo nos reservará a aliança eterna do Céu.
O pupilo de Damiano tinha o peito oprimido por indefinível angústia. Coração prisioneiro das indecisões de quantos se afastam do dever divino, voltou a dizer:
— Quem sabe, Alcíone, poderíamos repudiar as algemas terrestres e construir nossa felicidade longe daqui?… Minha mulher e eu vivemos em rixas constantes, atravesso a vida sem paz, sem uma dedicação verdadeiramente sincera. Estou pronto a seguir-te, desde que aproves este recurso extremo, em detrimento de meus compromissos atuais.
— Isso nunca! — exclamou a filha de Madalena com bondade enérgica — amemos os trabalhos de nossa estrada, por mais duros que nos pareçam. Jamais construiríamos um ninho de ventura e de paz na árvore do crime. Deus nos dará coragem nesta fase difícil. A existência na Terra não constitui a vida em sua expressão de eternidade. Quando o Senhor desatar os laços a que te prendeste num impulso muito natural e humano, encontrarás de novo meu coração… A esperança é invencível, Carlos. Toda inquietação, toda amargura, chegam e passam. A alegria e a confiança no porvir eterno permanecem. São bens do patrimônio divino no plano universal…
Ouvindo-lhe os conceitos profundos oriundos da fé poderosa que lhe caracterizava o Espírito, Clenaghan chorava num labirinto de remorso e sofrimento.
— Se for possível — prosseguia a moça com generosidade — desejaria conhecer tua companheira de lutas. Talvez pudesse incliná-la a melhor compreensão das tuas necessidades. As vezes, basta uma simples conversação para renovar a opinião de uma criatura. Não crês que eu possa contribuir, de algum modo, em teu favor, com semelhante aproximação?
O infortunoso Carlos sentia-se comovido nas fibras mais íntimas, com o delicado oferecimento, redarguindo em tom melancólico:
— Quitéria não é digna dessa esmola da tua bondade. Basta dizer-te que, conhecendo a ligação afetiva existente entre nós, pelas minhas sucessivas referências e por informações de antigas amizades nossas, em Ávila, sempre alude à tua pessoa com laivos de ironia e rancor.
A filha de Cirilo entrou em silenciosa meditação. O destino não lhe permitia nem mesmo aproximar-se do lar edificado pelo eleito de sua alma. Sua afetividade, bem como o espírito de renúncia não poderiam ser compreendidos. Restava-lhe regressar à casa de Beatriz, conformar-se com a nova situação e esperar por Clenaghan num outro mundo, aonde fosse conduzida pela mão da morte. Longa pausa estabelecera-se entre ambos. Foi aí que lhe nasceu a ideia de consagrar-se à solidão da vida religiosa, no intuito de trabalhar no seu elevado idealismo.
— Não ficas magoada pelas minhas confissões? — perguntou o ex-sacerdote angustiado.
— De modo algum — respondeu, esforçando-se por lhe parecer satisfeita —, tua esposa tem razão. Depois de visitar o velho sítio de minha infância e a casinha tosca onde minha mãe, tantas vezes, me exemplificou a resignação, voltarei à França sem perda de tempo.
— Quando nos veremos novamente? — interrogou ele inquieto.
— A vontade de Deus no-lo dirá mais tarde. Até lá, meu querido Carlos, não esqueçamos a dedicação aos nossos deveres e a obediência aos divinos desígnios.
— Deixas-me em Castela, amargurado para sempre. Creio que jamais poderei apagar o remorso que tisnará minh’alma doravante. Aprenderei, duramente, a não atender aos primeiros impulsos do coração. Se fosse menos precipitado no julgar, poderia oferecer-te, agora, a minha fidelidade perene. Esqueci, porém, a prudência salvadora e mergulhei num mar de angústias torturantes. Andarei, na Terra, como náufrago sem porto.
E terminando amargamente as suas considerações, rematava:
— Pede a Jesus por mim, para que o desespero não me faça mais infeliz.
— Não te percas em semelhantes ideias — exclamou a filha de Madalena, completamente senhora de si —, estamos neste mundo, de passagem para uma esfera melhor. Por certo que a nossa felicidade não se resumiria em atender, por algum tempo, aos nossos desejos, com o olvido das mais nobres obrigações. É indispensável encarar as dificuldades com ânimo decidido. Luta contra a indecisão, pela certeza de que Deus é nosso Pai, misericordioso e justo… Se nos vemos novamente separados, é que há trabalhos convocando-nos a testemunhos mais decisivos, até que nos possamos reunir nas claridades eternas.
Clenaghan prestava acurada atenção a cada uma de suas palavras sábias e carinhosas. Em seguida a uma pausa, Alcíone prosseguia cheia de amor e compreensão:
— Não maltrates tua mulher, sempre que o seu coração não te possa entender integralmente. Quando assim for, faze por ver nela uma filha. Quando não filha de tua carne, filha de Deus, seu e nosso Pai. A bondade liberta o ódio e a desesperação agrava os laços mesquinhos. A confiança em que o Pai Celestial nos ajudará, nos testemunhos diários, transforma nosso espírito para uma vida mais alta, ao passo que a revolta e a dureza nos prendem espiritualmente ao lodo das mais baixas provações. Ainda que tua companheira seja ingrata, perdoa-lhe como amigo compassivo. Nenhum de nós está sem pecado, Carlos. Por que condenar alguém ou agir precipitadamente, quando também somos necessitados de amor e de perdão? Vive no otimismo de quem trabalha com alegria, confiante no Divino Poder. À nossa frente desdobra-se a eternidade luminosa!… Embora separados no plano material, nenhuma força da Terra nos desligará os corações. Muitas obrigações poderão encarcerar-nos transitoriamente na Terra, mas o elo do amor espiritual vem de Deus, e contra ele não prevalecem as injunções humanas…
Ante as observações judiciosas de Alcíone, Carlos pôde reconfortar-se, de algum modo, para retomar a luta purificadora. Só muito tarde separaram-se em penosas despedidas.
A filha de Madalena, disfarçando a dor que a empolgava, cumpriu rigorosamente a promessa. Depois de beber na taça da saudade, revendo os antigos sítios das primeiras esperanças, sem mesmo se dar a conhecerás relações de outros tempos, regressou a Vigo, onde se demorou quase um mês em meditações silenciosas e doridas. Sua permanência em Ávila poderia acarretar complicações à vida doméstica do homem escolhido. A jovem esposa de Clenaghan, possivelmente, criaria pesadelos de ciúme, sem justificativa. Diariamente, à tardinha, Alcíone aproximava-se da praia, contemplando as velas pandas que se afastavam no estendal das águas movediças. Profunda saudade dominava-lhe o coração. Após longos dias, nos quais procurava rememorar, uma a uma, as velhas advertências do Padre Damiano, quando na vida religiosa, resolveu retirar-se do mundo para a soledade dos grandes pensamentos. Não desejava, de nenhum modo, atirar-se ao repouso permanente da sombra, mas, sentindo-se na plenitude de suas energias orgânicas, refletia que não era lícito pensar na morte do corpo e sim no melhor meio de atender ao trabalho, de coração voltado para Jesus. Se partisse em companhia de Beatriz, naturalmente não lhe faltariam as bênçãos da vida familiar, mas, o coração não se conformava com a ideia de repouso constante. O destino não lhe dera um lar próprio, onde lhe fosse possível consagrar-se inteiramente ao homem amado e aos filhinhos do seu amor. Seus pais já haviam partido para uma vida melhor, o irmão adotivo lhes fora no encalço. Na condição de mulher, tomaria, então, o hábito religioso, a fim de atender aos trabalhos do Cristo. Não faltariam os deserdados, os doentes, os enjeitados, para quem Jesus continuava passando sempre, nas estradas do mundo, distribuindo energias e consolações. Consagrar-se-ia ao serviço de socorro às criaturas, em beneficio dos que necessitassem. Iria ao encontro do Mestre, pelo aproveitamento mais nobre do tempo de sua vida.
Nessa disposição espiritual, regressou a Paris, onde a irmã a esperava ansiosa e saudosa.
Apesar de serena e confortada na fé, não podia mascarar o abatimento e a tristeza que lhe pairavam na alma sensível, e foi com lágrimas que relatou à Beatriz o resultado da longa excursão. A esposa de Saint-Pierre, visivelmente emocionada, buscava confortá-la:
— Tudo isso passará com o tempo. Na América hás de achar lenitivo ao coração sofredor.
Mas a filha de Madalena comunicou-lhe a resolução de tomar outro rumo. Vestiria o hábito religioso, dedicar-se-ia ao coração de Jesus, enquanto lhe restassem forças no mundo. A irmã tentou dissuadi-la.
— E nosso lar? — perguntava a filha de Susana, ansiosa por lhe modificar a decisão. — Como nos seria dolorosa a falta de tua companhia.
Alcíone quis dizer que se sentia quase só, distanciada das afeições primitivas, mas, para não suscetibilizar a irmã devotada, objetou solícita:
— Pedirei, mais tarde, para visitar a América e passarei contigo o tempo que for possível, mesmo porque não é justo olvidar que teus futuros filhinhos serão também meus.
E não houve como lhe modificar o intento. De nada valeram as exortações de Henrique, os rogos da irmã, os carinhosos pedidos dos servos. A filha de Cirilo tinha uma palavra amável e um sincero agradecimento para todos mas justificava o caráter sagrado de suas intenções.
A mudança de Henrique de Saint-Pierre para o Novo Mundo já estava definitivamente aprazada, quando Alcíone assentou a data do seu ingresso num modesto recolhimento de freiras carmelitas.
Na véspera, sem que alguém o soubesse, visitou o túmulo da genitora, levando-lhe a homenagem do seu respeito filial, naquele instante grave da sua vida. Defronte do sepulcro, de alma colada às recordações afetivas, pôs-se de joelhos e monologou baixinho:
— Ah! vós que experimentastes largos anos de reclusão e sacrifício; vós, minha mãe, que fostes tão devotada e carinhosa, ajudai-me a levar a Jesus o voto silencioso de fidelidade até ao fim dos dias! Não me desampareis nas horas escuras, quando a saudade se fizer mais amarga ao meu coração. Inspirai-me pensamentos de fé, paciência e compreensão das coisas divinas. Auxiliai-me nos trabalhos, abençoai-me nos testemunhos. Não esqueçais, no Céu, da filha a quem tanto amastes na Terra!…
Em seguida à prolongada meditação, voltou ao palacete da Cité, despediu-se afetuosamente de todos os servos e, já na manhã imediata, Saint-Pierre e sua mulher abraçavam-na, compungidos, à porta do mosteiro.
Um ano de noviciado passou no qual a filha de Madalena deu provas exuberantes de coração puro e de consciência ilibada.
No dia que precedeu a resolução definitiva, a superiora chamou-a com austeridade, num gabinete particular, e sentenciou:
— Minha filha, estás francamente decidida a abandonar o mundo e os seus gozos?
— Sim, madre — respondeu, humildemente.
— Deves saber que coisa alguma do passado te poderá acompanhar até aqui.
A moça fez um gesto expressivo e rogou:
— Compreendo-vos; entretanto, pediria permissão de levar para minha cela um objeto muito caro.
— Que é?
— Um velho crucifixo que pertenceu a minha mãe.
— De acordo.
Depois de uma pausa, a madre abadessa voltou a perguntar:
— Que outros pedidos tens a fazer?
A nova professanda lembrou-se de Carlos, que não poderia excluir do coração e de Beatriz, a quem se sentia ligada por santo reconhecimento, e indagou:
— Desejava saber se poderei participar de algum trabalho na América, mais tarde, e se poderei futuramente pleitear minha transferência para algum convento de Espanha.
— Tudo isso é possível — esclareceu a superiora.
— E os teus bens?
— Assinarei amanhã o título de doação do que possuo, a benefício da nossa Ordem.
— No momento crítico de tua resolução, Alcíone Vilamil deve estar morta para o mundo profano. Que nome desejas adotar na suprema união com Cristo?
— Maria de Jesus Crucificado — disse, cândida e naturalmente.
Terminou o interrogatório.
No dia seguinte, pela manhã, em solene ritual, cercada pela admiração das companheiras e de numerosos clérigos, a filha de Madalena ajoelhou-se ante o altar de Jesus coroado de espinhos, e fitando o maravilhoso símbolo da cruz, de olhos brilhantes e confiantes, repetiu enternecida a frase sacramental:
“Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a sua palavra.” (Lc 1:38)
Cinquenta Anos Depois
Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 1
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel
Dois meses havia que o Imperador e seus áulicos preferidos deixaram Roma.
Naquele fim de primavera do ano 133, a vida das nossas personagens, na Capital do Império, corria em aparente serenidade.
Alba Lucínia concentrava na filha e nos carinhos paternos a sua vida diuturna, sentindo-se, porém, muito combalida, devido às intensas preocupações morais, não somente pela ausência do marido, como pela atitude de Lólio Úrbico, que, vendo-se senhor do campo e abusando da autoridade de que dispunha na ausência de César, redobrava os seus assédios com mais empenho e veemência.
A nobre senhora tudo fazia para ocultar uma situação tão amarga e, todavia, o conquistador prosseguia, implacável, nos seus propósitos desvairados, mal suportando o adiamento indefinido de suas esperanças inconfessáveis.
Anteriormente, a esposa de Helvídio tinha em Túlia Cevina a amizade de uma irmã carinhosa e desvelada, que sabia reconfortá-la nos dias de provações mais ásperas; mas, antes da viagem de César, o tribuno Máximo Cunctátor fora designado para uma demorada missão política na Ibéria distante, levando a esposa em sua companhia.
Alba Lucínia via-se quase só, na sua angústia moral, porquanto não podia revelar aos velhos pais, tão extremosos, as lágrimas ocultas do seu coração atormentado.
Frequentemente, deixava-se ficar horas a fio, a conversar com a filha, cuja simplicidade de espírito e cujo fervor na crença a encantavam, mas, por maiores que fossem os seus esforços, não conseguia dominar a fraqueza orgânica que começava a preocupar o círculo da família.
Um fato viera perturbar, ainda mais, a existência aparentemente tranquila dos nossos amigos, na Capital do Império. Cneio Lúcius adoecera gravemente do coração, o que para os médicos de um modo geral, era coisa natural, atento à idade.
Debalde foram empregados elixires e cordiais, tisanas e panaceias. O venerável patrício dia a dia se mostrava mais debilitado. Entretanto, Cneio desejava viver ainda um pouco, até o regresso do filho, afim de apertá-lo nos braços, antes de morrer. Nos seus extremos de afeição paternal, queria recomendar-lhe o amparo às duas irmãs Publícia e Márcia, esclarecendo a Helvídio todo os seus desejos. Mas, o experiente conhecimento das obrigações políticas forçava-o a resignar-se com as circunstâncias. Élio Adriano, de acordo com os seus hábitos, não regressaria antes de um ano, na melhor das hipóteses. E uma voz íntima lhe dizia que, até lá, o corpo esgotado deveria baixar, desfeito em cinzas, à paz do sarcófago. Algo triste, nada obstante os valores da sua fé, o venerável ancião alimentava no cérebro meditações graves e profundas, acerca da morte.
Célia, apenas, com as suas visitas, lograva arrancá-lo, por algumas horas, dos seus dolorosos cismares.
Com um sorriso de sincera satisfação, abraçava-se à neta, dirigindo-se ambos para a janela fronteira ao Tibre, e, quando a jovem lhe falava da alegria do seu espírito, com o poder orar num local tão belo, Cneio Lúcius costumava esclarecer:
— Filha, outrora eu sentia a necessidade do santuário doméstico com as suas expressões exteriores… Não podia dispensar as imagens dos deuses nem prescindir da oferta dos mais ricos sacrifícios; hoje, porém, dispenso todos os símbolos religiosos para auscultar melhor o próprio coração, recordando o ensino de Jesus à Samaritana, (Jo 4:1) ao pé do Garizim, de que há de vir o tempo em que o Pai Todo-Poderoso será adorado não nos santuários de pedra, mas no altar do nosso próprio espírito… E o homem, filhinha, para encontrar-se com Deus no íntimo de sua consciência, jamais encontrará templo melhor que o da Natureza, sua mãe e mestra…
Conceitos que tais eram expendidos a cada instante, nos colóquios com a neta.
Ela, por sua vez, transformava as esperanças desfeitas em aspirações celestiais, convertendo os sofrimentos em consolo para o coração do idolatrado velhinho. Seu espírito fervoroso, com a sublime intuição da fé, que lhe ampliava a esfera de compreensão, adivinhava que o adorado avô não tardaria muito a ir-se também a caminho do túmulo. Lamentava antecipadamente a ausência daquela alma carinhosa e amiga, convertida em refúgio do seu pensamento desiludido, mas, ao mesmo tempo, rogava ao Senhor, coragem e fortaleza.
Num dia de grande abatimento físico, Cneio Lúcius viu que Márcia abria a porta do quarto, de mansinho, com um sorriso de surpresa. A filha mais velha vinha anunciar-lhe a chegada de alguém muito caro ao seu espírito generoso. Era Silano, o filho adotivo, que regressava das Gálias. O patrício mandou-o entrar, com o seu júbilo carinhoso e sincero. Levantou-se, trêmulo, para abraçar o rapaz que, na juventude sadia dos seus vinte e dois anos completos, o apertou também nos braços, quase chorando de alegria.
— Silano, meu filho, fizeste bem em vir! — exclamou serenamente — Mas, conta-me! vens a Roma com alguma incumbência de teus chefes?
O rapaz explicou que não, que havia solicitado uma licença para rever o pai adotivo, de quem se sentia muito saudoso, acrescentando os seus propósitos de se fixar na Capital do Império, caso consentisse, esclarecendo que o seu comandante nas Gálias, Júlio Saulo, era um homem grosseiro e cruel, que o submetia a constantes maus tratos, a pretexto de disciplina. Rogava ao pai que o protegesse junto das autoridades, impedindo-lhe o regresso.
Cneio Lúcius ouviu-o com interesse e retrucou:
— Tudo farei, na medida dos meus recursos, para satisfazer teus justos desejos.
Em seguida, meditou profundamente, enquanto o filho adotivo lhe notava o grande abatimento físico.
Saindo, porém, dos seus austeros pensamentos, Cneio Lúcius acrescentou:
— Silano, não desconheces o passado e, um dia, já te falei das circunstâncias que te trouxeram ao meu coração paternal.
— Sim respondeu o rapaz em tom resignado — conheço a história do meu nascimento, mas os deuses quiseram conceder ao mísero enjeitado do mundo um pai carinhoso e abnegado, como vós, e não maldigo o destino.
O ancião levantou-se e, depois de abraçá-lo comovido, caminhou pelo quarto, apoiando-se com esforço. Em dado instante, deteve os passos vagarosos, diante de um cofre de madeira decorado de acanto, abrindo-o cuidadosamente.
Dentre os pergaminhos dessa caixa-forte, retirou um pequeno medalhão, dirigindo-se ao rapaz com estas palavras:
— Meu filho, os enjeitados não existem para a Providência Divina. Nem mesmo remontando ao pretérito deves alimentar, no íntimo, qualquer mágoa, em razão da tua sorte. Todos os destinos são úteis e bons, quando sabemos aproveitar as possibilidades que o Céu nos concede em favor da nossa própria ventura…
E, como se estivesse mergulhando o pensamento no abismo das recordações mais longínquas, prosseguiu depois de uma pausa:
— Quando Márcia te beijou pela primeira vez, nesta casa, encontrou sobre o teu peito de recém-nascido este medalhão, que guardei para entregar-te mais tarde. Nunca o abri, meu filho. Seu conteúdo não podia interessar-me, pois, fosse qual fosse, terias de ser para mim um filho muito amado… Agora, porém, sinto que é chegada a ocasião de to entregar. Diz-me o coração que não viverei muito tempo. Devo estar esgotando os últimos dias de uma existência, de cujos erros peço o perdão do Céu, com todas as minhas forças. Mas, se me encontro próximo do túmulo, tu estás moço e tens amplos direitos à existência terrestre… Possivelmente, viverás em Roma doravante, e é bem possível chegue o momento em que terás necessidade de uma lembrança como esta… Guarda-a, pois, contigo.
Silano estava profundamente tocado nas fibras mais sensíveis do coração.
— Meu pai — exclamou comovido, recolhendo o medalhão zelosamente — guardarei a recordação sem que o conteúdo me interesse. Também eu, de qualquer modo, não reconheceria outro pai senão vós mesmo, em cuja alma generosa encontrei o próprio carinho maternal, que me faltou nos mais recuados dias da vida.
Ambos se abraçaram com ternura, continuando a palestra afetuosa, sobre fatos interessantes da Província ou da Corte.
Nessa mesma noite, o venerável patrício recebeu a visita de Fábio Cornélio, de quem solicitou as providências favoráveis às pretensões do filho adotivo.
O censor, mutíssimo sensibilizado em vista das solenes circunstâncias em que o pedido era feito, examinou o assunto com o máximo interesse, de modo que, em pouco tempo, obtinha a transferência de Silano para Roma, utilizando-lhe os serviços na própria esfera de sua gestão administrativa e fazendo do rapaz um funcionário de sua inteira confiança.
Considerando o ingresso daquela nova personagem na esfera de suas relações familiares, Alba Lucínia recordou as confidências de Túlia, mas procurou arquivar, com cuidado, as suas impressões íntimas, aceitando de bom grado a amizade respeitosa que Silano lhe demonstrava.
No lar de Helvídio Lúcius, contudo, a situação moral se complicava cada vez mais, em face das arremetidas de Lólio Úrbico, que, de modo algum, se decidia a abandonar as suas criminosas pretensões.
Certo dia, à tarde, quando Alba Lucínia e Célia regressavam de um dos habituais passeios ao Aventino, receberam a visita do prefeito dos pretorianos, cuja fisionomia torturada demonstrava inquietação e profundo abatimento.
A jovem recolheu-se ao interior, enquanto a nobre patrícia iniciava a sua conversação amistosa e digna. O prefeito, porém, depois de alguns minutos, a ela se dirigiu, quase desvairadamente, nestes termos:
— Perdoe-me a ousadia reiterada e impertinente, mas não me posso furtar ao imperativo dos sentimentos que me avassalam o coração. Será possível que a senhora não me possa conceder uma leve esperança?!… Debalde tenho procurado esquece-la… A lembrança dos seus atrativos e peregrinas virtudes está gravada em meu espírito com caracteres poderosos e indeléveis!… O amor que a senhora em mim despertou é uma luz indestrutível, ardente, acesa em meu peito para toda a eternidade!…
Alba Lucínia escutava-lhe as declarações amorosas tocada de temor e espanto, sentindo-se incapaz de traduzir a repugnância que aquelas afirmativas lhe causavam.
Enceguecido, porém, na sua paixão, o prefeito dos pretorianos continuava:
— Amo-a profunda e loucamente… De há muito, e bem jovem, tudo tenho feito para esquece-la, em obediência às linhas paralelas dos nossos destinos; mas o tempo mais não fez que aumentar essa paixão, que me invade e anula todos os meus bons propósitos. Confio, agora, na sua magnanimidade e quero guardar no peito mísero uma tênue esperança!… Atenda às minhas súplicas! Conceda-me um olhar! Sua indiferença me fere o coração com a perspectiva dolorosa de nunca realizar meu sonho divino de toda a vida… Adoro-a! sua imagem me persegue por toda parte, como uma sombra… Porque não corresponder a essa dedicação sublime que vibra em minh’alma? Helvídio Lúcius não poderia ser, nunca, o coração destinado ao seu, no que se refere à compreensão e ao amor!… Quebremos o arganel das convenções que nos separam, vivamos os anseios de nossa alma. Sejamos felizes com a nossa união e o nosso amor!…
Estupefata, Alba Lucínia calava-se, sem atinar com as respostas precisas, na tortura de suas emoções.
Todavia, por detrás das cortinas, uma cena significativa se verificara.
Dirigindo-se distraidamente, para a sala de recepções, Célia surpreendera as atitudes de Hatéria, que, qual sombra, se detinha no corredor, à escuta das palavras do prefeito, proferidas em voz alta e imprudente.
Acercando-se do local, ouviu, também ela, as últimas frases apaixonadas do marido de Cláudia, fazendo-se pálida de surpresa dolorosa.
Apesar de ouvir, distintamente, quanto o prefeito houvera pronunciado, notou que sua mãe se mantivera em estranho silêncio. Seria possível uma tal afeição sob aquele teto? O coração inocente não desejava dar guarida aos pensamentos inferiores e injuriosos à castidade materna. Desejou orar, antes de tudo, afim de que o seu espírito não cedesse aos julgamentos precipitados e menos dignos; mas urgia dali afastar a criada antes que a situação se complicasse, a ponto de incidir na maledicência e na curiosidade dos próprios servos.
— Hatéria, que fazes aqui? — Perguntou bondosamente.
— Vim trazer as flores da patroa — respondeu fingindo despreocupação — entretanto, temia perturbar a tranquilidade da senhora e do senhor prefeito, que tanto se estimam.
A cúmplice de Cláudia Sabina frisou as últimas palavras com tamanha simplicidade, que a própria Célia, na santa ingenuidade da sua alma carinhosa, não percebeu qualquer malícia.
— Está bem. Dá-me as flores que eu mesma as entregarei à mamãe.
Hatéria retirou-se imediatamente, para evitar suspeitas, enquanto Célia, colocando as rosas num jarrão da ante-sala, recolhia-se ao quarto, de coração opresso, extravasando na prece sincera as lágrimas dolorosas da sua alma intranquila.
O silêncio da mãe a impressionara profundamente. Seria possível que ela amasse aquele homem? Teriam surgido divergências íntimas, tão profundas, entre seus pais, para que uma hecatombe sentimental viesse desabar naquela casa sempre bafejada de afeições tão puras?… Não ouvira a palavra materna responder ao conquistador com a energia merecida. Aquele mutismo lhe apavorava o coração. Seria crível que as paixões do mundo houvessem dominado a genitora, tão digna e tão sincera, na ausência de seu pai? As mais dolorosas conjeturas lhe povoavam a mente superexcitada e dolorida.
Todavia, fez o propósito íntimo de não deixar transparecer as suas dúvidas e inquietações. O coração de filha recusava-se a crer na falência materna, mas, mesmo assim, raciocinava no seu foro cristão que se Alba Lucínia prevaricasse algum dia, seria chegado o momento de, como filha, testemunhar-lhe o mais santificado amor, com as sublimes demonstrações de uma renúncia suprema.
Agasalhando essas disposições, seu espírito carinhoso sentiu-se confortado, relembrando os preciosos ensinamentos de Jesus.
No entanto, a esposa de Helvídio, sem que a filha chegasse a ouvir-lhe as palavras indignadas, depois de longa pausa, revidara com energia:
— Senhor, tenho tolerado sempre os vossos insultos com resignação e caridade, não somente pelos laços que vos ligam a meu pai, como pela expressão de cordialidade entre vós e meu esposo; mas a paciência também tem os seus limites.
Onde a vossa dignidade de patrício adquiriu tão baixo nível, inconcebível nos mais vis malfeitores do Esquilino?! Lá no ambiente provinciano, nunca supus que em Roma os homens de governo se valessem de suas prerrogativas para humilhar mulheres indefesas, com a hediondez de paixões inconfessáveis.
Não vos envergonhais da vossa conduta, tentando nodoar a reputação de uma casa honesta e de uma mulher que se honra em cultivar as mais elevadas virtudes domésticas? Em que condições tentais esse crime inaudito! Vossas incríveis declarações, na ausência de meu marido, valem por vergonhosa traição e a mais torpe das covardias!…
Atentai bem para o vosso procedimento inacreditável! As portas acolhedoras desta casa, que se abriram constantemente para vos receber como amigo, estão abertas para vos expulsar como a um monstro!…
De faces incendidas, Alba Lucínia manifestava o seu ânimo resoluto, em tão angustiadas circunstâncias. Indignada, apontava a porta ao conquistador, convidando-o a retirar-se.
— Senhora, é assim que me recebe uma afeição sincera? — Resmungou Lólio Úrbico em voz surda.
— Não conheço o código da prevaricação e nunca pude compreender a amizade pelo caminho da injúria. — esclareceu a pobre senhora com o heroísmo de sua energia feminina.
Ouvindo-a e percebendo-lhe a virtude indomável, o prefeito dos pretorianos abriu a porta para retirar-se, exclamando colérico:
— Há de ouvir-me com mais benevolência noutra ocasião. Tenho paciência inesgotável!
E saiu precipitadamente, para as sombras da noite, que já se havia fechado sob o céu pardacento.
Vendo-se só a patrícia deu expansão às lágrimas amargas que se lhe represavam no íntimo. A saudade do marido, as preocupações morais, os insultos do conquistador impiedoso, a falta de um coração amigo que lhe pudesse recolher e compartir as amarguras, tudo contribuía para adensar as nuvens que lhe toldavam o raciocínio.
Debalde buscou a filha consolá-la em suas angustiosas inquietações. Três dias passaram, amargurados e tristes.
Célia podia, apenas, avaliar a angústia materna, mas não conseguia estabelecer a causa dos seus pesares, sentindo-se ainda atormentada e confusa com as declarações do prefeito. Abstraindo-se, todavia, de qualquer pensamento que pudesse infirmar a dignidade materna, buscou esquecer o assunto, multiplicando os testemunhos carinhosos.
Alba Lucínia, a seu turno, ponderava com amargura a nefasta influência que Lólio Úrbico e sua mulher exerciam nos destinos de sua família, rogando com fervor aos deuses-lares compaixão e misericórdia.
A situação prosseguia com as mesmas características dolorosas, quando, um dia, o velho servo Belisário, pessoa da confiança de Cneio Lúcius e de seus familiares, veio avisar que o estado de saúde do ancião se agravara inesperadamente. Márcia lhes dava ciência do fato, esperando fossem ao Aventino com a urgência possível.
Dentro de uma hora a liteira de Helvídio estava a caminho.
Em pouco tempo, Célia e sua mãe defrontavam o bondoso velhinho, que as recebeu com um largo sorriso, não obstante o visível abatimento orgânico. A cabeça encanecida repousava nos travesseiros, de onde não se podia mais erguer, mas as mãos enrugadas e alvas acariciaram a nora e a neta com inexcedível ternura . Alba Lucínia notou-lhe o esgotamento geral, surpreendendo-se com o seu aspecto. A fulguração estranha dos olhos dava ensejo às mais tristes perspectivas.
Às primeiras perguntas, respondeu o enfermo com serenidade e lucidez:
— Nada houve que justificasse tantos temores de Márcia… Acredito que, amanhã mesmo, terei recuperado o ritmo normal da vida. O médico já veio e providenciou o necessário e oportuno…
E notando o profundo abatimento da esposa de Helvídio, acrescentou:
— Que é isso, minha filha? Vens atender a um doente, mais enferma e abatida que ele próprio?… Tua fraqueza dá-me cuidados… Tens os olhos fundos e as faces descoradas e tristes!…
A esse tempo, percebendo que o avô desejava dirigir-se mais particularmente à sua mãe, Célia retirou-se para junto de Márcia, que lhe confiava as suas apreensões sobre o estado de saúde do venerável ancião.
Alba Lucínia, sentando-se à beira do leito, beijou a destra do enfermo com amor e enternecimento.
Queria desculpar-se da impressão que lhe causara, pretextar uma enxaqueca ou alegar outro motivo banal com que pudesse justificar o seu abatimento, mas, soberana tristeza apoderara-se do seu espírito. Além de todos os pesares, algo lhe segredava ao coração que o velho sogro, amado como pai, estava a partir para as névoas do túmulo. Diante dessa dolorosa perspectiva, seus olhos o contemplavam com a ternura piedosa do seu coração feminino. Em vão procurou um pretexto, no íntimo, para não incomodá-lo com as suas realidades amargas e, todavia, o olhar estranho e fulgurante de Cneio Lúcius parecia perscrutar a verdade em si mesma.
— Calas-te, filha?… — murmurou ele, depois de esperar por minutos a resposta às carinhosas interpelações — Alguém chegou a ferir-te o coração afetuoso e desvelado? Teu silêncio dá-me a entender uma dor moral muito grande…
Sentindo que o enfermo lhe identificara o angustioso estado d’alma, Alba Lucínia deixou rolar uma lágrima, filha do seu coração dilacerado.
— Meu pai — não vos preocupeis comigo nem vos assuste esta lágrima! Sinto-me presa dos mais estranhos e torturantes pensamentos… A ausência de Helvídio, os problemas do lar e agora a vossa saúde abalada, constituem para mim um complexo de pensamentos amargos e indefiníveis!… Mas os deuses hão de apiedar-se da nossa situação, protegendo Helvídio e restituindo-vos a saúde preciosa!…
— Sim, filha, mas não é só isso o que te acabrunha — retrucou Cneio Lúcius com o seu olhar sereno e percuciente — outras mágoas te constringem o coração!… Há muito venho meditando no contraste da vida que levavas na Província, com a que experimentas aqui, no báratro das nossas convenções sociais… Teu espírito sensível, por certo, vem ferindo-se nos espinhos das estradas ásperas dos nossos tempos de decadência e contrastes dolorosos!…
E, como se a sua análise sondasse mais fundo, acrescentou:
— Sinto, ainda, que determinadas pessoas do nosso círculo social hão dilacerado teu coração profundamente… Não é verdade?…
Fixando-lhe os olhos calmos e luminosos, cuja transparência não admitia subterfúgios, a esposa de Helvídio replicou com um suspiro de angústia:
— Sim, meu pai, não vos iludis; contudo, espero que confieis em mim, pois dentro da grandeza dos nossos códigos familiares saberei cumprir os deveres de esposa e mãe, acima de quaisquer circunstâncias.
O venerável patrício meditou longamente como se buscasse, no íntimo, uma solução para consolo da nora, sempre considerada como filha extremosa e digna.
Em seguida, como se houvera escutado as vozes silenciosas do próprio coração, acrescentou:
— Já ouviste dizer que temos várias vidas terrenas?
— Como, meu pai? Não compreendo.
— Sim, alguns filósofos mais antigos nos deixaram no mundo essas verdades consoladoras. Lutei contra elas, desde os estudos da mocidade, fiel às nossas tradições mais respeitáveis; contudo, a velhice e a enfermidade possuem também as suas grandes virtudes!… As experiências humanas ensinaram-me que precisamos de várias existências para aprender e nos purificarmos… Agora que me encontro no limiar do sepulcro, as mais profundas meditações me visitam a mente. A questão das vidas sucessivas aclarou-se, com toda a beleza de suas prodigiosas consequências. A velhice faz-me sentir que o Espírito não se modifica tão só com as lições ou com as lutas de um século, e a enfermidade me fez reconhecer no corpo uma vestimenta pobre, que se desfaz com o tempo. Viveremos além-túmulo com as nossas impressões mais vivas mais sinceras, e retornaremos à Terra para continuar as mesmas experiências, em favor de nossa evolução espiritual.
Percebendo que a nora lhe ouvia a palavra filosófica, tomada de profunda surpresa, o venerando ancião acentuou:
— Estas considerações, filha, vêm-me do íntimo para esclarecer-te que, apesar da decrepitude portadora da morte, tenho o espírito vivaz e repleto das mesmas disposições e esperanças. Sem a certeza da imortalidade, a vida terrestre seria uma comédia estúpida e dolorosa. Mas eu sei que além do túmulo outra vida floresce e novas possibilidades felicitarão o nosso ser.
Por essa razão, vibro com as tuas dores de agora, crendo, porém, que no futuro a Providência Divina nos concederá novas experiências e caminhos novos… Os que hoje nos odeiam ou nos perseguem, poderão ser convertidos ao bem com o nosso amor desvelado e compassivo. Quem sabe? Após esta vida, poderemos voltar, resgatando os nossos corações para o Céu e auxiliando a redenção dos inimigos. Tenhamos fé, piedade e esperança, considerando que o tempo deve ser para nós um patrimônio divino!… De acordo com o elevado princípio das vida múltiplas, os laços do sangue ensejam as mais sublimes possibilidades de transfundirmos a torpeza do ódio, ou dos sentimentos inconfessáveis, em algemas cariciosas de abnegação e de amor…
Sem forças físicas para defender os filhos queridos das ciladas e perigos do mundo, guardo as minhas esperanças afetuosas para o porvir ainda longínquo, sem descrer da sabedoria que rege os trabalhos e provações da existência terrena.
Cneio Lúcius estava fatigado. As palavras sábias e inspiradas saíam-lhe da garganta, com dificuldade indefinível. Alem disso, Alba Lucínia não lhe compreendeu as exortações carinhosas e transcendentes. Atribuiu-as, intimamente, a possíveis alterações mentais, decorrentes do seu estado físico. Mostrando-se mais forte, em face das próprias amarguras, fez sentir ao ancião que o seu estado requeria repouso e deveria abster-se de esforços prolongados e inadequados ao momento.
O sábio patrício percebeu a incompreensão da nora, esboçando um sorriso carinhoso e resignado.
Daí a momentos, a esposa de Helvídio confiava aos da casa as suas impressões, relativamente ao estado mental do enfermo, o que, conforme esclarecera Márcia, não era surpresa, desde que o generoso velhinho manifestara as suas pelas doutrinas cristãs.
Somente Célia compreendeu a situação, correndo a consolá-lo. Com a sua ternura imensa, abraçou-se ao avô, enquanto ele lhe advertiu:
— Sei porque assim me beijas e abraças… É pena que todos os nossos não possam compreender os princípios que nos esclarecem e consolam o coração!… Aos outros, não deverei falar com a franqueza com que permutamos nossos pensamentos… A ti, portanto, cumpre-me confessar que meu corpo está vivendo as derradeiras horas. Daqui a pouco, terei partido para o mundo da verdade, onde cessam todos os convencionalismos humanos. Em vez de confiar-te a teus pais, confio os meus filhos ao teu coração!… Sinto que Helvídio e Lucínia experimentam muitas amarguras no ambiente de Roma, do qual, há muito, se desabituaram… Sacrifica-te por eles, filhinha… Se sobrevierem situações difíceis, ama-os ainda mais… Tu que me levaste ao Evangelho, deverás recordar que Jesus afirmava-se como remédio dos enfermos e pecadores… Sua palavra misericordiosa não vinha para os sãos, mas para os doentes, e as mãos para salvar as ovelhas tresmalhadas do seu aprisco divino… Não temas a renúncia ou o sacrifício de todos os bens do mundo… A dor é o preço sagrado de nossa redenção… Se Deus apiedar-se de minha indigência espiritual, virei do mistério do túmulo para te fortalecer com o meu amor, se tanto for preciso…
Enquanto a neta lhe ouvia a palavra, altamente emocionada, mas serena em sua fé, o venerando patrício continuava, depois de longa pausa:
— Desde ontem, sinto que vou penetrando em uma vida nova e diferente… Ouço vozes que me chamam ao longe, e seres luminosos e imperceptíveis para os outros que me cercam o leito, desolados… Pressinto que o corpo não tardará a cair na agonia… mas, antes disso, quero dizer-te que estarás sempre no coração do avôzinho, seja onde e como for.
Sua palavra tornava-se morosa e arquejante, mas a jovem, compreendendo a situação do querido enfermo, amparou-lhe a cabeça alva de neve, com mais cuidado e maior ternura.
— Célia — murmurou com dificuldade — todos os meus desejos referentes à vida… material… estão expressos… em carta a Helvídio. No cofre de minhas… lembranças… Minha consciência de pecador… está em preces e sei… que Jesus não desprezará minhas súplicas… Mas desejaria… recitasses a oração do Senhor, nesta hora extrema…
Seus lábios moviam-se ainda, como se a queda súbita das energias impedisse a elocução, mas a neta, alma temperada na fé ardente e nas grandes emoções das angústias terrestres, compreendeu o olhar calmo e profundo do agonizante, e começou a murmurar, retendo as próprias lágrimas:
— Pai nosso, que estais no Céu, santificado seja o vosso nome, venha a nós o vosso reino, seja feita a vossa vontade, assim na Terra, como nos Céus… (Mt 6:9)
Tranquilamente, terminou, como se as suas palavras houvessem alcançado o Paraíso.
O ancião fixou nela o olhar carinhoso, como se, no silêncio da hora extrema, houvesse concentrado na sua afeição os derradeiros pensamentos.
Cheia de cuidados, Célia ajeitou-lhe os travesseiros, depois de um beijo molhado de pranto, dirigindo-se em seguida ao interior, onde cientificou sua mãe do que ocorria.
Cneio Lúcius havia caído em abatimento profundo. A dispneia implacável interceptara-lhe de todo a palavra e ele entrou em agonia lenta, que devia durar mais de setenta horas…
De nada valeram os recursos médicos do tempo, com as suas fricções e beberagens. O moribundo perdia o “tonus vital”, aos poucos, em meio das mais dolorosas aflições.
As lágrimas de Márcia e Publícia misturaram-se às de Alba Lucínia e filha ante os rudes padecimentos do velhinho adorado. Um servo foi expedido a toda pressa para Cápua, requisitando a presença de Caio Fabrícius e sua mulher, que poderiam, talvez, chegar a Roma para as derradeiras homenagens.
Na manhã do terceiro dia de agonia dolorosa, como sói acontecer com as pessoas de idade avançada, Célia percebeu que o avô estava nas derradeiras impressões da existência terrestre… a respiração era quase imperceptível, um frio intenso começava a invadir-lhe os pés e as mãos.
Todos os familiares compreenderam que chegara o instante supremo… Márcia, nas suas expressões de amargura resignada, sentou-se junto do venerando genitor, aconchegando-lhe a cabeça entre os joelhos, carinhosa, enquanto Célia segurava-lhe as mãos frias e enrugadas… Com a alma em prece fervorosa, suplicando a Jesus recebesse o avô na luz de sua misericórdia, a jovem cristã, no êxtase da sua fé, sentiu que a câmara espaçosa se enchia de claridades estranhas e indefiníveis. Figurou-se-lhe divisar seres luminosos, aéreos, a cruzarem a alcova em todas direções… Por vezes, chegava a lhes fixar os traços fisionômicos, embora não os identificasse, surpreendendo-se com a visão de túnicas alvinitentes, semelhantes a largos peplos de neve translúcida…
Todavia, entre aqueles seres radiosos entreviu alguém que lhe era conhecido. Era Nestório, que a confortava com um afetuoso sorriso. Compreendeu, então, que os bem-amados que nos precedem no túmulo vêm dar as boas-vindas aos que atingiram o último dia na Terra… Naquele minuto luminoso, seu coração enchia-se de carinhoso júbilo e de radiosas esperanças… Desejou falar ao vulto de Nestório, perguntando-lhe por Ciro, mas, absteve-se de pronunciar qualquer palavra, receosa de que a sua abençoada visão se desfizesse… Contudo, como se os pensamentos mais íntimos fossem ouvidos pelo amigo desencarnado, percebeu que o ex-escravo lhe falava, ouvindo a sua voz, estranhamente, como se o fenômeno obedecesse a um novo meio de audição intra-cerebral.
— Filha — parecia-lhe dizer o Espírito de Nestório, afetuosamente — Ciro já veio e vê-lo-ás breve!.. Acalma o coração e guarda a tua fé sem desdenhar o sacrifício!… Adeus!… Junto de alguns amigos desvelados, aqui viemos buscar o coração de um justo!…
Com os olhos marejados de pranto, a filha de Helvídio notou que Nestório abraçara-se ao moribundo, enquanto uma força invencível a arrancava do êxtase, fazendo-a voltar à vida comum.
Como se houvera chegado de outro Plano, ouviu que Márcia e sua mãe pranteavam e certificou-se de que o moribundo deixara escapar o último suspiro.
Cneio Lúcius, com a consciência edificada nos largos padecimentos de uma longa vida, partira ao amanhecer, quando o maravilhoso Sol romano começava a dourar as eminências do Aventino com os primeiros beijos da aurora…
Então, um luto pesado se abateu sobre o palácio que, por tantos anos, havia servido de ninho aos seus grandes sentimentos. Durante oito dias, seus despojos ficaram expostos à visitação pública, na qual se confundiam nobres e plebeus, por lhe trazerem, todos, um pensamento agradecido.
A notícia do infausto acontecimento foi mandada a Helvídio pelo correio do próprio Imperador, enquanto Caio e a esposa chegavam da Campânia, afim de assistir às derradeiras homenagens ao morto ilustre e querido.
Cneio Lúcius não tivera o conforto da presença de Helvídio, mas Cornélio fez questão de tomar todas as providências para que não lhe faltassem as honras do Estado. Assim, o venerando patrício, justamente conhecido e estimado por suas virtudes morais e cívicas, antes de baixar ao túmulo, recebeu as homenagens da cidade em peso.
Rumo Certo
Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 15
Página: -
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel
(O Evangelho )
Quase sempre categorizamos aqueles que nos ferem por inimigos intoleráveis; entretanto, o Divino Mestre, que tomamos por guia, determina venhamos a perdoar-lhes setenta vezes sete. (Mt 18:22)
Por outro lado, as ciências psicológicas da atualidade terrestre nos recomendam que é preciso desinibir o coração, escoimando-o de quaisquer ressentimentos, e estabelecer o equilíbrio das potências mentais, a fim de que a paz interior se nos expresse por harmonia e saúde.
Como, porém, executar semelhante feito? Compreendendo-se que o entendimento não é fruto de meras afirmativas labiais, reconhecemos que o perdão verdadeiro exige operações profundas nas estruturas da consciência.
Se a injúria nos visita o cotidiano, pensemos em nossos opositores na condição de filhos de Deus, tanto quanto nós, e, situando-nos no lugar deles, analisemos o que estimaríamos receber de melhor das Leis Divinas se estivéssemos em análogas circunstâncias.
À luz do novo entendimento que nos repontará dos recessos da alma, observaremos que muito dificilmente estaremos sem alguma parcela de culpa nas ocorrências desagradáveis de que nos cremos vítimas.
Recordaremos, em silêncio, os nossos próprios impulsos infelizes, as sugestões delituosas, as pequenas acusações indébitas e as diminutas desconsiderações que arremessamos sobre determinados companheiros, até que eles, sem maior resistência, diante de nossas mesmas provocações, caem na posição de adversários perante nós.
Efetuado o autoexame, não mais nos permitiremos qualquer censura e sim proclamaremos no coração a urgente necessidade de amparo da Misericórdia Divina, em favor deles, e a nosso próprio benefício.
Então, à frente de qualquer agressor, não mais diremos no singular: “eu te perdoo”, e sim reconheceremos a profunda significação das palavras de Jesus na oração dominical, ensinando-nos a pedir a Deus desculpas para as nossas próprias falhas, antes de as rogar para os nossos ofensores, e repetiremos com todas as forças do coração: “Perdoai, Senhor, as nossas dívidas assim como perdoamos aos nossos devedores!” (Mt 6:12)
Enquanto alimentamos o mal em nossos pensamentos, palavras e ações, estamos sob os choques de retorno das nossas próprias criações, dentro da vida.
As dores que recebemos são a colheita dos espinhos que arremessamos.
Agora ou amanhã, recolheremos sempre o fruto vivo de nossa sementeira.
Há plantas que nascem para o serviço de um dia, quais os legumes que aparecem para o serviço da mesa, enquanto outras surgem para as obras importantes do tempo, quais as grandes árvores, nutridas pelos séculos, destinadas à solução dos nossos problemas de moradia.
Assim também praticamos atos, cujos reflexos nos atingem, de imediato, e mobilizamos outros, cujos efeitos nos alcançarão, no campo do grande futuro.
Em razão disso, enquanto falhamos para com as Leis que nos regem, estamos sujeitos ao tacão da justiça.
Só o amor é bastante forte para libertar-nos do cativeiro de nossos delitos.
A Justiça edifica a penitenciária. O amor levanta a escola.
A justiça tece o grilhão. O amor traz a bênção.
Quem fere a outrem encarcera-se nas consequências lamentáveis da própria atitude.
Quem auxilia adquire o tesouro da simpatia.
Quem perdoa eleva-se.
Quem se vinga desce aos despenhadeiros da sombra.
Tudo é fácil para aquele que cultiva a verdadeira fraternidade, porque o amor pensa, fala e age, estabelecendo o caminho em que se arrojará, livre e feliz, à alegria da Vida Eterna.
Quem deseje, pois, avançar para a Luz, aprenda a desculpar, infinitamente, porque o Céu da liberdade ou o inferno da condenação residem na intimidade de nossa própria consciência.
Por isso mesmo, o Mestre Divino ensinou-nos a pedir na oração dominical: — “Pai, perdoa as nossas dívidas, assim como devemos perdoar aos nossos devedores.” (Mt 6:12)
Essa mensagem, diferindo nas palavras marcadas foi publicada em fevereiro de 1956 pela FEB no Reformador e é também a 147ª lição do 1º volume do livro “”
Vinha de Luz
Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 57
Página: 125
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel
“Mas livra-nos do mal.” — JESUS (Mt 6:13)
A superfície do mundo é, indiscutivelmente, a grande escola dos Espíritos encarnados.
Impossível recolher o ensinamento, fugindo à lição. Ninguém sabe, sem aprender.
Grande número de discípulos do Evangelho, em descortinando alguns raios de luz espiritual, afirmam-se declarados inimigos da experiência terrestre. Furtam-se, desde então, aos mais nobres testemunhos. Defendem-se contra os homens, como se estes lhes não fossem irmãos no caminho evolutivo. Enxergam espinhos, onde a flor desabrocha, e feridas venenosas, onde há riso inocente. E, condenando a paisagem a que foram conduzidos pelo Senhor, para serviço metódico no bem, retraem-se, de olhos baixos, recuando do esforço de santificação.
Declaram-se, no entanto, desejosos de união com o Cristo, esquecendo-se de que o Mestre não desampara a Humanidade. Estimam, sobretudo, a oração, mas, repetindo as sublimes palavras da prece dominical, olvidam que Jesus rogou ao Senhor Supremo nos liberte do mal, mas não pediu o afastamento da luta.
Aliás, a sabedoria do Cristianismo não consiste em insular o aprendiz na santidade artificialista, e, sim, em fazê-lo ao mar largo do concurso ativo de transformação do mal em bem, da treva em luz e da dor em bênção.
O Mestre não fugiu aos discípulos; estes é que fugiram d’Ele no extremo testemunho. O Divino Servidor não se afastou dos homens; estes é que o expulsaram pela crucificação dolorosa.
A fidelidade até ao fim não significa adoração perpétua em sentido literal; traduz, igualmente, espírito de serviço até ao último dia de força utilizável no mecanismo fisiológico.
Se desejas, pois, servir com o Senhor Jesus, pede a Ele te liberte do mal, mas que não te afaste dos lugares de luta, a fim de que aprendas, em companhia d’Ele, a cooperar na execução da Vontade Celeste, quando, como e onde for necessário.
Segue-me
Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 63
Página: 163
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel
“Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados…” — JESUS (Mt 6:34)
A paciência em si não se resume à placidez externa que estampa serenidade na face e conserva o pensamento atormentado e convulso.
Indubitavelmente, semelhante esforço da criatura, na superfície das manifestações que lhe dizem respeito, é o primeiro degrau da paciência e deve ser louvado pelo bem que espalha.
Paciência real, entretanto, não é feita de emoções negativas, dificilmente refreadas no peito e suscetíveis de explosão. Tolerância autêntica descende da compreensão e todos possuímos, no íntimo, todo um arsenal de raciocínios lógicos, a fim de garanti-la por cidadela de paz na vida interior.
Em qualquer dificuldade com que sejamos defrontados, não auferiremos efetivamente qualquer lucro, em nos impacientarmos, conturbando ou destruindo a própria resistência.
Muito aluno digno perde a prova em que se acha incurso no ensino, não pela feição do problema proposto e sim pela própria excitabilidade na hora justa da promoção.
Recordemos que a vida é sempre uma grande escola.
Cada criatura estagia no aprendizado de que necessita e cada aprendizado é clima de trabalho com oportunidade de melhoria.
Desespero é desgaste.
Irritação é prejuízo antes do ajuste.
Reflete nisso e, à frente de quaisquer empeços, acalma-te para pensar e pensa o bastante, a fim de que possas acertar com a vida e servir para o bem.
(Reformador, julho de 1969, p. 148)
Pão Nosso
Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 156
Página: 323
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel
“Mas ajuntai para vós tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem os consomem, e onde os ladrões não penetram nem roubam.” — JESUS (Mt 6:20)
Em todas as fileiras cristãs se misturam ambiciosos de recompensa que presumem encontrar, nessa declaração de Jesus, positivo recurso de vingança contra todos aqueles que, pelo trabalho e pelo devotamento, receberam maiores possibilidades na Terra.
O que lhes parece confiança em Deus é ódio disfarçado aos semelhantes.
Por não poderem açambarcar os recursos financeiros à frente dos olhos, lançam pensamentos de crítica e rebeldia, aguardando o paraíso para a desforra desejada.
Contudo, não será por entregar o corpo ao laboratório da natureza que a personalidade humana encontrará, automaticamente, os planos da Beleza Resplandecente.
Certo, brilham santuários imperecíveis nas Esferas sublimadas, mas é imperioso considerar que, nas regiões imediatas à atividade humana, ainda encontramos imensa cópia de traças e ladrões, nas linhas evolutivas que se estendem além do sepulcro.
Quando o Mestre nos recomendou ajuntássemos tesouros no Céu, aconselhava-nos a dilatar os valores do bem, na paz do coração. O homem que adquire fé e conhecimento, virtude e iluminação, nos recessos divinos da consciência, possui o roteiro celeste. Quem aplica os princípios redentores que abraça, acaba conquistando essa carta preciosa; e quem trabalha diariamente na prática do bem, vive amontoando riquezas nos Cimos da Vida.
Ninguém se engane, nesse sentido. Além da Terra, fulgem bênçãos do Senhor nos Páramos Celestiais, entretanto, é necessário possuir luz para percebê-las.
É da Lei que o Divino se identifique com o que seja Divino, porque ninguém contemplará o Céu se acolhe o inferno no coração.
Todos somos obreiros do progresso.
Todos estamos endereçados à perfeição.
Comumente, porém, declaramo-nos incapacitados para quaisquer realizações de natureza espiritual, que demandem elevação, e articulamos resposta negativa às requisições de serviço, demorando-nos, indefinidamente, em ponto morto.
Importante para nós, todavia, reconhecer que Jesus, a quem proclamamos obedecer, não pensava de modo semelhante.
Disse-nos o Senhor: “Brilhe a vossa luz diante dos homens, para que eles vejam as vossas boas obras e glorifiquem o Pai que está nos Céus. (Mt 5:16)
“Conhecereis a verdade e a verdade vos fará livres. (Jo 8:32)
“Identificareis a árvore pelo fruto. (Mt 12:33)
“Buscai e achareis. (Mt 7:7)
“Amai os vossos inimigos. (Lc 6:27)
“Orai pelos que vos perseguem e caluniam. (Mt 5:44)
“Se alguém vos fere numa face, oferecei também a outra. (Mt 5:39)
“Acumulai tesouros nos Céus. (Mt 6:20)
“Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei.” (Jo 13:34)
Meditemos nas afirmativas do Cristo a nosso respeito.
Justo ponderar que Ele de ninguém solicitou o impossível. E, se apelou para nós, conclamando-nos a acender a luz da fé viva, procurar a verdade, amealhar conquistas da alma, conservar a consciência tranquila e amar-nos fraternalmente, é que podemos empregar boa vontade e esforço constante, no próprio burilamento a fim de O atendermos.
O mal reside na furna da ignorância.
O ódio respira nas trincheiras da discórdia.
A inveja mora no deserto da insatisfação.
A tristeza improdutiva desabrocha no abismo do desânimo.
A perturbação cresce no precipício do dever não cumprido.
O desequilíbrio desenvolve-se no despenhadeiro da intemperança.
A crueldade nasce no pedregulho da dureza espiritual.
A maledicência brota no espinheiral da irreflexão.
A alegria reside no coração que ama e serve.
A tranquilidade não se aparta da boa consciência.
A fé reconforta-se no templo da confiança.
A solidariedade viceja no santuário da simpatia.
A saúde vive na submissão à Lei Divina.
O aprimoramento não se separa do serviço constante.
O dom de auxiliar mora na casa simples e acolhedora da humildade.
Cada ave em seu ninho, cada cousa em seu lugar.
Há muitas moradas para nossa alma sobre a própria Terra.
Cada criatura vive onde apraz e com quem lhe agrada.
Procuremos a estrada do verdadeiro bem que nos conduzirá à felicidade perfeita, de vez que, segundo o ensinamento do Evangelho, (Mt 6:21) cada Espírito tem o seu tesouro de luz ou o seu fardo de sombra, onde houver colocado o próprio coração.
27/07/1955
Guarda o bem e os mensageiros do bem garantirão a paz de teus dias.
Guarda fidelidade ao dever e o dever retamente cumprido será tua defesa e refúgio.
Guarda o devotamento à elevação espiritual e os luzeiros que brilham nos Céus iluminar-te-ão o roteiro para a vitória sublime.
Guarda a honestidade com diligência no bem e os cultivadores do pensamento reto preservar-te-ão o equilíbrio e a segurança.
Mas se guardas contigo a leviandade, os filhos da insensatez perturbar-te-ão as horas, destruindo-te o tempo.
Se guardas contigo a sombra, os gênios da treva flagelarão tua vida.
Se guardas desencanto e preguiça, sofrerás a pressão dos demônios da inércia.
E se guardas a ambição desmedida, com esquecimento dos interesses e necessidades dos outros, sucumbirás à mão das inteligências sombrias que se bestializaram no vício e na crueldade.
“Onde situares o coração aí conservarás o tesouro de tua alma”, (Mt 6:21) ensinou o divino Mestre. Assim, pois, onde colocarmos nossos desejos daí retiraremos a força espiritual edificante ou destruidora que nos erguerá, soberana, à glória da vida ou nos arremessará, brutalmente, ao tenebroso vale da morte.
Nota do Editor: Mensagem psicografada por Chico Xavier no Centro Espírita Luiz Gonzaga, em Pedro Leopoldo | MG.
As bases de todos os serviços de intercâmbio, entre os desencarnados e encarnados, repousam na mente, não obstante as possibilidades de fenômenos naturais, no campo da matéria densa, levados a efeito por entidades menos evoluídas ou extremamente consagradas à caridade sacrificial.
De qualquer modo, porém, é no mundo mental que se processa a gênese de todos os trabalhos da comunhão de espírito a espírito.
Daí procede a necessidade de renovação idealística, de estudo, de bondade operante e de fé ativa, se pretendemos conservar o contato com os Espíritos da Grande Luz.
Simbolizemos nossa mente como sendo uma pedra inicialmente burilada. Tanto quanto a do animal, pode demorar-se, por muitos séculos, na ociosidade ou na sombra, sob a crosta dificilmente permeável de hábitos nocivos ou de impulsos degradantes, mas se a expomos ao sol da experiência, aceitando os atritos, as lições, os dilaceramentos e as dificuldades do caminho por golpes abençoados do buril da vida, esforçando-nos por aperfeiçoar o conhecimento e melhorar o coração, tanto quanto a pedra burilada reflete a luz, certamente nos habilitamos a receber a influência dos grandes gênios da sabedoria e do amor, gloriosos expoentes da imortalidade vitoriosa, convertendo-nos em valiosos instrumentos da obra assistencial do Céu, em favor do reerguimento de nossos irmãos menos favorecidos e para a elevação de nós mesmos às regiões mais altas.
A fim de atingirmos tão alto objetivo é indispensável traçar um roteiro para a nossa organização mental, no Infinito Bem, e segui-lo sem recuar.
Precisamos compreender — repetimos — que os nossos pensamentos são forças, imagens, coisas e criações visíveis e tangíveis no campo espiritual.
Atraímos companheiros e recursos, de conformidade com a natureza de nossas ideias, aspirações, invocações e apelos.
Energia viva, o pensamento desloca, em torno de nós, forças sutis, construindo paisagens ou formas e criando centros magnéticos ou ondas, com os quais emitimos a nossa atuação ou recebemos a atuação dos outros.
Nosso êxito ou fracasso dependem da persistência ou da fé com que nos consagramos mentalmente aos objetivos que nos propomos alcançar.
Semelhante lei de reciprocidade impera em todos os acontecimentos da vida.
Comunicar-nos-emos com as entidades e núcleos de pensamentos, com os quais nos colocamos em sintonia.
Nos mais simples quadros da natureza, vemos manifestado o princípio da correspondência.
Um fruto apodrecido ao abandono estabelece no chão um foco infeccioso que tende a crescer, incorporando elementos corruptores.
Exponhamos a pequena lâmina de cristal, limpa e bem cuidada, à luz do dia, e refletirá infinitas cintilações do Sol.
Andorinhas seguem a beleza da primavera. Corujas acompanham as trevas da noite.
O mato inculto asila serpentes. A terra cultivada produz o bom grão.
Na mediunidade, essas leis se expressam, ativas.
Mentes enfermiças e perturbadas assimilam as correntes desordenadas do desequilíbrio, enquanto que a boa vontade e a boa intenção acumulam os valores do bem.
Ninguém está só. Cada criatura recebe de acordo com aquilo que dá.
Cada alma vive no clima espiritual que elegeu, procurando o tipo de experiência em que situa a própria felicidade.
Estejamos, assim, convictos de que os nossos companheiros na Terra ou no Além são aqueles que escolhemos com as nossas solicitações interiores, mesmo porque, segundo o antigo ensinamento evangélico, “teremos nosso tesouro onde colocarmos o coração”. (Mt 6:21)
Reunião pública de 4 de Julho de 1960
de “O Livro dos Médiuns”
Ainda existe quem se dirija aos companheiros desencarnados perguntando por tesouros ocultos.
Tais consulentes, guardando imaginação doentia, mentalizam recipientes encravados no subsolo ou no corpo de lodosas paredes, a vazarem moedas e preciosidades que lhes atendam aos pruridos de usura. E martelam a mediunidade inexperiente e pedem sonhos reveladores…
Mas os amigos espirituais, realmente esclarecidos, tudo fazem para que os irmãos da escola física não encontrem semelhantes bombas douradas que, provavelmente, lhes explodiriam nas mãos, em forma de crime.
Entretanto, cada criatura humana surge do berço para descobrir os talentos que traz, independentemente da fortuna terrestre, a fim de ajudar aos outros, valorizando a si mesma.
A mulher e o homem aproveitam o amor que dimana gratuitamente de Deus e erguem o santuário do lar, em que se escondem imperecíveis tesouros da alma.
O professor emprega palavras que não têm preço amoedado e amontoa os tesouros da cultura e da inteligência.
O escritor respeitável utiliza as letras do alfabeto, ao alcance de todos, e estabelece os tesouros do livro nobre que estende consolação e assegura o progresso.
E o compositor apropria-se das sete notas musicais que desconhecem a existência do ouro e oferece indistintamente, ao mundo, os tesouros da melodia.
Somente o trabalho consegue formar os verdadeiros tesouros da vida. Ainda assim, é indispensável saibamos distinguir a ação digna da exploração inferior.
Os cultivadores da coca e da papoula, que abusam dessas plantas medicinais, transformando-as em filões de dinheiro no mercado escuso da cocaína e do ópio, dizem que trabalham e apenas fazem os viciados e os infelizes.
É preciso saber o que produzimos, a fim de sabermos para onde nos dirigimos, porquanto o próprio Jesus afirmou, convincente: — “onde guardardes o vosso tesouro, tereis retido o coração”. (Mt 6:21)
E as palavras do Mestre Divino tanto se referem às claridades do bem quanto às sombras do mal.
Semeador em Tempos Novos
Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 21
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel
O sentimento inspira.
O pensamento plasma.
A palavra orienta.
O ato realiza.
Figuremos, assim, a ideia como sendo a fonte, nascida no manancial do coração e traçando a si mesma o curso que lhe é próprio.
O pensamento vibra, desse modo, no alicerce de todas as formas e de todas as experiências da vida.
Pensando, o arquiteto imagina o edifício a elevar-se do solo, o técnico cria a máquina que diminui o esforço braçal do homem, o escultor arranca ao mármore os primores da estatuária e o artista compõe sublimadas formações de beleza, endereçando apelos à ciência e à virtude.
E é também pensando que o usurário levanta para si mesmo o inferno da posse insaciável, que o viciado gera as fantasias monstruosas que o conduzem à delinquência, que o criminoso se arroja aos abismos da perversidade, nos quais se afogará em desilusão, e que o preguiçoso coagula para si próprio os venenos da inércia.
Em razão disso, depois da morte do corpo, mais intensivamente vive a alma nas criações a que se afeiçoa.
Isso não quer dizer que haja retrocesso na marcha evolutiva do Espírito, mas estagnação do ser nas formas infelizes em que se compraz, pelo seu próprio pensamento desgovernado e delituoso.
Com isso, desejamos igualmente dizer que todos influenciamos e somos influenciados.
Agimos e reagimos.
E, se os missionários do bem recebem dos Planos superiores a força que lhes enriquece as ações para a vitória da luz, os tarefeiros do mal recolhem dos Planos inferiores as sugestões que lhes infelicitam a senda, inclinando-os aos resvaladouros da treva.
[Assim, pois,] recordemos o magnetismo desvairado das inteligências que se transviam nas sombras e compreenderemos a loucura temporária que ele pode trazer às almas que o provocam.
— “Viverá o homem onde situe o coração” (Mt 6:21) — diz-nos o Evangelho e podemos acrescentar, sem trair o ensinamento do Senhor, que onde colocarmos o pensamento — força viva de nosso coração — aí se manifestará, como é justo, a forma de nossa vida.
Essa mensagem, diferindo nas palavras marcadas e [entre colchetes], foi publicada pela FEB no Reformador em março de 1957 e é a 117ª lição do 3º volume do livro “”
Centelhas
Categoria: Livro Espírita
Ref: 6253
Capítulo: 11
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel
Emmanuel
". . . Se teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz. . . "
Jesus (Mateus, 6:22)
Olhos. . . Patrimônio de todos.
Encontramos, porém, olhos diferentes em todos os lugares.
Olhos de malícia. . .
Olhos de crueldade. . .
Olhos de ciúme. . .
Olhos de ferir. . .
Olhos de desespero. . .
Olhos de desconfiança. . .
Olhos de atrair a viciação. . .
Olhos de perturbar. . .
Olhos de reparar males alheios. . .
Olhos de desencorajar as boas obras. . .
Olhos de frieza. . .
Olhos de irritação. . .
Se aspiras, no entanto, a enobrecer os recursos da visão, ama, auxilia, aprende e perdoa sempre, e guardarás contigo, "olhos bons", a que se referia o Cristo de Deus, instalando no próprio Espírito a grande compreensão suscetível de impulsionar-te à glória da Eterna Luz.
Instrumentos do Tempo
Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 23
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel
(Lc 16:13)
()
Quando o Mestre ensinou que não se pode servir simultaneamente a Deus e a Mamon, (Mt 6:24) não desejava, por certo, dividir as criaturas em dois campos opostos, nos quais os ricos e os pobres, os bons e os menos bons, os justos e menos justos da Terra, se guerreassem constantemente.
Encontrando um doente, que nos propomos aliviar ou curar, efetuamos imediata separação entre enfermo e enfermidade, atacando a moléstia e protegendo-lhe a vítima.
Ninguém cogita de eliminar socorrendo ou de matar medicando.
Por isso mesmo, em nos sentindo defrontados pelo avarento, saibamos afastá-lo da usura, despertando-o para a caridade.
Se somos chamados a cooperar no levantamento de alguém que se entregou ao desequilíbrio, ajudemo-lo a soerguer-se com a verdadeira confiança em si mesmo, devidamente restaurada.
Se o Mestre nos pede o concurso amigo, ao lado de um irmão delinquente, busquemos extirpar-lhe as chagas do remorso, restabelecendo-lhe as oportunidades de refazer-se e servir.
Há quem se isole da luta, a pretexto de cultivar a sublimação. Entretanto, é sempre fácil satisfazer aos imperativos da virtude, onde não há tentações, e não é difícil atender à caridade onde a fartura se revele excessivamente.
Colaboremos com o Senhor, em sua Obra Divina, acendendo luz na sombra e oferecendo bem ao mal, a fim de convertermos a animalidade primitiva em Humanidade real.
Nada existe na Criação de Deus sem a “boa parte”. (Lc 10:42)
Esforcemo-nos por desenvolver os menores princípios de elevação, que nos felicitem o caminho, buscando nas almas, por mais aparentemente transviadas ou infelizes, a “parte melhor” de que são portadoras e, embora movimentando os nossos recursos entre os grandes expoentes do erro e da [maldade, da desordem e da] indisciplina [do delito e da viciação], estaremos realmente a serviço do Senhor, que nos confiou, com o aprendizado da Terra, a nossa bendita oportunidade de aperfeiçoamento e elevação.
Essa mensagem, diferindo nas palavras marcadas e [entre colchetes] foi publicada em setembro de 1953 pela no Reformador e é também a 165ª lição do 1º volume do livro “”
Caminho, Verdade e Vida
Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 139
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel
“Cegou-lhes os olhos e endureceu-lhes o coração, a fim de que não vejam com os olhos e compreendam no coração e se convertam e eu os cure.” — (Jo 12:40)
Os planos mais humildes da Natureza revelam a Providência Divina, em soberana expressão de desvelo e amor.
Os lírios não tecem, as aves não guardam provisões e misteriosa força fornece-lhes o necessário. (Mt 6:25)
A observação sobre a vida dos animais demonstra os extremos de ternura com que o Pai vela pela Criação desde o princípio: aqui, uma asa; acolá, um dente a mais; ali, desconhecido poder de defesa.
Afirma-se a grande revelação de amor em tudo.
No entanto, quando o Pai convoca os filhos à cooperação nas suas obras, eis que muita vez se salientam os ingratos, que convertem os favores recebidos, não em deveres nobres e construtivos, mas em novas exigências; então, faz-se preciso que o coração se lhes endureça cada vez mais, porque, fora do equilíbrio, encontrarão o sofrimento na restauração indispensável das leis externas desse mesmo amor divino. Quando nada enxergam além dos aspectos materiais da paisagem transitória, sobrevém, inopinadamente, a luta depuradora.
É quando Jesus chega e opera a cura.
Só então torna o ingrato à compreensão da Magnanimidade Divina.
O amor equilibra, a dor restaura. É por isso que ouvimos muitas vezes: “Nunca teria acreditado em Deus se não houvesse sofrido.”
“Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo.” – Jesus (Mt 6:34)
Os peregrinos de todos os tempos nunca perderam o ensejo de inquinar [falsamente as] afirmativas evangélicas.
A recomendação de Jesus referente à inquietude, é das que mais se prestou aos argumentos dos discutidores ociosos.
Depois que o Cristo aludiu aos lírios do campo, não foram poucos os que reconheceram a si mesmos na qualidade de flores, quando não passam [ainda] de plantas espinhosas.
Em verdade, o lírio não fia, não tece, consoante o ensinamento do Senhor, (Mt 6:25) mas cumpre a vontade de Deus.
Não pede admiração alheia, floresce no jardim da atmosfera [ou na terra inculta, dá seu perfume ao vento que passa], enfeita a alegria ou consola a tristeza, é útil à doença e à saúde, não se revolta quando lhe fenece o próprio brilho ou quando mãos egoístas o separam do berço em que nasceu.
Será que o ocioso toma igualmente o padrão do lírio em relação à sua existência na humanidade?
Recomendou Jesus que o homem não guardasse ansiedade nociva, relativamente à comida, ao modo de trabalhar, ao vestuário, às questões acessórias [do campo material].
Ensinou que o dia, representando a resultante de leis gerais do Universo, atenderia a si mesmo. Isso é incontestável.
Para o discípulo fiel, vestir e comer são cousas simples. Trabalhar constitui alegria de servir em qualquer parte e o dia significa oportunidade santa de cooperar no bem.
Mas [basear-se nessas realidades simples para] afirmar daí que o homem deva caminhar sem cuidado de si próprio, seria menosprezar esforços de Cristo, convertendo-Lhe as palavras em programa de vagabundo.
O homem não pode nutrir a pretensão de retificar o mundo ou os seus semelhantes de um dia para outro, atormentando-se em aflições descabidas, mas deve ter cuidado de si, melhorando-se, educando-se e iluminando-se, [sempre mais].
De fato, a ave canta feliz, mas faz sua casa.
A flor adorna-se tranquila, mas atende aos Desígnios de Deus.
O homem deve viver confiante, mas atento em se organizar para a obra divina da perfeição.
O conteúdo acima, diferindo bastante nas palavras marcadas e [entre colchetes], foi publicado em 1951 pela FEB e é a 152ª lição do livro “”
Evangelho por Emmanuel, O – Comentários ao Evangelho Segundo João
Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 117
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel
“Cegou-lhes os olhos e endureceu-lhes o coração, a fim de que não vejam com os olhos e compreendam no coração e se convertam e eu os cure.” — (Jo 12:40)
Os planos mais humildes da Natureza revelam a Providência Divina, em soberana expressão de desvelo e amor.
Os lírios não tecem, as aves não guardam provisões e misteriosa força fornece-lhes o necessário. (Mt 6:25)
A observação sobre a vida dos animais demonstra os extremos de ternura com que o Pai vela pela Criação desde o princípio: aqui, uma asa; acolá, um dente a mais; ali, desconhecido poder de defesa.
Afirma-se a grande revelação de amor em tudo.
No entanto, quando o Pai convoca os filhos à cooperação nas suas obras, eis que muita vez se salientam os ingratos, que convertem os favores recebidos, não em deveres nobres e construtivos, mas em novas exigências; então, faz-se preciso que o coração se lhes endureça cada vez mais, porque, fora do equilíbrio, encontrarão o sofrimento na restauração indispensável das leis externas desse mesmo amor divino. Quando nada enxergam além dos aspectos materiais da paisagem transitória, sobrevém, inopinadamente, a luta depuradora.
É quando Jesus chega e opera a cura.
Só então torna o ingrato à compreensão da Magnanimidade Divina.
O amor equilibra, a dor restaura. É por isso que ouvimos muitas vezes: “Nunca teria acreditado em Deus se não houvesse sofrido.”
Evangelho por Emmanuel, O – Comentários aos Atos dos Apóstolos
Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 63
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel
28 Esteve com eles, entrando e saindo em Jerusalém, falando abertamente no nome do Senhor. 29 Não só falava como debatia com os helenistas, mas eles procuravam eliminá-lo. 30 Quando os irmãos souberam, o conduziram para Cesareia e [de lá] o enviaram para Tarso. — (At 9:28)
De saúde refeita, antes de qualquer deliberação sobre o novo caminho a tomar, o moço tarsense desejou rever Jerusalém num impulso natural de afeição aos lugares que lhe sugeriam tantas lembranças cariciosas. Visitou o Templo, experimentando o contraste das emoções. Não se animou a penetrar no Sinédrio, mas procurou, ansioso, a Sinagoga dos cilicianos, onde presumia reencontrar as amizades nobres e afáveis de outros tempos. Entretanto, mesmo ali onde se reuniam os conterrâneos residentes em Jerusalém, foi recebido friamente. Ninguém o convidou ao labor da palavra. Apenas alguns conhecidos de sua família apertaram-lhe a mão secamente, evitando-lhe a companhia, de modo ostensivo. Os mais irônicos, terminados os serviços religiosos, dirigiram-lhe perguntas, com sorrisos escarninhos. Sua conversão às portas de Damasco era glosada com ditérios acerados e deprimentes.
— Não seria algum sortilégio dos feiticeiros do “Caminho”? — diziam uns. — Não seria Demétrio que se vestira de Cristo e lhe deslumbrara os olhos doentes e fatigados? — interrogavam outros.
Percebeu as ironias de que estava sendo objeto. Tratavam-no como demente. Foi aí que, sem sopitar a impulsividade do coração honesto, subiu ousadamente num estrado e falou com orgulho:
— Irmãos da Cilícia, estais enganados. Não estou louco. Não buscais arguir-me porque eu vos conheço e sei medir a hipocrisia farisaica.
Estabeleceu-se luta imediata. Velhos amigos vociferavam impropérios. Os mais ponderados cercaram-no como se o fizessem a um doente e pediram-lhe que se calasse. Saulo precisou fazer um esforço heroico para conter a indignação. A custo, conseguiu dominar-se e retirou-se. Em plena via pública, sentia-se assaltado por ideias escaldantes. Não seria melhor combater abertamente, pregar a verdade sem consideração pelas máscaras religiosas que enchiam a cidade? A seus olhos, era justo refletir na guerra declarada aos erros farisaicos. E se, ao contrário das ponderações de Pedro, assumisse em Jerusalém a chefia de um movimento mais vasto, a favor do Nazareno? Não tivera a coragem de perseguir-lhe os discípulos, quando os doutores do Sinédrio eram todos complacentes? Por que não assumir, agora, a atitude da reparação, encabeçando um movimento em contrário? Havia de encontrar alguns amigos que se lhe associassem ao esforço ardente. Com esse gesto, auxiliaria o próprio irmão na sua tarefa dignificante em prol dos necessitados.
Fascinado com tais perspectivas, penetrou no Templo famoso. Recordou os dias mais recuados da infância e da primeira juventude. O movimento popular no recinto já lhe não despertava o interesse de outrora. Instintivamente, aproximou-se do local onde Estêvão sucumbira. Lembrou a cena dolorosa, detalhe por detalhe. Penosa angústia assomava-lhe ao coração. Orou com fervor ao Cristo. Entrou na sala onde estivera a sós com Abigail, a ouvir as últimas palavras do mártir do Evangelho. Compreendia, enfim, a grandeza daquela alma que o perdoara in extremis. Cada palavra do moribundo ressoava-lhe agora, estranhamente, nos ouvidos. A elevação de Estêvão fascinava-o. O pregador do “Caminho” havia-se imolado por Jesus! Por que não faze-lo também? Era justo ficar em Jerusalém, seguir-lhe os passos heroicos, para que a lição do Mestre fosse compreendida. Na recordação do passado, o moço tarsense mergulhava-se em preces fervorosas. Suplicava a inspiração do Cristo para seus novos caminhos. Foi aí que o convertido de Damasco, exteriorizando as faculdades espirituais, fruto das penosas disciplinas, observou que um vulto luminoso surgia inopinadamente a seu lado, falando-lhe com inefável ternura:
— Retira-te de Jerusalém, porque os antigos companheiros não aceitarão, por enquanto, o testemunho!
Sob o palio de Jesus, Estêvão seguia-lhe os passos na senda do discipulado, embora a posição transcendente de sua assistência invisível. Saulo, naturalmente, cuidou que era o próprio Cristo o autor da carinhosa advertência e, fundamente impressionado, demandou a igreja do “Caminho”, informando a Simão Pedro o que ocorrera.
— Entretanto — acabou dizendo ao generoso Apóstolo que o ouvia admirado —, não devo ocultar que tencionava agitar a opinião religiosa da cidade, defender a causa do Mestre, restabelecer a verdade em sua feição integral.
Enquanto o ex-pescador escutava em silêncio, como a reforçar a resposta, o novo discípulo continuava:
— Estêvão não se entregou ao sacrifício? Sinto que nos falta aqui uma coragem igual à do mártir, sucumbido às pedradas da minha ignorância.
— Não, Saulo — replicou Pedro com firmeza —, não seria razoável pensar assim. Tenho maior experiência da vida, embora não tenha cabedais de inteligência semelhantes aos teus. Está escrito que o discípulo não poderá ser maior que o mestre. (Lc 6:40) Aqui mesmo, em Jerusalém, vimos Judas cair numa cilada igual a esta. Nos dias angustiosos do Calvário, em que o Senhor provou a excelência e a divindade do seu amor e, nós, o amargo testemunho da exígua fé, condenamos o infortunado companheiro. Alguns irmãos nossos mantêm, até o presente, a opinião dos primeiros dias; mas em contato com a realidade do mundo, cheguei à conclusão de que Judas foi mais infeliz que perverso. Ele não acreditava na validade das obras sem dinheiro, não aceitava outro poder que não fosse o dos príncipes do mundo. Estava sempre inquieto pelo triunfo imediato das ideias do Cristo. Muitas vezes, vimo-lo altercar, impaciente, pela construção do Reino de Jesus, adstrito aos princípios políticos do mundo. O Mestre sorria e fingia não entender as insinuações, como quem estava senhor do seu divino programa. Judas, antes do apostolado, era negociante. Estava habituado a vender a mercadoria e receber o pagamento imediato. Julgo, nas meditações de agora, que ele não pôde compreender o Evangelho de outra forma, ignorando que Deus é um credor cheio de misericórdia, que espera generosamente a todos nós, que não passamos de míseros devedores. Talvez amasse profundamente o Messias, contudo, a inquietação fê-lo perder na oportunidade sagrada. Tão só pelo desejo de apressar a vitória, engendrou a tragédia da cruz, com a sua falta de vigilância.
Saulo ouvia assombrado aquelas considerações justas e o bondoso Apóstolo continuava:
— Deus é a Providência de todos. Ninguém está esquecido. Para que ajuízes melhor da situação admitamos que fosses mais feliz que Judas. Figuremos tua vitória pessoal no feito. Concedamos que pudesses atrair para o Mestre toda a cidade. E depois? Deverias e poderias responder por todos os que aderissem ao teu esforço? A verdade é que poderias atrair, nunca, porém, converter. Como não te fosse possível atender a todos, em particular, acabarias execrado pela mesma forma. Se Jesus, que tudo pode neste mundo sob a égide do Pai, espera com paciência a conversão do mundo, por que não poderemos esperar, de nossa parte? A melhor posição da vida é a do equilíbrio. Não é justo desejar fazer nem menos, nem mais do que nos compete, mesmo porque o Mestre sentenciou que a cada dia bastam os seus trabalhos. (Mt 6:34)
O convertido de Damasco estava surpreso a mais não poder. Simão apresentava argumentos irretorquíveis. Sua inspiração assombrava-o.
— À vista do que ocorreu — prosseguiu o ex-pescador serenamente —, importa que te vás logo que caia a noite. A luta iniciada na Sinagoga dos cilícios é muito mais importante que os atritos de Damasco. É possível que amanhã procurem encarcerar-te. Além disso, a advertência recebida no Templo não é de molde a procrastinarmos providências indispensáveis.
Saulo concordou de boamente com o alvitre. Poucas vezes na vida escutara observações tão sensatas.
— Pretendes voltar à Cilícia? — disse Pedro com inflexão paternal.
— Já não tenho mais aonde ir — respondeu com resignado sorriso.
— Pois bem, partirás para Cesareia. Temos ali amigos sinceros que te poderão auxiliar.
O programa de Simão Pedro foi rigorosamente cumprido. À noite, quando Jerusalém se envolvia em grande silêncio, um cavaleiro humilde transpunha as portas da cidade, na direção dos caminhos que conduziam ao grande porto palestinense.
Torturado pelas apreensões constantes da sua nova vida, chegou a Cesareia decidido a não se deter ali muito tempo. Entregou as cartas de Pedro que o recomendavam aos amigos fiéis. Recebido com simpatia por todos, não teve dificuldades em retomar o caminho da cidade natal.
Dirigindo-se agora para o cenário da infância, sentia-se extremamente comovido com as mínimas recordações. Aqui, um acidente do caminho a sugerir cariciosas lembranças; ali, um grupo de árvores envelhecidas a despertarem especial atenção. Várias vezes, passou por caravanas de camelos que lhe faziam relembrar as iniciativas paternas. Tão intensa lhe fora a vida espiritual nos últimos anos, tão grandes as transformações, que a vida do lar se lhe figurava um sonho bom, de há muito desvanecido. Através de Alexandre, recebera as primeiras notícias de casa. Lamentava a partida de sua mãe, justamente quando tinha maior necessidade da sua compreensão afetuosa; mas entregava a Jesus os seus cuidados, nesse particular. Do velho pai não era razoável esperar um entendimento mais justo. Espírito formalista, radicado ao farisaísmo de maneira integral, certo não aprovaria a sua conduta.
Atingiu as primeiras ruas de Tarso, de alma opressa. As recordações sucediam-se ininterruptas. […]
O texto de Atos dos apóstolos narra a ida de Paulo de Tarso para a cidade natal de maneira sucinta. O texto de Emmanuel registra não só as motivações que levaram o Apóstolo dos Gentios a procurar a cidade onde nascera, como, também, as ocorrências que ali tiveram lugar. Tais eventos são de tal importância para a consolidação do caráter daquele que viria a ser um dos maiores pregadores da Boa-Nova, que, apesar de não terem o registro em Atos, a equipe organizadora entendeu ser importante remeter a esses eventos, incluindo-os no , facilitando assim, ao leitor, o conhecimento deste período de três anos em que floresceram os mais vigorosos frutos de humildade que marcariam a personalidade do convertido de Damasco.
(Paulo e Estêvão, FEB Editora., pp. 259 a 263. Indicadores 71 a 80)
A jornada se fez sem incidentes. Entretanto, em sua nova soledade, o moço tarsense reconhecia que forças invisíveis proviam-lhe a mente de grandiosas e consoladoras inspirações. Dentro da noite cheia de estrelas, tinha a impressão de ouvir uma voz carinhosa e sábia, a traduzir-se por apelos de infinito amor e de infinita esperança. Desde o instante em que se desligara da companhia amorável de e sua mulher, quando se sentiu absolutamente só para os grandes empreendimentos do seu novo destino, encontrou energias interiores até então imprevistas, por desconhecidas.
Não podia definir aquele estado espiritual, mas o caso é que dali por diante, sob a direção de Jesus, conservava-se a seu lado como companheiro fiel.
Aquelas exortações, aquelas vozes brandas e amigas que o assistiram em todo o curso apostolar e atribuídas diretamente ao Salvador, provinham do generoso mártir do “”, que o seguiu espiritualmente durante trinta anos, renovando-lhe constantemente as forças para execução das tarefas redentoras do Evangelho.
Jesus quis, dessarte, que a primeira vítima das perseguições de Jerusalém ficasse para sempre irmanada ao primeiro algoz dos prosélitos de sua doutrina de vida e redenção.
Ao invés dos sentimentos de remorso e perplexidade em face do passado culposo; da saudade e desalento que, às vezes, lhe ameaçavam o coração, sentia agora radiosas promessas no espírito renovado, sem poder explicar a sagrada origem de tão profundas esperanças. Não obstante as singulares alterações fisionômicas que a vida, o regime e o clima do deserto lhe produziram, entrou em Damasco com alegria sincera na alma agora devotada, absolutamente, ao serviço de Jesus.
Com júbilo indefinível abraçou o velho , pondo-o ao corrente de suas edificações espirituais. O respeitável ancião retribuiu-lhe o carinho com imensa bondade. Dessa vez, o ex-rabino não precisou insular-se numa pensão entre desconhecidos, porque os irmãos do “Caminho” lhe ofereceram franca e amorosa hospitalidade. Diariamente, repetia a emoção confortadora a que comparecera, antes de recolher-se ao deserto. A pequena assembleia fraternal congregava-se todas as noites, trocando ideias novas sobre os ensinamentos do Cristo, comentando os acontecimentos mundanos à luz do Evangelho, permutando objetivos e conclusões. Saulo foi informado de todas as novidades atinentes à doutrina, experimentando os primeiros efeitos do choque entre os judeus e os amigos do Cristo, a propósito da circuncisão. Seu temperamento apaixonado percebeu a extensão da tarefa que lhe estava reservada. Os fariseus formalistas, da sinagoga, não mais se insurgiam contra as atividades do “Caminho”, desde que o seguidor de Jesus fosse, antes de tudo, fiel observador dos princípios de Moisés. Somente Ananias e alguns poucos perceberam a sutileza dos casuístas que provocavam deliberadamente a confusão em todos os setores, atrasando a marcha vitoriosa da Boa Nova redentora. O ex-doutor da Lei reconheceu que, na sua ausência, o processo de perseguição tornara-se mais perigoso e mais imperceptível, porquanto, às características cruéis, mas francas, do movimento inicial, sucediam as manifestações de hipocrisia farisaica, que, a pretexto de contemporização e benignidade, mergulhariam a personalidade de Jesus e a grandeza de suas lições divinas em criminoso e deliberado olvido. Coerente com as novas disposições do foro íntimo, não pretendia voltar à sinagoga de Damasco, para não parecer um mestre pretensioso a pugnar pela salvação de outrem, antes de cuidar do aperfeiçoamento próprio; mas, diante do que via e coligia com alto senso psicológico, compreendeu que era útil arrostar todas as consequências e demonstrar as disparidades do formalismo farisaico com o Evangelho: o que era a circuncisão e o que era a nova fé. Expondo a Ananias o projeto de fomentar a discussão em torno do assunto, o velhinho generoso estimulou-lhe os propósitos de restabelecer a verdade em seus legítimos fundamentos.
Para esse fim, no segundo sábado de sua permanência na cidade, o vigoroso pregador compareceu à sinagoga. Ninguém reconheceu o rabino de Tarso na sua túnica rafada, na epiderme tostada de sol, no rosto descarnado, no brilho mais vivo dos olhos profundos.
Terminada a leitura e a exposição regulamentares, franqueada a palavra aos sinceros estudiosos da religião, eis que o desconhecido galga a tribuna dos mestres de Israel e, buscando interessar a numerosa assistência, falou primeiramente do caráter sagrado da , detendo-se, apaixonado, nas promessas maravilhosas e sábias de , até que penetrou o estudo dos profetas. Os presentes escutavam-no com profunda atenção. Alguns se esforçavam por identificar aquela voz que lhes não parecia estranha. A pregação vibrante suscitava ilações de grande alcance e beleza. Imensa luz espiritual transbordava dos raptos altiloquentes.
Foi aí que o ex-rabino, conhecendo o poder magnético já exercido sobre o vultoso auditório, começou a falar do Messias Nazareno comparando sua vida, feitos e ensinamentos, com os textos que o anunciavam nas sagradas escrituras.
Quando abordava o problema da circuncisão, eis que a assembleia rompe em furiosa gritaria.
— É ele!… É o traidor!… clamavam os mais audaciosos, depois de identificar o ex-doutor de Jerusalém. — Pedra ao blasfemo!… É o bandido da seita do “Caminho”!…
Os chefes do serviço religioso, por sua vez, reconheceram o antigo companheiro, agora considerado trânsfuga da Lei, a quem se deviam impor castigos rudes e cruéis.
Saulo assistia à repetição da mesma cena de quando se fazia ouvir na seleta reunião, com a presença dos levitas de Chipre. Enfrentou impassível a situação, até que as autoridades religiosas conseguissem acalmar os ânimos turbulentos.
Após as fases mais agudas do tumulto, o arquisinagogo, tomando posição, determinou que o orador descesse da tribuna para responder ao seu interrogatório.
O convertido de Damasco compreendeu de relance toda a calma de que necessitava para sair-se com êxito daquela difícil aventura, e obedeceu de pronto, sem protestar.
— Sois Saulo de Tarso, antigo rabino em Jerusalém? — perguntou a autoridade com ênfase.
— Sim, pela graça do Cristo Jesus! — respondeu em tom firme e resoluto.
— Não vem ao caso referências quaisquer ao carpinteiro de Nazaret! Interessa-nos, tão só, a vossa prisão imediata, de acordo com as instruções recebidas do Templo — explicou o judeu em atitude solene.
— Minha prisão? — interrogou Saulo admirado.
— Sim.
— Não vos reconheço o direito de efetuá-la — esclareceu o pregador.
Diante daquela atitude enérgica, houve um movimento de admiração geral.
— Por que relutais? O que só vos cumpre é obedecer.
Saulo de Tarso fixou-o com decisão, explicando:
— Nego-me porque, não obstante haver modificado minha concepção religiosa, sou doutor da Lei e, além disso, quanto à situação política, sou cidadão romano e não posso atender a ordens verbais de prisão.
— Mas estais preso em nome do Sinédrio.
— Onde o mandado?
A pergunta imprevista desnorteou a autoridade. Havia mais de dois anos, chegara de Jerusalém o documento oficial, mas ninguém podia prever aquela eventualidade. A ordem fora arquivada cuidadosamente, mas não podia ser exibida de pronto, como exigiam as circunstâncias.
— O pergaminho será apresentado dentro de poucas horas — acrescentou o chefe da sinagoga um tanto indeciso.
E como a justificar-se, acrescentava:
— Desde o escândalo da vossa última pregação em Damasco, temos ordem de Jerusalém para vos prender.
Saulo fixou-o com energia, e, voltando-se para a assembleia, que lhe observava a coragem moral, tomada de pasmo e admiração, disse alto e bom som:
— Varões de Israel, trouxe ao vosso coração o que possuía de melhor, mas rejeitais a verdade trocando-a pelas formalidades exteriores. Não vos condeno. Lastimo-vos, porque também fui assim como vós outros. Entretanto, chegada a minha hora, não recusei o auxílio generoso que o Céu me oferecia. Lançais-me acusações, vituperais minhas atuais convicções religiosas; mas, qual de vós estaria disposto a discutir comigo? Onde o sincero lutador do campo espiritual que deseje sondar, em minha companhia, as santas escrituras?
Profundo silêncio seguiu-se ao repto.
— Ninguém? — perguntou o ardoroso artífice da nova fé, com um sorriso de triunfo — Conheço-vos, porque também palmilhei esses caminhos. Entretanto, convenhamos em que o farisaísmo nos perdeu, atirando nossas esperanças mais sagradas num oceano de hipocrisias. Venerais na sinagoga; tendes excessivo cuidado com as fórmulas exteriores, mas qual a feição da vossa vida doméstica? Quantas dores ocultais sob a túnica brilhante! Quantas feridas dissimulais com palavras falaciosas! Como eu, devíeis sentir imenso tédio de tantas máscaras ignóbeis! Se fôssemos apontar os feitos criminosos que se praticam à sombra da Lei, não teríamos açoites para castigar os culpados; nem o número exato das maldições indispensáveis à pintura de semelhantes abominações! Padeci de vossas úlceras, envenenei-me também nas vossas trevas e vinha trazer-vos o remédio imprescindível. Recusais-me a cooperação fraterna; entretanto, em vão recalcitrais perante os processos regeneradores, porque somente Jesus poderá salvar-nos! Trouxe-vos o Evangelho, ofereço-vos a porta de redenção para nossas velhas mazelas e inda quereis compensar meus esforços com o cárcere e a maldição? Recuso-me a receber semelhantes valores em troca de minha iniciativa espontânea!… Não podereis prender-me, porque a palavra de Deus não está algemada. Se a rejeitais, outros me compreenderão. Não é justo abandonar-me aos vossos caprichos, quando o serviço, a fazer, me pede dedicação e boa vontade.
Os próprios diretores da reunião pareciam dominados por forças magnéticas, poderosas e indefiníveis.
O moço tarsense passeou o olhar dominador sobre todos os presentes, revelando a rigidez do seu ânimo poderoso.
— Vosso silêncio fala mais que as palavras — concluiu quase com audácia. — Jesus não vos permite a prisão do servo humilde e fiel. Que a sua bênção vos ilumine o espírito na verdadeira compreensão das realidades da vida.
Assim dizendo, caminhou resoluto para a porta de saída, enquanto o olhar assombrado da assembleia lhe acompanhava o vulto, até que, a passo firme, desapareceu em uma das ruas estreitas que desembocavam na grande praça.
Como se despertasse, após o audacioso desafio, a reunião degenerou em acaloradas discussões. O arquisinagogo, que parecia sumamente impressionado com as declarações do ex-rabino, não ocultava a indecisão, relutando entre as verdades amargas de Saulo e a ordem de prisão imediata. Os companheiros mais enérgicos procuraram levantar-lhe o espírito de autoridade. Era preciso prender o atrevido orador a qualquer preço. Os mais decididos puseram-se à procura imediata do pergaminho de Jerusalém e, logo que o encontraram, resolveram pedir auxílio às autoridades civis, promovendo diligências. Daí a três horas, todas as medidas para a prisão do audacioso pregador estavam assentadas. Os primeiros contingentes foram movimentados às portas da cidade. Em cada uma postou-se pequeno grupo de fariseus, secundados por dois soldados, a fim de burlarem qualquer tentativa de evasão.
Em seguida, iniciaram a devassa em bloco, na residência de todas as pessoas suspeitas de simpatia e relações com os discípulos do Nazareno.
Saulo, por sua vez, afastando-se da sinagoga, procurou avistar-se com Ananias, ansioso da sua palavra amorosa e conselheira.
O sábio velhinho ouviu a narração do acontecido, aprovando-lhe as atitudes.
— Sei que o Mestre — dizia o moço por fim — condenou as contendas e jamais andou entre os discutidores; mas, também, jamais contemporizou com o mal. Estou pronto a reparar meu passado de culpas. Afrontarei as incompreensões de Jerusalém, a fim de patentear minha transformação radical. Pedirei perdão aos ofendidos pela insensatez da minha ignorância, mas, de modo algum poderei fugir ao ensejo de afirmar-me sincero e verdadeiro. Acaso serviria ao Mestre, humilhando-me diante das explorações inferiores? Jesus lutou quanto possível e seus discípulos não poderão proceder de outro modo.
O bondoso ancião acompanhava-lhe as palavras com sinais afirmativos. Depois de confortá-lo com a sua aprovação, recomendou-lhe a maior prudência. Seria razoável afastar-se quanto antes dali, do seu tugúrio. Os judeus de Damasco conheciam a parte que tivera na sua cura. Por causa disso, muita vez lhes suportara as injúrias e remoques. Certo, procurá-lo-iam, ali, para prendê-lo. Assim, era de opinião que se recolhesse à casa da consóror lavadeira, onde costumavam orar e estudar o Evangelho. Ela saberia acolhê-lo com bondade.
Saulo atendeu ao conselho sem hesitar.
Daí a três horas, o velho Ananias era procurado e interpelado. Atenta a sua conduta discreta, foi recolhido ao cárcere para ulteriores averiguações.
O fato é que, inquirido pela autoridade religiosa, apenas respondia:
— Saulo deve estar com Jesus.
Nos seus escrúpulos de consciência, o generoso velhinho entendia que, desse modo, não mentia aos homens nem comprometia um amigo fiel. Depois de preso e incomunicável 24 horas, deram-lhe liberdade após receber castigos dolorosos. A aplicação de vinte bastonadas deixara-lhe o rosto e as mãos gravemente feridos. Contudo, logo que se viu livre, esperou a noite e, cautamente, encaminhou-se à choupana humilde onde se realizavam as prédicas do “Caminho”. Reencontrando-se com o amigo, expôs-lhe o plano que vinha remediar a situação.
— Quando criança — exclamou Ananias prazeroso — assisti à fuga de um homem sobre os muros de Jerusalém.
E como se recapitulasse os pormenores do fato, na memória cansada, perguntou:
— Saulo, terias medo de fugir num cesto de vime?
— Por quê? — disse o moço sorridente. — Moisés não começou a vida num cesto sobre as águas? (Ex 2:1)
O velho achou graça na alusão e esclareceu o projeto. Não muito longe dali, havia grandes árvores junto dos muros da cidade. Alçariam o fugitivo num grande cesto, e depois, com insignificantes movimentos, ele poderia descer do outro lado, em condições de encetar a viagem para Jerusalém, conforme pretendia. O ex-rabino experimentou imensa alegria. Na mesma hora, a dona da casa foi buscar o concurso dos três irmãos de mais confiança. E quando o céu se fez mais sombrio, depois das primeiras horas da meia-noite, um pequeno grupo se reunia junto a muralha, em ponto mais distante do centro da cidade. Saulo beijou as mãos de Ananias, quase com lágrimas. Despediu-se em voz baixa dos amigos, enquanto um lhe entregava volumoso pacote de bolos de cevada. Na copa da árvore frondosa e escura, o mais jovem esperava o sinal. O moço tarsense entrou na sua embarcação improvisada e a evasão se deu no âmbito silencioso da noite.
Do outro lado, saiu lesto do cesto, deixando-se empolgar por estranhos pensamentos. Seria justo fugir assim? Não havia cometido crime algum. Não seria covarde deixar de comparecer perante a autoridade civil para os esclarecimentos necessários? Ao mesmo tempo, considerava que sua conduta não provinha de sentimentos pueris e inferiores, pois ia a Jerusalém desassombrado, buscaria avistar-se com os antigos companheiros, falar-lhes-ia abertamente, concluindo que também não seria razoável entregar-se inerme ao fanatismo tirânico da Sinagoga de Damasco.
Aos primeiros raios de sol, o fugitivo ia longe. Levava consigo os bolos de cevada como única provisão, e o Evangelho presenteado por como lembrança de tanto tempo de solidão e de luta.
A jornada foi assaz difícil e penosa. O cansaço obrigava-o a paradas constantes. Mais de uma vez recorreu à caridade alheia, no trajeto penoso. Com auxílio de camelos, cavalos ou dromedários, a viagem de Damasco a Jerusalém não exigia menos de uma semana de marchas exaustivas. Saulo, porém, ia a pé. Poderia talvez valer-se do concurso definitivo de alguma caravana, onde conseguisse os recursos imprescindíveis, mas preferiu familiarizar a vontade poderosa com os obstáculos mais duros. Quando a fadiga lhe sugeria o desejo de aguardar a cooperação eventual de outrem, buscava vencer o desânimo, punha-se novamente de pé, apoiava-se em cajados improvisados.
Depois de suaves recordações no local em que tivera a visão gloriosa do Messias ressuscitado, voltou a experimentar carinhosas emoções ao penetrar na Palestina, atravessando vagarosamente extensas regiões da Galileia. Fazia questão de conhecer o teatro das primeiras lutas do Mestre, identificar-se com as paisagens mais queridas, visitar Cafarnaum e Nazaret, ouvir a palavra dos filhos da região. Naquele tempo, já o ardoroso Apóstolo dos gentios desejava inteirar-se de todos os fatos referentes à vida de Jesus, ansiava por coordená-los com segurança, de maneira a legar aos irmãos em Humanidade o melhor repositório de informações sobre o Emissário Divino.
Quando chegou a Cafarnaum, um crepúsculo de ouro entornava maravilhas de luz na bucólica paisagem. O ex-rabino desceu religiosamente às margens do lago. Embebeu-se na contemplação das águas, marulhosas. Pensando em Jesus, no poder do seu amor, chorou, dominado por singular emoção. Queria ter sido pescador humilde para captar os ensinamentos sublimes na fonte de suas palavras generosas e imortais.
Por dois dias, ali permaneceu em suave embevecimento. Sem revelar-se, procurou , que o recebeu de boa vontade. Mostrou-lhe sua dedicação e conhecimento do Evangelho, falou da oportunidade de suas anotações. O filho de Alfeu alegrou-se ao contágio daquela palavra inteligente e confortadora. Saulo viveu em Cafarnaum horas deliciosas para o seu espírito emotivo. Fora ao local das pregações do Mestre; mais adiante, a casinha de ; além, a coletoria onde o Mestre fora chamar Levi para o desempenho de importante papel entre os apóstolos. Abraçou homens fortes, da localidade, que tinham sido cegos e leprosos, curados pelas mãos misericordiosas do Messias; foi a Dalmanuta, onde conheceu . Enriqueceu o mundo impressivo de suas observações, colhendo informes inéditos.
Daí a dias, depois de repousar em Nazaret, ei-lo às portas da cidade santa dos israelitas, extenuado de fadiga, das caminhadas penosas, das noites de vigília cujos sofrimentos muita vez lhe pareceram sem-fim.
Em Jerusalém, todavia, aguardavam-no outras surpresas não menos dolorosas.
Estava empolgado por ansiosas interrogações. Não mais tivera notícia dos pais, dos amigos, da irmã carinhosa, dos familiares sempre vivos na sua retentiva. Como o receberiam os companheiros mais sinceros? Não poderia esperar amáveis recepções do Sinédrio. O episódio de Damasco dava-lhe a perceber o estado de ânimo dos membros do Tribunal. Certo, fora sumariamente expulso do cenáculo mais conspícuo da raça. Em compensação, fora admitido pelo Cristo no cenáculo infinito das verdades eternas.
Dominado por essas reflexões, atravessou a porta da cidade, recordando o tempo em que, numa biga veloz, saía, noutro local, buscando a casa de Zacarias, na direção de Jope. As reminiscências das horas mais venturosas da mocidade encheram-lhe os olhos de pranto. Os transeuntes de Jerusalém estavam longe de imaginar quem era aquele homem magro e pálido, barba grande e olhos encovados, que passava arrastando-se de fadiga.
Após grande esforço, atingiu um prédio residencial do seu conhecimento. O coração palpitou-lhe apressado. Como simples mendigo, bateu à porta, em ansiosa expectativa.
Um homem de semblante severo atendeu secamente.
— Podeis informar, por favor — disse com humildade —, se ainda aqui reside uma senhora chamada Dalila?
— Não —, respondeu o outro, ríspido.
Aquele olhar duro não ensejava novas perguntas, mas, ainda assim, aventurou:
— Poderíeis dizer, por obséquio, para onde se mudou?
— Ora esta! — replicou o dono da casa irritadiço — dar-se-á que tenha de prestar contas a um mendigo? Daqui a pouco o senhor me perguntará se comprei esta casa; depois me pedirá o preço, exigirá datas, reclamará novas informações sobre os antigos moradores, tomará meu tempo com mil interrogações ociosas.
E, fixando em Saulo os olhos impassíveis, rematou de chofre:
— Nada sei, está ouvindo? Ponha-se na rua!…
O fugitivo de Damasco voltou serenamente para a via pública, enquanto o homenzinho dava expansão aos nervos doentes, batendo a porta com estrondo.
O ex-discípulo de refletiu na realidade amarga daquela primeira recepção simbólica. Jerusalém, certamente, nunca mais poderia conhecê-lo. Não obstante a impressão dolorosa, não se deixaria empolgar pelo desânimo. Resolveu procurar Alexandre, parente de Caifás e seu companheiro de atividades no Sinédrio e no Templo. Cansadíssimo, bateu-lhe à porta, com minguadas esperanças. Um servo da casa, depois da primeira pergunta, vinha trazer-lhe a alvissareira notícia de que o amo não se demoraria a atender.
Com efeito, daí a pouco, Alexandre recebia o desconhecido com indisfarçável surpresa.
Satisfeito por conseguir a atenção de um velho amigo, Saulo adiantou-se, cumprimentando-o com efusão.
O israelita ilustre não conseguiu ocultar o desapontamento e sentenciou com alguma generosidade nas palavras:
— Amigo, a que vindes a esta casa?
— Será possível que me não reconheças? — interrogou bem-humorado, apesar da imensa fadiga.
— Vossa fisionomia não me é de todo estranha, entretanto…
— Alexandre! — exclamou por fim, prazenteiro — não te recordas mais de Saulo?
Um grande abraço foi a resposta do amigo, que perguntava solícito, modificando o tratamento:
— Muito bem! Até que enfim! Graças a Deus vejo que estás curado! Não me enganei esperando que voltasses! Grande é o poder do Deus de Moisés!
Saulo compreendeu de pronto a ambiguidade daquelas expressões. Sentindo dificuldade em fazer-se entendido, procurava o melhor meio de explicar-se com êxito, enquanto o amigo prosseguia:
— Mas que aspecto é este? Olha que mais pareces um beduíno do deserto… Dize-me: quanto tempo durou a enfermidade pertinaz?
Saulo encheu-se de coragem e acentuou:
— Mas, há engano com certeza, ou estarás mal informado, porque nunca estive doente.
— Impossível! — disse Alexandre visivelmente desapontado depois de tantas demonstrações afetuosas. — Jerusalém anda repleta de lendas a teu respeito. Sadoc veio até aqui, há três anos, pedir providências enérgicas do Sinédrio para que se esclarecesse tua situação e, depois de longos debates, levou uma ordem de prisão contra ti. Desde essa época, lutei desesperadamente para que se modificassem as disposições da peça condenatória. Provei que, se havias adotado uma atitude simpática para com a gente do “Caminho”, certo, essa decisão obedecia a fins que não estávamos habilitados a compreender de pronto, como, por exemplo, o de sondar melhor a extensão de suas atividades revolucionárias.
Saulo não pôde conter-se e revidou, antes que o amigo continuasse:
— Mas, nesse caso, seria um hipócrita refalsado e indigno do cargo e de mim mesmo.
O outro, contrafeito, carregou o sobrolho.
— Aliás, ponderei todas as hipóteses e como não podia tomar-te por hipócrita — acentuou Alexandre procurando emendar a mão — consegui provar que tua atitude em Damasco provinha de transitória demência. Não era justo pensar de outro modo, mesmo porque, do contrário, serias também insincero conosco, na esfera do farisaísmo.
O ex-rabino sentiu a delicadeza do impasse. Havia renovado as concepções religiosas, mas estava diante de um amigo. Quando muitos o abandonavam, aquele o recebia fraternalmente. Era necessário não magoá-lo. Todavia, era impossível mascarar a verdade. Sentiu os olhos úmidos. Impunha-se-lhe testemunhar o Cristo a qualquer preço, embora tivesse de perder as maiores afeições do mundo.
— Alexandre — disse humildemente —, é verdade que iniciei o grande movimento de perseguição ao “Caminho”; mas, agora, é indispensável confessar que me enganei. Os Apóstolos galileus têm razão. Estamos no limiar de grandes transformações. Às portas de Damasco, Jesus me apareceu na sua gloriosa ressurreição e exortou-me ao serviço do seu Evangelho de amor.
A palavra saía-lhe tímida, lavada no desejo de não ferir as crenças do amigo, que, não obstante, deixava transparecer profunda decepção no rosto lívido.
— Não digas tais absurdos! — exclamou irônico e sorridente — desgraçadamente, vejo que o mal continua minando-te as forças físicas e mentais. A Sinagoga de Damasco tinha razão. Se não te conhecesse da infância, dar-te-ia agora o título de blasfemo e desertor.
O moço tarsense, não obstante a energia viril, estava desapontado.
— Aliás — prosseguiu o outro, assumindo ares de protetor —, desde o início de tua viagem não concordei com o mísero cortejo que levavas. Jonas e Demétrio são quase boçais, e Jacob vive de caduquices. Com semelhante companhia, qualquer perturbação da tua parte haveria de acarretar grandes desastres morais para a nossa posição.
— No entanto, Alexandre — dizia o ex-rabino um tanto humilhado —, devo insistir na verdade. Vi com estes olhos o Messias de Nazaret; ouvi-lhe a palavra de viva voz. Compreendendo os erros em que vivia, na minha defeituosa concepção da fé, demandei o deserto. Lá estive três anos em serviço rude e longas meditações. Minha convicção não é superficial. Creio, hoje, que Jesus é o Salvador, o Filho do Deus Vivo.
— Pois tua enfermidade — repetia Alexandre altaneiro, modificando o diapasão da intimidade — transtornou a vida de toda a tua família. Envergonhados com as notícias chegadas da Síria Jaques e Dalila mudaram-se de Jerusalém para a Cilícia. Quando soube da ordem de prisão lavrada pelo Sinédrio contra a tua pessoa, tua mãe faleceu em Tarso. Teu pai, que te educou com esmero, esperando da tua inteligência os maiores galardões de nossa raça, vive acabrunhado e infeliz. Teus amigos, cansados de suportar as ironias do povo, em Jerusalém, vivem esquivos e humilhados depois de te procurarem em vão. Não te doerá a visão deste quadro? Uma dor como esta não bastará para refazer-te o equilíbrio mental?
O ex-doutor da Lei tinha o coração ralado de angústia. Tantos dias ansiosos, tantas amarguras vividas no intuito de lograr alguma compreensão e repouso junto dos seus, via, agora, era tudo ilusão e ruinaria. A família desorganizada, a mãe morta, o pai infeliz; os amigos execravam-no; Jerusalém lançava-lhe ironias.
Vendo-o em tal atitude, o amigo regozijava-se intimamente, esperando ansioso o efeito de suas palavras.
Depois de concentrar-se um minuto, Saulo acentuou:
— Lamento ocorrências tão tristes e tomo a Deus por testemunha de que não cooperei intencionalmente para isso. No entanto, mesmo aqueles que ainda não aceitaram o Evangelho deveriam compreender, segundo a antiga Lei, que não devemos ser orgulhosos. , nada obstante a energia das recomendações, ensinou a bondade. Os profetas, que lhe sucederam, foram emissários de mensagens profundas para o nosso coração, que se perdia na iniquidade. nos concitou a buscar Jeová para conseguirmos viver. Lastimo que os meus afeiçoados se julguem ofendidos; mas é preciso considerar que, antes de ouvir qualquer julgamento ocioso do mundo, devemos buscar os juízos de Deus.
— Quer dizer que persistes nos teus erros? — perguntou Alexandre quase hostil.
— Não me sinto enganado. Dada a incompreensão geral — comentou o ex-rabino dignamente —, também me encontro em penosa situação; mas o Mestre não me faltará com o seu auxílio. Lembro-me dele e experimento grande conforto. Os afetos da família e a consideração dos amigos eram no mundo minha única riqueza. Contudo, encontrei nas anotações de Levi o caso de um moço rico, que me ensina a proceder nesta hora. Desde a infância procurei cumprir rigorosamente meus deveres; mas, se é preciso lançar mão da riqueza que me resta, para alcançar a iluminação de Jesus, renunciarei à própria estima deste mundo!…
Alexandre pareceu comover-se com o tom melancólico das últimas palavras. Saulo dava a impressão de alguém que estivesse prestes a chorar.
— Estás fundamente transtornado — objetou Alexandre —, só um demente poderia proceder assim.
— não era um louco e aceitou Jesus como o Messias prometido — acrescentou o ex-doutor invocando a venerável memória do grande rabino.
— Não creio! — disse o outro com ar superior.
Saulo baixou a fronte silencioso. Grande a humilhação daquela hora. Depois de havido como demente, era tido por mentiroso. Apesar disso, no auge da perplexidade, considerou que o amigo não estava em condições de compreende-lo integralmente. Refletia na situação embaraçosa, quando Alexandre voltou a dizer:
— Infelizmente, preciso convencer-me do estado precário do teu cérebro. Por enquanto, poderás ficar em Jerusalém à vontade, mas será justo não multiplicar o escândalo da tua enfermidade, com falsos panegíricos do carpinteiro de Nazaret. A decisão do Sinédrio que consegui com tantos sacrifícios, poderia modificar-se. Quanto ao mais — terminava como a despedi-lo —, sabes que continuo às tuas ordens para uma retificação definitiva de atitudes, a qualquer tempo.
Saulo compreendeu a advertência; não era preciso dilatar a entrevista. O amigo expulsava-o com boas maneiras.
Em dois minutos achou-se novamente na via pública. Era quase meio-dia, um dia quente. Sentiu sede e fome. Consultou a bolsa, estava quase vazia. Um resto do que recebera das mãos generosas do irmão de Gamaliel, ao deixar Palmira definitivamente. Procurou a pensão mais modesta de uma das zonas mais pobres da cidade. Em seguida a frugal refeição e antes que caíssem as sombras cariciosas da tarde, encaminhou-se esperançado para o velho casarão reformado, onde Simão Pedro e companheiros desenvolviam toda a atividade em prol da causa de Jesus.
No trajeto, recordou-se de quando fora ouvir Estêvão em companhia de Sadoc. Como tudo, agora, se passava inversamente! O crítico, de outrora, voltava para ser criticado. O juiz, transformado em réu, mergulhava o coração em singulares ansiedades. Como o receberiam na igreja do “Caminho”?
Parou à frente da habitação humilde. Pensava em Estêvão, mergulhado no passado, de alma opressa. Ante os colegas do Sinédrio, entestando as autoridades do , outra era a sua atitude. Conhecia-lhes as fraquezas peculiares, passara também pelas máscaras farisaicas e podia aquilatar de seus erros clamorosos. No entanto, defrontando os Apóstolos galileus, sagrada veneração se lhe impunha à consciência. Aqueles homens poderiam ser rudes e simples, podiam viver distanciados dos valores intelectuais da época, mas tinham sido os primeiros colaboradores de Jesus. Além disso, não poderia aproximar-se deles sem experimentar profundo remorso. Todos haviam sofrido vexames e humilhações por sua causa. Não fosse Gamaliel, talvez o próprio Pedro teria sido lapidado… Precisava consolidar as noções de humildade para manifestar seus desejos ardentes de cooperação sagrada com o Cristo. Em Damasco, lutara na sinagoga contra a hipocrisia de antigos companheiros; em Jerusalém, enfrentara Alexandre com todo o desassombro; entretanto, parecia-lhe que outra deveria ser sua atitude ali, onde tinha necessidade de renúncia para alcançar a reconciliação com aqueles a quem havia ferido.
Assomado de profundas reflexões, bateu à porta quase trêmulo.
Um dos auxiliares do serviço interno, de nome Prócoro, veio atender solicitamente.
— Irmão — disse o moço tarsense em tom humilde —, podeis informar se Pedro está?
— Vou saber — respondeu o interpelado, amistoso.
— Caso esteja — acrescentou Saulo algo indeciso —, dizei-lhe que Saulo de Tarso deseja falar-lhe em nome de Jesus.
Prócoro gaguejou um “sim”, com extrema palidez, fixou no visitante os olhos assombrados e afastou-se com dificuldade, sem dissimular a enorme surpresa. Era o perseguidor que voltava, depois de três anos. Lembrava-se, agora, daquela primeira discussão com Estêvão, em que o grande pregador do Evangelho sofrera tantos insultos. Em poucos momentos alcançava a câmara onde e confabulavam sobre os problemas internos. A notícia caiu entre ambos como uma bomba. Ninguém poderia prever tal coisa. Não acreditavam na lenda que Jerusalém enfeitava com detalhes desconhecidos, em cada comentário. Impossível que o algoz implacável dos discípulos do Senhor estivesse convertido à causa do seu Evangelho de amor e redenção.
O ex-pescador do “Caminho”, antes de recambiar o portador ao inesperado visitante, mandou chamar para resolverem os três a decisão a tomar.
O filho de Alfeu, transformado em rígido asceta, arregalou os olhos.
Depois das primeiras opiniões que traduziam receios justos e emitidas precipitadamente, Simão exclamou com grande prudência:
— Em verdade, ele nos fez o mal que pôde; entretanto, não é por nós que devemos temer e sim pela obra do Cristo que nos está confiada.
— Aposto em que toda essa história da conversão se resume numa farsa, a fim de que venhamos a cair em novas ciladas — replicou Tiago um tanto displicente.
— Por mim — disse João —, peço a Jesus nos esclareça, embora me recorde dos açoites que Saulo mandou aplicar-me no cárcere. Antes de tudo, é indispensável saber se o Cristo, de fato, lhe apareceu às portas de Damasco.
— Mas saber como? — dizia Pedro com profunda compreensão — Nosso material de reconhecimento é o próprio Saulo. Ele é o campo que revelará ou não a planta sagrada do Mestre. A meu ver, tendo a zelar um patrimônio que nos não pertence, somos obrigados a proceder como aconselha a prudência humana. Não é justo abrirmos as portas, quando não lhe conhecemos o intuito. Da primeira vez que aqui esteve, Saulo de Tarso foi tratado com o respeito que o mundo lhe consagrava. Busquei-lhe o melhor lugar para que ouvisse a palavra de Estêvão. Infelizmente, sua atitude desrespeitosa e irônica provocou escândalo, que culminou na prisão e morte do companheiro. Veio espontaneamente e voltou para prender-nos. Ao carinho fraternal, que lhe oferecemos, retribuiu com algemas e cordas. Assim me externando, também não devo esquecer a lição do Mestre, relativamente ao perdão, (Mt 18:21) e por isso reafirmo que não penso por nós, mas pelas responsabilidades que nos foram conferidas.
Ante considerações tão justas, os outros calaram, enquanto o ex-pescador acrescentava:
— Por conseguinte, não me é permitido recebe-lo nesta casa, sem maior exame, ainda que me não falte sincera boa vontade para isso. Resolvendo o assunto por essa forma, convocarei uma reunião para hoje à noite. O assunto é muito grave. Saulo de Tarso foi o primeiro perseguidor do Evangelho. Quero que todos cooperem comigo nas decisões a tomar, pois, de mim mesmo, não quero parecer nem injusto, nem imprevidente.
E depois de longa pausa, dizia para o emissário:
— Vai, Prócoro. Dize-lhe que volte depois, que não posso deixar os quefazeres mais urgentes.
— E se ele insistir? — perguntou o diácono preocupado.
— Se ele de fato aqui vem em nome de Jesus, saberá compreender e esperar.
Saulo aguardava ansiosamente o mensageiro. Era-lhe preciso encontrar alguém que o entendesse e lhe sentisse a transformação. Estava exausto. A igreja do “Caminho” era a derradeira esperança.
Prócoro transmitiu-lhe o recado com grande indecisão. Não era preciso mais para que tudo compreendesse. Os Apóstolos galileus não acreditavam na sua palavra. Agora examinava a situação com mais clareza. Percebia a indefinível e grandiosa misericórdia do Cristo visitando-o, inesperadamente, no auge do seu abismo espiritual às portas de Damasco. Pelas dificuldades para ir ter com Jesus, avaliava quanta bondade e compaixão seriam necessárias para que o Mestre o acolhesse, endereçando-lhe sagradas exortações, no encontro inesquecível.
O diácono fixou-o com simpatia. Saulo recebera a resposta altamente desapontado. Ficou pálido e trêmulo, como que envergonhado de si mesmo. Além disso, tinha aspecto doentio, olhos encovados, era pele e osso.
— Compreendo, irmão — disse de olhos molhados — Pedro tem motivos justos…
Aquelas palavras comoveram a Prócoro no mais íntimo da alma e, evidenciando seu bom desejo de ampará-lo, exclamou a demonstrar perfeito conhecimento dos fatos:
— Não trazeis de Damasco alguma apresentação de Ananias?
— Já tenho comigo as do Mestre.
— Como assim? — perguntou o diácono admirado.
— Jesus disse em Damasco — falou o visitante com serenidade — que mostraria quanto me compete sofrer por amor ao seu nome.
Intimamente, o ex-doutor da Lei sentia imensa saudade dos irmãos de Damasco, que o haviam tratado com a maior simplicidade. Entretanto, considerou, simultaneamente, que semelhante proceder era justo, porquanto dera provas na sinagoga e junto de Ananias, de que sua atitude não comportava simulação. Ao refletir que Jerusalém o recebia, em toda parte, como vulgar mentiroso, sentiu lágrimas quentes lhe afluírem aos olhos. Mas, para que o outro não lhe visse a sensibilidade ferida, exclamou justificando-se:
— Tenho os olhos cansados pelo sol do deserto! Podereis fornecer-me um pouco de água fresca?
O diácono atendeu prontamente.
Daí a instantes, Saulo mergulhava as mãos num grande jarro, lavando os olhos em água pura.
— Voltarei depois — disse em seguida, estendendo a mão ao auxiliar dos apóstolos, que se afastou impressionado.
Amargando a fraqueza orgânica, o cansaço, o abandono dos amigos, as desilusões mais acerbas, o moço de Tarso retirou-se cambaleante.
À noite, consoante deliberara, Simão Pedro, evidenciando admirável bom-senso, reuniu os companheiros de mais responsabilidade para considerar o assunto. Além dos Apóstolos galileus, estavam presentes os irmãos Nicanor, Prócoro, Pármenas, Timon, Nicolau e Barnabé, este último incorporado ao grupo de auxiliares mais diretos da igreja, por suas elevadas qualidades de coração.
Com permissão de Pedro, Tiago iniciou as conversações, manifestando-se contrário a qualquer espécie de auxílio imediato ao convertido da última hora. João ponderou que Jesus tinha poder para transformar os Espíritos mais perversos, como para levantar os mais infortunados da sorte. Prócoro relatou suas impressões a respeito do pertinaz perseguidor do Evangelho, ressaltando a compaixão que seu estado de saúde despertava nos corações mais insensíveis. Chegada a sua vez, Barnabé esclareceu que, ainda em Chipre, antes de transferir-se definitivamente para Jerusalém, ouvira alguns levitas descreverem a coragem com que o convertido falara na Sinagoga de Damasco, logo após a visão de Jesus.
O ex-pescador de Cafarnaum solicitou pormenores do companheiro, impressionado com a sua opinião. Barnabé explicou quanto sabia, manifestando o desejo de que resolvessem a questão com a maior benevolência.
Nicolau, percebendo a atmosfera de boa vontade que se formava em torno da figura do ex-rabino, objetava com a sua rigidez de princípios:
— Convenhamos que não é justo esquecer os aleijados que se encontram nesta casa, vítimas da odiosa truculência dos asseclas de Saulo. É das escrituras que se exija cuidado com os lobos que penetram no redil sob a pele das ovelhas. (Mt 7:15) O doutor da Lei, que nos fez tanto mal, sempre deu preferência às grandes expressões espetaculares contra o Evangelho, no Sinédrio. Quem sabe nos prepara atualmente nova armadilha de grande efeito?
A tal pergunta, o bondoso Barnabé curvou a fronte, em silêncio. Pedro notou que a reunião se dividia em dois grupos. De um lado estavam ele e João chefiando os pareceres favoráveis; do outro, Tiago e Filipe encabeçavam o movimento contrário. Acolhendo a admoestação de Nicolau, exprimiu-se com brandura:
— Amigos, antes da enunciação de qualquer ponto de vista pessoal, conviria refletirmos na bondade infinita do Mestre. Nos trabalhos de minha vida, anteriores ao Pentecostes, confesso que as faltas de toda sorte aparecem no meu caminho de homem frágil e pecador. Não hesitava em apedrejar os mais infelizes e cheguei, mesmo, a advertir o Cristo para faze-lo! Como sabeis, fui dos que negaram o Senhor na hora extrema. Entretanto, depois que nos chegou o conhecimento pela inspiração celeste, não será justo olvidarmos o Cristo em qualquer iniciativa. Precisamos pensar que, se Saulo de Tarso procura valer-se de semelhantes expedientes para desferir novos golpes nos servidores do Evangelho, então ele é ainda mais desgraçado que antes, quando nos atormentava abertamente. Sendo, pois, um necessitado, de qualquer modo não vejo razões para lhe recusarmos mãos fraternas.
Percebendo que Tiago preparava-se para defender o parecer de Nicolau, Simão Pedro continuou, depois de ligeira pausa:
— Nosso irmão acaba de referir-se ao símbolo do lobo que surge no redil com a pele das ovelhas generosas e humildes. Concordo com essa expressão de zelo. Também eu não pude acolher Saulo, quando hoje nos bateu à porta, atento à responsabilidade que me foi confiada. Nada quis decidir sem o vosso concurso. O Mestre nos ensinou que nenhuma obra útil se poderá fazer na Terra sem a cooperação fraternal. Mas, aproveitando o parecer enunciado, examinemos, com sinceridade, o problema imprevisto. Em verdade, Jesus recomendou nos acautelássemos contra o fermento dos fariseus, esclarecendo que o discípulo deverá possuir consigo a doçura das pombas e a prudência das serpentes. (Mt 10:16) Convenhamos em que, de fato, Saulo de Tarso possa ser o lobo simbólico. Ainda aí, após esse conhecimento hipotético, teríamos profunda questão a resolver. Se estamos numa tarefa de paz e de amor, que fazer com o lobo, depois da necessária identificação? Matar? Sabemos que isso não entra em nossa linha de conta. Não seria mais razoável refletir nas possibilidades da domesticação? Conhecemos homens rudes que conseguem dominar cães ferozes. Onde estaria, pois, o espírito que Jesus nos legou como sagrado patrimônio, se por temores mesquinhos deixássemos de praticar o bem?
A palavra concisa do Apóstolo tivera efeito singular. O próprio Tiago parecia desapontado pelas anteriores reflexões. Em vão Nicolau procurou argumentos novos para formular outras objeções. Observando o pesado silêncio que se fizera, Pedro sentenciou serenamente:
— Desse modo, amigos, proponho convidarmos Barnabé para visitar pessoalmente o doutor de Tarso, em nome desta casa. Ele e Saulo não se conhecem, valorizando-se melhor semelhante oportunidade, porque, ao vê-lo, o moço tarsense nada terá que recordar do seu passado em Jerusalém. Se fosse visitado, pela primeira vez, por um de nós, talvez se perturbasse, julgando nossas palavras como de alguém que lhe fosse pedir contas.
João aplaudiu a ideia calorosamente. Em face do bom-senso que as expressões de Pedro revelavam, Tiago e Filipe mostravam-se satisfeitos e tranquilos. Combinou-se a diligência de Barnabé para o dia seguinte. Aguardariam Saulo de Tarso com interesse. Se, de fato sua conversão fosse real, tanto melhor.
O diácono de Chipre destacava-se por sua grande bondade. Sua expressão carinhosa e humilde, seu espírito conciliador, contribuíam, na igreja, para a solução pacífica de todos os assuntos.
Com um sorriso generoso, Barnabé abraçou o ex-rabino, pela manhã, na pensão em que ele se hospedara. Nenhum traço da sua nova personalidade indiciava aquele perseguidor famoso, que fizera Simão Pedro decidir a convocação dos amigos para resolver o seu acolhimento. O ex-doutor da Lei era todo humildade e estava doente. Indisfarçável fadiga transparecia-lhe nos mínimos gestos. A fisionomia não iludia um grande sofrimento. Correspondia às palavras afetuosas do visitante com um sorriso triste e acanhado. Via-se-lhe, entretanto, a satisfação que a visita lhe causava. O gesto espontâneo de Barnabé sensibilizava-o. A seu pedido, Saulo contou-lhe a viagem a Damasco e a gloriosa visão do Mestre, que constituía o marco inolvidável da sua vida. O ouvinte não dissimulou simpatias. Em poucas horas sentia-se tão identificado com o novo amigo, quais se fossem conhecidos de longos anos. Após a conversação, Barnabé pretextou qualquer coisa para dirigir-se ao dono da hospedaria, a quem pagou as despesas da hospedagem. Em seguida, convidou-o a acompanhá-lo à igreja do “Caminho”. Saulo não deixou de hesitar, enquanto o outro insistia.
— Receio — disse o moço tarsense um tanto indeciso —, pois já ofendi muito a Simão Pedro e demais companheiros. Só por acréscimo de misericórdia do Cristo consegui uma réstia de luz, para não perder totalmente meus dias.
— Ora essa! — exclamou Barnabé, batendo-lhe no ombro com bonomia — quem não terá errado na vida? Se Jesus nos tem valido a todos, não é porque o mereçamos, mas pela necessidade de nossa condição de pecadores.
Em poucos minutos, encontravam-se a caminho, notando o emissário de Pedro o penoso estado de saúde do antigo rabino. Muito pálido e abatido, parecia caminhar com esforço; tremiam-lhe as mãos, sentia-se febril. Deixava-se levar como alguém que conhecesse a necessidade de amparo. Sua humildade comovia o outro, que, a seu respeito, ouvira tantas referências desairosas.
Chegados a casa, Prócoro lhes abriu a porta, mas, desta vez, Saulo não ficaria a esperar indefinidamente. Barnabé tomou-lhe a mão, afetuoso, e dirigiram-se para o vasto salão, onde Pedro e Timon os esperavam. Saudaram-se em nome de Jesus. O antigo perseguidor empalidecera mais. Por sua vez, ao vê-lo, Simão não ocultou um movimento de espanto ao notar-lhe a diferença física.
Aqueles olhos encovados, a extrema fraqueza orgânica, falavam aos Apóstolos galileus de profundos sofrimentos.
— Irmão Saulo — disse Pedro comovido —, Jesus quer que sejas bem-vindo a esta casa.
— Assim seja — respondeu o recém-chegado, de olhos úmidos.
Timon abraçou-o com palavras afetuosas, em lugar de João que se ausentara ao amanhecer, a serviço da confraria de Jope.
Em breves momentos, vencendo o constrangimento do primeiro contato com os amigos pessoais do Mestre depois de tão longa ausência, o moço tarsense, atendendo-lhes ao pedido, relatava a jornada de Damasco com todos os pormenores do grande acontecimento, evidenciando singular emotividade nas lágrimas que lhe banhavam o rosto. Sensibilizara-se, sobremaneira, ao relembrar tamanhas graças. Pedro e Timon já não tinham dúvidas. A visão do ex-rabino tinha sido real. Ambos em companhia de Barnabé, seguiram a descrição até ao fim, com olhos cheios de pranto. Efetivamente, o Mestre voltara, a fim de converter o grande perseguidor da sua doutrina. Requisitando Saulo de Tarso para o redil do seu amor revelara, mais uma vez, a lição imortal do perdão e da misericórdia.
Terminada a narrativa, o ex-doutor da Lei estava cansado e abatido. Instado a explanar suas novas esperanças, seus projetos de trabalho espiritual, bem como o que pretendia fazer em Jerusalém, confessou-se desde logo profundamente reconhecido por tanto interesse afetuoso e falou com certa timidez:
— Necessito entrar numa fase ativa de trabalho com que possa desfazer meu passado culposo. É verdade que fiz todo o mal à igreja de Jesus, em Jerusalém; mas, se a misericórdia de Jesus dilatar minha permanência no mundo, empregarei o tempo em estender esta casa de amor e paz a outros lugares da Terra.
— Sim — replicou Simão ponderadamente —, certo que o Messias renovará tuas forças, de modo a poderes atender a tão nobre cometimento, na época oportuna.
Saulo parecia confortar-se com a palavra de encorajamento; deixando perceber que desejava consolidar a confiança dos ouvintes, arrancou das dobras da túnica rafada um rolo de pergaminhos e, apresentando-o ao ex-pescador de Cafarnaum, disse sensibilizado:
— Aqui está uma relíquia da amizade de Gamaliel que trago invariavelmente comigo. Pouco antes de morrer, ele deu-me a cópia das anotações de Levi, concernentes à vida e feitos do Salvador. Tinha em grande conta estas notas, porque as recebeu desta casa, na primeira visita que lhe fez.
Simão Pedro, evocando gratas recordações, tomou os pergaminhos com vivo interesse. Saulo verificava que o presente de Gamaliel tivera a finalidade prevista pelo generoso doador. Desde esse instante, os olhos do antigo pescador fixaram-se nele com mais confiança. Pedro falou da bondade do generoso rabino, informando-se da sua vida em Palmira; dos seus últimos dias, do seu traspasse. O discípulo atendia satisfeito.
Voltando ao assunto das suas novas perspectivas, explicou-se mais amplamente, sempre humilde:
— Tenho muitos planos de trabalho para o futuro, mas, sinto-me combalido e doente. O esforço da última viagem, sem recursos de qualquer natureza agravou-me a saúde. Sinto-me febril, o corpo dolorido, a alma exausta.
— Tens falta de dinheiro? — interrogou Simão bondosamente.
— Sim… — respondeu hesitante.
— Essas necessidades — esclareceu Pedro — já foram providas em parte. Não te preocupes em demasia. Recomendei a Barnabé que pagasse as primeiras despesas da hospedaria e, quanto ao mais, convidamos-te a repousar conosco o tempo que quiseres. Esta casa é também tua. Usa de nossas possibilidades como te aprouver.
O hóspede sensibilizou-se. Recordando o passado, sentia-se ferido no seu amor-próprio; mas, ao mesmo tempo, rogava a Jesus o auxiliasse para não desprezar as oportunidades de aprendizado.
— Aceito… — respondeu em voz reticenciosa, revelando acanhamento —, ficarei convosco enquanto minha saúde necessitar de tratamento…
E como se tivesse extrema dificuldade em acrescentar um pedido ao favor que aceitava, depois de longa pausa em que se lhe notava o esforço para falar, solicitou comovedoramente:
— Caso fosse possível, desejaria ocupar o mesmo leito em que Estêvão foi recolhido, generosamente, nesta casa.
Barnabé e Pedro ficaram altamente emocionados. Todos haviam combinado não fazer alusão ao pregador massacrado sob apupos e pedradas. Não queriam relembrar o passado perante o convertido de Damasco, ainda mesmo que sua atitude não fosse essencialmente sincera.
Ouvindo-o, o antigo pescador de Cafarnaum chegou quase a chorar. Com extrema dedicação, satisfez-lhe o pedido e, assim, foi ele conduzido ao interior, onde se acomodou entre lençóis muito alvos. Pedro fez mais: compreendendo a profunda significação daquele desejo, trouxe ao convertido de Damasco os singelos pergaminhos que o mártir utilizava diariamente no estudo e meditação da Lei, dos Profetas e do Evangelho. Apesar da febre, Saulo regozijou-se. Tomado de profunda comoção, nas passagens prediletas dos pergaminhos sagrados, leu o nome de “Abigail”, grafado diversas vezes. Ali estavam frases peculiares à dialética da noiva amada, datas que coincidiam, perfeitamente, com as suas revelações íntimas, quando ambos se entretinham a falar do passado, no pomar de Zacarias. A palavra “Corinto” era repetida muitas vezes. Aqueles documentos pareciam ter uma voz. Falavam-lhe ao coração, de um grande e santo amor fraternal. Ouvia-a em silêncio e guardou as conclusões avaramente. Não revelaria a ninguém suas íntimas dores. Bastavam aos outros os grandes erros da sua vida pública, os remorsos, as retificações que, apesar de verificadas em campo aberto, raros amigos conseguiam compreender. Observando-lhe a atitude de constante meditação, Pedro desdobrou-se na tarefa de assistência fraternal. Eram as palavras amigas, os comentários acerca do poder de Jesus, os caldos suculentos, as frutas substanciosas, a palavra de bom ânimo. Por tudo isso, sensibilizava-se o doente, sem saber como traduzir sua gratidão imperecível.
Entretanto, notou que Tiago, filho de Alfeu, receoso, talvez, dos seus antecedentes, não se dignava dirigir-lhe uma palavra. Arvorado em rígido cumpridor da Lei de Moisés, dentro da igreja do “Caminho”, era percebido, de vez em quando, pelo moço tarsense, qual sombra impassível a deslizar, balbuciando preces silenciosas, entre os enfermos. A princípio, sentiu quanto lhe doía aquele desinteresse; mas logo considerou a necessidade de humilhar-se diante de todos. Nada fizera, ainda, que pudesse positivar suas novas convicções. Quando dominava no Sinédrio, também não perdoava as adesões de última hora.
Logo que entrou a convalescer, já plenamente identificado com a afeição de Pedro, pediu-lhe conselhos sobre os planos que tinha em mente, encarecendo a máxima franqueza, para que pudesse enfrentar a situação, por mais duras que lhe fossem as circunstâncias.
— De minha parte — disse o Apóstolo ponderadamente — não me parece razoável permaneceres em Jerusalém, por enquanto, neste período de renovação. Para falar com sinceridade, há que considerar teu novo estado d’alma como a planta preciosa que começa a germinar. É necessário dar liberdade ao germe divino da fé. Na hipótese da tua permanência aqui, encontrarias, diariamente, de um lado os sacerdotes intransigentes em guerra contra o teu coração; e do outro, as pessoas incompreensíveis, que falam nas extremas dificuldades do perdão, embora conheçam, de sobra, as lições do Mestre nesse sentido. Não deves ignorar que a perseguição aos simpatizantes do “Caminho” deixou traços muito profundos na alma popular. Não raro, aqui chegam pessoas mutiladas, que amaldiçoam o movimento. Isso para nós, Saulo, está num passado que jamais voltará; contudo, essas criaturas não o poderão compreender assim, de pronto. Em Jerusalém estarias mal colocado. O germe de tuas novas convicções encontraria mil elementos hostis e talvez ficasses à mercê da exasperação.
O rapaz ouviu as advertências ralado de angústia, sem protestar. O Apóstolo tinha razão. Em toda a cidade encontraria críticas soezes e destruidoras.
— Voltarei a Tarso… — disse com humildade —, é possível que meu velho pai compreenda a situação e ajude meus passos. Sei que Jesus abençoará meus esforços. Se é preciso recomeçar a existência, recomeçá-la-ei no lar de onde provim…
Simão contemplou-o com ternura, admirado daquela transformação espiritual.
Diariamente, ambos reatavam as palestras amistosas. O convertido de Damasco, inteligência fulgurante, revelava curiosidade insaciável a respeito da personalidade do Cristo, dos seus mínimos feitos e mais sutis ensinamentos. Outras vezes, solicitava ao ex-pescador todos os informes possíveis sobre Estêvão, regozijando-se com as lembranças de Abigail, embora guardasse avaramente os pormenores do seu romance da mocidade. Inteirou-se, então, dos pesados trabalhos do pregador do Evangelho quando no cativeiro; da sua dedicação a um patrício de nome Sérgio Paulo; da fuga em miserável estado de saúde, no porto palestinense; do ingresso na igreja do “Caminho” como indigente, das primeiras noções do Evangelho e consequente iluminação em Cristo Jesus. Encantava-se, ouvindo as narrativas simples e amorosas de Pedro, que revelava sua veneração ao mártir evitando melindrá-lo na sua condição de verdugo repeso.
Logo que pôde levantar-se da cama, foi ouvir as pregações naquele mesmo recinto onde insultara o irmão de Abigail, pela primeira vez. Os expositores do Evangelho eram, mais frequentemente, Pedro e Tiago. O primeiro falava com profunda prudência, embora se valesse de maravilhosas expressões simbólicas. O segundo, entretanto, parecia torturado pela influência judaizante. Tiago dava a impressão de reingresso na maioria dos ouvintes, nos regulamentos farisaicos. Suas preleções fugiam ao padrão de liberdade e de amor em Jesus-Cristo. Revelava-se encarcerado nas concepções estreitas do judaísmo dominante. Longos períodos de seus discursos referiam-se às carnes impuras, às obrigações para com a Lei, aos imperativos da circuncisão. A assembleia também parecia completamente modificada. A igreja assemelhava-se muito mais a uma sinagoga comum. Israelitas, em atitude solene, consultavam pergaminhos e papiros que continham as prescrições de Moisés. Saulo procurou, em vão, a figura impressionante dos sofredores e aleijados que vira no recinto, quando ali esteve pela primeira vez. Curiosíssimo, notou que Simão Pedro atendia-os numa sala contígua, com grande bondade. Aproximou-se mais e pôde observar que, enquanto a pregação reproduzia a cena exata das sinagogas, os aflitos se sucediam ininterruptamente na sala humilde do ex-pescador de Cafarnaum. Alguns saiam conduzindo bilhas de remédio, outros levavam azeite e pão.
Saulo impressionou-se. A igreja do “Caminho” parecia muito mudada. Faltava-lhe alguma coisa. O ambiente geral era de asfixia de todas as ideias do Nazareno. Não mais encontrou ali a grande vibração de fraternidade e de unificação de princípios pela independência espiritual. Depois de aturadas reflexões, tudo atribuía à falta de Estêvão. Morto este, extinguira-se o esforço do Evangelho livre; pois fora ele o fermento divino da renovação. Somente agora se capacitava da grandeza da sua elevada tarefa.
Quis pedir a palavra, falar como em Damasco, zurzir os erros de interpretação, sacudir a poeira que se adensava sobre o imenso e sagrado idealismo do Cristo, mas lembrou as ponderações de Pedro e calou-se. Não era justo, por enquanto, verberar o procedimento de outrem, quando não dera obras de si mesmo, por testemunhar a própria renovação. Se tentasse falar, podia ouvir, talvez, reprimendas justas. Além disso, notava que os conhecidos de outros tempos, frequentadores agora da igreja do “Caminho”, sem abandonar, de modo algum, seus princípios errôneos, olhavam-no de soslaio, sem dissimular desprezo, considerando-o em perturbação mental. No entanto, era com esforço supremo que sopitava o desejo de terçar armas, mesmo ali, para restauração da verdade pura.
Após a primeira reunião, procurou oportunidade de estar a sós com o ex-pescador de Cafarnaum, a fim de se inteirar das inovações observadas.
— A tempestade que desabou sobre nós — explicou Pedro generosamente, sem qualquer alusão ao seu procedimento de outrora — levou-me a sérias meditações. Desde a , notei que Tiago sofrera profundas transformações. Entregou-se a uma vida de grande ascetismo e rigoroso cumprimento da Lei de Moisés. Pensei muito na mudança das suas atitudes, mas, por outro lado, considerei que ele não é mau. É companheiro zeloso, dedicado e leal. Calei-me para mais tarde concluir que tudo tem uma razão de ser. Quando as perseguições apertaram o cerco, a atitude de Tiago, embora pouco louvável, quanto à liberdade do Evangelho, teve seu lado benéfico. Os delegados mais truculentos respeitaram-lhe o devocionismo moisaico e suas amizades sinceras no judaísmo nos permitiram a manutenção do patrimônio do Cristo. Eu e João tivemos horas angustiosas, na consideração desses problemas. Estaríamos sendo insinceros, falsearíamos a verdade? Ansiosamente rogamos a inspiração do Mestre. Com o auxílio de sua divina luz, chegamos a criteriosas conclusões. Seria justo lutar a videira ainda tenra com a figueira brava? Se fôssemos atender ao impulso pessoal de combater os inimigos da independência do Evangelho, esqueceríamos fatalmente, a obra coletiva. Não é lícito que o timoneiro, por testemunhar a excelência de conhecimentos náuticos, atire o barco contra os rochedos, com prejuízo de vida para quantos confiaram no seu esforço. Consideramos, assim, que as dificuldades eram muitas e precisávamos, enquanto mínima fosse a nossa possibilidade de ação, conservar a árvore do Evangelho ainda tenra, para aqueles que viessem depois de nós. Além do mais, Jesus ensinou que só conseguimos elevados objetivos, neste mundo, cedendo alguma coisa de nós mesmos. Por intermédio de Tiago, o farisaísmo acede em caminhar conosco. Pois bem: consoante os ensinamentos do Mestre, caminharemos as milhas possíveis. E julgo mesmo que, se Jesus assim nos ensinou, é porque na marcha temos a oportunidade de ensinar alguma coisa e revelar quem somos.
Enquanto Saulo o contemplava com redobrada admiração pelos judiciosos conceitos emitidos, o Apóstolo rematava:
— Isso passa! A obra é do Cristo. Se fosse nossa, falharia por certo, mas nós não passamos de simples e imperfeitos cooperadores.
Saulo guardou a lição e recolheu-se pensativo. Pedro parecia-lhe muito maior agora, no seu foro íntimo. Aquela serenidade, aquele poder de compreensão dos fatos mínimos, davam-lhe ideia da sua profunda iluminação espiritual.
De saúde refeita, antes de qualquer deliberação sobre o novo caminho a tomar, o moço tarsense desejou rever Jerusalém num impulso natural de afeição aos lugares que lhe sugeriam tantas lembranças cariciosas. Visitou o Templo, experimentando o contraste das emoções. Não se animou a penetrar no Sinédrio, mas procurou, ansioso, a Sinagoga dos cilicianos, onde presumia reencontrar as amizades nobres e afáveis de outros tempos. Entretanto, mesmo ali onde se reuniam os conterrâneos residentes em Jerusalém, foi recebido friamente. Ninguém o convidou ao labor da palavra. Apenas alguns conhecidos de sua família apertaram-lhe a mão secamente, evitando-lhe a companhia, de modo ostensivo. Os mais irônicos, terminados os serviços religiosos, dirigiram-lhe perguntas, com sorrisos escarninhos. Sua conversão às portas de Damasco era glosada com ditérios acerados e deprimentes.
— Não seria algum sortilégio dos feiticeiros do “Caminho”? — diziam uns. — Não seria Demétrio que se vestira de Cristo e lhe deslumbrara os olhos doentes e fatigados? — interrogavam outros.
Percebeu as ironias de que estava sendo objeto. Tratavam-no como demente. Foi aí que, sem sopitar a impulsividade do coração honesto, subiu ousadamente num estrado e falou com orgulho:
— Irmãos da Cilícia, estais enganados. Não estou louco. Não buscais arguir-me porque eu vos conheço e sei medir a hipocrisia farisaica.
Estabeleceu-se luta imediata. Velhos amigos vociferavam impropérios. Os mais ponderados cercaram-no como se o fizessem a um doente e pediram-lhe que se calasse. Saulo precisou fazer um esforço heroico para conter a indignação. A custo, conseguiu dominar-se e retirou-se. Em plena via pública, sentia-se assaltado por ideias escaldantes. Não seria melhor combater abertamente, pregar a verdade sem consideração pelas máscaras religiosas que enchiam a cidade? A seus olhos, era justo refletir na guerra declarada aos erros farisaicos. E se, ao contrário das ponderações de Pedro, assumisse em Jerusalém a chefia de um movimento mais vasto, a favor do Nazareno? Não tivera a coragem de perseguir-lhe os discípulos, quando os doutores do Sinédrio eram todos complacentes? Por que não assumir, agora, a atitude da reparação, encabeçando um movimento em contrário? Havia de encontrar alguns amigos que se lhe associassem ao esforço ardente. Com esse gesto, auxiliaria o próprio irmão na sua tarefa dignificante em prol dos necessitados.
Fascinado com tais perspectivas, penetrou no Templo famoso. Recordou os dias mais recuados da infância e da primeira juventude. O movimento popular no recinto já lhe não despertava o interesse de outrora. Instintivamente, aproximou-se do local onde Estêvão sucumbira. Lembrou a cena dolorosa, detalhe por detalhe. Penosa angústia assomava-lhe ao coração. Orou com fervor ao Cristo. Entrou na sala onde estivera a sós com Abigail, a ouvir as últimas palavras do mártir do Evangelho. Compreendia, enfim, a grandeza daquela alma que o perdoara in extremis. Cada palavra do moribundo ressoava-lhe agora, estranhamente, nos ouvidos. A elevação de Estêvão fascinava-o. O pregador do “Caminho” havia-se imolado por Jesus! Por que não faze-lo também? Era justo ficar em Jerusalém, seguir-lhe os passos heroicos, para que a lição do Mestre fosse compreendida. Na recordação do passado, o moço tarsense mergulhava-se em preces fervorosas. Suplicava a inspiração do Cristo para seus novos caminhos. Foi aí que o convertido de Damasco, exteriorizando as faculdades espirituais, fruto das penosas disciplinas, observou que um vulto luminoso surgia inopinadamente a seu lado, falando-lhe com inefável ternura:
— Retira-te de Jerusalém, porque os antigos companheiros não aceitarão, por enquanto, o testemunho!
Sob o palio de Jesus, Estêvão seguia-lhe os passos na senda do discipulado, embora a posição transcendente de sua assistência invisível. Saulo, naturalmente, cuidou que era o próprio Cristo o autor da carinhosa advertência e, fundamente impressionado, demandou a igreja do “Caminho”, informando a Simão Pedro o que ocorrera.
— Entretanto — acabou dizendo ao generoso Apóstolo que o ouvia admirado —, não devo ocultar que tencionava agitar a opinião religiosa da cidade, defender a causa do Mestre, restabelecer a verdade em sua feição integral.
Enquanto o ex-pescador escutava em silêncio, como a reforçar a resposta, o novo discípulo continuava:
— Estêvão não se entregou ao sacrifício? Sinto que nos falta aqui uma coragem igual à do mártir, sucumbido às pedradas da minha ignorância.
— Não, Saulo — replicou Pedro com firmeza —, não seria razoável pensar assim. Tenho maior experiência da vida, embora não tenha cabedais de inteligência semelhantes aos teus. Está escrito que o discípulo não poderá ser maior que o mestre. (Lc 6:40) Aqui mesmo, em Jerusalém, vimos Judas cair numa cilada igual a esta. Nos dias angustiosos do Calvário, em que o Senhor provou a excelência e a divindade do seu amor e, nós, o amargo testemunho da exígua fé, condenamos o infortunado companheiro. Alguns irmãos nossos mantêm, até o presente, a opinião dos primeiros dias; mas em contato com a realidade do mundo, cheguei à conclusão de que Judas foi mais infeliz que perverso. Ele não acreditava na validade das obras sem dinheiro, não aceitava outro poder que não fosse o dos príncipes do mundo. Estava sempre inquieto pelo triunfo imediato das ideias do Cristo. Muitas vezes, vimo-lo altercar, impaciente, pela construção do Reino de Jesus, adstrito aos princípios políticos do mundo. O Mestre sorria e fingia não entender as insinuações, como quem estava senhor do seu divino programa. Judas, antes do apostolado, era negociante. Estava habituado a vender a mercadoria e receber o pagamento imediato. Julgo, nas meditações de agora, que ele não pôde compreender o Evangelho de outra forma, ignorando que Deus é um credor cheio de misericórdia, que espera generosamente a todos nós, que não passamos de míseros devedores. Talvez amasse profundamente o Messias, contudo, a inquietação fê-lo perder na oportunidade sagrada. Tão só pelo desejo de apressar a vitória, engendrou a tragédia da cruz, com a sua falta de vigilância.
Saulo ouvia assombrado aquelas considerações justas e o bondoso Apóstolo continuava:
— Deus é a Providência de todos. Ninguém está esquecido. Para que ajuízes melhor da situação admitamos que fosses mais feliz que Judas. Figuremos tua vitória pessoal no feito. Concedamos que pudesses atrair para o Mestre toda a cidade. E depois? Deverias e poderias responder por todos os que aderissem ao teu esforço? A verdade é que poderias atrair, nunca, porém, converter. Como não te fosse possível atender a todos, em particular, acabarias execrado pela mesma forma. Se Jesus, que tudo pode neste mundo sob a égide do Pai, espera com paciência a conversão do mundo, por que não poderemos esperar, de nossa parte? A melhor posição da vida é a do equilíbrio. Não é justo desejar fazer nem menos, nem mais do que nos compete, mesmo porque o Mestre sentenciou que a cada dia bastam os seus trabalhos. (Mt 6:34)
O convertido de Damasco estava surpreso a mais não poder. Simão apresentava argumentos irretorquíveis. Sua inspiração assombrava-o.
— À vista do que ocorreu — prosseguiu o ex-pescador serenamente —, importa que te vás logo que caia a noite. A luta iniciada na Sinagoga dos cilícios é muito mais importante que os atritos de Damasco. É possível que amanhã procurem encarcerar-te. Além disso, a advertência recebida no Templo não é de molde a procrastinarmos providências indispensáveis.
Saulo concordou de boamente com o alvitre. Poucas vezes na vida escutara observações tão sensatas.
— Pretendes voltar à Cilícia? — disse Pedro com inflexão paternal.
— Já não tenho mais aonde ir — respondeu com resignado sorriso.
— Pois bem, partirás para Cesareia. Temos ali amigos sinceros que te poderão auxiliar.
O programa de Simão Pedro foi rigorosamente cumprido. À noite, quando Jerusalém se envolvia em grande silêncio, um cavaleiro humilde transpunha as portas da cidade, na direção dos caminhos que conduziam ao grande porto palestinense.
Torturado pelas apreensões constantes da sua nova vida, chegou a Cesareia decidido a não se deter ali muito tempo. Entregou as cartas de Pedro que o recomendavam aos amigos fiéis. Recebido com simpatia por todos, não teve dificuldades em retomar o caminho da cidade natal.
Dirigindo-se agora para o cenário da infância, sentia-se extremamente comovido com as mínimas recordações. Aqui, um acidente do caminho a sugerir cariciosas lembranças; ali, um grupo de árvores envelhecidas a despertarem especial atenção. Várias vezes, passou por caravanas de camelos que lhe faziam relembrar as iniciativas paternas. Tão intensa lhe fora a vida espiritual nos últimos anos, tão grandes as transformações, que a vida do lar se lhe figurava um sonho bom, de há muito desvanecido. Através de Alexandre, recebera as primeiras notícias de casa. Lamentava a partida de sua mãe, justamente quando tinha maior necessidade da sua compreensão afetuosa; mas entregava a Jesus os seus cuidados, nesse particular. Do velho pai não era razoável esperar um entendimento mais justo. Espírito formalista, radicado ao farisaísmo de maneira integral, certo não aprovaria a sua conduta.
Atingiu as primeiras ruas de Tarso, de alma opressa. As recordações sucediam-se ininterruptas.
Batendo à porta do lar paterno, pela fisionomia indiferente dos servos compreendeu como voltava transformado. Os dois criados mais antigos não o reconheceram. Guardou silêncio e esperou. Ao fim de longa espera, o genitor foi recebê-lo. O velho Isaac amparando-se ao cajado, nas adiantadas expressões de um reumatismo pertinaz, não dissimulou um gesto largo de espanto. É que reconhecera de pronto o filho.
— Meu filho!… — disse com voz enérgica, procurando dominar a emoção — será possível que os olhos me enganem?
Saulo abraçou-o afetuosamente, dirigindo-se ambos para o interior.
Isaac sentou-se e, buscando penetrar o íntimo do filho, com o olhar percuciente interrogou em tom de censura:
— Será que estás mesmo curado?
Para o rapaz, tal pergunta era mais um golpe desferido na sua sensibilidade afetiva. Sentia-se cansado, derrotado, desiludido; necessitava de alento para recomeçar a existência num idealismo maior e até o pai o reprovava com perguntas absurdas! Ansioso de compreensão, retrucou de maneira comovedora:
— Meu pai, por piedade, acolhei-me!… Não estive doente, mas sou agora necessitado pelo espírito! Sinto que não poderei reiniciar minha carreira na vida sem algum repouso!… Estendei-me vossas mãos!…
Conhecendo a austeridade paterna e a extensão das próprias necessidades naquela hora difícil do seu caminho, o ex-doutor de Jerusalém humilhou-se inteiramente, pondo na voz toda a fadiga que se lhe represava no coração.
O ancião israelita contemplou-o firme, solene, e sentenciou sem compaixão:
— Não estiveste doente? Que significa então a triste comédia de Damasco? Os filhos podem ser ingratos e conseguem esquecer, mas os pais, se nunca os retiram do pensamento, sabem sentir melhor a crueldade do seu proceder… Não te doeria ver-nos vencidos e humilhados com a vergonha que lançaste sobre nossa casa? Ralada de desgostos, tua mãe encontrou lenitivo na morte; mas, eu? Acreditas-me insensível à tua deserção? Se resisti, foi porque guardava a esperança de buscar Jeová, supondo que tudo não passasse de mal-entendido, que uma perturbação mental houvesse atirado contigo na incompreensão e nas críticas injustificáveis do mundo!… Criei-te com todo o desvelo que um pai, da nossa raça, costuma dedicar ao único filho varão.. Sintetizavas gloriosas promessas para nossa estirpe. Sacrifiquei-me por ti, cumulei-te de afagos, não poupei esforços para que pudesses contar com os mestres mais sábios, cuidei da tua mocidade, enchi-te com a ternura do coração e é desse modo que retribuis as dedicações e os carinhos do lar?
Saulo podia enfrentar muitos homens armados, sem abdicar a coragem desassombrada que lhe assinalava as atitudes. Podia verberar o procedimento condenável dos outros, ocupar a mais perigosa tribuna para o exame das hipocrisias humanas, mas, diante daquele velhinho que não mais podia renovar a fé, e considerando a amplitude dos seus sagrados sentimentos paternais, não reagiu e começou a chorar.
— Choras? — continuou o ancião com grande secura. — Mas eu nunca te dei exemplos de covardia! Lutei com heroísmo nos dias mais difíceis, para que nada te faltasse. Tua fraqueza moral é filha do perjúrio, da traição. Tuas lágrimas vêm do remorso inelutável! Como enveredaste, assim, pelo caminho da mentira execrável? Com que fim engendraste a cena de Damasco para repudiar os princípios que te alimentaram do berço? Como abandonar a situação brilhante do rabino de quem tanto esperávamos, para arvorar-se em companheiro de homens desclassificados, que nunca tiveram a tradição amorosa de um lar?
Ante as acusações injustas, o moço tarsense soluçava, talvez pela primeira vez na vida.
— Quando soube que ias desposar uma jovem sem pais conhecidos — prosseguia o velho implacável —, surpreendi-me e esperei que te pronunciasses diretamente. Mas tarde, Dalila e o marido eram compelidos a deixar Jerusalém precipitadamente, ralados de vergonha com a ordem de prisão que a Sinagoga de Damasco requisitava contra ti. Várias vezes conjeturei se não seria essa criatura inferior, que elegeste, a causa de tamanhos desastres morais. Há mais de três anos levanto-me diariamente para refletir no teu criminoso proceder em detrimento dos mais sagrados deveres!
Ao ouvir aqueles conceitos injustos à pessoa de Abigail, o rapaz cobrou ânimo e murmurou com humildade:
— Meu pai, essa criatura era uma santa! Deus não a quis neste mundo! Talvez, se ela ainda vivesse, teria eu o cérebro mais equilibrado para harmonizar a minha nova vida.
O pai não gostou da resposta, embora a objeção fosse feita em tom de obediência e carinho.
— Nova vida? — glosou irritado — que queres com isso dizer?
Saulo enxugou as lágrimas e respondeu resignado:
— Quero dizer que o episódio de Damasco não foi ilusão e que Jesus reformou minha vida.
— Não poderias ver em tudo isso rematada loucura? — continuou o pai com espanto. — Impossível! como abandonar o amor da família, as tradições veneráveis do teu nome, as esperanças sagradas dos teus, para seguir um carpinteiro desconhecido?
Saulo compreendeu o sofrimento moral do genitor quando assim se exprimia. Teve ímpetos de atirar-se-lhe nos braços amorosos; falar-lhe do Cristo, proporcionar-lhe entendimento real da situação. Mas, prevendo simultaneamente a dificuldade de se fazer compreendido, observava-o resignado, enquanto ele prosseguia de olhos úmidos, revelando a mágoa e a cólera que o dominavam.
— Como pode ser isso? Se a doutrina malfadada do carpinteiro de Nazaret impõe criminosa indiferença pelos laços mais santos da vida, como negar-lhe nocividade e bastardia? Será justo preferir um aventureiro, que morreu entre malfeitores, ao pai digno e trabalhador que envelheceu no serviço honesto de Deus?!…
— Mas, pai — dizia o moço em voz súplice —, o Cristo é o Salvador prometido!…
Isaac pareceu agravar a própria fúria.
— Blasfemas? — gritou. — Não temes insultar a Providência Divina? As esperanças de Israel não poderiam repousar numa fronte que se esvaiu no sangue do castigo, entre ladrões!… Estás louco! Exijo a reconsideração de tuas atitudes.
Enquanto fazia uma pausa, o convertido objetou:
— É certo que meu passado está cheio de culpas quando não hesitei em perseguir as expressões da verdade; mas, de três anos a esta parte, não me recordo de ato algum que necessite reconsideração.
O ancião pareceu atingir o auge da cólera e exclamou áspero:
— Sinto que as palavras generosas não quadram à tua razão perturbada. Vejo que tenho esperado em vão, para não morrer odiando alguém. Infelizmente, sou obrigado a reconhecer nas tuas atuais decisões um louco, ou um criminoso vulgar. Portanto, para que nossas atitudes se definam, peço-te que escolhas em definitivo, entre mim e o desprezível carpinteiro!…
A voz paternal, ao enunciar semelhante intimativa, era abafada, vacilante, evidenciando profundo sofrimento. Saulo compreendeu e, em vão, procurava um argumento conciliador. A incompreensão do pai angustiava-o. Nunca refletiu tanto e tão intensamente no ensino de Jesus sobre os laços de família. (Mt 12:48) Sentia-se estreitamente ligado ao generoso velhinho, queria ampará-lo na sua rigidez intelectual, abrandar-lhe a feição tirânica, mas compreendia as barreiras que se antepunham aos seus desejos sinceros. Sabia com que severidade fora formado o seu próprio caráter. Prejulgando a inutilidade dos apelos afetivos, murmurou entre humilde e ansioso:
— Meu pai, ambos precisamos de Jesus!…
O velho, inflexível, endereçou-lhe um olhar austero e retrucou com aspereza:
— Tua escolha está feita! Nada tens a fazer nesta casa!…
O velhinho estava trêmulo. Via-se-lhe o esforço espiritual para tomar aquela decisão. Criado nas concepções intransigentes da Lei de Moisés, Isaac sofria como pai; entretanto, expulsava o filho depositário de tantas esperanças, como se cumprisse um dever. O coração amoroso sugeria-lhe piedade, mas o raciocínio do homem, encarcerado nos dogmas implacáveis da raça, abafava-lhe o impulso natural.
Saulo contemplou-o em atitude silenciosa e suplicante. O lar era a derradeira esperança que ainda lhe restava. Não queria crer na última perda. Cravou no ancião os olhos quase lacrimosos e, depois de longo minuto de expectação, implorou num gesto comovedor que lhe não era habitual:
— Falta-me tudo, meu pai. Estou cansado e doente! Não tenho dinheiro algum, necessito da piedade alheia.
E acentuando a queixa dolorosa:
—Também vós me expulsais?!…
Isaac sentiu que a rogativa lhe vibrava no mais íntimo do coração. Mas, julgando talvez que a energia era mais eficiente que a ternura, no caso, respondeu secamente:
— Corrige as tuas impressões, porque ninguém te expulsou. Foste tu que votaste os amigos e os afetos mais puros ao supremo abandono!… Tens necessidades? É justo que peças ao carpinteiro as providências acertadas… Ele que fez tamanhos absurdos, terá poder bastante para valer-te.
Imensa dor represou-se no espírito do ex-rabino. As alusões ao Cristo doíam-lhe muito mais que as reprimendas diretas que recebera. Sem conseguir refrear a própria angústia, sentiu que lágrimas ardentes rolavam-lhe nas faces queimadas pelo sol do deserto. Nunca experimentara pranto assim amargo. Nem mesmo na cegueira angustiosa, consequente à visão de Jesus, chorara tão penosamente. Não obstante esquecido numa pensão sem-nome, cego e acabrunhado, sentia a proteção do Mestre que o convocara ao seu divino serviço. Guardava a impressão de estar mais perto do Cristo. Regozijava-se nas dores mais acerbas, pelo fato de haver recebido, às portas de Damasco, o seu apelo glorioso e direto. Mas, depois de tudo, procurava, em vão, apoio nos homens para iniciar a sagrada tarefa. Os mais amigos recomendavam-lhe a distância. Por último, ali estava o pai, velho e abastado, a recusar-lhe a mão no instante mais doloroso da vida. Expulsava-o. Manifestava aversão por suas ideias regeneradoras. Não lhe tolerava a condição de amigo do Cristo. No pranto que lhe borbulhava dos olhos, recordou-se, porém, de . Quando todos o abandonavam em Damasco, surgira o mensageiro do Mestre, restituindo-lhe o bom ânimo. Seu pai falara-lhe, ironicamente, dos poderes do Senhor. Sim, Jesus não lhe faltaria com os recursos indispensáveis. Lançando ao genitor um olhar inolvidável, disse humildemente:
— Então, adeus, meu pai!… Dizeis bem, porque estou certo de que o Messias não me abandonará!…
A passos indecisos, aproximou-se da porta de saída. Vagou o olhar nevoado de pranto pelos antigos adornos da sala. A poltrona de sua mãe estava na posição habitual. Recordou o tempo em que os olhos maternos liam para ele as primeiras noções da Lei. Julgou divisar-lhe a sombra a lhe acenar com amoroso sorriso. Jamais experimentara tamanho vácuo no coração. Estava só. Teve receio de si mesmo, porquanto, jamais se vira em tais conjunturas.
Depois da meditação dolorosa, retirou-se em silêncio. Olhou, indiferente, o movimento da rua, como alguém que houvesse perdido todo o interesse de viver.
Não dera ainda muitos passos, no seu incerto destino, quando ouviu chamarem-no com insistência.
Deteve-se à espera e verificou tratar-se de velho servidor do pai, que corria ao seu encalço.
Em poucos instantes, o criado entregava-lhe uma bolsa pesada, exclamando em tom amistoso:
— Vosso pai manda este dinheiro como lembrança.
Saulo experimentou no íntimo a revolta do “homem velho”. Imaginou invocar a própria dignidade para devolver a dádiva humilhante. Assim procedendo ensinaria ao pai que era filho e não mendigo. Dar-lhe-ia uma lição, mostraria o valor próprio, mas considerou, ao mesmo tempo, que as provações rigorosas talvez se verificassem com assentimento de Jesus, para que seu coração ainda voluntarioso aprendesse a verdadeira humildade. Sentiu que havia vencido muitos tropeços; que se havia mostrado superior em Damasco e em Jerusalém que dominara as hostilidades do deserto; que suportara a ingratidão dos climas e as canseiras dolorosas; mas, que o Mestre agora lhe sugeria a luta consigo mesmo, para que o “homem do mundo” deixasse de existir, ensejando o renascimento do coração enérgico, mas amoroso e terno, do discípulo. Seria, talvez, a maior de todas as batalhas. Assim compreendeu, num relance, e buscando vencer-se a si mesmo, tomou a bolsa com resignado sorriso, guardou-a humildemente entre as dobras da túnica, saudou o servo com expressões de agradecimento e disse, esforçando-se por evidenciar alegria:
— Sinésio, conte a meu pai o contentamento que me causou com a sua carinhosa oferta e diga-lhe que rogo a Deus que o ajude.
Seguindo o curso incerto de sua nova situação, viu na atitude paterna o reflexo dos antigos hábitos do judaísmo. Como pai, Isaac não queria parecer ingrato e inflexível, procurando ampará-lo; mas como fariseu nunca lhe suportaria a renovação das ideias.
Com ar indiferente, tomou leve refeição em modesta locanda. Entretanto, não conseguia tolerar o movimento das ruas. Tinha sede de meditação e silêncio. Precisava ouvir a consciência e o coração, antes de assentar os novos planos de vida. Procurou afastar-se da cidade. Como eremita anônimo, buscou o campo agreste. Depois de muito caminhar sem destino, atingiu os arredores do Tauro. Começava o cortejo das sombras tristes da tarde. Exausto de fadiga, descansou junto de uma das inumeráveis cavernas abandonadas. Muito ao longe, Tarso repousava entre arvoredos. As auras vespertinas vibravam no ambiente, sem perturbar a placidez das coisas. Mergulhado na quietude da Natureza, Saulo recuou mentalmente ao dia da sua radical transformação. Lembrou o abandono na pensão de Judas, a indiferença de Sadoc à sua amizade. Rememorou a primeira reunião de Damasco, na qual suportara tantos apupos, ironias e sarcasmos. Demandara Palmira, ansioso pela assistência de Gamaliel, a fim de penetrar a causa do Cristo, mas o nobre mestre lhe aconselhara o insulamento no deserto. Recordou as duras dificuldades do tear e a carência de recursos de toda a espécie, no oásis solitário. Naqueles dias silenciosos e longos, jamais pudera esquecer a noiva morta, lutando por erguer-se, espiritualmente, acima dos sonhos desmoronados. Por mais que estudasse o Evangelho, intimamente experimentava singular remorso pelo sacrifício de Estêvão, que, a seu ver, fora a pedra tumular do seu noivado futuroso. Suas noites estavam cheias de infinitas angústias. Às vezes, em pesadelos dolorosos, sentia-se de novo em Jerusalém, assinando sentenças iníquas. As vítimas da grande perseguição acusavam-no, olhando-o assustadas, como se a sua fisionomia fosse a de um monstro. A esperança no Cristo reanimava-lhe o espírito resoluto. Depois de provas ásperas, deixara a solidão para regressar à vida social. Novamente em Damasco a sinagoga o recebeu com ameaças. Os amigos de outros tempos, com profunda ironia, lançavam-lhe epítetos cruéis. Foi-lhe necessário fugir como criminoso comum, saltando muros pela calada da noite. Depois, buscara Jerusalém, na esperança de fazer-se compreendido. Contudo, Alexandre, em cujo espírito culto pretendia encontrar melhor entendimento, recebera-o como visionário e mentiroso. Extremamente fatigado, batera à porta da igreja do “Caminho”, mas fora obrigado a recolher-se a uma reles hospedaria, por força das suspeitas justas dos Apóstolos da Galileia. Doente e abatido, fora levado à presença de Simão Pedro, que lhe ministrara lições de alta prudência e excessiva bondade, mas, a exemplo de Gamaliel, aconselhara-lhe prévio recolhimento, discrição, aprendizado em suma. Embalde procurava um meio de harmonizar as circunstâncias, de maneira a cooperar na obra do Evangelho e todas as portas pareciam fechadas ao seu esforço. Afinal, dirigira-se a Tarso, ansioso do amparo familiar para reiniciar a vida. A atitude paterna só lhe agravara as desilusões. Repelindo-o, o genitor lançava-o num abismo. Agora começava a compreender que, reencetar a existência, não era volver à atividade do ninho antigo, mas principiar, do fundo d’alma, o esforço interior, alijar o passado nos mínimos resquícios, ser outro homem enfim.
Compreendia a nova situação, mas não pôde impedir as lágrimas que lhe afloravam copiosas.
Quando deu acordo de si, a noite havia fechado de todo. O céu oriental resplandecia de estrelas. Ventos suaves sopravam de longe, refrescando-lhe a fronte incandescida. Acomodou-se como pôde, entre as pedras agrestes, sem coragem de eximir-se ao silêncio da Natureza amiga. Não obstante prosseguir no curso de suas amargas reflexões, sentia-se mais calmo. Confiou ao Mestre as preocupações acerbas, pediu o remédio da sua misericórdia e procurou manter-se em repouso. Após a prece ardente, cessou de chorar, figurando-se-lhe que uma força superior e invisível lhe balsamizava as chagas da alma opressa.
Breve, em doce quietude do cérebro dolorido, sentiu que o sono começava a empolgá-lo. Suavíssima sensação de repouso proporcionava-lhe grande alívio. Estaria dormindo? Tinha a impressão de haver penetrado uma região de sonhos deliciosos. Sentia-se ágil e feliz. Tinha a impressão de que fora arrebatado a uma campina tocada de luz primaveril, isenta e longe deste mundo. Flores brilhantes, como feitas de névoa colorida, desabrochavam ao longo de estradas maravilhosas, rasgadas na região banhada de claridades indefiníveis. Tudo lhe falava de um mundo diferente. Aos seus ouvidos toavam harmonias suaves, dando ideia de cavatinas executadas ao longe, em harpas e alaúdes divinos. Desejava identificar a paisagem, definir-lhe os contornos, enriquecer observações, mas um sentimento profundo de paz deslumbrava-o inteiramente. Devia ter penetrado um reino maravilhoso, porquanto os portentos espirituais que se patenteavam a seus olhos excediam todo entendimento.
Mal não havia despertado desse deslumbramento, quando se sentiu presa de novas surpresas com a aproximação de alguém que pisava de leve, acercando-se de mansinho. Mais alguns instantes, viu Estêvão e Abigail à sua frente, jovens e formosos, envergando vestes tão brilhantes e tão alvas que mais se assemelhavam a peplos de neve translúcida.
Incapaz de traduzir as sagradas comoções de sua alma, Saulo de Tarso ajoelhou-se e começou a chorar.
Os dois irmãos, que voltavam a encorajá-lo, aproximaram-se com generoso sorriso.
— Levanta-te, Saulo! — disse Estêvão com profunda bondade.
— Que é isso? Choras? — perguntou Abigail em tom blandicioso. — Estarias desalentado quando a tarefa apenas começa?
O moço tarsense, agora de pé, desatou em pranto convulsivo. Aquelas lágrimas não eram somente um desabafo do coração abandonado no mundo. Traduziam um júbilo infinito, uma gratidão imensa a Jesus, sempre pródigo de proteção e benefícios. Quis aproximar-se, oscular as mãos de Estêvão, rogar perdão para o nefando passado, mas foi o mártir do “Caminho” que, na luz de sua ressurreição gloriosa, aproximou-se do ex-rabino e o abraçou efusivamente, como se o fizesse a um irmão amado. Depois, beijando-lhe a fronte, murmurou com ternura:
— Saulo, não te detenhas no passado! Quem haverá, no mundo, isento de erros?! Só Jesus foi puro!…
O ex-discípulo de Gamaliel sentia-se mergulhado em verdadeiro oceano de venturas. Queria falar das suas alegrias infindas, agradecer tamanhas dádivas, mas indômita emoção lhe selava os lábios e confundia o coração. Amparado por Estêvão, que lhe sorria em silêncio, viu Abigail mais formosa que nunca, recordando-lhe as flores da primavera na casa humilde do caminho de Jope. Não pôde furtar-se às reflexões do homem, esquecer os sonhos desfeitos, lembrando-os, acima de tudo, naquele glorioso minuto da sua vida. Pensou no lar que poderia ter constituído; no carinho com que a jovem de Corinto lhe cuidaria dos filhos afetuosos; no amor insubstituível que sua dedicação lhe poderia dar. Mas, compreendendo-lhe os mais íntimos pensamentos, a noiva espiritual aproximou-se, tomou-lhe a destra calejada nos labores rudes do deserto e falou comovidamente:
— Nunca nos faltará um lar… Tê-lo-emos no coração de quantos vierem à nossa estrada. Quanto aos filhos, temos a família imensa que Jesus nos legou em sua misericórdia… os filhos do Calvário são nossos também… Eles estão em toda parte, esperando a herança do Salvador.
O moço tarsense entendeu a carinhosa advertência, arquivando-a no imo do coração.
— Não te entregues ao desalento — continuou Abigail, generosa e solícita —; nossos antepassados conheceram o Deus dos Exércitos, que era o dono dos triunfos sangrentos, do ouro e da prata do mundo; nós, porém, conhecemos o Pai, que é o Senhor de nosso coração. A Lei nos destacava a fé, pela riqueza das dádivas materiais nos sacrifícios; mas o Evangelho nos conhece pela confiança inesgotável e pela fé ativa ao serviço do Todo-Poderoso. É preciso ser fiel a Deus, Saulo! Ainda que o mundo inteiro se voltasse contra ti, possuirias o tesouro inesgotável do coração fiel. A paz triunfante do Cristo é a da alma laboriosa, que obedece e confia… Não tornes a recalcitrar contra os aguilhoes. Esvazia-te dos pensamentos do mundo. Quando hajas esgotado a derradeira gota da poça dos enganos terrenos, Jesus encherá teu espírito de claridades imortais!…
Experimentando infindo consolo, Saulo chegava a perturbar-se pela incapacidade de articular uma frase. As exortações de Abigail calar-lhe-iam para sempre. Nunca mais permitiria que o desânimo se apossasse dele. Enorme esperança represava-se agora em seu íntimo. Trabalharia para o Cristo em todos os lugares e circunstâncias. O Mestre sacrificara-se por todos os homens. Dedicar-lhe a existência representava um nobre dever. Enquanto formulava estes pensamentos recordou a dificuldade de harmonizar-se com as criaturas. Encontraria lutas. Lembrou a promessa de Jesus, de que estaria presente onde houvesse irmãos reunidos em seu nome. (Mt 18:20) Mas tudo lhe pareceu subitamente difícil naquela rápida operação intelectual. As sinagogas combatiam-se entre si. A própria igreja de Jerusalém tendia, novamente, às influências judaizantes. Foi aí que Abigail respondeu, de novo, aos seus apelos íntimos, exclamando com infinito carinho:
— Reclamas companheiros concordes contigo nas edificações evangélicas. Mas é preciso lembrar que Jesus não os teve. Os apóstolos não puderam concordar com o Mestre senão com o auxílio do Céu, depois da Ressurreição e do Pentecostes. Os mais amados dormiam, enquanto Ele, agoniado, orava no horto. Uns negaram-no, outros fugiram na hora decisiva. Concorda com Jesus e trabalha. O caminho para Deus está subdividido em verdadeira infinidade de Planos. O Espírito passará sozinho de uma Esfera para outra. Toda elevação é difícil, mas somente aí encontramos a vitória real. Recorda a “porta estreita” (Mt 7:14) das lições evangélicas e caminha. Quando seja oportuno, Jesus chamará ao teu labor os que possam concordar contigo, em seu nome. Dedica-te ao Mestre em todos os instantes de tua vida. Serve-o com energia e ternura, como quem sabe que a realização espiritual reclama o concurso de todos os sentimentos que enobreçam a alma.
Saulo estava enlevado. Não poderia traduzir as sensações cariciosas que lhe represavam no coração tomado de inefável contentamento. Esperanças novas bafejavam-lhe a alma. Em sua retina espiritual desdobrava-se radioso futuro. Quis mover-se, agradecer a dádiva sublime, mas a emoção privava-o de qualquer manifestação afetiva. Entretanto, pairava-lhe no espírito uma grande interrogação. Que fazer, doravante, para triunfar? Como completar as noções sagradas que lhe competia exemplificar praticamente, sem anotação de sacrifícios?
Deixando perceber que lhe ouvia as mais secretas interpelações, Abigail adiantou-se, sempre carinhosa:
— Saulo, para certeza da vitória no escabroso caminho, lembra-te de que é preciso dar: Jesus deu ao mundo quanto possuía e, acima de tudo, deu-nos a compreensão intuitiva das nossas fraquezas, para tolerarmos as misérias humanas…
O moço tarsense notou que Estêvão, nesse ínterim, se despedia, endereçando-lhe um olhar fraterno.
Abigail, por sua vez, apertava-lhe as mãos com imensa ternura. O ex-rabino desejaria prolongar a deliciosa visão para o resto da vida, manter-se junto dela para sempre; contudo, a entidade querida esboçava um gesto de amoroso adeus. Esforçou-se, então, por catalogar apressadamente suas necessidades espirituais, desejoso de ouvi-la relativamente aos problemas que o defrontavam. Ansioso de aproveitar as mínimas parcelas daquele glorioso, fugaz minuto, Saulo alinhava mentalmente grande número de perguntas. Que fazer para adquirir a compreensão perfeita dos desígnios do Cristo?
— ! — respondeu Abigail espontaneamente.
Mas, como proceder de modo a enriquecermos na virtude divina? Jesus aconselha o amor aos próprios inimigos. Entretanto, considerava quão difícil devia ser semelhante realização. Penoso testemunhar dedicação, sem o real entendimento dos outros. Como fazer para que a alma alcançasse tão elevada expressão de esforço com Jesus-Cristo?
— ! — esclareceu a noiva amada, sorrindo bondosamente.
Abigail tinha razão. Era necessário realizar a obra de aperfeiçoamento interior. Desejava ardentemente faze-lo. Para isso insulara-se no deserto, por mais de mil dias consecutivos. Todavia, voltando ao ambiente do esforço coletivo, em cooperação com antigos companheiros, acalentava sadias esperanças que se converteram em dolorosas perplexidades. Que providências adotar contra o desânimo destruidor?
— ! — disse ela ainda, num gesto de terna solicitude, como quem desejava esclarecer que a alma deve estar pronta a atender ao programa divino, em qualquer circunstância, extreme de caprichos pessoais.
Ouvindo-a, Saulo considerou que a esperança fora sempre a companheira dos seus dias mais ásperos. Saberia aguardar o porvir com as bênçãos do Altíssimo. Confiaria na sua misericórdia. Não desdenharia as oportunidades do serviço redentor. Mas… os homens? Em toda parte medrava a confusão nos espíritos. Reconhecia que, de fato, a concordância geral em torno dos ensinamentos do Mestre Divino representava uma das realizações mais difíceis, no desdobramento do Evangelho; mas, além disso, as criaturas pareciam igualmente desinteressadas da verdade e da luz. Os israelitas agarravam-se à Lei de Moisés, intensificando o regime das hipocrisias farisaicas; os seguidores do “Caminho” aproximavam-se novamente das sinagogas, fugiam dos gentios, submetiam-se, rigorosamente, aos processos da circuncisão. Onde a liberdade do Cristo? Onde as vastas esperanças que o seu amor trouxera à Humanidade inteira, sem exclusão dos filhos de outras raças? Concordava em que se fazia indispensável amar, trabalhar, esperar; entretanto, como agir no âmbito de forças tão heterogêneas? Como conciliar as grandiosas lições do Evangelho com a indiferença dos homens?
Abigail apertou-lhe as mãos com mais ternura, a indicar as despedidas, e acentuou docemente:
— !…
Em seguida, seu vulto luminoso pareceu diluir-se como se fosse feito de fragmentos de aurora.
Empolgado pela maravilhosa revelação, Saulo viu-se só, sem saber como coordenar as expressões do próprio deslumbramento. Na região, que se coroava de claridades infinitas, sentiam-se vibrações de misteriosa beleza. Aos seus ouvidos continuavam chegando ecos longínquos de sublimes harmonias siderais, que pareciam traduzir mensagens de amor, oriundas de sóis distantes… Ajoelhou-se e orou! Agradeceu ao Senhor a maravilha das suas bênçãos. Daí a instantes, como se energias imponderáveis o reconduzissem ao ambiente da Terra, sentiu-se no leito rústico, improvisado entre as pedras. Incapaz de esclarecer o prodigioso fenômeno, Saulo de Tarso contemplou os céus, embevecido.
O infinito azul do firmamento não era um abismo em cujo fundo brilhavam estrelas… A seus olhos, o espaço adquiria nova significação; devia estar cheio de expressões de vida, que ao homem comum não era dado compreender. Haveria corpos celestes, como os havia terrestres. A criatura não estava abandonada, em particular, pelos poderes supremos da Criação. A bondade de Deus excedia a toda a inteligência humana. Os que se haviam libertado da carne voltavam do Plano espiritual por confortar os que permaneciam a distância. Para Estêvão, ele fora verdugo cruel; para Abigail, noivo ingrato. Entretanto, permitia o Senhor que ambos regressassem à paisagem caliginosa do mundo, reanimando-lhe o coração. A existência planetária alcançava novo sentido nas suas elucubrações profundas. Ninguém estaria abandonado. Os homens mais miseráveis teriam no Céu quem os acompanhasse com desvelada dedicação. Por mais duras que fossem as experiências humanas, a vida, agora, assumia nova feição de harmonia e beleza eternas.
A Natureza estava calma. O luar esplendia no alto em vibrações de encanto indefinível. De quando em quando, o vento sussurrava de leve espalhando mensagens misteriosas. Lufadas cariciosas acalmavam a fronte do pensador, que se embevecia na recordação imediata de suas maravilhosas visões do mundo invisível.
Experimentando uma paz até então desconhecida acreditou que renascia naquele momento para uma existência muito diversa. Singular serenidade tocava-lhe o espírito. Uma compreensão diferente felicitava-o para o reinício da jornada no mundo. Guardaria , para sempre. O o a e o seriam seus companheiros inseparáveis. Cheio de dedicação por todos os seres, aguardaria as oportunidades que Jesus lhe concedesse abstendo-se de provocar situações, e, nesse passo, saberia tolerar a ignorância ou a fraqueza alheias, ciente de que também ele carregava um passado condenável, que, nada obstante, merecera a compaixão do Cristo.
Somente muito depois, quando as brisas leves da madrugada anunciavam o dia, o ex-doutor da Lei conseguiu conciliar o sono. Quando despertou, era manhã alta. Muito ao longe, Tarso havia retomado o seu movimento habitual.
Ergueu-se encorajado como nunca. O colóquio espiritual com Estêvão e Abigail renovara-lhe as energias. Lembrou, instintivamente, a bolsa que o pai lhe havia mandado. Retirou-a para calcular as possibilidades financeiras de que podia dispor para novos cometimentos. A dádiva paterna fora abundante e generosa. Contudo, não conseguia atinar, de pronto, com a decisão preferível.
Depois de muito refletir, decidiu adquirir um tear. Seria o recomeço da luta. A fim de consolidar as novas disposições interiores, julgou útil exercer em Tarso o mister de tecelão, visto que ali, na terra do seu berço, se ostentara como intelectual de valor e aplaudido atleta.
Dentro em pouco, era reconhecido pelos conterrâneos como humilde tapeceiro.
A notícia teve desagradável repercussão no lar antigo, motivando a mudança do velho Isaac, que, após deserdá-lo ostensivamente, transferiu-se para uma de suas propriedades à margem do Eufrates, onde esperou a morte junto de uma filha, incapaz de compreender o primogênito muito amado.
Assim, durante três anos, o solitário tecelão das vizinhanças do Tauro exemplificou a humildade e o trabalho, esperando devotadamente que Jesus o convocasse ao testemunho.
Mt 19:16.
Mais tarde na 2Cor 12:2, Saulo afirmava: — “Conheço um homem em Cristo que há 14 anos (se no corpo não sei, se fora do corpo não sei; Deus o sabe) foi arrebatado até ao terceiro Céu. E sei que o tal homem foi arrebatado ao paraíso e ouviu palavras inefáveis, de que ao homem não é lícito falar.” Dessa gloriosa experiência o Apóstolo dos gentios extraiu novas conclusões sobre suas ideias notáveis, referentemente ao corpo espiritual. (Nota de Emmanuel)
André Luiz
No dia imediato, pusemo-nos em marcha.
Respondendo-nos às arguições afetuosas, o Instrutor informou-nos de que teríamos apenas alguns dias de ausência.
Além dos serviços referentes ao encargo particular que nos mobilizava, entraríamos em algumas atividades secundárias de auxílio. Técnico em missões dessa natureza, afirmou que nos admitira, num trabalho que ele poderia desenvolver sozinho, não só pela confiança que em nós depositava, mas também pela necessidade da formação de novos cooperadores, especializados no ministério de socorro às trevas.
Após a travessia de várias regiões, “em descida”, com escalas por diversos postos e instituições socorristas, penetramos vasto domínio de sombras.
A claridade solar jazia diferençada.
Fumo cinzento cobria o céu em toda a sua extensão.
A volitação fácil se fizera impossível.
A vegetação exibia aspecto sinistro e angustiado. As árvores não se vestiam de folhagem farta e os galhos, quase secos, davam a ideia de braços erguidos em súplicas dolorosas.
Aves agoureiras, de grande tamanho, de uma espécie que poderá ser situada entre os corvídeos, crocitavam em surdina, semelhando-se a pequenos monstros alados espiando presas ocultas.
O que mais contristava, porém, não era o quadro desolador, mais ou menos semelhante a outros de meu conhecimento, e, sim, os apelos cortantes que provinham dos charcos. Gemidos tipicamente humanos eram pronunciados em todos os tons.
Acredito, teríamos examinado individualmente os sofredores que aí se localizavam, se nos entregássemos a detida apreciação; todavia, Gúbio, à maneira de outros instrutores, não se detinha para atender a curiosidade improfícua.
Lembrando a “selva escura” a que Alighieri se reporta no imortal poema, eu trazia o coração premido de interrogativas inquietantes.
Aquelas árvores estranhas, de frondes ressecadas, mas vivas, seriam almas convertidas em silenciosas sentinelas de dor, qual a mulher de Lot, (Gn 19:26) transformada simbolicamente em estátua de sal? E aquelas grandes corujas diferentes, cujos olhos brilhavam desagradavelmente nas sombras, seriam homens desencarnados sob tremendo castigo da forma? Quem chorava nos vales extensos de lama? Criaturas que houvessem vivido na Terra que recordávamos, ou duendes desconhecidos para nós?
De quando em quando, grupos hostis de entidades espirituais em desequilíbrio nos defrontavam, seguindo adiante, indiferentes, incapazes de registrar-nos a presença. Falavam em alta voz, em português degradado, mas inteligível, evidenciando, pelas gargalhadas, deploráveis condições de ignorância. Apresentavam-se em trajes bisonhos e conduziam apetrechos de lutar e ferir.
Avançamos mais profundamente, mas o ambiente passou a sufocar-nos. Repousamos, de algum modo, vencidos de fadiga singular, e Gúbio, depois de alguns momentos, nos esclareceu:
— Nossas organizações perispiríticas, à maneira de escafandro estruturado em material absorvente, por ato deliberado de nossa vontade, não devem reagir contra as baixas vibrações deste Plano. Estamos na posição de homens que, por amor, descessem a operar num imenso lago de lodo; para socorrer eficientemente os que se adaptaram a ele, são compelidos a cobrir-se com as substâncias do charco, sofrendo-lhes, com paciência e coragem, a influenciação deprimente. Atravessamos importantes limites vibratórios e cabe-nos entregar a forma exterior ao meio que nos recebe, a fim de sermos realmente úteis aos que nos propomos auxiliar. Finda a nossa transformação transitória, seremos vistos por qualquer dos habitantes desta região menos feliz. A oração, de agora em diante, deve ser nosso único fio de comunicação com o Alto, até que eu possa verificar, quando na Crosta, qual o minuto mais adequado de nosso retorno aos dons luminescentes. Não estamos em cavernas infernais, mas atingimos grande império de inteligências perversas e atrasadas, anexo aos Círculos da Crosta, onde os homens terrestres lhes sofrem permanente influenciação. Chegou para nós o momento de pequeno testemunho. Muita capacidade de renúncia é indispensável, a fim de alcançarmos nossos fins. Podemos perder por falta de paciência ou por escassez de vocação para o sacrifício. Para a malta de irmãos retardados que nos envolverá, seremos simples desencarnados, ignorantes do próprio destino.
Passamos a inalar as substâncias espessas que pairavam em derredor, como se o ar fosse constituído de fluidos viscosos.
Elói estirou-se, ofegante, e não obstante experimentar, por minha vez, asfixiante opressão, busquei padronizar atitudes pela conduta do Instrutor, que tolerava a metamorfose, silencioso e palidíssimo.
Reparei, confundido, que a voluntária integração com os elementos inferiores do Plano nos desfigurava enormemente. Pouco a pouco, sentimo-nos pesados e tive a ideia de que fora, de improviso, religado, de novo, ao corpo de carne, porque, embora me sentisse dono da própria individualidade, me via revestido de matéria densa, como se fosse obrigado a envergar inesperada armadura.
Decorridos longos minutos, o orientador apelou, diligente:
— Prossigamos! Doravante, seremos auxiliares anônimos. Não nos convém, por enquanto, a identificação pessoal.
— Mas, não será isto mentir? Clamou Elói, quase refeito.
Gúbio dividiu conosco um olhar de benevolência e explicou, bondoso:
— Não te recordas do texto evangélico que recomenda não saiba a mão esquerda o que dá a direita? (Mt 6:3) Este é o momento de ajudarmos sem alarde. O Senhor não é mentiroso quando nos estende invisíveis recursos de salvação, sem que lhe vejamos a presença. Nesta cidade sombria, trabalham inúmeros companheiros do bem nas condições em que nos achamos. Se erguermos bandeira provocante, nestes campos, nos quais noventa e cinco por cento das inteligências se encontram devotadas ao mal e à desarmonia, nosso programa será estraçalhado em alguns instantes. Centenas de milhares de criaturas aqui padecem amargos choques de retorno à realidade, sob a vigilância de tribos cruéis, formadas de Espíritos egoístas, invejosos e brutalizados. Para a sensibilidade medianamente desenvolvida, o sofrimento aqui é inapreciável.
— E há governo estabelecido num reino estranho e sinistro quanto este? — Indaguei.
— Como não? — Respondeu Gúbio, atenciosamente. — Qual ocorre na Esfera carnal, a direção, neste domínio, é concedida pelos Poderes Superiores, a título precário. Na atualidade, este grande empório de padecimentos regenerativos permanece dirigido por um sátrapa de inqualificável impiedade, que aliciou para si próprio o pomposo título de Grande Juiz, assistido por assessores políticos e religiosos, tão frios e perversos quanto ele mesmo. Grande aristocracia de gênios implacáveis aqui se alinha, senhoreando milhares de mentes preguiçosas, delinquentes e enfermiças…
— E porque permite Deus semelhante absurdo?
Dessa vez, era o meu colega que perguntava, , semi-apavorado, agora, ante os compromissos que assumíramos.
Longe de perturbar-se, Gúbio replicou:
— Pelas mesmas razões educativas através das quais não aniquila uma nação humana quando, desvairada pela sede de dominação, desencadeia guerras cruentas e destruidoras, mas a entrega à expiação dos próprios crimes e ao infortúnio de si mesma, para que aprenda a integrar-se na ordem eterna que preside à vida universal. De período a período, contado cada um por vários séculos, a matéria utilizada por semelhantes inteligências é revolvida e reestruturada, qual acontece nos Círculos terrenos; mas se o Senhor visita os homens pelos homens que se santificam, corrige igualmente as criaturas por intermédio das criaturas que se endurecem ou bestializam.
— Significa então que os gênios malditos, os demônios de todos os tempos… — exclamei, reticencioso.
— Somos nós mesmos, — completou o Instrutor, paciente, — quando nos desviamos, impenitentes, da Lei. Já perambulamos por estes sítios sombrios e inquietantes, mas os choques biológicos do renascimento e da desencarnação, mais ou menos recentes, não te permitem, nem a Elói, o desabrocho de reminiscências completas do passado. Comigo, porém, a situação é diversa. A extensão de meu tempo, na vida livre, já me confere recordações mais dilatadas e, de antemão, conheço as lições que constituam novidade. Muitos de nossos companheiros, guindados à Altura, não mais identificam nestas paragens senão motivos de cansaço, repugnância e pavor; todavia, é forçoso observar que o pântano, invariavelmente, é uma zona da natureza pedindo o socorro dos servos mais fortes e generosos.
Música exótica fazia-se ouvir não distante e Gúbio rogou-nos prudência e humildade em favor do êxito no trabalho a desdobrar-se.
Reerguemo-nos e avançamos.
Fizera-se-nos tardio o passo e nossa movimentação difícil.
Em voz baixa, o orientador reiterou a recomendação:
— Em qualquer constrangimento íntimo, não nos esqueçamos da prece. É, de ora em diante, o único recurso de que dispomos a fim de mobilizar nossas reservas mentais superiores, em nossas necessidades de reabastecimento psíquico. Qualquer precipitação pode arrojar-nos a estados primitivistas, lançando-nos em nível inferior, análogo ao dos Espíritos infelizes que desejamos auxiliar. Tenhamos calma e energia, doçura e resistência, de ânimo voltado para o Cristo. Lembremo-nos de que aceitamos o encargo desta hora, não para justiçar e sim para educar e servir.
Adiantamo-nos, caminho a fora, como se fazia possível.
Em minutos breves, penetramos vastíssima aglomeração de vielas, reunindo casario decadente e sórdido.
Rostos horrendos contemplavam-nos furtivamente, a princípio, mas, à medida que varávamos o terreno, éramos observados, com atitude agressiva, por transeuntes de miserável aspecto.
Alguns quilômetros de via pública, repletos de quadros deploráveis, desfilaram a nossos olhos.
Mutilados às centenas, aleijados de todos os matizes, entidades visceralmente desequilibradas, ofereciam-nos paisagens de arrepiar.
Impressionado com a multidão de criaturas deformadas que se enfileiravam sob nosso raio visual, perfeitamente arrebanhadas ali em experiência coletiva, enderecei algumas interrogações ao Instrutor, em tom discreto.
Porque tão extensa comunidade de sofredores? Que causas impunham tão flagrante decadência da forma?
Paciente, o orientador não se fez demorado na resposta.
— Milhões de pessoas, — informou, calmo, — depois da morte, encontram perigosos inimigos no medo e na vergonha de si mesmas. Nada se perde, André, no círculo de nossas ações, palavras e pensamentos. O registro de nossa vida opera-se em duas fases distintas; perseverando no exterior, através dos efeitos de nossa atuação em criaturas, situações e coisas, e persistindo em nós mesmos, nos arquivos da própria consciência, que recolhe matematicamente todos os resultados de nosso esforço, no bem ou no mal, ao interior dela própria. O Espírito, em qualquer parte, move-se no centro das criações que desenvolveu. Defeitos escuros e qualidades louváveis envolvem-no, onde se encontre. A criatura na Terra, por onde peregrinamos, ouve argumentos alusivos ao Céu e ao Inferno e acredita vagamente na vida espiritual que a espera, além-túmulo. Mais cedo que possa imaginar, perde o veículo de carne e compreende que não se pode ocultar por mais tempo, desfeita a máscara do corpo sob a qual se escondia à maneira da tartaruga dentro da carapaça. Sente-se tal qual é e receia a presença dos filhos da luz, cujos dons de penetração lhe identificariam, de pronto, as mazelas indesejáveis. O perispírito, para a mente, é uma cápsula mais delicada, mais suscetível de refletir-lhe a glória ou a viciação, em virtude dos tecidos rarefeitos de que se constitui. Em razão disso, as almas decaídas, num impulso de revolta contra os deveres que nos competem a cada um, nos serviços de sublimação, aliam-se umas às outras através de organizações em que exteriorizam, tanto quanto possível, os lamentáveis pendores que lhes são peculiares, não obstante ferretoadas pelo aguilhão das inteligências vigorosas e cruéis.
— Mas, — interferi, — não há recursos de soerguer semelhantes comunidades?
— A mesma lei de esforço próprio funciona igualmente aqui. Não faltam apelos santificantes de Cima; contudo, com a ausência da íntima adesão dos interessados ao ideal da melhoria própria, é impraticável qualquer iniciativa legítima, em matéria de reajustamento geral. Sem que o Espírito, senhor da razão e dos valores eternos que lhe são consequentes, delibere mobilizar o patrimônio que lhe é próprio, no sentido de elevar o seu campo vibratório, não é justo seja arrebatado, por imposição, a regiões superiores que ele mesmo, por enquanto, não sabe desejar. E até que resolva atirar-se ao empreendimento da própria ascensão, vai sendo aproveitado pelas leis universais no que possa ser útil à Obra Divina. A minhoca, enquanto é minhoca, é compelida a trabalhar o solo; o peixe, enquanto é peixe, não viverá fora d’água…
Sorrindo, ante a própria argumentação, concluiu bem humorado:
— É natural, pois, que o homem, dono de vastas teorias de virtude salvadora, enquanto se demora no comboio da inferioridade seja empregado em atividades inferiores. A Lei estima infinitamente a Lógica.
Calou-se Gúbio, evidentemente constrangido pela necessidade de não acordarmos demasiada atenção em torno de nós.
Tocado, no entanto, pela miséria que ali emoldurava tanta dor, perdi-me num mar de indagações íntimas.
Que empório extravagante era aquele? Algum país onde vicejassem tipos subumanos? Eu sabia que semelhantes criaturas não envergavam corpos carnais e que se congregavam num reino purgatorial, em benefício próprio; entretanto, vestiam-se de roupagens de matéria francamente imunda. Lombroso e Freud encontrariam aí extenso material de observação. Incontáveis tipos que interessariam, de perto, à criminologia e à psicanálise vagueavam absortos, sem rumo. Exemplares inúmeros de pigmeus, cuja natureza em si ainda não posso precisar, passavam por nós, aos magotes. Plantas exóticas, desagradáveis ao nosso olhar, ali proliferam, e animais em cópia abundante, embora monstruosos, se movimentavam a esmo, dando-me a ideia de seres acabrunhados que pesada mão transformara em duendes. Becos e despenhadeiros escuros se multiplicavam em derredor, acentuando-nos o angustioso assombro.
Após a travessia de vastíssima área, não sopitei as interrogações que me escapavam do cérebro.
O Instrutor, todavia, esclareceu, discreto:
— Guarda as perguntas intempestivas no momento. Estamos numa colônia purgatorial de vasta expressão. Quem não cumpre aqui dolorosa penitência regenerativa, pode ser considerado inteligência subumana. Milhares de criaturas, utilizadas nos serviços mais rudes da natureza, movimentam-se nestes sítios em posição infraterrestre. A ignorância, por ora, não lhes confere a glória da responsabilidade. Em desenvolvimento de tendências dignas, candidatam-se à humanidade que conhecemos na Crosta. Situam-se entre o raciocínio fragmentário do macacóide e a ideia simples do homem primitivo na floresta. Afeiçoam-se a personalidades encarnadas ou obedecem, cegamente, aos Espíritos prepotentes que dominam em paisagens como esta. Guardam, enfim, a ingenuidade do selvagem e a fidelidade do cão. O contato com certos indivíduos inclina-os ao bem ou ao mal e somos responsabilizados pelas Forças Superiores que nos governam, quanto ao tipo de influência que exercermos sobre a mente infantil de semelhantes criaturas. Com respeito aos Espíritos que se mostram nestas ruas sinistras, exibindo formas quase animalescas, neles reparamos várias demonstrações da anormalidade a que somos conduzidos pela desarmonia interna. Nossa atividade mental nos marca o perispírito. Podemos reconhecer a propriedade do asserto, quando ainda no mundo. O glutão começa a adquirir aspecto deprimente no corpo em que habita. Os viciados no abuso do álcool passam a viver de borco, arrojados ao solo, à maneira de grandes vermes. A mulher que se habituou a mercadejar com o vaso físico, olvidando as sagradas finalidades da vida, apresenta máscara triste, sem sair da carne. Aqui, porém, André, o fogo devorador das paixões aviltantes revela suas vítimas com mais hedionda crueldade.
Certo, porque eu refletisse no problema de assistência, o orientador aduziu:
— É impraticável a enfermagem individual e sistemática numa cidade em que se amontoam milhares de alienados e doentes. Um médico do mundo surpreenderia aqui, às centenas, casos de amnésia, de psicastenia, de loucura, através de neuroses complexas, alcançando a conclusão de que toda a patogenia permanece radicada aos ascendentes de ordem mental. Quem cura nestes lugares há de ser o tempo com a piedade celeste ou a piedade celeste por intermédio de embaixadores da renúncia, em serviços de intercessão para os Espíritos arrependidos que se refugiem na obediência aos imperativos da Lei, inspirados pela boa vontade.
Alguns transeuntes repulsivos ombrearam conosco e Gúbio considerou prudente silenciar.
Notei a existência de algumas organizações de serviços que nos pareceriam, na Esfera carnal, ingênuas e infantis, reconhecendo que a ociosidade era, ali, a nota dominante. E porque não visse crianças, exceção feita das raças de anões, cuja existência percebia sem distinguir os pais dos filhos, arrisquei, de novo, uma indagação, em voz baixa.
Respondeu o Instrutor, atencioso:
— Para os homens da Terra, propriamente considerados, este Plano é quase infernal. Se a compaixão humana separa as crianças dos criminosos definidos, que dizer do carinho com que a compaixão celestial vela pelos infantes?
— E porque em geral tanta ociosidade neste Plano? — Indaguei ainda.
— Quase todas as almas humanas, situadas nestas furnas, sugam as energias dos encarnados e lhes vampirizam a vida, qual se fossem lampreias insaciáveis no oceano do oxigênio terrestre. Suspiram pelo retorno ao corpo físico, de vez que não aperfeiçoaram a mente para a ascensão, e perseguem as emoções do campo carnal com o desvario dos sedentos no deserto. Quais fetos adiantados absorvendo as energias do seio materno, consomem altas reservas de força dos seres encarnados que as acalentam, desprevenidos de conhecimento superior. Daí, esse desespero com que defendem no mundo os poderes da inércia e essa aversão com que interpretam qualquer progresso espiritual ou qualquer avanço do homem na montanha de santificação. No fundo, as bases econômicas de toda essa gente residem, ainda, na Esfera dos homens comuns e, por isto, preservam, apaixonadamente, o sistema de furto psíquico, dentro do qual se sustentam, junto às comunidades da Terra.
A essa altura, defrontamos acidentes no solo, que o Instrutor nos levou a atravessar.
Subimos, dificilmente, a rua íngreme e, em pequeno planalto, que se nos descortinou aos olhos espantadiços, a paisagem alterou-se.
Palácios estranhos surgiam imponentes, revestidos de claridade abraseada, semelhante à auréola do aço incandescente.
Praças bem cuidadas, cheias de povo, ostentavam carros soberbos, puxados por escravos e animais.
O aspecto devia, a nosso ver, identificar-se com o das grandes cidades do Oriente, de duzentos anos atrás.
Liteiras e carruagens transportavam personalidades humanas, trajadas de modo surpreendente, em que o escarlate exercia domínio, acentuando a dureza dos rostos que emergiam dos singulares indumentos.
Respeitável edifício destacava-se diante de uma fortaleza, com todos os característicos de um templo, e o orientador confirmou-me as impressões, asseverando que a casa se destinava a espetaculoso culto externo.
Enquanto nos movimentávamos, admirando o suntuoso casario em contraste chocante com o vasto reino de miséria que atravessáramos, alguém nos interpelou, descortês:
— Que fazem?
Era um homem alto, de nariz adunco e olhos felinos, com todas as maneiras do policial desrespeitoso, a identificar-nos.
— Procuramos o sacerdote Gregório, a quem estamos recomendados, — esclareceu Gúbio, humilde.
O estranho pôs-se à frente, determinou lhe acompanhássemos as passadas, em silêncio, e guiou-nos a um casarão de feio aspecto.
— É aqui! — Disse em tom seco e, após apresentar-nos a um homem maduro, envolvido em longa e complicada túnica, retirou-se.
Gregório não nos recebeu hospitaleiramente. Fitou em Gúbio os olhos desconfiados de fera surpreendida e interrogou:
— Vieram da Crosta, há muito tempo?
— Sim, — respondeu nosso Instrutor, — e temos necessidade de auxílio.
— Já foram examinados?
— Não.
— E quem mos enviou? — Inquiriu o sacerdote, sob visível perturbação.
— Certa mensageira de nome Matilde.
O anfitrião estremeceu, mas observou, implacável:
— Não sei quem seja. Todavia, podem entrar. Tenho serviços nos mistérios e não posso ouvi-los agora. Amanhã, porém, ao anoitecer, serão levados aos setores de seleção, antes de admitidos ao meu serviço.
Nem mais uma palavra.
Entregues a um servidor de fisionomia desagradável, demandamos porão escuro, e confesso que acompanhei Gúbio e Elói, de alma conturbada por receio absorvente e indefinível.
[Vide no outra referência ao mesmo assunto.]
Entre a Terra e o Céu
Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 6
Francisco Cândido Xavier
André Luiz
Propúnhamo-nos seguir o caso de Zulmira, não só para cooperar, a favor de suas melhoras, mas também para registrar os ensinamentos possíveis, e, solicitando o concurso de Clarêncio, dele ouvimos judiciosas ponderações.
— Sim, — disse, — para auxiliar em processos dessa natureza, é preciso marchar para a frente, mas, para compreender o serviço que nos compete e avançar com segurança, é necessário voltar à retaguarda, armando-nos de lições que nos esclareçam.
Não sabíamos como interpretar-lhe a palavra, entretanto, ele mesmo nos socorreu, explicando, depois de ligeira pausa:
— Para realizarmos um estudo geral da situação, convém o contato com outras personagens do drama que se desenrola. Ser-nos-á interessante, para isso, uma visita ao pequeno Júlio, no domicílio espiritual em que estagia.
— Oh! Será um prazer! — Clamei, contente.
— Poderíamos seguir agora? — Perguntou Hilário, encantado.
O Ministro refletiu por segundos e observou:
— Nas responsabilidades que esposamos, não é aconselhável indagar por indagar. Procuremos o objetivo, a utilidade e a colaboração no bem. Não nos achamos em férias e sim em trabalho ativo.
Pensou, pensou… e aduziu:
— Sei que amanhã, à noite, Eulália deve acompanhar duas de nossas irmãs encarnadas à visitação dos filhinhos que as precederam na grande viagem da morte e que se encontram no mesmo sitio em que Júlio se demora asilado. Poderemos substituir nossa cooperadora no serviço a fazer. Seguiremos em lugar dela. Prestaremos assistência às nossas amigas e examinaremos a situação da criança.
Anotando a preciosa lição de trabalho que aquelas expressões encerravam, aguardamos a noite próxima, com ansiedade. Na hora aprazada, descemos à matéria densa, em busca das irmãs que seguiriam conosco.
Deixou-nos o Ministro numa casinha singela de remota região suburbana, depois de informar-nos:
— Aqui reside nossa irmã Antonina, com três dos quatro filhos que o Senhor lhe confiou. Incapaz de vencer as tentações da própria natureza, o marido abandonou-a há quatro anos para comprometer-se em delituosas aventuras. A dona da casa, porém, não desanimou. Trabalha com diligência numa fábrica de tecidos e educa os rebentos do lar com acendrado amor ao Evangelho de Nosso Senhor Jesus. Tem sabido resgatar com valor as dívidas que trouxe do pretérito próximo. Perdeu, há, meses, o pequeno Marcos, de oito anos, atacado de fulminante pneumonia, e com ele se encontrará, depois da prece que proferirá com os pequeninos. Trarei comigo a outra companheira de nossa viagem. Quanto a vocês, auxiliem nas orações e nos estudos de Antonina, até que eu volte, de modo a seguirmos todos juntos.
Hilário e eu penetramos a sala desataviada e estreita.
Uma senhora ainda jovem, mas extremamente abatida, achava-se de pé, junto de três lindas crianças, dois rapazinhos entre onze e doze anos e uma loura pequerrucha, certamente a caçula da família que pousava na mãezinha os belos olhos azuis.
Num recanto do compartimento humilde, triste velhinho desencarnado como que se colocava à escuta.
Dona Antonina colocou sobre a toalha muito alva dois copos com água pura, tomou um exemplar do Novo Testamento e sentou-se.
Logo após, falou carinhosamente:
— Se não me falha a memória, creio que a prece de hoje deve ser feita por Lisbela.
A pequenita levou as minúsculas mãos ao rosto, apoiou graciosamente os cotovelos sobre a mesa e, cerrando os olhos, recitou:
— Pai Nosso que estais no Céu, santificado seja o vosso nome, venha a nós o vosso Reino, seja feita a vossa vontade assim na Terra como nos Céus, o pão nosso de cada dia dai-nos hoje, perdoai as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores, não nos deixeis cair em tentação e livrai-nos de todo mal, porque vosso é o Reino, o poder e a glória para sempre. Assim seja. (Mt 6:9)
Lisbela abriu os olhos, de novo, e procurou silenciosamente a aprovação maternal.
Dona Antonina sorriu, satisfeita, e exclamou:
— Você orou muito bem, minha filha.
E dividindo agora a atenção com os dois meninos, entregou o Evangelho a um deles, convidando:
— Abra, Henrique. Vejamos a mensagem cristã para os nossos estudos da noite.
O rapazinho escolheu o texto, ao acaso, restituindo o livro às mãos maternais.
A genitora, emocionada, leu os versículos vinte e um e vinte e dois do capítulo dezoito das anotações do apóstolo Mateus: (Mt 18:21)
— “Então Pedro, aproximando-se dele, disse: — Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim e eu lhe perdoarei? Até sete? Jesus lhe disse: — Não te digo que até sete, mas até setenta vezes sete.”
Calou-se dona Antonina, como quem aguardava a manifestação de curiosidade dos jovens aprendizes.
O pequeno Henrique, iniciando a conversação, perguntou, com simplicidade:
— Mãezinha, porque Jesus recomendava um perdão, assim tão grande?
Demonstrando vasto treinamento evangélico, a senhora replicou:
— Somos levados a crer, meus filhos, que o Divino Mestre, em nos ensinando a desculpar todas as faltas do próximo, inclinava-nos ao melhor processo de viver em paz. Quem não sabe desvencilhar-se dos dissabores da vida, não pode separar-se do mal. Uma pessoa que esteja parada em lembranças desagradáveis caminha sempre com a irritação permanente. Imaginemos vocês na escola. Se não conseguirem esquecer os pequeninos aborrecimentos nos estudos, não poderão aproveitar as lições. Hoje é um colega menos amigo a preparar lamentável brincadeira, amanhã é uma incorreção do guarda enfadado em razão de algum equívoco. Se vocês imobilizarem o pensamento na impaciência ou na revolta, poderão fazer coisa pior, afligindo a professora, desmoralizando a escola e prejudicando o próprio nome e a saúde. Uma pessoa que não sabe desculpar vive comumente isolada. Ninguém estima a companhia daqueles que somente derramam de si mesmos o vinagre da queixa ou da censura.
Nessa altura do ensinamento, dona Antonina fitou o primogênito e perguntou:
— Você, Haroldo, quando tem sede preferiria beber a água escura de um cântaro recheado de lodo?
— Ah! Isso não, — replicou o mocinho muito sério, — escolherei água pura, cristalina…
— Assim somos também, em se tratando de nossas necessidades espirituais. A alma que não perdoa, retendo o mal consigo, assemelha-se ao vaso cheio de lama e fel. Não é coração que possa reconfortar o nosso. Não é alguém capaz de ajudar-nos a vencer nas dificuldades da vida. Se apresentamos nossa mágoa a um companheiro dessa espécie, quase sempre nossa mágoa fica maior. Por isso mesmo, Jesus aconselhava-nos a perdoar infinitamente, para que o amor, em nosso espírito, seja como o Sol brilhando em casa limpa.
Expressivo intervalo fez-se notar.
O jovem Haroldo, de semblante apoquentado, interferiu, indagando:
— Mas a senhora crê, mãezinha, que devemos perdoar sempre?
— Como não, meu filho?
— Ainda mesmo quando a ofensa seja a pior de todas?
— Ainda assim.
E, observando-o, inquieta, dona Antonina acentuou:
— Porque tratas deste assunto com tamanha preocupação?
— Refiro-me ao papai, — disse o menino algo triste, — papai abandonou-nos quando mais precisávamos dele. Seria justo esquecer o mal que nos fez?
— Oh! Meu filho! — Comentou a nobre mulher, — não te detenhas nesse problema. Porque alimentar rancor contra o homem que te deu a vida? Como condená-lo se não sabemos tudo o que lhe aconteceu? Seria realmente melhor para o nosso bem estar se ele estivesse conosco, mas, se devemos suportar a ausência dele, que os nossos melhores pensamentos o acompanhem. Teu pai, meu filho, com a permissão do Céu, deu-te o corpo em que aprendes a servir a Deus. Por esse motivo, é credor de teu maior carinho. Há serviços que não podemos pagar senão com amor. Nossa dívida para com os pais é dessa natureza…
Recordando talvez que a família se achava num curso de formação cristã, a dona da casa acrescentou:
— Um dia, quando Moisés, o grande profeta, foi ao monte receber a revelação divina, uma das mais importantes determinações por ele ouvidas do Céu foi aquela em que a Eterna Bondade nos recomenda: — “Honrarás teu pai e tua mãe”. (Ex 20:12) A Lei enviada ao mundo não estabelece que devamos analisar a espécie de nossos pais, mas sim que nos cabe a obrigação de honrá-los com o nosso amoroso respeito, sejam eles quais forem.
A reduzida assembleia recolhia as explicações, de olhos felizes e iluminados.
Haroldo mostrou-se conformado, todavia, ainda ponderou:
— Compreendo, mãezinha, o que a senhora quer dizer. Entretanto, se papai estivesse junto de nós, talvez que Marcos não tivesse morrido. Teríamos o dinheiro suficiente para tratá-lo.
Dona Antonina enxugou, apressada, as lágrimas que lhe caíram, espontâneas, ante a evocação do filhinho, e continuou:
— Seria um erro permitir a queda de nossa confiança no Pai Celestial. Marcos partiu ao encontro de Jesus, porque Jesus o chamava. Nada lhe faltou. Rogo a vocês não darmos curso a qualquer ideia triste, em torno da memória do anjo que nos precedeu. Nossos pensamentos acompanham no Além aqueles que amamos.
Nesse ponto da conversação, Lisbela inquiriu, graciosa:
— Mãezinha, Marcos nos vê?
— Sim, minha filha, — esclareceu dona Antonina, emocionada, — ele nos ajuda em espírito, pedindo a Jesus forças e bênçãos para nós. Por nossa vez, devemos auxiliá-lo com as nossas preces e com as nossas melhores recordações.
Dona Antonina, porém, pareceu asfixiada por enormes saudades. Enquanto os meninos comentavam com interesse os ensinamentos da noite, demorava-se absorta, mentalizando a imagem do pequenino…
Quando o relógio assinalou o fim do culto, solicitou a Henrique fizesse a oração de encerramento.
O petiz repetiu a prece dominical, rogando ao Senhor abençoasse a mãezinha, e o trabalho terminou.
A dona da casa repartiu com os pequenos alguns cálices da água cristalina que Hilário e eu magnetizáramos e, logo após, pensativa e saudosa, retirou-se com os filhinhos para a câmara em que se recolheriam todos juntos.
Obreiros da Vida Eterna
Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 19
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Francisco Cândido Xavier
André Luiz
Liberto, Cavalcante oferecia-me amplo ensejo a infatigáveis pesquisas. A injeção sedativa, veiculando anestésicos em dose alta, afetara-lhe o corpo perispirítico, como se fora choque elétrico. Devido a isso, ele permanecia quase inerte, ignorando-se a si mesmo. Inquirido por mim, vezes diversas, não sabia concatenar raciocínios para responder às questões mais rudimentares, alusivas à própria identidade pessoal.
Notando o meu interesse a respeito do assunto, Jerônimo, após ministrar-lhe os primeiros socorros magnéticos, na Casa Transitória, prestou-me os seguintes esclarecimentos:
— Qualquer droga, no campo infinitesimal dos núcleos celulares, se faz sentir pelas propriedades elétricas específicas. Combinar aplicações químicas com as verdadeiras necessidades fisiológicas, constituirá, efetivamente, o escopo da Medicina no porvir. O médico do futuro aprenderá que todo remédio está saturado de energias electromagnéticas em seu raio de ação. É por isso que o veneno destrói as vísceras e o entorpecente modifica a natureza das células em si, impondo-lhes incapacidade temporária. A gota medicamentosa tem princípios elétricos, como também acontece às associações atômicas que vão recebê-la. Segundo sabemos, em plano algum a Natureza age aos saltos. O perispírito, formado à base de matéria rarefeita, mobiliza igualmente trilhões de unidades unicelulares da nossa Esfera de ação, que abandonam o campo físico saturadas da vitalidade que lhe é peculiar. Daí os sofrimentos e angústias de determinadas criaturas, além do decesso. Os suicidas costumam sentir, durante longo tempo, a aflição das células violentamente aniquiladas, enquanto os viciados experimentam tremenda inquietação pelo desejo insatisfeito.
A elucidação era lógica e humana. Fui compreendendo, por minha vez, pouco a pouco, a importância do desapego às emoções inferiores para os homens e mulheres encarnados na Crosta. Matéria e espírito, vaso e conteúdo, forma e essência, confundiam-se aos meus olhos como a chama da vela e o material incandescente. Integrados um no outro, produziam a luz necessária aos objetivos da vida.
O exame dos casos de morte trouxera-me singular enriquecimento no setor da ciência mental. O Espírito, eterno nos fundamentos, vale-se da matéria, transitória nas associações, como material didático, sempre mais elevado, no curso incessante da experiência para a integração com a Divindade Suprema. Prejudicando a matéria, complicaremos o quadro de serviços que nos é indispensável e estacionaremos, em qualquer situação, a fim de restaurar o patrimônio sublime posto à nossa disposição pela Bondade Imperecível. Tanto seremos compelidos ao trabalho regenerador, na encarnação, quanto na desencarnação, na existência da carne quanto na morte do corpo, tanto no presente quanto no futuro. Ninguém se colocará vitorioso no cume da vida eterna, sem aprender o equilíbrio com que deve elevar-se. Daí as atividades complexas do caminho evolutivo, as diferenciações inumeráveis, a multiplicidade das posições, as escalas da possibilidade e os graus da inteligência, nos variados Planos da vida.
Para solucionar instantes problemas de Cavalcante, o nosso dirigente designou o padre Hipólito para segui-lo de mais perto, orientando-o quanto à renovação. O “convalescente” fixava-nos, receoso, crendo-se vítima de pesadelo, em hospital diferente. Declarava-se interessado em continuar no corpo terrestre, chamava a esposa insistentemente, repetia descrições do passado com admirável expressão emotiva. Por mais de uma vez, repeliu Jerônimo, com severa argumentação. Ao lado de Hipólito, porém, aquietava-se, humilde. Influíam nele o respeito e a confiança que se habituara a consagrar aos sacerdotes. Nosso companheiro possuía sobre o recém-liberto importante ascendente espiritual. Poderia beneficiá-lo com mais facilidade e em menos tempo. Apesar disso, contudo, nosso Assistente ministrava-lhe com regularidade recursos magnéticos, erguendo-lhe o padrão de saúde espiritual.
O desencarnado ia despertando com extremo vagar, demorando-se longo tempo a reapossar-se de si. Eram, todavia, impressionantes seus colóquios com o irmão Hipólito, nos quais crivava o ex-sacerdote de intempestivas interrogações. À medida que as suas condições mentais melhoravam, apertava o cerco. Queria saber onde se localizavam o Céu e o inferno; pedia notícias dos santos, pretendendo visitar aqueles a quem consagrava mais entranhada devoção; rogava explicações referentes ao limbo; reclamava o encontro com parentes que o haviam precedido no túmulo; solicitava elucidações sobre o valor dos sacramentos da Igreja Católica; comentava a natureza dos diversos dogmas, até que, certo dia, chegou ao despautério de perguntar se não lhe seria possível obter uma audiência com Deus, na Corte Celeste. Hipólito precisava mobilizar infinita boa vontade para tratar com respeito e proveito tamanha boa-fé.
A Irmã Zenóbia vinha frequentemente assistir ao curso dos surpreendentes diálogos e, de uma feita, quando nos achávamos juntos, a pequena distância do enfermo, comentou, risonha:
— Nossa antiga Igreja Romana, tão venerável pelas tradições de cultura e serviço ao progresso humano, é, de fato, na atualidade, grande especialista em “crianças espirituais”…
Examinando as dificuldades naturais do serviço de esclarecimento, Jerônimo recomendou a Hipólito e a Luciana dispensarem ao recém-liberto os recursos possíveis, em virtude da escassez de tempo.
Vinte e cinco dias já haviam transcorrido sobre o início da tarefa.
— Precisamos regressar, — informou o Assistente, — precisamos regressar logo se verifique a vinda de Adelaide, () que não se demorará nesta fundação mais de um dia. Cumpre-nos, pois, acelerar a preparação de Cavalcante, com todas as possibilidades ao nosso alcance.
E os companheiros desvelavam-se, carinhosos. No fundo, todos sentíamos saudades do lar distante, que nos congregava em bênçãos de paz e luz. O próprio Fábio, equilibrado e bem disposto, colaborava para a solução do assunto, suspirando pela penetração nos santuários de Mais Alto.
Atendendo à divisão dos serviços, Jerônimo e eu continuamos em ação no instituto evangélico, onde a serva leal de Jesus receberia a carta liberatória. Adelaide, porém, parecia não depender de algemas físicas. Não consegui, por minha vez, auscultar-lhe o espesso organismo, porque a nobre missionária, em virtude de avançado enfraquecimento do corpo, abandonava-o ao primeiro sinal de nossa presença, colocando-se, junto de nós, em sadia palestra.
Geralmente, companheiros distintos de nosso Plano participavam-nos dos ágapes fraternos.
Na antevéspera do desenlace, tive ocasião de observar a extrema simplicidade do abnegado Bezerra de Menezes, que se encontrava em visita de reconforto junto à servidora fiel.
— Não desejo dificultar o serviço de meus benfeitores, — dizia ela, algo triste, — e, por isso, estimaria conservar boa forma espiritual no supremo instante do corpo.
— Ora, Adelaide, — considerou o apóstolo da caridade, — morrer é muito mais fácil que nascer. Para organizar, na maioria das circunstâncias, são precisos, geralmente, infinitos cuidados; para desorganizar, contudo, basta por vezes leve empurrão. Em ocasiões como esta, a resolução é quase tudo. Ajude a você mesma, libertando a mente dos elos que a imantam a pessoas, acontecimentos, coisas e situações da vida terrena. Não se detenha. Quando for chamada, não olhe para trás.
E sorrindo:
— Lembre-se de que a mulher de Lot, convertida em estátua de sal, (Gn 19:26) não é símbolo inexpressivo. Há criaturas que, no instante justo de abandonarem a carne, às vezes doente e imprestável, voltam o pensamento para o caminho palmilhado, revivendo recordações menos construtivas… Tropeçam nas próprias apreensões, como se estas fossem pedras soltas ao léu, na senda percorrida, e ficam longos dias fisgadas no anzol do incoerente e insatisfeito desejo, sem suficiente energia para uma renúncia nobilitante.
— Espero, — asseverou a interlocutora, em tom grave, — que os amigos me auxiliem. Sinto-me socorrida, amparada, mas… tenho medo de mim mesma.
— Preocupada assim, minha amiga? — Tornou o antigo médico, satisfeito. — Não vale a pena. Compreendo-lhe, todavia, a ansiedade. Também passei por aí. Creia, entretanto, que a lembrança de Jesus, ao pé de Lázaro, foi ajuda certa ao meu coração, em transe igual. Busquei insular-me, cerrar ouvidos aos chamamentos do sangue, fechar os olhos à visão dos interesses terrenos, e a libertação, afinal, deu-se em poucos segundos. Pensei nos ensinamentos do Mestre, ao chamar Lázaro, de novo, à existência, e recordei-lhe as palavras: — “Lázaro, sai para fora!” (Jo 11:43) Centralizando a atenção na passagem evangélica, afastei-me do corpo grosseiro sem obstáculo algum.
A simplicidade do narrador encantava.
Adelaide sorriu, sem no entanto disfarçar a preocupação íntima.
Valendo-se da pausa, Jerônimo aduziu:
— Aliás, cumpre-nos destacar as condições excepcionais em que partirá nossa amiga. Em tais circunstâncias, apenas lastimo aqueles que se agarram em demasia aos caprichos carnais. Para esses, sim, a situação não é agradável, porquanto o semeador de espinhos não pode aguardar colheita de flores. Os que se consagram à preparação do futuro com a vida eterna, através de manifestações de espiritualidade superior, instintivamente aprendem todos os dias a morrer para a existência inferior.
Reparei que a abnegada irmã se mostrava mais calma e confortada, a essa altura.
Interrompeu-se a conversação, porque Adelaide foi obrigada a reanimar repentinamente o corpo, a fim de receber a última dose de medicação noturna. Ao regressar ao nosso Plano, Jerônimo ofereceu-lhe o braço amigo para rápida excursão ao estabelecimento de Fabiano.
A Irmã Zenóbia desejava vê-la, antes do desenlace. A grande orientadora do asilo errático admirava-lhe os serviços terrestres e, por mais de uma vez, valeu-se de seu fraternal concurso em atividades de regeneração e esclarecimento.
Adelaide acompanhou-nos, contente.
Em breves minutos, recebidos pela administradora, como que se repetia a mesma palestra de minutos antes, apenas com a diferença de que Zenóbia tomara a posição reanimadora do devotado Bezerra.
A bondosa discípula de Jesus, em vias de retirar-se da Crosta, era alvo do carinho geral.
Depois de considerações convincentes por parte de Zenóbia, que se esmerava em ministrar-lhe bom ânimo, Adelaide, humilde, expôs-lhe as derradeiras dificuldades.
Ligara-se, fortemente, à obra iniciada nos Círculos carnais e sentia-se estreitamente ligada, não somente à obra, mas também aos amigos e auxiliares. Por força de circunstâncias imperiosas, acumulava funções diversas no quadro geral dos serviços. Possuía toda uma equipe de irmãs dedicadíssimas, que colaboravam com sincero desprendimento e alto valor moral, no amparo à infância desvalida. Se estimava profundamente as cooperadoras, era, igualmente, muito querida de todas elas. Como se haveria ante as dificuldades que se agravavam? No íntimo, estava preparada; no entanto, reconhecia a extensão e a complexidade dos óbices mentais. Seu quarto de dormir, na casa terrena, semelhava a redoma de pensamentos retentivos a interceptarem-lhe a saída. Quanto menos se via presa ao corpo, mais se ampliava a exigência dos parentes, dos amigos… Como portar-se ante essa situação? Como fazer-lhes sentir a realidade? Enlaçara-se em vastos compromissos, tornara-se, involuntariamente, a escora espiritual de muitos. Entretanto, ela mesma reconhecia a imprestabilidade do aparelho físico. A máquina fisiológica atingira o fim. Não conseguiria manter-se, ainda mesmo que os valores intercessórios lhe conseguissem prorrogação de tempo.
A orientadora escutou-a, atenta, qual médico experimentado em face de doente aflito, e observou, por fim:
— Reconheço os obstáculos, mas não se amofine. A morte é o melhor antídoto da idolatria. Com a sua vinda operar-se-á a necessária descentralização do trabalho, porque se dará a imposição natural de novo esforço a cada um. Alegre-se, minha amiga, pela transformação que ocorrerá dentro em pouco. Reanime-se, sobretudo, para que a sua situação se reajuste naturalmente sem qualquer ponto de interrogação ao término da experiência atual.
Silenciou durante alguns momentos e notificou, em seguida:
— Temos ainda a noite de amanhã. Aproveitá-la-ei para dirigir-me aos seus colaboradores, em apelo à compreensão geral. Amigos nossos contribuirão para que se reúnam em assembleia, como se faz indispensável.
A visitante agradeceu, penhorada.
Prosseguimos na mesma vibração de cordialidade, mas Zenóbia modificou o rumo da palestra.
Abandonando os assuntos de morte e sofrimento, comentou os serviços edificantes que levava a efeito, junto de certa expedição socorrista, cujos membros realizavam admiráveis experiências no instituto, nos dias em que se desobrigavam dos trabalhos imediatos na Crosta. E discorreu tão brilhantemente sobre a tarefa, que Adelaide olvidou, por minutos, a situação que lhe era peculiar, interessando-se vivamente pelos lances descritivos. A providência coroava-se de animadores resultados, porque a conversação diferente fizera-lhe enorme bem, propiciando-lhe provisório apaziguamento mental.
A desencarnante tornou ao corpo, bem disposta, reanimada.
No decurso do dia, Jerônimo e a diretora da Casa Transitória combinaram medidas relativas à reunião da noite. O Assistente empregaria todo o esforço para que a organização fisiológica da enferma estivesse nas melhores condições, enquanto dois ativos auxiliares de Zenóbia se incumbiriam de cooperar para a condução do pessoal de Adelaide à assembleia.
O dia, desse modo, esteve cheio de tarefas referentes à articulação prevista.
Através de reiterados passes magnéticos sobre os órgãos da circulação, — nos quais o meu concurso foi dispensado por desnecessário, em vista da extrema passividade da enferma, — Adelaide entrou em fase de inesperada calma, tranquilizando o campo das afeições terrenas.
Renovaram-se, de súbito, as esperanças. A reação orgânica surgira, dentro de novo impulso, melhorando o quadro dos prognósticos em geral. Multiplicaram-se as vibrações de paz e as preces de reconhecimento.
Em vista disso, iniciou-se, com grande facilidade, após a meia-noite, o trabalho preparatório da grande reunião.
Auxiliadores de nosso Plano trouxeram companheiros da instituição, localizados em regiões diversas, provisoriamente desenfaixados do corpo físico pela atuação do sono.
Integrando a turma de trabalhadores que organizavam o ambiente, reparei, curioso, que a maior percentagem de recém-chegados se constituía de mulheres e cumpre-nos anotar que dava satisfação observar-lhes a reverência e o carinho. Todos traziam a mente polarizada na prece, em favor da benfeitora doente, para elas objeto de admiração e ternura. Fitavam-nos, respeitosas e tímidas, endereçando-nos pensamentos de súplica, sem lembranças inúteis ou nocivas. Os poucos homens que compareceram estavam contagiados pela veneração coletiva e mantinham-se na mesma posição sentimental.
A elevação ambiente espalhava fluidos harmoniosos, possibilitando agradáveis sensações de confiança e tranquilidade.
Por sugestão de Jerônimo, a reunião seria realizada no extenso salão de estudos e preces públicas, devidamente preparado. Para esse fim, não poupáramos esforço. Acionando peças de eficaz cooperação, submetemos a enorme dependência a rigoroso serviço de limpeza. Os componentes da assembleia podiam descansar tranquilos, sem o assédio de correntes mentais inferiores. Luzes e flores de nossa Esfera espargiam notas de singular encantamento. Por isso mesmo, era belo apreciar o contínuo ingresso das senhoras que, em oração, a distância do organismo grosseiro, irradiavam de si próprias admiráveis expressões de luz nitidamente diferençadas entre si.
Conservávamo-nos junto de todos, em atitude vigilante, para manter o imprescindível padrão vibratório, quando, em seguida à primeira hora, a Irmã Zenóbia, acompanhada de beneméritos amigos da casa, deu entrada no recinto, conduzindo Adelaide, extremamente abatida.
A diretora da organização transitória de Fabiano tomou o lugar de orientação e, antes de interferir no assunto principal que a trazia até ali, ergueu a destra, rogando a bênção divina para a comunidade que se reunia, atenciosa e reverente.
Tive, então, oportunidade de verificar, mais uma vez, o prodigioso poder daquela mulher santificada. Sua mão despedia raios de claridade safirina, com tanta prodigalidade, que nos proporcionava a ideia de estar em comunicação com extenso e oculto reservatório de luz.
Finda a saudação, pronunciada com formosa inflexão de ternura, mudou o tom de voz e dirigiu-se aos ouvintes, com visível energia:
— Minhas irmãs, meus amigos, serei breve. Venho até aqui somente fazer-vos pequeno apelo. Não ignorais que nossa Adelaide necessita passagem livre a caminho da espiritualidade superior. Enferma desde muito, cooperou conosco, anos consecutivos, dando-nos o melhor de suas forças. Dócil às influências do bem, foi valioso instrumento na organização desta casa de amor evangélico. Administrou a obra com cuidado e, muita vez, em nosso instituto de socorro, fora dos Círculos carnais, recebemos preciosa colaboração de seu esforço, de sua boa vontade.
Endereçou o olhar firme à assistência e obtemperou:
— Porque a detendes? Há dias, o quarto de repouso físico da doente que nos é tão amada permanece enlaçado com pensamentos angustiosos. São forças que partem de vós, sem dúvida, companheiros ciosos do trabalho em ação, mas esquecidos do “faça-se a vossa vontade” (Mt 6:10) que devemos dirigir ao Supremo Senhor, em todos os dias da vida. Lastimo as circunstâncias que me compelem a falar-vos com tamanha franqueza. Entretanto, não nos resta alternativa diferente. Acreditais na vitória da morte, em oposição à gloriosa eternidade da vida? Adelaide apenas restituirá maquinaria gasta ao laboratório da Natureza. Continuará, porém, contribuindo nos serviços da verdade e do amor, com ânimo inextinguível. Quanto a vós, não olvideis a necessidade de ação individual, no campo do bem. Que dizer do viticultor que estima o valor da vinha somente através dos serviços de alheias mãos? como apreciar o amante das flores que nunca desceu a cultivar o próprio jardim? Não façais a consagração da ociosidade, mantendo-vos a distância do desenvolvimento de vossas possibilidades infinitas. Indubitavelmente, cooperação e carinho são estimulantes sublimes na execução do bem, mas, há que evitar a intromissão do fantasma do egoísmo a expressar-se em tirania sentimental. Não podemos asseverar que impedis propositadamente a liberação da companheira de cárcere. A existência carnal constitui aprendizado demasiadamente sublime para que possamos reduzi-la à classe de mera enxovia comum. Não, meus amigos, não nos abalançaríamos a semelhante declaração. Referimo-nos tão só ao violento impulso de idolatria a que vos entregais impensadamente, pelos desvarios da ternura mal compreendida. A aflição com que intentais reter a missionária do bem, é filha do egoísmo e do medo. Alegais, em favor do vosso indesejável estado dalma, a confiança de que Adelaide se tornou depositária fiel, como se não devêsseis desenvolver as faculdades espirituais que vos são próprias, criando a confiança positiva em Deus e em vós mesmos, no trabalho improrrogável de auto-realização, e pretextais orfandade espiritual simplesmente pelo receio de enfrentar, por vós mesmos, as dores e os riscos, as adversidades e os testemunhos inerentes à iluminação do caminho para a vida eterna. Valei-vos da bendita oportunidade para repetir velha experiência de incompreensível idolatria. Converteis companheiros de boa vontade, mas tão necessitados de renovação e luz quanto vós mesmos, em oráculos erguidos em pedestais de barro frágil. Criais semideuses e gastais o incenso de infindáveis referências pessoais, estabelecendo problemas complexos que lhes reduzem a capacidade de serviço, olvidando as sementes divinas de que sois portadores. Corporificais o ídolo no altar da mente, infundindo-lhe vida fugaz e, indiferentes à gloriosa destinação que o Universo vos assinala, estimais o menor esforço que vos encarcera em automatismos e recapitulações. Se o ídolo não vos corresponde à expectativa, alimentais a discórdia, a irritação, a exigência; se falha, após o início da excursão para o conhecimento superior, senti-vos desarvorados; se rola do pedestal de cera, experimentais o frio pavor do desconhecido pelo auto-relaxamento na renovação própria. Porque erigir semelhantes estátuas para a contemplação, se as quebrareis, inelutavelmente, na jornada de ascensão? Não vos fartastes, ainda, das peregrinações sobre relíquias estraçalhadas? Compreendendo-nos as deficiências mentais na conquista da vida eterna, a vontade do Supremo Senhor colocou nos pórticos da legislação antiga o “não terás outros deuses diante de mim”. (Ex 20:3) O Pai conhece-nos a viciação milenária em matéria de inclinações afetivas e prevenia-nos o espírito contra as falsas divindades. Recorremos a semelhantes figuras, na reduzida esfera de nossas cogitações do momento, com o propósito de levar a vossa compreensão a círculos mais altos, para assim vos desprenderdes da irmã devotada e digna servidora, que vos precederá na grande jornada liberativa.
A palavra de Zenóbia causava extraordinária impressão nos ouvintes. As muitas senhoras e os poucos cavalheiros presentes, tocados pela intensa luz da orientação e desarmados pela sua palavra sábia e sublime, revelavam indisfarçável emoção no aspecto fisionômico. A oradora fez delicado gesto de benevolência e prosseguiu:
— Não somos infensos às manifestações de carinho. A saudade e o reconhecimento caminham juntos. Todavia, no âmbito das relações amistosas, toda imprudência resulta em desastre. Que seria de nós, se Jesus permanecesse em continuado convívio com as nossas organizações e necessidades? Não passaríamos, talvez, de maravilhosas flores da estufa, sem vida essencial. Por excesso de consulta e abuso de confiança, não desenvolveríamos a capacidade de administrar ou de obedecer. Baldos de valor próprio, erraríamos de região em região, em compactos rebanhos de incapazes, à procura do Oráculo Divino. Talvez, em vista disso, o Mestre Sábio tenha limitado ao mínimo de tempo o apostolado pessoal e direto, traçando-nos serviços dignificantes para muitos séculos, em poucos dias. Deu-nos a entender, desse modo, que o homem é coluna sagrada do Reino de Deus, que o coração de cada criatura deve iluminar-se, como Santuário da Divindade, para refletir-lhe a grandeza augusta e compassiva. Não vos esqueçais, meus amigos, de que todos nós, individualmente considerados, somos herdeiros ditosos da sabedoria e da luz.
Zenóbia interrompeu-se e, nesse instante, como se lhe atendessem, de Muito Alto, os apelos silenciosos, começaram a cair sobre nós raios de luz balsamizante, acentuando-nos a sensação de felicidade e contentamento.
Decorrido longo silêncio, durante o qual a diretora do instituto de Fabiano pareceu consultar as disposições mais íntimas da assembleia, voltou a dizer, em tom significativo:
— Afirmais mentalmente que Adelaide é a viga mestra deste pouso de amor, que surgirão dificuldades talvez invencíveis para que seja substituída no leme da orientação geral; entretanto, sabeis que vossa irmã, não obstante os valores incontestáveis que lhe exornam a personalidade, foi apenas instrumento digno e fiel desta criação de benemerência, sem ter sido, porém, sua fundadora. Afeiçoou-se ao espírito cristão, ao qual nos adaptaremos por nossa vez, e foi utilizada pelo Doador das Bênçãos nos trabalhos de extensão do Evangelho Purificador. Não lhe deponhais na fronte amiga a coroa da responsabilidade total, cujo “peso de glórias” deve repartir-se com todos os servos sinceros das boas obras, como se dividem, inevitavelmente, os valores da cooperação. Adelaide conhece a sua condição de colaboradora leal e não deseja lauréis que de modo algum lhe pertencem. Aguarda, apenas, que os companheiros de luta transfiram ao Cristo o patrimônio do reconhecimento, rogando simplesmente as afeições, a simpatia e a compreensão para as suas necessidades na vida nova. Libertemo-la, pois, oferecendo-lhe pensamentos de paz e júbilo, partilhando-lhe a esperança na esfera mais elevada.
Logo após, a orientadora terminou, orando sentidamente e suplicando para todos nós a bênção divina do Pai Poderoso e Bom.
Diversos ouvintes não se demoraram no recinto, regressando ao ambiente comum sob a custódia de amigos vigilantes. Algumas senhoras, contudo, aproximaram-se da oradora, endereçando-lhe palavras de alegria e gratidão.
Mais alguns minutos e a assembleia dispersava-se, tranquila. Por fim, despediram-se igualmente a Irmã Zenóbia e os outros companheiros.
Adelaide, ao retornar à matéria, respira, radiante. Entretanto, pelo soberano júbilo daquela hora, ganhou tamanha energia no corpo perispiritual que o regresso às células de carne foi complicado e doloroso. Súbito mal-estar invadiu-a, ao entrar em contato com os depauperados centros físicos.
Tomava-os e abandonava-os, sucessivamente, como pássaro a sentir a exiguidade do ninho.
Indagando de Jerônimo quanto à surpresa, dele recebeu a explicação necessária.
— Depois da palavra esclarecida de Zenóbia, — disse afavelmente o mentor, — extinguiram-se as correntes mentais de retenção que se mantinham pelo entendimento fraterno da comunidade reconhecida. Privou-se o corpo carnal do permanente socorro magnético, ao qual o afluxo dessas correntes alimentava, atenuando-lhe a resistência e precipitando a queda do tono vital. Além disso, o contentamento desta hora robusteceu-lhe, sobremaneira, os centros perispirituais. Impossível, dessa forma, evitar a sensação angustiosa no contato com os órgãos doentios.
E, com benévola expressão, afagou carinhosamente a enferma, falando-lhe, em seguida a breve intervalo:
— Não se incomode, minha amiga! O casulo reduziu-se, mas suas asas cresceram… Pense, agora, no voo que virá.
Adelaide esforçou-se para mostrar satisfação no semblante novamente abatido e rogou, tímida, lhe fosse concedido o obséquio de tentar, ela própria, a sós, a desencarnação dos laços mais fortes, em esforço pessoal, espontâneo.
Jerônimo aquiesceu, satisfeito.
E, mantendo-nos de vigilância em câmara próxima, deixamo-la entregue a si mesma, durante as longas horas que consumiu no trabalho complexo e persistente.
Não sabia que alguém pudesse efetuar semelhante tarefa, sem concurso alheio, mas o orientador veio em socorro de minha perplexidade, esclarecendo:
— A cooperação de nosso Plano é indispensável no ato conclusivo da liberação; todavia, o serviço preliminar do desenlace, no plexo solar e mesmo no coração, pode, em vários casos, ser levado a efeito pelo próprio interessado, quando este haja adquirido, durante a experiência terrestre, o preciso treinamento com a vida espiritual mais elevada. Não há, portanto, motivo para surpresa. Tudo depende de preparo adequado no campo da realização.
Meu dirigente explicara-se com muita razão. Efetivamente, só no derradeiro minuto interveio Jerônimo para desatar o apêndice prateado.
A agonizante estava livre, enfim!…
Abriu-se a casa à visitação geral.
Evangelizados pelo verbo construtivo de Zenóbia, os cooperadores encarnados, embora não guardassem minudentes recordações, sustentaram discreta atitude de respeito, serenidade e conformação.
A denodada batalhadora, agora liberta, esquivou-se gentilmente ao convite para a partida imediata. Esperou a inumação dos despojos, consolando amigos e recebendo consolações.
Depois de orar, fervorosamente no último pouso das células exaustas, agradecendo-lhes o precioso concurso nos abençoados anos de permanência na Crosta, Adelaide, serena e confiante, cercada de numerosos amigos, partiu, em nossa companhia, a caminho da Casa Transitória, ponto de referência sentimental da grande caravana afetiva…
Os mensageiros
Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 32
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Francisco Cândido Xavier
André Luiz
Num gesto nobre, Aniceto pediu a Ismália que executasse algum motivo musical de sua elevada Esfera.
A esposa de Alfredo não se fez rogada. Com extrema bondade, sentou-se ao órgão, falando, gentil:
— Ofereço a melodia ao nosso caro Aniceto.
E, ante nossa admiração comovida, começou a tocar maravilhosamente. Logo às primeiras notas, alguma coisa me arrebatava ao sublime. Estávamos extasiados, silenciosos. A melodia, tecida em misteriosa beleza, inundava-nos o espírito em torrentes de harmonia divina. Penetrava-me o coração um campo de vibrações suavíssimas, quando fui surpreendido por percepções absolutamente inesperadas. Com assombro indefinível, reparei que a esposa de Alfredo não cantava, mas no seio caricioso da música havia uma prece que atingia o sublime — oração que eu não escutava com os ouvidos mas recebia em cheio na alma, através de vibrações sutis, como se o melodioso som estivesse impregnado do verbo silencioso e criador. As notas de louvor alcançavam-me o âmago do espírito, arrancando-me lágrimas de intraduzível emotividade:
“Ó Senhor Supremo de Todos os Mundos E de Todos os Seres, Recebe, Senhor, O nosso agradecimento De filhos devedores do teu amor! Dá-nos tua bênção. Ampara-nos a esperança, Ajuda-nos o ideal Na estrada imensa da vida… Seja para o teu coração, Cada dia, Nosso primeiro pensamento de amor! Seja para tua bondade Nossa alegria de viver!… Pai de amor infinito Dá-nos tua mão generosa e santa. Longo é o caminho. Grande o nosso débito, Mas inesgotável é a nossa esperança. Pai Amado, Somos as tuas criaturas, Raios divinos De tua Divina Inteligência. Ensina-nos a descobrir Os tesouros imensos Que guardaste Nas profundezas de nossa vida. Auxilia-nos a acender A lâmpada sublime Da Sublime Procura! Senhor, Caminhamos contigo Na eternidade!… Em Ti nos movemos para sempre. Abençoa-nos a senda, Indica-nos a Sagrada Realização. E que a glória eterna Seja em teu eterno trono!… Resplandeça contigo a Infinita Luz, Mane em teu coração misericordioso A Soberana Fonte do Amor, Cante em tua Criação Infinita O sopro divino da eternidade. Seja a tua bênção Claridade aos nossos olhos, Harmonia ao nosso ouvido, Movimento às nossas mãos, Impulso aos nossos pés. No amor sublime da Terra e dos Céus!… Na beleza de todas as vidas, Na progressão de todas as coisas, Na voz de todos os seres, Glorificado sejas para sempre, Senhor.” |
Que melodia era aquela que se ouvia através de sons inarticulados? Não pude conter as lágrimas abundantes. Cecília comovera-nos a sensibilidade, lembrando as harmonias terrenas e os afetos humanos. Ismália, no entanto, arrebatava-nos o Espírito, elevando-nos ao Supremo Pai. Nunca ouvira oração de louvor como aquela! Além disso, a esposa de Alfredo glorificava o Senhor de maneira diferente, inexprimível na linguagem humana. A prece tocara-me as recônditas fibras do coração e reconhecia que nunca meditara na grandeza divina, como naquele instante em que uma alma santificada falava de Deus, com a maravilha de suas riquezas espirituais.
E não era só eu a chorar como criança. Aniceto enxugava os olhos, de maneira discreta, e algumas senhoras levavam o lenço ao rosto.
Compreendi que a oração terminara, porque a música mudou de expressão. O caráter heroico cedeu lugar a lirismo encantador. Experimentando a profunda serenidade ambiente, vi que luzes prodigiosas jorravam do Alto sobre a fronte de Ismália, envolvendo-a num arco irisado de efeito magnético e, com admiração e enlevo, observei que belas flores azuis partiam do coração da musicista, espalhando-se sobre nós. Desfaziam-se como se feitas de cariciosa bruma anilada, ao tocar-nos, de leve, enchendo-nos de profunda alegria. A maior parte caía sobre Aniceto, fazendo-nos recordar as palavras amigas da dedicatória. Impressionavam-me profundamente aquelas corolas fluídicas, de sublime azul-celeste, multiplicando-se, sem cessar, no ambiente, e penetrando-nos o coração como pétalas constituídas apenas de colorido perfume. Sentia-me tão alegre, experimentava tamanho bom ânimo que não conseguiria traduzir as emoções do momento.
Mais alguns minutos e Ismália terminou a magistral melodia.
A esposa do administrador desceu até nós, coroada de intensa luz.
Alfredo avançou, beijando-a no rosto, ao mesmo tempo que Aniceto lhe estendia a destra, agradecido.
— Há muito tempo não ouvia músicas tão sublimes como as desta noite, — exclamou nosso orientador, sorrindo. Cecília falou-nos do sublime amor terrestre, Ismália arrebatou-nos ao divino amor celestial. Ideia feliz a de permanecermos no Posto! Fomos igualmente socorridos pela luz da amizade, que nos revigorou o bom ânimo!
Aproximaram-se os Bacelares, eminentemente comovidos.
— Que maravilhosas flores nos deste, querida amiga! — Disse a mãezinha de Cecília, abraçando a esposa de Alfredo.
— Voltaremos ao trabalho, repletos de energia nova! — Acrescentou o senhor Bacelar, sorridente.
A extensa sala estava cheia de notas de reconhecimento e júbilo sincero. A melodia de Ismália constituíra singular presente do Céu. A alegria e o bom ânimo transpiravam em todos os rostos.
Observando que Aniceto se retirava para um canto do salão, procurei-o, ansioso. Desejava esclarecer o fenômeno da prece sem palavras, das harmonias, das luzes e das flores. Antes, porém, das interpelações do aprendiz, o orientador amigo sorriu, amável, e explicou:
— Conheço a sua sede, André. Não precisa perguntar. Impressionou-se você com a grandeza espiritual da nobre companheira do nosso amigo. Não precisarei alinhar esclarecimentos. Recorda-se de Ana, a infeliz criatura que dorme nos pavilhões, entre pesadelos cruéis? Lembra-se de Paulo, o caluniador? Não os viu carregando pesados fardos mentais? Cada um de nós traz, nos caminhos da vida, os arquivos de si mesmo. Enquanto os maus exibem o inferno que criaram para o íntimo, os bons revelam o paraíso que edificaram no próprio coração. Ismália já amontoou muitos tesouros que as traças não roem. (Mt 6:19) Ela já pode dar da infinita harmonia a que se devotou pela bondade e pelo divino amor. A luz que vimos é a mesma que jorra do Plano superior, de maneira incessante, inundando os caminhos da vida, mas a melodia, a prece e as flores constituem sublime criação dessa alma santificada. Ela repartiu conosco, neste momento, uma parte dos seus tesouros eternos! Peçamos ao Senhor, meu amigo, que não tenhamos recebido em vão as sublimes dádivas!
Nosso Lar
Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 27
Página: -
Francisco Cândido Xavier
André Luiz
Nunca poderia imaginar o quadro que se desenhava agora aos meus olhos. Não era bem o hospital de sangue, nem o instituto de tratamento normal da saúde orgânica. Era uma série de câmaras vastas, ligadas entre si e repletas de verdadeiros despojos humanos.
Singular vozerio pairava no ar. Gemidos, soluços, frases dolorosas pronunciadas a esmo… Rostos escaveirados, mãos esqueléticas, facies monstruosas deixavam transparecer terrível miséria espiritual.
Tão angustiosas foram minhas primeiras impressões que procurei os recursos da prece para não fraquejar.
Tobias, imperturbável, chamou velha servidora, que acudiu atenciosamente:
— Vejo poucos auxiliares, — disse admirado, — que aconteceu?
— O Ministro Flácus, — esclareceu a velhinha em tom respeitoso, — determinou que a maioria acompanhasse os Samaritanos para os serviços de hoje, nas regiões do Umbral.
— Há que multiplicar energias, — tornou ele sereno, — não temos tempo a perder.
— Irmão Tobias!… Irmão Tobias!… Por caridade! — Gritou um ancião, gesticulando, agarrado ao leito, à maneira de louco, — estou a sufocar! Isto é mil vezes pior que a morte na Terra… Socorro! Socorro! Quero sair, sair!… quero ar, muito ar!
Tobias aproximou-se, examinou-o com atenção e perguntou:
— Por que teria o Ribeiro piorado tanto?
— Experimentou uma crise de grandes proporções, — explicou a serva, — e o Assistente Gonçalves esclareceu que a carga de pensamentos sombrios, emitidos pelos parentes encarnados, era a causa fundamental desse agravo de perturbação. Visto achar-se ainda muito fraco e sem ter acumulado força mental suficiente para desprender-se dos laços mais fortes do mundo, o pobre não tem resistido, como seria de desejar.
Enquanto o generoso Tobias acariciava a fronte do enfermo, a serviçal prosseguia esclarecendo:
— Hoje, muito cedo, ele se ausentou sem consentimento nosso, a correr desabaladamente. Gritava que lhe exigiam a presença no lar, que não podia esquecer a esposa e os filhos chorosos; que era crueldade retê-lo aqui, distante do lar. Lourenço e Hermes esforçaram-se por fazê-lo voltar ao leito, mas foi impossível. Deliberei, então, aplicar alguns passes de prostração. Subtraí-lhe as forças e a motilidade, em benefício dele mesmo.
— Fez muito bem, — acentuou Tobias, pensativo, — vou pedir providências contra a atitude da família. É preciso que ela receba maior bagagem de preocupações, para que nos deixe o Ribeiro em paz.
Fixei o doente procurando identificar-lhe a expressão íntima, verificando a legítima expressão de um dementado. Ele chamara Tobias como a criança que conhece o benfeitor, mas acusava profundo alheamento de quanto se dizia a seu respeito.
Notando-me a admiração, o novo orientador explicou:
— O pobrezinho permanece na fase de pesadelo, em que a alma pouco mais vê e ouve que as aflições próprias. O homem, meu caro, encontra na vida real o que amontoou para si mesmo. Nosso Ribeiro deixou-se empolgar por numerosas ilusões.
Eu quis indagar da origem dos seus padecimentos, conhecer-lhes a procedência e o histórico da situação; entretanto, recordei as criteriosas ponderações da mãe de Lísias, relativas à curiosidade, e calei. Tobias dirigiu ao enfermo generosas palavras de otimismo e esperança. Prometeu que iria providenciar recurso a melhoras, que mantivesse calma em benefício próprio e que não se aborrecesse por estar preso à cama. Ribeiro, muito trêmulo, rosto ceráceo, esboçou um sorriso muito triste e agradeceu com lágrimas.
Seguimos através de numerosas filas de camas bem cuidadas, sentindo a desagradável exalação ambiente, oriunda, como vim a saber mais tarde, das emanações mentais dos que ali se congregavam, com as dolorosas impressões da morte física e, muita vez, sob o império de baixos pensamentos.
— Reservam-se estas câmaras, — explicou o companheiro bondosamente, — apenas as entidades de natureza masculina.
— Tobias! Tobias… Estou morrendo à fome e sede! — Bradava um estagiário.
— Socorro, irmão!… — Gritava outro.
— Por amor de Deus!… Não suporto mais!… — Exclamava ainda outro.
Coração alanceado ante o sofrimento de tantas criaturas, não contive a interrogação penosa:
— Meu amigo, como é triste a reunião de tantos sofredores e torturados! Por que este quadro angustioso?
Tobias respondeu sem se perturbar:
— Não devemos observar aqui somente dor e desolação. Lembre, meu irmão, que estes doentes estão atendidos, que já se retiraram do Umbral, onde tantas armadilhas aguardam os imprevidentes, descuidosos de si mesmos. Nestes pavilhões, pelo menos, já se preparam para o serviço regenerador. Quanto às lágrimas que vertem, recordemos que devem a si mesmos esses padecimentos. A vida do homem estará centralizada onde centralize ele o próprio coração. (Mt 6:21)
E depois de uma pausa, em que parecia surdo a tantos clamores, acentuou:
— São contrabandistas na vida eterna.
— Como assim? — Atalhei, interessado.
O interlocutor sorriu e respondeu em voz firme:
— Acreditavam que as mercadorias propriamente terrestres teriam o mesmo valor nos Planos do Espírito. Supunham que o prazer criminoso, o poder do dinheiro, a revolta contra a lei e a imposição dos caprichos atravessariam as fronteiras do túmulo e vigorariam aqui também, oferecendo-lhes ensejos a disparates novos. Foram negociantes imprevidentes. Esqueceram de cambiar as posses materiais em créditos espirituais. Não aprenderam as mais simples operações de câmbio no mundo. Quando iam a Londres, trocavam contos de réis por libras esterlinas; entretanto, nem com a certeza matemática da morte carnal se animaram a adquirir os valores da espiritualidade. Agora… que fazer? Temos os milionários das sensações físicas transformados em mendigos da alma.
Realíssimo! Tobias não podia ser mais lógico.
Meu novo instrutor, após distribuir conforto e esclarecimento a granel, conduziu-me a vasta câmara anexa, em forma de grande enfermaria, notificando:
— Vejamos alguns dos infelizes semimortos.
Narcisa, a servidora, acompanhava-nos, solícita. Abriu-se a porta e quase cambaleei ante a surpresa angustiosa. Trinta e dois homens de semblante patibular permaneciam inertes em leitos muito baixos, evidenciando apenas leves movimentos de respiração.
Fazendo gesto significativo com o indicador, Tobias esclareceu:
— Estes sofredores padecem um sono mais pesado que outros de nossos irmãos ignorantes. Chamamos-lhes crentes negativos. Ao invés de aceitarem o Senhor, eram vassalos intransigentes do egoísmo; ao invés de crerem na vida, no movimento, no trabalho, admitiam somente o nada, a imobilidade e a vitória do crime. Converteram a experiência humana em constante preparação para um grande sono e, como não tinham qualquer ideia do bem, a serviço da coletividade, não há outro recurso senão dormirem longos anos, em pesadelos sinistros.
Não conseguia externar meu espanto.
Muito cuidadoso, Tobias começou a aplicar passes de fortalecimento, sob meus olhos atônitos. Finda a operação nos dois primeiros, começaram ambos a expelir negra substância pela boca, espécie de vômito escuro e viscoso, com terríveis emanações cadavéricas.
— São fluidos venenosos que segregam, — explicou Tobias, muito calmo.
Narcisa fazia o possível por atender prontamente à tarefa de limpeza, mas debalde. Grande número deles deixava escapar a mesma substância negra e fétida. Foi então, que, instintivamente, me agarrei aos petrechos de higiene e lancei-me ao trabalho com ardor.
A servidora parecia contente com o auxílio humilde do novo irmão, ao passo que Tobias me dispensava olhares satisfeitos e agradecidos.
O serviço continuou por todo o dia, custando-me abençoado suor, e nenhum amigo do mundo poderia avaliar a alegria sublime do médico que recomeçava a educação de si mesmo, na enfermagem rudimentar.
Os Samaritanos. — Organização de Espíritos benfeitores em “Nosso Lar”. — Nota do Autor espiritual.
Espíritos Diversos
O Espírito da Verdade
Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 79
Francisco Cândido Xavier
Espíritos Diversos
O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO —
“Não saiba vossa mão esquerda o que oferece a direita” (Mt 6:3) é a lição de Jesus que constantemente nos sugere a sementeira do bem oculto.
Entretanto, é preciso lembrar que se “nem só de pão vive o homem”, (Mt 4:4) não se alimenta a virtude tão somente de recursos materiais.
Acima do benefício que se esconde para ser mais seguro no campo físico, de modo a que se não firam corpos doentes e bocas famintas pelos acúleos da ostentação, prevalece o amparo mudo às necessidades do sentimento, na esfera do espírito, a fim de que os tóxicos da maldade e os desastres do escândalo não arrasem experiências preciosas com o fogo da imprevidência.
Se percebeste no companheiro as escamas do orgulho ou da rebeldia, envolve-o no clima da humildade, socorrendo-lhe a sede imanifesta de auxílio, e se presenciaste a queda de alguém, no caminho em que jornadeias, alonga-lhe os braços de irmão, para que se levante, sem exagerar-lhe os desajustes com a referência insensata.
Se um amigo aparece errado aos teus olhos, cala o verbo contundente da crítica, ajudando-o com a bênção da prece, e se o próximo surge desorientado e infeliz, em teus passos, oferta-lhe o favor do silêncio, para que se reequilibre e restaure.
Não vale encarecer cicatrizes e imperfeições, a pretexto de apagá-las no corpo das horas, porquanto leve chaga, tratada com desamor, é sempre ferida a cronicificar-se no tempo.
Distribui, desse modo, a beneficência do agasalho e do pão, evitando humilhar quem te recolhe os gestos de providência e carinho; contudo, não olvides estender a caridade do pensamento e da língua, para que o bálsamo do perdão anule o veneno do ódio e para que a força do esquecimento extinga as sombras de todo mal.
(Psicografia de Francisco C. Xavier)
Na Era do Espírito
Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 14
Francisco Cândido Xavier
Espíritos Diversos
“Em nossa reunião pública dedicada às comemorações do nascimento do nosso benemérito amigo Dr. Bezerra de Menezes, a lição de O Evangelho Segundo o Espiritismo () trazida a estudo foi o item 22 do capítulo XXVII.
A nossa Instituição recebia, nessa noite, a visita de mais de uma centena de irmãos de várias cidades e os temas da prece animaram vivamente todos os comentários. Quase todas as explanações versaram sobre a maneira de pedir ou de agradecer, sobre o que devemos rogar aos céus e como dialogar com a Espiritualidade Maior.
Encerrando as tarefas da noite, a nossa benfeitora espiritual Maria Dolores, por nosso intermédio, escreveu a página “Petição a Jesus” que nos comoveu muito. Prometi à maioria dos companheiros que faria ao caro Professor a remessa dessa oração de nossa irmã, na ideia de tê-la enriquecida com os seus apontamentos.”
Senhor! Perante os que se vão Sob nuvens de pó e rajadas de vento, Dá-me o dom de sentir No próprio coração A chaga e o sofrimento Que carregam consigo Por fardos de aflição… Faze, Divino Amigo, Ante a dor que os invade, Que eu lhes seja migalha de conforto Na travessia da necessidade. Agradeço-te os olhos: que me deste, Espelhos claros com que me permites Fitar fontes e flores Ante o céu sem limites… Mas rogo-te, Senhor, Ajuda-me a estender a luz em que me elevas Cooperando contigo, embora humildemente, No socorro constante aos que jazem nas trevas. Rendo-te graças pela minha voz Que te pode louvar E engrandecer-te sem qualquer barreira De inibição, de forma, de lugar… Entretanto, Jesus, aspiro a estar contigo, Em singela tarefa que me dês No apostolado com que recuperas Nossos irmãos atados à mudez. Agradeço os ouvidos Em que o discernimento se me apura Ao escutar o verbo e a música da vida Na ascensão à cultura. Consente-me, porém, o privilégio De repartir o amor com que me assistes Revigorando a quantos se fizeram Retardados ou tristes. Agradeço-te as mãos que me cedeste Para dar-me ao trabalho que te peço Na atividade do cotidiano Em demanda ao progresso. Aprova-me, no entanto, o propósito ardente De partilhar contigo o serviço fecundo Com que amparas a todos os enfermos Que vivem sob a inércia entre as provas do mundo! Agradeço-te o lar que me descansa No calor da ternura em que me aqueço, Meu veludoso ninho de esperança, Meu tesouro sem preço… Mas deixa-me seguir-te, lado a lado, No concurso espontâneo, dia a dia, A fim de que haja abrigo a todos os que passam Suportando sem teto a chuva e a noite fria! Rendo-te graças, incessantemente, Por tudo o que, em teu nome, o caminho me traz, — A compreensão, a luz, o estímulo, o consolo, O apoio, a diretriz, a experiência, a paz… Não me largues, porém, no exclusivismo vão De tudo o que me dês, ajuda-me, Senhor, A dividir também com os outros que te esperam A mensagem de fé e a presença de amor! |
“As condições da prece foram claramente definidas por Jesus”, escreveu Kardec no capítulo XXVII de O Evangelho Segundo o Espiritismo. () E para prová-lo transcreveu os trechos dos Evangelhos de Mateus (Mt 6:5), de Marcos (Mc 11:25) e de Lucas (Lc 18:9) que a seguir comentou. No item 22 desse capítulo () inseriu uma comunicação mediúnica do pastor protestante Monod intitulado “Modo de orar”.
Nessa comunicação Monod adverte: “O primeiro dever de toda criatura humana, o primeiro ato que deve assinalar o seu retorno à atividade diária é a prece. Vós orais, quase todos, mas quão poucos sabem realmente orar!” E passa a discorrer sobre a oração e a melhor maneira de faze-la, acentuando: “Pedi, antes de tudo, para vos tornardes melhores e vereis que torrentes de graças e consolações se derramarão sobre vós”.
Nas reuniões com Chico Xavier várias pessoas são convidadas a falar sobre o tema de estudos da noite. Esses temas são escolhidos pelos Espíritos que dirigem os trabalhos, pois o livro é aberto ao acaso e cai sempre um tópico referente às preocupações dominantes no recinto. Lido o texto, passa-se aos comentários e no final o médium recebe uma comunicação psicográfica.
Todas as explicações já haviam sido dadas, todos os comentários já haviam sido feitos quando Maria Dolores trouxe, através do médium, o seu aparte do Além. E preferiu faze-lo em forma de exemplo. Ao invés de dar uma nova explicação, fez a sua prece a Jesus. Essa prece corresponde exatamente às condições definidas por Monod. É um agradecimento espontâneo pelas graças recebidas e um pedido para maior atividade no campo da fraternidade e do amor. As condições da prece e a maneira de faze-la estão bem claras nesse poema em que a inspiração da poetisa confirma, em versos, as lições do Evangelho.
Oraste, pediste.
Desfase-te, porém, de quaisquer inquietações e asserena-te para recolher as respostas da Divina Providência.
Desnecessário aguardar demonstrações espetaculosas para que te certifiques quanto às indicações do Alto.
Qual ocorre ao Sol que não precisa descer ao campo para atender ao talo de erva que lhe roga calor, de vez que lhe basta, para isso, a mobilização dos próprios raios, Deus conta com milhões de mensageiros que lhe executam os Excelsos Desígnios.
Ora e pede.
Em seguida, presta atenção.
Algo virá por alguém ou por intermédio de alguma cousa doando-te, na essência, as informações ou os avisos que solicites.
Em muitas circunstâncias, a advertência ou o conselho, a frase orientadora ou a palavra de bênção te alcançarão a alma, no verbo de um amigo, na página de um livro, numa nota singela de imprensa e até mesmo num simples cartaz que te cruze o caminho.
Mais que isso. As respostas do Senhor às tuas necessidades e petições, muitas vezes, te buscam, através dos próprios sentimentos a te subirem do coração ao cérebro ou dos próprios raciocínios a te descerem do cérebro ao coração.
Deus responde sempre, seja pelas vozes da estrada, pela pregação ou pelo esclarecimento da tua casa de fé, no diálogo com pessoa que se te afigura providencial para a troca de confidências, nas palavras escritas, nas mensagens inarticuladas da Natureza, nas emoções que te desabrocham da alma ou nas ideias imprevistas que te fulgem no pensamento, a te convidarem o Espírito para a observância do Bem Eterno.
O próprio Jesus, o Mensageiro Divino por excelência, guiou-nos à procura do Amor Supremo, quando nos ensinou a suplicar: “Pai Nosso, que estás no Céu, santificado seja o teu nome, venha a nós o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na Terra como nos Céus…” (Mt 6:9)
E, dando ênfase ao problema da atenção, recomendou-nos escolher um lugar íntimo para o serviço da prece, enquanto ele mesmo demandava a solidão para comungar com a Infinita Sabedoria.
Recordemos o Divino Mestre e estejamos convencidos de que Deus nos atende constantemente; imprescindível, entretanto, fazer silêncio no mundo de nós mesmos, esquecendo exigências e desejos, não só para ouvirmos as respostas de Deus, mas também a fim de aceitá-las, reconhecendo que as respostas do Alto são sempre em nosso favor, conquanto, às vezes, de momento, pareçam contra nós.
(Brasil espírita, dezembro de 1967, p. 4)
Excursão de Paz
Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 20
Francisco Cândido Xavier
Espíritos Diversos
Mãezinha querida!
Sei que hoje serás reverenciada, com todas as mães, em palácios festivos. Tribunas luminosas serão erguidas para elogios públicos. Entretanto, ansiava reencontrar-te, no templo do lar, que sustentaste com sacrifícios mudos.
Ouvi cânticos de profunda beleza, em louvor de teu nome, e atravessei larga fila de cartazes que te recordam na rua, mas, venho rogar-te a canção de simplicidade e doçura com que me embalaste o berço.
Árvore generosa, que me abrigaste o ninho de esperança, ensina-me como pudeste resistir às tempestades que te sacudiram os ramos!
Estrela, que me clareaste os passos primeiros, entre as sombras do mundo, conta-me o que fizeste para brilhar sem fadiga, no longa noite do sofrimento!…
Escutei muitos mestres e folheei muitos livros, no entanto, nenhum deles me falou tão intensamente de Deus, quanto a linguagem silenciosa dos teus beijos de ternura e as letras divinas, a transparecerem, inexplicadas, dos calos de trabalho que te marcam as mãos.
Associando-me às homenagens com que te honram lá fora, procuro inutilmente exprimir o amor que me inspiras e busco, em vão, externar reconhecimento e alegria, porque as palavras se me desfalecem na boca…
Quero proclamar que és a rainha de nossa casa e tento envolver-te a cabeça cansada com as flores de meu carinho, contudo vejo-te a coroa de lágrimas em forma de fios brancos e nada mais consigo dizer que sinto remorso, pensando nas dores e nas aflições que te dei.
Sim, mãezinha! Há banquetes de regozijo que te esperam a melodia da bênção, mas, desculpa se te rogo para ficares comigo no enternecimento do coração.
Traze o pão pobre e alvo que me davas na infância, guarda-me no teu colo e repete, de novo, para que eu possa aprender: “Pai nosso, que estás no Céu”… (Mt 6:9)
Missão Cumprida... 413,...
Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 3
Francisco Cândido Xavier
Espíritos Diversos
O Senhor nos disse com recomendação especial para rogarmos ao Pai, em oração “não nos deixeis cair em tentação, e livrai-nos do mal.” (Mt 6:13)
Ele, porém, o Senhor, nos sabia livres, através de decreto dos Céus, concedendo-nos o livre arbítrio para agir, pensar, providenciar, fazer e determinar, entretanto nos recomenda rogar aos Poderes do Alto proteção, de certo, porque nos tinha em conta, por criaturas suscetíveis de queda e fraqueza, não transmissíveis, mas influenciáveis.
No entanto, quais sejam as tentações em que viermos a cair possivelmente. Quais seriam essas tentações? Ou são todas do íntimo de nós mesmos.
Sem pretensões de superioridade, porque o tempo e a experiência não nos conferem infalibilidade, peço-vos permissão para enumerar algumas dessas tentações por dentro de nós.
Senão vejamos:
Maldade. Crueldade. Violência. Sensualismo. Teimosia. Revolta. Libidinagem. Estrupo. Pedofilia. Orgulho. Ambições. Inconformação. Maledicência. Imposição. Embriaguez. |
Uso e abuso de drogas medicinais. |
Despotismo. Traição. Infidelidade. Deslealdade. Indisciplina. |
Exploração dos assuntos sagrados. |
A gula. |
A Teologia Cristã afirma que são sete os pecados mortais, mas as quedas por dentro são faltas que conduzem à morte prematura, são mais e muito mais.
Em vista disso o Senhor nos induz na ORAÇÃO DOMINICAL (Mt 6:9) a rogar proteção em nós mesmos a fim de não cair em tentação.
Irmãos, pensemos nisso pra nos valermos do tempo de que dispomos na benção do corpo físico, de modo a nos melhorarmos por dentro de nós mesmos.
Este é o depoimento de vosso amigo, igualmente falível, entretanto sempre vosso irmão que vos visita hoje e tantas vezes, o vosso pequenino servidor.
Caros irmãos, também venho pedir-vos: Nada façamos contra a fé que nos conduz, Porque somente assim poderemos viver e viveremos Na sagrada presença de JESUS. |
(Página recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, na noite de 12.09.1998, em reunião pública do Grupo Espírita da Prece – Uberaba - MG)
Sentinelas da Luz
Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 14
Francisco Cândido Xavier
Espíritos Diversos
Não aflijas o próprio coração, pedindo ao Céu aquilo que realmente não constitui nossa necessidade essencial.
Recorda, em tuas orações, que a Vontade Divina endereça-nos, cada dia, concessões que representam a provisão de recursos imprescindíveis ao nosso enriquecimento real.
Observa, na sucessividade das horas, as bênçãos do Todo Misericordioso.
Aparecem, quase todas, em forma de trabalho nos pequenos sacrifícios que o mundo nos reclama.
Aqui, é a família exigindo compreensão.
Ali, é uma obrigação social que devemos cumprir.
Além, é o imposto do reconhecimento que não nos cabe sonegar.
Mais além, é o companheiro de caminho que nos pede auxílio e entendimento.
Guarda a boa vontade no coração e o serviço nas atitudes, à frente da Humanidade e da Natureza, e perceberás que não é preciso bater às Portas do Céu com demasiadas súplicas ou com excessivas aflições.
Repara os nossos irmãos menos felizes que procuram a fortuna amoedada ou que buscaram os títulos da autoridade terrestre.
Quase todos avançam atormentados, ao calor de braseiros invisíveis, suspirando pela paz que temporariamente perderam, em recebendo compromissos prematuros.
É possível que sejas convocado à luta da direção ou à mordomia do ouro; é provável que amanhã sejas conduzido aos mais altos postos, na orientação do povo ou no esclarecimento das almas…
Se isso, porém, está nos Desígnios do Senhor, não precisas inquietar-te através de requisições e rogativas sem qualquer razão de ser.
Não intentes a aquisição de bens ou responsabilidades para os quais ainda não te habilitaste.
A árvore, sem angústia, cresce para a colheita e a fonte, sem violência, desliza no espaço e no tempo, acabando por encontrar a serenidade do grande oceano.
Cumpre o dever de hoje, com segurança e tranquilidade, sê, antes de tudo, correto e irrepreensível para com os outros e para contigo mesmo, e o Plano da Eterna Sabedoria te alçará gradativamente a serviços sempre mais expressivos e sempre mais importantes, porque na confiança de tua fidelidade ao Bem, estarás repetindo com o Amor de Jesus: “Seja feita, Senhor, a Tua Vontade, assim na Terra como nos Céus”. (Mt 6:9)
Chico Xavier: Exemplo de Amor...
Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 2
Francisco Cândido Xavier
Espíritos Diversos
Esta ocorrência que registra o poder da prece é acontecimento em nosso corrente mês de agosto, conforme o que posso assinalar.
Um grande avião anfíbio pousou no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro. Oitenta passageiros, integrando vinte executivos e suas famílias, constituídas de senhoras, de jovens e crianças, foram chamados a ocupar a nave.
Era um grande avião fretado por chefes do comércio de São Paulo, que premiavam assim os seus cooperadores, antigos funcionários, abnegados que por dez anos consecutivos desistiram de férias e se achavam cansados e abatidos, exigindo repouso integral, segundo os médicos que os assistem.
Quase no momento da largada, o Comandante da máquina pediu as fichas de todos os que se dispunham a viajar. Todos eram cristãos declarados e o generoso oficial exclamou jovial:
— Se todos somos cristãos, procuremos entrelaçar as nossas mãos e Nosso Senhor Jesus será comigo o Comandante Verdadeiro.
Foi um instante de alegria recíproca, todos se abraçaram e trocaram votos de fé em Jesus, com pleno êxito.
O grande avião fez a decolagem e partiu devassando a noite clara. Tudo ia bem sem novidades de realce e a máquina singrou os céus, serenamente.
A partida do Galeão foi às nove da noite.
Na intimidade o ambiente era de paz e de alegrias. Todos queriam falar do destino, que, pela escolha dos viajantes, seria a Ilha de Cancun, no Mar do Caribe, pela sua fama de conforto e de beleza, verdadeiro santuário da natureza.
Pouco depois da meia-noite, o grande anfíbio pousou no Aeroporto de Lima, para descanso e distração. O comando determinou quarenta minutos de parada e os passageiros se dirigiram ao salão principal do aeroporto e se abasteceram de chá e leite e adquiriram preciosas frutas originárias do Chile. Dava gosto observar-lhes o encantamento, quando retornaram à nave que se pôs a rumo do México.
A madrugada vinha surpreendê-los e o avião deslizou no Caribe.
Eram talvez mais ou menos quatro horas antes do amanhecer, quando a nave foi atacada por ondas agressivas…
O grande anfíbio tremeu, como que pressentindo perigos duros e começou a se agitar sob forte ventania.
As ondas cresciam quais leões sobre a máquina que parecia assustar-se ao ímpeto dos vagalhões.
Aviadores exímios que assessoravam o Comando lançavam sinais de luz, implorando socorro, acompanhados dos guizos de buzinas que se perdiam na imensidão, sem qualquer resposta.
Senhoras sensíveis oravam e alguns chamavam por Jesus. Os brados eram muitos:
— Socorro Jesus!…
— Jesus valei-nos!…
E alguns executivos choravam abraçando as crianças desoladas.
A aeromoça apareceu às portas da equipagem e em nome do comandante pedia calma, dizendo que o comandante avisava aos viajantes que estavam atravessando grande tempestade, mas que o fenômeno era passageiro.
Nestes instantes caiam pastas e embrulhos diversos, derramando documentos e miudezas sobre o piso.
Algumas senhoras disseram ver o Senhor, caminhando sobre as águas encapeladas.
A agitação da máquina era intensa pois, quase descontrolada, não sabia se voava ou navegava.
Após duas horas de angústia, o Comando mandava notificar que a grande Cancun estava à vista.
O Sol iniciava a sua carreira divina sobre as águas, quando por fim, o grande anfíbio parou em plena praia.
O comandante chorou de emoção e tudo determinou para a descida.
Um guarda da praia avisou em voz alta. Os senhores e as senhoras estão salvos. Estamos sob a força do Bonnie, um furacão tradicional nas águas de Cancun.
O guarda chamou outros guardas para a recepção.
O Sol já brilhava nas areias. Antes, porém de descarregar a bagagem, o comandante entregou o serviço a dois aviadores de auxílio e olhou para a nave com o enternecimento de um homem que se apiedasse de um cavalo e sentiu-se extremamente sensibilizado.
Fitou o mar que tentava invadir a praia e gritou para o oceano:
— “Pára! Pára em nome de Jesus!…”
As águas revoltas se acalmaram e qual se ele mesmo fosse o Divino Mestre, bradou para os passageiros assustados exclamando:
— Agora, vamos agradecer!…
E ele próprio ajoelhou-se sobre a praia e externou:
— Oremos juntos.
Todos se ajoelharam nas areias brilhando ao Sol e o audaz condutor do aeroplano, passou a recitar com humildade:
— Pai nosso que estais nos céus,
Santificado seja o vosso nome,
Venha a nós o vosso Reino,
Seja feita a vossa vontade
e sublinhou:
Assim é na Terra, como no Mar e como nos Céus.
O pão nosso de cada dia, dá-nos hoje, Senhor!
Perdoa as nossas dívidas e faltas, assim como perdoamos aos nossos devedores
E não nos deixeis cair em tentação,
E livrai-nos do mal.
Assim seja!
Com Jesus e por Jesus!…
Terminada a oração, os oitenta passageiros se recolheram no hotel convenientemente, enquanto, Bonnie prosseguia urrando sobre a Terra.
***
Assim a prece do Pai Nosso foi renovada, pedindo a bênção do Senhor sobre o mar.
Irmãos, aqui termino.
Somos todos viajores.
Nossos lares e nossas instituições são barcos em viagem.
Viagem na qual todos temos a bússola de paz, amor e luz, que todos necessitamos usar para estar na presença de Jesus. Com Jesus e por Jesus!…
Mensagem recebida no Grupo Espírita da Prece em 29/08/1998
Alma e Coração
Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 50
Francisco Cândido Xavier
Espíritos Diversos
Na maioria dos casos, o impositivo do perdão surge entre nós e os companheiros de nossa intimidade, quando o suco adocicado da confiança se nos azeda no coração.
Isso acontece porque, geralmente, as mágoas mais profundas repontam entre os Espíritos vinculados uns aos outros na esteira da convivência.
Quando nossas relações adoecerem, no intercâmbio com determinados amigos que, segundo a nossa opinião pessoal, se transfiguram em nossos opositores, perguntemo-nos com sinceridade: “Como perdoar se perdoar não se resume à questão de lábios e sim a problema que afeta os mais íntimos mecanismos do sentimento?”
Feito isso, demo-nos pressa em reconhecer que as criaturas em desacerto pertencem a Deus e não a nós; que também temos erros a corrigir e reajustes em andamento; que não é justo retê-las em nossos pontos de vista, quando estão, qual nos acontece, sob os desígnios da Divina Sabedoria no que mais convém a cada um, nas trilhas do burilamento e do progresso. Em seguida, recordemos as bênçãos de que semelhantes criaturas nos terão enriquecido no passado e conservemo-las em nosso culto de gratidão, conforme a vida nos preceitua.
Lembremo-nos também de que Deus já lhes terá concedido novas oportunidades de ação e elevação em outros setores de serviço e que será desarrazoado de nossa parte manter processos de queixa contra elas, no tribunal da vida, quando o próprio Deus não lhes sonega amor e confiança.
Quando te entregares realmente a Deus, a Deus entregando os teus adversários como autênticos irmãos teus — tão necessitados do Amparo Divino quanto nós mesmos, penetrarás a verdadeira significação das palavras de Cristo: “Pai, perdoa as nossas dívidas assim como perdoamos aos nossos devedores”, (Mt 6:12) reconciliando-te com a vida e com a tua própria alma. Então, saberás oscular de novo a face de quem te ofendeu, e quem te ofendeu encontrará Deus contigo e te dirá com a mais pura alegria do coração: “Bendito sejas!…”
Esperança e Luz
Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 15
Francisco Cândido Xavier
Espíritos Diversos
Em verdade, o nosso tempo, na atualidade terrestre, é de muitos conflitos e manifestas perturbações.
Anotemos, no entanto, que a ausência do perdão reúne as parcelas de nossas reações negativas, e apresenta-nos a soma inquietante que se transforma em caminho para a guerra.
Os atritos do lar, as reclamações que se espalham, resultam da incompreensão, em que se especifica, entre os homens, a dureza dos corações de uns para com os outros.
Aqui, é a irritação que prepara ambiente à enfermidade, ali, é a falta de aceitação com que nos desligamos da humildade, é a prepotência pessoal favorecendo o orgulho de quantos intentam ser um fator de poder mais forte do que aqueles outros irmãos que lhes partilham a vida.
Lemos, sensibilizados, algo em torno das reuniões notáveis dos nossos homens de orientação ou de Estado, quando se congregam para discutirem os problemas da Paz.
É natural nos emocionemos com as primorosas declarações deles e com a grandeza de suas promessas e decisões.
Acontece, porém, que no desdobramento das horas, eles não são os personagens de nosso convívio… Longe deles, angariamos, com a bênção de Deus, o nosso pão de cada dia e sem eles é que nos vemos uns aos outros, nos modos diversos em que nos mantemos no cotidiano.
Admiramos as personalidades da televisão e das mostras de valores artísticos, entretanto, necessitamos aprender como tratar as nossas crianças e jovens na intimidade.
Muita gente gaba os feitos de grandes desportistas, como aconteceu à frente daqueles que venceram as distâncias e foram até a Lua. Sucede, contudo, que não vivemos com eles, conquanto mereçam a nossa melhor consideração.
Somos chamados a saber de que maneira minimizar as dificuldades de grandes incidências entre as paredes de nosso mundo doméstico.
Sejamos benevolentes para com todos aqueles que nos compartilham a vida.
Toleremo-nos, sabendo que hoje desculpamos a falta de alguém e talvez amanhã sejamos nós os necessitados de benevolência e tolerância.
Diz o texto desta noite: “Perdoemos para que Deus nos perdoe.” (Mt 6:14)
Coloquemos a nossa atenção nesta máxima e desculpemos uns aos outros, tantas vezes quantas se façam necessárias. E que o Pai Misericordioso a todos nos releve em nossas falhas e, compadecidamente, nos abençoe.
(Página recebida em reunião pública do Grupo Espírita da Prece, em Uberaba, Minas, na noite de 21 de novembro de 1992)
Entre Irmãos de Outras Terras
Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 41
Francisco Cândido Xavier
Espíritos Diversos
A vida cristã gira em torno do amor fraterno. Podemos expressar o que de melhor existe dentro de nós.
O Evangelho nos ensina que a cada momento pode haver um recomeço, a fim de ganharmos a presença do Cristo.
Paciência é o poder que nos traz o reino da felicidade.
Jesus sabe das nossas deficiências e nos assiste com a sua tolerância. Ajudemo-nos uns aos outros. Viver é a lei.
Devemos ser fiéis em nossas pequenas promessas. Muita gente se acha completamente absorvida em glórias celestes, ao passo que cuida pouco das pequenas coisas.
Despertemos. Devoção exige realização. Aquele que sabe, torna-se responsável.
O mundo precisa de ajuda. Sirvamos em todas as oportunidades. Tanto no Evangelho, como na vida prática, devemos olhar para frente.
Jesus disse: “Porventura não se vendem dois passarinhos por um asse? E nem um deles cairá sobre a terra sem vosso Pai. E até mesmo os cabelos da vossa cabeça, todos eles estão contados.” (Mt 10:29)
Não podemos medir a glória de Deus em torno de nós, mas podemos reconhecer os divinos atributos de Deus através do nosso amor ao semelhante.
Tanto quanto se sabe, a definição do Novo Testamento, “Deus é amor; e aquele que se demora no amor, demora-se em Deus e Deus está nele”, (1Jo 4:16) encerra a promessa de que, vivendo e praticando o amor puro, o homem finalmente alcançará o estado de união com seu Criador, para sempre.
Desejaríamos encontrar a Deus? Então precisamos seguir a Jesus-Cristo. Servir com ele é aliviar os problemas da vida.
As coisas de Deus não nos chegam por acaso. A felicidade e a paz, no reino da alma, vêm dos trabalhos do amor. Quando encontramos amor em nossos corações, Jesus lá está. “Porque onde está o teu tesouro, aí também está o teu coração.” — Jesus (Mt 6:21).
(Nova Iorque, N.I., EUA, 9, Julho, 1965.)
(Tradução de Hermínio Corrêa de Miranda.)
To Find God
Christian life hinges upon brotherly love. We may give expression to the best within us.
The Gospel teaches us that there may be always a new beginning every moment so as to gain Christ’s presence.
Patience is the power to bring to us the kingdom of happiness. Jesus knows our shortcomings and give us His tolerance. Let us help each other. Live is the law.
We must be faithful in little promises. Many people are completely involved with heavenly glories, while they are carelesa in little things.
Let us wake up. Devotion claims fulfillment. He who knows, becomes responsible. The world needs help. Let us be of service at every opportunity. In the Gospel as well as in business one must look ahead.
Jesus said: “Are not two sparrows sold for a farthing? And not one of them shall fall to the ground without your Father. But the very hairs of your head are all numbered.” (Mt 10:29)
We can not measure God’s glory around us, but we can recognize the divine attributes of God through our love to our fellow man.
As far as it goes, the definition of the New Testament, “God is love; and he that abideth in love abideth in God, and God abideth in him”, (1Jo 4:16) carries with it the promise that by living and practicing pure love man will finally attain to the state of union with his Maker for ever.
Would we find God? Then we need to follow Jesus Christ. Service with Him, is the real easement of life’s problems.
Good things do not come to us by chance. The happiness and the peace in the soul’s kingdom come from love’s service. When we find love in our heart, Jesus is there.
“For where your treasure is, there will your heart be also.” — Jesus (Mt 6:21).
(July, 9, 1965, New York City, New York, U.S.A.)
(Psicografado em inglês por Waldo Vieira.)
Palavras da Coragem
Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 16
Francisco Cândido Xavier
Espíritos Diversos
Hoje é a tua melhor oportunidade.
Não te angusties pelo passado e nem te inquietes pelo futuro.
A colheita é sempre uma consequência natural da semeadura.
Pensa na transitoriedade da vida física e não desperdices os minutos.
Viver todos vivem, mas viver com consciência, é privilégio de poucos.
Disse Jesus: “Onde está o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração”. (Mt 6:21)
Que o teu percurso no mundo seja um ponto de orientação para os que vagueiam sem rumo.
Aprimora os teus conhecimentos e exercita a paciência.
Cultiva as flores da alegria no jardim da esperança.
A compreensão é a luz do espírito.
O homem é igual a semente que existe em função dos frutos que produz.
Vive como se hoje fosse o dia assinalado para o teu encontro definitivo com Deus, diante do qual não deves comparecer de mãos vazias.
Se te sentires solitário, lembra-te do Senhor caminhando sozinho entre a multidão e segue carregando o fardo que te comprime o peito.
Todos seremos chamados individualmente ao testemunho da fé.
O segredo da felicidade é saber esperar.
Psicografia de Carlos. A. Baccelli
Vida e Caminho
Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 1
Francisco Cândido Xavier
Espíritos Diversos
Por que teria Jesus multiplicado os pães para a multidão que lhe ouvia a palavra? (Mt 14:13)
Decerto que se o maná da revelação pudesse atender, de maneira total às necessidades da alma no Plano físico, não se preocuparia o Senhor em movimentar as migalhas do mundo para satisfazer à turba faminta.
É que o estômago vazio e o corpo doente alucinam os olhos e perturbam os ouvidos, impedindo a função do entendimento.
O viajante perdido no deserto, atormentado de secura, não compreenderá, de pronto, qualquer referência à Justiça Divina e à imortalidade da alma, de vez que retém a visão encadeada à sede que lhe segrega o espírito em miragens asfixiantes. Ao portador da verdade compete o dever de mitigar-lhe a aflição com a gota d’água, capaz de libertá-lo, a fim de que se lhe reajustem a tranquilidade e o equilíbrio.
A obra Espírita-Cristã não se resume, assim, à predicação pura e simples.
Jesus descerrou sublimados horizontes ao êxtase da Humanidade, mas curou o cego de Jericó, (Mt 20:29) refazendo-lhe as pupilas.
Entendeu-se com os orientadores de Israel, (Lc 2:41) comentando a excelsitude das Leis Divinas, entretanto, consagrou-se à recuperação dos alienados mentais que jaziam perdidos nas trevas.
Indicava a conquista do Céu por meta divina ao voo das esperanças humanas, (Lc 12:31) contudo, devolveu a saúde aos paralíticos.
Referiu-se à pureza dos lírios do campo, (Mt 6:28) todavia, não olvidou o socorro aos leprosos, em sânie e chagas.
Transfigurou-se em nume celeste no Tabor, (Mt 17:1) mas não desprezou a experiência vulgar da praça pública.
É que o Evangelho define a restauração do homem total.
A sina humana é a crisálida do anjo, como a Terra é material para a edificação do Reino de Deus.
Desprezar a fraternidade, uns para com os outros, mantendo a flama do conhecimento superior, será o mesmo que encarcerar a lâmpada acesa numa torre admirável, relegando à sombra os que padecem, desesperados, ou que se imobilizam, inermes, em derredor.
Essa mensagem foi também publicada em 2002, com atraso de 40 anos, pela UEM e é a 1ª lição da 2ª parte do livro “”
Wanda Amorim Joviano
Sementeira de Paz
Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 95
Francisco Cândido Xavier
Neio Lúcio
Wanda Amorim Joviano
15/09/1948
Meus caros filhos, Deus abençoe a vocês, conferindo-lhes aos corações muita paz e saúde, luz e alegria.
Em vésperas da viagem nova a que se veem compelidos pelo imperativo da missão atual, rogo ao Senhor lhes conceda, como sempre, alegria e bom-ânimo no desempenho do dever edificante. Desnecessário dizer que estaremos juntos tanto quanto me for possível. Com o auxílio divino, espero tudo nos corra segundo a nossa expectativa de satisfazer os superiores desígnios.
Vejo à sua frente, meu caro Rômulo, o material de e formulo votos para que você seja muito feliz no empreendimento. Creio que se Maria acompanhar-nos nos estudos teremos mais probabilidades de êxito, pois será um acréscimo precioso de energias em nosso favor. É a nossa própria força que, projetada no cristal categorizado por zona de referência, é o poder plástico suscetível de receber as imagens ou avisos emitidos por nosso campo de matéria rarefeita.
Curioso observar que em todo o trabalho o impulso do servidor é a base da vitória desejável. Recebendo a cooperação do aprendiz, quem ensina sempre pode realizar muito. Convença-se, porém, meu filho, de que a sua capacidade mediúnica já está sendo largamente experimentada. Toda vez que se recolhe com os doentes, a fim de socorrê-los por amor, sem qualquer outro propósito que não seja bem fazer, amigos espirituais lhe utilizam a dedicação para semearem a bondade construtiva. O verbo mobilizado em seu serviço de passes não é seu em mais de noventa por cento. Benfeitores invisíveis se valem de sua voz tanto quanto de suas mãos para plantarem o bem puro e simples. Esteja certo de que semelhante forma de mediunidade é das mais valiosas, porque consagra num grande círculo de benfeitores e beneficiados o princípio cristão de que “não deve saber a mão esquerda o que dá a direita”. (Mt 6:3) As vantagens ocultas são enormes.
E por falar nesse assunto, muito grande é a nossa satisfação observando a nota decisiva dos últimos dias quanto ao Centro Espírita Luiz Gonzaga. O plano de adaptação e aproveitamento parece-nos realmente apreciável e digno do cometimento novo. Nós mesmos estamos admirados com a facilidade com que se vão movendo os bastidores da assistência em favor da obra. No aposento reservado aos passes, já que podemos pedir alguma coisa, é de nosso desejo haja água corrente e todos os apetrechos necessários ao serviço simples, quais pia e toalhas perfeitamente brancos, inclusive as paredes, exceção dos portais de madeira, em que poderão empregar uma cor repousante, isto é, não demasiadamente viva. Quanto ao mais, acreditamos tudo deva ser tão simples quanto possível. Ainda mesmo considerando a inquietação de inúmeras pessoas que chegam até aqui, supomos que a sala a ser edificada não deva apresentar qualquer novidade em matéria de posição para os assistentes. Somos defrontados na atualidade por questões anormais na vida de uma associação e tido o que é anormal chega e passa. No momento, somos constrangidos a contar com uma onda de curiosidade mais destruidora que edificante, e não devemos alimentá-la. Conservar o aspecto de simplicidade ali é uma obrigação para nós todos. Cremos que o assunto se desdobra com muita espontaneidade e muita bênção do Alto. Rendamos graças a Jesus e esperemos a boa luta. Grande é a felicidade de quem recebe uma dádiva, mas se não há serviço em que possa brilhar qualquer dom excelente traz mais complicações que benefícios. Construamos com amor como quem sabe que sem interesse do coração obra alguma é capaz de viver, e sem apego individual como quem não desconhece os imperativos do Alto, que tudo dá e tudo renova, segundo as nossas necessidades.
De qualquer modo, estamos sinceramente satisfeitos. A instituição exigia essa amplificação. Você tem experiência em sustento de rebanhos. Imagine as dificuldades dos amigos desencarnados para alimentar tantas mentes com tanta angústia de espaço! Há muita gente afirmando que o espaço deixa de existir para quem atravessou as portas do túmulo. Isso, contudo, somente se aproxima da verdade para os raríssimos Espíritos que completaram o ciclo de experiências na crosta planetária. Para nós, entretanto, o espaço é ainda o espaço. Não precisamos do latifúndio para trabalhar, mas necessitamos de lugar. Louvemos o Mestre divino que tanto nos concedeu colocando-se ao encontro de nossas necessidades.
Espero, Maria, que você recolha muitos benefícios da viagem. Conversei com o receitista amigo sobre o aproveitamento de tempo nos próximos dias e ele me disse que você poderá usar, com êxito, depois da homeopatia, o Nevrosthenine Freyssinge. É um cordial valioso para a memória, pela bagagem de fosfato com que socorre o órgão de manifestação do pensamento. Você vai encontrar grande melhora. Dentro da nova ausência do lar, sempre que lhes for possível, usem mais verduras na alimentação. É medida proveitosa. Faço votos, meus filhos, pela alegria e conforto de todos vocês na nova tarefa.
Estamos trabalhando pelo nosso amigo Caio Márcio. Não somente minha amizade, mas também a de muitos outros amigos nossos e amigos dele. Pensando nas lutas e problemas que colhem um companheiro, é útil meditar na brevidade de uma existência no corpo físico. Tomemos por alicerce da paz interior a vida eterna, com o seu rio maravilhoso de séculos e vidas incontáveis. Essa meditação faz bem à alma e estimula o coração a prosseguir no serviço do bem com Jesus.
Rômulo, ainda para você aconselho o uso metódico do Kalmia Lat. e Staphysagria. Serão bons companheiros de sua viagem. Sigam tranquilos e felizes sob as bênçãos de Deus. E que Ele nos fortaleça a todos são os votos que faço com todo o meu coração.
Antes de terminar, consigno nestas páginas, em nome de vários amigos, um abraço coletivo de felicitações à nossa devotada irmã Júlia, pela passagem do natalício.
Com o meu pensamento afetuoso e reconhecido, sou o papai muito amigo de sempre,
Nota da organizadora: Em referindo-se a Caio Márcio Renault, filho de Abgar Renault, primo de Rômulo. Passava, quase sempre, as férias escolares na Fazenda.
Nota da organizadora: Vovó Júlia fez 69 anos naquele dia. Nasceu em 15 de setembro de 1879. A título de informação, faleceu em 29 de novembro de 1974, no Rio de Janeiro.
Alvorada Cristã
Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 9
Francisco Cândido Xavier
Neio Lúcio
Wanda Amorim Joviano
Existiu um homem devoto que chegou ao Céu e, sendo recebido por um Anjo do Senhor, implorou, enlevado:
— Mensageiro Divino, que devo fazer para vir morar, em definitivo, ao lado de Jesus?
— Faze o bem — informou o Anjo — e volta mais tarde.
— Posso rogar-te recursos para semelhante missão?
— Pede o que desejas.
— Quero dinheiro, muito dinheiro, para socorrer o meu próximo.
O emissário estranhou o pedido e considerou:
— Nem sempre o ouro é o auxiliar mais eficiente para isso.
— Penso, contudo, meu santo amigo, que, sem o ouro, é muito difícil praticar a caridade.
— E não temes as tentações do caminho?
— Não.
— Terás o que almejas — afirmou o mensageiro —, mas não te esqueças de que o tesouro de cada homem permanece onde tem o coração, (Mt 6:19) porque toda alma reside onde coloca o pensamento. Tuas possibilidades materiais serão multiplicadas. No entanto, não olvides que as dádivas divinas, quando retidas despropositadamente pelo homem, sem qualquer proveito para os semelhantes, transformam-no em prisioneiro delas. A lei determina sejamos escravos dos excessos a que nos entregarmos.
Prometeu o homem exercer a caridade, servir extensamente e retornou ao mundo.
Os Anjos da Prosperidade começaram, então, a ajudá-lo.
Multiplicaram-lhe, de início, as peças de roupa e os pratos de alimentação; todavia, o devoto já remediado suplicou mais roupas e mais alimentos. Deram-lhe casa e haveres. Longe, contudo, de praticar o bem, considerava sempre escassos os dons que possuía e rogou mais casas e mais haveres. Trouxeram-lhe rebanhos e chácaras, mas o interessado em subir ao paraíso pela senda da caridade, temendo agora a miséria, implorou mais rebanhos e mais chácaras. Não cedia um quarto, nem dava uma sopa a ninguém, declarando-se sem recursos para auxiliar os necessitados e esperava sempre mais, a fim de distribuir algum pão com eles. No entanto, quanto mais o Céu lhe dava, mais exigia do Céu.
De espontâneo e alegre que era, passou a ser desconfiado, carrancudo e arredio.
Receando amigos e inimigos, escondia grandes somas em caixa forte, e quando envelheceu, de todo, veio a morte, separando-o da imensa fortuna.
Com surpresa, acordou em espírito, deitado no cofre grande.
Objetos preciosos, pedaços de ouro e prata e vastas pilhas de cédulas usadas serviam-lhe de leito. Tinha fome e sede, mas não podia servir-se das moedas; queria a liberdade, porém, as notas de banco pareciam agarrá-lo, à maneira do visco retentor de pássaro cativo.
— Santo Anjo! — gritou, em pranto — vem! Ajuda-me a partir, em direção à Casa Celestial!…
O mensageiro dignou-se baixar até ele e, reparando-lhe o sofrimento, exclamou:
— É muito tarde para súplicas! Estás sufocado pela corrente de facilidades materiais que o Senhor te confiou, porque a fizeste rolar tão somente em torno de ti, sem qualquer benefício para os irmãos de luta e experiência…
— E que devo fazer — implorou o infeliz para retomar a paz e ganhar o paraíso?
O Anjo pensou, pensou… e respondeu:
— Espalha com proveito as moedas que ajuntaste inutilmente, desfaze-te da terra vasta que retiveste em vão, entrega à circulação do bem todos os valores que recebeste do Tesouro Divino e que amontoaste em derredor de teus pés, atendendo ao egoísmo, à vaidade, à avareza e à ambição destrutiva e, depois disso, vem a mim para retomarmos o entendimento efetuado há sessenta anos…
Reconhecendo, porém, o homem que já não dispunha de um corpo de carne para semelhante serviço, começou a gritar e blasfemar, como se o inferno estivesse morando em sua própria consciência.
Sementeira de Luz
Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 159
Francisco Cândido Xavier
Neio Lúcio
Wanda Amorim Joviano
15|11|1944
Meus filhos, Deus abençoe a vocês, conferindo-lhes ao coração muita paz e bom-ânimo.
Agora, depois da conversação sobre os pratos culinários, vamos ao alimento espiritual. deve caminhar paralelamente. A mente sã no corpo sadio, servida por um coração valoroso e terno, é programa de infinita sabedoria. Assim, pois, alimentemo-nos com os nossos pensamentos, estudos, orações. Grande trabalho é o nosso, embora não lhe vejamos, de modo geral, a frutificação magnífica nos círculos visíveis ao olhar humano. O que os olhos físicos se habituam a ver sofrerá, mais tarde ou mais cedo, modificações e alterações de vulto na lei renovadora, mas o que o espírito edifica, no campo da elevação digna, é tesouro imortal simbolizado pelo próprio Jesus, quando nos aconselhou a aquisição das “riquezas inacessíveis ao poder das traças e à cobiça dos ladrões”. (Mt 6:19) Estamos plantando no mundo finito para as colheitas no Infinito, construindo no seio de limitações terrestres para aproveitamento no Ilimitado.
Ah, se todos os homens pudessem fazer o mesmo! Reduzidíssima seria, desde agora, a percentagem dos sofrimentos de qualquer expressão!
A permanência de vocês junto das águas trouxe também a mim saudades muito boas e recordações muito construtivas! A paisagem do Sul mineiro fala-me particularmente ao coração. Quase que passei a maior parte dos dias com vocês, desde o encontro com o Roberto, no dia do aniversário dele! E quando você, Rômulo, fez a sua experiência com as águas, fiz a comparação entre os líquidos curativos e os ensinamentos evangélicos. Como observou, há que reconhecer a necessidade do “quantum” para o organismo físico, em nos referindo às águas, e para o coração, em aludindo aos princípios renovadores do Evangelho vivido. Somente assim poderemos aguardar uma cura sólida.
Muita gente se perturba superficialmente no contato com o Livro Sagrado, porque não vai devagarinho, dia a dia, cautelosamente, e com o espírito de aplicação às suas fontes. Se para os problemas do corpo temos tanta necessidade de atender ao método, que dizer das questões profundas, referentes aos nossos interesses eternos? É indispensável muito pensamento, ponderação e aplicação sistemática.
De todos os mananciais da natureza, podemos extrair belíssimas lições. Quando você se medicou pela homeopatia, tive a satisfação de auxiliá-lo na seleção dos elementos precisos e você lucrou intensamente!
A viagem de vocês foi muitíssimo oportuna para o Roberto, igualmente. Reconheço que ele necessitava desse “tônico espiritual”. Transformou-se, reanimando-se para a boa luta. Criou alma nova e sentiu-se alimentado para as provas finais do ano. Felicito a vocês pela ideia e agradeço também o que fizeram por ele. E não só isto: a saúde de vocês ganhou muito!
Agora, despeço-me. Vamos tentar receber alguma coisa do Elísio para o coração paterno. Segundo observa você, meu filho, a feição dos homens se modifica. Frente ao Grande Mistério da Luz — como costumamos denominar a morte por aqui —, a alma se transforma. Uma claridade diferente banha o coração. É o que sucede ao nosso amigo, que tem chorado muito nos últimos tempos, colhendo realidades dolorosas, embora o prazer intransferível de haver criado tanto serviço e tanta bênção de progresso, com o seu ideal de trabalhador!
O realizador partirá do mundo com êxito, cheio de anotações de atividade renovadora, mas o pai não sairá nas mesmas condições. Suas alegrias estarão cheias de lágrimas, entretanto, isto devia ser fatal, mesmo porque quase todos nós devemos gastar “várias vidas”, a fim de concretizar totalmente os programas gerais estabelecidos.
Por hoje, boa noite! Que Deus guarde a vocês todos, concedendo-lhes muita saúde e paz. Um grande e afetuoso abraço do
Nota da organizadora: Refere-se à viagem a Cambuquira, no Sul de Minas Gerais.
Nota da organizadora: Refere-se a Elísio Carvalho de Brito, filho do Dr. Carvalho de Brito, grande amigo da família Joviano, .
Grupo Emmanuel
At 3:2
E era trazido um varão que desde o ventre de sua mãe era coxo, o qual todos os dias punham à porta do templo, chamada Formosa, para pedir esmola aos que entravam.
E ERA TRAZIDO UM VARÃO QUE - O varão é considerado homem digno de respeito. No decorrer dos tempos evidenciava a força, a virilidade, a capacidade de comando, de direcionamento. No registro em pauta, diante do impositivo da Lei de Cooperação e Auxílio, as diferenças cedem lugar à realidade de interdependência entre os seres. Perante Deus todos somos iguais. Se, no campo das iniciativas e do trabalho, sem distinção de sexo ou posição, qualquer um pode colaborar, da mesma forma, não existe ninguém que possa prescindir de ajuda nos meandros da evolução. É o caso deste varão que é trazido à porta do templo.
DESDE O VENTRE DE SUA MÃE ERA COXO, - Mal congênito. Nascendo com um problema desta ordem, fica evidente que a criatura traz a prova gerada no pretérito, quase sempre, por desmandos acionados por sua escolha pouco feliz. No entanto, este mesmo livre-arbítrio, nas faixas do testemunho, pode solicitar experiências que visem o seu ajustamento às linhas de virtudes mais difíceis de serem conquistadas, ou ainda cooperar realmente com o Bem, na expansão do Amor.
Seja qual for a meta a ser alcançada, pelas vias do sofrimento, contaremos sempre com a cooperação de muitos, a começar com a abnegação de alguém que no plano da reencarnação abençoada, como mãe, nos acolhe.
De todas as atribuições conferidas à mulher, a de ser mãe é a mais dignificante. Co-participadora da criação. O amor que a menina tem pela boneca já revela tal finalidade. Para ser boa mãe, tem de ser boa filha, boa esposa e amiga. Necessário dispor-se a viver os sacrifícios, as belezas, a glória da maternidade.
A primeira escola é o lar.
A primeira e mais importante mestra, a mãe.
A tarefa da educação: informar, formar, reformar.
À sombra de um herói, há o incentivo de uma mãe.
À sombra de um pecador, as suas lágrimas.
Quantas se esquecem da sua função de mãe?
Dão mais importância aos chamamentos menos felizes da sociedade, concentrando-se em divertimentos e prazeres.
A mulher, que se entrega e persevera no Bem, faz verdadeiros milagres.
O instinto maternal que lhe é peculiar envolve e cativa os circunstantes.
Há quem diga que tudo quanto o homem faz é tendo em vista a mulher (para crescer a seus olhos).
Partindo desse princípio, notamos a influência da mulher nos destinos do mundo e das criaturas. É o ocorrido com aquele coxo, cuja deficiência contava com a participação, para seu reajuste, de um coração que o acolhera no plano físico. Nos dias que correm vários, reconhecendo sua instabilidade e dificuldade de locomoção no plano do espírito, se apresentam como coxos da vontade que impede seu avanço; do trabalho que o prende na sombra do comodismo; do pensamento que os mantêm sob a crosta das cristalizações; do progresso que os retêm nas engrenagens da paralisia.
O QUAL TODOS OS DIAS PUNHAM À PORTA DO TEMPLO, - Todos os dias é o corolário de cada dia e, cada dia é um novo dia, como cada minuto é um novo minuto. Tudo isso trazendo novas esperanças, novas oportunidades, com infinitas possibilidades de renovação.
A caridade atuante, mas anônima, aí se manifesta na ação de companheiros que o punham, diariamente, à porta do templo. A essência do Amor foi dinamizada em bases cristãs, de vez que não chegou até nós quem era o coxo e quem foram os benfeitores que para ali o conduziam.
Pelo Evangelho, todos somos convocados a auxiliar e, como deficientes e ainda inadaptados aos voos mais ostensivos do Espírito, todos nós temos colhido dos Benfeitores os mais notórios valores de encorajamento e sustentação para a jornada. Os passos decisivos, entretanto, não podem ser dados por eles. A cada qual incumbe movimentar, com o denodo, os instrumentos da libertação. É o que a passagem de Atos, em exame, nos esclarece. Quantas vezes temos sido localizados, como o coxo, junto d’Aquele que é a porta?
Por que, ainda, não nos decidimos a transpor essa porta? Até que isso ocorra, continuará a vibrar em nosso íntimo a promessa de Jesus: Se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens (Jo 10:9) .
CHAMADA FORMOSA, - Se horrendas são as portas que se abrem para a perdição, Formosa é a porta que dá acesso ao templo. Reflete este, sem dúvida, a construção física ou espiritual projetada com dedicação e sensibilidade na representação, não só da beleza e paz que irradiam do próprio Criador, mas também das mais caras aspirações dos que laboraram na sua edificação. E a porta, como ponto de convergência para acesso nesse edifício de redenção, estará, necessariamente, revestida das preciosidades que permitam sejam avaliados os tesouros do interior do templo, reservados a todos que se disponham às atividades mais significativas do Espírito imortal. tudo isto está consubstanciado no acervo de relatos de fatos e descrições revestidos de Amor, que nos chegam através de Missionários, Benfeitores do Plano Maior, que, dando notícias das riquezas do Espírito, nos convocam a transpor os pórticos que nos darão acesso a novo plano de vida.
Devemos ter em conta, ainda, que onde há Espiritualidade, existe arte, sem comprometer a simplicidade. Nosso templo interior, se trabalharmos com afinco as suas portas: olhos, ouvidos, tato, olfato, gosto, estaremos selecionando o que efetivamente nos atinge.
PARA PEDIR - Tudo tem uma razão. O ato de pedir integra o mecanismo da vida. Qual é o móvel da nossa atuação? Se justo, devemos prosseguir; se injusto, sempre é tempo de parar e nos corrigir.
O coxo era trazido, mas deveria pedir. Encarnados e desencarnados sempre nos ajudam, porém o principal só a nós cabe fazer. É preciso saber como, quando, o que e a quem pedir, ou seja, com simplicidade, no momento oportuno, e o que é justo. Aquele que pede reconhece a condição de carente, elegendo a humildade indispensável.
A todo instante pedintes nos suplicam alguma coisa. Várias são as reações que apresentamos, consoante a sensibilidade e os padrões que alimentamos na pauta dos conceitos pessoais ou das convenções ambientes.
No entanto, cada fato deste é sempre um momento de movimentação das fibras da alma, levando-nos, no mínimo a refletir quanto à dinâmica do relacionamento humano e espiritual.
A esmola, razão da presença do coxo na porta do Templo, pode ter em seu bojo algo que deprime o pedinte, mas é por ela que podemos partir para um patamar mais fraterno e cristão no plano da beneficência e da caridade.
Da parte de quem pede é a aspiração de receber o mínimo. De quem suplica, oportunidade de sair de si próprio. Seja no direcionamento do olhar ou de suas vibrações. Podem elas portarem negação, indiferença, desdém.
Entretanto, outros movimentos podem se instaurar na alma, a atingir até mesmo os lances mais efusivos do respeito e da cooperação, tangendo, às vezes, as raias dos mais amplos transportes de sensibilidade e Amor, como ocorreu com Pedro e João naquele momento inesquecível para todos eles: c ooperadores e necessitado.
ESMOLA - É mais fácil dar coisas materiais. Dar o que ainda possa ser útil, dar do que nos sobra e do que não nos faz falta. Necessitamos ter cuidado com a maneira de dar. Uma palavra, um gesto pode lançar fel à nossa dádiva. Dar também com o coração.
Também se pode dar uma atitude, um sorriso, uma vibração. Se todos somos necessitados, também todos estamos em condições de doar.
Melhor, quando ajudamos fazermos com que a pessoa sinta que nos está sendo útil.
Mesmo deixando de atender naquilo que nos é pedido, devemos fazê-lo de tal modo que esse alguém receba alguma coisa, em termos de atenção, de orientação, já que Jesus nos recomenda: dar a quem te pedir (Mt 5:42) , o que necessariamente não significa dar o que pedir.
Dar a vida: gastar energias em serviço nobre, sem expectativa de remuneração.
Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita (Mt 6:3) .
Quando se dá a esmola, se movimenta o lado direito, o lado atuante da criatura. Se ela o relembra, se o enumera, se o difunde, está acionando, consciente ou inconsciente, o lado esquerdo, sugerindo a necessidade ou o interesse de receber a nível pessoal, seja em forma de gratidão ou reconhecimento.
Em realidade, distribuindo bens e utilidades, estamos sendo apenas filantropos, como simples intermediários de coisas que não nos pertencem.
AOS QUE ENTRAVAM. - Para uma entrevista com pessoa de projeção, o homem se prepara física e psicologicamente. Se comparecermos a uma reunião, e ela não nos oferecer resultados, pode ser pelo fato de não nos termos preparado convenientemente.
O coxo apelava, normalmente aos que entravam. Concedia a todos o ensejo de avaliarem acerca do que propunha. Quando há responsabilidade, quem entra num templo deve estar devidamente preparado, predisposto.
No mundo, os homens se identificam com o que é humano. No templo, com o que é espiritual. Ao passarmos, conscientemente, de uma posição para outra, de um estado para outro, somos analisados quanto aos nossos reais propósitos. Se nenhum problema pode ser resolvido no seu próprio nível, a busca das soluções estará sempre sujeita a identificação de novos recursos ou de novas estratégias, fato que caracteriza o crescimento consciente. Oferecendo à vida componentes renovados, retribui ela com amplitude, consoante a Lei de Retorno de que nos fala Jesus.
Hércio M.C.Arantes
Amor sem Adeus
Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 9
Francisco Cândido Xavier
Hércio M.C.Arantes
Após 12 meses, o Autor Espiritual volta a conversar com a sua progenitora por intermédio de abençoado “correio mediúnico”.
Mostra-se, agora, mais forte, não mais convalescente do transe brusco pelo qual passou em sua transferência para a Vida Eterna. O tempo para ele não transcorreu em vão, sendo aproveitado devidamente, pois compreendeu que a luta é a estrada por trilhar. Luta por vida melhor a começar por nós mesmos.
E, acentua, ainda: Estou trabalhando também e confesso que estou melhorando… Melhorando para ajudar.
Entendemos suas palavras, pois sabemos que é impossível caminhar com segurança na ascensão espiritual, a que todos estamos destinados, sem as riquezas hauridas no labor e no estudo, na ausência da prática das boas obras e olvidando o aprimoramento de nossas imperfeições.
Íntimo melhor, mais harmônico, sem luta com os Desígnios do Alto, produzirá em qualquer tempo e em quaisquer circunstâncias, vida abundante de trabalho nobre, paz e alegria.
Walter soube progredir sem distanciar-se dos seus entes queridos. Comprova isso no texto psicografado. Nota-se que a sua maior preocupação é com o estado de saúde de sua mãezinha, ainda convalescente.
Apoiado na orientação segura do abnegado Espírito do Dr. Bezerra de Menezes, reforça o parecer do médico amigo encarnado, Dr. Edgard, desaconselhando a pretendida hospitalização. No caso, como vemos, a assistência médica seria indispensável, coadjuvada com a meia-hora de paz, de absoluta serenidade, com a prece, diariamente. Não temos aqui simples recomendação de um relax, método de tratamento tão em moda nos tempos atuais. Observemos que o repouso físico e mental precisaria estar acompanhado com a prece. É o ponto chave, porque, com a oração, realizamos a ligação da nossa mente com as forças superiores do Bem. Compreendemos ainda que a receita mediúnica pressupunha um compromisso de amparo espiritual. A meia-hora diária representava a consulta marcada com os médicos espirituais. Quantos auxílios esses benfeitores prestam, sem alarde e com amor, todos os dias, à Humanidade sofredora!
Não só nesta mensagem, mas também na primeira, Walter fez várias referências ao Valor da Prece, que vale a pena transcrevê-las:
— Agora entendo melhor a minha velhinha rezando sempre como se fosse Nossa Senhora na Terra, porque estou aprendendo a rezar também. …Agradeço as orações de minha madrinha, tia Isaura. …Façamos juntos as nossas preces.
No Mundo Espiritual, o ser tem oportunidade de vislumbrar com maior clareza e profundidade a importância da oração, como se depreende de suas afirmativas.
O Espiritismo, doutrina fundamentada na revelação dos Espíritos, lança intensa luz sobre essa questão, mostrando-nos, com argumentação sólida, a ação, eficácia e necessidade da prece.
Ao estudar tão importante tema, Kardec rememorou várias passagens evangélicas (Mt 6:5; Mc 11:25; Lc 18:9), observando que “as qualidades da prece estão claramente definidas por Jesus.” Dentre os seus comentários, todos valiosos, destacaremos o seguinte tópico:
“A prece é uma evocação; por ela um ser se coloca em comunicação mental com o outro ser ao qual se dirige. Ela pode ter por objeto um pedido, um agradecimento ou uma glorificação. Pode-se orar por si mesmo ou por outro, pelos vivos ou pelos mortos. As preces dirigidas a Deus são ouvidas pelos Espíritos encarregados da execução das suas vontades; aquelas que são dirigidas aos bons Espíritos são levadas a Deus. Quando se ora a outros seres, senão a Deus, é apenas na qualidade de intermediários, intercessores, porque nada se pode fazer sem a vontade de Deus.”
Portanto, o poder da oração está no sentimento, na fé e no merecimento de cada um, e não na fórmula verbal ou na postura, como também é independente do momento ou do lugar em que seja feita.
No ato da prece, com as energias do sentimento, acionadas pela vontade, emitimos ao Alto as imagens dos nossos desejos através da força viva do pensamento. Consequentemente, a hora e o local só podem influenciar no sentido de facilitarem o nosso recolhimento, propiciando-nos boa concentração mental.
Afirma-nos Emmanuel: () “Orar é identificar-se com a maior fonte de poder de todo o Universo, absorvendo-lhe as reservas e retratando as leis da renovação permanente que governam os fundamentos da vida.
…A vontade que ora, tange o coração que sente, produzindo reflexos iluminativos através dos quais o espírito recolhe em silêncio, sob a forma de inspiração e socorro íntimo, o influxo dos Mensageiros Divinos que lhe presidem o território evolutivo, a lhe renovarem a emoção e a ideia, com que se lhe aperfeiçoa a existência.
Dispomos na oração do mais alto sistema de intercâmbio entre a Terra e o Céu.
Pelo divino circuito da prece, a criatura pede o amparo do Criador e o Criador responde à criatura pelo princípio inelutável da reflexão espiritual, estendendo-lhe os Braços Eternos, a fim de que ela se erga dos vales da vida fragmentária para os cimos da Vida Vitoriosa.”
Outros ensinamentos interessantíssimos em torno da prece encontramos nas obras do Espírito de André Luiz, no desenrolar de suas experiências vividas no Além. Dentre essas numerosas lições enfocaremos algumas, que reunimos sob os seguintes títulos:
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1. OS BENEFÍCIOS DA PRECE COLETIVA
Conta-nos André Luiz que, depois de sua última desencarnação, peregrinou em sofrimento, por muitos anos, em Esferas espirituais inferiores.
Finalmente, em certo dia, foi assistido carinhosamente pelo emissário Clarêncio que o conduziu à colônia “Nosso Lar”. Nessa cidade espiritual, logo após acomodar-se num leito de enfermaria, serviram-lhe um caldo reconfortante, seguido de água muito fresca, que lhe proporcionaram novas energias. Mas, com a chegada do crepúsculo, grande surpresa estava reservada para ele. Conduzido a enorme salão deparou-se com numerosa assembleia, que meditava em silêncio, aguardando o momento de acompanhar a oração do Governador da cidade.
Após alguns instantes, não só eles, mas também todas as residências e instituições de “Nosso Lar” oravam com o Governador, através da visão e audição à distância, obedecendo a processos adiantados de televisão. Numa gigantesca tela erguida ao fundo do salão, surgiu o cenário do templo, onde, “sentado em lugar de destaque, um ancião coroado de luz fixava o Alto, em atitude de prece, envergando alva túnica de irradiações resplandecentes.” Depois da oração o recinto estava inundado de misteriosas vibrações de paz e alegria. Cariciosa música procedente de esferas distantes respondia aos louvores.
Em seguida, diz André Luiz, “abundante chuva de flores azuis se derramou sobre nós; mas, se fixávamos os miosótis celestiais, não conseguíamos detê-los nas mãos. As corolas minúsculas desfaziam-se de leve, ao tocar-nos a fronte, experimentando eu, por minha vez, singular renovação de energias ao contato das pétalas fluídicas que me balsamizavam o coração.
Terminada a sublime oração, regressei ao aposento de enfermo, amparado pelo amigo que me atendia de perto. Entretanto, não era mais o doente grave de horas antes. A primeira prece coletiva, em “Nosso Lar”, operava em mim completa transformação. Conforto inesperado envolvia-me a alma. Pela primeira vez, depois de anos consecutivos de sofrimento, o pobre coração, saudoso e atormentado; à maneira de cálice muito tempo vazio, enchera-se de novo de gotas generosas do licor da esperança.”
2. O PODER DA ORAÇÃO INDIVIDUAL
Após alguns dias de permanência na acolhedora cidade, André Luiz perguntou ao dedicado enfermeiro Lísias porque nunca recebeu no Além a visita dos familiares e amigos que faleceram antes dele.
Contou-lhe da abnegação e carinho de seus pais terrenos. E, principalmente eles, que o antecederam por alguns anos na morte da máquina física, não haviam dado, até então, o menor sinal de vida.
Lísias respondeu-lhe com as seguintes palavras esclarecedoras:
“— Pois note, sua mãe o tem ajudado dia e noite, desde a crise que antecipou sua vinda. Quando se acamou para abandonar o casulo terrestre, duplicou-se o interesse maternal a seu respeito. Talvez não saiba ainda que sua permanência nas esferas inferiores durou mais de oito anos consecutivos. Ela jamais desanimou. Intercedeu, muitas vezes, em “Nosso Lar”, a seu favor. Rogou os bons ofícios de Clarêncio, que começou a visitá-lo frequentemente, até que o médico da Terra, vaidoso, se afastasse um tanto, a fim de surgir o filho dos Céus. Compreendeu?”
Estas elucidações produziram em André imensa emoção, umedecendo-lhe os olhos.
E o enfermeiro amigo prosseguiu:
“— No dia em que você orou com tanta alma quando compreendeu que tudo no Universo pertence ao Pai Sublime, seu pranto era diferente. Não sabe que há chuvas que destroem e chuvas que criam? Lágrimas há também, assim. E lógico que o Senhor não espere por nossas rogativas para nos amar; no entanto, é indispensável nos colocarmos em determinada posição receptiva, a fim de compreender-lhe a infinita bondade. Um espelho enfuscado não reflete a luz. Desse modo, o Pai não precisa de nossas penitências, mas convenhamos que as penitências prestam ótimos serviços a nós mesmos. Entendeu? Clarêncio não teve dificuldade em localizá-lo, atendendo aos apelos de sua carinhosa genitora da Terra; você, porém, demorou muito a encontrar Clarêncio. E quando sua mãezinha soube que o filho havia rasgado os véus escuros com o auxílio da oração, chorou de alegria, segundo me contaram…”
3. SELEÇÃO CRITERIOSA DE PRECES
Depois de submeter-se a tratamento intensivo por algumas semanas, André Luiz saiu em visita à cidade, pela primeira vez, em companhia de Lísias.
Surpreendeu-se com a operosidade de seus habitantes, desenvolvida em clima espiritual de grande tranquilidade. Nos primeiros locais visitados daquela ordeira colmeia de almas, visualizou largas avenidas, imponentes árvores, casas residenciais e imensos edifícios.
O atencioso amigo e cicerone foi-lhe esclarecendo as interrogações, que brotavam ininterruptas, decorrentes de natural assombro:
“— A colônia, que é essencialmente de trabalho e realização, divide-se em seis Ministérios, orientados, cada qual, por doze Ministros. Temos os Ministérios da Regeneração, do Auxílio, da Comunicação, do Esclarecimento, da Elevação e da União Divina. Os quatro primeiros nos aproximam das Esferas terrestres, os dois últimos nos ligam ao Plano superior, visto que a nossa cidade espiritual é zona de transição. Os serviços mais grosseiros localizam-se no Ministério da Regeneração, os mais sublimes no da União Divina. Clarêncio, o nosso chefe amigo, é um dos Ministros do Auxílio.”
E detendo-se em pormenores com respeito ao Ministério de Auxílio, o primeiro a ser visitado, Lísias elucidou:
“— Estamos no local do Ministério do Auxílio. Tudo o que vemos, edifícios, casas residenciais, representa instituições e abrigos adequados à tarefa de nossa jurisdição. Orientadores, operários e outros serviçais da missão, residem aqui. Nesta zona, atende-se a doentes, ouvem-se rogativas, selecionam-se preces, preparam-se reencarnações terrenas, organizam-se turmas de socorro aos habitantes do Umbral, ou aos que choram na Terra, estudam-se soluções para todos os processos que se prendem ao sofrimento.” (o grifo é nosso).
4. TODA PRECE É AÇÃO QUE PROVOCA UMA REAÇÃO
Como se processam os mecanismos de auxílio às criaturas necessitadas, suplicantes aos Céus? O Criador pode atender aos seus filhos através de seres intermediários, executores de Sua Vontade? Toda rogativa tem um valor específico?
André Luiz, posteriormente, teve o ensejo de ouvir e anotar elucidações profundas e valiosas, do próprio Ministro Clarêncio, em torno destas palpitantes questões.
Ouçamos alguns trechos da palestra de Clarêncio:
“— A Lei, como representação de nosso Pai Celestial, manifesta-se a tudo e a todos, através dos múltiplos agentes que a servem.
…Em nome de Deus, as criaturas, tanto quanto possível, atendem às criaturas. Assim como possuímos em eletricidade os transformadores de energia para o adequado aproveitamento da força, temos igualmente, em todos os domínios do Universo, os transformadores da bênção, do socorro, do esclarecimento… As correntes centrais da vida partem do Todo-Poderoso e descem a flux, transubstanciadas de maneira infinita. Da luz suprema à treva total, e vice-versa, temos o fluxo e o refluxo do sopro do Criador, através de seres incontáveis, escalonados em todos os tons do instinto, da inteligência, da razão, da humanidade e da angelitude, que modificam a energia divina, de acordo com a graduação do trabalho evolutivo, no meio em que se encontram. Cada degrau da vida está superlotado por milhões de criaturas… O caminho da ascensão espiritual é bem aquela escada milagrosa da visão de Jacob, que passava pela Terra e se perdia nos céus… A prece, qualquer que ela seja, é ação provocando a reação que lhe corresponde. Conforme a sua natureza, paira na região em que foi emitida ou eleva-se mais, ou menos, recebendo a resposta imediata ou remota, segundo as finalidades a que se destina. Desejos banais encontram realização próxima na própria esfera em que surgem. Impulsos de expressão algo mais nobre são amparados pelas almas que se enobreceram. Ideais e petições de significação profunda na imortalidade remontam às alturas..
O mentor generoso fez pequeno intervalo, como a dar-nos tempo para refletir e acentuou:
— Cada prece, tanto quanto cada emissão de força, se caracteriza por determinado potencial de frequência e todos estamos cercados por Inteligências capazes de sintonizar com o nosso apelo, à maneira de estações receptoras. Sabemos que a Humanidade Universal, nos infinitos mundos da grandeza cósmica, está constituída pelas criaturas de Deus, em diversas idades e posições… No Reino Espiritual, compete-nos considerar igualmente os princípios da herança. Cada consciência, à medida que se aperfeiçoa e se santifica, aprimora em si qualidades do Pai Celestial, harmonizando-se, gradativamente, com a Lei. Quanto mais elevada a percentagem dessas qualidades num espírito, mais amplo é o seu poder de cooperar na execução do Plano Divino, respondendo às solicitações da vida, em nome de Deus, que nos criou a todos para o Infinito Amor e para a Infinita Sabedoria…”
5. RESPOSTAS DE VULTOS VENERÁVEIS DA HUMANIDADE ÀS SÚPLICAS DE SEUS DEVOTOS
Sempre observando e colhendo informações com o alto objetivo de aprendizado próprio e de transmitir sua experiência a nós outros, encarnados, André Luiz teve a oportunidade de realizar proveitoso estudo do poder da oração. Esta pesquisa, feita em companhia do seu colega Hilário e do experiente Assistente Silas, foi possível graças à sintonia deles com a faixa mental de criaturas em prece, permitindo assim, a análise dos pensamentos emitidos.
Focalizaremos, sucintamente, duas observações.
Na primeira delas, uma senhora exorava a proteção de Santa Teresinha do Menino Jesus (desencarnada no Carmelo de Lisieux, França, em 1897) . Diante da cena, ao Assistente “indagou Hilário com o otimismo de sempre:
— E a mensagem dela alcança o coração da famosa freira?
— Como não? — respondeu o interlocutor. Depois da morte do corpo, as criaturas efetivamente santificadas encontram as mais altas quotas de serviço, na expansão da luz ou da caridade, do conhecimento ou da virtude de que se fizeram a fonte viva de inspiração, quando no aprendizado humano. O céu beatífico e estanque existe apenas na mente ociosa daqueles que pretendem progresso sem trabalho e paz sem esforço. Tudo é criação, beleza, aprimoramento, alegria e luz incessantes na obra de Deus, a expressar-se, divina e infinita, através daqueles que se elevam para o Infinito Amor. Assim pois, o coração que deixe na Terra uma sementeira de fé e abnegação passa a nutrir, do plano espiritual, a lavoura das ideias e dos exemplos que legou aos irmãos de luta evolutiva, lavoura essa que se expande naqueles que lhe continuam o ministério sagrado, crescendo, assim, em trabalho e influência para o bem, no setor de ação iluminativa e santificante que o Senhor lhe confia.”
Uma outra senhora, igualmente analisada, assim suplicava ao querido e inesquecível médico brasileiro, Dr. Bezerra de Menezes:
— “Doutor Bezerra, por amor de Jesus, não abandones meu pobre Ricardo nas trevas da desesperação!… Meu esposo infeliz atravessa rudes provas!… ó generoso amigo, socorre-nos! Não permitas que ele desça ao abismo do suicídio… Dá-lhe coragem e paciência, sustenta-lhe o bom ânimo!… As dificuldades e as lágrimas que o afligem no mundo caem sobre minh’alma como chuva de fel!…”
E a seguir, André Luiz comenta a sua valiosa experiência:
“Antes de desviar a minha atenção, fitei o semblante do grande médico, segundo as recordações da irmã que orava, confiante, anotando o primor da fotografia mental que ela exteriorizava.
Víamos, ali, o retrato do Dr. Bezerra, qual o conhecemos sereno, simples, bondoso, paternal…
Precedendo-nos as interrogações costumeiras, o Assistente informou:
— Com mais de cinquenta anos consecutivos de serviço à Causa Espírita, depois de desencarnado, Adolfo Bezerra de Menezes fez jus à formação de extensa equipe de colaboradores que lhe servem à bandeira de caridade. Centenas de Espíritos estudiosos e benevolentes obedecem-lhe às diretrizes na lavoura do bem, na qual opera ele em nome do Cristo.
— Desse modo — alegou Hilário —, é fácil compreendê-lo agindo em tantos lugares ao mesmo tempo…
— Perfeitamente — concordou Silas. — Como acontece na radiofonia, em que uma estação emissora está para os postos de recepção, assim qual uma só cabeça pensante para milhões de braços, um grande missionário da luz, em ação no bem, pode refletir-se em dezenas ou centenas de companheiros que lhe acatam a orientação no trabalho ajustado aos desígnios do Senhor. Bezerra de Menezes, invocado carinhosamente, em tantas instituições e lares espíritas, ajuda em todos eles, pessoalmente ou por intermédio das entidades que o representam com extrema fidelidade.
— Para isso — aduziu meu colega — terá o seu campo próprio de atividade, assim como um chefe de serviço humano possui a sede administrativa da qual distribui com os comandados o pensamento diretor da organização…
— Como não? — falou-nos o Assistente, sorrindo — o Senhor, que tem meios de instalar condignamente qualquer dirigente de trabalho humano, ainda mesmo nas mais ínfimas experiências da vida social no planeta, não relegaria à intempérie os missionários da luz no Plano Espiritual.”
Na 2ª mensagem de Walter, os seus familiares citados e o Dr. Edgard já são nossos conhecidos. Falta-nos identificar Gerson e Sandra.
Gerson José Bugiatto faleceu com apenas 23 anos, de acidente automobilístico, em 18 de novembro de 1973. Era amigo de Walter. Os seus pais, Mário e Maria Joana Bugiatto, residem na, capital paulista. Sandra era a sua noiva.
A progenitora de Gerson fazia companhia a D. Maria Perrone na reunião do “Grupo Espírita da Prece”. E o recado, profundamente carinhoso, veio através do amigo: Nosso irmão Gerson está conosco e beija as mãos da mãezinha aqui presente. Comunica que tem pedido aos Mensageiros de Jesus por ela e pela Sandra.
Aos nossos olhos, um exemplo admirável de preservação de laços sinceros de amizade na Vida Maior e a manifestação, por via mediúnica, do afeto aos seres queridos, deixados no Plano terreno.
Não havia ainda completado um mês do recebimento da 2ª carta, quando brilhou na mente de D. Maria Perrone nítida intuição: seu filho a aguardava para um próximo e novo encontro epistolar.
O seu coração maternal, com a ferida da saudade em processo de cicatrização, passando por uma fase de intranquilidade em face de dolorosos problemas, pressentiu mais uma vez que, com a força inexaurível do amor, Walter atravessaria o “muro da morte” pela mediunidade de Chico Xavier para transmitir-lhe palavras de conforto e esclarecimento.
Rumo a Uberaba — era o apelo que brotava, límpido, em seu cérebro. Pela primeira vez iria, acompanhada de um familiar, a sua filha Soninha.
Com este pequeno preâmbulo à leitura da 3ª mensagem, poderemos entender duas significativas frases da mesma: Não podia, de minha parte, faltar ao nosso encontro; e, Agradeço à Soninha ter vindo para nosso diálogo entre duas vidas.
E o médium ignorava estes detalhes…
Naquela época, habitualmente, eram realizadas reuniões públicas no “Grupo Espírita da Prece” aos sábados, pela manhã. Aos 6 de setembro de 1975, numa dessas manhãs, Walter redigiu a sua nova carta, como veremos no próximo capítulo.
— Médico, político, jornalista, conferencista, escritor, grande vulto do Espiritismo, Dr. Adolfo Bezerra de Menezes, nasceu na vila Riacho do Sangue, município de Jaguaretama, Ceará, aos 29 de agosto de 1831. Como médico, exerceu várias funções importantes, tais como, redator dos “Anais Brasilienses de Medicina”, da Academia Imperial de Medicina, e membro honorário da Seção Cirúrgica da Academia Nacional de Medicina. Fez de sua profissão um verdadeiro apostolado, abrindo constantemente seu coração à fraternidade real, recebendo do povo o honroso cognome de “Médico dos Pobres”. Político atuante no Rio de Janeiro, foi vereador, chegando a presidir a Câmara Municipal da Corte; deputado em várias legislaturas com profícua atividade, considerado como “estrela de primeira grandeza entre os homens públicos contemporâneos”. A sua participação no movimento espírita foi tão notável, como moderador, unificador e divulgador, que até hoje é chamado de “Kardec Brasileiro”. Deixou várias e importantes obras doutrinárias. Presidiu a Federação Espírita Brasileira de 1895 até o final de sua vida missionária. Desencarnou no Rio de Janeiro, em 11 de abril de 1900.
KARDEC, Allan — .
, .
XAVIER, Francisco Cândido — . Pelo Espírito Emmanuel. 4ª ed., Rio de Janeiro, FEB [1975] cap. 26.
XAVIER, Francisco Cândido — . Pelo Espírito André Luiz. 17ª ed., Rio de Janeiro, FEB [1976] cap. 3, p. 29.
, , p. 30.
, , p. 47.
, , p. 47-48.
, , p. 51.
, , p. 50-51.
XAVIER, Francisco Cândido — . Pelo Espírito André Luiz. 5ª ed., Rio de Janeiro, FEB [1972] cap. 1, p. 9-11.
XAVIER, Francisco Cândido — . Pelo Espírito André Luiz. 4ª ed., Rio de Janeiro, FEB [1972] cap. 11, p. 159.
, , p. 161.
, , p. 161-162.
Honório Onofre de Abreu
O Evangelho por Dentro
Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 15
Wagner Gomes da Paixão
Honório Onofre de Abreu
MT 9:36
VENDO AS TURBAS, COMPADECEU-SE DELAS, PORQUE ESTAVAM MALTRATADAS E ABANDONADAS, COMO OVELHAS QUE NÃO TÊM PASTOR.
VENDO AS TURBAS, - A multidão resume o grande desafio da vida em todos os tempos da Terra. Harmonizar e gerir seus interesses tem sido a luta da política, da educação, das ciências sociais já formalizadas no mundo. Mas VER as turbas, identificando-lhes as reais necessidades e, acima de tudo, proporcionando-lhes o PÃO e a ORIENTAÇÃO, o RUMO e a PAZ não é tarefa para homens sem consciência cósmica, sem Evangelho nos corações (Fonte Viva, Capítulo 104).
As TURBAS ou MULTIDÕES sempre mereceram a atenção carinhosa de Jesus e elas compuseram os quadros em que o senhor e Mestre demonstrou a infinita misericórdia do Pai (Mt 14:14-19; Mt 15:30-31; Mt 19:2; Mt 20:29; Mt 21:08-11; Mt 26:55; Mt 27:20-26). se no plano globalizado temos as TURBAS formadas pelos grupos - desde clãs familiares aos povos característicos de países e etnias –, encontramos no plano íntimo a nossa MULTIDÃO pessoal, pois somos a resultante das inumeráveis reencarnações já vivenciadas na Terra e alhures (O Livro dos Espíritos, questões 166 a 169:172 a 174).
Jesus referiu-se, em diversas oportunidades, ao MUNDO de nós mesmos: [. ] O REINO DE DEUS ESTÁ DENTRO DE VÓS (Lc 17:21) ; TU, PORÉM, QUANDO ORARES, ENTRA NO TEU QUARTO INTERNO [. ] (Mt 6:6) 58 e também aos estados conflitivos: MUITAS VEZES O LANÇOU TANTO NO FOGO QUANTO NA ÁGUA [. ] (LUNÁTICO - Mc 9:22) ; A SOGRA DE SIMÃO ESTAVA ATORMENTADA COM GRANDE FEBRE [. ] (Lc 4:38) ; além de várias outras passagens que retratam conflitos íntimos (Lc 4:34; Mc 10:22; Mt 26:75) .
COMPADECEU-SE DELAS, - Para compreendermos a compaixão de Jesus pelas TURBAS, oportuno refletir no conteúdo do texto A PIEDADE, no Capítulo 13, item 17, inserido em O Evangelho segundo o Espiritismo, onde se lê: O SENTIMENTO MAIS APROPRIADO A FAZER QUE PROGRIDAIS, DOMANDO EM VÓS O EGOÍSMO E O ORGULHO, AQUELE QUE DISPÕE VOSSA ALMA À HUMILDADE, À BENEFICÊNCIA E AO AMOR DO PRÓXIMO, É A PIEDADE! PIEDADE QUE VOS COMOVE ATÉ ÀS ENTRANHAS À VISTA DOS SOFRIMENTOS DE VOSSOS IRMÃOS, QUE VOS IMPELE A LHES ESTENDER A MÃO PARA SOCORRÊ-LOS E VOS ARRANCA LÁGRIMAS DE SIMPATIA. somente o desinteresse pessoal permite à criatura se dar em pureza e amor aos semelhantes, por isso Jesus é o Modelo a ser seguido.
Alguns podem argumentar sobre o livre-arbítrio e o determinismo conjugados, propondo o RESPEITO à ordem das forças de causa (escolha própria) e efeito (colheita obrigatória, expiação), mas como os homens nunca têm certeza de que uma prova está em seu início ou no fim, compete-lhe tudo fazer, dentro do seu alcance, para auxiliar o próximo (O Evangelho segundo o Espiritismo, Capítulo 5, item 27 e Capítulo 24, itens 11:12).
Depreende-se, pois, que a compaixão, antecedendo a ação caridosa, não espanca e não amaldiçoa, não descrê e não ignora, porque do contrário revelaria egoísmo e orgulho. Na PARÁBOLA DO BOM SAMARITANO temos o exemplo perfeito desse movimento de amor: CERTO SAMARITANO, EM VIAGEM, VEIO ATÉ ELE E, AO VÊ-LO, COMPADECEU-SE (Lc 10:33) .
PORQUE ESTAVAM MALTRATADAS E ABANDONADAS, COMO OVELHAS QUE NÃO TÊM PASTOR. - A ordem natural, nascida do Divino, é sempre o fluxo do progresso, da estabilidade, da expansão segura de potenciais. se o livre-arbítrio responde pela ilustração evolutiva dos seres em movimentação crescente na Criação, a adesão voluntária aos planos de Deus, evidenciados pela consciência, representa a efetiva maturidade da criatura, projetando-lhe os valores íntimos aos territórios sublimados da vida universal.
Os termos MALTRATADAS e ABANDONADAS, adjetivando a condição existencial das TURBAS, revelam a ausência de sua identidade com os desígnios do Criador (Lc 16:13), de modo que, utilizando a imagem das OVELHAS QUE NÃO TÊM PASTOR, o Celeste Amigo nos facilita perceber o quanto as TURBAS ficam vulneráveis e expostas a abusos, escravizações e erros. O estudo das obsessões, que podem ser também coletivas, comprova isso (O Livro dos Médiuns, parte segunda, Capítulo 23).
Transferindo o assunto para o plano íntimo, fácil entender que a desordem mento-emocional explica-se pela ausência de rumo (guia moral). A compaixão de Jesus converteu-se em obras de amor aos semelhantes, consoante Ele nos advertiu: POIS EU VOS DEI O EXEMPLO PARA QUE, ASSIM COMO EU FIZ, FAÇAIS VÓS TAMBÉM (Jo 13:15) .
Religião Cósmica
Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 9
Wagner Gomes da Paixão
Honório Onofre de Abreu
"Ambientado em os ninhos de pensamentos que se afinam com sua essência, em razão de suas buscas ou anseios, o Espírito que ainda se ressente da ausência de experiências mais amplas ou que se anulou em desvios ilusórios "associa-se" para exaurir as energias de que se reveste, seja por ignorância, seja por vício de si mesmo. Embora considerada preceito religioso, somente a oração sentida o exonera desse báratro de ilusões acalentadas por breve tempo, permitindo-lhe sondar e sorver a Verdade da Fonte Divina. Por ela, gotículas de amor o retemperam na canícula, na voragem do personalismo, porque a ciência da vida constitui os valores da razão a caminho da sabedoria, e essa entrega de sentimento faz nele florescer esperança e vigor moral. Esta singela nota nos auxilia a dizer que, na cocriação de mundos como a Terra, o pensamento do Cristo é a estrutura complexa, recamada de probabilidades evolutivas de pleno domínio desse Espírito glorioso, ensejando incontáveis caminhos às mentes que gravitam em torno de sua pureza e misericórdia. As operações múltiplas que conjugam as forças cósmicas para a estruturação do orbe merecem o empenho das plêiades, de quantos Espíritos se especializaram nas áreas diversas que compõem o todo, todavia, o refinamento que se revela na harmonia e na beleza, na utilidade e no bem de todas as cousas foi possível graças ao sentimento impoluto de amor daquele que é a manifestação do "Logos" entre os homens".
Estudando a ascendência de Jesus sobre o planeta, à luz dos estudos doutrinários de Evolução, entenderemos a magnitude do que o Sábio grego assinala acima. Considerando que o pensamento é a manifestação genuína das criaturas que se unem na obra de expansão em que se inserem por vontade de Deus, graças ao pensamento puro do Cristo Jesus, o material destacado da nebulosa solar em tempos que não podemos definir recebeu dele, com o auxílio de uma coorte de Espíritos em evolução consciente, o vigor da ordem e de cada expressão dadivosa que reconhecemos em a Natureza, para viabilizar as experiências humanas, sem olvidar os Princípios Inteligentes que interagem em todos os reinos naturais. Sutilmente, Sócrates nos fornece chaves preciosas que tentaremos pontuar aqui.
A primeira diz respeito ao que Emmanuel definiu em sua obra psicográfica como sendo "os minutos de Deus". Toda vez que a mente encarnada ou desencarnada se eleva, embebida de sentimento, ao Criador e Pai, a alma se retempera na Verdade, ainda que chafurdada no lodaçal das iniquidades e dores do mundo. Somente a prece é capaz de neutralizar por instantes o rigor das culpas e dos remorsos, das frustrações e dos enganos, da escravização e da leviandade, da indiferença e do tédio... São breves instantes que reaproximam a criatura de seu Criador, em pureza e simplicidade. Pessoalmente, me surpreendi ao ouvir referência do inesquecível Filósofo ao poder da oração, chancelando o que está na base da Lei de Adoração.
Outra chave diz respeito a antigas conjecturas deste escriba: o que, efetivamente, nesse plano de formação dos mundos e, concomitantemente, do despertamento moral das almas, enseja o surgimento da vida biológica e a consciência do dever moral? Temos a resposta: o sentimento puro do amor. Muitos poderão pensar: mas o amor já define tudo. E insistiríamos: nas órbitas em que nos encontramos, não há unidade, mas dualidade, sugerindo pluralidade. A vida orgânica é prerrogativa da força do sentimento e se assenta nas estruturas lógicas e de conjugação das forças que operam sobre o Fluido Cósmico. Percebemos que o amor do Cristo, impregnando o orbe, permitiu a ação conjunta dos seus técnicos espirituais, também alavancando uma ordem de vida que embrionariamente se manifestou nos mares tépidos pós-formação planetária, exatamente nas primeiras células albuminoides, simples, que foram mediadoras dos organismos mais complexos de vida. Como tudo é conjugação na obra do Criador, o Cristo responde pelo todo, formando uma espécie de "campo" de probabilidades, e os executores de sua vontade, as plêiades, atuariam em escala menor, imprimindo a sua devoção e o seu carinho no plano de trabalho em que se encontravam. Isso explica, talvez, o surgimento do protoplasma que cobriu toda a superfície da Terra nos pródromos da sua evolução. Seria a manifestação apropriada, entre astralidade e materialidade, a projetar a vida biológica que, por sua vez, prepararia as "vestimentas" transitórias com que as mentes se ensaiassem para outro advento: a impregnação viva do Cristo, entre os homens.
As Chaves do Reino
Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 33
Wagner Gomes da Paixão
Honório Onofre de Abreu
Quanto mais nos sintonizamos com as Verdades Divinas, através dos estudos e das reflexões em torno da Doutrina Espírita e do Evangelho de Jesus, mais adentramos, pelo entendimento, o âmago das questões evolutivas que nos desafiam e nos provam, dia a dia.
Esses estudos continuados, realizados a sós ou em grupos de companheiros nos ambientes da Casa Espírita, nos capacitam a ver e ouvir, no plano interno, os valores que libertam, que harmonizam que convertem nossa mente e nosso coração, ainda irrequietos e voluntariosos, aos planos sábios do Criador, os quais se valem do tempo e da somatória de circunstâncias para alcançarem o Espírito ainda envolto pelas ilusões da matéria.
O grande desafio é adquirir a denominada "visão de conjunto", sem a qual o indivíduo permanece na ótica relativa de suas experiências brigando com pessoas e situações por interpretá-las como "inimigas" ou "opositoras" de sua felicidade, quando, em verdade, são chaves libertadoras de seu progresso. Essa escravização aos próprios critérios, sem a visão maior da vida, segundo nos propõe a Doutrina dos Espíritos e a Boa-nova, nos torna infelizes, e é capaz de massacrar os nossos sonhos e nossas prerrogativas. Isso é o que Paulo denomina "obras da lei": "Por isso, nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado" (Romanos 3:20).
Quando, na caminhada evolutiva, a criatura muito presa aos próprios critérios, incapaz de alongar a visão da mente pelo conhecimento das realidades espirituais já reveladas a nós pelo Evangelho redivivo, se enrijece e começa "[... ] a espancar os criados e criadas, e a comer, e a beber, e a embriagar-se" (LC 12:45 - "Parábola do servo vigilante") quer dizer, a se indispor com pessoas e situações, revelando inconformação íntima e incapacidade de administrar valores de compreensão, humildade, renúncia, boa vontade, solidariedade e respeito à diversidade evolutiva, não somente fere os semelhantes com sua impertinência e rigidez, mas se alimenta do próprio veneno, "embriagando-se" do que não pode libertá-la de si mesma.
Observemos, então, a proposta de Jesus a todos os seus discípulos já visitados por Sua Mensagem, quando adverte: "[... ] e a ninguém saudeis pelo caminho" (LC 10:4).
Dispostos a subir o monte da elevação, através do conhecimento superior, não podemos parar o passo e adentrar dificuldades cristalizadas, nossas ou dos outros, porque é pela ação consciente e caridosa, num plano maior de percepção da vida, que desativaremos esses nós da evolução pessoal e coletiva. Por isso, Jesus afirmou à mulher siro-fenícia: "Não é bom pegar no pão dos filhos e deitá-lo aos cachorrinhos". Essa mulher, que se afligia pela filha "endemoninhada" segundo a narrativa de Levi, ao chegar, "adorou-o, dizendo: Senhor socorre-me" (MT 15:25-26). Abordando isso, não queremos dizer que não se deve fazer o bem, mas é preciso saber fazer bem, para que ele não se torne um "laço de tropeço" para quem o faz, e esse voluntarioso coração interfira indevidamente, agravando o quadro do interessado e naturalmente suas responsabilidades. Geralmente isso ocorre quando a vaidade e a presunção ditam as normas para a criatura então se considerando superior. É por esse caminho que ditadores escravizam pessoas, que vilões do poder público e das religiões viciam seus seguidores, desviando-os da simplicidade e dos sentimentos nobres, que pais mutilam emocionalmente seus filhos, que cônjuges se massacram mutuamente entre sadismo e masoquismo, que colegas na profissão disputam cruelmente, que amigos se traem etc.
Como nossa romagem evolutiva é, em essência, um processo de gravitação em torno dos temas e das pessoas que interessam ao nosso aprendizado, contribuindo, cada elemento ou circunstância, para nosso despertar interior, necessitamos "sentir" o apelo, o momento a condição de realmente atuar com o que temos e como já somos.
Por exemplo, o Evangelho nos fala da "compaixão", que é genuína sensibilização, funcionando por despertamento do amor: "Mas um samaritano, que ia de viagem, chegou ao pé dele, e, vendo-o, moveu-se de íntima compaixão" (LC 10:33); "E, levantando-se, foi para seu pai; e, quando ainda estava longe, viu-o seu pai, e se moveu de íntima compaixão, e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou" (LC 15:20); "E, vendo-a, o Senhor moveu-se de íntima compaixão por ela e disse-lhe: Não chores" (LC 7:13); "Então Jesus, movido de íntima compaixão, tocou-lhes nos olhos, e logo viram; e eles o seguiram" (MT 20:34). Note-se que é pela compaixão que a caridade surge operando em nome de Deus. Por isso, devemos tomar cuidado com o personalismo, nos julgamentos tendenciosos e passionais que nos caracterizam.
Dizendo que "basta a cada dia o seu mal" (MT 6:34), o Senhor nos ensina que é preciso estarmos inteiros no que fazemos, sem essa ideia esdrúxula de ser múltiplo, de quantidade, de atacar várias frentes como se fôssemos os donos da situação, a suprema representação do Pai na Terra. Lembremo-nos de que Jesus não curou todos os enfermos, e não atendeu diretamente toda a humanidade, pois o que lhe competia, a "interpretação" da Lei de Amor, se deu de modo tão pleno e tão vivo, que repercutirá por todos os séculos da Terra.
O assunto é tão vigoroso, em termos de qualificação moral discernimento e respeito à ordem divina da vida cósmica, que reproduzimos a anotação de Mateus: "E, vendo a multidão, teve grande compaixão deles, porque andavam desgarrados e errantes como ovelhas que não têm pastor" (MT 9:36). Há de se observar "necessidade e circunstância", na caminhada de progresso. Fazer tudo o que vem à cabeça é condição dos Espíritos ainda primários pois agem por necessidade de conhecimento das coisas da vida e dentro de um contexto restrito, sendo que nisso não há culpa, nem punição. Mas quanto mais se eleva, mais se deve respeitar a ordem harmônica da Criação, pois, quando Jesus assinala, ainda nesse texto de Mateus, que "a seara é realmente grande, mas poucos os ceifeiros" (MT 9:37), o Mestre não somente se referia ao atendimento das necessidades humanas por tão poucos filhos de Deus conscientes (a maioria é indiferente a seus valores espirituais), mas, do mesmo modo, às poucas virtudes já reveladas em nosso plano íntimo para atendimento dos nossos afazeres evolutivos, que seguem para o infinito das possibilidades.
Léon Denis
Qual a verdadeira doutrina do Cristo? Os seus princípios essenciais acham-se claramente enunciados no Evangelho. É a paternidade universal de Deus e a fraternidade dos homens, com as consequências morais que daí resultam; é a vida imortal a todos franqueada e que a cada um permite em si próprio realizar "o reino de Deus", isto é, a perfeição, pelo desprendimento dos bens materiais, pelo perdão das injúrias e o amor ao próximo.
Para Jesus, numa só palavra, toda a religião, toda a filosofia consiste no amor: "Amai os vossos inimigos; fazei o bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos perseguem e caluniam; para serdes filhos de vosso Pai que está nos céus, o qual faz erguer-se o seu sol sobre bons e maus, e faz chover sobre justos e injustos. Porque, se não amais senão os que vos amam, que recompensa deveis ter por isso?" (Mateus, V, 44 e seguintes.) .
Desse amor o próprio Deus nos dá o exemplo, porque seus braços estão sempre abertos para o pecador: "Assim, vosso Pai que está nos céus não quer que pereça um só desses pequeninos. " O sermão da montanha resume, em traços indeléveis, o ensino popular de Jesus. Nele é expressa a lei moral sob uma forma que jamais foi igualada.
Os homens aí aprendem que não há mais seguros meios de elevação que as virtudes humildes e escondidas. "Bem-aventurados os pobres de espírito (isto é, os espíritos simples e retos), porque deles é o reino dos céus. - Bemaventurados os que choram, porque serão consolados. - Bemaventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. - Bem-aventurados os que são misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. - Bem-aventurados os limpos de coração, porque esses verão a Deus. " (Mateus, V, 1 a 12; Lucas, VI, 20 a 25.) O que Jesus quer não é um culto faustoso, não é umas religiões sacerdotais, opulentas de cerimônias e práticas que sufocam o pensamento, não; é um culto simples e puro, todo de sentimento, consistindo na relação direta, sem intermediário, da consciência humana com Deus, que é seu Pai: "É chegado o tempo em que os verdadeiros adoradores hão de adorar o Pai em espírito e verdade, porque tal quer, também, sejam os que o adorem. Deus é espírito, e em espírito e verdade é que devem adorar os que o adoram. " O ascetismo é coisa vã. Jesus limita-se a orar e a meditar, nos sítios solitários, nos templos naturais que têm por colunas as montanhas, por cúpula a abóbada dos céus, e de onde o pensamento mais livremente se eleva ao Criador.
Aos que imaginam salvar-se por meio do jejum e da abstinência, diz: "Não é o que entra pela boca o que macula o homem, mas o que por ela sai. " Aos rezadores de longas orações: "Vosso Pai sabe do que careceis, antes de lho pedirdes. " Ele não exige senão a caridade, a bondade, a simplicidade: "Não julgueis e não sereis julgados. Perdoai e sereis perdoados. Sede misericordiosos como vosso Pai celeste é misericordioso. Dar é mais doce do que receber". "Aquele que se humilha será exaltado; o que se exalta será humilhado". "Que a tua mão esquerda ignore o que faz a direita, a fim de que tua esmola fique em segredo; e então teu Pai que vê no segredo, te retribuirá. " E tudo se resume nestas palavras de eloquente concisão: "Amai o vosso próximo como a vós mesmos e sede perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito. Nisso se encerram toda a lei e os profetas. " Sob a suave e meiga palavra de Jesus, toda impregnada do sentimento da natureza, essa doutrina se reveste de um encanto irresistível, penetrante. Ela é saturada de terna solicitude pelos fracos e pelos deserdados. É a glorificação, a exaltação da pobreza e da simplicidade. Os bens materiais nos tornam escravos; agrilhoam o homem à Terra. A riqueza é um estorvo; impede os velos da alma e a retém longe do "reino de Deus". A renúncia, a humildade, desatam esses laços e facilitam a ascensão para a luz.
Por isso é que a doutrina evangélica permaneceu através dos séculos como a expressão máxima do espiritualismo, o supremo remédio aos males terrestres, a consolação das almas aflitas nesta travessia da vida, semeada de tantas lágrimas e angústias. É ainda ela que faz, a despeito dos elementos estranhos que lhe vieram misturar, toda a grandeza, todo o poder moral do Cristianismo.
A doutrina secreta ia mais longe. Sob o véu das parábolas e das ficções, ocultava concepções profundas. No que se refere a essa imortalidade prometida a todos, definia-lhe as formas afirmando a sucessão das existências terrestres, nas quais a alma, reencarnada em novos corpos, sofreria as consequências de suas vidas anteriores e prepararia as condições do seu destino futuro. Ensinava a pluralidade dos mundos habitados, as alternações de vida de cada ser: no mundo terrestre, em que ele reaparece pelo nascimento, no mundo espiritual, ao qual regressa pela morte, colhendo em um e outro desses meios os frutos bons ou maus do seu passado.
Ensinava a íntima ligação e a solidariedade desses dois mundos e, por conseguinte, a comunicação possível do homem com os espíritos dos mortos que povoam o espaço ilimitado.
Daí o amor ativo, não somente pelos que sofrem na esfera da existência terrestre, mas também pelas almas que em torno de nós vagueiam atormentadas por dolorosas recordações. Daí a dedicação que se devem as duas humanidades, visível e invisível, a lei de fraternidade na vida e na morte e a celebração do que chamavam "os mistérios", a comunhão pelo pensamento e pelo coração com os que, Espíritos bons ou medíocres, inferiores ou elevados, compõem esse mundo invisível que nos rodeia, e sobre o qual se abrem esses dois pórticos por onde todos os seres alternativamente passam: o berço e o túmulo.
A lei da reencarnação acha-se indicada em muitas passagens do Evangelho e deve ser considerada sob dois aspectos diferentes: à volta à carne, para os Espíritos em via de aperfeiçoamento; a reencarnação dos Espíritos enviados em missão à Terra.
Em sua conversação com Nicodemos, Jesus assim se exprime: "Em verdade te digo que, se alguém não renascer de novo, não poderá ver o reino de Deus. " Objeta-lhe Nicodemos: "Como pode um homem nascer, sendo já velho?" Jesus responde: "Em verdade te digo que, se um homem não renasce da água e do espírito, não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do espírito é espírito. Não te maravilhes de te dizer: importa-vos nascer outra vez. O vento sopra onde quer e tu ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem nem para onde vai. Assim é todo aquele que é nascido do espírito. " (João, III, 3 a 8.) Jesus acrescenta estas palavras significativas: "Tu és mestre em Israel e não sabes estas coisas?" O que demonstra que não se tratava do batismo, que era conhecido pelos judeus e por Nicodemos, mas precisamente da reencarnação já ensinada no "Zohar", livro sagrado dos hebreus. (Nota xii: Ver nota complementar nº 5.) Esse vento, ou esse espírito que sopra onde lhe apraz, é a alma que escolhe novo corpo, nova morada, sem que os homens saibam de onde vem, nem para onde vai. É a única explicação satisfatória.
Na Cabala hebraica, a água era a matéria primordial, o elemento frutificado. Quanto à expressão Espírito Santo, que se acha no texto e que o torna incompreensível, é preciso notar que a palavra santo nele não se encontra em sua origem e que foi aí introduzida muito tempo depois, como se deu em vários outros casos. (Nota xiii: Ver Bellemare, "Espírita e Cristão", págs. 351 e seguintes.) É preciso, por conseguinte, ler: renascer da matéria e do espírito.
Noutra ocasião, a propósito de um cego de nascença, encontrado de passagem, os discípulos perguntam a Jesus: "Mestre, quem foi que pecou? Foi este homem, ou seu pai, ou sua mãe, para que ele tenha nascido cego?" (João, IX, 1 e 2).
A pergunta indica, antes de tudo, que os discípulos atribuíam a enfermidade do cego a uma expiação. Em seu pensamento, a falta precedera a punição; tinha sido a sua causa primordial. É a lei da consequência dos atos, fixando as condições do destino. Trata-se aí de um cego de nascença; a falta não se pode explicar senão por uma existência anterior.
Daí essa ideia da penitência, que reaparece a cada momento nas Escrituras: "Fazei penitência", dizem elas constantemente, isto é, praticai a reparação, que é o fim da vossa nova existência; retificai vosso passado, espiritualizai-vos, porque não saireis do domínio terrestre, do círculo das provações, senão depois de "haverdes pagado até o último ceitil. " (Mateus, V, 26).
Em vão têm procurado os teólogos explicar doutro modo, que não pela reencarnação, essa passagem do Evangelho. Chegaram a raciocínios, pelo menos, estranhos. Assim foi que o sínodo de Amsterdã não pôde sair-se da dificuldade senão com esta declaração: "o cego de nascença havia pecado no seio de sua mãe". (Nota xiv: Ver nota complementar n° 5.) Era também opinião corrente, nessa época, que Espíritos eminentes vinham, em novas encarnações, continuar, concluir missões interrompidas pela morte. Elias, por exemplo, voltara à Terra na pessoa de João Batista. Jesus o afirma nestes termos, dirigindo-se à multidão: "Que saíste a ver? Um profeta? Sim, eu vo-lo declaro, e mais que um profeta. E, se o quereis compreender, ele é o próprio Elias que devia vir. - O que tem ouvidos para ouvir, ouça. " (Mateus, XI, 9, 14 e 15) Mais tarde, depois da decapitação de João Batista, ele o repete aos discípulos: "E seus discípulos o interrogam, dizendo: Porque, pois, dizem os escribas que importa vir primeiramente Elias? - Ele, respondendo, lhes disse: " "Elias, certamente, devia vir e restabelecer todas as coisas. Mas eu vo-lo digo: Elias já veio e eles não o conheceram, antes lhe fizeram quanto quiseram. - Então, conheceram seus discípulos que de João Batista é que ele lhes falara. " (Mateus, XVII, 10, 11, 12 e 15).
Assim, para Jesus, como para os discípulos, Elias e João Batista eram a mesma e única individualidade. Ora, tendo essa individualidade revestido sucessivamente dois corpos, semelhante fato não se pode explicar senão pela lei da reencarnação.
Numa circunstância memorável, Jesus pergunta a seus discípulos: "Que dizem do filho do homem?" E eles lhe respondem: "Uns dizem: é João Batista; outros, Elias; outros, Jeremias ou um dos profetas. " (Mateus, XVI, 13, 14; Marcos, VIII, 28) Jesus não protesta contra essa opinião como doutrina, do mesmo modo que não protestara no caso do cego de nascença. Ao demais, a ideia da pluralidade das vidas, dos sucessivos graus a percorrer para se elevar à perfeição, não se acha implicitamente contida nestas palavras memoráveis: "Sede perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito. " Como poderia a alma humana alcançar esse estado de perfeição em uma única existência?
De novo encontramos a doutrina secreta, dissimulada sob véus mais ou menos transparentes, nas obras dos apóstolos e dos padres da Igreja dos primeiros séculos. Não podiam estes dela falar abertamente. Daí as obscuridades da sua linguagem.
Aos primeiros fiéis escrevia Barnabé: "Tanto quanto pude, acredito ter-me explicado com simplicidade e nada haver omitido do que pode contribuir para vossa instrução e salvação, no que se refere às coisas presentes, porque, se vos escrevesse relativamente às coisas futuras, não compreenderíeis, porque elas se acham expostas em parábolas. " (Epístola católica de São Barnabé, XVII, l, 5).
Em observância a esta regra é que um discípulo de São Paulo, Hermas, descreve a lei das reencarnações sob a figura de "pedras brancas, quadradas e lapidadas", tiradas da água para servirem na construção de um edifício espiritual. (Livro do Pastor, III, XVI, 3, 5). "Porque foram essas pedras tiradas de um lugar profundo e em seguida empregadas na estrutura dessa torre, pois que já estavam animadas pelo espírito? - Era necessário, diz-me o senhor, que, antes de serem admitidas no edifício, fossem trabalhadas por meio da água. Não poderiam entrar no reino de Deus por outro modo que não fosse despojando-se da imperfeição da sua primeira vida. " Evidentemente essas pedras são as almas dos homens; as águas (Nota xv: Essa parábola adquire maior relevo pelo fato de ser a água, para os judeus cabalista, a representação da matéria, o elemento primitivo, o que chamaríamos hoje o éter cósmico.) são as regiões obscuras, inferiores, as vidas materiais, vidas de dor e provação, durante as quais as almas são lapidadas, polidas, lentamente preparadas, a fim de tomarem lugar um dia no edifício da vida superior, da vida celeste. Há nisso um símbolo perfeito da reencarnação, cuja ideia era ainda admitida no século III e divulgada entre os cristãos.
Dentre os padres da Igreja, Orígenes é um dos que mais eloquentemente se pronunciaram a favor da pluralidade das existências. Respeitável a sua autoridade. São Jerônimo o considera, "depois dos apóstolos, o grande mestre da Igreja, verdade - diz ele - que só a ignorância poderia negar". S. Jerônimo vota tal admiração a Orígenes que assumiria, escreve, todas as calúnias de que ele foi alvo, uma vez que, por esse preço, ele, Jerônimo, pudesse ter a sua profunda ciência das Escrituras.
Em seu livro célebre, "Dos Princípios", Orígenes desenvolve os mais vigorosos argumentos que mostram, na preexistência e sobrevivência das almas noutros corpos, em uma palavra, na sucessão das vidas, o corretivo necessário à aparente desigualdade das condições humanas, uma compensação ao mal físico, como ao sofrimento moral que parece reinarem no mundo, se não se admite mais que uma única existência terrestre para cada alma. Orígenes erra, todavia, num ponto. É quando supõe que a união do espírito ao corpo é sempre uma punição. Ele perde de vista a necessidade da educação das almas e a laboriosa realização do progresso.
Errônea opinião se introduziu em muitos centros, a respeito das doutrinas de Orígenes, em geral, e da pluralidade das existências em particular, que pretendem ter sido condenadas, primeiro pelo concílio de Calcedônia e mais tarde pelo quinto concílio de Constantinopla. Ora, se remontamos às fontes, (Nota xvi: Ver Pezzani, "A pluralidade das existências", páginas 187 e 190.) reconhecemos que esses concílios repeliram, não a crença na pluralidade das existências, mas simplesmente a preexistência da alma, tal como a ensinava Orígenes, sob esta feição particular: que os homens eram anjos decaídos e que o ponto de partida tinha sido para todos a natureza angélica.
Na realidade, a questão da pluralidade das existências da alma jamais foi resolvida pelos concílios. Permaneceu aberta às resoluções da Igreja no futuro e é esse um ponto que se faz preciso estabelecer.
Como a lei dos renascimentos, a pluralidade dos mundos achase indicada no Evangelho, em forma de parábola: "Há muitas moradas na casa de meu Pai. Eu vou a preparar-vos o lugar e, depois que tiver ido e vos tiver preparado o lugar, voltarei e vos levarei comigo, a fim de que onde eu estiver, vós estejais também. " (João, XIV, 2 e 3) A casa do Pai é o infinito céu; as moradas prometidas são os mundos que percorrem o espaço, esferas de luz ao pé das quais a nossa pobre Terra não é mais que mesquinho e obscuro planeta. É para esses mundos que Jesus guiará as almas que se ligarem a ele e à sua doutrina, mundos que lhe são familiares e onde nos saberá preparar um lugar, conforme os nossos méritos.
Orígenes comenta essas palavras em termos positivos: "O Senhor faz alusão às diferentes estações que devem as almas ocupar, depois que se houverem despojado dos seus corpos atuais e se tiverem revestido de outros novos. "
Vinícius
(MATEUS, 6:9.)
Pai nosso que estás nos céus. . . Assim começa o Mestre a oração que ensinou aos seus discípulos.
Toda a cristandade sabe disso. As múltiplas igrejas repetem assiduamente a frase em apreço. Nas ricas catedrais, no templo humilde, na capela rural e no seio dos lares, aquela sentença constitui o estribilho recitado em todos os tons, oportunidades e emergências. Nos dias festivos como nos dias calamitosos de angústia e de aflição, baila nos lábios dos grandes e dos pequenos, dos velhos e dos moços o surrado e eterno refrão.
Parece, mesmo, que, à força de repeti-lo mecanicamente, despojaram-no de todo o seu espírito e de toda a sua vida. Pois, é precisamente esse espírito e essa vida que o Espiritismo vem ressuscitar nesta época tumultuosa e sombria por que passa o nosso orbe de provas e expiações.
A ideia de Deus, vista através do prisma de Pai, é, sem dúvida, a mais bela e a mais sábia das revelações que Jesus trouxe à Humanidade. Pai é previdência e providência, porque prevê e provê as necessidades dos filhos antes mesmo que estes tenham noção e consciência da própria existência. A paternal previsão divina precede de muito ao célebre — Cogito, ergo sum [Penso, logo existo].
Deus tudo dispôs e tudo preparou, desde toda a eternidade, no sentido de proporcionar aos seus filhos os meios de evolverem sem solução de continuidade, conquistando estágios sempre mais avançados, onde a Vida se desdobra em perspectivas mais complexas, sob esplendores mais fúlgidos e excelentes.
Assim sendo, dirão, talvez, por que existe a dor? A dor, debaixo das suas múltiplas modalidades, é, em síntese, a consequência do homem não haver ainda sentido a realidade da sentença que vem recitando maquinalmente: Pai nosso que estás nos céus!
Quando palpitar em seu coração o espírito daquelas palavras, outro será, por certo, o senso da sua vida, outro o seu programa, outro, finalmente, o móvel de suas atividades e de suas ações.
Ao influxo prodigioso do — Pai nosso que estás nos céus — cairão as barreiras que separam os homens. As cores das bandeiras que dividem os povos e as nações fundir-se-ão todas no branco e augusto pavilhão da paz, símbolo da alva túnica do Mestre, que era inconsútil, tecida de alto a baixo numa só peça.
A Humanidade, confraternizada dentro de um mundo só, caminhará a passos firmes na solução de todos os problemas sociais que até aqui a têm convulsionado tanto, sem jamais serem resolvidos.
Não haverá mais fome, porque já não se destruirão nem se procurará restringir as fartas messes que a terra generosa e boa faculta aos que a regam com o suor do rosto, na santidade do trabalho. O pão e o vestuário, como todas as demais utilidades da vida, circularão livremente, libertos das nefastas bastilhas aduaneiras, suprindo os mercados em fraternal permuta.
Atender-se-á, destarte, às necessidades de cada povo, porque os homens, reconhecendo a paternidade de Deus, sentirão que são irmãos. As possibilidades de aprender e progredir, de melhorar as condições intelectuais e morais estarão ao alcance de todos, sem distinção de posição social, de fortuna ou de classes, pois estas terão, a seu turno, desaparecido, mediante a organização da sociedade numa só e única família, onde serão todos por um e um por todos.
Somente nesse dia cessarão para sempre as lutas fratricidas, e não haverá mais guerra!
Porque será que o Filho pródigo é uma figura tão simpática apesar da sua vida pecaminosa, enquanto que o irmão é quase repulsivo, a despeito da prudência com que sempre se houve no lar paterno, donde jamais se apartou? Onde o motivo dessa inclinação de todos os corações pelo dissipador da herança, pelo perdulário que desce pela encosta dos vícios até à mais negra miséria ?
A razão é esta: O Pródigo pecou, sofreu, amou. A dor despertou-lhe os sentimentos, iluminou-lhe a consciência, converteu-o. A humildade, essa virtude que levanta os decaídos e engrandece os pequeninos, exaltou-o, apagando todas as máculas do seu espírito, então redimido. O bem sobrepuja o mal: uma só virtude destrói o efeito de muitos vícios. A caridade, diz Pedro, cobre uma multidão de pecados.
Depois, nós, pecadores confessos, vemos, na vida do Pródigo, a nossa própria história.
Sua epopeia é a nossa esperança. Eis porque com ele tanto simpatizamos.
E porque nutrimos sentimentos opostos a respeito de seu irmão? Porque é a personificação do egoísmo. O egoísta insula-se de todos pela influência de seus próprios pensamentos. É orgulhoso, é sectário. Separa-se dos demais porque se julga perfeito.
Jacta-se intimamente em não alimentar vícios, mas nenhuma virtude, além da abstenção do mal, nele se descobre. É um cristalizado: não suporta as consequências dos desvarios, mas não goza os prazeres da virtude. Sua conversão é mais difícil que a de qualquer outra espécie de pecadores. A presunção oblitera-lhe o entendimento, ofusca-lhe as ideias. Imaginando-se às portas do céu, dista ainda dele um abismo.
Supõe-se um iluminado, e não passa de um cego. A propósito desse gênero de cegueira disse o mesmo autor da parábola, em cuja trama figuram o Pródigo e o Egoísta:
"Graças te dou, meu Pai, porque escondeste as tuas verdades dos grandes e prudentes, e as revelaste aos inscientes e pequeninos. "
Finalmente: nós nos inclinamos para o Pródigo, e desdenhamos o seu irmão, porque escrito está: Aquele que se exalta será humilhado, e aquele que se humilha será exaltado. Tal é a lei a que nosso coração espontaneamente obedece.
Bezerra de Menezes
Bezerra, Chico e Você
Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 30
Francisco Cândido Xavier
Bezerra de Menezes
Senhor Jesus!
Rogando-te permissão para reverenciar o divino apostolado, nós te louvamos e agradecemos as oportunidades de trabalho, das quais nos enriqueces a existência.
Abençoa-nos, Senhor, com a tua infinita bondade a fim de aprendermos a servir-te, na pessoa daqueles irmãos nossos da Humanidade, tantas vezes em obstáculos maiores do que os nossos.
Conserva-nos aqui, em teu amor, e ensina-nos a encontrar-te nas tarefas do bem a que nos designas, para que não nos percamos nas sombras em que, porventura, se nos envolvam os caminhos, nos variados climas terrestres!…
Nas horas felizes, dá-nos a tua inspiração e a tua luz, para que a nossa alegria não se converta em flor estéril, na seara de tuas bênção e, nos dias difíceis, sê nosso apoio para que a provação não nos abata ou destrua.
Ajuda-nos a identificar-te a presença divina, em cada coração necessitado de socorro ou de amor que nos bata à porta e supre-nos de forças e recursos, na munificência de teu amparo, no desempenho das nossas obrigações.
Quando a incerteza nos visite em ação, coloca, Jesus, por misericórdia, a tua mão em nossas mãos e guia-nos o sentimento, para que o bem se faça, não segundo a nossa visão humana e estreita, e sim de acordo com as disposições sábias e compassivas de tua vontade.
Quando possíveis incompreensões nos impulsionem a qualquer dificuldade de entendimento, guarda-nos em tua paciência e induze-nos à união e humildade, auxiliando-nos a saber que a obra de elevação, em que nos permites cooperar é sempre tua e não nossa.
Faze-nos reconhecer que a caridade começa invariavelmente de nossas relações mútuas, porquanto, apenas em nos servindo uns aos outros é que conseguiremos irradiar o amor que nos deste para distribuir com os nossos semelhantes.
Senhor, ampara-nos e orienta-nos, para que possamos, um dia,corresponder plenamente ao teu mandato de confiança!… E, suplicando-te, mais uma vez, acolher-nos em teu coração misericordioso e augusto, terminamos a nossa rogativa com aquela outra que nos legaste por luz divina, no caminho dos cristãos de todos os séculos:
“Pai Nosso, que estás nos Céus, santificado seja o teu nome:venha a nós o teu reino; seja feita, oh! Pai, a tua vontade, assim na Terra como nos Céus; o pão nosso de cada dia dá-nos hoje; perdoa as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores; não nos deixes cair em tentação e livra-nos do mal, porque teus são o Reino, o poder, a majestade e a glória para sempre. Assim seja!”(Mt 6:9)
De mensagem recebida em 4.04.1971.
Humberto de Campos
Curada pelo Mestre Divino, (Mc 1:29) a sogra de ficara maravilhada com os poderes ocultos do Nazareno humilde, que falava em nome de Deus, enlaçando os corações com a sua fé profunda e ardente. Restabelecida em sua saúde, passou a reflexionar mais atentamente acerca do Pai que está nos Céus, sempre pronto a atender às súplicas dos filhos. Chamando certo dia o genro para um exame detido do assunto, consultou-o sobre a possibilidade de pedirem a Jesus favores excepcionais para a sua família. Lembrava-lhe a circunstância de ser o Mestre um emissário poderoso do Reino de Deus que parecia muito próximo. Concitava-o a ponderar ao Messias que eles eram dos seus primeiros colaboradores sinceros e a enumerar-lhe as necessidades prementes da família, a exiguidade do dinheiro, o peso dos serviços domésticos, a casa pobre de recursos, situação a que as imensas possibilidades de Jesus, cheio de poderes prodigiosos, seriam capazes de remediar.
O pescador simples e generoso, tentado em seus sentimentos humanos, examinou aquelas observações destinadas a lhe abrir os olhos com referência ao futuro. Entretanto, refletiu que Jesus era Mestre e nunca desprezava qualquer ensejo de bem ensinar o que era realmente proveitoso aos discípulos. Acaso, não saberia ele o melhor caminho? Não viam em sua presença alguma coisa da própria presença de Deus? Guardando, contudo, indeciso o espírito, em face das ponderações familiares, buscou uma oportunidade de falar com o Messias acerca do assunto.
Chegada que foi a ocasião, o apóstolo procurou provocar muito de leve a solução do problema, perguntando a Jesus, com a sua sinceridade ingênua:
— Mestre, será que Deus nos ouve todas as orações?
— Como não, Pedro? — respondeu Jesus solicitamente. — Desde que começou a raciocinar, observou o homem que, acima de seus poderes reduzidos, havia um poder ilimitado, que lhe criara o ambiente da vida. Todas as criaturas nascem com tendência para o mais alto e experimentam a necessidade de comungar com esse Plano elevado, donde o Pai nos acompanha com o seu amor, todo justiça e sabedoria, onde as preces dos homens o procuram sob nomes diversos. Acreditarias, Simão, que, em todos os séculos da vida humana, recorreriam as almas, incessantemente, a uma porta silenciosa e inflexível, se nenhum resultado obtivessem?… Não tenhas dúvida: todas as nossas orações são ouvidas!…
— No entanto — exclamou respeitoso o discípulo —, se Deus ouve as súplicas de todos os seres, por que tamanhas diferenças na sorte? Por que razão sou obrigado a pescar para prover à subsistência, quando ganha bom salário no serviço dos impostos, com a sabedoria dos livros? Como explicar que disponha de servas numerosas, quando minha mulher é obrigada a plantar e cuidar a nossa horta?
Jesus ouviu atento essas suas palavras e retrucou:
— Pedro, precisamos não esquecer que o mundo pertence a Deus e que todos somos seus servidores. Os trabalhos variam, conforme a capacidade do nosso esforço. Hoje pescas, amanhã pregarás a palavra divina do Evangelho. Todo trabalho honesto é de Deus. Quem escreve com a sabedoria dos pergaminhos não é maior do que aquele que traça a leira laboriosa e fértil, com a sabedoria da terra. O escriba sincero, que cuida dos dispositivos da lei, é irmão do lavrador bem-intencionado que cuida do sustento da vida. Um, cultiva as flores do pensamento; outros, as do trigal que o Pai protege e abençoa. Achas que uma casa estaria completa sem as mãos abnegadas que lhe varrem os detritos? Se todos os filhos de Deus se dispusessem a cobrar impostos, quem os pagaria? Vês, portanto, que, antes de qualquer consideração, é preciso santificar todo trabalho útil, como quem sabe que o mundo é morada de Deus.
Já pensaste que, se a tua esposa cuida das plantas de tua horta, Joana de Cusa educa as suas servas?! A qual das duas cabe responsabilidade maior, à tua mulher que cultiva os legumes, ou à nossa irmã que tem algumas filhas de Deus sob sua proteção? Quem poderá garantir que Joana terá essa responsabilidade por toda a vida? No mundo, há grandes generais que apesar das suas vitórias passam também pelas duras experiências de seus soldados. Assim, Pedro, precisamos considerar, em definitivo, que somos filhos e servos de Deus, antes de qualquer outro título convencional, dentro da vida humana. Necessário é, pois, que disponhamos o nosso coração a bem servi-lo, seja como rei ou como escravo, certos de que o Pai nos conhece a todos e nos conduz ao trabalho ou à posição que mereçamos.
O discípulo ouviu aquelas explicações judiciosas e, confortado com os esclarecimentos recebidos, interrogou:
— Mestre, como deveremos interpretar a oração?
— Em tudo — elucidou Jesus — deve a oração constituir o nosso recurso permanente de comunhão ininterrupta com Deus. Nesse intercâmbio incessante, as criaturas devem apresentar ao Pai, no segredo das íntimas aspirações, os seus anelos e esperanças, dúvidas e amargores. Essas confidências lhes atenuarão os cansaços do mundo, restaurando-lhes as energias, porque Deus lhes concederá de sua luz. É necessário, portanto, cultivar a prece, para que ela se torne um elemento natural da vida, como a respiração. É indispensável conheçamos o meio seguro de nos identificarmos com o Nosso Pai.
Entretanto, Pedro, observamos que os homens não se lembram do Céu, senão nos dias de incerteza e angústia do coração. Se a ameaça é cruel e iminente o desastre, se a morte do corpo é irremediável, os mais fortes dobram os joelhos. Mas, quanto não deverá sentir-se o Pai amoroso e leal de que somente o procurem os filhos nos momentos do infortúnio, por eles criados com as suas próprias mãos? Em face do relaxamento dessas relações sagradas, por parte dos homens, indiferentes ao carinho paternal, da Providência que tudo lhes concede de útil e agradável, improficuamente desejará o filho uma solução imediata para as suas necessidades e problemas, sem remediar ao longo afastamento em que se conservou do Pai no percurso, postergando-lhe os desígnios, respeito às suas questões íntimas e profundas.
Simão Pedro ouvia o Mestre com uma compreensão nova. Não podia apreender a amplitude daqueles conceitos que transcendiam o âmbito da educação que recebera, mas procurava perceber o alcance daquelas elucidações, a fim de cultivar o intercâmbio perfeito com o Pai sábio e amoroso, cuja assistência generosa Jesus revelara, dentro da luz dos seus divinos ensinamentos.
Decorridos alguns dias, estando o Mestre a ensinar aos companheiros uma nova lição referente ao impulso natural da prece, Simão lhe observou:
— Senhor, tenho procurado, por todos os modos, manter inalterável a minha comunhão com Deus, mas não tenho alcançado o objetivo de minhas súplicas.
— E que tens pedido a Deus? — interrogou o Mestre, sem se perturbar.
— Tenho implorado à sua bondade que aplaine os meus caminhos, com a solução de certos problemas materiais.
Jesus contemplou longamente o discípulo, como se examinasse a fragilidade dos elementos intelectuais de que podia dispor para a realização da obra evangélica. Contudo, evidenciando mais uma vez o seu profundo amor e boa vontade, esclareceu com brandura e convicção:
— Pedro, enquanto orares pedindo ao Pai a satisfação de teus desejos e caprichos, é possível que te retires da prece inquieto e desalentado. Mas, sempre que solicitares as bênçãos de Deus, a fim de compreenderes a sua vontade justa e sábia, a teu respeito, receberás pela oração os bens divinos do consolo e da paz.
O apóstolo guardou silêncio, demonstrando haver, afinal, compreendido. Um dos filhos de Alfeu, porém, reconhecendo que o assunto interessava sobremaneira à pequena comunidade ali reunida, adiantou-se para Jesus, pedindo:
— Senhor, ensina-nos a orar!… (Lc 11:1)
Dispondo-os então em círculo e como se mergulhasse o pensamento num invisível oceano de luz, o Messias pronunciou, pela primeira vez, a oração que legaria à Humanidade.
Elevando o seu espírito magnânimo ao Pai Celestial e colocando o seu amor acima de todas as coisas, exclamou:
— “Pai Nosso, que estás nos Céus, santificado seja o teu nome.” E, ponderando que a redenção da criatura nunca se poderá efetuar sem a misericórdia do Criador, considerada a imensa bagagem das imperfeições humanas, continuou: — “Venha a nós o teu Reino.” Dando a entender que a vontade de Deus, amorosa e justa, deve cumprir-se em todas as circunstâncias, acrescentou: “Seja feita a tua vontade, assim na Terra como nos Céus.” Esclarecendo que todas as possibilidades de saúde, trabalho e experiência chegam invariavelmente, para os homens, da fonte sagrada da proteção divina, prosseguiu: — “O pão nosso de cada dia dá-nos hoje.” Mostrando que as criaturas estão sempre sob a ação da lei de compensações e que cada uma precisa desvencilhar-se das penosas algemas do passado obscuro pela exemplificação sublime do amor, acentuou: — “Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores.” Conhecedor, porém, das fragilidades humanas, para estabelecer o princípio da luta eterna dos cristãos contra o mal, terminou a sua oração, dizendo com infinita simplicidade: “Não nos deixes cair em tentação e livra-nos de todo mal, porque teus são o Reino, o poder e glória para sempre. Assim seja.”
Levi, o mais intelectual dos discípulos, tomou nota das sagradas palavras, (Mt 6:9) para que a prece do Senhor fosse guardada em seus corações humildes e simples. A rogativa de Jesus continha, em síntese, todo o programa de esforço e edificação do Cristianismo nascente. Desde aquele dia memorável, a oração singela de Jesus se espalhou como um perfume dos Céus pelo mundo inteiro.
(.Irmão X)
Crônicas de Além-Túmulo
Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 3
Francisco Cândido Xavier
Humberto de Campos
Meus filhos, venho falar a vocês como alguém que abandonasse a noite de Tirésias, no carro fulgurante de , subindo aos cumes dourados e perfumados do Hélicon. Tudo é harmonia e beleza na companhia dos numes e dos gênios, mas o pensamento de um cego, em reabrindo os olhos nas rutilâncias da luz, é para os que ficaram, lá longe, dentro da noite onde apenas a esperança é uma estrela de luz doce e triste.
Não venho da minha casa subterrânea de São João Batista, como os mortos que os larápios, às vezes, fazem regressar aos tormentos da Terra, por mal dos seus pecados. Na derradeira morada do meu corpo ficaram os meus olhos enfermos e as minhas disposições orgânicas. Cá estou como se houvesse sorvido um néctar de juventude no banquete dos deuses.
Entretanto, meus filhos, levanta-se entre nós um rochedo de mistério e de silêncio.
Eu sou eu. Fui o pai de vocês e vocês foram meus filhos. Agora somos irmãos. Nada há de mais belo do que a lei de solidariedade fraterna, delineada pelo Criador na sua glória inacessível. A morte não suprimiu a minha afetividade e ainda possuo o coração de homem para o qual vocês são as melhores criaturas desse mundo.
Dizem que Orfeu, quando tangia as cordas de sua lira, sensibilizava as feras que se agrupavam enternecidas para escutá-lo. As árvores vinham de longe, transportadas na sua harmonia. Os rios sustavam o curso nas suas correntes impetuosas, quedando-se para ouvi-lo. Havia deslumbramentos na paisagem musicalizada. A morte, meus filhos, cantou para mim, tocando o seu alaúde. Todas as minhas convicções deixaram os seus lugares primitivos para sentir a grandeza do seu canto.
Não posso transmitir esse mistério maravilhoso através dos métodos imperfeitos de que disponho. E, se pudesse, existe agora entre nós: o fantasma da dúvida.
Convidado pelo Senhor, eu também estive no banquete da vida. Não nos palácios da popularidade ou da juventude efêmera, mas no átrio pobre e triste do sofrimento onde se conservam temporariamente os mendigos da sua casa. Minha primeira dor foi a minha primeira luz. E quando os infortúnios formaram uma teia imensa de amarguras para o meu destino, senti-me na posse do celeiro de claridades da sabedoria. Minhas dores eram a minha prosperidade. Porém qual o cortesão de Dionísio, vi a dúvida como espada afiadíssima balouçando-se sobre a minha cabeça. Aí na Terra, entre a crença e a descrença, está sempre ela, a espada de Dâmocles. Isso é uma fatalidade.
Venho até vocês cheio de amorosa ternura e se não me posso individualizar, apresentando-me como o pai carinhoso, não podem vocês garantir a impossibilidade da minha sobrevivência. A dúvida entre nós é como a noite. O amor, entretanto, luariza estas sombras. Um morto, como eu, não pode esperar a certeza ou a negação dos vivos que receberem a sua mensagem para a qual há de prevalecer o argumento dubitativo. E nem pode exigir outra coisa quem no mundo não procederia de outra forma.
Sinto hoje, mais que nunca, a necessidade de me impessoalizar, de ser novamente o filho ignorado de dona Anica, a boa e santa velhinha, que continua sendo para mim a mais santa das mães. Tenho necessidade de me esquecer de mim mesmo. Todavia, antes que se cumpra este meu desejo, volto para falar a vocês paternalmente como no tempo em que destruía o fosfato do cérebro a fim de adquirir combustível para o estômago.
— Meus filhos!… Meus filhos!… Estou vivendo… Não me veem?… Mas, olhem, olhem o meu coração como está batendo ainda por vocês!…
Aqui, meus filhos, não me perguntaram se eu havia descido gloriosamente as escadas do Petit Trianon; não fui inquirido a respeito dos meus triunfos literários e não me solicitaram informes sobre o meu fardão acadêmico. Em compensação, fui arguido acerca das causas dos humildes e dos infortunados pelas quais me bati.
Vivam pois com prudência na superfície desse mundo de futilidades e de glórias vãs.
Num dos mais delicados poemas de Wilde, as Órcades lamentam a morte de Narciso junto de sua fonte predileta, transformada numa taça de lágrimas.
— Não nos admira — suspiram elas — que tanto tenhas chorado!… Era tão lindo!…
— Era belo Narciso? — perguntou o lago.
— Quem melhor do que tu poderia sabe-lo, se nos desprezava a todas para estender-se nas relvas da tua margem, baixando os olhos para contemplar, no diamante da tua onda, a sua formosura?…
A fonte respondeu:
— Eu chorava Narciso porque, quando me procurava com os olhos, eu via, no espelho das suas pupilas, o reflexo da minha própria beleza.
Em sua generalidade, meus filhos, os homens, quando não são Narciso, enamorados de sua própria formosura, são a fonte de Narciso.
Não venho exortar a vocês como sacerdote; conheço de sobra as fraquezas humanas. Vivam porém a vida do trabalho e da saúde, longe da vaidade corruptora. E, na religião da consciência retilínea, não se esqueçam de rezar. Eu, que era um homem tão perverso e tão triste, estou aprendendo de novo a minha prece, como fazia na infância, ao pé de minha mãe, na Parnaíba.
Venham, meus filhos!… Ajoelhemos de mãos postas… Não veem que cheguei de tão longe?! Fui mais feliz que o Rico e o Lázaro da parábola, (Lc 16:19) que não puderam voltar… Ajoelhemos no templo do Espírito; inclinem vocês a fronte sobre o meu coração. Cabem todos nos meus braços? Cabem, sim…
Vamos rezar com o pensamento em Deus, com a alma no Infinito. Padre Nosso… que estais no Céu… santificado seja o vosso nome… (Mt 6:9)
(.Irmão X)
8 de abril de 1935.
Cemitério de São João Batista.
Autores diversos
Caderno de mensagens
Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 15
Francisco Cândido Xavier
Autores diversos
Conheço Josyan Courté há longo tempo, desde os anos 1960. Participamos de atividades doutrinárias conjuntas, sempre vinculadas a Chico Xavier.
Amigo e colaborador direto do saudoso José Gonçalves Pereira, o que descreve neste seu depoimento tem “fé pública”, pois Josyan possui a dignidade da nobre estirpe do patriciado romano, de que é exemplo , cujo caráter e retidão denotava a marcante influência da gens Cornelia, transmitida por sua mãe.
Na noite fria de 09.08.1966, sob um luar intenso, Chico e eu dirigimo-nos ao lar dos irmãos João e Lázaro, para participar do “Culto da Oração” que lá se realizava em periferia distante, na cidade de Uberaba.
Sentamo-nos à pequena e rústica mesa com mais alguns poucos companheiros. Chico pediu-me para proferir a prece inicial. Eu tinha acabado de memorizar a “Prece de Lívia”, porém, mesmo assim, retirei do bolso um fragmento de papel onde li, pausadamente:
“Senhor Jesus, abençoa-nos a fé com que esperamos por ti!… Agradecemos-te a felicidade de nosso encontro e o tesouro da amizade com que nos teces a união. Louvores te rendemos pelo auxílio de nossos companheiros e pelas lições de nossos inimigos. Ensina-nos a descobrir a tua vontade no escuro caminho de nossas provas…
“Dá-nos a conformação ante a dor e a certeza de que as trevas nos conduzirão à verdadeira luz! Senhor, concede-nos a humildade de teu exemplo e a ressurreição de tua cruz! Assim seja!…”
Após a prece, ouviu-se um ruído forte e rouco, como de um vento impetuoso, e o médium Xavier começou a psicografar a página “” de Albino Teixeira.
Quando o vento emudeceu, vimos o médium colocar o lápis à sua frente, apoiando a cabeça com as duas mãos, mantendo os olhos cerrados.
Supúnhamos que a reunião estava para terminar, mas tal não ocorreu. Chico retomou o lápis e psicografou o lindo soneto “” de Auta de Souza.
Após a psicografia, Lázaro retornou a palavra a Chico, que começou a orar a Mt 6:9, para finalizar a reunião.
Nesse momento, irrompeu maravilhoso fenômeno de efeitos físicos.
As palavras saíram da boca do médium, como escritas em pontos de luz, revestidas de intenso brilho dourado, como que flutuando no ar, desaparecendo bem devagar.
Ah! Jesus, como te agradecer, Senhor, as bênçãos recebidas através da mediunidade gloriosa de Francisco Cândido Xavier?
Os demais componentes da mesa, tão surpreendidos como eu, tentavam tocar as lindas palavras luminosas com as pontas dos dedos, o que fazia expandir intenso aroma, que mais tarde vim a identificar como sendo de nardo puro.
Demoramos a nos recompor da emoção e quando saímos em direção do carro para retornar, pequena multidão de carentes, vizinhos dos irmãos João e Lázaro, tão necessitados quanto eles próprios, se comprimiam, aguardando a presença de Chico, como derradeira esperança de amparo naquela noite clara e gelada.
Espontaneamente formaram uma fila. Chico não relutou em atendê-los, um a um, conversando com cada qual quanto quisessem, entregando a todos, sem exceção, cédulas de papel moeda de pequeno valor, o que denominou alegremente como sendo “distribuição de laranjada”, mas que, na verdade, foi um dos “cultos da assistência” mais relevantes que presenciei na minha vida.
Aquelas pessoas, que para o mundo ilusório de César nada significavam, para Chico eram muito, mas muito importantes mesmo, tanto que lhes declinava o nome com intensa amabilidade, como em um encontro de familiares muito queridos.
Foi nessa oportunidade que indaguei do ancião João se ele sabia desde quando o Chico mantinha coberta a cabeça com um gorro escuro que cobria desde a testa à nuca. João respondeu-me que, no dia anterior, o teria visto sem tal acessório da indumentária.
Naquela noite ninguém sabia ainda o que ele queria ocultar: as marcas dos sinais da crucificação do Cristo, em sua própria cabeça, marcas que apareceriam e sumiriam até se fixarem em definitivo, obrigando-o ao sigilo absoluto.
Já dentro do carro, lembro-me que Chico falou da sua grande alegria em ter recebido a comunicação de Auta de Souza, que retornou através da psicografia após muito tempo de ausência.
Perguntei-lhe da identidade de Albino Teixeira, ele respondeu-me tratar-se de pessoa que vivera na Guanabara, e, na Vida Espiritual, apresentava-se como um “”.
A respeito do fenômeno observado na prece final, pretendi obter melhores esclarecimentos, mas ele apenas respondeu-me ter sentido, no encerramento da reunião, a presença de sua mãe, e nada mais adiantou. Retornando a São Paulo, dei-me pressa em relatar os detalhes da viagem a José Gonçalves Pereira, o construtor da enorme obra assistencial levantada às margens do Tietê, na altura do Belenzinho, nos idos de 1960.
Gonçalves, Joaquim Alves, José Bissolli eram amigos de Chico desde a época em que ele realizava sessões de materialização (1952-1953), ocasião em que D. Alvina, mãe de Gonçalves, se materializara por inteiro, à frente do filho.
Essas magníficas reuniões, que apresentavam os Espíritos revestidos com o “ectoplasma” transcendente e luminoso de Chico, foram suspensas por Emmanuel, para atender a prioridade do livro, já que o desgaste físico do Chico era enorme.
Porém, depois daquelas reuniões, só restou àqueles companheiros construírem a “Casa Transitória de Fabiano”, encabeçados pela liderança de Gonçalves dentro do princípio evangélico: “”.
Relatou-nos Julinha (Julia Tecla Kolheisen) — a mensageira da caridade junto aos hansenianos abrigados em Pirapitingui — que Emmanuel, quando encerrou aqueles trabalhos de materialização, dissera aos presentes que lhes estavam sendo adiantados “cinquenta anos de aprendizado prático espírita-cristão”.
Gonçalves e os demais companheiros compreenderam perfeitamente o recado e procuraram dar conta do crédito espiritual recebido.
Itatiba, 8 de julho de 2011.
O depoimento acima foi extraído do folhetim COMUNICAÇÃO - Ano 45, nº 196, abril a junho de 2012. Editado pelo GEEM - Grupo Espírita Emmanuel.
“” — Ainda não conseguimos identificar a fonte de origem dessa prece, mas no livro Ave, Cristo! de Emmanuel temos o “” de Lívia.
Francisco Cândido Xavier
Chico Xavier e suas Mensagens no Anuário Espírita
Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 4
Francisco Cândido Xavier
Quando nos reportamos à vontade de Deus, referimo-nos ao controle da Sabedoria Perfeita que nos rege os destinos. E, observando nossa condição de Espíritos eternos, acalentados pelo Infinito Amor da Criação, ser-nos-á sempre fácil reconhecer as determinações de Deus, em todos os eventos do caminho, a nosso respeito, já que a Divina Providência preceitua para cada um de nós:
saúde e não doença;
trabalho e não ócio;
cultura e não ignorância;
conciliação e não discórdia;
paz e não desequilíbrio;
tolerância e não intransigência;
alegria e não tristeza;
esperança e não desânimo;
conformidade e não desespero;
perdão e não ressentimento;
êxito e não fracasso;
prudência e não temeridade;
coragem e não fraqueza;
fé e não medo destrutivo;
humildade e não subserviência;
intercâmbio e não isolamento;
disciplina e não desordem;
progresso e não atraso;
amor e não indiferença;
vida e não morte.
Se dificuldades, sofrimentos, desacertos e atribulações nos agridem a estrada, são eles criações nossas, repercussões de nossos próprios atos de agora ou do passado, que precisamos desfazer ou vencer, a fim de nos ajustarmos à vontade de Deus, que nos deseja unicamente o Bem, a Felicidade e a Elevação no Melhor que sejamos capazes de receber dos patrimônios da vida, segundo as leis que asseguram a harmonia do Universo.
Eis porque Jesus, exaltando isso, nos ensinou-nos a reafirmar em oração: — “Pai nosso, que se faça a tua vontade, assim na Terra como nos Céus.” (Mt 6:9)
(Anuário Espírita 1971)
Mãezinha querida!
Sei que hoje serás reverenciada, com todas as mães, em palácios festivos. Tribunas luminosas serão erguidas para elogios públicos. Entretanto, ansiava reencontrar-te, no templo do lar, que sustentaste com sacrifícios mudos.
Ouvi cânticos de profunda beleza, em louvor de teu nome, e atravessei larga fila de cartazes que te recordam na rua, mas, venho rogar-te a canção de simplicidade e doçura com que me embalaste o berço.
Árvore generosa, que me abrigaste o ninho de esperança, ensina-me como pudeste resistir às tempestades que te sacudiram os ramos!
Estrela, que me clareaste os passos primeiros, entre as sombras do mundo, conta-me o que fizeste para brilhar sem fadiga, no longa noite do sofrimento!…
Escutei muitos mestres e folheei muitos livros, no entanto, nenhum deles me falou tão intensamente de Deus, quanto a linguagem silenciosa dos teus beijos de ternura e as letras divinas, a transparecerem, inexplicadas, dos calos de trabalho que te marcam as mãos.
Associando-me às homenagens com que te honram lá fora, procuro inutilmente exprimir o amor que me inspiras e busco, em vão, externar reconhecimento e alegria, porque as palavras se me desfalecem na boca…
Quero proclamar que és a rainha de nossa casa e tento envolver-te a cabeça cansada com as flores de meu carinho, contudo vejo-te a coroa de lágrimas em forma de fios brancos e nada mais consigo dizer que sinto remorso, pensando nas dores e nas aflições que te dei.
Sim, mãezinha! Há banquetes de regozijo que te esperam a melodia da bênção, mas, desculpa se te rogo para ficares comigo no enternecimento do coração.
Traze o pão pobre e alvo que me davas na infância, guarda-me no teu colo e repete, de novo, para que eu possa aprender: “Pai nosso, que estás no Céu”… (Mt 6:9)
Convence-te de que as Leis da Divina Sabedoria não se enganariam.
Situando-te na Terra, por tempo determinado, com vistas ao próprio burilamento que te cabe realizar, trazes contigo as faculdades que o Senhor te concedeu por instrumentos de trabalho.
Encontras-te no lugar certo em que te habilitas a desempenhar os encargos próprios.
Tens contigo as criaturas mais adequadas a te impulsionarem nos caminhos à frente.
Passas pelas experiências de que não prescindes para a conquista da sublimação que demandas.
Recebes os parentes e afeições de que mais necessitas para resgatar as dívidas do passado ou renovar-te nos impulsos de elevação.
Vives na condição certa na qual te compete efetuar as melhores aquisições de espírito.
Sofres lutas compatíveis com as tuas necessidades de conhecimento superior.
Varas acontecimentos dos quais não se te faz possível a desejada liberação, a fim de que adquiras autocontrole.
Atravessas circunstâncias, por vezes difíceis, de modo a conheceres o sabor da vitória sobre ti mesmo.
E em qualquer posição, na qual te vejas, dispões sempre de certa faixa de tempo a fim de fazer o bem aos outros, tanto quanto queiras, como julgues melhor, da maneira que te pareça mais justa e na extensão que desejas, para que, auxiliando aos outros, recebas dos outros mais amplo auxílio, no instante oportuno.
Segundo é fácil de observar, estás na Terra, de alma condicionada às leis de espaço e tempo, conforme o impositivo de autoaperfeiçoamento, em que todos nos achamos, no mundo físico ou fora dele, mas sempre com vastas possibilidades de exercer o bem e estendê-lo aos semelhantes, porque melhorar-nos e elevar-nos, educar-nos e, sobretudo, servir, são sempre medidas preciosas, invariavelmente em nossas próprias mãos.
Carlos Baccelli
Eu noto por mim mesmo. Quando tenho um pouco de dinheiro a mais, alguma sobra, penso onde é que eu vou guardar isso para ninguém tirar… É preocupação em prejuízo da minha saúde, da minha paz e do trabalho que eu devo fazer… Tudo que criamos para nós, de que não temos necessidade, se transforma em angústia, em depressão… Vamos aos psiquiatras e são pílulas e mais pílulas…
Muitas vezes, queremos ser felizes abarcando todas as possibilidades… Um dos apóstolos pergunta a Jesus se não poderia ensiná-lo a orar. Ele oferece à Humanidade a oração dominical, (Mt 6:9) da qual retiramos o tópico: — Senhor o pão nosso de cada dia, dá-nos hoje… Um Amigo Espiritual diz que se fossem necessários mais recursos para sermos felizes, Jesus teria acrescentado [na oração]… Mas vamos criando fantasias, ilusões, querendo a felicidade que está nas mãos dos outros… Achamos que isso é alegria, mas é alegria mesclada de sofrimento (…) Nosso Amigo nos diz que, enquanto nós nos contentamos com o pão, nós estamos sempre felizes, porque amamos a vida simples, aprendendo a conhecer a beleza natural… A Terra está repleta de tesouros para os nossos olhos, para o nosso coração, para a nossa vida… Enquanto nós nos contentamos com o pão, vai tudo bem, mas da manteiga em diante começam as nossas lutas…
Sabemos que precisamos de certos recursos, mas o Senhor não nos ensinou a pedir o pão, mais dois carros, mais um avião… Não precisamos de tanta coisa para colocar tanta carga em cima de nós. Podemos ser chamados hoje à Vida Espiritual…
Amélia Rodrigues
O planalto da Judeia se eleva naquele local a quase 830 metros acima do nível do mar, sendo ali o seu ponto culminante. Ephrém é região bucólica, onde os damasqueiros se arrebentam em flores, se vestem de frutos, e as tulipas se multiplicam em campos verdejantes com a abundância do sol dourado, cujos poentes se demoram em fímbrias coloridas, contrastando com as sombras das noites em vitória...
A aldeia de Ephrém ou Efraim é um amontoado de casas singelas entre flores silvestres e roseiras variadas, situando-se sobre um largo terraço fértil do planalto árido, onde, no entanto, abundam nascentes cantantes e de cujas bordas se avistam no longo vale que se esconde em baixo das imensas costas talhadas a pique em alcantis, pelo lado do Moab, o tranquilo Jordão e o mar Morto. Dali, a visão dos horizontes é um convite à meditação, fazendo que o homem se apequene ante a grandeza de Deus.
Naquela paisagem tudo são convites às coisas divinas.
Nesse plano de exuberante beleza, o Mestre elucida os companheiros fiéis, quanto à comunhão com o Pai. Já lhes falara diversas vezes sobre a necessidade da oração e em muitas ocasiões deles se apartara para o silêncio da prece. Ensimesmado, frequentemente buscava a soledade para a ligação com Deus, através desse ministério ardente e apaixonado.
Os livros da fé ancestral, todos eles, se reportam à exaltação do Senhor, mediante "abrir a boca" da alma e falar aos divinos ouvidos.
Aquela será a última primavera que passariam juntos. Os colóquios, as lições serão interrompidos, Ele o sabe. Ministra as últimas instruções. O Cordeiro inocente logo mais deverá marchar na direção do matadouro. Quanto há, no entanto, ainda, a dizer!
São "crianças espirituais" aqueles companheiros, bulhentos e sem a noção exata do que lhes será pedido.
O tempo urge!
As Suas vigílias são maiores e Seus solilóquios mais demorados.
Retornava desse colóquio, e a placidez da face denotava a vitalidade haurida no intercâmbio com o Pai...
Os discípulos aguardam-No com carinho, ansiedade, e inquirem-No quanto à melhor forma de orar, como dizer todos os ditos da alma Àquele que é a Vida e que sabe das necessidades de cada um em particular e de todos simultaneamente...
Havia, sim, em todos, o desejo veemente de aprender com o Rabi, — que tantas lições lhes dispensara antes com invulgar sabedoria! — a mais eficiente das orações.
Inquiriam, porém: "se Deus nos conhece e sabe o de que temos maior urgência, por que se há de Lh"o rogar? Como fazê-lo, então?"
— "Ensina-nos a orar!" — pediu um dos discípulos, amigo devotado.
Seus olhos estavam incendiados de luz e nele havia aquela confiança pura da criança que se entrega em total doação e aguarda em tranquilidade enobrecida.
O Mestre relanceou o olhar pelas faces expectantes daqueles que O buscavam seguir e desejavam adquirir forças para, no futuro, se entregarem inteiramente ao Evangelho nascente; depois de sentir as ânsias que através dos tempos estrugiriam nos continuadores da Sua Doutrina, pelos caminhos do futuro, sintetizou as necessidades humanas em sete versos, os mais simples e harmoniosos que os humanos ouvidos jamais escutaram, proferindo a oração dominical.
As frases melódicas cantaram delicadas através dos Seus lábios como se um coral angélico ao longe modulasse um cantochão de incomparável melodia, acompanhando suavemente.
Uma invocação: "Pai Nosso que estás nos Céus;" (Mateus 6:9-15) Glorificação d"Aquele que é a vida da vida, Causa Causica do existir, Natureza da Natureza — Nosso Pai!
Três desejos do ser na direção da Vida, após a referência sublime ao Doador de Bênçãos:
"Santificado seja o Teu Nome.
"Venha a nós o Teu Reino, "Seja feita a Tua vontade, na terra como no céu;"
Eloquentes expressões de reconhecimento ao Altíssimo; humildade e submissão da alma que ora e se subordina às inexauríveis fontes da Mercê Excelsa; entrega total, em confiança ilimitada. Exaltação do Pai nas dimensões imensuráveis do Universo;
respeito à grandeza da Sua Criação, através da alta consideração ao Seu Nome;
resignação atual diante das Suas determinações divinas e divina presciência.
Canto de amor e abnegação!
Três rogativas, em que o homem compreende a própria pequenez e se levanta, súplice, confiante, porém, em que lhe não será negado nada daquilo que solicita:
"O pão nosso de cada dia, dá-nos hoje;
"Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores;
"Não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos de todo o mal. "
A base da manutenção do corpo é o alimento sadio, diário, equilibrado, tanto quanto a vitalidade do espírito é a sintonia com as energias transcendentes — dá-nos hoje!
Sustento para a matéria e força para o espírito, de modo a prosseguir no roteiro de redenção, no qual exercita as experiências evolutivas.
Reconhecimento dos erros, equívocos e danos causados a si mesmo e ao próximo — perdoa-nos! — ensejando reparação, através da oportunidade de refazer e recomeçar sem desânimo, superando-se e ajudando aos que nos são vítimas — como perdoamos aos que nos devem!
Forças para as fraquezas, em forma de misericórdia de acréscimo, multiplicando as construções das células e das energias espirituais; reconhecimento das incontáveis fragilidades que a cada instante nos sitiam e nos surpreendem — livra-nos de todo o mal!
A musicalidade sublime canta em balada formosa na pauta da Natureza, conduzida pelo vento.
A mais singela, a mais completa oração jamais enunciada.
Há emoções nos espíritos que reconhecem a responsabilidade de conduzirem o sublime legado na direção do futuro.
A ponte de intercâmbio entre os dois planos do mundo está lançada. Transitarão, agora, as forças mantenedoras do equilíbrio.
"Pedi e dar-se-vos-á;" — exorou o Pomicultor Divino.
"Ensina-nos a orar!" — rogara o discípulo ansioso.
As virações daquela hora embalsamam o ar de mil odores sutis e constantes, e há festa nos corações.
O Reino de Deus está, agora, mais próximo. Divisam-se os seus limites e se vislumbram as suas construções...
Nenhum abismo, nenhum óbice. Vencidas as indecisões, os caminhos se abrem, convidativos, oferecendo o intercâmbio.
Aqueles homens que se levantarão logo mais da insignificância que os limita e irão avançar no rumo do infinito, doravante, orando, estarão em comunhão permanente com o Pai.
O homem sobe ao Pai no Céu — o Pai desce ao homem na Terra.
Já não há um díptico.
Do solilóquio chega-se ao diálogo.
E do diálogo o espírito sai refeito, num grande silêncio de paz e vitalidade, exaltando o amor de Deus na potencialidade inexcedível da oração.
"Ensina-nos a orar!" "Pai Nosso que estás nos Céus... "
Nota - Conquanto as divergências entre os textos de Mateus 6:9-15 e Lucas 11:1-4 preferimos as anotações do primeiro, embora aquele situasse a preciosa oração, em continuidade ao Sermão do Monte. Assim o fazemos, considerando a métrica e o ritmo que se observam nas narrações das línguas semitas e por registrar a omissão de todo um verso nas anotações de Lucas. Outrossim, tomamos como lugar da ocorrência as circunvizinhanças da aldeia de Ephrém ou Efraim ao invés do Monte das Oliveiras, conforme a situam diversos exegetas e historiadores escriturísticos.
Nota da Autora espiritual.
Aquela montanha bucólica era-lhe familiar.
Habituara-se a galgá-la, vezes sem conta, deixando-se arrebatar pela paisagem cromática a desenhar-se da altura.
Abaixo, o lago de Genesaré, normalmente em esplendor refletindo a beleza do céu transparente, fascinava-o, e os montes altos, desolados, da região oposta, pareciam falar da aridez das terras e dos corações que os habitavam.
Os tufos de tamareiras verdes, farfalhantes à brisa noturna, desafiavam os ventos inesperados, que sopravam durante as tempestades que agigantavam o dorso das águas serenas repousando na imensa depressão terrestre...
Assim, depois que o Mestre, os discípulos e a multidão se dispersaram, ele resolveu ficar ali, ensimesmado, deliciando-se com o murmúrio da brisa perfumada e a recordação das palavras do Amigo Sublime.
Como O amava!
A Sua voz penetrava-lhe as carnes da alma qual lâmina aguçada, que rasga até às profundidades máximas. Mas não o afligia, antes abria-lhe escaninhos preciosos onde guardava os tesouros da ternura, da afabilidade e do amor gentil.
Ressoava-lhe na acústica da alma o poema da oração.
Nunca percebera, com precisão, a grandeza, a gravidade da prece, a sua magia e exuberância.
Nas palavras enunciadas com harmonia e ritmo havia beleza transcendente, mas de fácil memorização.
Comovido, João reclinou-se na relva macia e repousou a cabeça jovem no dossel de musgos suaves, contemplando o céu de azul-marinho salpicado de diamantes estelares.
Pela recordação afetuosa, começou a repetir as frases, síntese de todas as necessidades humanas:
— Pai Nosso, que estás nos céus...
A frase convidava à exaltação do pensamento. Toda a emotividade, embutida no ser, rompeu-lhe as comportas-limites, e ele deixou-se arrebatar por inesperadas e inabituais reflexões. "Seus pais — raciocinou — não eram apenas Salomé e Zebedeu, que o geraram no corpo. Também eles, de certo modo, eram seus irmãos. Deus, sim, era o Genitor Divino, e todas as criaturas, Seus filhos em processo de crescimento. "O adversário, também, dessa forma se lhe tornava irmão, porque filho de Deus. "Para que, então, ter inimigos?! "Conservar animosidade é defraudar o amor, corromper os sentimentos trabalhados para a fraternidade universal. " As considerações alargavam-lhe os horizontes da humana compreensão, melhor percebendo a magnitude do amor do Mestre.
Tinha a sensação de que Ele estava ali, a ciciar-lhe entendimento, pois que, antes, jamais excogitara de elucubrações conforme as que ora lhe ocorriam.
Veio-lhe à mente, a segunda proposição:
— Santificado seja o Teu nome! "O Universo canta a glória de Deus", como relata o salmista David. (*
*) "As miríades de lanternas luminosas, presas no acolchoado da noite, glorificam o Pai Criador. "O vergei derrama perfume no ar, bendizendo-Lhe a Obra. "A música da Natureza expressa a gratidão da Vida em formas infinitas, exaltando o Excelso Construtor. "Tudo são expressões de reconhecimento ao Progenitor não Gerado. "O homem, porém, deve santificar-Lhe o nome "não o pronunciando em vão", todavia repetindo-o sem palavras através do amor ao próximo, do culto ao dever, das realizações enobrecedoras. "Em toda parte se pode sentir o pulsar de Deus, regendo a orquestração da Sua Sinfonia Imperecível. " Havia lágrimas nos olhos que desciam quentes e vagarosas.
Envolvido pela emoção em crescimento, o jovem repetiu, quase sem dar-se conta:
— Venha o Teu reino! "O reino de paz há de assenhorear-se do coração — conjecturou. — Esse reino estava além dos limites terrenais, invisível, podendo expressar-se no comportamento, habitado pela população dos sentimentos elevados. "Nesse reino, a ternura deve confraternizar com a brutalidade e superá-la; a inveja ceder o passo à solidariedade; a meiguice apagar o fogaréu do ódio. "O cardo e a erva boa medrarão juntos no terreno do reino, sem que esta fique asfixiada por aquele; o chacal deixará a sua presa viver, e as roseiras, despidas de espinhos, em festões de cores e perfumes, balsamizarão a desolação do pântano... "O Seu é o reino de esperanças e de solidariedade, que virá ao homem e o alçará à harmonia. " A balsamina e a lavanda, carreadas pelo vento brando da noite, rociaram a face do discípulo emocionado, e ele, por automatismo natural, sussurou:
— Faça-se a Tua vontade... "Como entender o desejo do Pai, se o filho recusa-Lhe a convivência em atitude de rebeldia?! "Somente a docilidade abranda os golpes do destino, como o algodão diminui o impacto dos petardos. "É necessário compreender que tudo ocorre para o maior crescimento do filho, quando este aceitar o impositivo do sofrimento. "O Pai-Amor confere a experiência dolorosa, a fim de facultar ao homem a perfeita compreensão da sua fragilidade terrestre e da sua destinação celeste. "Diante de qualquer ocorrência, que ele possa repetir: Devo aproveitar o que me acontece, por ser indispensável ao meu aperfeiçoamento moral. "Submissão lúcida é atitude de sabedoria. "Paz no coração é fruto de prolongada sementeira de amor. "Lutar contra o aguilhão, significa aprofundar as feridas e as dilacerações. " O coração, em ritmo descompassado, estava prestes a explodir-lhe no peito.
O crescendo das recordações propiciou-lhe a frase:
— Assim na Terra como no Céu... "O homem é viajor das estrelas. Não serão elas, por acaso, pousos divinos, departamentos da Casa do Pai? "Em toda parte vige a vontade soberana, e, aceitá-la, é a alternativa única. "O rebelde encontra-se em tresvario, e o caminho por ele não percorrido ficará aguardando-o. "O egoísta, que despreza os Códigos do Amor e da Justiça, padecerá, por livre escolha, constrição da própria desdita. "Na Terra e no Céu se encontram os mesmos decretos divinos, promovendo a ventura dos seres. "O céu começa na Terra, e o homem avança a passos de coragem e de abnegação. " Ao longe, as lanternas dos pescadores oscilando nas barcas pareciam confraternizar com os astros fulgurantes no firmamento.
João ergueu-se e abriu os braços como se desejasse afagar a imensa, a abençoada paisagem que Ele emoldurara com o Seu verbo de amor.
— Dá-nos o pão de cada dia — recordou-se, entusiasmado. "O pão é força motriz para a conservação do corpo, para o seu desenvolvimento. "Lá, a distância, o mar piscoso, os campos de trigo, as vinhas, as plantações de leguminosas, o pastoreio... "Que não faltasse o alimento para o corpo, a fim de manter a alma, que se nutre de amor e se vitaliza na ação do bem. "Pão e vida são termos da equação existencial... Dá-nos hoje!"
— Perdoa as nossas dívidas, como perdoamos aos que nos devem. — Perdoa as nossas ofensas, como perdoamos aos que nos ofenderam... "A alma exultante penetrava na grandeza praticada do amor, que é o perdão. Todavia, somente quem o doa, merece-o; apenas quem desculpa as ofensas, é credor de ser exonerado da culpa. "Todos os homens se equivocam e, por isso mesmo, são frágeis que se tornam fortes, face ao perdão que distendem na direção daqueles que os ofendem e magoam. "Maior é a felicidade de quem expressa o perdão. O perdoado é alguém em processo de recuperação; no entanto, aquele que lhe dispensa o esquecimento do mal, já alcançou as alturas do bem e da solidariedade. "O perdão acalma e abençoa o seu doador. "Quando se entenda que perdoar é conquistar enobrecimento, o homem se fará forte pelas concessões de amor e compreensão que seja capaz de distribuir. " A noite avançava com a sua carruagem de sombras e estrelas na direção da madrugada.
A magia da hora eternizava no jovem o ensinamento sublime.
— Não nos deixes entregues à tentação — evocou, agora, quase a sorrir. "O maior inimigo do homem — pensou, alargando reflexões — está dentro dele mesmo: são as paixões inferiores que o mantêm asselvajado, furibundo, reacionário. "A tentação alcança a sua vítima, graças às brechas morais que esta possui. Latentes, as imperfeições favorecem a sintonia com as mazelas alheias. Dominadoras, exercem o seu jugo levando aos desequilíbrios e promovendo a ruína das mais belas aspirações. "Só o auxílio divino possui o recurso liberativo contra as tentações que pululam, discretas ou bulhentas, em toda parte. "Vencê-las é a forma eficaz para conseguir-se a paz. Não se deixar tentar, não possuir tentações, eis a meta. " O calidoscópio evocativo chegava ao seu final.
Ainda escutava as últimas advertências:
— Mas livra-nos do mal... "O mal é o adversário do bem, mas que não tem existência real; no entanto, entorpece os sentimentos, esfacela os ideais, desarticula as emoções. "O mal desaparece ante a ação do bem. "Residente no interior do homem ainda primitivo, escraviza-o, atormentando-o em profundidade e longo curso. "Acendendo-se a luz, desaparecem as sombras dominantes. "O mal é transitório, produz danos e não tem dignidade nem escrúpulos. "O amor do Pai luariza-o, decompõe-no, anula-o, caso a criatura se deixe conduzir docilmente... " Chegava o momento último. Poucas palavras.
Um grande silêncio havia empolgado os ouvintes, quando Ele, Soberano e Justo, declarara:
— Assim seja. "Os desejos santificantes — concluiu o jovem — que se cumpram. Ante, porém, a sabedoria do Amor, curve-se o homem, especialmente nas sutilezas que lhe escapam à compreensão, ao discernimento, necessárias ao desenvolvimento dos seus valores latentes. "Confiar e deixar-se conduzir. Seja assim a vida do filho em relação ao Pai. "
A oração singela e profunda ficaria como diretriz, como modelo para o intercâmbio com Deus.
Nem o palavrório insensato dos fariseus, nem o silêncio rígido dos orgulhosos. Alma e coração em colóquio com o Amantíssimo.
João voltou a recostar-se no leito maternal do solo, e, embriagado pelas bênçãos da Natureza em festa, adormeceu...
(Nota) Mateus 9:13 (Nota da Autora espiritual)
(**) Salmos 19:1 "Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia as obras das Suas mãos. " (Nota da Autora espiritual.)
Pelos Caminhos de Jesus
Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 16
Divaldo Pereira Franco
Amélia Rodrigues
As emoções de felicidade ainda não haviam passado totalmente.
Permanecia nas mentes e nos corações a empatia que a todos tomara desde a manhã, quando o Rabi, atendendo à solicitação dos amigos afeiçoados, lhes ensinara a orar.
As dúlcidas vibrações da prece sintética, que apresentava todos os anseios e necessidades do homem perante o Pai Criador, ofereciam-lhes um clima psíquico de renovação e de entusiasmo que jamais desapareceria daqueles sentimentos afetuosos.
Foi com essa estesia interior que, à noite, sob um céu coroado de estrelas aurifulgentes, os discípulos se acercaram do Mestre, em meditação, e porque o silêncio entrecortado pelas harmonias da Natureza permitisse, pediram-Lhe que se adentrasse em mais amplas explicações acerca da oração dominical que Ele estabelecera como um código de ternura e respeito para com Deus, a fim de que melhor pudessem penetrar nas realidades transcendentes da vida.
O Amigo Divino escutou o requerimento do afeto e, sem maior delonga, referiu-se:
— A prece é, antes de tudo, uma atitude mental da criatura para com o seu Criador. Nela devem ser propostas as reais necessidades da alma, numa expressão de confiança e carinho, abrindo-se e desnudando-se, ao mesmo tempo permanecendo receptiva às respostas da Sabedoria Excelsa.
Assim, a oração divide-se em três etapas, nas quais o ser dilata as suas percepções e amplia a capacidade de entendimento em relação a si próprio, ao próximo e a Deus.
Antes de mais nada, a oração é um ato de louvor ao Pai, o Doador de todas as horas, Fonte Augusta de todas as coisas, o Genitor Soberano do qual tudo procede e para cuja grandeza tudo marcha... "O louvor é uma expressão de carinho e reconhecimento que deve fluir do ser, de modo a produzir uma sintonia, mediante a qual transitem os sentimentos de exaltação do bem, para se abrir na rogativa em favor das legítimas necessidades, aquelas que se fazem indispensáveis para uma existência feliz e correta no mundo cuja transitoriedade constitui, por si mesma, uma advertência e um convite à humildade. "Não sendo o corpo mais do que uma veste, facilmente o uso lhe gasta a estrutura, e o término mui inesperadamente lhe assinala a conclusão da etapa para cuja finalidade foi elaborado. "Saber pedir é uma arte, de modo que a solicitação não constitua uma imposição apaixonada ou um capricho que não merece consideração. "Por fim, a prece deve revestir-se da emoção de confiança e reconhecimento, numa postura, através da qual, encaminhada a petição, o seu deferimento dependerá dos valores que não podem ser conhecidos do requerente e cuja resposta, qualquer que seja, será aceita com alegria... "Não adestrado para saber o que lhe é de melhor para o crescimento espiritual, a felicidade real, o homem solicita o que lhe parece mais importante, no entanto, só o Pai sabe o que é de mais valioso para o filho em aquisição de experiências, "Em face dessa realidade, nem sempre Ele concede o que se Lhe pede, conforme se quer, todavia, aquilo que pode contribuir para o bem legítimo do ser. " Fez um silêncio significativo, enquanto vibravam as melodias sidéreas nos ouvintes atentos.
Jerusalém, lentamente, apagava suas lâmpadas, vistas do alto do monte onde Ele e os Seus se encontravam, anunciando o repouso da cidade, graças ao avanço das horas.
Procurando, porém, fixar indelevelmente nos discípulos humildes a sabedoria em torno da arte de orar, Jesus encerrou: — A oração deve revestir-se, portanto, dos três atos consecutivos: louvar, pedir e confiar, agradecendo. "Não será pelo muito falar, pelo rol da requisição ou pelas palavras que vistam as ideias, que a oração adquire valor; antes, pela inteireza do conteúdo e pelo sentimento de que se reveste, é que mais facilmente alcança os divinos ouvidos, ao mesmo tempo conduzindo de retorno a resposta celeste. " Porque um recolhimento, feito de unção e emotividade, a todos tomasse, o Mestre, sentindo as pulsações do rebanho submisso, convidou, gentil:
— Sigamos a Betânia. Nossos amigos, Lázaro, Maria e Marta contam conosco logo mais, e agora deveremos partir.
Primícias do Reino
Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 3
Divaldo Pereira Franco
Amélia Rodrigues
O dia longo murchava lentamente, abafado, enquanto o Sol, semiescondido além dos picos altaneiros, incandescia as nuvens vaporosas, que o vento arrastava no seu carro pulverizado de púrpura e ouro.
A montanha, de suave aclive, terminava em largo platô salpicado de árvores de pequeno porte, que ofereciam, no entanto, abrigo e agasalho.
Desde cedo a multidão afluíra para ali, como atraída por fascinante expectativa. Eram galileus da região em redor: pescadores, agricultores, gente simples e sofredora, sobrecarregada e aflita. Eram judeus chegados d’além Jordão, de Jerusalém, estrangeiros da Decápole. Misturavam-se as vozes nos dialetos regionais e uniam-se todos na mesma imensa curiosidade feita de expectação e desejo.
Esmagada pelos poderosos, experimentava invariavelmente o desprezo da jactância e da presunção.
Amavam-se aquelas criaturas na sua dor e necessidade, interdependiam-se.
Aquele Rabi, que os alentava, era o Rei aguardado há séculos, carinhosamente esperado, que os libertaria do opróbrio e da servidão. . .
Ouviram-No e O viram mais de uma vez, e constataram que jamais alguém fizera o que Ele fazia ou falara como Ele falava.
Acorreram de toda parte: das redondezas do lago e dos campos, das cidades distantes e das aldeias para ouvi-Lo.
No ar pairava algo especial.
O azul doirado dos céus confraternizava com o verde queimado da terra, e a brisa cariciosa chegava do mar, das bandas e contrafortes do Hermon, que se alternavam, para espraiar-se pela imensa planície do Esdrelon, trazendo o acre-doce odor do solo crestado.
A montanha, em sua grandeza especial, é também um símbolo: o Filho do Homem que desce aos homens vencendo as dificuldades do mergulho no abismo, e do Homem que sobe e conduz os homens por sobre escarpas lacerantes até o seio de Deus.
A montanha também é destaque maravilhoso na paisagem.
Galgar, subir a montanha pode significar vencer os óbices que perturbam o avanço na jornada evolutiva. Descer, deixar o monte, é não considerar o empecilho e refazer o caminho, alongar as mãos em direção dos que ficaram tolhidos na retaguarda. . .
É muito áspera a descida aos homens para erguê-los a Deus.
Perder-se entre as querelas humanas para encontrar os Espíritos em perturbação na noite das necessidades aparentes e resplandecer em madrugada sublime, guiando-os por sobre os escombros da véspera, a fim de subirem até o planalto onde brilha, permanentemente, o Sol do claro e demorado Dia. . . .
Descer sem decair.
Os homens suscitam obstáculos onde existem opiniões e levantam cerros onde estão convenções.
Esquecer-se e vir até os que se debatem nas questiúnculas, que vitalizam com desconcerto emocional e sofreguidão.
Dar-se, integrar-se de tal modo que seja comum a todos, mas a nenhum igual.
Este o díptico: subir, descer.
Subir sem abandonar a baixada e descer sem esquecer os Cimos.
A montanha, era uma montanha qualquer.
E o poema que ali seria apresentado jamais foi ouvido, nunca mais será ouvido em qualquer época, equivalente. . .
O Evangelista Mateus assevera: "E Jesus, vendo a multidão, subiu a um monte. . . ", enquanto Lucas informa: "E descendo com eles, parou num lugar plano. . . " Subir ou descer! Não importa.
A verdade, porém, é que no plano do aclive Ele se deteve e, de pé. . .
(. . .) Vestiu-se de poente.
Auréola refulgente incendiou-lhe os cabelos que a leve brisa desnastrava, esfogueados.
As vestes abrasadas e a ansiedade do mundo em volta. No magote, homens, mulheres e crianças que levariam no cérebro e no coração a Mensagem, o Poema divisor das realidades diferentes.
A multidão era a sua paixão, a sua vida. Amá-la e atendê-la, o seu fanal.
Sentindo a multidão submissa, magnetizada, esquecida de si mesma, numa sublime comunhão em que extravasava toda a vida, Ele, abrindo a sua boca, os ensinava, dizendo:
— Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o Reino dos Céus!
Os pobres, todos os conheciam. Eram maltrapilhos, malcheirosos, doentes. Distendiam a mão que a miséria estiola.
Eram pobres; no entanto, quantos deles portavam os tesouros da riqueza do espírito! Espírito rico de revolta, possuidor de paixões, dono de vasto cabedal de angústia e mágoa. . .
Quais seriam os "pobres de espírito"?
O vento perpassa em leve cantilena pela multidão pensante, a raciocinar, no silêncio que se fez espontâneo, na pausa que, natural, se alonga. . .
Os ricos possuem moedas e títulos, propriedades e espíritos ricos de ambições, de orgulho, de misoneísmo.
Os "pobres de espírito" são os livres de posses e ambições, amantes da liberdade, pugnadores dos direitos alheios, idealistas, cultores da verdade, preparados para a verdade.
Sem peias atadas à retaguarda, sem ímãs atraentes à frente.
Semelhantes aos simples, desataviados, e às crianças.
Inteiramente livres.
Candidatos ao Reino dos Céus e súditos dele, desde já.
Inocentes porque venceram com o tributo das lágrimas e o patrimônio dos suores. Ressarcido o débito, lavadas as mazelas, puros, portanto, sem a vacuidade do "eu", predispostos à autodeliberação, à autossublimação.
Livres dos resíduos do mundo, não consumidos, não afligentes.
Com todos, ao lado de todos, sem ninguém, não amarrados aos outros, às convenções dos outros. "Pobres de espírito!"
A multidão aguarda; pulsam os corações; os olhos de todos brilham com lampejos diferentes.
A voz do Rabi espraia o canto:
— Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados! "O olho é a candeia do corpo", e todos os olhos cindiam; lágrimas coroam-nos.
A figura do Rabi é ouro refletido contra o céu longínquo, muito claro.
Todos ali têm lágrimas acumuladas e muitos as vertem sem cessar, nas rudes provações, oculta ou publicamente.
Longa é a estrada do sofrimento; rudes e cruéis os dias em que se vive.
Espíritos ferreteados pelo desconforto e desassossego, corações despedaçados, enfermidades e expiações. . .
Todos choram e experimentam a paz refazente, que advém do pranto.
Creem muitos que o pranto é vergonha, esquecidos do pranto da vergonha.
Dizem outros que a lágrima é pequenez que retrata fraqueza e indignidade.
A chuva descarrega as nuvens e enriquece a terra; lava o lodo e vitaliza o pomar.
A lágrima é presença divina.
Quando alguém chora, a Lei está justiçando, abrindo rotas de paz nas províncias do espírito para o futuro.
O pranto, porém, não pode desatrelar os corcéis da rebeldia para as arrancadas da loucura, nem conduzir, em caudal, as ribanceiras do equilíbrio, qual riacho em tumulto semeando a destruição, esgalvando as searas.
Chorar é buscar Deus nas adustas regiões da soledade.
A sós e junto a Ele.
Ignorado por todos e por Ele lembrado.
Sofrido em toda parte, escutado pelos Seus ouvidos.
O pranto fala o que a boca não se atreve a sussurrar.
Alguém chorando está solicitando, aguardando.
Na impossibilidade de expressar por palavras, desnudar a alma, esvaziar-se de toda inquietação.
(. . .) "Serão consolados!"
Favônios espalham o pólen de miúdas flores no vale embaixo e os flancos da rocha canalizam o ar cantante.
A multidão estua de esperança.
O Mestre, como se se alongasse, penetrando em todas as mentes, exclama, vigoroso:
— Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra!
A terra sempre pertenceu aos poderosos que aliciam a impiedade à astúcia, e podem esmagar, tripudiando sobre os tímidos e brandos.
Os discípulos se entreolham. . .
Mas a brandura é a auréola da paz, a irmã do equilíbrio.
Os herdeiros da terra recebem-na ensanguentada, um oceano juncado de cadáveres; legatários também, todos eles, do ódio e da repulsa dos dominados.
Os brandos são os possuidores da terra que ninguém arrebata, do lar que ninguém corrompe, do país onde abundam bens e as messes são fecundas. "Herdarão a terra!"
A tarde serena e calma apresenta-se transparente.
Ignotas vibrações produzem musicalidade na tela imensa da paisagem colorida e ondulada.
A palavra do Mestre, expressiva, entoa mais um tema da Sinfonia Incomparável:
— Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos!
Fome e sede de justiça!
A caravana dos criminosos não julgados é infinita e inacabada.
Os carros dos guerreiros e vândalos passam velozes sobre cidades vencidas, órfãos e viúvas ao abandono.
A injustiça veste os corações, e a indiferença dos legisladores como dos governantes é quase conivência.
O mundo arde em sede de justiça.
O homem tomba esfaimado às portas da Justiça.
Todavia, os desvairados retornam aos antigos passos e reencarnam imolados à loucura e estigmatizados pela crueldade.
Felizes os que experimentaram suas atrocidades.
Há uma esperança que é vida, para sedentos e esfaimados.
Feridas à vista, feridas do coração, feridas ignoradas que clamam lenitivo à justiça do amor.
O homem amargurado às portas da Verdade.
A Verdade descendo ao homem, esclarecendo-o e pacificando-o.
Renascendo para resgatar, recomeçando para acertar, repetindo as experiências para aprender.
Justiçado pela consciência, corrigido pelo amor, preparado para a libertação. "Serão saciados!" Seguro equilíbrio asserena a multidão.
Jesus é o hífen de luz entre os mundos em litígio: o espiritual e o material - o lugar-comum.
As criaturas na montanha acercam-se umas das outras, entreolham-se, identificam-se.
Envolvendo todos num expressivo olhar de compaixão e entendimento, Jesus elucida:
— Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia!
A misericórdia que se doa é luz que se atira no próprio caminho;
amor que se dilata pela trilha onde todos seguem.
A Terra é um vulcão de ódios, e o crime parece um gás letal que envenena ou enlouquece.
A guerra é hidra cruenta sempre presente. "Viver cada um para si" é filosofia chã de expansão fácil.
No entanto, só a piedade redime o criminoso, assim como a reeducação o capacita para a vida.
A misericórdia é o antídoto do ódio, voz da inteligência que dialoga e vence o instinto.
A misericórdia do Pai concede a oportunidade do renascimento no reduto do crime para reabilitação do précito.
Perdão, que é ato de nobilitação, moeda de engrandecimento intransferível.
Misericórdia, que é amor, socorre e ajuda sem fastio. "Alcançarão misericórdia!" Alteram-se as expressões da Verdade.
Não se trata de uma litania.
A onda atinge o clímax.
Jesus exclama, com eloquente alegria:
— Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus!
Há um estado de quase êxtase.
Um delírio percorre a massa antes amorfa e desconexa.
Já não se podem reter as lágrimas.
Limpar o coração, nascente dos sentimentos, para ver a Deus.
Sob o fardo das iniquidades, despedaça-se a esperança.
Chafurdadas por imundícies, as origens lustrais do amor convertem-se em sorvedouro pestilencial.
Abrir os olhos do sentimento para ver o que a inteligência sonha e não alcança.
Alçar voo à inocência e sintonizar com a Verdade sem retórica, em harmonia, sem interrupção para haurir vida, fruir a visão de Deus.
Transcendência Inatingível, humanizá-lO para o órgão da vista registar, seria espezinhar a aspiração de perfeita identidade com Ele, quando, Imanente em todo lugar, é invisível em toda parte. . .
Causa Incausada não se pode condensar no raio luminoso que produz a imagem ilusória que os átomos apresentam.
Desejando o finito reter o Infinito, tem este finito pervertido e maculado o coração. . .
Mas amar a relva, o homem, o céu, o animal, o inseto, a vida em todas as manifestações, integrar-se na essência da substância divina, coração aberto ao amor, com pureza em tudo. "Verão a Deus!"
Logo prossegue o Mestre, como a completar o augusto ensino, antes que a incompreensão assole:
— Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus!
Esparzir a paz, enquanto o pensamento geral é tumultuar a tranquilidade.
Herdarão a Terra os filhos de Deus, porque estes, mansos e cordatos, serão brandos de coração.
Brandura, que é coragem de enfrentar o forte, sem o temer, submeter-se sem ceder ao império da força, dominar a ira e vencer-se para pacificar.
Quantas vezes o Mestre empregara energia sem limite ante a hipocrisia e a maldade, conservando austeridade sem violência, e firmeza de ação sem mesclas de ódio, vigor, não dureza, força moral, não desequilíbrio emocional!
Expor sem impor.
Clarear as mentes sem as subornar ou submeter, conduzir sem escravizar.
Todos os homens têm necessidade da brandura, amam e precisam de amor, identificam e não dispensam a bondade, conhecem e são ávidos de pacificação.
Os poderosos passam, e as sombras dos tempos envolvem-nos.
Ficarão com eles e conosco a paz que lhes outorgarmos, a cordura com que os recebermos, a benevolência com que os tratarmos, embora nos espezinhem e firam. . . "Herdarão a Terra", "filhos de Deus!. . . " E num átimo de minuto, eternidade além do tempo, infinito além do espaço, conclui, afetuoso, Jesus:
— Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da Justiça, porque deles é o Reino dos Céus!
A ventura não é doação gratuita, assim como a paz não se revela adorno vão.
O sofrimento consequente à perseguição é dádiva que recama o Espírito de paz e prodigaliza a ventura.
O perseguidor é infeliz infelicitador.
Enfermo, faz-se calceta.
Desvairado, alicia os sequazes do próprio primitivismo em que se enfurna e com que investe.
Em todas as épocas a honra sofre labéus e experimenta vitupérios.
Os heróis da verdade silenciam no potro a vibração do corpo que padece, enquanto o apupo ruge em ensurdecedora zombaria.
A Justiça tem seus mártires que fecundam a terra sáfara para a primícia da verdade. "Deles é o Reino dos Céus", que inocentes sofreram por fidelidade à Justiça Divina.
A túnica de luz solar é uma coroa nos cabeços elevados dos montes além, exuberantes no entardecer.
Lá embaixo, na campina ampla, a claridade baila nas sombras do arvoredo, e no Ocaso resplende o festival glorioso do crepúsculo em delineamento.
A respiração entrecortada em todos os peitos por surdas exclamações, e a pulsação arrítmica enregela os corpos em tensão.
Ele parece afagar a multidão e no gesto que imprime com os braços abertos e as mãos como asas de luz prestes a desferirem voo, clama:
— Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque grande é o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós!
O sacrifício como coroamento da fé, em testemunho à convicção.
Dar direito aos outros de errarem, não se permitir, porém, errar.
Ser puro, sem aparatos de externa pureza.
Mentindo, os agressores perseguem; tranquilo, o agredido permanece inatingível.
A lama da mentira não enodoa o alvinitente da pureza.
Mãos limpas de crimes; coração puro; Espírito reto.
Os vanguardeiros da verdade encontram-se tão empenhados na extensão do lídimo ideal, que não têm tempo para a desídia, nem a chicana. Não se lembram de defender a honra.
Não recordam de justificar os atos que as conveniências humanas, mordazes, apupam.
Estão a serviço da Causa do Cristo, estendendo as dimensões imensuráveis do amor. Sua abnegação e conduta falam mais expressivamente do que suas palavras.
Sua honra é o vero labor; sua defesa e argumentos, o silêncio, — resposta dos "perseguidos que foram antes". . .
Exultam na gleba da retidão, fazendo o que devem, e não o que lhes convém fazer.
A glória dos lutadores é a honra do serviço e sua auréola, o suor do dever.
— "Exultai! Alegria!" Já não há dúvidas, àquela hora.
Toda a epopeia da Humanidade canta no sermão do monte.
O amor em sua mais alta expressão aí tem sua fonte inexaurível e eterna.
Perpassam no ar os aromas da Natureza e o vento da tarde entoa solaus onomatopaicos.
A pausa se alonga.
As emoções explodem em festa de paz e esperança.
E Ele prossegue. . .
Novas hipérboles e hipálages expressam os exórdios candentes da Verdade como mil vozes em harmonia numa só voz nunca ouvida. ". . . Sois o sal da Terra. . . "Sois a luz do mundo. . . "Não cuideis que vim destruir a lei. . . "Ide reconciliar-vos com o vosso irmão. . . "Não cometais adultério, nem escandalizeis. . . "Não jureis. . . "Não resistais ao mal. . . "Amai ao vosso próximo, aos vossos inimigos. . . "Sede perfeitos. . . "Orai assim: Pai nosso, que estais nos Céus. . .
"Não ajunteis tesouros na Terra. . .
O céu resplandece no ouro do poente.
Miríades de sons se elevam na sinfonia do entardecer.
Aconchegados, tocam-se alguns da multidão como a se ampararem uns nas fraquezas dos outros, em união e identidade.
O poema prossegue vibrante.
Não há tempo a perder.
(. . .) "Ninguém pode servir a dois senhores. . . "Olhai os lírios dos campos e as aves do céu. . . "Buscai primeiro o Reino de Deus e sua Justiça. . . "Não julgueis. . . "Pedi, e dar-se-vos-á. . . "Buscai e encontrareis. . . "Batei, e abrir-se-vos-á. . . "Entrai pela porta estreita. . . "Acautelai-vos contra os falsos profetas. . . " Recama-se o infinito de astros.
Tremeluz o poente.
Um grande silêncio se abate sobre a montanha.
A multidão, abalada, se movimenta em dispersão.
Os corações estão em festa e em dor. . . . As mentes ardem em febre estranha.
O futuro os aguarda.
Não muito longe, o amanhã convidará todos aqueles ouvintes ao testemunho em postes e presídios, entre feras, nos campos de batalha do mundo, nos sórdidos pavimentos da aflição, como herdeiros legítimos do Reino de Deus.
Diante dos olhos do Rabi se desenham as cenas das lutas sangrentas pelos séculos afora, para a implantação daqueles ensinos no mundo.
Jesus desceu o monte, seguiu adiante, enquanto alguns murmuravam sobre a Sua autoridade.
E quase noite.
Os astros cintilam expressivamente, como testemunhas silenciosas sempre presentes.
A Carta Magna foi apresentada. As Boas-novas foram cantadas aos ouvidos dos séculos.
O sermão da montanha são o alfa e o ômega da Doutrina de Jesus.
Nenhum cristão poderá, por ignorância, cultivar o mal.
Jamais se repetirá.
O fasto ficará assinalado para todo o sempre.
A História concluirá o canto nos confins da eternidade, no reencontro futuro do homem redimido com o Filho do Homem, redentor.
Vivendo Com Jesus
Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 3
Divaldo Pereira Franco
Amélia Rodrigues
Mateus, 6: 26 a 29; 13: 24 a 47 A noite moral, aziaga e triste, dominava as paisagens espirituais da Palestina quando brilhou a Sua luz. À semelhança de um sol morno e suave de primavera, Sua irradiação emocional penetrava os poros das almas e revitalizava-as. A apatia e a violência, que se sucediam periodicamente nos poderosos tanto quanto nos infelizes, eram alteradas em razão da onda de mag-netismo especial que tomava conta dos sentimentos humanos.
Foram tantos os profetas que vieram antes e prometeram bênçãos uns, enquanto outros haviam amaldiçoado grande parte da mole humana, que este, recém-apresentado, se destacava pela originalidade das suas alocuções, sempre sustentadas pelo exemplo de abnegação e cimentadas pelo sentimento de amor.
Nunca antes se ouvira algo ou alguém igual, que se Lhe equiparasse.
Dele se irradiava um poderoso magnetismo que enlevava e conquistava aqueles que O ouviam. Sua voz era meiga e forte, como a brisa que musica o ar e murmura, ou como a flauta que alteia o seu canto e desce em soluço quase inaudível.
A treva era poderosa, mas a luz que ora clareava o mundo jamais se apagaria...
As espigas de trigo dourado oscilavam ao vento brando, enquanto o mar gentil debruçado sobre as praias largas erguia o dorso levemente açoitado pelo sopro que vinha do Norte.
Era um dia qualquer, no calendário da Galileia, porém, se tornaria especial e inesquecível. Aqueles homens e mulheres que foram convocados jamais O esqueceriam.
Encontravam-se na faina a que se acostumaram, quando escutaram o Seu chamado. Não saberiam informar o que lhes acontecera. Simplesmente abandonaram os quefazeres e O seguiram, fascinados e felizes, mesmo sem O conhecerem. Nele havia tanto poder de sedução, que nem sequer pensaram em resistir. Não houve tempo mental nem titubeio. Aquela voz dulcificara-os e arrebatara-os. E o acompanharam sem saber para qual destino ou por que assim o faziam.
Nunca, porém, iriam arrepender-se. Ele estava reunindo os obreiros da Nova Era, a fim de que edificassem com Ele, o Reino dos Céus, sem fronteiras nas paisagens infinitas dos corações humanos.
A Galileia gentil e franca, caracterizada pela simplicidade do seu povo e pela Natureza em festa constante, com o imenso espelho do mar, orlava-o do multicolorido da vegetação luxuriante e rica de espécies.
O seu dia a dia estava circunscrito aos deveres comezinhos a que todos estavam acostumados. As notícias da capital do país ou de outras cidades do além-Jordão chegavam pela voz dos viajantes que lhe venciam a Casa da Passagem, demandando outras terras. Por isso mesmo, as novidades eram poucas e estavam acostumados ao labor das redes, das colheitas de frutas e do trigo maduro que bordava com ouro as terras mais baixas.
Desse modo, quando Ele apareceu houve um impacto, e as Suas palavras, especialmente as Suas ações, foram tomadas com arrebatamento e viajaram com celeridade de coração a coração, de porta em porta.
Ele abandonara Nazaré e fora para Cafarnaum, a cidade encantadora, nos confins de Zebulon e Naftali, onde começou a derramar a Sua taça de luz inapagável.
(...) E o povo, após ouvi-lo, deixava-se arrastar pelo fascínio da palavra que Ele enunciava.
Parecia que todos O aguardavam, embora não soubessem conscientemente. Ele tornou-se, então, o motivo básico de todos os comentários, também de todas as esperanças e receios...
A felicidade dos sofredores é feita de medo de perdê-la. Tão acostumados se encontram com a dor, que não sabem fruir do encantamento da alegria, malbaratando, não raro, os momentos melhores, que não sabem aproveitar.
Diante dele, todos os problemas perdiam a significação e a gravidade, porque se faziam diluídos ante os esclarecimentos simples que ministrava, utilizando-se de imagens corriqueiras, conhecidas e vivenciadas.
— A semente que morrer, essa viverá - dizia com encantamento na voz -, mas aquela que teimar em viver, essa morrerá.
Olhai para as aves do céu, que nem semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros 26:29 - nota da Autora espiritual) Não havia nenhuma contradição, nem impossibilidade de assimilar-se esse ensinamento. Claro e belo, oferecia confiança em qualquer tribulação. Ninguém se encontra abandonado pelo Pai, que se encarrega de vestir a Natureza de cor e harmonia, cuidando-a, sem que ninguém o saiba ou o perceba, como iria abandonar os Seus filhos nas experiências de iluminação?!
Era tão maravilhoso, que talvez não passasse de um sonho bom. Despertava aquela gente e, em cada manhã acorria no Seu encalço, a fim de confirmar que se tratava de realidade.
A Sua presença trouxera uma indescritível onda de alegria e toda a Galileia, desconsiderada e ridicularizada pela opulenta Judeia e pela jactância dos sacerdotes, doutores, saduceus, fariseus, refinados na arte da ironia e da humilhação.
Ele, porém, erguia-os a altiplanos dantes nunca conquistados, de onde podiam enxergar psiquicamente o que lhes aguardava em bênçãos.
(...) O reino dos céus é semelhante ao homem que semeia a boa semente no seu campo... ? (Mateus 13:24 - nota da Autora espiritual)
Afirmara com júbilo e simplicidade:
— O Reino dos Céus é semelhante a um homem que saiu a se-mear, e que experimentou a rudeza da terra, vencendo-a pelo trabalho, a canícula causticante, superando-a, e colocou as suas sementes no colo amigo do solo, cuidando através de irrigação, e resguardando-a de pragas e mau tempo, quando ressurgiu em débil plântula de esperança, até que se transformou em vida exuberante a ornar-se de flores e frutos, oferecendo sombra e apoio. Assim sucede com todo aquele que espera a colheita de felicidade, sendo convidado a plantar antes e atender a sua seara.
Ou então, cantarolava com um meigo sorriso nos lábios:
(...) O reino dos céus é semelhante a uma rede lançada ao mar, e que apanha toda qualidade de peixes?(6) O Reino de Deus é comparado a um homem que lança a sua barca nas águas calmas do mar, na expectativa de pescar para o próprio sustento, mas quando se encontra preparado para atirar as redes, as águas se encrespam açoitadas pelos ventos rudes e se tornam ameaçadoras, diante de nuvens carregadas e sombrias. Mas ele confia nos remos frágeis e nos braços fortes, insistindo sem temor, até que a tempestade passa e tudo se acalma, facultando-lhe recolher o fruto da paciência e da perseverança. Ao retornar à praia, com o barco carregado de peixes, comentando sobre as ameaças da tormenta, por mais que os outros desejem entendê-lo, somente ele sabe o que sofreu e lutou, porque somente ele foi testemunha do desafio e da pro-vação. O mesmo se dá com aquele que sai na busca do Pai no mar traiçoeiro da humanidade, e não desanima, nem teme as ocorrências infelizes, porque sabe que, um pouco depois, chega a hora do encontro...
Mateus 19:29 (nota da Autora espiritual).
Ninguém antes falara assim, com naturalidade, a linguagem que todos entendiam.
Mas esses eram os primeiros raios de luz que penetravam a noite, a fim de transformá-la em dia de festa, que viria depois.
Cornélio Pires
Trovas da Vida
Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 13
Francisco Cândido Xavier
Cornélio Pires
Jesus deu valor ao pouco: “Pão nosso de cada dia.” (Mt 6:11) Se tiveres mais e mais, O “muito” te arruinaria. 2 DESENGANOEle ajuntou prata e ouro, Porém, não achou transporte, Quando buscou pensativo, A grande agência da morte. |
(27 de agosto de 1997)
Conversa Firme
Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 17
Francisco Cândido Xavier
Cornélio Pires
Deseja você saber, Meu caro Amarílio Sá O que há na obsessão Vista do lado de cá. Posso informar a você Que estes casos tais quais são Seja na Terra ou no Além, São assuntos de paixão. O ódio é amor selvagem, No que exige e não alcança, Afeto quando egoísta Insatisfeito é vingança. Orgulho é amor a si mesmo, De maneira desastrada, Ciúme — amor possessivo Que fere a pessoa amada. Vaidade — amor ao poder, Na indiferença ante o bem, Opinião que domina E não atende a ninguém. Desencarnando na Terra Estamos por dentro a sós, Por isto, a morte revela O que trazemos em nós. Espírito libertado Sem dúvida e sem talvez, De imediato no Além, Está naquilo que fez. Em razão disto, meu caro, Céu ou luz, algema ou lama, Desencarnando a pessoa Tem aquilo que mais ama. Há quem se agarre com gente, Com sítios, nomes, partidos, Empresas, casas, remorsos E sombras de tempos idos. São muitos os casos tristes Nessa larga desventura, Porque a lei manda se ache Aquilo que se procura. Você recorda João Nico, Envenenou Maristela; Morreu mas vive na roça, Chorando na casa dela. Perfurado por Toninho Finou-se Joaquim da Torra, Mas Joaquim desesperado Vive atolado em desforra. Caçava como ninguém Nosso amigo Merengueiro, Largando o corpo na Terra, Anda atrás do perdigueiro. Nicósio viveu colado A grande barril de pinga Morreu e bebe sem pausa, E grita, blasfema e xinga. Sempre agarrada a conforto Faleceu Joaquina Fraza, Mas vive atrelada à cama E espanta o povo da casa. Escravizado à fazenda, Quintino de Maritacas, Sem corpo, vive no campo, Cuidando de bois e vacas. Presa à tarefas de granja, Desencarnou Mariquinhas… De tanto gostar de frangos Vive assombrando as galinhas. Ligado às antiguidades Lá se foi Marcos Dirceu, Hoje encontrei-o na sombra: É um fantasma de museu. Obsessão, meu amigo, Traçada em linhas gerais, É sempre desequilíbrio No apego quando é demais. No assunto, lembre Jesus Na luminosa lição: — “Onde se guarda um tesouro, Tem-se aí o coração”. (Mt 6:21) |
Martins Peralva
Tenho ainda muito que vos dizer; mas vós não o podeis suportar agora;
quando vier, porém, o Espírito da Verdade, ele vos guiará a toda a verdade.
JESUS.
As palavras de Jesus não passarão, porque serão verdadeiras em todos os tempos. Será eterno o seu código moral, porque consagra as condições do bem que conduz o homem ao seu destino eterno.
ALLAN KARDEC.
A passagem de Jesus pela Terra, os seus ensinamentos e exemplos deixaram traços indeléveis, e a sua influéncia se estenderá pelos séculos vindouros. Ainda hoje Ele preside aos destinos do globo em que viveu, amou, sofreu.
LEON DENIS.
Irradiemos os recursos do amor, através de quantos nos cruzam a senda, para que a nossa atitude se converta em testemunho do Cristo, distribuindo com os outros consolação e esperança, serenidade e fé.
BEZERRA DE MENEZES.
O Espiritismo, sem Evangelho, pode alcançar as melhores expressões de nobreza, mas não passará de atividade destinada a modificar-se ou desaparecer, como todos os elementos transitórios do mundo.
EMMANUEL.
Para cooperar com o Cristo, é imprescindível sintonizar a estação de nossa vida com o seu Evangelho Redentor.
ANDRÉ LUIZ.
Hilário Silva
A Vida Escreve
Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 21
Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira
Hilário Silva
Logo após o início da sessão, Cacique de Barros, distinto baiano que foi valoroso missionário dos princípios espíritas no Rio Grande do Sul, falava, despretensioso, quanto à necessidade de se coibirem as mistificações nos fenômenos mediúnicos.
Recomendava o estudo constante.
Encarecia a meditação.
Era preciso tudo fiscalizar, pelo crivo da análise.
A palavra dele conquistava simpatia crescente…
Como, porém, solucionar o problema?
O círculo de confrades entrou em oração, e ele rogou parecer ao mentor da Casa.
Através do médium, o Amigo Espiritual compareceu bem-humorado e, depois de saudação fraterna, falou conciso:
— Meus irmãos, há uma lenda hindu que nos esclarece. Um homem necessitado era dono de um burro que lhe prestava grandes serviços. Mas, porque não tivesse recursos, enfraqueceu-se o animal por falta de forragem. Passeando, porém, a distância de casa, o homem achou um tigre morto. E teve uma ideia. Cobriria o humilde cooperador com a pele do tigre e soltá-lo-ia cada noite nas terras dos fazendeiros vizinhos. Visto disfarçado em tigre, o burrico seria respeitado, e assim aconteceu. O muar fartava-se de cevada e, manhãzinha, era recolhido pelo dono à pequena estrebaria. O burro, nesse regime, fez-se nédio, contente da vida. Mas, surgiu uma noite em que jumentas vararam a paisagem, zurrando, zurrando… E o burro, acordado nas afinidades do instinto, zurrou e zurrou também… Os fazendeiros, com isso, descobriram a farsa e mataram-no a cacetadas, rasgando-lhe toda a pele…
O orientador fez uma pausa e continuou:
— Nome, forma, gesto, fama e autoridade são aspectos na pessoa, sem serem, de modo algum, a pessoa em si.
Em seguida, concluiu:
— Se vocês quiserem realmente conhecer benfeitores e malfeitores, sábios e ignorantes, sãos e doentes, encarnados e desencarnados, escutem, com atenção, a fala de cada um.
(Psicografia de Francisco C. Xavier)
Irmão X
Quando Cirilo Fragoso bateu às portas da Esfera Superior e foi atendido por um anjo que velava, solícito, com surpresa verificou que seu nome não constava entre os esperados do dia.
— Fiz muita caridade — alegou, irritadiço —, doei quanto pude. Protegi os pobres e os doentes, amparei as viúvas e os órfãos. Quanto fiz lhes pertence. Oh! Deus, onde a esperança dos que se entregaram às promessas do Cristo?
E passou a choramingar em desespero, enquanto o funcionário celestial, compadecidamente, lhe observava os gestos.
Fragoso traduzia o próprio pesar com a boca, no entanto, a consciência, como que instalada agora em seus ouvidos, instava com ele a recordar.
Inegavelmente, amontoara vultosos bens. Atingira retumbante êxito nos negócios a que se afeiçoara e desprendera-se do corpo terrestre no cadastro dos proprietários de grande expressão. Não conseguira visitar pessoalmente os necessitados, porque o tempo lhe minguava cada dia, na laboriosa tarefa de preservação da própria fortuna, jamais obtivera folgas para ouvir um indigente, nunca pudera dispensar um minuto às mulheres infelizes que lhe recorriam à casa, entretanto, prevendo a morte que se avizinhava, inflexível, organizara generoso testamento. E assim, agindo à pressa, não se esquecera das instituições piedosas das quais possuía vago conhecimento, inclusive as que ele pretendia criar. Por isso, em quatro dias, dotara-as todas com expressivos recursos, encomendando-se-lhes às preces.
Não se desfizera, pois, de tudo, para exercer o auxílio ao próximo? Não teria sido, porém, mais aconselhável praticar a beneficência, antes da atribulada viagem para o túmulo?
Notando que o coração e a consciência duelavam dentro dele, rogou à entidade angélica tomasse em consideração a legitimidade das suas demonstrações de virtude, reafirmando que a caridade por ele efetuada deveria ser passaporte justo ao acesso ao paraíso.
O benfeitor espiritual declarou respeitar-lhe o argumento, informando, porém, que só mediante provas tangíveis advogar-lhe-ia a causa, junto aos poderes celestes. Trouxesse Fragoso a documentação positiva daquilo que verbalmente apontava e defender-lhe-ia a entrada no Paço da Eterna Luz.
Cirilo deu-se pressa em voltar à Terra e, aflito, extraiu as notas mais importantes, com referência aos legados que fizera às associações pias, presentes e futuras, nas derradeiras horas do corpo, e retornou à presença do amigo espiritual, diante de quem leu em voz firme e confiante:
— Para os velhinhos de diversos refúgios, quatrocentos mil cruzeiros.
Para os doentes de várias agremiações, oitocentos mil cruzeiros.
Para a instalação de um hospital de câncer, seiscentos mil cruzeiros.
Para a fundação do Instituto São Damião, em favor dos leprosos, trezentos mil cruzeiros.
Para a assistência à infância desvalida, quinhentos mil cruzeiros.
Para meus empregados, quatro casas e seis lotes de terras, no valor de um milhão e duzentos mil cruzeiros.
Em mãos do meu testamenteiro, , desse modo, a importância total de três milhões e oitocentos mil cruzeiros, para a realização de boas obras.
Terminada a leitura, reparou que o anjo não se mostrava satisfeito.
Em razão disso, perguntou, ansioso:
— Não terei cumprido, assim, os preceitos de Jesus? O interpelado, porém, aclarou, triste:
— Fragoso, é preciso pensar. Segundo o Evangelho, bem-aventurado é aquele que dá com alegria. Mas, realmente, você não deu. Suas anotações não deixam margem a qualquer dúvida. Você simplesmente . Deixou, porque não podia trazer.
E porque Cirilo entrasse em aflitiva expectação, o anjo rematou:
— Infelizmente, seu lugar, por enquanto, ainda não é aqui.
De conformidade com os ensinamentos do Mestre Divino, onde situamos o tesouro de nossa vida aí guardaremos a própria alma. (Mt 6:21) Seu testamento não exprime libertação. Quem dá, serve e passa. Quem deixa, larga provisoriamente. Você ainda não se exonerou das responsabilidades para com o dinheiro. Volte ao mundo e ampare aqueles a quem você confiou os bens que lhe foram emprestados pela Providência Divina e, ajudando-os a usá-los na caridade verdadeira, você conhecerá, com experiência própria, o desprendimento da posse. A morte obrigou-o a deixar. Agora, meu amigo, cabe-lhe exercitar a ciência de dar com alma e coração.
Foi assim que Cirilo Fragoso, embora acabrunhado, regressou à Esfera dos homens, em Espírito, a fim de aprender a beneficência com alicerces na renúncia.
(.Humberto de Campos)
À frente dos candidatos à nova experiência na carne, o instrutor espiritual esclarecia, paternalmente:
— Não percam a tranquilidade em momento algum, na reconstrução do destino. Em plena, atividade terrestre, é imprescindível valorizar a corrigenda. O erro não pode constituir motivo para o desânimo absoluto. O desengano vale por advertência da vida e, com a certeza do Infinito Bem, que neutraliza todo mal, após aproveitar-lhe a cooperação em forma de sofrimento, o Espírito pode alcançar culminâncias sublimes. O Pai somente concede a retificação aos filhos que já se apropriaram do entendimento. Usem, pois, a compreensão legítima, em face de qualquer provação mais difícil. A queda verdadeiramente perigosa é aquela em que nos comprazemos, entorpecidos e estacionários. Reerguer-se, por recuperar a estrada perdida, será sempre ação meritória da alma, que o Tesouro Celeste premiará com o descortino de oportunidades santificantes. A serenidade deve presidir aos mínimos impulsos de vocês na tarefa próxima. Sem as fontes da ponderação individual, o rio da paz jamais fertilizará os continentes da obra coletiva. É indispensável, por isso, recordar o caráter precário de toda posse na ordem material. O tempo, que é fixador da glória dos valores eternos, é corrosivo de todas as organizações passageiras, na Terra e noutros mundos. Todas as formas, com base na substância variável, perecerão no que se refere à máscara transitória, dentro dos jogos da expressão.
Conservando-se atentos aos imperativos de marcha pacífica, não se esqueçam, sobretudo, de que todo o equipamento de recursos humanos é substituível. Todos os quadros que vocês integrarão se destinam ao processo educativo da alma. Em breve, estarão soterrados nos séculos, como todos os espetáculos de que participamos nas paisagens que se foram…
A lei de substituição funciona diariamente para nós todos. Cada testemunho incompleto, cada lição imperfeita, serão repetidos tantas vezes quantas forem necessárias.
A própria Natureza, na Crosta do Mundo, instruí-los-á referentemente ao vaivém das situações e das coisas.
Primavera e inverno renovam-se para a comunidade dos seres terrestres, nos diversos reinos, há milhares de anos. As influências lunares se rearticulam, de semana a semana, difundindo o magnetismo diferente da luz polarizada. Nos círculos planetários, infância, juventude e velhice dos corpos funcionam igualmente para todos.
Qual ocorre na zona das formas temporárias, prepondera a substituição na ordem espiritual. Quem não dispõe de parentes consanguíneos, com boa vontade encontrará família maior nos laços humanos.
Se vocês não puderem suportar o clima de uma bigorna, encontrarão acesso à carpintaria e, em qualquer casa de ação edificante, desde que se inspirem no ideal de servir, serão aquinhoados com as possibilidades de realizar intensivamente, na sementeira e na seara do bem.
Nas artes e nas ciências, receberão todos vocês a bênção de aprender e reaprender, de experimentar e recapitular incessantemente.
Nas circunstâncias, aparentemente mais duras, ninguém entregue o espírito ao desespero. Tal qual a alvorada que faz a luz resplandecer além das trevas, a oportunidade de reajustamento, reabilitação e ascensão brilhará sempre sobre os abismos nos quais nos precipitemos, desavisados e incautos… Guardem a paz inalterável, porquanto, ao longo do problema esclarecido e do caminho trilhado pelos seres mortais, tudo será reformado e substituído…
O orientador mostrou diferente brilho nos olhos e acrescentou:
— Há, porém, no decurso de nossas atividades uma perda irreparável. Com exceção dos valores prevalecentes na jornada evolutiva, é esse prejuízo a medida que define a distância entre o bom e o mau, entre o rico e o pobre, entre o ignorante e o sábio, entre o demônio e o santo. Semelhante lacuna é impreenchível. Deus dispôs a Lei de tal modo que nem mesmo a justiça d’Ele consegue remediá-la, em benefício dos homens ou dos anjos.
Ante a expectação dos ouvintes, o instrutor esclareceu:
— Trata-se da perda do dia de serviço útil, que representa ônus definitivo, por distanciar-nos de todos os companheiros que se eximem a essa falha.
E enquanto os aprendizes se entreolhavam, admirados, o mentor paternal concluiu:
— Ajudando-nos na preservação da paz, Jesus recomendou-nos: “Contemplai os lírios do campo!” (Mt 6:28) Entretanto, para que não zombemos do profundo valor das horas, foi Ele mesmo quem nos advertiu: “Caminhai enquanto tendes luz!” (Jo 12:35)
(.Humberto de Campos)
Relatos da Vida [FEB]
Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 6
Francisco Cândido Xavier
Irmão X
O mundo antigo, na opinião de eméritos escritores, conheceu sete maravilhas, nascidas de mãos humanas:
O túmulo de Mausolo, em Halicarnasso; a pirâmide de Quéops; o farol de Alexandria; o colosso de Rodes; os jardins suspensos de Semíramis, em Babilônia; a estátua de Zeus em Olímpia, e o templo de Diana, em Éfeso.
Mas o soberbo sepulcro que Artemísia II mandou erigir à memória do esposo ficou entregue à poeira, ao esquecimento e à destruição. A pirâmide do grande faraó é um monstro glorioso e frio no deserto. O orgulhoso farol de quatrocentos pés de altura eclipsou-se nas brumas do passado. O colosso de Rodes, todo de bronze, foi arrasado por tremores de terra e vendido aos pedaços a famoso usurário. Os magníficos jardins da rainha assíria confundiram-se com o pó. A estátua imponente de Olímpia jaz entre as ruínas que marginam as águas do Alfeu. E o templo suntuoso, consagrado a Diana, em Éfeso, foi incendiado e destruído.
O mundo de hoje possui também as suas maravilhas modernas:
Os arranha-céus de Nova Iorque; a torre Eifel de Paris; a catedral de Milão; o museu do Louvre; o palácio de Versalhes; a construção de Veneza e o canal de Suez, além de outras como o telégrafo, o transatlântico, o avião, o anestésico, o rádio, a televisão e a energia atômica…
Existe, no entanto, certa maravilha de sempre que, acessível a todos, é o tesouro mais vasto de todos os povos da Terra. Por ela, comungam entre si as civilizações de todos os tempos, no que possuem de mais valioso e mais belo. Exuma os ensinamentos dos séculos mortos e permite-nos ouvir ainda as palavras dos pensadores egípcios e hindus à distância de milênios… Faz chegar até nós a ideia viva de Sócrates, os conceitos de Platão, os versos de Vergílio, a filosofia de Sêneca, os poemas de Dante, as elucubrações de Tomás de Aquino, a obra de Shakespeare e as conclusões de Newton…
Alavanca da prosperidade, é o braço mágico do trabalho. Lâmpada que nunca se apaga, é o altar invisível da educação.
Através dela, os sábios de ontem e de hoje falam às gerações renascentes, instruindo e consolando com a chama intangível da experiência…
E é ainda por ela que, no ponto mais alto da Humanidade, comunica-se Jesus com a vida terrestre, exortando o coração humano.
— Procurai o Reino de Deus e sua justiça… (Mt 6:33) Perdoai setenta vezes sete… (Mt 18:22) Ajudai aos inimigos. Orai pelos que vos perseguem e caluniam… (Mt 5:44) Brilhe a vossa luz… (Mt 5:16) Amai-vos uns aos outros como eu vos amei… (Jo 13:34)
Essa maravilha de sempre é o LIVRO. Sem ela, ainda que haja Sol no Céu para a Terra, a noite do espírito invadiria o mundo, obscurecendo o pensamento e matando o progresso.
(.Humberto de Campos)
Honório Abreu
O Caminho do Reino
Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 34
Wagner Gomes da Paixão
Honório Abreu
O instinto de conservação - essa genuína e primeva manifestação de vida que alavanca todos os processos existenciais de princípios e seres da Criação, até que se emancipem pela inteligência a se projetar do campo mental então desperto - tem sido o responsável por sugerir às individualidades em trânsito da animalidade para a angelitude as impressões de natureza negativa, relacionadas à Lei de Destruição.
Ainda afivelados aos padrões materialistas, as almas em trabalho de progresso pelas reencarnações, mesmo já se nutrindo, de algum modo, pelos valores espirituais que lhes chegam através da fé, habitualmente se comportam como seus ancestrais, transferindo à matéria organizada e aos seus sistemas o que mais desejam, valorizando essa condição transitória como porto seguro e finalístico: "Do mundo são, por isso falam do mundo, e o mundo os ouve" (I JO 4:5).
Mas o supremo objetivo das existências físicas pode ser resumido naquela proposição tão conhecida de Paulo: "Desperta, tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá" (Efésios 5:14). Todos compreendemos que a somatória das vidas sucessivas ilustra a mente, e, por essa soma de experiências, a alma se projeta aos patamares de pura espiritualidade em Cristo Jesus, que é a suprema referência de sabedoria e amor divinos que a Terra já recebeu até hoje: "Mas de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos, e foi feito as primícias dos que dormem" (I Coríntios 15:20). Em verdade, através dessas incursões na matéria, quando o Espírito assume corpos para funções específicas, em nome de seu progresso, ele não somente desenvolve habilidades, mas principalmente rompe os "véus" que, como capas, condicionavam sua mente aos níveis elementares que são sugeridos pela organização dos mundos materiais. Quando o texto diz que "Cristo te esclarecerá", essa afirmativa paulina guarda o sentido de desativação plena das resistências personalistas e dos apegos até inconscientes que se erigem daquela instintividade que dominava o Ser nas faixas primitivas de seu desabrochar consciente. Acordar para a vida eterna em Deus é a resultante do processo sofrido nas instâncias inferiores, quando a ilusão dos sentidos prodigaliza ao indivíduo a sensação de poder na matéria, em que projeta seu reino egoico e nele se move por tempo indeterminado, até a exaustão ou até a abertura de coração para propostas de melhor nível - e é essa abertura de coração que significa a "ressurreição dentre os mortos" (escravização à matéria, expiação), e o Cristo é "o primogênito entre muitos irmãos"(Romanos 8:29), porque operou na carne e santificou sua existência pelo cunho de imortalidade gloriosa impresso a cada acontecimento: "Este é aquele que veio por água e sangue, isto é, Jesus Cristo; não só por água, mas por água e por sangue. E o Espírito é o que testifica, porque o Espírito é a verdade" (I JO 5:6).
Considerando o triunfo da vida inteligente e imortal, anteriormente acalentada pelos processos comuns aos orbes materiais como a Terra, que engloba céu e terra, lua e estrelas, água e atmosfera, além dos domínios organizados em que nações se estabelecem e se entrosam, justo apreciar as referências de Jesus sobre o "fim dos tempos", especialmente em seu Sermão Profético: "E, quando Jesus ia saindo do Templo, aproximaram-se dele os seus discípulos para lhe mostrarem a estrutura do Templo. Jesus, porém, lhes disse: Não vedes tudo isto?
Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derrubada" (MT 24:1-2). Devemos compreender por "templo" não somente o local dos ofícios religiosos, mas tudo o que é sagrado por dentro da alma ou em torno dela, a absorver-lhe as potências, as forças, as energias... Tomando isso por referência, uma mãe tem no seu filho amado o "templo" de sua devoção; um empresário orgulhoso de seu império econômico tem aí o seu "templo"; um lavrador devotado ao trato de terra que lhe é de direito tem nele o seu "templo": "Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração"(MT 6:21).
Quando Jesus diz que a estrutura do "templo" seria derrubada, o Mestre não se referia apenas ao famoso Templo de Jerusalém, que realmente foi derrubado por Tito, a serviço de Roma. Ensinava o Senhor da Eternidade que nossas mais altas e melhores edificações personalistas seriam levadas pelas correntes da renovação, pois na Terra nos ocupamos em possuir, quando tudo o que aqui se constitui é transitório, para não dizer "ilusório", já que matéria é energia, e a mente projeta nesse aglomerado de energia as imagens que elege, por tempo variável, mas nunca definitivo: "Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo" (JO 16:33).
Cientes de que tudo no Mundo é passageiro e se presta apenas a movimentar forças intrínsecas do Espírito então reencarnado, não é mais uma ameaça apocalíptica a afirmativa de Jesus de que não ficaria "pedra sobre pedra" dos "templos" que edificamos para nos refugiar por algum tempo. E então vem o mais expressivo ensinamento do Cristo, antecedendo todas as explicações que constituem o famoso Sermão Profético: "E Jesus, respondendo, disse-lhes: Acautelaivos, que ninguém vos engane" (MT 24:4). O "discernimento" e o "bom senso" responderão, ante os albores da Regeneração - era de surgimento do "Filho do Homem" –, por todas as operações salvacionistas de quem já somou experiências reencarnatórias, para diminuir obstáculos e condicionamentos ao seu desabrochar espiritual.
Tão só o "senso moral" será capaz de livrar o indivíduo da "morte"(sofrimento expiatório) que as transformações operam no Globo nesta profunda transição. Com a mente depurada pela compreensão das Leis Divinas que a tudo regem, a criatura sentirá que uma nova Humanidade se forja, a partir dos escombros das ilusões primárias e viciosas de tantos milênios: "E viu-se um grande sinal no céu: uma mulher vestida do sol, tendo a lua debaixo dos seus pés, e uma coroa de doze estrelas sobre a sua cabeça. E estava grávida, e com dores de parto, e gritava com ânsias de dar à luz" (Apocalipse 12:1-2).
Cairbar Schutel
Parábolas e Ensinos de Jesus
Categoria: Livro Espírita
Ref: 3707
Capítulo: 57
Página: -
Cairbar Schutel
“Não andeis cuidadosos da vossa vida, pelo que haveis de comer ou de beber, nem do vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais que o alimento e o corpo mais que o vestido? Olhai para as aves do céu, que não semeiam, nem ceifam, nem ajuntam em celeiros, e o vosso Pai as alimenta; não valeis, vós muito mais que elas? E qual de vós, por mais ansioso que esteja, pode acrescentar um cúbito à sua estatura? E por que andais ansiosos pelo que haveis de vestir? Considerai como crescem os lírios do campo: eles não trabalham nem fiam; contudo vos digo que nem Salomão em toda a sua glória se vestiu como um deles! Se Deus veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós, homens de pouca fé? Assim não andeis ansiosos, dizendo: “Que havemos de comer? Ou: Que havemos de beber? Ou: Com que nos havemos de vestir? Pois os gentios é que precisam destas coisas: porque vosso Pai celestial sabe que precisais de todas elas. Mas buscai primeiramente o Seu reino e a Sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. Não andeis, pois, ansiosos pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal.
(Mateus, VI, 25-34.)
O escopo da vida na Terra é o aperfeiçoamento do Espírito. Aquele que assim compreende eleva-se, dignifica-se, e, livre dos entraves materiais, sobe às alturas inacessíveis ao sofrimento, alcançando a felicidade eterna.
Aquele que assim não quer compreender rebaixa-se, desmoraliza-se, e, absorvido pelas más paixões, desce às voragens da dor, para expiar e reparar as faltas, as transgressões das leis divinas.
O que vive da carne, morre; o que vive do Espírito é imortal.
Lutas, fadigas, trabalhos e dores são luzes para os vivos e sepulcros para os mortos.
Uns pairam calmos e resistentes acima das misérias terrestres; outros jazem sob os escombros amontoados pelo tufão inclemente da adversidade!
O que vê com os olhos da carne, vê misérias, estertores, morte; o que vê com os olhos do Espírito, vê flores que murcham, prados devastados, regatos que secam fontes que não vertem água, avarias, mutilações, cadáveres putrefatos; mas vê também cores que são perfumes, luzes que são forças, vidas que despontam, seres que se agitam, almas que vivem e Espíritos que vivificam.
No panorama do Universo as duas faces da Vida se mostram como o verso e reverso da medalha: cada efígie tem a sua cotação acima ou abaixo da “paz cambial".
Nada se perde, nada se desvaloriza na equação proposta para chegar-se à incógnita da Perfeição Espiritual.
A Lei vê passar o tempo, as gerações, a Terra e o céu, mas permanece inflexível, aperfeiçoando as gerações, a Terra, o céu, na sua ação lenta, mas decisiva e depuradora.
O escopo da vida é o cumprimento da Lei, e o cumprimento da Lei é a Perfeição.
Os que transgridem a Lei descem pelos tremedais das paixões vis aos báratros tenebrosos da dor; mas, aguilhoados pela dor, sobem aos cimos das, glórias imortais!
Os que cumprem e proclamam o cumprimento da Lei, voam por entre luzes, cores e perfumes às Eternas mansões dos Espíritos Soberanos, onde a harmonia, a verdade e a paz imperam na plenitude de seus direitos divinos.
A vida na Terra, para aqueles que na Terra têm o seu tesouro, como que termina no túmulo, porque só com o renascimento alcançarão a Vida Eterna.
A Vida na Terra, para os que acumulam tesouros nos Céus, é a senda luminosa que liga a Terra aos Céus, é a estrada comunicativa que lhes permite a passagem para se apossarem desse tesouro.
Os que vivem na Terra pela Terra, são da Terra; os que vivem na Terra sem serem da Terra, são dos Céus.
A vida na Terra é efêmera; a Vida nos Céus é eterna; e a posse da Vida Eterna consiste no cumprimento da Lei: “Buscai o Reino de Deus e a sua justiça, que tudo o mais vos será dado por acréscimo. "
Wesley Caldeira
Da Manjedoura A Emaús
Categoria: Livro Espírita
Ref: 11456
Capítulo: 16
Wesley Caldeira
Wesley Caldeira
Várias das grandes religiões e sistemas de comportamento ético floresceram nesse período.
Novas atitudes e crenças, visando a uma vida melhor ou a uma compreensão mais ampla da vida, borbulhavam em muitas partes do mundo. Era como se a humanidade estivesse sendo impelida no sentido de aspirar a coisas maiores, um plano de existência mais elevado. (HYSLOP, 1991, p. 10.)
A “elevação do espírito” — proporcionada por meio do refinamento intelectual, da purificação do sentimento religioso e do desenvolvimento do senso estético — foi essencial para que surgissem condições vibratórias e espaços mentais e emocionais apropriados nos seres humanos, sem o que a mensagem do Cristo não ressoaria.
Na Índia, os quatro livros do Saber, os Vedas, convidaram o homem a meditar no sentido profundo da vida, um milênio e meio antes de Jesus, embora para as massas a ênfase estivesse na prática dos sacrifícios de seres vivos, nos gestos e palavras rituais, que obrigariam os próprios deuses a distribuir saúde e prosperidade.
Séculos após, o desenvolvimento filosófico do Vedismo conduziu ao pensamento clássico do Bramanismo, que sistematizou liturgicamente a tradição védica e cantou a força e a generosidade do deus Varuna, o luminoso e justo conservador da ordem. “O Canto do Bem-aventurado”, o Bhagavad-Gita, surgiu como o coração do Hinduísmo, convocando à ascensão por meio das sucessivas reencarnações. O Upanishad contém textos que enriqueceram a filosofia indiana em torno do século VII a.C., mediante elaborada doutrina filosófico-religiosa, acentuando a importância do conhecimento para dissipar a ilusão e preceituando uma moral ascética, que exerceria imensa sedução sobre a alma indiana, numa febre de renúncia ao mundo material. (PADOVANI, 1990, p. 69.)
Pouco depois, o príncipe Siddharta Gautama (VI a.C.), o Buda, faria de sua vida um modelo de iluminação destinado a influenciar a humanidade milênios afora, propondo a superação dos desejos, das ilusões e do individualismo, que, ao lado da ignorância, seriam as raízes do sofrimento. Para ele, a vida era um curso tormentoso e trágico, e todos tinham o direito de se libertar dela, devendo-se calcar, para isso, no papel do conhecimento contra a escravidão dos sentidos, na renúncia ao mundo, na despreocupação acerca de Deus como caminho para a quietação no nada, o nirvana.
A filosofia indiana, não obstante sempre ligada à tradição religiosa, acabaria resvalando para o ateísmo, ou por confundir o mundo com Deus ou por se concentrar no problema da libertação da vida material, desinteressando-se de Deus.
Nessa fase recuada da história, o I Ching — Livro das mutações — sugeria a existência de duas forças opostas e complementares no cosmo, o yin e o yang, que seriam fundamentais para as duas grandes correntes religiosas chinesas: o Taoísmo, organização das antigas crenças pelo Velho mestre, isto é, Lao-Tsé (VI a.C.), que procurava oferecer ao homem um caminho de harmonia com a natureza, enfatizando a alegria existente na aceitação dos ritmos naturais; e o Confucionismo, sistema religioso- político-familiar de Confúcio (Kong-fu-tze – VI a.C.), cuja pretensão, ao inverso, era harmonizar a natureza com o homem.
Zoroastro (VII a.C.) havia depurado o complexo panteão de deuses e crenças da Mesopotâmia, dando à Pérsia um único deus, Ahura-Masda, que viveria na mente de cada homem. A Pérsia marchava para seu apogeu, nos séculos VI e V a.C., com Ciro, o Grande, Cambises e Dario, conformando um império de 5 milhões de quilômetros quadrados, 10 milhões de súditos e uma das mais assombrosas riquezas de todos os tempos.
A poderosa civilização grega micênica, do período épico cantado por Homero, havia se desintegrado, fazendo dos séculos IX, VIII e VII a Idade das Trevas da Grécia.
Mas um novo surto de progresso, com o desenvolvimento das cidades-estados da civilização grega jônica, introduziu conceitos novos: instituição, democracia e cidadania, cuja vivência na praça pública desafiava a palavra, o discurso e a razão (ABRÃO, 2004, p. 17), desenvolvendo um novo modo de pensar, agora racional, opostamente ao pensamento antigo, mitológico. À medida que o pensamento racional ocupava o cenário político, essa metodologia de pensar se difundia para outras áreas do saber, voltando-se para outras questões da vida humana e ensejando o nascimento da filosofia clássica, que teve em Sócrates (469– 399 a.C.), o maior expoente, considerado, mesmo hoje, o grande nome da filosofia do Ocidente.
Até a aparição de Sócrates, o pensamento racional grego estava inquieto com dois campos de indagação: de um lado, a política; de outro, o universo e a natureza.
Rompendo com a concepção mitológica, os pensadores jônicos propuseram uma explicação puramente racional do universo.
A partir de Sócrates, a filosofia passa a se ocupar mais com as questões humanas, originando o período antropológico, cuja preocupação central era o homem e o espírito no sistema do mundo.
Sócrates, filho de um escultor e de uma parteira, iniciou o cumprimento da missão que afirmou ter recebido do mundo invisível por volta de seus 40 anos. Havia aprendido a arte paterna, mas “seguiu” a profissão da mãe, procurando, com o método da maiêutica, auxiliar os “partos” do espírito. A pergunta “O que é?” constituía a base do exercício mental dos investigadores do universo e da natureza, os pré-socráticos. Sócrates transpôs essa questão para o mundo dos homens. (ABRÃO, 2004, p. 44.) Andava por Atenas, com vestes simples e rústicas, interrogando seus contemporâneos: O que é a sabedoria? O que é a verdade? O que é a justiça? O que é a virtude? Com isso, procurava levar seus interlocutores a perceber a ignorância que se ocultava nos seus supostos saberes. Então, ele empregava a maiêutica, ou arte de dar à luz, para despertar em suas mentes saberes que estavam adormecidos.
Só pratica o mal quem ignora a verdade, pensava ele. Conhecimento e virtude são forças idênticas. A mais grave das ignorâncias é a ignorância da própria ignorância. Daí seu lema: conhece-te a ti mesmo, isto é, torna-te consciente de tua ignorância.
Desde Sócrates, as questões morais não mais são tratadas como meras convenções oportunistas de cada época, mas como uma nova ciência. Surge a Ética.
Voltando-se para as causas primárias, Sócrates perguntou-se: o que é Deus? E respondeu: é a Razão Perfeita.
Platão (V a.C.), discípulo de Sócrates, e aquele que deu à filosofia sua primeira grande sistematização, compreendeu Deus como o artesão que modelou todas as coisas e seres do mundo a partir da matéria-prima do caos, tendo a Ideia do Bem por paradigma na obra universal, que é perfeita, ressalvada apenas a imperfeição da matéria-prima empregada.
Sócrates e Platão defendiam a concepção reencarnacionista, introduzida na filosofia grega por Pitágoras.
Platão propunha que o espírito é peregrino neste mundo e prisioneiro na caverna do corpo (PADOVANI, 1990, p. 115), bem como prisioneiro do senso comum, das opiniões prevalecentes e constituídas com base na ordem material. A alma não encontraria no corpo seu complemento adequado, e seu intelecto seria impedido pelos sentidos de ter a visão do mundo das ideias, uma realidade originária e invisível, da qual o mundo material é uma cópia.
Aprender (mathesis) é recordar (anámnesis), para Platão. Em Fédon, ele situa Sócrates dialogando com Cebes sobre a morte, na prisão, à espera da cicuta:
— Cebes, reputo que nada pode se opor a estas palavras e que não nos enganamos ao admiti-las. Porque é certo que há um retorno à vida,11 que os vivos nascem dos mortos, que as almas dos mortos existem, que a sorte das boas almas é melhor e das más, pior.
— Isso que estás dizendo, Sócrates, é consequência necessária de outro princípio que te ouvi expor: que nosso conhecimento é somente recordação. Se este princípio é exato, temos de ter aprendido em outro tempo as coisas de que nos recordamos. E isso não é possível se nossa alma não existir antes de receber esta forma humana. Esta é mais uma prova de que nossa alma é imortal. (PLATÃO, 2004, p. 135.)
As almas seriam classificadas em quatro categorias: aquelas que cometeram faltas inexpiáveis, destinadas à condenação eterna; as que cometeram faltas expiáveis; as que viveram conforme a justiça; e, por fim, as almas filósofas, videntes das ideias. A segunda e a terceira categorias renasceriam após mergulharem no rio Letes (palavra que significa “esquecimento”), cujas águas faziam esquecer o passado, recebendo suas penas e prêmios para realizar a sabedoria — conquistar a liberdade real —, representada pela quarta categoria, com o homem livre, para sempre, da vida temporal.
Aristóteles (IV a.C.), o criador da Lógica, necessitou admitir uma causa primeira, iniciadora do ciclo infindável das coisas, a força que pôs em movimento o universo. Se tudo tem causa, é preciso supor uma causa para o mundo, um motor incausado, imóvel, imutável e autossuficiente, na formação do cosmo.
O deus de Aristóteles não interfere no curso do mundo. Para ele, Deus estaria prisioneiro em uma eterna autocontemplação, incomunicável e alheio, absolutamente imóvel e satisfeito com isso.
Aristóteles concebia uma espécie de alma para cada ser vivente, mas só o homem, o animal político, possuiria alma racional. A alma, porém, só existiria no corpo, e não seria imortal.
Vê-se, por esse breve contraste, como foi grande e impróprio o esforço da Igreja medieval para consagrar Aristóteles como o filósofo patrono da Antiguidade e afastar as influências reencarnacionistas de Platão, que era o filósofo mais admirado entre os primeiros pais da Igreja. São Tomás de Aquino (XIII d.C.), o “Doutor Angélico”, aristotélico, foi alçado à condição de mais importante teólogo, deslocando Santo Agostinho (IV–V d.C.), platônico, para plano menor.
O pensamento mitológico do tempo de Homero concebia Destino como uma divindade terrível, que não apenas comandava a vida dos homens, como também a existência dos próprios deuses, o que ensejava um destino cego e implacável aos homens.
“Nada, certamente, é mais desventurado que o homem, entre todas as coisas que respiram e caminham na Terra”— disse Zeus em A Ilíada de Homero (1987, p. 194), a narrativa épica da Guerra de Troia.
Com o colapso da civilização micênica e a Idade das Trevas, a sensação de que os deuses abandonaram os homens projetou uma sombra ainda maior de pessimismo sobre a alma dos gregos, pessimismo desesperado (como se vê na literatura trágica de Sófocles, com o rei Édipo e Antígone), influenciando sobremaneira a concepção grega da vida, mesmo na madureza de seu desenvolvimento cultural. (PADOVANI, 1990, p. 93.)
Por razões distintas, as civilizações do Extremo Oriente Asiático e do Oriente Europeu estavam contaminadas por uma visão catastrófica da vida, e, em ambas, a questão fundamental era: qual é o remédio a este mal da existência?
Se o Bramanismo apontava a esperança do paraíso no absoluto, após a morte, e o Budismo a esperança do paraíso no nada, a mitologia grega, até o século VI a.C., oferecia o Hades, lugar de trevas e de silêncio, onde os mortos vagueariam exangues e inconscientes, invejando o último dos mortais sobre a Terra. (PADOVANI, 1990, p. 94.)
Na Odisseia, Homero relata no capítulo “Evocação dos mortos” o complicado ritual que Ulisses realiza para fazer a alma de Aquiles recuperar por instantes a razão, pois no Hades se encontrava sem entendimento, inconsciente. Tendo procurado consolar Aquiles de sua morte em idade moça, afirmando que ele fora o mais feliz dos homens, honrado por seus contemporâneos qual se fosse um deus, Aquiles respondeu ao ex-companheiro, transmitindo-lhe uma opinião melancólica sobre a “outra vida” (HOMERO, 1981, p. 109):
Ilustre Ulisses, não tentes consolar-me a respeito da morte; preferiria trabalhar, como servo da gleba, às ordens de outrem, de um homem sem patrimônio e de parcos recursos, do que reinar sobre os mortos, que já nada são!
Para um príncipe do feitio de Aquiles, viver como um servo lavrador seria a pior humilhação; preferível, contudo, a ser rei no Hades.
A opção do retorno, a reencarnação, só se introduziu na Grécia séculos mais tarde, com Pitágoras, mesmo assim sob perspectiva também trágica: sofrer e morrer de novo.
O pensamento racional não eliminou dos gregos a sensação de abandono. Entretanto, mostrou-lhes que, justamente por esse abandono, poderiam ser livres. As cidades-estados são frutos dessa liberdade física dos homens, e a filosofia é a consequência da liberdade de pensar sem a preocupação com os deuses.
A busca pela construção de uma sociedade livre e melhor para os homens (entenda-se os indivíduos do sexo masculino, gregos, com título de cidadania) e de um pensamento emancipado da mitologia e da religião originou, respectivamente, a democracia e a filosofia. A democracia almeja um sistema jurídico mais perfeito; a filosofia anseia desvendar a lei que está acima de todas as coisas, a lei universal.
Mas derrotas militares desagregaram a Grécia aos poucos, após o período áureo.
O ideal do homem, que era ser “animal político” no seio da “pólis”,12 foi, então, inviabilizado, porque o homem grego agora era súdito dos bárbaros, seus dominadores. Sem cidade livre para o grego livre, não podia haver cidadania, cuja essência é a igualdade e o bem comum. Sem cidadania, não há realização exterior e não pode haver felicidade coletiva, senão individual.
A investigação das causas primárias e das coisas gerais perde o sentido, e a filosofia se retrai. O homem ficou só, e apenas lhe restava a possibilidade da realização interior, a felicidade na intimidade. E a filosofia grega passa ao pragmatismo, questionando o que é mais eficiente para fazer o homem viver bem e ter uma vida íntima harmoniosa, ou seja, sem sofrimento.
As respostas sugeridas fizeram surgir escolas filosóficas como o Cinismo, o Ceticismo, o Epicurismo e o Estoicismo.
O Cinismo, corrente filosófica fundada por Antístenes (V–IV a.C.),13 e seguida por seu discípulo Diógenes, o Cínico (IV a.C.),14 propôs que o conhecimento é sempre incerto, inseguro, duvidoso, como a vida e as pessoas, e o melhor a fazer é se afastar do convívio dos homens e viver à margem, isolado na natureza, fora das cidades, livre das injunções sociais e vícios. Os cínicos procuravam a felicidade por meio da libertação dos desejos, do medo, da raiva e de outras emoções; da libertação do controle religioso e público, da opinião pública e da propriedade material. Tudo o que seria preciso para viver caberia num alforje; aquele que nada tem e nada quer é realmente livre. Por isso, Diógenes vivia num tonel de madeira e, quando viu, certa vez, uma criança bebendo água com as mãos, ele retirou sua caneca do alforje e a quebrou, repreendendo a si mesmo: “Como fui idiota, carregando um peso inútil todo esse tempo!”
A essência do Ceticismo também está na vulnerabilidade e na falibilidade do conhecimento. A verdade seria inacessível. Por essa razão, Pirro de Élida (IV–III a.C.), o fundador dessa corrente, recomendava a imobilidade — nenhum movimento que trouxesse preocupação em torno da verdade e da falsidade das coisas.
Epicuro (IV–III a.C.), por sua vez, sustentou que o prazer sensível é a fonte da felicidade do homem, porque nada existiria além das coisas físicas. Todavia, o autêntico prazer é inseparável da tranquilidade interior. Nenhum prazer deve ser recusado, a não ser que seus efeitos sejam danosos. Deve-se conquistar a faculdade de gozar e não permanecer na necessidade de gozar. A filosofia é que dará a justa medida entre o prazer e a conservação da paz, evitando as doenças e os sofrimentos. O homem deve se libertar das ideias de destino e de deuses. A morte significa ausência de sensações. Sem sensações não há sofrimento. “Nunca nos encontraremos com a morte, porque quando nós somos, ela não é, quando ela é nós não somos mais”. (PADOVANI, 1990, p. 153.) Epicuro chegou a venerar os deuses, não para obter-lhes o auxílio, mas para imitá-los.
A apatia, a ausência de paixão, era o ideal ético do Estoicismo, idealizado por Zenão de Cítio (III a.C.), radicalmente materialista. (PADOVANI, 1990, p. 147.) A felicidade consistiria em viver de acordo com a razão, dedicando-se à disciplina intelectual. Desviar-se das paixões, que são sempre perturbadoras da razão, liberta o homem, mesmo que ele continue socialmente escravo ou submetido. O prazer é mórbida vaidade da alma. O suicídio é justificável. Paradoxalmente, a política e a moral estoica valorizavam a igualdade entre todos os seres, inspirando o sentimento de perdão, de caridade, para os escravos, os estrangeiros e os inimigos, originando instituições voltadas para ações humanísticas junto aos pobres e enfermos.
Ao tempo de Jesus, Sêneca impulsionará em Roma uma forma de Estoicismo transfigurada, que admitirá a existência de Deus, transcendente e acima do universo. Moralizante, esse Estoicismo romano preceituará, por razões utilitárias, que o homem deveria praticar o bem, pois assim Deus o ajudaria.
Enquanto a filosofia, nesse período, abria mão dos grandes porquês, para buscar consolo individual à frustração coletiva do homem grego, o pensamento racional, dirigido para além do animal político, lançava o homem à exploração da natureza e do universo outra vez.
Assim como Atenas estava para a filosofia, Alexandria, no Egito, estava para as ciências.
Em Alexandria, Eratóstenes de Cirene (III a.C.), analisando a incidência do Sol sobre os objetos, bem como a projeção, a partir deles, de sombras com diferentes ângulos, cujos graus variavam na proporção da distância, espantosamente consegue demonstrar a esfericidade da Terra e calcular sua circunferência, com insignificante margem de erro.
Euclides (III a.C.) dedica a vida a sistematizar as descobertas matemáticas anteriores a ele, bem como suas próprias descobertas.
Arquimedes (III a.C.), um dos maiores gênios científicos de todos os tempos, traz avanços para a Matemática, a Física e a Engenharia, além de inventos fundamentais.
Herófilo e Erasístrato (III a.C.) avançam na descrição dos órgãos do corpo humano, estudando o cérebro, o nervo óptico, o sistema vascular etc.
Ptolomeu (II a.C.) elabora a teoria geocêntrica, colocando a Terra no centro do cosmo, apesar de Aristarco de Samos (III a.C.) ter defendido a teoria heliocêntrica, pela qual o centro é o Sol, e a Terra é que gira em torno dele.
Em outra vertente, no campo da ciência jurídica, Roma, embora pobre de originalidade intelectual em outras áreas, consegue desenvolver o Direito. Se a Filosofia não falava Latim, o Direito, sim.
Nessa conjuntura global, marcada por desesperanças, contradições, misérias e desilusões, por dominadores e dominados, pode-se imaginar o efeito das palavras de Jesus incendiando as almas, antes rendidas pelo sopro frio do pessimismo.
Jesus superou as concepções anteriores sobre o homem, seu papel no mundo e seu destino, reformulando a ideia de Deus e designando-o por uma forma altamente racional e, ao mesmo tempo, sensível à emoção: Pai.
O deus dos filósofos não é Deus como Jesus vê.
Paulo de Tarso compreendeu isso (COLOSSENSES, 2:8):
Tomai cuidado para que ninguém vos escravize por vãs e enganosas especulações da “filosofia”, segundo a tradição dos homens, segundo os elementos do mundo, e não segundo Cristo.
Uma das realizações mais meritórias da doutrina de Jesus foi libertar os homens do destino, refutando o fatalismo e ensinando que, livres para definir seus caminhos, os homens apenas se encontram enredados por dois determinismos: um pessoal, o das próprias obras, pois que cada um colherá aquilo mesmo que semear; outro divino, a evolução preconizada pelo “sede perfeitos”. Nem as criaturas humanas caminham a sós, nem foram abandonadas; estão sob o amparo da Providência divina.
— “Olhai as aves do céu: não semeiam, nem colhem, nem ajuntam em celeiros. E, no entanto, vosso Pai celeste as alimenta. Ora, não valeis vós mais do que elas?” (MATEUS, 6:26.)
A Providência divina é solicitude, desvelo, expressão soberana de dedicação aos seres. Sua delicadeza favorável ampara todas as criaturas.
— “Não se vendem dois pardais por um asse?15 E, no entanto, nenhum deles cai em terra sem o consentimento do vosso Pai!” (MATEUS, 10:29.)
Dois pardais. Aparentemente tão insignificantes! Dois asses. Tão baratos! Mas tudo encontra significado e valor na obra de Deus e, portanto, recebe sua atenção: nenhum deles vem ao solo sem sua aquiescência.
— “Quanto a vós, até mesmo os vossos cabelos foram todos contados!” (MATEUS, 10:30.)
Não que Deus enumere os cabelos de seus filhos. É apenas uma expressão proverbial, terna e cativante, a dizer a quem chora: aguarde, tudo está sob o cuidado de Deus, Ele vela por todas as coisas. Onipresente, está em toda parte, silenciosamente, suprindo as necessidades de suas criaturas.
E Jesus concluiu:
— “Não tenhais medo, pois valeis mais do que muitos pardais”. (MATEUS, 10:31.)
A Providência divina não é geral, é específica. Não é uma única visão sobre todas as criaturas, é uma visão única para cada criatura. Por isso, provê sem assumir as necessidades, a fim de não anular o esforço individual.
— “Pedi e vos será dado; buscai e achareis; batei e vos será aberto. Pois todo o que pede, recebe; o que busca, acha; e ao que bate, se abrirá”. (LUCAS, 11:9 e 10.)
É o princípio da lei do trabalho. Cada um está conforme suas obras, que definem o mérito e o progresso.
A Providência divina, porém, nem sempre se apresenta com a rutilância da luz.
Muitas vezes a ausência de um bem desejado é o modo do amor de Deus estar presente, ensinando a medida do necessário, ontem desrespeitada, a dizer que o supérfluo é ornamento com que a aflição se disfarça para se aproximar dos invigilantes.
Se a carência vem, o amor de Deus também, apenas assumindo outras expressões, mas sempre apoiando íntima e exteriormente o necessitado.
Aguardar sem exasperar!
— “Quem de vós, sendo pai, se o filho lhe pedir um peixe, em vez do peixe lhe dará uma serpente?” (LUCAS, 11:11.)
Jesus admitiu que seu reino ainda não é deste mundo e até salientou que a vida material tende sempre a oferecer tribulações, não para que a vida seja um vale de sombras, trágico e fatídico, mas porque a justiça reclama a reparação do delito, e a dificuldade constitui precioso estímulo para o desabrochar da virtude.
A ciência do comportamento que Jesus ensinou, se vivida, favorece uma paz predominante, mesmo na vida física, a traduzir-se muito mais profunda e bela na vida espiritual.
A ideia do reino dos céus abriu uma nova perspectiva ao além- túmulo: morrer é se transferir para um mundo que reflete o mundo que se traz por dentro.
Mas tudo é mudança; perene, só a ascensão.
Os desafios existenciais, sejam os da vida terrestre, sejam os da vida espiritual, são as estratégias pedagógicas que impulsionam o homem ao progresso, sugerindo sempre um passo acima.
Quando Allan Kardec (2013a, q. 920) questionou aos Espíritos superiores se o homem pode gozar de completa felicidade na Terra, responderam eles: “Não, porque a vida lhe foi dada como prova ou expiação. Depende dele, porém, amenizar os seus males e ser tão feliz quanto possível na Terra”.
A paz íntima é a felicidade certa e realizável na Terra, como mundo de expiações e provas.
Construir a paz no campo interior apenas requer um refúgio consciencial ampliado pela legenda do amor ao próximo, e isso só depende de cada um.
11 Nota do autor: A tradução de Jorge Paleikat e João Cruz Costa, para a coleção “Os Pensadores”, da Nova Cultural, em vez de um “retorno à vida” preferiu “reviver”.
12 N.E.: Na Grécia Antiga, a pólis (cidade-estado) era um pequeno território localizado geograficamente no ponto mais alto da região, e cujas características eram equivalentes a uma cidade.
13 N.E.: Filósofo grego, discípulo de Górgias e Sócrates. É considerado o fundador da Escola Cínica.
14 N.E.: Filósofo grego, seguidor de Antístenes, de costumes excêntricos, opôs-se às convenções e pretendeu libertar-se das obrigações sociais e das necessidades materiais.
15 N.E.: Unidade que servia de termo de comparação para as moedas, pesos e medidas de Roma; moeda romana.
Carlos Antônio Baccelli
Olhai os lírios do campo Que não fiam, nem tecem, (Mt 6:28) E se vestem melhor do que vós… Esta advertência do Divino Mestre Refere-se à nossa lealdade para com Deus Dentro de nós. Irmãos, olhai um lírio, Cujo corpo transluz E aperfeiçoemos nossa vida Para melhor servir a Jesus. |
Referências em Outras Obras
Huberto Rohden
Cuidado que não pratiqueis as vossas boas obras diante dos homens, com o fim de serdes vistos por eles. Do contrário, não tereis merecimento aos olhos de vosso Pai celeste.
Quando deres esmola, não te ponhas a tocar a trombeta, a exemplo do que fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem elogiados pela gente. Em verdade, vos digo que receberam a sua recompensa. Quando, pois, deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a direita, para que tua esmola fique às ocultas; e teu Pai, que vê o que é oculto, te há de recompensar (Mt. 6, 1-4).
CARLOS TORRES PASTORINO
Sabedoria do Evangelho - Volume 2
Categoria: Outras Obras
Capítulo: 40
CARLOS TORRES PASTORINO
MT 6:1-4
1. Prestai atenção: não façais vossas boas obras diante dos homens, para serdes vistos por eles; senão não tereis recompensa junto de vosso Pai que está nos céus.
2. Quando, pois, deres esmola, não faças tocar a trombeta diante de ti, COMO fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem honrados pelos homens; em verdade vos digo: já receberam sua recompensa.
3. Tu, porém, quando deres esmola, não saiba tua mão esquerda o que faz tua direita,
4. para que tua esmola fique no secreto, e teu Pai, que vê no secreto, te retribuirá.
Vem a seguir a orientação a respeito da modéstia, da humildade, instruindo-nos o Mestre a agir sem propaganda, sem alarde de nossos atos, mas antes, a manter ocultas as boas obras, de tal maneira que nem os mais íntimos delas tomem conhecimento: "não saiba a mão esquerda o que faz a direita" - lind íssima imagem literária, totalmente original.
Receber a recompensa é, segundo o verbo empregado (apéchousin tòn misthon autõn), ter em mãos "recibo".
Parece haver certa discordância entre este ensinamento e o dado acima (MT 5:16): "brilhe vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai celestial". Mas é bem fácil compreender-se: façam-se as boas obras sem cogitar de propaganda; por si mesmas elas brilharão.
Não é possível esconder uma luz. Silenciosamente levanta-se o sol todos os dias, sem que precise fazer autopropaganda todos os vêem. Assim devem agir os cristãos: não mostrar-se nem propalar o que fazem; mas FAZER, porque assim a luz brilhará por si mesma.
A esmola, que exprime a compaixão, deve ser sigilosamente manifestada, conhecida apenas do Pai que habita em nosso íntimo mais secreto, no coração do homem. A esmola é escolhida como exemplo típico, porque publicar um benefício prestado a alguém que esteja necessitado, é envergonhá-lo; e não temos o direito de diminuir moralmente nosso irmão.
Mais profunda é a lição para a individualidade. Tudo o que fizermos, deve ser realizado internamente, e não na personalidade, para que outras personalidades tomem conhecimento e elogiem.
De fato, o eu pequeno, vaidoso e egoísta, está sempre suspirando por aplausos e louvores, o que lhe alimenta o convencimento e o incha de vento, embora, na costumeira falsa modéstia, se recusem e neguem os elogios "com a boca"; mas o corpo emocional (animal) vibra de felicidade.
Quem vive no Espírito não busca esses aplausos que nada valem; e os elogios procurados pelo eu pequeno e vaidoso já lhe constitui a recompensa: tanto a ação, quanto seu resultado, morrem no âmbito da personalidade, não alcançando a profundidade do Espírito, e portanto não constituindo degraus para a subida.
Não resta dúvida de que, na Terra, a individualidade só pode agir através da personalidade. Mas tudo é feito com simplicidade, de modo natural e espontâneo. Nada com movimentos estudados nem calculados, para que tenham testemunhas. E o que se faz aqui, não se conta mais além numa propaganda sub-reptícia, com a costumeira introdução: "não é para se gabar, mas... ".
Todavia, não se trata apenas da parte externa. Também intimamente o ser evoluído SABE que a personalidade de per si NADA PODE, e tudo o que realiza provém do Cristo Interno, que o vivifica e sustenta, e que é a fonte inesgotável de todo o bem.
Então, tudo é feito com REAL e não com aparente modéstia.
Na última frase está a chave que explica tudo isso: que nossas ações fiquem "no SECRETO", isto é, no coração, no Espírito, na Individualidade. Depois é citada a razão, o motivo, a explicação que confirma todas as nossas afirmativas até aqui apresentadas desde o início de nossos comentários evangélicos: " o Pai que vê no secreto", fórmula que mais tarde (MT 6:6 e MT 6:18) é dita mais explicitamente: "o Pai que ESTÁ no secreto".
Ora, é exatamente isto que vimos dizendo desde o inicio: o Pai reside no secreto de nossos corações, está DENTRO DE NÓS, dentro de todos, dentro de tudo, como muito bem o compreendeu Paulo (cfr.
EF 4:6 e I cor. 15:28). A Centelha divina, o Cristo interno, o Pai (Verbo), que se tornou Filho, tem Sua partícula dentro de nós, e é a Fonte Inesgotável da Vida, da Harmonia, da Beleza e do Amor: o PAI ESTÁ NO SECRETO, e por isso vê tudo e sabe de tudo, "sabe o de que necessitamos antes de Lho pedirmos", e por isso, quando oramos, devemos "entrar em nosso quarto", isto é, em nosso secreto, em nosso coração, onde está o Pai, e aí conversar com Ele.
A humanidade até hoje, ainda não encontrou o caminho para Deus, porque o busca fora de si, num céu geográfico distante, ao invés de seguir o rumo certo, procurando-O dentro de si, "no secreto", onde Ele realmente se encontra em Sua totalidade metafísica, como o ensinou o próprio Jesus com uma clareza irretorquível.
Devemos, então, orar "ao Pai que ESTÁ no secreto"; não "no céu", mas NOS CÉUS, isto é, em nosso âmago. A oração não deve ser proferida com os olhos levantados para o alto, mas ao contrário, recolhidos e baixados para o coração, donde nos provém a Vida, que é Deus.
Quando compreendemos esse segredo, revelado há mais de dois mil anos por Jesus - a criatura que revelou em Si mesma, mais amplamente a Divindade - chegaremos à Paz Espiritual completa. Porque TODOS temos em nós o CRISTO, na mesma proporção em que O tinha Jesus. Reside a diferença em que nós, ao redor da Centelha Crítica, temos uma carapaça de barro, de lama endurecida, que no-Lo não deixa sentir; ao passo que Jesus, tendo aniquilado totalmente pela humildade a Sua personalidade, adelgaçou o barro e o queimou, transformando-o em cristal puríssimo, através de cuja transpar ência a humanidade VIU Deus Nele.
Realmente Jesus manifesta Deus em Si plenamente, e por isso com razão é confundido com o próprio Deus. Mas também nós podemos chegar ao mesmo grau e, mais ainda, DEVEMOS CHEGAR TODOS à evolução de Jesus, conforme escreveu Paulo (EF 4:32): "Até que TODOS à cheguemos ao estado de Homem Perfeito (individualidade), à medida da estatura (da evolução) de Cristo".
Sabedoria do Evangelho - Volume 4
Categoria: Outras Obras
Capítulo: 13
CARLOS TORRES PASTORINO
MT 16:24-28
24. Jesus disse então o seus discípulos: "Se alguém quer vir após mim, neguese a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.
25. Porque aquele que quiser preservar sua alma. a perderá; e quem perder sua alma por minha causa, a achará.
26. Pois que aproveitará ao homem se ganhar o mundo inteiro e perder sua alma? Ou que dará o homem em troca de sua alma?
27. Porque o Filho do Homem há de vir na glória de seu Pai, com seus mensageiros, e então retribuirá a cada um segundo seu comportamento.
28. Em verdade vos digo, que alguns dos aqui presentes absolutamente experimentarão a morte até que o Filho do Homem venha em seu reino. MC 8:34-38 e MC 9:1
34. E chamando a si a multidão, junto com seus discípulos disse-lhes: "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.
35. Porque quem quiser preservar sua alma, a perderá; e quem perder sua alma por amor de mim e da Boa-Nova, a preservará.
36. Pois que adianta a um homem ganhar o mundo inteiro e perder sua alma?
37. E que daria um homem em troca de sua alma?
38. Porque se alguém nesta geração adúltera e errada se envergonhar de mim e de minhas doutrinas, também dele se envergonhará o Filho do Homem, quando vier na glória de seu Pai com seus santos mensageiros". 9:1 E disse-lhes: "Em verdade em verdade vos digo que há alguns dos aqui presentes, os quais absolutamente experimentarão a morte, até que vejam o reino de Deus já chegado em força".
LC 9:23-27
23. Dizia, então, a todos: "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia sua cruz e siga-me.
24. Pois quem quiser preservar sua alma, a perderá; mas quem perder sua alma por amor de mim, esse a preservará.
25. De fato, que aproveita a um homem se ganhar o mundo inteiro, mas arruinar-se ou causar dano a si mesmo?
26. Porque aquele que se envergonhar de mim e de minhas doutrinas, dele se envergonhará o Filho do Homem, quando vier na sua glória, na do Pai e na dos santos mensageiros.
27. Mas eu vos digo verdadeiramente, há alguns dos aqui presentes que não experimentarão a morte até que tenham visto o reino de Deus.
Depois do episódio narrado no último capítulo, novamente Jesus apresenta uma lição teórica, embora bem mais curta que as do Evangelho de João.
Segundo Mateus, a conversa foi mantida com Seus discípulos. Marcos, entretanto, revela que Jesu "chamou a multidão" para ouvi-la, como que salientando que a aula era "para todos"; palavras, aliás, textuais em Lucas.
Achava-se a comitiva no território não-israelita ("pagão") de Cesareia de Filipe, e certamente os moradores locais haviam observado aqueles homens e mulheres que perambulavam em grupo homogêneo.
Natural que ficassem curiosos, a "espiar" por perto. A esses, Jesus convida que se aproximem para ouvir os ensinamentos e as exigências impostas a todos os que ambicionavam o DISCIPULATO, o grau mais elevado dos três citados pelo Mestre: justos (bons), profetas (médiuns) e discípulos (ver vol. 3).
As exigências são apenas três, bem distintas entre si, e citadas em sequência gradativa da menor à maior. Observamos que nenhuma delas se prende a saber, nem a dizer, nem a crer, nem a fazer, mas todas se baseiam em SER. O que vale é a evolução interna, sem necessidade de exteriorizações, nem de confissões, nem de ritos.
No entanto, é bem frisada a vontade livre: "se alguém quiser"; ninguém é obrigado; a espontaneidade deve ser absoluta, sem qualquer coação física nem moral. Analisemos.
Vimos, no episódio anterior, o Mestre ordenar a Pedro que "se colocasse atrás Dele". Agora esclarece: " se alguém QUER ser SEU discípulo, siga atrás Dele". E se tem vontade firme e inabalável, se o QUER, realize estas três condições:
1. ª - negue-se a si mesmo (Lc. arnésasthô; Mat. e Mr. aparnésasthô eautón).
2. ª - tome (carregue) sua cruz (Lc. "cada dia": arátô tòn stáurou autoú kath"hêméran);
3. ª - e siga-me (akoloutheítô moi).
Se excetuarmos a negação de si mesmo, já ouvíramos essas palavras em MT 10:38 (vol. 3).
O verbo "negar-se" ou "renunciar-se" (aparnéomai) é empregado por Isaías (Isaías 31:7) para descrever o gesto dos israelitas infiéis que, esclarecidos pela derrota dos assírios, rejeitaram ou negaram ou renunciaram a seus ídolos. E essa é a atitude pedida pelo Mestre aos que QUEREM ser Seus discípulos: rejeitar o ídolo de carne que é o próprio corpo físico, com sua sequela de sensações, emoções e intelectualismo, o que tudo constitui a personagem transitória a pervagar alguns segundos na crosta do planeta.
Quanto ao "carregar a própria cruz", já vimos (vol. 3), o que significava. E os habitantes da Palestina deviam estar habituados a assistir à cena degradante que se vinha repetindo desde o domínio romano, com muita frequência. Para só nos reportarmos a Flávio Josefo, ele cita-nos quatro casos em que as crucificações foram em massa: Varus que fez crucificar 2. 000 judeus, por ocasião da morte, em 4 A. C., de Herodes o Grande (Ant. Jud. 17. 10-4-10); Quadratus, que mandou crucificar todos os judeus que se haviam rebelado (48-52 A. D.) e que tinham sido aprisionados por Cumarus (Bell. Jud. 2. 12. 6); em 66 A. D. até personagens ilustres foram crucificadas por Gessius Florus (Bell. Jud. 2. 14. 9); e Tito que, no assédio de Jerusalém, fez crucificar todos os prisioneiros, tantos que não havia mais nem madeira para as cruzes, nem lugar para plantá-las (Bell. Jud. 5. 11. 1). Por aí se calcula quantos milhares de crucificações foram feitas antes; e o espetáculo do condenado que carregava às costas o instrumento do próprio suplício era corriqueiro. Não se tratava, portanto, de uma comparação vazia de sentido, embora constituindo uma metáfora. E que o era, Lucas encarrega-se de esclarecê-lo, ao acrescentar "carregue cada dia a própria cruz". Vemos a exigência da estrada de sacrifícios heroicamente suportados na luta do dia a dia, contra os próprios pendores ruins e vícios.
A terceira condição, "segui-Lo", revela-nos a chave final ao discipulato de tal Mestre, que não alicia discípulos prometendo-lhes facilidades nem privilégios: ao contrário. Não basta estudar-Lhe a doutrina, aprofundar-Lhe a teologia, decorar-Lhe as palavras, pregar-Lhe os ensinamentos: é mister SEGUILO, acompanhando-O passo a passo, colocando os pés nas pegadas sangrentas que o Rabi foi deixando ao caminhar pelas ásperas veredas de Sua peregrinação terrena. Ele é nosso exemplo e também nosso modelo vivo, para ser seguido até o topo do calvário.
Aqui chegamos a compreender a significação plena da frase dirigida a Pedro: "ainda és meu adversário (porque caminhas na direção oposta a mim, e tentas impedir-me a senda dolorosa e sacrificial): vai para trás de mim e segue-me; se queres ser meu discípulo, terás que renunciar a ti mesmo (não mais pensando nas coisas humanas); que carregar também tua cruz sem que me percas de vista na dura, laboriosa e dorida ascensão ao Reino". Mas isto, "se o QUERES" ... Valerá a pena trilhar esse áspero caminho cheio de pedras e espinheiros?
O versículo seguinte (repetição, com pequena variante de MT 10:39; cfr. vol. 3) responde a essa pergunta.
As palavras dessa lição são praticamente idênticas nos três sinópticos, demonstrando a impress ão que devem ter causado nos discípulos.
Sim, porque quem quiser preservar sua alma (hós eán thélei tên psychên autòn sõsai) a perderá (apolêsei autên). Ainda aqui encontramos o verbo sôzô, cuja tradução "salvar" (veja vol. 3) dá margem a tanta ambiguidade atualmente. Neste passo, a palavra portuguesa "preservar" (conservar, resguardar) corresponde melhor ao sentido do contexto. O verbo apolesô "perder", só poderia ser dado também com a sinonímia de "arruinar" ou "degradar" (no sentido etimológico de "diminuir o grau").
E o inverso é salientado: "mas quem a perder "hós d"án apolésêi tên psychên autoú), por minha causa (héneken emoú) - e Marcos acrescenta "e da Boa Nova" (kaì toú euaggelíou) - esse a preservará (sósei autén, em Marcos e Lucas) ou a achará (heurêsei autén, em Mateus).
A seguir pergunta, como que explicando a antinomia verbal anterior: "que utilidade terá o homem se lucrar todo o mundo físico (kósmos), mas perder - isto é, não evoluir - sua alma? E qual o tesouro da Terra que poderia ser oferecido em troca (antállagma) da evolução espiritual da criatura? Não há dinheiro nem ouro que consiga fazer um mestre, riem que possa dar-se em troca de uma iniciação real.
Bens espirituais não podem ser comprados nem "trocados" por quantias materiais. A matemática possui o axioma válido também aqui: quantidades heterogêneas não podem somar-se.
O versículo seguinte apresenta variantes.
MATEUS traz a afirmação de que o Filho do Homem virá com a glória de seu Pai, em companhia de Seus Mensageiros (anjos), para retribuir a cada um segundo seus atos. Traduzimos aqui dóxa por "glória" (veja vol. 1 e vol. 3), porque é o melhor sentido dentro do contexto. E entendemos essa glória como sinônimo perfeito da "sintonia vibratória" ou a frequência da tônica do Pai (Verbo, Som). A atribui ção a cada um segundo "seus atos" (tên práxin autoú) ou talvez, bem melhor, de acordo com seu comportamento, com a "prática" da vida diária. Não são realmente os atos, sobretudo isolados (mesmo os heroicos) que atestarão a Evolução de uma criatura, mas seu comportamento constante e diuturno.
MARCOS diz que se alguém, desta geração "adúltera", isto é, que se tornou "infiel" a Deus, traindo-O por amar mais a matéria que o espírito, e "errada" na compreensão das grandes verdades, "se envergonhar" (ou seja "desafinar", não-sintonizar), também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando vier com a glória do Pai, em companhia de Seus mensageiros (anjos).
LUCAS repete as palavras de Marcos (menos a referência à Boa Nova), salientando, porém, que o Filho do Homem virá com Sua própria glória, com a glória do Pai, e com a glória dos santos mensageiros (anjos).
E finalmente o último versículo, em que só Mateus difere dos outros dois, os quais, no entanto, nos parecem mais conformes às palavras originais.
Afirma o Mestre "alguns dos aqui presentes" (eisin tines tõn hõde hestótõn), os quais não experimentar ão (literalmente: "não saborearão, ou mê geúsôntai) a morte, até que vejam o reino de Deus chegar com poder. Mateus em vez de "o reino de Deus", diz "o Filho do Homem", o que deu margem à expectativa da parusia (ver vol. 3), ainda para os indivíduos daquela geração.
Entretanto, não se trata aqui, de modo algum, de uma parusia escatológica (Paulo avisa aos tessalonicenses que não o aguardem "como se já estivesse perto"; cfr. 1. ª Tess. 2: lss), mas da descoberta e conquista do "reino de Deus DENTRO de cada um" (cfr. LC 17:21), prometido para alguns "dos ali presentes" para essa mesma encarnação.
A má interpretação provocou confusões. Os gnósticos (como Teodósio), João Crisóstomo, Teofilacto e outros - e modernamente o cardeal Billot, S. J. (cfr. "La Parousie", pág. 187), interpretam a "vinda na glória do Filho do Homem" como um prenúncio da Transfiguração; Cajetan diz ser a Ressurreição;
Godet acha que foi Pentecostes; todavia, os próprios discípulos de Jesus, contemporâneos dos fatos, não interpretaram assim, já que após a tudo terem assistido, inclusive ao Pentecostes, continuaram esperando, para aqueles próximos anos, essa vinda espetacular. Outros recuaram mais um pouco no tempo, e viram essa "vinda gloriosa" na destruição de Jerusalém, como "vingança" do Filho do Homem; isso, porém, desdiz o perdão que Ele mesmo pedira ao Pai pela ignorância de Seus algozes (D. Calmet, Knabenbauer, Schanz, Fillion, Prat, Huby, Lagrange); e outros a interpretaram como sendo a difusão do cristianismo entre os pagãos (Gregório Magno, Beda, Jansênio, Lamy).
Penetremos mais a fundo o sentido.
Na vida literária e artística, em geral, distinguimos nitidamente o "aluno" do "discípulo". Aluno é quem aprende com um professor; discípulo é quem segue a trilha antes perlustrada por um mestre. Só denominamos "discípulo" aquele que reproduz em suas obras a técnica, a "escola", o estilo, a interpretação, a vivência do mestre. Aristóteles foi aluno de Platão, mas não seu discípulo. Mas Platão, além de ter sido aluno de Sócrates, foi também seu discípulo. Essa distinção já era feita por Jesus há vinte séculos; ser Seu discípulo é segui-Lo, e não apenas "aprender" Suas lições.
Aqui podemos desdobrar os requisitos em quatro, para melhor explicação.
Primeiro: é necessário QUERER. Sem que o livre-arbítrio espontaneamente escolha e decida, não pode haver discipulato. Daí a importância que assume, no progresso espiritual, o aprendizado e o estudo, que não podem limitar-se a ouvir rápidas palavras, mas precisam ser sérios, contínuos e profundos.
Pois, na realidade, embora seja a intuição que ilumina o intelecto, se este não estiver preparado por meio do conhecimento e da compreensão, não poderá esclarecer a vontade, para que esta escolha e resolva pró ou contra.
O segundo é NEGAR-SE a si mesmo. Hoje, com a distinção que conhecemos entre o Espírito (individualidade) e a personagem terrena transitória (personalidade), a frase mais compreensível será: "negar a personagem", ou seja, renunciar aos desejos terrenos, conforme ensinou Sidarta Gotama, o Buddha.
Cientificamente poderíamos dizer: superar ou abafar a consciência atual, para deixar que prevaleça a super-consciência.
Essa linguagem, entretanto, seria incompreensível àquela época. Todavia, as palavras proferidas pelo Mestre são de meridiana clareza: "renunciar a si mesmo". Observando-se que, pelo atraso da humanidade, se acredita que o verdadeiro eu é a personagem, e que a consciência atual é a única, negar essa personagem e essa consciência exprime, no fundo, negar-se "a si mesmo". Diz, portanto, o Mestre: " esse eu, que vocês julgam ser o verdadeiro eu, precisa ser negado". Nada mais esclarece, já que não teria sido entendido pela humanidade de então. No entanto, aqueles que seguissem fielmente Sua lição, negando seu eu pequeno e transitório, descobririam, por si mesmos, automaticamente, em pouco tempo, o outro Eu, o verdadeiro, coisa que de fato ocorreu com muitos cristãos.
Talvez no início possa parecer, ao experimentado: desavisado, que esse Eu verdadeiro seja algo "externo".
Mas quando, por meio da evolução, for atingido o "Encontro Místico", e o Cristo Interno assumir a supremacia e o comando, ele verificará que esse Divino Amigo não é um TU desconhecido, mas antes constitui o EU REAL. Além disso, o Mestre não se satisfez com a explanação teórica verbal: exemplificou, negando o eu personalístico de "Jesus", até deixá-lo ser perseguido, preso, caluniado, torturado e assassinado. Que Lhe importava o eu pequeno? O Cristo era o verdadeiro Eu Profundo de Jesus (como de todos nós) e o Cristo, com a renúncia e negação do eu de Jesus, pode expandir-se e assumir totalmente o comando da personagem humana de Jesus, sendo, às vezes, difícil distinguir quando falava e agia "Jesus" e quando agia e falava "o Cristo". Por isso em vez de Jesus, temos nele O CRISTO, e a história o reconhece como "Jesus", O CRISTO", considerando-o como homem (Jesus) e Deus (Cristo).
Essa anulação do eu pequeno fez que a própria personagem fosse glorificada pela humildade, e o nome humano negado totalmente se elevasse acima de tudo, de tal forma que "ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na Terra e debaixo da terra" (Filp. 2:10).
Tudo isso provocou intermináveis discussões durante séculos, por parte dos que não conseguiram penetrar a realidade dos acontecimentos, caracterizados, então, de "mistério": são duas naturezas ou uma? Como se realizou a união hipostática? Teria a Divindade absorvido a humanidade?
Por que será que uma coisa tão clara terá ficado incompreendida por tantos luminares que trataram deste assunto? O Eu Profundo de todas as criaturas é o Deus Interno, que se manifestará em cada um exatamente na proporção em que este renunciar ao eu pequeno (personagem), para deixar campo livre à expressão do Cristo Interno Divino. Todos somos deuses (cfr. Salmo 81:6 e JO 10:34) se negarmos totalmente nosso eu pequeno (personagem humana), deixando livre expansão à manifestação do Cristo que em todos habita. Isso fez Jesus. Se a negação for absoluta e completa, poderemos dizer com Paulo que, nessa criatura, "habita a plenitude da Divindade" (CL 2:9). E a todos os que o fizerem, ser-lhes-á exaltado o nome acima de toda criação" (cfr. Filp. 2:5-11).
Quando isto tiver sido conseguido, a criatura "tomará sua cruz cada dia" (cada vez que ela se apresentar) e a sustentará galhardamente - quase diríamos triunfalmente - pois não mais será ela fonte de abatimentos e desânimos, mas constituirá o sofrimento-por-amor, a dor-alegria, já que é a "porta estreita" (MT 7:14) que conduzirá à felicidade total e infindável (cfr. Pietro Ubaldi, "Grande Síntese, cap. 81).
No entanto, dado o estágio atual da humanidade, a cruz que temos que carregar ainda é uma preparação para o "negar-se". São as dores físicas, as incompreensões morais, as torturas do resgate de carmas negativos mais ou menos pesados, em vista do emaranhado de situações aflitivas, das "montanhas" de dificuldades que se erguem, atravancando nossos caminhos, do sem-número de moléstias e percalços, do cortejo de calúnias e martírios inomináveis e inenarráveis.
Tudo terá que ser suportado - em qualquer plano - sem malsinar a sorte, sem desesperos, sem angústias, sem desfalecimentos nem revoltas, mas com aceitação plena e resignação ativa, e até com alegria no coração, com a mais sólida, viva e inabalável confiança no Cristo-que-é-nosso-Eu, no Deus-
Imanente, na Força-Universal-Inteligente e Boa, que nos vivifica e prepara, de dentro de nosso âmago mais profundo, a nossa ascensão real, até atingirmos TODOS, a "plena evolução crística" (EF 4:13).
A quarta condição do discipulato é também clara, não permitindo ambiguidade: SEGUI-LO. Observese a palavra escolhida com precisão. Poderia ter sido dito "imitá-Lo". Seria muito mais fraco. A imitação pode ser apenas parcial ou, pior ainda, ser simples macaqueação externa (usar cabelos compridos, barbas respeitáveis, vestes talares, gestos estudados), sem nenhuma ressonância interna.
Não. Não é imitá-Lo apenas, é SEGUI-LO. Segui-Lo passo a passo pela estrada evolutiva até atingir a meta final, o ápice, tal como Ele o FEZ: sem recuos, sem paradas, sem demoras pelo caminho, sem descanso, sem distrações, sem concessões, mas marchando direto ao alvo.
SEGUI-LO no AMOR, na DEDICAÇÃO, no SERVIÇO, no AUTO-SACRIFÍCIO, na HUMILDADE, na RENÚNCIA, para que de nós se possa afirmar como Dele foi feito: "fez bem todas as coisas" (MC 7. 37) e: "passou pela Terra fazendo o bem e curando" (AT 10:38).
Como Mestre de boa didática, não apresenta exigências sem dar as razões. Os versículos seguintes satisfazem a essa condição.
Aqui, como sempre, são empregados os termos filosóficos com absoluta precisão vocabular (elegantia), não deixando margem a qualquer dúvida. A palavra usada é psychê, e não pneuma; é alma e nã "espírito" (em adendo a este capítulo daremos a "constituição do homem" segundo o Novo Testamento).
A alma (psychê) é a personagem humana em seu conjunto de intelecto-emoções, excluído o corpo denso e as sensações do duplo etérico. Daí a definição da resposta 134 do "Livro dos Espíritos": "alma é o espírito encarnado", isto é, a personagem humana que habita no corpo denso.
Aí está, pois, a chave para a interpretação do "negue-se a si mesmo": esse eu, a alma, é a personagem que precisa ser negada, porque, quem não quiser fazê-lo, quem pretender preservar esse eu, essa alma, vai acabar perdendo-a, já que, ao desencarnar, estará com "as mãos vazias". Mas aquele que por causa do Cristo Interno - renunciar e perder essa personagem transitória, esse a encontrará melhorada (Mateus), esse a preservará da ruína (Marcos e Lucas).
E prossegue: que adiantará acumular todas as riquezas materiais do mundo, se a personalidade vai cair no vazio? Nada de material pode ser-lhe comparado. No entanto, se for negada, será exaltada sobre todas as coisas (cfr. o texto acima citado, Filp. 2:5-11).
Todas e qualquer evolução do Espírito é feita exclusivamente durante seu mergulho na carne (veja atrás). Só através das personagens humanas haverá ascensão espiritual, por meio do "ajustamento sintônico". Então, necessidade absoluta de consegui-lo, não "se envergonhando", isto é, não desafinando da tônica do Pai (Som) que tudo cria, governa e mantém. Enfrentar o mundo sem receio, sem" respeitos humanos", e saber recusá-lo também, para poder obter o Encontro Místico com o Cristo Interno. Se a criatura "se envergonha" e se retrai, (não sintoniza) não é possível conseguir o Contato Divino, e o Filho do Homem também a evitará ("se envergonhará" dessa criatura). Só poderá haver a" descida da graça" ou a unificação com o Cristo, "na glória (tônica) do Pai (Som-Verbo), na glória (tônica) do próprio Cristo (Eu Interno), na glória de todos os santos mensageiros", se houver a coragem inquebrantável de romper com tudo o que é material e terreno, apagando as sensações, liquidando as emoções, calando o intelecto, suplantando o próprio "espírito" encarnado, isto é, PERDENDO SUA ALMA: só então "a achará", unificada que estará com o Cristo, Nele mergulhada (batismo), "como a gota no oceano" (Bahá"u"lláh). Realmente, a gota se perde no oceano mas, inegavelmente, ao deixar de ser gota microscópica, ela se infinitiva e se eterniza tornando-se oceano...
Em Mateus é-nos dado outro aviso: ao entrar em contato com a criatura, esta "receberá de acordo com seu comportamento" (pláxin). De modo geral lemos nas traduções correntes "de acordo com suas obras". Mas isso daria muito fortemente a ideia de que o importante seria o que o homem FAZ, quando, na realidade, o que importa é o que o homem É: e a palavra comportamento exprime-o melhor que obras; ora, a palavra do original práxis tem um e outro sentido.
Evidentemente, cada ser só poderá receber de acordo com sua capacidade, embora todos devam ser cheios, replenos, com "medida sacudida e recalcada" (cfr. Lc. 5:38).
Mas há diferença de capacidade entre o cálice, o copo, a garrafa, o litro, o barril, o tonel... De acordo com a própria capacidade, com o nível evolutivo, com o comportamento de cada um, ser-lhe-á dado em abundância, além de toda medida. Figuremos uma corrente imensa, que jorra permanentemente luz e força, energia e calor. O convite é-nos feito para aproximar-nos e recolher quanto quisermos.
Acontece, porém, que cada um só recolherá conforme o tamanho do vasilhame que levar consigo.
Assim o Cristo Imanente e o Verbo Criador e Conservador SE DERRAMAM infinitamente. Mas nós, criaturas finitas, só recolheremos segundo nosso comportamento, segundo a medida de nossa capacidade.
Não há fórmulas mágicas, não há segredos iniciáticos, não peregrinações nem bênçãos de "mestres", não há sacramentos nem sacramentais, que adiantem neste terreno. Poderão, quando muito, servir como incentivo, como animação a progredir, mas por si, nada resolvem, já que não agem ex ópere operantis nem ex opere operatus, mas sim ex opere recipientis: a quantidade de recebimento estará de acordo com a capacidade de quem recebe, não com a grandeza de quem dá, nem com o ato de doação.
E pode obter-se o cálculo de capacidade de cada um, isto é, o degrau evolutivo em que se encontra no discipulato de Cristo, segundo as várias estimativas das condições exigidas:
a) - pela profundidade e sinceridade na renúncia ao eu personalístico, quando tudo é feito sem cogitar de firmar o próprio nome, sem atribuir qualquer êxito ao próprio merecimento (não com palavras, mas interiormente), colaborando com todos os "concorrentes", que estejam em idêntica senda evolutiva, embora nos contrariem as ideias pessoais, mas desde que sigam os ensinos de Cristo;
b) - pela resignação sem queixas, numa aceitação ativa, de todas as cruzes, que exprimam atos e palavras contra nós, maledicências e calúnias, sem respostas nem defesas, nem claras nem veladas (já nem queremos acenar à contra-ataques e vinganças).
c) - pelo acompanhar silencioso dos passos espirituais no caminho do auto-sacrifício por amor aos outros, pela dedicação integral e sem condições; no caminho da humildade real, sem convencimentos nem exterioridades; no caminho do serviço, sem exigências nem distinções; no caminho do amor, sem preferências nem limitações. O grau dessas qualidades, todas juntas, dará uma ideia do grau evolutivo da criatura.
Assim entendemos essas condições: ou tudo, à perfeição; ou pouco a pouco, conquistando uma de cada vez. Mas parado, ninguém ficará. Se não quiser ir espontaneamente, a dor o aguilhoará, empurrandoo para a frente de qualquer forma.
No entanto, uma promessa relativa à possibilidade desse caminho é feita claramente: "alguns dos que aqui estão presentes não experimentarão a morte até conseguirem isso". A promessa tanto vale para aquelas personagens de lá, naquela vida física, quanto para os Espíritos ali presentes, garantindo-selhes que não sofreriam queda espiritual (morte), mas que ascenderiam em linha reta, até atingir a meta final: o Encontro Sublime, na União mística absoluta e total.
Interessante a anotação de Marcos quando acrescenta: O "reino de Deus chegado em poder". Durante séculos se pensou no poder externo, a espetacularidade. Mas a palavra "en dynámei" expressa muito mais a força interna, o "dinamismo" do Espírito, a potencialidade crística a dinamizar a criatura em todos os planos.
O HOMEM NO NOVO TESTAMENTO
O Novo Testamento estabelece, com bastante clareza, a constituição DO HOMEM, dividindo o ser encarnado em seus vários planos vibratórios, concordando com toda a tradição iniciática da Índia e Tibet, da China, da Caldeia e Pérsia, do Egito e da Grécia. Embora não encontremos o assunto didaticamente esquematizado em seus elementos, o sentido filosófico transparece nítido dos vários termos e expressões empregados, ao serem nomeadas as partes constituintes do ser humano, ou seja, os vários níveis em que pode tornar-se consciente.
Algumas das palavras são acolhidas do vocabulário filosófico grego (ainda que, por vezes, com pequenas variações de sentido); outras são trazidas da tradição rabínica e talmúdica, do centro iniciático que era a Palestina, e que já entrevemos usadas no Antigo Testamento, sobretudo em suas obras mais recentes.
A CONCEPÇÃO DA DIVINDADE
Já vimos (vol, 1 e vol. 3 e seguintes), que DEUS, (ho théos) é apresentado, no Novo Testamento, como o ESPÍRITO SANTO (tò pneuma tò hágion), o qual se manifesta através do Pai (patêr) ou Lógos (Som Criador, Verbo), e do Filho Unigênito (ho hyiós monogenês), que é o Cristo Cósmico.
DEUS NO HOMEM
Antes de entrar na descrição da concepção do homem, no Novo Testamento, gostaríamos de deixar tem claro nosso pensamento a respeito da LOCALIZAÇÃO da Centelha Divina ou Mônada NO CORA ÇÃO, expressão que usaremos com frequência.
A Centelha (Partícula ou Mônada) é CONSIDERADA por nós como tal; mas, na realidade, ela não se separa do TODO (cfr. vol. 1); logo, ESTÁ NO TODO, e portanto É O TODO (cfr. JO 1:1).
O "TODO" está TODO em TODAS AS COISAS e em cada átomo de cada coisa (cfr. Agostinho, De Trin. 6, 6 e Tomás de Aquino, Summa Theologica, I, q. 8, art. 2, ad 3um; veja vol. 3, pág. 145).
Entretanto, os seres e as coisas acham-se limitados pela forma, pelo espaço, pelo tempo e pela massa; e por isso afirmamos que em cada ser há uma "centelha" ou "partícula" do TODO. No entanto, sendo o TODO infinito, não tem extensão; sendo eterno, é atemporal; sendo indivisível, não tem dimensão; sendo O ESPÍRITO, não tem volume; então, consequentemente, não pode repartir-se em centelhas nem em partículas, mas é, concomitantemente, TUDO EM TODAS AS COISAS (cfr. l. ª Cor. 12:6).
Concluindo: quando falamos em "Centelha Divina" e quando afirmamos que ela está localizada no coração, estamos usando expressões didáticas, para melhor compreensão do pensamento, dificílimo (quase impossível) de traduzir-se em palavras.
De fato, porém, a Divindade está TODA em cada célula do corpo, como em cada um dos átomos de todos os planos espirituais, astrais, físicos ou quaisquer outros que existam. Em nossos corpos físicos e astral, o coração é o órgão preparado para servir de ponto de contato com as vibrações divinas, através, no físico, do nó de Kait-Flake e His; então, didaticamente, dizemos que "o coração é a sede da Centelha Divina".
A CONCEPÇÃO DO HOMEM
O ser humano (ánthrôpos) é considerado como integrado por dois planos principais: a INDIVIDUALIDADE (pneuma) e a PERSONAGEM ou PERSONALIDADE; esta subdivide-se em dois: ALMA (psychê) e CORPO (sôma).
Mas, à semelhança da Divindade (cfr. GN 1:27), o Espírito humano (individualidade ou pneuma) possui tríplice manifestação: l. ª - a CENTELHA DIVINA, ou Cristo, partícula do pneuma hágion; essa centelha que é a fonte de todo o Espirito, está localizada e representada quase sempre por kardia (coração), a parte mais íntima e invisível, o âmago, o Eu Interno e Profundo, centro vital do homem;
2. ª - a MENTE ESPIRITUAL, parte integrante e inseparável da própria Centelha Divina. A Mente, em sua função criadora, é expressa por noús, e está também sediada no coração, sendo a emissora de pensamentos e intuições: a voz silenciosa da super-consciência;
3. ª - O ESPÍRITO, ou "individualização do Pensamento Universal". O "Espírito" propriamente dito, o pneuma, surge "simples e ignorante" (sem saber), e percorre toda a gama evolutiva através dos milênios, desde os mais remotos planos no Antissistema, até os mais elevados píncaros do Sistema (Pietro Ubaldi); no entanto, só recebe a designação de pneuma (Espírito) quando atinge o estágio hominal.
Esses três aspectos constituem, englobamente, na "Grande Síntese" de Pietro Ubaldi, o "ALPHA", o" espírito".
Realmente verificamos que, de acordo com GN 1:27, há correspondência perfeita nessa tríplice manifesta ção do homem com a de Deus: A - ao pneuma hágion (Espírito Santo) correspondente a invisível Centelha, habitante de kardía (coração), ponto de partida da existência;
B - ao patêr (Pai Criador, Verbo, Som Incriado), que é a Mente Divina, corresponde noús (a mente espiritual) que gera os pensamentos e cria a individualização de um ser;
C - Ao Filho Unigênito (Cristo Cósmico) corresponde o Espírito humano, ou Espírito Individualizado, filho da Partícula divina, (a qual constitui a essência ou EU PROFUNDO do homem); a individualidade é o EU que percorre toda a escala evolutiva, um Eu permanente através de todas as encarnações, que possui um NOME "escrito no livro da Vida", e que terminará UNIFICANDO-SE com o EU PROFUNDO ou Centelha Divina, novamente mergulhando no TODO. (Não cabe, aqui, discutir se nessa unificação esse EU perde a individualidade ou a conserva: isso é coisa que está tão infinitamente distante de nós no futuro, que se torna impossível perceber o que acontecerá).
No entanto, assim como Pneuma-Hágion, Patêr e Hyiós (Espírito-Santo, Pai e Filho) são apenas trê "aspectos" de UM SÓ SER INDIVISÍVEL, assim também Cristo-kardía, noús e pneuma (CristoSABEDORIA DO EVANGELHO coração, mente espiritual e Espírito) são somente três "aspectos" de UM SÓ SER INDIVÍVEL, de uma criatura humana.
ENCARNAÇÃO
Ao descer suas vibrações, a fim de poder apoiar-se na matéria, para novamente evoluir, o pneuma atinge primeiro o nível da energia (o BETA Ubaldiano), quando então a mente se "concretiza" no intelecto, se materializa no cérebro, se horizontaliza na personagem, começando sua "crucificação". Nesse ponto, o pneuma já passa a denominar-se psychê ou ALMA. Esta pode considerar-se sob dois aspectos primordiais: a diánoia (o intelecto) que é o "reflexo" da mente, e a psychê propriamente dita isto é, o CORPO ASTRAL, sede das emoções.
Num último passo em direção à matéria, na descida que lhe ajudará a posterior subida, atinge-se então o GAMA Ubaldiano, o estágio que o Novo Testamento designa com os vocábulos diábolos (adversário) e satanás (antagonista), que é o grande OPOSITOR do Espírito, porque é seu PÓLO NEGATIVO: a matéria, o Antissistema. Aí, na matéria, aparece o sôma (corpo), que também pode subdividir-se em: haima (sangue) que constitui o sistema vital ou duplo etérico e sárx (carne) que é a carapaça de células sólidas, último degrau da materialização do espírito.
COMPARAÇÃO
Vejamos se com um exemplo grosseiro nos faremos entender, não esquecendo que omnis comparatio claudicat.
Observemos o funcionamento do rádio. Há dois sistemas básicos: o transmissor (UM) e os receptores (milhares, separados uns dos outros).
Consideremos o transmissor sob três aspectos: A - a Força Potencial, capaz de transmitir;
B - a Antena Emissora, que produz as centelas;
C - a Onda Hertziana, produzida pelas centelhas.
Mal comparando, aí teríamos:
a) - o Espirito-Santo, Força e Luz dos Universos, o Potencial Infinito de Amor Concreto;
b) - o Pai, Verbo ou SOM, ação ativa de Amante, que produz a Vida
c) - o Filho, produto da ação (do Som), o Amado, ou seja, o Cristo Cósmico que permeia e impregna tudo.
Não esqueçamos que TUDO: atmosfera, matéria, seres e coisas, no raio de ação do transmissor, ficam permeados e impregnados em todos os seus átomos com as vibrações da onda hertziana, embora seja esta invisível e inaudível e insensível, com os sentidos desarmados; e que os três elementos (Força-
Antena e Onda) formam UM SÓ transmissor o Consideremos, agora, um receptor. Observaremos que a recepção é feita em três estágios:
a) - a captação da onda
b) - sua transformação
c) - sua exteriorização Na captação da onda, podemos distinguir - embora a operação seja uma só - os seguintes elementos: A - a onda hertziana, que permeia e impregna todos os átomos do aparelho receptor, mas que é captada realmente apenas pela antena;
B - o condensador variável, que estabelece a sintonia com a onda emitida pelo transmissor. Esses dois elementos constituem, de fato, C - o sistema RECEPTOR INDIVIDUAL de cada aparelho. Embora a onda hertziana seja UMA, emitida pelo transmissor, e impregne tudo (Cristo Cósmico), nós nos referimos a uma onda que entra no aparelho (Cristo Interno) e que, mesmo sendo perfeita; será recebida de acordo com a perfeição relativa da antena (coração) e do condensador variável (mente). Essa parte representaria, então, a individualidade, o EU PERFECTÍVEL (o Espírito).
Observemos, agora, o circuito interno do aparelho, sem entrar em pormenores, porque, como dissemos, a comparação é grosseira. Em linhas gerais vemos que a onda captada pelo sistema receptor propriamente dito, sofre modificações, quando passa pelo circuito retificador (que transforma a corrente alternada em contínua), e que representaria o intelecto que horizontaliza as ideias chegadas da mente), e o circuito amplificador, que aumenta a intensidade dos sinais (que seria o psiquismo ou emoções, próprias do corpo astral ou alma).
Uma vez assim modificada, a onda atinge, com suas vibrações, o alto-falante que vibra, reproduzindo os sinais que chegam do transmissor isto é, sentindo as pulsações da onda (seria o corpo vital ou duplo etérico, que nos dá as sensações); e finalmente a parte que dá sonoridade maior, ou seja, a caixa acústica ou móvel do aparelho (correspondente ao corpo físico de matéria densa).
Ora, quanto mais todos esses elementos forem perfeitos, tanto mais fiel e perfeito será a reprodução da onda original que penetrou no aparelho. E quanto menos perfeitos ou mais defeituosos os elementos, mais distorções sofrerá a onda, por vezes reproduzindo, em guinchos e roncos, uma melodia suave e delicada.
Cremos que, apesar de suas falhas naturais, esse exemplo dá a entender o funcionamento do homem, tal como conhecemos hoje, e tal como o vemos descrito em todas as doutrinas espiritualistas, inclusive
—veremos agora quiçá pela primeira vez - nos textos do Novo Testamento.
Antes das provas que traremos, o mais completas possível, vejamos um quadro sinóptico:
θεός DEUS
πνεϋµα άγιον Espírito Santo
λόγος Pai, Verbo, Som Criador
υίός - Χριστό CRISTO - Filho Unigênito
άνθρωπος HOMEM
иαρδία - Χριστ
ό CRISTO - coração (Centelha)
πνεϋµα νους mente individualidade
πνεϋµα Espírito
φυΧή διάγοια intelecto alma
φυΧή corpo astral personagem
σώµα αίµα sangue (Duplo) corpo
σάρ
ξ carne (Corpo)
A - O EMPREGO DAS PALAVRAS
Se apresentada pela primeira vez, como esta, uma teoria precisa ser amplamente documentada e comprovada, para que os estudiosos possam aprofundar o assunto, verificando sua realidade objetiva. Por isso, começaremos apresentando o emprego e a frequência dos termos supracitados, em todos os locais do Novo Testamento.
KARDÍA
Kardía expressa, desde Homero (Ilíada, 1. 225) até Platão (Timeu, 70 c) a sede das faculdades espirituais, da inteligência (ou mente) e dos sentimentos profundos e violentos (cfr. Ilíada, 21,441) podendo até, por vezes, confundir-se com as emoções (as quais, na realidade, são movimentos da psychê, e não propriamente de kardía). Jesus, porém, reiteradamente afirma que o coração é a fonte primeira em que nascem os pensamentos (diríamos a sede do Eu Profundo).
Com este último sentido, a palavra kardía aparece 112 vezes, sendo que uma vez (MT 12:40) em sentido figurado.
MT 5:8, MT 5:28; 6:21; 9:4; 11:29; 12:34 13-15(2x),19; 15:8,18,19; 18;35; 22;37; 24:48; MC 2:6, MC 2:8; 3:5;
4:15; 6;52; 7;6,19,21; 8:11; 11. 23; 12:30,33; LC 1:17, LC 1:51, LC 1:66; 2;19,35,51; 3:5; 5:22; 6:45; 8:12,15;
9:47; 10:27; 12:34; 16:15; 21:14,34; 24;25,32,38; JO 12:40(2x); 13:2; 14:1,27; 16:6,22 AT 2:26, AT 2:37, AT 2:46; AT 4:32; 5:3(2x); 7:23,39,51,54; 8;21,22; 11;23. 13:22; 14:17; 15:9; 16;14; 21:13; 28:27(2x);
RM 1:21, RM 1:24; 2:5,15,29; 5:5; 6:17; 8:27; 9:2; 10:1,6,8,9,10; 16:16; 1. ª Cor. 2:9; 4:5; 7:37; 14:25; 2. ª Cor. 1:22; 2:4; 3:2,3,15; 4:6; 5:12; 6:11; 7:3; 8:16; 9:7; GL 4:6; EF 1:18; EF 3:17; EF 4:18; EF 5:19; EF 6:5, EF 6:22;
Filp. 1:7; 4:7; CL 2:2; CL 3:15, CL 3:16, CL 3:22; CL 4:8; 1. ª Tess. 2:4,17; 3:13; 2. ª Tess. 2:17; 3:5; 1. ª Tim. 1:5; 2. ª Tim.
2:22; HB 3:8, HB 3:10, HB 3:12, HB 3:15; HB 4:7, HB 4:12; 8:10; 10:16,22; Tiago, 1:26; 3:14; 4:8; 5:5,8; 1. ª Pe. 1:22; 3:4,15; 2. ª Pe. 1:19; 2:15; 1; 1. ª JO 3;19,20(2x),21; AP 2:23; AP 17:17; AP 18:7.
NOÚS
Noús não é a "fonte", mas sim a faculdade de criar pensamentos, que é parte integrante e indivisível de kardía, onde tem sede. Já Anaxágoras (in Diógenes Laércio, livro 2. º, n. º 3) diz que noús (o Pensamento Universal Criador) é o "’princípio do movimento"; equipara, assim, noús a Lógos (Som, Palavra, Verbo): o primeiro impulsionador dos movimentos de rotação e translação da poeira cósmica, com isso dando origem aos átomos, os quais pelo sucessivo englobamento das unidades coletivas cada vez mais complexas, formaram os sistemas atômicos, moleculares e, daí subindo, os sistemas solares, gal áxicos, e os universos (cfr. vol. 3. º).
Noús é empregado 23 vezes com esse sentido: o produto de noús (mente) do pensamento (nóêma), usado 6 vezes (2. ª Cor. 2:11:3:14; 4:4; 10:5; 11:3; Filp. 4:7), e o verbo daí derivado, noeín, empregado
14 vezes (3), sendo que com absoluta clareza em João (João 12:40) quando escreve "compreender com o coração" (noêsôsin têi kardíai).
LC 24. 45; RM 1:28; RM 7:23, RM 7:25; 11:34; 12:2; 14. 5; l. ª Cor. 1. 10; 2:16:14:14,15,19; EF 4:17, EF 4:23; Filp.
4:7; CL 2:18; 2. ª Tess. 2. 2; 1. ª Tim. 6:5; 2. ª Tim. 3:8; TT 1:15;AP 13:18.
PNEUMA
Pneuma, o sopro ou Espírito, usado 354 vezes no N. T., toma diversos sentidos básicos: MT 15:17; MT 16:9, MT 16:11; 24:15; MC 7:18; MC 8:17; MC 13:14; JO 12:40; RM 1:20; EF 3:4, EF 3:20; 1. ª Tim. 1:7;
2. ª Tim. 2:7; HB 11:13
1. Pode tratar-se do ESPÍRITO, caracterizado como O SANTO, designando o Amor-Concreto, base e essência de tudo o que existe; seria o correspondente de Brahman, o Absoluto. Aparece com esse sentido, indiscutivelmente, 6 vezes (MT 12:31, MT 12:32; MC 3:29; LC 12:10; JO 4:24:1. ª Cor. 2:11).
Os outros aspectos de DEUS aparecem com as seguintes denominações:
a) - O PAI (ho patêr), quando exprime o segundo aspecto, de Criador, salientando-se a relação entre Deus e as criaturas, 223 vezes (1); mas, quando se trata do simples aspecto de Criador e Conservador da matéria, é usado 43 vezes (2) o vocábulo herdado da filosofia grega, ho lógos, ou seja, o Verbo, a Palavra que, ao proferir o Som Inaudível, movimenta a poeira cósmica, os átomos, as galáxias.
(1) MT 5:16, MT 5:45, MT 5:48; MT 6:1, MT 6:4, MT 6:6, MT 6:8,9,14,15,26,32; 7:11,21; 10:20,29,32,33; 11:25,27; 12:50; 13:43; 15:13; 16:17,27; 18:10,14,19,35; 20:23; 23:9; 24:36; 25:34:26:29,39,42,53; MC 8:25; MC 11:25, MC 11:32; MC 11:14:36; LC 2:49; LC 2:6:36;9:26;10:21,22;11:2,13;12:30,32;22:29,42;23:34,46;24:49;JO 1:14, JO 1:18; JO 1:2:16;3:35;4:21,23;5:1 7,18,19,20,21,22,23,26,36,37,43,45,46,27,32,37,40,44,45,46,57,65;8:18,19,27,28,38,41,42,49,54;10:1 5,17,18,19,25,29,30,32,35,38;11:41;12:26,27,28,49,50;13:1,3;14:2,6,7,8,9,10,11,13,16,20,21,24,26,28, 31,15:1,8,9,10,15,16,23,24,26;16:3,10,15,17,25,26,27,28,32;17:1,5,11,21,24,25; 18:11; 20:17,21;AT 1:4, AT 1:7; AT 1:2:33;Rom. 1:7;6:4;8:15;15:6;1. º Cor. 8:6; 13:2; 15:24; 2. º Cor. 1:2,3; 6:18; 11:31; Gól. 1:1,3,4; 4:6; EF 1:2, EF 1:3, EF 1:17; EF 2:18; EF 2:3:14; 4:6; 5:20; FP 1:2; FP 2:11; FP 4:20; CL 1:2, CL 1:3, CL 1:12:3:17; 1. 0 Teõs. 1:1,3; 3:11,13; 2° Tess. 1:1 2; : 2:16; 1. º Tim. 1:2; 2. º Tim. 1:2; TT 1:4; Flm. 3; HB 1:5; HB 12:9; Tiago 1:17, Tiago 1:27:3:9; 1° Pe. 1:2,3,17; 2. º Pe. 1:17, 1. º JO 1:2,3; 2:1,14,15,16, 22,23,24; 3:1; 4:14; 2. º JO 3,4,9; Jud. 9; AP 1:6; AP 2:28; AP 3:5, AP 3:21; 14:1. (2) MT 8:8; LC 7:7; JO 1:1, JO 1:14; 5:33; 8:31,37,43,51,52,55; 14:23,24; 15:20; 17:61417; 1. º Cor. 1:13; 2. º Cor. 5:19; GL 6:6; Filp. 2:6; Cor. 1:25; 3:16; 4:3; 1. º Tess. 1:6; 2. º Tess. 3:1; 2. º Tim. 2:9; Heb. : 12; 6:1; 7:28; 12:9; Tiago, 1:21,22,23; 1. ° Pe. 1:23; 2. º Pe. 3:5,7; 1. º JO 1:1,10; 2:5,7,14; AP 19:13.
b) - O FILHO UNIGÊNITO (ho hyiós monogenês), que caracteriza o CRISTO CÓSMICO, isto é, toda a criação englobadamente, que é, na realidade profunda, um dos aspectos da Divindade. Não se trata, como é claro, de panteísmo, já que a criação NÃO constitui a Divindade; mas, ao invés, há imanência (Monismo), pois a criação é UM DOS ASPECTOS, apenas, em que se transforma a Divindade. Esta, além da imanência no relativo, é transcendente como Absoluto; além da imanência no tempo, é transcendente como Eterno; além da imanência no finito, é transcendente como Infinito.
A expressão "Filho Unigênito" só é usada por João (1:14,18; 13:16,18 e 1. a JO 4:9). Em todos os demais passos é empregado o termo ho Christós, "O Ungido", ou melhor, "O Permeado pela Divindade", que pode exprimir tanto o CRISTO CÓSMICO que impregna tudo, quanto o CRISTO INTERNO, se o olhamos sob o ponto de vista da Centelha Divina no âmago da criatura.
Quando não é feita distinção nos aspectos manifestantes, o N. T. emprega o termo genérico ho theós Deus", precedido do artigo definido.
2. Além desse sentido, encontramos a palavra pneuma exprimindo o Espírito humano individualizado; essa individualização, que tem a classificação de pneuma, encontra-se a percorrer a trajetória de sua longa viagem, a construir sua própria evolução consciente, através da ascensão pelos planos vibratórios (energia e matéria) que ele anima em seu intérmino caminhar. Notemos, porém, que só recebe a denominação de pneuma (Espírito), quando atinge a individualização completa no estado hominal (cfr. A. Kardec, "Livro dos Espíritos", resp. 79: "Os Espíritos são a individualização do Princípio Inteligente, isto é, de noús).
Logicamente, portanto, podemos encontrar espíritos em muitos graus evolutivos, desde os mais ignorantes e atrasados (akátharton) e enfermos (ponêrón) até os mais evoluídos e santos (hágion).
Todas essas distinções são encontradas no N. T., sendo de notar-se que esse termo pneuma pode designar tanto o espírito encarnado quanto, ao lado de outros apelativos, o desencarnado.
Eis, na prática, o emprego da palavra pneuma no N. T. :
a) - pneuma como espírito encarnado (individualidade), 193 vezes: MT 1:18, MT 1:20; 3:11; 4:1; 5:3; 10:20; 26:41; 27:50; MC 1:8; MC 2:8; MC 8:12; MC 14:38; LC 1:47, LC 1:80; 3:16, 22; 8:55; 23:46; 24. 37, 39; JO 1:33; JO 3:5, JO 3:6(2x), 8; 4:23; 6:63; 7:39; 11:33; 13:21; 14:17, 26; 15:26; 16:13; 19-30, 20:22; AT 1:5, AT 1:8; 5:3; 32:7:59; 10:38; 11:12,16; 17:16; 18:25; 19:21; 20:22; RM 1:4, RM 1:9; 5:5; 8:2, 4, 5(2x), 6, 9(3x), 10, 11(2x),13, 14, 15(2x), 16(2x), 27; 9:1; 12:11; 14:17; 15:13, 16, 19, 30; 1° Cor. 2:4, 10(2x), 11, 12; 3:16; 5:3,4, 5; 6:11, 17, 19; 7:34, 40; 12:4, 7, 8(2x), 9(2x), 11, 13(2x); 14:2, 12, 14, 15(2x), 16:32; 15:45; 16:18; 2º Cor. 1:22; 2:13; 3:3, 6, 8, 17(2x), 18; 5:5; 6:6; 7:1, 13; 12:18; 13:13; GL 3:2, GL 3:3, GL 3:5; 4:6, 29; 5:5,16,17(2x), 18, 22, 25(2x1); 6:8(2x),18; EF 1:13, EF 1:17; 2:18, 22; 3:5, 16; 4:3, 4:23; 5:18; 6:17, 18; Philp. 1:19, 27; 2:1; 3:3; 4:23; CL 1:8; CL 2:5; 1º Tess. 1:5, 6; 4:8; 5:23; 2. º Tess. 2:13; 1. º Tim. 3:16; 4:22; 2. º Tim. 1:14; TT 3:5; HB 4:12, HB 6:4; HB 9:14; HB 10:29; HB 12:9; Tiago, 2:26:4:4; 1. º Pe. 1:2, 11, 12; 3:4, 18; 4:6,14; 1. º JO 3:24; JO 4:13; JO 5:6(2x),7; Jud. 19:20; AP 1:10; AP 4:2; AP 11:11.
b) - pneuma como espírito desencarnado:
I - evoluído ou puro, 107 vezes:
MT 3:16; MT 12:18, MT 12:28; 22:43; MC 1:10, MC 1:12; 12:36; 13. 11; LC 1:15, LC 1:16, LC 1:41, LC 1:67; 2:25, 27; 4:1, 14, 18; 10:21; 11:13; 12:12; JO 1:32; JO 3:34; AT 1:2, AT 1:16; 2:4(2x), 17, 18, 33(2x), 38; 4:8; 25, 31; 6:3, 10; 7:51, 55; 8:15, 17, 18, 19, 29, 39; 9:17, 31; 10:19, 44, 45, 47; 11:15, 24, 28; 13:2, 4, 9, 52; 15:8, 28; 16:6, 7; 19:1, 2, 6; 20:22, 28; 21:4, 11; 23:8, 9; 28:25; 1. º Cor. 12:3(2x), 10; 1. º Tess. 5:9; 2. º Tess. 2:2; 1. ° Tim. 4:1; HB 1:7, HB 1:14; 2:4; 3:7; 9:8; 10:15; 12:23; 2. º Pe. 1:21; 1. ° JO 4:1(2x), 2, 3, 6; AP 1:4; AP 2:7, AP 2:11, AP 2:17, AP 2:29; 3:1, 6, 13, 22; 4:5; 5:6; 14:13; 17:3:19. 10; 21. 10; 22:6, 17.
II - involuído ou não-purificado, 39 vezes:
MT 8:16; MT 10:1; MT 12:43, MT 12:45; MC 1:23, MC 1:27; 3:11, 30; 5:2, 8, 13; 6:7; 7:25; 9:19; LC 4:36; LC 6:18; LC 7:21; LC 8:2; LC 10:20; LC 11:24, LC 11:26; 13:11; AT 5:16; AT 8:7; AT 16:16, AT 19:12, AT 19:13, AT 19:15, AT 19:16; RM 11:8:1. ° Cor. 2:12; 2. º Cor. 11:4; EF 2:2; 1. º Pe. 3:19; 1. º JO 4:2, 6; AP 13:15; AP 16:13; AP 18:2.
c) - pneuma como "espírito" no sentido abstrato de "caráter", 7 vezes: (JO 6:63; RM 2:29; 1. ª Cor. 2:12:4:21:2. ª Cor. 4:13; GL 6:1 e GL 6:2. ª Tim. 1:7)
d) - pneuma no sentido de "sopro", 1 vez: 2. ª Tess. 2:8 Todavia, devemos acrescentar que o espírito fora da matéria recebia outros apelativo, conforme vimos (vol. 1) e que não é inútil recordar, citando os locais.
PHÁNTASMA, quando o espírito, corpo astral ou perispírito se torna visível; termo que, embora frequente entre os gregos, só aparece, no N. T., duas vezes (MT 14:26 e MC 6:49).
ÁGGELOS (Anjo), empregado 170 vezes, designa um espírito evoluído (embora nem sempre de categoria acima da humana); essa denominação específica que, no momento em que é citada, tal entidade seja de nível humano ou supra-humano - está executando uma tarefa especial, como encarrega de "dar uma mensagem", de "levar um recado" de seus superiores hierárquicos (geralmente dizendo-se "de Deus"): MT 1:20, MT 1:24; 2:9, 10, 13, 15, 19, 21; 4:6, 11; 8:26; 10:3, 7, 22; 11:10, 13; 12:7, 8, 9, 10, 11, 23; 13:39, 41, 49; 16:27; 18:10; 22:30; 24:31, 36; 25:31, 41; 26:53; 27:23; 28:2, 5; MC 1:2, MC 1:13; 8:38; 12:25; 13:27, 32; LC 1:11, LC 1:13, LC 1:18, LC 1:19, 26, 30, 34, 35, 38; 4:10, 11; 7:24, 27; 9:26, 52; 12:8; 16:22; 22:43; 24:23; JO 1:51; JO 12:29; JO 20:12 AT 5:19; AT 6:15; AT 7:30, AT 7:35, AT 7:38, AT 7:52; 12:15; 23:8, 9; RM 8:38; 1. ° Cor. 4:9; 6:3; 11:10; 13:1; 2. º Cor. 11:14; 12:7; GL 1:8; GL 3:19; GL 4:14; CL 2:18; 2. º Tess. 1:7; 1. ° Tim. 3:16; 5:21; HB 1:4, HB 1:5, HB 1:6, HB 1:7, 13; 2:2, 5, 7, 9, 16; 12:22; 13:2; Tiago 2:25; 1. º Pe. 1:4, 11; Jud. 6; AP 1:1, AP 1:20; 2:1, 8, 12, 18; 3:1, 5, 7, 9, 14; 5:2, 11; 7:1, 11; 8:2, 3, 4, 5, 6, 8, 10, 12, 13; 9:1, 11, 13, 14, 15; 10:1, 5, 7, 8, 9, 10; 11:15; 12:7, 9, 17; 14:6, 9, 10, 15, 17, 18, 19; 15:1, 6, 7, 8, 10; 16:1, 5; 17:1, 7; 18:1, 21; 19:17; 20:1; 21:9, 12, 17; 22:6, 8, 16. BEEZEBOUL, usado 7 vezes: (MT 7. 25; 12:24, 27; MC 3:22; LC 11:15, LC 11:18, LC 11:19) só nos Evangelhos, é uma designação de chefe" de falange, "cabeça" de espíritos involuído.
DAIMÔN (uma vez, em MT 8:31) ou DAIMÓNION, 55 vezes, refere-se sempre a um espírito familiar desencarnado, que ainda conserva sua personalidade humana mesmo além túmulo. Entre os gregos, esse termo designava quer o eu interno, quer o "guia". Já no N. T. essa palavra identifica sempre um espírito ainda não-esclarecido, não evoluído, preso à última encarnação terrena, cuja presença prejudica o encarnado ao qual esteja ligado; tanto assim que o termo "demoníaco" é, para Tiago, sinônimo de "personalístico", terreno, psíquico. "não é essa sabedoria que desce do alto, mas a terrena (epígeia), a personalista (psychike), a demoníaca (demoniôdês). (Tiago, 3:15)
MT 7:22; MT 9:33, MT 9:34; 12:24, 27, 28; 10:8; 11:18; 17:18; MC 1:34, MC 1:39; 3:15, 22; 6:13; 7:26, 29, 30; 9:38; 16:9, 17; LC 4:33, LC 4:35, LC 4:41; 7:33; 8:2, 27, 29, 30, 33, 35, 38; 9:1, 42, 49; 10:17; 11:14, 15, 18, 19, 20; 13:32; JO 7:2; JO 8:48, JO 8:49, JO 8:52; 10:20, 21; AT 17:18; 1. ª Cor. 10:20, 21; 1. º Tim. 4:1; Tiago 2:16; Apoc 9:20; 16:24 e 18:2.
Ao falar de desencarnados, aproveitemos para observar como era designado o fenômeno da psicofonia: I - quando se refere a uma obsessão, com o verbo daimonízesthai, que aparece 13 vezes (MT 4:24;
8:16, 28, 33; 9:32; 12:22; 15:22; Marc 1:32; 5:15, 16, 18; LC 8:36; JO 10:21, portanto, só empregado pelos evangelistas).
II - quando se refere a um espírito evoluído, encontramos as expressões:
• "cheio de um espírito (plêrês, LC 4:1; AT 6:3, AT 6:5; 7:55; 11:24 - portanto só empregado por Lucas);
• "encher-se" (pimplánai ou plêthein, LC 1:15, LC 1:41, LC 1:67; AT 2:4; AT 4:8, AT 4:31; 9:17; 13:19 - portanto, só usado por Lucas);
• "conturbar-se" (tarássein), JO 11:33 e JO 13:21).
Já deixamos bem claro (vol 1) que os termos satanás ("antagonista"), diábolos ("adversário") e peirázôn ("tentador") jamais se referem, no N. T., a espíritos desencarnados, mas expressam sempre "a matéria, e por conseguinte também a "personalidade", a personagem humana que, com seu intelecto vaidoso, se opõe, antagoniza e, como adversário natural do espírito, tenta-o (como escreveu Paulo: "a carne (matéria) luta contra o espírito e o espírito contra a carne", GL 5:17).
Esses termos aparecem: satanãs, 33 vezes (MT 4:10; MT 12:26; MT 16:23; MC 1:13; MC 3:23, MC 3:26; 4:15; 8:33; LC 10:18; LC 11:18; LC 13:16; LC 22:3; JO 13:27, JO 13:31; AT 5:3; AT 26:18; RM 16:20; 1. º Cor. 5:5; 7:5; 2. º Cor. 2:11; 11:14; 12:17; 1. ° Tess. 2:18; 2. º Tess. 2:9; 1. º Tim. 1:20; 5:15; AP 2:9, AP 2:13, AP 2:24; 3:9; 12:9; 20:2, 7); diábolos, 35 vezes (MT 4:1, MT 4:5, MT 4:8, MT 4:11; 13:39; 25:41; LC 4:2, LC 4:3, LC 4:6, LC 4:13; 8:12; JO 6:70; JO 8:44; JO 13:2; AT 10:38; AT 13:10; EF 4:27; EF 6:11; 1. º Tim. 3:6, 7, 11; 2. º Tim. 2:26; 3:3 TT 2:3; HB 2:14; Tiago, 4:7; 1. º Pe. 5:8; 1. º JO 3:8, 10; Jud. 9; AP 2:10; AP 12:9, AP 12:12; 20:2,10) e peirázôn, duas vezes (MT 4:3 e MT 4:1. ª Tess. 3:5).
DIÁNOIA
Diánoia exprime a faculdade de refletir (diá+noús), isto é, o raciocínio; é o intelecto que na matéria, reflete a mente espiritual (noús), projetando-se em "várias direções" (diá) no mesmo plano. Usado 12 vezes (MT 22:37; MC 12:30: LC 1:51; LC 10:27: EF 2:3; EF 4:18; CL 1:21; HB 8:10; HB 10:16; 1. ª Pe. 1:13; 2. ª Pe. 3:1; 1. ª JO 5:20) na forma diánoia; e na forma dianóêma (o pensamento) uma vez em LC 11:17. Como sinônimo de diánoia, encontramos, também, synesis (compreensão) 7 vezes (MC 12:33; LC 2:47; 1. ª Cor. 1:19; EF 3:4; CL 1:9 e CL 2:2; e 2. ª Tim. 2:7). Como veremos logo abaixo, diánoia é parte inerente da psychê, (alma).
PSYCHÊ
Psychê é a ALMA, isto é, o "espírito encarnado (cfr. A. Kardec, "Livro dos Espíritos", resp. 134: " alma é o espírito encarnado", resposta dada, evidentemente, por um "espírito" afeito à leitura do Novo Testamento).
A psychê era considerada pelos gregos como o atualmente chamado "corpo astral", já que era sede dos desejos e paixões, isto é, das emoções (cfr. Ésquilo, Persas, 841; Teócrito, 16:24; Xenofonte, Ciropedia, 6. 2. 28 e 33; Xen., Memoráveis de Sócrates, 1. 13:14; Píndaro, Olímpicas, 2. 125; Heródoto, 3. 14; Tucídides, 2. 40, etc.) . Mas psychê também incluía, segundo os gregos, a diánoia ou synesis, isto é, o intelecto (cfr. Heródoto, 5. 124; Sófocles, Édipo em Colona, 1207; Xenofonte, Hieron, 7. 12; Plat ão, Crátilo, 400 a).
No sentido de "espírito" (alma de mortos) foi usada por Homero (cfr. Ilíada 1. 3; 23. 65, 72, 100, 104;
Odisseia, 11. 207,213,222; 24. 14 etc.), mas esse sentido foi depressa abandonado, substituído por outros sinônimos (pnenma, eikôn, phántasma, skiá, daimôn, etc.) .
Psychê é empregado quase sempre no sentido de espírito preso à matéria (encarnado) ou seja, como sede da vida, e até como a própria vida humana, isto é, a personagem terrena (sede do intelecto e das emoções) em 92 passos: Mar. 2:20; 6:25; 10:28, 39; 11:29; 12:18; 16:25, 26; 20:28; 22:37; 26:38; MC 3:4; MC 8:35, MC 8:36, MC 8:37; 10:45; 12:30; 14:34; LC 1:46; LC 2:35; LC 6:9; LC 9:24(2x), 56; 10:27; 12:19, 20, 22, 23; 14:26; 17:33; 21:19; JO 10:11, JO 10:15, JO 10:17, JO 10:18, 24; 12:25, 27; 13:37, 38; 15:13; AT 2:27, AT 2:41, AT 2:43; 3:23; 4:32; 7:14; 14:2, 22; 15:24, 26; 20:10, 24; 27:10, 22, 37, 44; RM 2:9; RM 11:3; RM 13:1; RM 16:4; 1. º Cor. 15:45; 2. º Cor. 1:23; 12:15; EF 6:6; CL 3:23; Flp. 1:27; 2:30; 1. º Tess. 2:8; 5:23; HB 4:12; HB 6:19; HB 10:38, HB 10:39; 12:3; 13:17; Tiago 1:21; Tiago 5:20; 1. º Pe. 1:9, 22; 2:11, 25; 4:19; 2. º Pe. 2:8, 14; 1. º JO 3:16; 3. º JO 2; AP 12:11; AP 16:3; AP 18:13, AP 18:14.
Note-se, todavia, que no Apocalipse (6:9:8:9 e 20:4) o termo é aplicado aos desencarnados por morte violenta, por ainda conservarem, no além-túmulo, as características da última personagem terrena.
O adjetivo psychikós é empregado com o mesmo sentido de personalidade (l. ª Cor. 2:14; 15:44, 46; Tiago, 3:15; Jud. 19).
Os outros termos, que entre os gregos eram usados nesse sentido de "espírito desencarnado", o N. T.
não os emprega com essa interpretação, conforme pode ser verificado:
EIDOS (aparência) - LC 3:22; LC 9:29; JO 5:37; 2. ª Cor. 5:7; 1. ª Tess. 5:22.
EIDÔLON (ídolo) - AT 7:41; AT 15:20; RM 2:22; 1. ª Cor. 8:4, 7; 10:19; 12; 2; 2. ª Cor. 6:16; 1. ª Tess.
1:9; 1. ª JO 5:21; AP 9:20.
EIKÔN (imagem) - MT 22:20; MC 12:16; LC 20:24; RM 1:23; 1. ª Cor. 11:7; 15:49 (2x) ; 2. ª Cor. 3:18; 4:4; CL 1:5; CL 3:10; HB 10:11; AP 13:14; AP 14:2, AP 14:11; 15:2; 19 : 20; 20 : 4.
SKIÁ (sombra) - MT 4:16; MC 4:32; LC 1:79; AT 5:15; CL 2:17; HB 8:5; HB 10:1.
Também entre os gregos, desde Homero, havia a palavra thumós, que era tomada no sentido de alma encarnada". Teve ainda sentidos diversos, exprimindo "coração" quer como sede do intelecto, quer como sede das paixões. Fixou-se, entretanto, mais neste último sentido, e toda, as vezes que a deparamos no Novo Testamento é, parece, com o designativo "força". (Cfr. LC 4:28; AT 19:28; RM 2:8; 2. ª Cor. 12:20; GL 5:20; EF 4:31; CL 3:8; HB 11:27; AP 12:12; AP 14:8, AP 14:10, AP 14:19; 15:1, 7; 16:1, 19; 18:3 e 19:15)
SOMA
Soma exprime o corpo, geralmente o físico denso, que é subdividido em carne (sárx) e sangue (haima), ou seja, que compreende o físico denso e o duplo etérico (e aqui retificamos o que saiu publicado no vol. 1, onde dissemos que "sangue" representava o astral).
Já no N. T. encontramos uma antecipação da moderna qualificação de "corpos", atribuída aos planos ou níveis em que o homem pode tornar-se consciente. Paulo, por exemplo, emprega soma para os planos espirituais; ao distinguir os "corpos" celestes (sómata epouránia) dos "corpos" terrestres (sómata epígeia), ele emprega soma para o físico denso (em lugar de sárx), para o corpo astral (sôma psychikôn) e para o corpo espiritual (sôma pneumatikón) em 1. ª Cor. 15:40 e 44.
No N. T. soma é empregado ao todo 123 vezes, sendo 107 vezes no sentido de corpo físico-denso (material, unido ou não à psychê);
MT 5:29, MT 5:30; 6:22, 25; 10:28(2x); 26:12; 27:58, 59; MC 5:29; MC 14:8; MC 15:43; LC 11:34; LC 12:4, LC 12:22, LC 12:23; 17:37; 23:52, 55; 24:3, 23; JO 2:21; JO 19:31, JO 19:38, JO 19:40; 20:12; Aros. 9:40; RM 1:24; RM 4:19; RM 6:6, RM 6:12; 7:4, 24; 8:10, 11, 13, 23; 12:1, 4; 1. º Cor. 5:13; 6:13(2x), 20; 7:4(2x), 34; 9:27; 12:12(3x),14, 15(2x), 16 (2x), 17, 18, 19, 20, 22, 23, 24, 25; 13:3; 15:37, 38(2x) 40). 2. 0 Cor. 4:40; 5:610; 10:10; 12:2(2x); Gól. 6:17; EF 2:16; EF 5:23, EF 5:28; Ft. 3:21; CL 2:11, CL 2:23; 1. º Tess. 5:23; HB 10:5, HB 10:10, HB 10:22; 13:3, 11; Tiago 2:11, Tiago 2:26; 3:2, 3, 6; 1. º Pe. 2:24; Jud. 9; AP 18:13. Três vezes como "corpo astral" (MT 27:42; 1. ª Cor. 15:14, duas vezes); duas vezes como "corpo espiritual" (1. º Cor. 15:41); e onze vezes com sentido simbólico, referindo-se ao pão, tomado como símbolo do corpo de Cristo (MT 26:26; MC 14:22; LC 22:19; RM 12:5; 1. ª Cor. 6:15; 10:16, 17; 11:24; 12:13, 27; EF 1:23; EF 4:4, EF 4:12, EF 4:16; Filp. 1:20; CL 1:18, CL 1:22; 2:17; 3:15).
HAIMA
Haima, o sangue, exprime, como vimos, o corpo vital, isto é, a parte que dá vitalização à carne (sárx), a qual, sem o sangue, é simples cadáver.
O sangue era considerado uma entidade a parte, representando o que hoje chamamos "duplo etérico" ou "corpo vital". Baste-nos, como confirmação, recordar que o Antigo Testamento define o sangue como "a alma de toda carne" (LV 17:11-14). Suma importância, por isso, é atribuída ao derramamento de sangue, que exprime privação da "vida", e representa quer o sacrifício em resgate de erros e crimes, quer o testemunho de uma verdade.
A palavra é assim usada no N. T. :
a) - sangue de vítimas (HB 9:7, HB 9:12, HB 9:13, HB 9:18, 19, 20, 21, 22, 25; 10:4; 11:28; 13:11). Observe-se que só nessa carta há preocupação com esse aspecto;
b) - sangue de Jesus, quer literalmente (MT 27:4, MT 27:6, MT 27:24, MT 27:25; LC 22:20; JO 19:34; AT 5:28; AT 20:28; RM 5:25; RM 5:9; EF 1:7; EF 2:13; CL 1:20; HB 9:14; HB 10:19, HB 10:29; 12:24; 13:12, 20; 1. ª Pe. 1:2,19; 1. ª JO 1:7; 5:6, 8; AP 1:5; AP 5:9; AP 7:14; AP 12:11); quer simbolicamente, quando se refere ao vinho, como símbolo do sangue de Cristo (MT 26:28; MC 14:24; JO 6:53, JO 6:54, JO 6:55, JO 6:56; 1. ª Cor. 10:16; 11:25, 27).
c) - o sangue derramado como testemunho de uma verdade (MT 23:30, MT 23:35; 27:4; LC 13:1; AT 1:9; AT 18:6; AT 20:26; AT 22:20; RM 3:15; HB 12:4; AP 6:10; 14,: 20; 16:6; 17:6; 19:2, 13).
d) - ou em circunstâncias várias (MC 5:25, MC 5:29; 16:7; LC 22:44; JO 1:13; AT 2:19, AT 2:20; 15:20, 29; 17:26; 21:25; 1. ª Cor. 15:50; GL 1:16; EF 6:12; HB 2:14; AP 6:12; AP 8:7; AP 15:3, AP 15:4; 11:6).
SÁRX
Sárx é a carne, expressão do elemento mais grosseiro do homem, embora essa palavra substitua, muitas vezes, o complexo soma, ou seja, se entenda, com esse termo, ao mesmo tempo "carne" e "sangue".
Apesar de ter sido empregada simbolicamente por Jesus (JO 6:51, JO 6:52, JO 6:53, JO 6:54, 55 e 56), seu uso é mais literal em todo o resto do N. T., em 120 outros locais: MT 19:56; MT 24:22; MT 26:41; MC 10:8; MC 13:20; MC 14:38; LC 3:6; LC 24:39; JO 1:14; JO 3:6(2x); 6:63; 8:15; 17:2; AT 2:7, AT 2:26, AT 2:31; RM 1:3; RM 2:28; RM 3:20; RM 4:1; RM 6:19; RM 7:5, RM 7:18, RM 7:25; 8:3, 4(2x), 5(2x), 6, 7, 8, 9, 13(2x); 9:358; 11:14; 13:14; 1. º Cor. 1:2629; 5:5; 6:16; 7:28;10:18; 15:39(2x),50; 2. º Cor. 1:17; 4:11; 5:16; 7:1,5; 10:2,3(2x); 1:18; 12:7; GL 2:16, GL 2:20; 3:3; 4:13, 14, 23; 5:13, 16, 17, 19, 24; 6:8(2x), 12, 13; EF 2:3, EF 2:11, EF 2:14; 5:29, 30, 31; 6:5; CL 1:22, CL 1:24; 2:1, 5, 11, 13, 18, 23; 3:22, 24; 3:34; 1. º Tim. 3:6; Flm. 16; HB 5:7; HB 9:10, HB 9:13; 10:20; 12:9; Tiago 5:3; 1. º Pe. 1:24; 3;18, 21; 4:1, 2, 6; 2. º Pe. 2:10, 18; 1. º JO 2:16; 4:2; 2. º JO 7; Jud. 7, 8, 23; AP 17:16; AP 19:21.
B - TEXTOS COMPROBATÓRIOS
Respiguemos, agora, alguns trechos do N. T., a fim de comprovar nossas conclusões a respeito desta nova teoria.
Comecemos pela distinção que fazemos entre individualidade (ou Espírito) e a personagem transitória humana.
INDIVIDUALIDADE- PERSONAGEM
Encontramos essa distinção explicitamente ensinada por Paulo (l. ª Cor. 15:35-50) que classifica a individualidade entre os "corpos celestiais" (sómata epouránia), isto é, de origem espiritual; e a personagem terrena entre os "corpos terrenos" (sómata epígeia), ou seja, que têm sua origem no próprio planeta Terra, de onde tiram seus elementos constitutivos (físicos e químicos). Logo a seguir, Paulo torna mais claro seu pensamento, denominando a individualidade de "corpo espiritual" (sôma pneumatikón) e a personagem humana de "corpo psíquico" (sôma psychikón). Com absoluta nitidez, afirma que a individualidade é o "Espírito vivificante" (pneuma zoopioún), porque dá vida; e que a personagem, no plano já da energia, é a "alma que vive" (psychê zôsan), pois recebe vida do Espírito que lhe constitui a essência profunda.
Entretanto, para evitar dúvidas ou más interpretações quanto ao sentido ascensional da evolução, assevera taxativamente que o desenvolvimento começa com a personalidade (alma vivente) e só depois que esta se desenvolve, é que pode atingir-se o desabrochar da individualidade (Espírito vivificante).
Temos, pois, bem estabelecida a diferença fundamental, ensinada no N. T., entre psychê (alma) e pneuma (Espírito).
Mas há outros passos em que esses dois elementos são claramente distinguidos:
1) No Cântico de Maria (LC 1:46) sentimos a diferença nas palavras "Minha alma (psychê) engrandece o Senhor e meu Espírito (pneuma) se alegra em Deus meu Salvador".
2) Paulo (Filp. 1:27) recomenda que os cristãos tenham "um só Espírito (pneuma) e uma só alma (psychê), distinção desnecessária, se não expressassem essas palavras coisas diferentes.
3) Ainda Paulo (l. ª Tess. 5:23) faz votos que os fiéis "sejam santificados e guardados no Espírito (pneuma) na alma (psychê) e no corpo (sôma)", deixando bem estabelecida a tríade que assinalamos desde o início.
4) Mais claro ainda é o autor da Carta dos Hebreus (quer seja Paulo Apolo ou Clemente Romano), ao
. utilizar-se de uma expressão sintomática, que diz: "o Logos Divino é Vivo, Eficaz; e mais penetrante que qualquer espada, atingindo até a divisão entre o Espirito (pneuma) e a alma (psychê)" (HB 4:12); aí não há discussão: existe realmente uma divisão entre espírito e alma.
5) Comparando, ainda, a personagem (psiquismo) com a individualidade Paulo afirma que "fala não palavras aprendidas pela sabedoria humana, mas aprendidas do Espírito (divino), comparando as coisas espirituais com as espirituais"; e acrescenta, como esclarecimento e razão: "o homem psíquico (ho ánthrôpos psychikós, isto é, a personagem intelectualizada) não percebe as coisas do Espírito Divino: são tolices para ele, e não pode compreender o que é discernido espiritualmente; mas o homem espiritual (ho ánthrôpos pneumatikós, ou, seja, a individualidade) discerne tudo, embora não seja discernido por ninguém" (1. ª Cor. 2:13-15).
Portanto, não há dúvida de que o N. T. aceita os dois aspectos do "homem": a parte espiritual, a tríade superior ou individualidade (ánthrôpos pneumatikós) e a parte psíquica, o quaternário inferior ou personalidade ou personagem (ánthrôpos psychikós).
O CORPO
Penetremos, agora, numa especificação maior, observando o emprego da palavra soma (corpo), em seu complexo carne-sangue, já que, em vários passos, não só o termo sárx é usado em lugar de soma, como também o adjetivo sarkikós (ou sarkínos) se refere, como parte externa visível, a toda a personagem, ou seja, ao espírito encarnado e preso à matéria; e isto sobretudo naqueles que, por seu atraso, ainda acreditam que seu verdadeiro eu é o complexo físico, já que nem percebem sua essência espiritual.
Paulo, por exemplo, justifica-se de não escrever aos coríntios lições mais sublimes, porque não pode falar-lhes como a "espirituais" (pnenmatikoí, criaturas que, mesmo encarnadas, já vivem na individualidade), mas só como a "carnais" (sarkínoi, que vivem só na personagem). Como a crianças em Cristo (isto é, como a principiantes no processo do conhecimento crístico), dando-lhes leite a beber, não comida, pois ainda não na podem suportar; "e nem agora o posso, acrescenta ele, pois ainda sois carnais" (1. ª Cor. 3:1-2).
Dessa forma, todos os que se encontram na fase em que domina a personagem terrena são descritos por Paulo como não percebendo o Espírito: "os que são segundo a carne, pensam segundo a carne", em oposição aos "que são segundo o espírito, que pensam segundo o espírito". Logo a seguir define a "sabedoria da carne como morte, enquanto a sabedoria do Espírito é Vida e Paz" (Rom, 8:5-6).
Essa distinção também foi afirmada por Jesus, quando disse que "o espírito está pronto (no sentido de" disposto"), mas a carne é fraca" (MT 26:41; MC 14:38). Talvez por isso o autor da Carta aos Hebreus escreveu, ao lembrar-se quiçá desse episódio, que Jesus "nos dias de sua carne (quando encarnado), oferecendo preces e súplicas com grande clamor e lágrimas Àquele que podia livrá-lo da morte, foi ouvido por causa de sua devoção e, não obstante ser Filho de Deus (o mais elevado grau do adeptado, cfr. vol. 1), aprendeu a obediência por meio das coisas que sofreu" (Heb, 5:7-8).
Ora, sendo assim fraca e medrosa a personagem humana, sempre tendente para o mal como expoente típico do Antissistema, Paulo tem o cuidado de avisar que "não devemos submeter-nos aos desejos da carne", pois esta antagoniza o Espírito (isto é constitui seu adversário ou diábolos). Aconselha, então que não se faça o que ela deseja, e conforta os "que são do Espírito", assegurando-lhes que, embora vivam na personalidade, "não estão sob a lei" (GL 5:16-18). A razão é dada em outro passo: "O Senhor é Espírito: onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade" (2. ª Cor. 3:17).
Segundo o autor da Carta aos Hebreus, esta foi uma das finalidades da encarnação de Jesus: livrar a personagem humana do medo da morte. E neste trecho confirma as palavras do Mestre a Nicodemos: "o que nasce de carne é carne" (JO 3:6), esclarecendo, ao mesmo tempo, no campo da psicobiologia, (o problema da hereditariedade: dos pais, os filhos só herdam a carne e o sangue (corpo físico e duplo etérico), já que a psychê é herdeira do pneuma ("o que nasce de espírito, é espírito", João, ibidem). Escreve, então: "como os filhos têm a mesma natureza (kekoinônêken) na carne e no sangue, assim ele (Jesus) participou da carne e do sangue para que, por sua morte, destruísse o adversário (diábolos, a matéria), o qual possui o império da morte, a fim de libertá-las (as criaturas), já que durante toda a vida elas estavam sujeitas ao medo da morte" (HB 2:14).
Ainda no setor da morte, Jesus confirma, mais uma vez, a oposição corpo-alma: "não temais os que matam o corpo: temei o que pode matar a alma (psychê) e o corpo (sôma)" (MT 10:28). Note-se, mais uma vez, a precisão (elegantia) vocabular de Jesus, que não fala em pneuma, que é indestrutível, mas em psychê, ou seja, o corpo astral sujeito a estragos e até morte.
Interessante observar que alguns capítulos adiante, o mesmo evangelista (MT 27:52) usa o termo soma para designar o corpo astral ou perispírito: "e muitos corpos dos santos que dormiam, despertaram".
Refere-se ao choque terrível da desencarnação de Jesus, que foi tão violento no plano astral, que despertou os desencarnados que se encontravam adormecidos e talvez ainda presos aos seus cadáveres, na hibernação dos que desencarnam despreparados. E como era natural, ao despertarem, dirigiram-se para suas casas, tendo sido percebidos pelos videntes.
Há um texto de Paulo que nos deixa em suspenso, sem distinguirmos se ele se refere ao corpo físico (carne) ou ao psíquico (astral): "conheço um homem em Cristo (uma individualidade já cristificada) que há catorze anos - se no corpo (en sômai) não sei, se fora do corpo (ektòs sômatos) não sei: Deus
sabe foi raptado ao terceiro céu" (l. ª Cor. 12:2). É uma confissão de êxtase (ou talvez de "encontro"?), em que o próprio experimentador se declara inapto a distinguir se se tratava de um movimento puramente espiritual (fora do corpo), ou se tivera a participação do corpo psíquico (astral); nem pode verificar se todo o processo se realizou com pneuma e psychê dentro ou fora do corpo.
Entretanto, de uma coisa ele tem certeza absoluta: a parte inferior do homem, a carne e o sangue, esses não participaram do processo. Essa certeza é tão forte, que ele pode ensinar taxativamente e sem titubeios, que o físico denso e o duplo etérico não se unificam com a Centelha Divina, não "entram no reino dos céus", sendo esta uma faculdade apenas de pneuma, e, no máximo, de psychê. E ele o diz com ênfase: "isto eu vos digo, irmãos, que a carne (sárx) e o sangue (haima) NÃO PODEM possuir o reino de Deus" (l. ª Cor. 15:50). Note-se que essa afirmativa é uma negação violenta do "dogma" da ressurreição da carne.
ALMA
Num plano mais elevado, vejamos o que nos diz o N. T. a respeito da psychê e da diánoia, isto é, da alma e do intelecto a esta inerente como um de seus aspectos.
Como a carne é, na realidade dos fatos, incapaz de vontades e desejos, que provêm do intelecto, Paulo afirma que "outrora andávamos nos desejos de nossa carne", esclarecendo, porém, que fazíamos "a vontade da carne (sárx) e do intelecto (diánoia)" (EF 2:3). De fato "o afastamento e a inimizade entre Espírito e corpo surgem por meio do intelecto" (CL 1. 21).
A distinção entre intelecto (faculdade de refletir, existente na personagem) e mente (faculdade inerente ao coração, que cria os pensamentos) pode parecer sutil, mas já era feita na antiguidade, e Jerem ías escreveu que YHWH "dá suas leis ao intelecto (diánoia), mas as escreve no coração" (JR 31:33, citado certo em HB 8:10, e com os termos invertidos em HB 10:16). Aí bem se diversificam as funções: o intelecto recebe a dádiva, refletindo-a do coração, onde ela está gravada.
Realmente a psychê corresponde ao corpo astral, sede das emoções. Embora alguns textos no N. T.
atribuam emoções a kardía, Jesus deixou claro que só a psychê é atingível pelas angústias e aflições, asseverando: "minha alma (psychê) está perturbada" (MT 26:38; MC 14:34; JO 12:27). Jesus não fala em kardía nem em pneuma.
A MENTE
Noús é a MENTE ESPIRITUAL, a individualizadora de pneuma, e parte integrante ou aspecto de kardía. E Paulo, ao salientar a necessidade de revestir-nos do Homem Novo (de passar a viver na individualidade) ordena que "nos renovemos no Espírito de nossa Mente" (EF 4:23-24), e não do intelecto, que é personalista e divisionário.
E ao destacar a luta entre a individualidade e a personagem encarnada, sublinha que "vê outra lei em seus membros (corpo) que se opõem à lei de sua mente (noús), e o aprisiona na lei do erro que existe em seus membros" (RM 7:23).
A mente espiritual, e só ela, pode entender a sabedoria do Cristo; e este não se dirige ao intelecto para obter a compreensão dos discípulos: "e então abriu-lhes a mente (noún) para que compreendessem as Escrituras" (LC 24:45). Até então, durante a viagem (bastante longa) ia conversando com os "discípulos de Emaús". falando-lhes ao intelecto e provando-lhes que o Filho do Homem tinha que sofrer; mas eles não O reconheceram. Mas quando lhes abriu a MENTE, imediatamente eles perceberam o Cristo.
Essa mente é, sem dúvida, um aspecto de kardía. Isaías escreveu: "então (YHWH) cegou-lhes os olhos (intelecto) e endureceu-lhes o coração, para que não vissem (intelectualmente) nem compreendessem com o coração" (IS 6:9; citado por JO 12:40).
O CORAÇÃO
Que o coração é a fonte dos pensamentos, nós o encontramos repetido à exaustão; por exemplo: MT 12:34; MT 15:18, MT 15:19; Marc 7:18; 18:23; LC 6:45; LC 9:47; etc.
Ora, se o termo CORAÇÃO exprime, límpida e indiscutivelmente, a fonte primeira do SER, o "quarto fechado" onde o "Pai vê no secreto" MT 6:6), logicamente se deduz que aí reside a Centelha Divina, a Partícula de pneuma, o CRISTO (Filho Unigênito), que é UNO com o Pai, que também, consequentemente, aí reside. E portanto, aí também está o Espírito-Santo, o Espírito-Amor, DEUS, de que nosso Eu é uma partícula não desprendida.
Razão nos assiste, então, quando escrevemos (vol. 1 e vol. 3) que o "reino de Deus" ou "reino dos céus" ou "o céu", exprime exatamente o CORAÇÃO; e entrar no reino dos céus é penetrar, é MERGULHAR (batismo) no âmago de nosso próprio EU. É ser UM com o CRISTO, tal como o CRISTO é UM com o PAI (cfr. JO 10. 30; 17:21,22, 23).
Sendo esta parte a mais importante para a nossa tese, dividamo-la em três seções:
a) - Deus ou o Espírito Santo habitam DENTRO DE nós;
b) - CRISTO, o Filho (UNO com o Pai) também está DENTRO de nós, constituindo NOSSA ESSÊNCIA PROFUNDA;
c) - o local exato em que se encontra o Cristo é o CORAÇÃO, e nossa meta, durante a encarnação, é CRISTIFICAR-NOS, alcançando a evolução crística e unificando-nos com Ele.
a) -
A expressão "dentro de" pode ser dada em grego pela preposição ENTOS que encontramos clara em LC (LC 17:21), quando afirma que "o reino de Deus está DENTRO DE VÓS" (entòs humin); mas tamb ém a mesma ideia é expressa pela preposição EN (latim in, português em): se a água está na (EM A) garrafa ou no (EM O) copo, é porque está DENTRO desses recipientes. Não pode haver dúvida. Recordese o que escrevemos (vol. 1): "o Logos se fez carne e fez sua residência DENTRO DE NÓS" (JO 1:14).
Paulo é categórico em suas afirmativas: "Não sabeis que sois templo de Deus e que o Espírito Santo habita dentro de vós" (1. ª Cor. 3:16).
Οΰи οίδατε ότι ναός θεοϋ έστε иαί τό πνεϋµα τοϋ θεοϋ έν ϋµϊν οίиεί;
E mais: "E não sabeis que vosso corpo é o templo do Espírito Santo que está dentro de vós, o qual recebestes de Deus, e não pertenceis a vós mesmos? Na verdade, fostes comprados por alto preço. Glorificai e TRAZEI DEUS EM VOSSO CORPO" (1. ª Cor. 6:19-20).
Esse Espírito Santo, que é a Centelha do Espírito Universal, é, por isso mesmo, idêntico em todos: "há muitas operações, mas UM só Deus, que OPERA TUDO DENTRO DE TODAS AS COISAS; ... Todas essas coisas opera o único e mesmo Espírito; ... Então, em UM Espírito todos nós fomos MERGULHADOS en: UMA carne, judeus e gentios, livres ou escravos" (1. ª Cor. 12:6, 11, 13).
Καί διαιρέσεις ένεργηµάτων είσιν, ό δέ αύτός θεός ό ένεργών τα πάντα έν πάσιν... Дάντα δέ ταύτα ένεργεί τό έν иαί τό αύτό πνεύµα... Кαί γάρ έν ένί πνεύµατι ήµείς πάντες είς έν σώµα έβαπτίσθηµεν,
είτε ̉Ιουδαίοι εϊτε έλληνες, είτε δούλοι, εϊτε έλεύθεροι.
Mais ainda: "Então já não sois hóspedes e estrangeiros, mas sois concidadãos dos santos e familiares de Deus, superedificados sobre o fundamento dos Enviados e dos Profetas, sendo a própria pedra angular máxima Cristo Jesus: em Quem toda edificação cresce no templo santo no Senhor, no Qual tamb ém vós estais edificados como HABITAÇÃO DE DEUS NO ESPÍRITO" (EF 2:19-22). " Αρα ούν ούиέτι έστε ζένοι иαί πάροιиοι, άλλά έστε συµπολίται τών άγίων иαί οίиείοι τού θεού,
έποιиοδοµηθέντες έπί τώ θεµελίω τών άποστόλων иαί προφητών, όντος άиρογωνιαίου αύτού Χριστόύ
#cite Іησού, έν ώ πάσα οίиοδοµή συναρµολογουµένη αύζει είς ναόν άγιον έν иυρίώ, έν ώ иαί ύµείς
συνοιиοδοµείσθε είς иατοιиητήεριον τού θεού έν πνεµατ
ι.
Se Deus habita DENTRO do homem e das coisas quem os despreza, despreza a Deus: "quem despreza estas coisas, não despreza homens, mas a Deus, que também deu seu Espírito Santo em vós" (1. ª Tess. 4:8).
Тοιγαρούν ό άθετών ούи άνθρωπον άθετεί, άλλά τόν θεόν τόν иαί διδόντα τό πνεύµα αύτού τό άγιον είς ύµάς.
E a consciência dessa realidade era soberana em Paulo: "Guardei o bom depósito, pelo Espírito Santo que habita DENTRO DE NÓS" (2. ª Tim. 1:14). (20)
Тήν иαλήν παραθήиην φύλαζον διά πνεύµατος άγίου τού ένοιиούντος έν ήµϊ
ν.
João dá seu testemunho: "Ninguém jamais viu Deus. Se nos amarmos reciprocamente, Deus permanecer á DENTRO DE NÓS, e o Amor Dele, dentro de nós, será perfeito (ou completo). Nisto sabemos que permaneceremos Nele e Ele em nós, porque DE SEU ESPÍRITO deu a nós" (1. ª JO 4:12-13).
θεόν ούδείς πώποτε τεθέαται: έάν άγαπώµεν άλλήλους, ό θεός έν ήµϊν µένει, иαί ή άγάπη αύτοϋ τε-
τελειωµένη έν ήµϊν έστιν. Εν τουτω γινώσиοµεν ότι έν αύτώ µένοµεν иαί αύτός έν ήµϊν, ότι έи τοϋ
πνεύµατος αύτοϋ δέδώиεν ήµϊ
ν.
b) -
Vejamos agora os textos que especificam melhor ser o CRISTO (Filho) que, DENTRO DE NÓS. constitui a essência profunda de nosso ser. Não é mais uma indicação de que TEMOS a Divindade em nós, mas um ensino concreto de que SOMOS uma partícula da Divindade. Escreve Paulo: "Não sabeis que CRISTO (Jesus) está DENTRO DE VÓS"? (2. ª Cor. 13:5). E, passando àquela teoria belíssima de que formamos todos um corpo só, cuja cabeça é Cristo, ensina Paulo: "Vós sois o CORPO de Cristo, e membros de seus membros" (l. ª Cor. 12:27). Esse mesmo Cristo precisa manifestar-se em nós, através de nós: "vossa vida está escondida COM CRISTO em Deus; quando Cristo se manifestar, vós também vos manifestareis em substância" (CL 3:3-4).
E logo adiante insiste: "Despojai-vos do velho homem com seus atos (das personagens terrenas com seus divisionismos egoístas) e vesti o novo, aquele que se renova no conhecimento, segundo a imagem de Quem o criou, onde (na individualidade) não há gentio nem judeu, circuncidado ou incircunciso, bárbaro ou cita, escravo ou livre, mas TUDO e EM TODOS, CRISTO" (CL 3:9-11).
A personagem é mortal, vivendo a alma por efeito do Espírito vivificante que nela existe: "Como em Adão (personagem) todos morrem, assim em CRISTO (individualidade, Espírito vivificante) todos são vivificados" (1. ª Cor. 15:22).
A consciência de que Cristo vive nele, faz Paulo traçar linhas imorredouras: "ou procurais uma prova do CRISTO que fala DENTRO DE MIM? o qual (Cristo) DENTRO DE VÓS não é fraco" mas é poderoso DENTRO DE VÓS" (2. ª Cor. 13:3).
E afirma com a ênfase da certeza plena: "já não sou eu (a personagem de Paulo), mas CRISTO QUE VIVE EM MIM" (GL 2:20). Por isso, pode garantir: "Nós temos a mente (noús) de Cristo" (l. ª Cor. 2:16).
Essa convicção traz consequências fortíssimas para quem já vive na individualidade: "não sabeis que vossos CORPOS são membros de Cristo? Tomando, então, os membros de Cristo eu os tornarei corpo de meretriz? Absolutamente. Ou não sabeis que quem adere à meretriz se torna UM CORPO com ela? Está dito: "e serão dois numa carne". Então - conclui Paulo com uma lógica irretorquível - quem adere a Deus é UM ESPÍRITO" com Deus (1. ª Cor. 6:15-17).
Já desde Paulo a união sexual é trazida como o melhor exemplo da unificação do Espírito com a Divindade. Decorrência natural de tudo isso é a instrução dada aos romanos: "vós não estais (não viveis) EM CARNE (na personagem), mas EM ESPÍRITO (na individualidade), se o Espírito de Deus habita DENTRO DE VÓS; se porém não tendes o Espírito de Cristo, não sois Dele. Se CRISTO (está) DENTRO DE VÓS, na verdade o corpo é morte por causa dos erros, mas o Espírito vive pela perfeição. Se o Espírito de Quem despertou Jesus dos mortos HABITA DENTRO DE VÓS, esse, que despertou Jesus dos mortos, vivificará também vossos corpos mortais, por causa do mesmo Espírito EM VÓS" (RM 9:9-11). E logo a seguir prossegue: "O próprio Espírito testifica ao nosso Espírito que somos filhos de Deus; se filhos, (somos) herdeiros: herdeiros de Deus, co-herdeiros de Cristo" (RM 8:16). Provém daí a angústia de todos os que atingiram o Eu Interno para libertar-se: "também tendo em nós as primícias do Espírito, gememos dentro de nós, esperando a adoção de Filhos, a libertação de nosso corpo" (RM 8:23).
c) -
Finalmente, estreitando o círculo dos esclarecimentos, verificamos que o Cristo, dentro de nós, reside NO CORAÇÃO, onde constitui nosso EU Profundo. É ensinamento escriturístico.
Ainda é Paulo que nos esclarece: "Porque sois filhos, Deus enviou o ESPÍRITO DE SEU FILHO, em vosso CORAÇÃO, clamando Abba, ó Pai" (GL 4:6). Compreendemos, então, que o Espírito Santo (Deus) que está em nós, refere-se exatamente ao Espírito do FILHO, ao CRISTO Cósmico, o Filho Unigênito. E ficamos sabendo que seu ponto de fixação em nós é o CORAÇÃO.
Lembrando-se, talvez, da frase de Jeremias, acima-citada, Paulo escreveu aos coríntios: "vós sois a nossa carta, escrita em vossos CORAÇÕES, conhecida e lida por todos os homens, sendo manifesto que sois CARTA DE CRISTO, preparada por nós, e escrita não com tinta, mas com o Espírito de Deus Vivo; não em tábuas de pedra, mas nas tábuas dos CORAÇÕES CARNAIS" (2. ª Cor. 3:2-3). Bastante explícito que realmente se trata dos corações carnais, onde reside o átomo espiritual.
Todavia, ainda mais claro é outro texto, em que se fala no mergulho de nosso eu pequeno, unificandonos ao Grande EU, o CRISTO INTERNO residente no coração: "CRISTO HABITA, pela fé, no VOSSO CORAÇÃO". E assegura com firmeza: "enraizados e fundamentados no AMOR, com todos os santos (os encarnados já espiritualizados na vivência da individualidade) se compreenderá a latitude, a longitude a sublimidade e a profundidade, conhecendo o que está acima do conhecimento, o AMOR DE CRISTO, para que se encham de toda a plenitude de Deus" (EF 3:17).
Кατοιиήσαι τόν Χριστόν διά τής πίστεως έν ταϊς иαρδίαις ύµών, έν άγάπη έρριζωµένοι иαί τεθεµελιωµένοι, ϊνα έζισγύσητε иαταλαβέσθαι σύν πάσιν τοϊςάγίοιςτί τό πλάτος иαί µήиος иαί ύψος
иαί βάθος, γνώσαι τε τήν ύπερβάλλουσαν τής γνώσεως άγάπην τοϋ Χριστοϋ, ίνα πληρωθήτε είς πάν τό πλήρωµα τού θεοϋ.
Quando se dá a unificação, o Espírito se infinitiza e penetra a Sabedoria Cósmica, compreendendo então a amplitude da localização universal do Cristo.
Mas encontramos outro ensino de suma profundidade, quando Paulo nos adverte que temos que CRISTIFICAR-NOS, temos que tornar-nos Cristos, na unificação com Cristo. Para isso, teremos que fazer uma tradução lógica e sensata da frase, em que aparece o verbo CHRIO duas vezes: a primeira, no particípio passado, Christós, o "Ungido", o "permeado da Divindade", particípio que foi transliterado em todas as línguas, com o sentido filosófico e místico de O CRISTO; e a segunda, logo a seguir, no presente do indicativo. Ora, parece de toda evidência que o sentido do verbo tem que ser O MESMO em ambos os empregos. Diz o texto original: ho dè bebaiôn hemãs syn humin eis Christon kaí chrísas hemãs theós (2. ª Cor. 1:21).
#cite Ο δέ βεβαιών ήµάς σύν ύµίν είς Χριστόν иαί χρίσας ήµάς θεό
ς.
Eis a tradução literal: "Deus, fortifica dor nosso e vosso, no Ungido, unge-nos".
E agora a tradução real: "Deus, fortificador nosso e vosso, em CRISTO, CRISTIFICA-NOS".
Essa a chave para compreendermos nossa meta: a cristificação total e absoluta.
Logo após escreve Paulo: "Ele também nos MARCA e nos dá, como penhor, o Espírito em NOSSOS CORAÇÕES" (2. ª Cor. 1:22).
#cite Ο иαί σφραγισάµενος ήµάς иαί δούς τόν άρραβώνα τόν πνεύµατος έν ταϊς иαρδϊαις ήµώ
ν.
Completando, enfim, o ensino - embora ministrado esparsamente - vem o texto mais forte e explícito, informando a finalidade da encarnação, para TÔDAS AS CRIATURAS: "até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, ao Homem Perfeito, à medida da evolução plena de Cristo" (EF 4:13).
Мέρχι иαταντήσωµεν οί πάντες είς τήν ένότητα τής πίστοως. иαί τής έπιγνώσεως τοϋ υίοϋ τοϋ θεοϋ,
είς άνδρα τελειον, είς µέτρον ήλιиίας τοϋ πληρώµατος τοϋ Χριστοϋ.
Por isso Paulo escreveu aos Gálatas: "ó filhinhos, por quem outra vez sofro as dores de parto, até que Cristo SE FORME dentro de vós" (GL 4:19) (Тεиνία µου, ούς πάλιν ώδίνω, µέρχις ού µορφωθή Χριστός έν ύµϊ
ν).
Agostinho (Tract. in Joanne, 21, 8) compreendeu bem isto ao escrever: "agradeçamos e alegremonos, porque nos tornamos não apenas cristãos, mas cristos", (Christus facti sumus); e Metódio de Olimpo ("Banquete das dez virgens", Patrol. Graeca, vol. 18, col. 150) escreveu: "a ekklêsía está grávida e em trabalho de parto até que o Cristo tome forma em nós, até que Cristo nasça em nós, a fim de que cada um dos santos (encarnados) por sua participação com o Cristo, se torne Cristo". Também Cirilo de Jerusalém ("Catechesis mystagogicae" 1. 3. 1 in Patr. Graeca vol. 33, col. 1. 087) asseverou: " Após terdes mergulhado no Cristo e vos terdes revestido do Cristo, fostes colocados em pé de igualdade com o Filho de Deus... pois que entrastes em comunhão com o Cristo, com razão tendes o nome de cristos, isto é, de ungidos".
Todo o que se une ao Cristo, se torna um cristo, participando do Pneuma e da natureza divina (theías koinônoí physeôs) (2. ª Pe. 1:3), pois "Cristo é o Espírito" (2. ª Cor. 3:17) e quem Lhe está unido, tem em si o selo (sphrágis) de Cristo. Na homilia 24,2, sobre 1. ª Cor. 10:16, João Crisóstomo (Patrol.
Graeca vol. 61, col. 200) escreveu: "O pão que partimos não é uma comunhão (com+união, koinônía) ao corpo de Cristo? Porque não disse "participação" (metoché)? Porque quis revelar algo mais, e mostrar uma associação (synápheia) mais íntima. Realmente, estamos unidos (koinônoúmen) não só pela participação (metéchein) e pela recepção (metalambánein), mas também pela UNIFICAÇÃO (enousthai)".
Por isso justifica-se o fragmento de Aristóteles, supra citado, em Sinésio: "os místicos devem não apenas aprender (mathein) mas experimentar" (pathein).
Essa é a razão por que, desde os primeiros séculos do estabelecimento do povo israelita, YHWH, em sua sabedoria, fazia a distinção dos diversos "corpos" da criatura; e no primeiro mandamento revelado a Moisés dizia: " Amarás a Deus de todo o teu coração (kardía), de toda tua alma (psychê), de todo teu intelecto (diánoia), de todas as tuas forças (dynameis)"; kardía é a individualidade, psychê a personagem, dividida em diánoia (intelecto) e dynameis (veículos físicos). (Cfr. LV 19:18; DT 6:5; MT 22:37; MC 12:13; LC 10:27).
A doutrina é uma só em todos os sistemas religiosos pregados pelos Mestres (Enviados e Profetas), embora com o tempo a imperfeição humana os deturpe, pois a personagem é fundamentalmente divisionista e egoísta. Mas sempre chega a ocasião em que a Verdade se restabelece, e então verificamos que todas as revelações são idênticas entre si, em seu conteúdo básico.
ESCOLA INICIÁTICA
Após essa longa digressão a respeito do estudo do "homem" no Novo Testamento, somos ainda obrigados a aprofundar mais o sentido do trecho em que são estipuladas as condições do discipulato.
Há muito desejaríamos ter penetrado neste setor, a fim de poder dar explicação cabal de certas frases e passagens; mas evitamo-lo ao máximo, para não ferir convicções de leitores desacostumados ao assunto.
Diante desse trecho, porém, somos forçados a romper os tabus e a falar abertamente.
Deve ter chamado a atenção de todos os estudiosos perspicazes dos Evangelhos, que Jesus jamais recebeu, dos evangelistas, qualquer título que normalmente seria atribuído a um fundador de religião: Chefe Espiritual, Sacerdote, Guia Espiritual, Pontífice; assim também, aqueles que O seguiam, nunca foram chamados Sequazes, Adeptos, Adoradores, Filiados, nem Fiéis (a não ser nas Epístolas, mas sempre com o sentido de adjetivo: os que mantinham fidelidade a Seus ensinos). Ao contrário disso, os epítetos dados a Jesus foram os de um chefe de escola: MESTRE (Rabbi, Didáskalos, Epistátês) ou de uma autoridade máxima Kyrios (SENHOR dos mistérios). Seus seguidores eram DISCÍPULOS (mathêtês), tudo de acordo com a terminologia típica dos mistérios iniciáticos de Elêusis, Delfos, Crotona, Tebas ou Heliópolis. Após receberem os primeiros graus, os discípulos passaram a ser denominado "emissários" (apóstolos), encarregados de dar a outros as primeiras iniciações.
Além disso, é evidente a preocupação de Jesus de dividir Seus ensinos em dois graus bem distintos: o que era ministrado de público ("a eles só é dado falar em parábolas") e o que era ensinado privadamente aos "escolhidos" ("mas a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus", cfr. MT 13:10-17 ; MC 4:11-12; LC 8:10).
Verificamos, portanto, que Jesus não criou uma "religião", no sentido moderno dessa palavra (conjunto de ritos, dogmas e cultos com sacerdócio hierarquicamente organizado), mas apenas fundou uma ESCOLA INICIÁTICA, na qual preparou e "iniciou" seus DISCÍPULOS, que Ele enviou ("emissários, apóstolos") com a incumbência de "iniciar" outras criaturas. Estas, por sua vez, foram continuando o processo e quando o mundo abriu os olhos e percebeu, estava em grande parte cristianizado. Quando os "homens" o perceberam e estabeleceram a hierarquia e os dogmas, começou a decadência.
A "Escola iniciática" fundada por Jesus foi modelada pela tradição helênica, que colocava como elemento primordial a transmissão viva dos mistérios: e "essa relação entre a parádosis (transmissão) e o mystérion é essencial ao cristianismo", escreveu o monge beneditino D. Odon CaseI (cfr. "Richesse du Mystere du Christ", Les éditions du Cerf. Paris, 1964, pág. 294). Esse autor chega mesmo a afirmar: " O cristianismo não é uma religião nem uma confissão, segundo a acepção moderna dessas palavras" (cfr. "Le Mystere du Culte", ib., pág. 21).
E J. Ranft ("Der Ursprung des Kathoíischen Traditionsprinzips", 1931, citado por D . O. Casel) escreve: " esse contato íntimo (com Cristo) nasce de uma gnose profunda".
Para bem compreender tudo isso, é indispensável uma incursão pelo campo das iniciações, esclarecendo antes alguns termos especializados. Infelizmente teremos que resumir ao máximo, para não prejudicar o andamento da obra. Mas muitos compreenderão.
TERMOS ESPECIAIS
Aiôn (ou eon) - era, época, idade; ou melhor CICLO; cada um dos ciclos evolutivos.
Akoueíu - "ouvir"; akoueín tòn lógon, ouvir o ensino, isto é, receber a revelação dos segredos iniciáticos.
Gnôse - conhecimento espiritual profundo e experimental dos mistérios.
Deíknymi - mostrar; era a explicação prática ou demonstração de objetos ou expressões, que serviam de símbolos, e revelavam significados ocultos.
Dóxa - doutrina; ou melhor, a essência do conhecimento profundo: o brilho; a luz da gnôse; donde "substância divina", e daí a "glória".
Dynamis - força potencial, potência que capacita para o érgon e para a exousía, infundindo o impulso básico de atividade.
Ekklêsía - a comunidade dos "convocados" ou "chamados" (ékklêtos) aos mistérios, os "mystos" que tinham feito ou estavam fazendo o curso da iniciação.
Energeín - agir por dentro ou de dentro (energia), pela atuação da força (dybamis).
Érgon - atividade ou ação; trabalho espiritual realizado pela força (dynamis) da Divindade que habita dentro de cada um e de cada coisa; energia.
Exêgeísthaí - narrar fatos ocultos, revelar (no sentido de "tirar o véu") (cfr. LC 24:35; JO 1:18; AT 10:8:15:12, 14).
Hágios - santo, o que vive no Espírito ou Individualidade; o iniciado (cfr. teleios).
Kyrios - Senhor; o Mestre dos Mistérios; o Mistagogo (professor de mistérios); o Hierofante (o que fala, fans, fantis, coisas santas, hieros); dava-se esse título ao possuidor da dynamis, da exousía e do érgon, com capacidade para transmiti-los.
Exousía - poder, capacidade de realização, ou melhor, autoridade, mas a que provém de dentro, não "dada" de fora.
Leitourgia - Liturgia, serviço do povo: o exercício do culto crístico, na transmissão dos mistérios.
Legómena - palavras reveladoras, ensino oral proferido pelo Mestre, e que se tornava "ensino ouvido" (lógos akoês) pelos discípulos.
Lógos - o "ensino" iniciático, a "palavra" secreta, que dava a chave da interpretação dos mistérios; a" Palavra" (Energia ou Som), segundo aspecto da Divindade.
Monymenta - "monumentos", ou seja, objetos e lembranças, para manter viva a memória.
Mystagogo o Mestre dos Mystérios, o Hierofante.
Mystérion - a ação ou atividade divina, experimentada pelo iniciado ao receber a iniciação; donde, o ensino revelado apenas aos perfeitos (teleios) e santos (hágios), mas que devia permanecer oculto aos profanos.
Oikonomía - economia, dispensação; literalmente "lei da casa"; a vida intima de cada iniciado e sua capacidade na transmissão iniciática a outros, (de modo geral encargo recebido do Mestre).
Orgê - a atividade ou ação sagrada; o "orgasmo" experimentado na união mística: donde "exaltação espiritual" pela manifestação da Divindade (erradamente interpretado como "ira").
Parábola - ensino profundo sob forma de narrativa popular, com o verdadeiro sentido oculto por metáforas e símbolos.
Paradídômi - o mesmo que o latim trádere; transmitir, "entregar", passar adiante o ensino secreto.
Parádosis - transmissão, entrega de conhecimentos e experiências dos ensinos ocultos (o mesmo que o latim tradítio).
Paralambánein - "receber" o ensino secreto, a "palavra ouvida", tornando-se conhecedor dos mistérios e das instruções.
Patheín - experimentar, "sofrer" uma experiência iniciática pessoalmente, dando o passo decisivo para receber o grau e passar adiante.
Plêrôma - plenitude da Divindade na criatura, plenitude de Vida, de conhecimento, etc.
Redençãoa libertação do ciclo de encarnações na matéria (kyklos anánkê) pela união total e definitiva com Deus.
Santo - o mesmo que perfeito ou "iniciado".
Sêmeíon - "sinal" físico de uma ação espiritual, demonstração de conhecimento (gnose), de força (dynamis), de poder (exousía) e de atividade ou ação (érgon); o "sinal" é sempre produzido por um iniciado, e serve de prova de seu grau.
Sophía - a sabedoria obtida pela gnose; o conhecimento proveniente de dentro, das experiências vividas (que não deve confundir-se com a cultura ou erudição do intelecto).
Sphrágis - selo, marca indelével espiritual, recebida pelo espírito, embora invisível na matéria, que assinala a criatura como pertencente a um Senhor ou Mestre.
Symbolos - símbolos ou expressões de coisas secretas, incompreensíveis aos profanos e só percebidas pelos iniciados (pão, vinho, etc.) .
Sótería - "salvação", isto é, a unificação total e definitiva com a Divindade, que se obtém pela "redenção" plena.
Teleíos - o "finalista", o que chegou ao fim de um ciclo, iniciando outro; o iniciado nos mistérios, o perfeito ou santo.
Teleisthai - ser iniciado; palavra do mesmo radical que teleutan, que significa "morrer", e que exprime" finalizar" alguma coisa, terminar um ciclo evolutivo.
Tradítio - transmissão "tradição" no sentido etimológico (trans + dare, dar além passar adiante), o mesmo que o grego parádosis.
TRADIÇÃO
D. Odon Casel (o. c., pág. 289) escreve: "Ranft estudou de modo preciso a noção da tradítio, não só como era praticada entre os judeus, mas também em sua forma bem diferente entre os gregos. Especialmente entre os adeptos dos dosis é a transmissão secreta feita aos "mvstos" da misteriosa sôtería; é a inimistérios, a noção de tradítio (parádosis) tinha grande importância. A paraciação e a incorporação no círculo dos eleitos (eleitos ou "escolhidos"; a cada passo sentimos a confirmação de que Jesus fundou uma "Escola Iniciática", quando emprega os termos privativos das iniciações heléntcas; cfr. " muitos são chamados, mas poucos são os escolhidos" - MT 22. 14), características das religiões grecoorientais. Tradítio ou parádosis são, pois, palavras que exprimem a iniciação aos mistérios. Tratase, portanto, não de uma iniciação científica, mas religiosa, realizada no culto. Para o "mysto", constitui uma revelação formal, a segurança vivida das realidades sagradas e de uma santa esperança. Graças a tradição, a revelação primitiva passa às gerações ulteriores e é comunicada por ato de iniciação. O mesmo princípio fundamental aplica-se ao cristianismo".
Na página seguinte, o mesmo autor prossegue: "Nos mistérios, quando o Pai Mistagogo comunica ao discípulo o que é necessário ao culto, essa transmissão tem o nome de traditio. E o essencial não é a instrução, mas a contemplação, tal como o conta Apuleio (Metamorphoses, 11, 21-23) ao narrar as experiências culturais do "mysto" Lúcius. Sem dúvida, no início há uma instrução, mas sempre para finalizar numa contemplação, pela qual o discípulo, o "mysto", entra em relação direta com a Divindade.
O mesmo ocorre no cristianismo (pág. 290).
Ouçamos agora as palavras de J. Ranft (o. c., pág. 275): "A parádosis designa a origem divina dos mistérios e a transmissão do conteúdo dos mistérios. Esta, à primeira vista, realiza-se pelo ministério dos homens, mas não é obra de homens; é Deus que ensina. O homem é apenas o intermediário, o Instrumento desse ensino divino. Além disso... desperta o homem interior. Logos é realmente uma palavra intraduzível: designa o próprio conteúdo dos mistérios, a palavra, o discurso, o ENSINO. É a palavra viva, dada por Deus, que enche o âmago do homem".
No Evangelho, a parádosis é constituída pelas palavras ou ensinos (lógoi) de Jesus, mas também simbolicamente pelos fatos narrados, que necessitam de interpretação, que inicialmente era dada, verbalmente, pelos "emissários" e pelos inspirados que os escreveram, com um talento superior de muito ao humano, deixando todos os ensinos profundos "velados", para só serem perfeitamente entendidos pelos que tivessem recebido, nos séculos seguintes, a revelação do sentido oculto, transmitida quer por um iniciado encarnado, quer diretamente manifestada pelo Cristo Interno. Os escritores que conceberam a parádosis no sentido helênico foram, sobretudo, João e Paulo; já os sinópticos a interpretam mais no sentido judaico, excetuando-se, por vezes, o grego Lucas, por sua convivência com Paulo, e os outros, quando reproduziam fielmente as palavras de Jesus.
Se recordarmos os mistérios de Elêusis (palavra que significa "advento, chegada", do verbo eléusomai," chegar"), ou de Delfos (e até mesmo os de Tebas, Ábydos ou Heliópolis), veremos que o Novo Testamento concorda seus termos com os deles. O logos transmitido (paradidômi) por Jesus é recebida (paralambánein) pelos DISCÍPULOS (mathêtês). Só que Jesus apresentou um elemento básico a mais: CRISTO. Leia-se Paulo: "recebi (parélabon) do Kyrios o que vos transmiti (parédote)" (l. ª Cor. 11:23).
O mesmo Paulo, que define a parádosis pagã como "de homens, segundo os elementos do mundo e não segundo Cristo" (CL 2:8), utiliza todas as palavras da iniciação pagã, aplicando-as à iniciação cristã: parádosis, sophía, logo", mystérion, dynamis, érgon, gnose, etc., termos que foram empregados também pelo próprio Jesus: "Nessa hora Jesus fremiu no santo pneuma e disse: abençôo-te, Pai, Senhor do céu e da Terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e hábeis, e as revelaste aos pequenos, Sim, Pai, assim foi de teu agrado. Tudo me foi transmitido (parédote) por meu Pai. E ninguém tem a gnose do que é o Filho senão o Pai, e ninguém tem a gnose do que é o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho quer revelar (apokalypsai = tirar o véu). E voltando-se para seus discípulos, disse: felizes os olhos que vêem o que vedes. Pois digo-vos que muitos profetas e reis quiseram ver o que vedes e não viram, e ouvir o que ouvis, e não ouviram" (LC 10:21-24). Temos a impressão perfeita que se trata de ver e ouvir os mistérios iniciáticos que Jesus transmitia a seus discípulos.
E João afirma: "ninguém jamais viu Deus. O Filho Unigênito que esta no Pai, esse o revelou (exêgêsato, termo específico da língua dos mistérios)" (JO 1:18).
"PALAVRA OUVIDA"
A transmissão dos conhecimentos, da gnose, compreendia a instrução oral e o testemunhar das revelações secretas da Divindade, fazendo que o iniciado participasse de uma vida nova, em nível superior ( "homem novo" de Paulo), conhecendo doutrinas que deveriam ser fielmente guardadas, com a rigorosa observação do silêncio em relação aos não-iniciados (cfr. "não deis as coisas santas aos cães", MT 7:6).
Daí ser a iniciação uma transmissão ORAL - o LOGOS AKOÊS, ou "palavra ouvida" ou "ensino ouvido" - que não podia ser escrito, a não ser sob o véu espesso de metáforas, enigmas, parábolas e símbolos.
Esse logos não deve ser confundido com o Segundo Aspecto da Divindade (veja vol. 1 e vol. 3).
Aqui logos é "o ensino" (vol. 2 e vol. 3).
O Novo Testamento faz-nos conhecer esse modus operandi: Paulo o diz, numa construção toda especial e retorcida (para não falsear a técnica): "eis por que não cessamos de agradecer (eucharistoúmen) a Deus, porque, recebendo (paralabóntes) o ENSINO OUVIDO (lógon akoês) por nosso intermédio, de Deus, vós o recebestes não como ensino de homens (lógon anthrópôn) mas como ele é verdadeiramente: o ensino de Deus (lógon theou), que age (energeítai) em vós que credes" (l. ª Tess. 2:13).
O papel do "mysto" é ouvir, receber pelo ouvido, o ensino (lógos) e depois experimentar, como o diz Aristóteles, já citado por nós: "não apenas aprender (matheín), mas experimentar" (patheín).
Esse trecho mostra como o método cristão, do verdadeiro e primitivo cristianismo de Jesus e de seus emissários, tinha profunda conexão com os mistérios gregos, de cujos termos específicos e característicos Jesus e seus discípulos se aproveitaram, elevando, porém, a técnica da iniciação à perfeição, à plenitude, à realidade máxima do Cristo Cósmico.
Mas continuemos a expor. Usando, como Jesus, a terminologia típica da parádosis grega, Paulo insiste em que temos que assimilá-la interiormente pela gnose, recebendo a parádosis viva, "não mais de um Jesus de Nazaré histórico, mas do Kyrios, do Cristo ressuscitado, o Cristo Pneumatikós, esse mistério que é o Cristo dentro de vós" (CL 1:27).
Esse ensino oral (lógos akoês) constitui a tradição (traditio ou parádosis), que passa de um iniciado a outro ou é recebido diretamente do "Senhor" (Kyrios), como no caso de Paulo (cfr. GL 1:11): "Eu volo afirmo, meus irmãos, que a Boa-Nova que preguei não foi à maneira humana. Pois não na recebi (parélabon) nem a aprendi de homens, mas por uma revelação (apokálypsis) de Jesus Cristo".
Aos coríntios (l. ª Cor. 2:1-5) escreve Paulo: "Irmãos, quando fui a vós, não fui com o prestígio do lógos nem da sophía, mas vos anunciei o mistério de Deus. Decidi, com efeito, nada saber entre vós sen ão Jesus Cristo, e este crucificado. Fui a vós em fraqueza, em temor, e todo trêmulo, e meu logos e minha pregação não consistiram nos discursos persuasivos da ciência, mas numa manifestação do Esp írito (pneuma) e do poder (dynamis), para que vossa fé não repouse na sabedoria (sophía) dos homens, mas no poder (dynamis) de Deus".
A oposição entre o logos e a sophia profanos - como a entende Aristóteles - era salientada por Paulo, que se referia ao sentido dado a esses termos pelos "mistérios antigos". Salienta que à sophia e ao logos profanos, falta, no dizer dele, a verdadeira dynamis e o pnenma, que constituem o mistério cristão que ele revela: Cristo.
Em vários pontos do Novo Testamento aparece a expressão "ensino ouvido" ou "ouvir o ensino"; por exemplo: MT 7:24, MT 7:26; 10:14; 13:19, 20, 21, 22, 23; 15:12; 19:22; MC 4:14, MC 4:15, MC 4:16, MC 4:17, 18, 19, 20; LC 6:47; LC 8:11, LC 8:12, LC 8:13, LC 8:15; 10:39; 11:28; JO 5:24, JO 5:38; 7:40; 8:43; 14:24; AT 4:4; AT 10:44; AT 13:7; AT 15:7; EF 1:13; 1. ª Tess. 2:13; HB 4:2; 1. ª JO 2:7; Ap. 1:3.
DYNAMIS
Em Paulo, sobretudo, percebemos o sentido exato da palavra dynamis, tão usada nos Evangelhos.
Pneuma, o Espírito (DEUS), é a força Potencial ou Potência Infinita (Dynamis) que, quando age (energeín) se torna o PAI (érgon), a atividade, a ação, a "energia"; e o resultado dessa atividade é o Cristo Cósmico, o Kosmos universal, o Filho, que é Unigênito porque a emissão é única, já que espaço e tempo são criações intelectuais do ser finito: o Infinito é uno, inespacial, atemporal.
Então Dynamis é a essência de Deus o Absoluto, a Força, a Potência Infinita, que tudo permeia, cria e governa, desde os universos incomensuráveis até os sub-átomos infra-microscópicos. Numa palavra: Dynamis é a essência de Deus e, portanto, a essência de tudo.
Ora, o Filho é exatamente o PERMEAADO, ou o UNGIDO (Cristo), por essa Dynamis de Deus e pelo Érgon do Pai. Paulo já o dissera: "Cristo... é a dynamis de Deus e a sophía de Deus (Christòn theou dynamin kaí theou sophían, 1. ª Cor. 1:24). Então, manifesta-se em toda a sua plenitude (cfr. CL 2:9) no homem Jesus, a Dynamis do Pneuma (embora pneuma e dynamis exprimam realmente uma só coisa: Deus): essa dynamis do pneuma, atuando através do Pai (érgon) toma o nome de CRISTO, que se manifestou na pessoa Jesus, para introduzir a humanidade deste planeta no novo eon, já que "ele é a imagem (eikôn) do Deus invisível e o primogênito de toda criação" (CL 1:15).
EON
O novo eon foi inaugurado exatamente pelo Cristo, quando de Sua penetração plena em Jesus. Daí a oposição que tanto aparece no Novo Testamento Entre este eon e o eon futuro (cfr., i. a., MT 12:32;
MC 10:30; LC 16:8; LC 20:34; RM 12:2; 1. ª Cor. 1:20; 2:6-8; 3:18:2. ª Cor. 4:4; EF 2:2-7, etc.) . O eon "atual" e a vida da matéria (personalismo); O eon "vindouro" é a vida do Espírito ó individualidade), mas que começa na Terra, agora (não depois de desencarnados), e que reside no âmago do ser.
Por isso, afirmou Jesus que "o reino dos céus está DENTRO DE VÓS" (LC 17:21), já que reside NO ESPÍRITO. E por isso, zôê aiónios é a VIDA IMANENTE (vol, 2 e vol. 3), porque é a vida ESPIRITUAL, a vida do NOVO EON, que Jesus anunciou que viria no futuro (mas, entenda-se, não no futuro depois da morte, e sim no futuro enquanto encarnados). Nesse novo eon a vida seria a da individualidade, a do Espírito: "o meu reino não é deste mundo" (o físico), lemos em JO 18:36. Mas é NESTE mundo que se manifestará, quando o Espírito superar a matéria, quando a individualidade governar a personagem, quando a mente dirigir o intelecto, quando o DE DENTRO dominar o DE FORA, quando Cristo em nós tiver a supremacia sobre o eu transitório.
A criatura que penetra nesse novo eon recebe o selo (sphrágis) do Cristo do Espírito, selo indelével que o condiciona como ingresso no reino dos céus. Quando fala em eon, o Evangelho quer exprimir um CICLO EVOLUTIVO; na evolução da humanidade, em linhas gerais, podemos considerar o eon do animalismo, o eon da personalidade, o eon da individualidade, etc. O mais elevado eon que conhecemos, o da zôê aiónios (vida imanente) é o da vida espiritual plenamente unificada com Deus (pneuma-dynamis), com o Pai (lógos-érgon), e com o Filho (Cristo-kósmos).
DÓXA
Assim como dynamis é a essência de Deus, assim dóxa (geralmente traduzida por "glória") pode apresentar os sentidos que vimos (vol. 1). Mas observaremos que, na linguagem iniciática dos mistérios, além do sentido de "doutrina" ou de "essência da doutrina", pode assumir o sentido específico de" substância divina". Observe-se esse trecho de Paulo (Filp. 2:11): "Jesus Cristo é o Senhor (Kyrios) na substância (dóxa) de Deus Pai"; e mais (RM 6:4): "o Cristo foi despertado dentre os mortos pela substância (dóxa) do Pai" (isto é, pelo érgon, a energia do Som, a vibração sonora da Palavra).
Nesses passos, traduzir dóxa por glória é ilógico, não faz sentido; também "doutrina" aí não cabe. O sentido é mesmo o de "substância".
Vejamos mais este passo (l. ª Cor. 2:6-16): "Falamos, sim da sabedoria (sophia) entre os perfeitos (teleiois, isto é, iniciados), mas de uma sabedoria que não é deste eon, nem dos príncipes deste eon, que são reduzidos a nada: mas da sabedoria dos mistérios de Deus, que estava oculta, e que antes dos eons Deus destinara como nossa doutrina (dóxa), e que os príncipes deste mundo não reconheceram. De fato, se o tivessem reconhecido, não teriam crucificado o Senhor da Doutrina (Kyrios da dóxa, isto é, o Hierofante ou Mistagogo). Mas como está escrito, (anunciamos) o que o olho não viu e o ouvido não ouviu e o que não subiu sobre o coração do homem, mas o que Deus preparou para os que O amam.
Pois foi a nós que Deus revelou (apekalypsen = tirou o véu) pelo pneuma" (ou seja, pelo Espírito, pelo Cristo Interno).
MISTÉRIO
Mistério é uma palavra que modificou totalmente seu sentido através dos séculos, mesmo dentro de seu próprio campo, o religioso. Chamam hoje "mistério" aquilo que é impossível de compreender, ou o que se ignora irremissivelmente, por ser inacessível à inteligência humana.
Mas originariamente, o mistério apresentava dois sentidos básicos:
1. º - um ensinamento só revelado aos iniciados, e que permanecia secreto para os profanos que não podiam sabê-lo (daí proveio o sentido atual: o que não se pode saber; na antiguidade, não se podia por proibição moral, ao passo que hoje é por incapacidade intelectual);
2. º - a própria ação ou atividade divina, experimentada pelo iniciado ao receber a iniciação completa.
Quando falamos em "mistério", transliterando a palavra usada no Novo Testamento, arriscamo-nos a interpretar mal. Aí, mistério não tem o sentido atual, de "coisa ignorada por incapacidade intelectiva", mas é sempre a "ação divina revelada experimentalmente ao homem" (embora continue inacessível ao não-iniciado ou profano).
O mistério não é uma doutrina: exprime o caráter de revelação direta de Deus a seus buscadores; é uma gnose dos mistérios, que se comunica ao "mysto" (aprendiz de mística). O Hierofante conduz o homem à Divindade (mas apenas o conduz, nada podendo fazer em seu lugar). E se o aprendiz corresponde plenamente e atende a todas as exigências, a Divindade "age" (energeín) internamente, no "Esp írito" (pneuma) do homem. que então desperta (egereín), isto é, "ressurge" para a nova vida (cfr. "eu sou a ressurreição da vida", JO 11:25; e "os que produzirem coisas boas (sairão) para a restauração de vida", isto é, os que conseguirem atingir o ponto desejado serão despertados para a vida do espírito, JO 5-29).
O caminho que leva a esses passos, é o sofrimento, que prepara o homem para uma gnose superior: "por isso - conclui O. Casel - a cruz é para o cristão o caminho que conduz à gnose da glória" (o. c., pág. 300).
Paulo diz francamente que o mistério se resume numa palavra: CRISTO "esse mistério, que é o Cristo", (CL 1:27): e "a fim de que conheçam o mistério de Deus, o Cristo" (CL 2:2).
O mistério opera uma união íntima e física com Deus, a qual realiza uma páscoa (passagem) do atual eon, para o eon espiritual (reino dos céus).
O PROCESSO
O postulante (o que pedia para ser iniciado) devia passar por diversos graus, antes de ser admitido ao pórtico, à "porta" por onde só passavam as ovelhas (símbolo das criaturas mansas; cfr. : "eu sou a porta das ovelhas", JO 10:7). Verificada a aptidão do candidato profano, era ele submetido a um período de "provações", em que se exercitava na ORAÇÃO (ou petição) que dirigia à Divindade, apresentando os desejos ardentes ao coração, "mendigando o Espírito" (cfr. "felizes os mendigos de Espírito" MT 5:3) para a ele unir-se; além disso se preparava com jejuns e alimentação vegetariana para o SACRIF ÍCIO, que consistia em fazer a consagração de si mesmo à Divindade (era a DE + VOTIO, voto a Deus), dispondo-se a desprender-se ao mundo profano.
Chegado a esse ponto, eram iniciados os SETE passos da iniciação. Os três primeiros eram chamado "Mistérios menores"; os quatro últimos, "mistérios maiores". Eram eles:
1 - o MERGULHO e as ABLUÇÕES (em Elêusis havia dois lagos salgados artificiais), que mostravam ao postulante a necessidade primordial e essencial da "catarse" da "psiquê". Os candidatos, desnudos, entravam num desses lagos e mergulhavam, a fim de compreender que era necessário "morrer" às coisas materiais para conseguir a "vida" (cfr. : "se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica só; mas se morrer dá muito fruto", JO 12:24). Exprimia a importância do mergulho dentro de si mesmo, superando as dificuldades e vencendo o medo. Ao sair do lago, vestia uma túnica branca e aguardava o segundo passo.
2 - a ACEITAÇÃO de quem havia mergulhado, por parte do Mistagogo, que o confirmava no caminho novo, entre os "capazes". Daí por diante, teria que correr por conta própria todos os riscos inerentes ao curso: só pessoalmente poderia caminhar. Essa confirmação do Mestre simbolizava a "epiphanía" da Divindade, a "descida da graça", e o recem-aceito iniciava nova fase.
3 - a METÂNOIA ou mudança da mente, que vinha após assistir a várias tragédias e dramas de fundo iniciático. Todas ensinavam ao "mysto" novato, que era indispensável, através da dor, modificar seu" modo de pensar" em relação à vida, afastar-se de. todos os vícios e fraquezas do passado, renunciar a prazeres perniciosos e defeitos, tornando-se o mais perfeito (téleios) possível. Era buscada a renovação interna, pelo modo de pensar e de encarar a vida. Grande número dos que começavam a carreira, paravam aí, porque não possuíam a força capaz de operar a transmutação mental. As tentações os empolgavam e novamente se lançavam no mundo profano. No entanto, se dessem provas positivas de modifica ção total, de serem capazes de viver na santidade, resistindo às tentações, podiam continuar a senda.
Havia, então, a "experiência" para provar a realidade da "coragem" do candidato: era introduzido em grutas e câmaras escuras, onde encontrava uma série de engenhos lúgubres e figuras apavorantes, e onde demorava um tempo que parecia interminável. Dali, podia regressar ou prosseguir. Se regressava, saía da fileira; se prosseguia, recebia a recompensa justa: era julgado apto aos "mistérios maiores".
4 - O ENCONTRO e a ILUMINAÇÃO, que ocorria com a volta à luz, no fim da terrível caminhada por entre as trevas. Através de uma porta difícil de ser encontrada, deparava ele campos floridos e perfumados, e neles o Hierofante, em paramentação luxuosa. que os levava a uma refeição simples mas solene constante de pão, mel, castanhas e vinho. Os candidatos eram julgados "transformados", e porSABEDORIA DO EVANGELHO tanto não havia mais as exteriorizações: o segredo era desvelado (apokálypsis), e eles passavam a saber que o mergulho era interno, e que deviam iniciar a meditação e a contemplação diárias para conseguir o "encontro místico" com a Divindade dentro de si. Esses encontros eram de início, raros e breves, mas com o exercício se iam fixando melhor, podendo aspirar ao passo seguinte.
5 - a UNIÃO (não mais apenas o "encontro"), mas união firme e continuada, mesmo durante sua estada entre os profanos. Era simbolizada pelo drama sacro (hierõs gámos) do esponsalício de Zeus e Deméter, do qual nasceria o segundo Dionysos, vencedor da morte. Esse matrimônio simbólico e puro, realizado em exaltação religiosa (orgê) é que foi mal interpretado pelos que não assistiam à sua representação simbólica (os profanos) e que tacharam de "orgias imorais" os mistérios gregos. Essa "união", depois de bem assegurada, quando não mais se arriscava a perdê-la, preparava os melhores para o passo seguinte.
6 - a CONSAGRAÇÃO ou, talvez, a sagração, pela qual era representada a "marcação" do Espírito do iniciado com um "selo" especial da Divindade a quem o "mysto" se consagrava: Apolo, Dyonisos, Isis, Osíris, etc. Era aí que o iniciado obtinha a epoptía, ou "visão direta" da realidade espiritual, a gnose pela vivência da união mística. O epopta era o "vigilante", que o cristianismo denominou "epískopos" ou "inspetor". Realmente epopta é composto de epí ("sobre") e optos ("visível"); e epískopos de epi ("sobre") e skopéô ("ver" ou "observar"). Depois disso, tinha autoridade para ensinar a outros e, achando-se preso à Divindade e às obrigações religiosas, podia dirigir o culto e oficiar a liturgia, e também transmitir as iniciações nos graus menores. Mas faltava o passo decisivo e definitivo, o mais difícil e quase inacessível.
7 - a PLENITUDE da Divindade, quando era conseguida a vivência na "Alma Universal já libertada".
Nos mistérios gregos (em Elêusis) ensinava-se que havia uma Força Absoluta (Deus o "sem nome") que se manifestava através do Logos (a Palavra) Criador, o qual produzia o Filho (Kósmo). Mas o Logos tinha duplo aspecto: o masculino (Zeus) e o feminino (Deméter). Desse casal nascera o Filho, mas também com duplo aspecto: a mente salvadora (Dionysos) e a Alma Universal (Perséfone). Esta, desejando experiências mais fortes, descera à Terra. Mas ao chegar a estes reinos inferiores, tornouse a "Alma Universal" de todas as criaturas, e acabou ficando prisioneira de Plutão (a matéria), que a manteve encarcerada, ministrando-lhe filtros mágicos que a faziam esquecer sua origem divina, embora, no íntimo, sentisse a sede de regressar a seu verdadeiro mundo, mesmo ignorando qual fosse.
Dionysos quis salvá-la, mas foi despedaçado pelos Titãs (a mente fracionada pelo intelecto e estraçalhada pelos desejos). Foi quando surgiu Triptólemo (o tríplice combate das almas que despertam), e com apelos veementes conseguiu despertar Perséfone, revelando lhe sua origem divina, e ao mesmo tempo, com súplicas intensas às Forças Divinas, as comoveu; então Zeus novamente se uniu a Deméter, para fazer renascer Dionysos. Este, assumindo seu papel de "Salvador", desce à Terra, oferecendose em holocausto a Plutão (isto é, encarnando-se na própria matéria) e consegue o resgate de Perséfone, isto é, a libertação da Alma das criaturas do domínio da matéria e sua elevação novamente aos planos divinos. Por esse resumo, verificamos como se tornou fácil a aceitação entre os grego, e romanos da doutrina exposta pelos Emissários de Jesus, um "Filho de Deus" que desceu à Terra para resgatar com sua morte a alma humana.
O iniciado ficava permeado pela Divindade, tornando-se então "adepto" e atingindo o verdadeiro grau de Mestre ou Mistagogo por conhecimento próprio experimental. Já não mais era ele, o homem, que vivia: era "O Senhor", por cujo intermédio operava a Divindade. (Cfr. : "não sou mais eu que vivo, é Cristo que vive em mim", GL 2:20; e ainda: "para mim, viver é Cristo", Filp. 1:21). A tradição grega conservou os nomes de alguns dos que atingiram esse grau supremo: Orfeu... Pitágoras... Apolônio de Tiana... E bem provavelmente Sócrates (embora Schuré opine que o maior foi Platão).
NO CRISTIANISMO
Todos os termos néo-testamentários e cristãos, dos primórdios, foram tirados dos mistérios gregos: nos mistérios de Elêusis, o iniciado se tornava "membro da família do Deus" (Dionysos), sendo chamado.
então, um "santo" (hágios) ou "perfeito" (téleios). E Paulo escreve: "assim, pois, não sois mais estran geiros nem peregrinos, mas sois concidadãos dos santos e familiares de Deus. ’ (EF 2:19). Ainda em Elêusis, mostrava-se aos iniciados uma "espiga de trigo", símbolo da vida que eternamente permanece através das encarnações e que, sob a forma de pão, se tornava participante da vida do homem; assim quando o homem se unia a Deus, "se tornava participante da vida divina" (2. ª Pe. 1:4). E Jesus afirmou: " Eu sou o PÃO da Vida" (JO 6. 35).
No entanto ocorreu modificação básica na instituição do Mistério cristão, que Jesus realizou na "última Ceia", na véspera de sua experiência máxima, o páthos ("paixão").
No Cristianismo, a iniciação toma sentido puramente espiritual, no interior da criatura, seguindo mais a Escola de Alexandria. Lendo Filon, compreendemos isso: ele interpreta todo o Antigo Testamento como alegoria da evolução da alma. Cada evangelista expõe a iniciação cristã de acordo com sua própria capacidade evolutiva, sendo que a mais elevada foi, sem dúvida, a de João, saturado da tradição (parádosis) de Alexandria, como pode ver-se não apenas de seu Evangelho, como também de seu Apocalipse.
Além disso, Jesus arrancou a iniciação dos templos, a portas fechadas, e jogou-a dentro dos corações; era a universalização da "salvação" a todos os que QUISESSEM segui-Lo. Qualquer pessoa pode encontrar o caminho (cfr. "Eu sou o Caminho", JO 14:6), porque Ele corporificou os mistérios em Si mesmo, divulgando-lhes os segredos através de Sua vida. Daí em diante, os homens não mais teriam que procurar encontrar um protótipo divino, para a ele conformar-se: todos poderiam descobrir e utir-se diretamente ao Logos que, através do Cristo, em Jesus se manifestara.
Observamos, pois, uma elevação geral de frequência vibratória, de tonus, em todo o processo iniciático dos mistérios.
E os Pais da Igreja - até o século 3. º o cristianismo foi "iniciático", embora depois perdesse o rumo quando se tornou "dogmático" - compreenderam a realidade do mistério cristão, muito superior, espiritualmente, aos anteriores: tornar o homem UM CRISTO, um ungido, um permeado da Divindade.
A ação divina do mistério, por exemplo, é assim descrita por Agostinho: "rendamos graças e alegremonos, porque nos tornamos não apenas cristãos, mas cristos" (Tract. in Joanne, 21,8); e por Metódio de Olímpio: "a comunidade (a ekklêsía) está grávida e em trabalho de parto, até que o Cristo tenha tomado forma em nós; até que o Cristo nasça em nós, para que cada um dos santos, por sua participação ao Cristo, se torne o cristo" (Patrol. Graeca, vol. 18, ccl. 150).
Temos que tornar-nos cristos, recebendo a última unção, conformando-nos com Ele em nosso próprio ser, já que "a redenção tem que realizar-se EM NÓS" (O. Casel, o. c., pág. 29), porque "o único e verdadeiro holocausto é o que o homem faz de si mesmo".
Cirilo de Jerusalém diz: "Já que entrastes em comunhão com o Cristo com razão sois chamados cristos, isto é, ungidos" (Catechesis Mystagogicae, 3,1; Patrol. Graeca,, 01. 33, col. 1087).
Essa transformação, em que o homem recebe Deus e Nele se transmuda, torna-o membro vivo do Cristo: "aos que O receberam, deu o poder de tornar-se Filhos de Deus" (JO 1:12).
Isso fez que Jesus - ensina-nos o Novo Testamento - que era "sacerdote da ordem de Melquisedec (HB 5:6 e HB 7:17) chegasse, após sua encarnação e todos os passos iniciáticos que QUIS dar, chegasse ao grau máximo de "pontífice da ordem de Melquisedec" (HB 5:10 e HB 6:20), para todo o planeta Terra.
CRISTO, portanto, é o mistério de Deus, o Senhor, o ápice da iniciação a experiência pessoal da Divindade.
através do santo ensino (hierôs lógos), que vem dos "deuses" (Espíritos Superiores), comunicado ao místico. No cristianismo, os emissários ("apóstolos") receberam do Grande Hierofante Jesus (o qual o recebeu do Pai, com Quem era UNO) a iniciação completa. Foi uma verdadeira "transmiss ão" (traditio, parádosis), apoiada na gnose: um despertar do Espírito que vive e experimenta a Verdade, visando ao que diz Paulo: "admoestando todo homem e ensinando todo homem, em toda sabedoria (sophía), para que apresentem todo homem perfeito (téleion, iniciado) em Cristo, para o que eu também me esforço (agõnizómenos) segundo a ação dele (energeían autou), que age (energouménen) em mim, em força (en dynámei)". CL 1:28-29.
Em toda essa iniciação, além disso, precisamos não perder de vista o "enthousiasmós" (como era chamado o "transe" místico entre os gregos) e que foi mesmo sentido pelos hebreus, sobretudo nas" Escolas de Profetas" em que eles se iniciavam (profetas significa "médiuns"); mas há muito se havia perdido esse "entusiasmo", por causa da frieza intelectual da interpretação literal das Escrituras pelos Escribas.
Profeta, em hebraico, é NaVY", de raiz desconhecida, que o Rabino Meyer Sal ("Les Tables de la Loi", éd. La Colombe, Paris, 1962, pág. 216/218) sugere ter sido a sigla das "Escolas de Profetas" (escolas de iniciação, de que havia uma em Belém, de onde saiu David). Cada letra designaria um setor de estudo: N (nun) seriam os sacerdotes (terapeutas do psicossoma), oradores, pensadores, filósofos;
V (beth) os iniciados nos segredos das construções dos templos ("maçons" ou pedreiros), arquitetos, etc. ; Y (yod) os "ativos", isto é, os dirigentes e políticos, os "profetas de ação"; (aleph), que exprime "Planificação", os matemáticos, geômetras, astrônomos, etc.
Isso explica, em grande parte, porque os gregos e romanos aceitaram muito mais facilmente o cristianismo, do que os judeus, que se limitavam a uma tradição que consistia na repetição literal decorada dos ensinos dos professores, num esforço de memória que não chegava ao coração, e que não visavam mais a qualquer experiência mística.
TEXTOS DO N. T.
O termo mystérion aparece várias vezes no Novo Testamento.
A - Nos Evangelhos, apenas num episódio, quando Jesus diz a Seus discípulos: "a vós é dado conhecer os mistérios do reino de Deus" (MT 13:11; MC 4:11; LC 8:10).
B - Por Paulo em diversas epístolas: RM 11:25 - "Não quero, irmãos, que ignoreis este mistério... o endurecimento de Israel, até que hajam entrado todos os gentios".
Rom. 16:15 - "conforme a revelação do mistério oculto durante os eons temporais (terrenos) e agora manifestados".
1. ª Cor. 2:1 "quando fui ter convosco... anunciando-vos o mistério de Deus".
1. ª Cor. 2:4-7 - "meu ensino (logos) e minha pregação não foram em palavras persuasivas, mas em demonstração (apodeíxei) do pneúmatos e da dynámeôs, para que vossa fé não se fundamente na sophía dos homens, mas na dynámei de Deus. Mas falamos a sophia nos perfeitos (teleiois, iniciados), porém não a sophia deste eon, que chega ao fim; mas falamos a sophia de Deus em mistério, a que esteve oculta, a qual Deus antes dos eons determinou para nossa doutrina". 1. ª Cor. 4:1 - "assim considerem-nos os homens assistentes (hypêrétas) ecônomos (distribuidores, dispensadores) dos mistérios de Deus".
1. ª Cor. 13:2 - "se eu tiver mediunidade (prophéteía) e conhecer todos os mistérios de toda a gnose, e se tiver toda a fé até para transportar montanhas, mas não tiver amor (agápé), nada sou". l. ª Cor. 14:2 - "quem fala em língua (estranha) não fala a homens, mas a Deus, pois ninguém o ouve, mas em espírito fala mistérios". 1. ª Cor. 15:51 - "Atenção! Eu vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados".
EF 1:9 - "tendo-nos feito conhecido o mistério de sua vontade"
EF 3:4 - "segundo me foi manifestado para vós, segundo a revelação que ele me fez conhecer o mistério (como antes vos escrevi brevemente), pelo qual podeis perceber, lendo, minha compreensão no mistério do Cristo".
EF 3:9 - "e iluminar a todos qual a dispensação (oikonomía) do mistério oculto desde os eons, em Deus, que criou tudo".
EF 5:32 - "este mistério é grande: mas eu falo a respeito do Cristo e da ekklésia.
EF 9:19 - "(suplica) por mim, para que me possa ser dado o logos ao abrir minha boca para, em público, fazer conhecer o mistério da boa-nova".
CL 1:24-27 - "agora alegro-me nas experimentações (Pathêmasin) sobre vós e completo o que falta das pressões do Cristo em minha carne, sobre o corpo dele que é a ekklêsía, da qual me tornei servidor, segundo a dispensação (oikonomía) de Deus, que me foi dada para vós, para plenificar o logos de Deus, o mistério oculto nos eons e nas gerações, mas agora manifestado a seus santos (hagioi, iniciados), a quem aprouve a Deus fazer conhecer a riqueza da doutrina (dóxês; ou "da substância") deste mistério nas nações, que é CRISTO EM VÓS, esperança da doutrina (dóxês)".
CL 2:2-3 - "para que sejam consolados seus corações, unificados em amor, para todas as riquezas da plena convicção da compreensão, para a exata gnose (epígnôsin) do mistério de Deus (Cristo), no qual estão ocultos todos os tesouros da sophía e da gnose".
CL 4:3 - "orando ao mesmo tempo também por nós, para que Deus abra a porta do logos para falar o mistério do Cristo, pelo qual estou em cadeias".
2. ª Tess. 2:7 - "pois agora já age o mistério da iniquidade, até que o que o mantém esteja fora do caminho".
1. ª Tim. 3:9 - "(os servidores), conservando o mistério da fé em consciência pura".
1. ª Tim. 2:16 - "sem dúvida é grande o mistério da piedade (eusebeías)".
No Apocalipse (1:20; 10:7 e 17:5, 7) aparece quatro vezes a palavra, quando se revela ao vidente o sentido do que fora dito.
CULTO CRISTÃO
Depois de tudo o que vimos, torna-se evidente que não foi o culto judaico que passou ao cristianismo primitivo. Comparemos: A luxuosa arquitetura suntuosa do Templo grandioso de Jerusalém, com altares maciços a escorrer o sangue quente das vítimas; o cheiro acre da carne queimada dos holocaustos, a misturar-se com o odor do incenso, sombreando com a fumaça espessa o interior repleto; em redor dos altares, em grande número, os sacerdotes a acotovelar-se, munidos cada um de seu machado, que brandiam sem piedade na matança dos animais que berravam, mugiam dolorosamente ou balavam tristemente; o coro a entoar salmos e hinos a todo pulmão, para tentar superar a gritaria do povo e os pregões dos vendedores no ádrio: assim se realizava o culto ao "Deus dos judeus".
Em contraste, no cristianismo nascente, nada disso havia: nem templo, nem altares, nem matanças; modestas reuniões em casas de família, com alguns amigos; todos sentados em torno de mesa simples, sobre a qual se via o pão humilde e copos com o vinho comum. Limitava-se o culto à prece, ao recebimento de mensagens de espíritos, quando havia "profetas" na comunidade, ao ensino dos "emissários", dos "mais velhos" ou dos "inspetores", e à ingestão do pão e do vinho, "em memória da última ceia de Jesus". Era uma ceia que recebera o significativo nome de "amor" (ágape).
Nesse repasto residia a realização do supremo mistério cristão, bem aceito pelos gregos e romanos, acostumados a ver e compreender a transmissão da vida divina, por meio de símbolos religiosos. Os iniciados "pagãos" eram muito mais numerosos do que se possa hoje supor, e todos se sentiam membros do grande Kósmos, pois, como o diz Lucas, acreditavam que "todos os homens eram objeto da benevolência de Deus" (LC 2:14).
Mas, ao difundir-se entre o grande número e com o passar dos tempos, tudo isso se foi enfraquecendo e seguiu o mesmo caminho antes experimentado pelo judaísmo; a força mística, só atingida mais tarde por alguns de seus expoentes, perdeu-se, e o cristianismo "foi incapaz - no dizer de O. Casel - de manterse na continuação, nesse nível pneumático" (o. c. pág. 305). A força da "tradição" humana, embora condenada com veemência por Jesus (cfr. MT 15:1-11 e MT 16:5-12; e MC 7:1-16 e MC 8:14-11; veja atrás), fez-se valer, ameaçando as instituições religiosas que colocam doutrinas humanas ao lado e até acima dos preceitos divinos, dando mais importância às suas vaidosas criações. E D. Odon Casel lamenta: " pode fazer-se a mesma observação na história da liturgia" (o. c., pág. 298). E, entristecido, assevera ainda: "Verificamos igualmente que a concepção cristã mais profunda foi, sob muitos aspectos, preparada muito melhor pelo helenismo que pelo judaísmo. Lamentavelmente a teologia moderna tende a aproximar-se de novo da concepção judaica de tradição, vendo nela, de fato, uma simples transmiss ão de conhecimento, enquanto a verdadeira traditio, apoiada na gnose, é um despertar do espírito que VIVE e EXPERIMENTA a Verdade" (o. c., pág. 299).
OS SACRAMENTOS
O termo latino que traduz a palavra mystérion é sacramentum. Inicialmente conservou o mesmo sentido, mas depois perdeu-os, para transformar-se em "sinal visível de uma ação espiritual invisível".
No entanto, o estabelecimento pelas primeiras comunidades cristãs dos "sacramentos" primitivos, perdura até hoje, embora tendo perdido o sentido simbólico inicial.
Com efeito, a sucessão dos "sacramentos" revela exatamente, no cristianismo, os mesmos passos vividos nos mistérios grego. Vejamos:
1- o MERGULHO (denominado em grego batismo), que era a penetração do catecúmeno em seu eu interno. Simbolizava-se na desnudação ao pretendente, que largava todas as vestes e mergulhava totalmente na água: renunciava de modo absoluto as posses (pompas) exteriores e aos próprios veículos físicos, "vestes" do Espírito, e mergulhava na água, como se tivesse "morrido", para fazer a" catarse" (purificação) de todo o passado. Terminado o mergulho, não era mais o catecúmeno, o profano. Cirilo de Jerusalém escreveu: "no batismo o catecúmeno tinha que ficar totalmente nu, como Deus criou o primeiro Adão, e como morreu o segundo Adão na cruz" (Catechesis Mistagogicae,
2. 2). Ao sair da água, recebia uma túnica branca: ingressava oficialmente na comunidade (ekklêsía), e então passava a receber a segunda parte das instruções. Na vida interna, após o "mergulho" no próprio íntimo, aguardava o segundo passo.
2- a CONFIRMAÇÃO, que interiormente era dada pela descida da "graça" da Força Divina, pela" epifanía" (manifestação), em que o novo membro da ekklêsía se sentia "confirmado" no acerto de sua busca. Entrando em si mesmo a "graça" responde ao apelo: "se alguém me ama, meu Pai o amará, e NÓS viremos a ele e permaneceremos nele" (JO 14:23). O mesmo discípulo escreve em sua epístola: "a Vida manifestou-se, e a vimos, e damos testemunho. e vos anunciamos a Vida Imanente (ou a Vida do Novo Eon), que estava no Pai e nos foi manifestada" (l. ª JO 1:2).
3- a METÁNOIA (modernamente chamada "penitência") era então o terceiro passo. O aprendiz se exercitava na modificação da mentalidade, subsequente ao primeiro contato que tinha tido com a Divindade em si mesmo. Depois de "sentir" em si a força da Vida Divina, há maior compreensão; os pensamentos sobem de nível; torna-se mais fácil e quase automático o discernimento (krísis) entre certo e errado, bem e mal, e portanto a escolha do caminho certo. Essa metánoia é ajudada pelos iniciados de graus mais elevados, que lhe explicam as leis de causa e efeito e outras.
4- a EUCARISTIA é o quarto passo, simbolizando por meio da ingestão do pão e do vinho, a união com o Cristo. Quem mergulhou no íntimo, quem recebeu a confirmação da graça e modificou seu modo de pensar, rapidamenle caminha para o encontro definitivo com o Mestre interno, o Cristo.
Passa a alimentar-se diretamente de seus ensinos, sem mais necessidade de intermediários: alimentase, nutre-se do próprio Cristo, bebe-Lhe as inspirações: "se não comeis a carne do Filho do Homem e não bebeis seu sangue, não tendes a vida em vós. Quem saboreia minha carne e bebe meu sangue tem a Vida Imanente, porque minha carne é verdadeiramente comida e meu sangue é
verdadeiramente bebida. Quem come minha carne e bebe o meu sangue, permanece em mim e eu nele" (JO 6:53 ss).
5- MATRIMÔNIO é o resultado do encontro realizado no passo anterior: e o casamento, a FUSÃO, a união entre a criatura e o Criador, entre o iniciado e Cristo: "esse mistério é grande, quero dizê-lo em relação ao Cristo e à ekklêsia", escreveu Paulo, quando falava do "matrimônio" (EF 5:32). E aqueles que são profanos, que não têm essa união com o Cristo, mas antes se unem ao mundo e a suas ilusões, são chamados "adúlteros" (cfr. vol. 2). E todos os místicos, unanimemente, comparam a união mística com o Cristo ti uma união dos sexos no casamento.
6- a ORDEM é o passo seguinte. Conseguida a união mística a criatura recebe da Divindade a consagra ção, ou melhor, a "sagração", o "sacerdócio" (sacer "sagrado", dos, dotis, "dote"), o "dote sagrado" na distribuição das graças o quinhão especial de deveres e obrigações para com o "rebanho" que o cerca. No judaísmo, o sacerdote era o homem encarregado de sacrificar ritualmente os animais, de examinar as vítimas, de oferecer os holocaustos e de receber as oferendas dirigindo o culto litúrgico. Mais tarde, entre os profanos sempre, passou a ser considerado o "intemediário" entre o homem e o Deus "externo". Nessa oportunidade, surge no Espírito a "marca" indelével, o selo (sphrágis) do Cristo, que jamais se apaga, por todas as vidas que porventura ainda tenha que viver: a união com essa Força Cósmica, de fato, modifica até o âmago, muda a frequência vibratória, imprime novas características e a leva, quase sempre, ao supremo ponto, à Dor-Sacrifício-Amor.
7- a EXTREMA UNÇÃO ("extrema" porque é o último passo, não porque deva ser dada apenas aos moribundos) é a chave final, o último degrau, no qual o homem se torna "cristificado", totalmente ungido pela Divindade, tornando-se realmente um "cristo".
Que esses sacramentos existiram desde os primeiros tempos do cristianismo, não há dúvida. Mas que não figuram nos Evangelhos, também é certo. A conclusão a tirar-se, é que todos eles foram comunicados oralmente pela traditio ou transmissão de conhecimentos secretos. Depois na continuação, foram permanecendo os ritos externos e a fé num resultado interno espiritual, mas já não com o sentido primitivo da iniciação, que acabamos de ver.
Após este escorço rápido, cremos que a afirmativa inicial se vê fortalecida e comprovada: realmente Jesus fundou uma "ESCOLA INICIÁTICA", e a expressão "logos akoês" (ensino ouvido), como outras que ainda aparecerão, precisam ser explicadas à luz desse conhecimento.
Neste sentido que acabamos de estudar, compreendemos melhor o alcance profundo que tiveram as palavras do Mestre, ao estabelecer as condições do discipulato.
Não podemos deixar de reconhecer que a interpretação dada a Suas palavras é verdadeira e real.
Mas há "mais alguma coisa" além daquilo.
Trata-se das condições exigidas para que um pretendente possa ser admitido na Escola Iniciática na qualidade de DISCÍPULO. Não basta que seja BOM (justo) nem que possua qualidades psíquicas (PROFETA). Não é suficiente um desejo: é mistér QUERER com vontade férrea, porque as provas a que tem que submeter-se são duras e nem todos as suportam.
Para ingressar no caminho das iniciações (e observamos que Jesus levava para as provas apenas três, dentre os doze: Pedro, Tiago e João) o discípulo terá que ser digno SEGUIDOR dos passos do Mestre.
Seguidor DE FATO, não de palavras. E para isso, precisará RENUNCIAR a tudo: dinheiro, bens, família, parentesco, pais, filhos, cônjuges, empregos, e inclusive a si mesmo: à sua vontade, a seu intelecto, a seus conhecimentos do passado, a sua cultura, a suas emoções.
A mais, devia prontificar-se a passar pelas experiências e provações dolorosas, simbolizadas, nas iniciações, pela CRUZ, a mais árdua de todas elas: o suportar com alegria a encarnação, o mergulho pesado no escafandro da carne.
E, enquanto carregava essa cruz, precisava ACOMPANHAR o Mestre, passo a passo, não apenas nos caminhos do mundo, mas nos caminhos do Espírito, difíceis e cheios de dores, estreitos e ladeados de espinhos, íngremes e calçados de pedras pontiagudas.
Não era só. E o que se acrescenta, de forma enigmática em outros planos, torna-se claro no terreno dos mistérios iniciáticos, que existiam dos discípulos A MORTE À VIDA DO FÍSICO. Então compreendemos: quem tiver medo de arriscar-se, e quiser "preservar" ou "salvar" sua alma (isto é, sua vida na matéria), esse a perderá, não só porque não receberá o grau a que aspira, como ainda porque, na condição concreta de encarnado, talvez chegue a perder a vida física, arriscada na prova. O medo não o deixará RESSUSCITAR, depois da morte aparente mas dolorosa, e seu espírito se verá envolvido na conturbação espessa e dementada do plano astral, dos "infernos" (ou umbral) a que terá que descer.
No entanto, aquele que intimorato e convicto da realidade, perder, sua alma, (isto é, "entregar" sua vida do físico) à morte aparente, embora dolorosa, esse a encontrará ou a salvará, escapando das injunções emotivas do astral, e será declarado APTO a receber o grau seguinte que ardentemente ele deseja.
Que adianta, com efeito, a um homem que busca o Espírito, se ganhar o mundo inteiro, ao invés de atingir a SABEDORIA que é seu ideal? Que existirá no mundo, que possa valer a GNOSE dos mistérios, a SALVAÇÃO da alma, a LIBERTAÇÃO das encarnações tristes e cansativas?
Nos trabalhos iniciáticos, o itinerante ou peregrino encontrará o FILHO DO HOMEM na "glória" do Pai, em sua própria "glória", na "glória" de Seus Santos Mensageiros. Estarão reunidos em Espírito, num mesmo plano vibratório mental (dos sem-forma) os antigos Mestres da Sabedoria, Mensageiros da Palavra Divina, Manifestantes da Luz, Irradiadores da Energia, Distribuidores do Som, Focos do Amor.
Mas, nos "mistérios", há ocasiões em que os "iniciantes", também chamados mystos, precisam dar testemunhos públicos de sua qualidade, sem dizerem que possuem essa qualidade. Então está dado o aviso: se nessas oportunidades de "confissão aberta" o discípulo "se envergonhar" do Mestre, e por causa de "respeitos humanos" não realizar o que deve, não se comportar como é da lei, nesses casos, o Senhor dos Mistérios, o Filho do Homem, também se envergonhará dele, considerá-lo-á inepto, incapaz para receber a consagração; não mais o reconhecerá como discípulo seu. Tudo, portanto, dependerá de seu comportamento diante das provas árduas e cruentas a que terá que submeter-se, em que sua própria vida física correrá risco.
Observe-se o que foi dito: "morrer" (teleutan) e "ser iniciado" (teleusthai) são verbos formados do mesmo radical: tele, que significa FIM. Só quem chegar AO FIM, será considerado APTO ou ADEPTO (formado de AD = "para", e APTUM = "apto").
Nesse mesmo sentido entendemos o último versículo: alguns dos aqui presentes (não todos) conseguirão certamente finalizar o ciclo iniciático, podendo entrar no novo EON, no "reino dos céus", antes de experimentar a morte física. Antes disso, eles descobrirão o Filho do Homem em si mesmos, com toda a sua Dynamis, e então poderão dizer, como Paulo disse: "Combati o bom combate, terminei a carreira, mantive a fidelidade: já me está reservada a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia - e não só a mim, como a todos os que amaram sua manifestação" (2. ª Tim. 4:7-8).
Sabedoria do Evangelho - Volume 7
Categoria: Outras Obras
Capítulo: 24
CARLOS TORRES PASTORINO
MT 25:1-13
O cerimonial das núpcias era bastante solene e rumoroso a essa época, durando vários dias e noites de festas, que cada noivo realizava em sua casa. O noivo permanecia rodeado de seus amigos, os "paraninfos", e a noiva cercada por suas amigas geralmente moças casadoiras, de sua idade. O termo grego parthénos, em geral traduzido por "virgem", não exige essa condição física da mulher, mas simplesmente designa a não-casada ainda. Embora não tenha mais as características materiais da virgindade, por já ter mantido relações sexuais com outros homens.
Os dois grupos reuniam-se no último dia, o marcado para as bodas, quando o noivo se dirigia com seus paraninfos à casa da noiva, a fim de levá-la consigo, juntamente com o grupo de suas amigas, para sua casa. Reunidos os dois grupos de parentes e amigos de ambos, na casa do noivo realizava-se o banquete oficial de núpcias, que podia durar vários dias.
Embora até hoje se tenha interpretado a parábola como referente às moças (ou "virgens") amigas da noiva, cremos que não é a elas que se refere o Mestre. Notemos que a Vulgata (e alguns códices, como D, X e theta, a família 1, algumas versões ítalas, siríacas, armênias, o Diatessaron, Hilário e Origenes latino) é que trazem: "saíram ao encontro do noivo e da noiva: contra o testemunho dos melhores códices, que suprimem "e da noiva" (como o Sinaítico, o Vaticano, K. L, W, X2, delta, pi, a família 13 mais 21 minúsculos, as versões siríacas harcleense e palestiniana, a copta saídica e a boaírica, a etiópica e os pais Metódio, Basílio, Crisóstomo, João Damasceno).
Examinando o texto, verificamos que contradiz frontalmente a todos os hábitos normais das núpcias da época, se se referisse às moças companheiras da noiva. Vejamos alguns pontos para comprovar nossa tese:
1) As moças estão na rua, e não na casa da noiva, o que é inconcebível.
2) Saem com pequenas lâmpadas a óleo, que se apagariam com qualquer rajada fresca de vento.
3) Dormem, enquanto esperam o noivo, e dormem na rua. Se estivessem na festa, a algazarra as manteria acordadas.
4) Cinco levavam suprimento de azeite e são chamadas "inteligentes", embora demonstrem indiferença e dureza de coração em relação a suas companheiras. Numa festa, não necessitariam de lâmpadas nem de suprimento de azeite, mesmo porque o cortejo era feito com archotes ou tochas. E se fossem "acompanhantes", não havia razão para que as inteligentes recusassem ajudá-las.
5) As "tolas" são enviadas a comprar azeite nos vendedores à meia-noite; compram e regressam, quando a essa hora nenhuma loja permanecia aberta para comerciar.
6) Ao chegar o noivo, este fecha a porta, coisa inadmissível num banquete nupcial, e impede a entrada das amigas e convidadas da noiva, em gesto de suprema deselegância e desconsideração.
Por tudo isso, concluímos que a parábola não se refere absolutamente às "acompanhantes" da noiva numa festa de núpcias, e sim às próprias pretendentes ao casamento, às próprias noivas que, sem qualquer festa, seriam introduzidas na câmara nupcial do noivo para se casarem com ele. O fato de serem cinco ou dez, nada importa, já que a poligamia era admitida como lícita para o homem, só sendo proibida para as mulheres, únicas sujeitas às sanções contra o adultério. Desde que tivesse meios de sustentálas, o homem podia casar-se lícita e oficialmente com quantas esposas quisesse.
O noivo da parábola havia convocado dez, para determinado dia, mas estava a viajar. As dez foram pontuais, mas ele atrasou-se e chegou tarde - à meia-noite ou segunda vigília, diz o parabolista - e, ao entrar, só encontrou cinco. Ao regressarem as "tolas", estava evidentemente ocupado e, não mais quis abrir a porta.
Agostinho (Patrol. Lat. vol. 38, col. 575) escreveu: "algo de grande simboliza o óleo, de muito grande: julgas não ser o amor"? E, acrescentam os comentadores com acerto: "o óleo dos outros de nada adianta, só o próprio".
Em todo o episódio, verificamos que o cochilo, e depois o sono das moças, natural pelo cansaço físico, não foi condenado pelo parabolista, embora toda a parábola seja narrada para salientar a necessidade de permanecer "despertos" ou "acordados". Mas o essencial é estar espiritualmente desperta a criatura e preparada para a chegada do noivo bem-amado.
Ainda aqui vem confirmar-se de forma flagrante e magnífica nossa tese, "O Reino dos Céus será assemelhado" (no futuro, homoiôthêsetai, veja vol 6). Claro que não se percebe qualquer comparação com o céu mítico de após a morre do corpo físico. Trata-se da continuidade de um ensino dado à saciedade, com lições teóricas e práticas, com citação de fatos reais ou imaginários, que pudessem dar uma ideia pálida da realidade, por meio de comparações (ou seja, parábolas) que visavam a esclarecer pormenores. Todos os exemplos, os fatos, as semelhanças, enfim todos os recursos didáticos possíveis naquela época, foram utilizados pelo Mestre, para que Seus discípulos percebessem algo que não podia, como até hoje não pode, ser explicado com palavras terrenas, pois é algo que se passa fora e além da intelecção humana, no campo do Espírito e da mente espiritual.
Mas está tão evidente que se refere todo o ensino crístico ao mergulho do ser em seu âmago e da união de nosso Espírito com o Pai, que se torna fácil interpretar todas as Suas palavras com base nesse leit-motiv que volta e é repisado a cada página dos Evangelhos.
Vejamos, pois, o que nos diz ao coração a parábola das dez moças (ou "virgens") candidatas ao esponsalício, e que "saem ao encontro do noivo". Inicialmente observemos essa expressão (em grego: exêlthon eis hypántêsin toù nymphíou) que nos revela que elas se encaminharam ao encontro de seu próprio noivo, e não ao encontro do noivo de outra. Em todo o transcurso da parábola não há referência nem longínqua a qualquer noiva ou sponsa, afora as dez citadas: é o noivo que é esperado, só ele é anunciado, só ele chega, só ele entra com as cinco, só ele responde à porta. O esponsalício era dessas cinco com o noivo.
O parabolista divide aritmeticamente as dez em dois grupos de cinco, DEZ e CINCO.
Fazendo rápida incursão nos arcanos (cfr. Serge Marcotoune, "La Science Secrete des Initiés") verificamos que o DEZ representa a diversidade da vida nos acontecimentos que surgem. Com efeito, os nove primeiros arcanos são reveladores da vida interior, enquanto o arcano 10 simboliza a multiplicidade da vida para iniciar a realização no mundo exterior. O DEZ é o término do trabalho interior, que dá direito à atividade externa. Ao passar do nove é indispensável aplicar sua sabedoria e experiência, a fim de executar a tarefa confiada à encarnação, cumprindo-a no âmbito que lhe foi designado.
Mas como aqui se trata de dois grupos de CINCO, este é o arcano que mais nos interessa, pois precisamos explicar-nos porque o mesmo número simboliza, na parábola, a vitória e a derrota. E chegamos à conclusão de que está perfeitamente certo.
O número CINCO exprime basicamente a vida. No plano divino é a Providência (no caso, o noivo que vai chegar, a Divindade que se dirige ao homem, o Criador que vem ao encontro da criatura que antes demonstrou desejar ir a Seu encontro). No plano humano é a força do microcosmo (as dez moças que buscam a união sagrada). No plano da natureza é a força vital (que faltou às cinco "tolas", simbolizada no óleo em pequena quantidade, que não conseguiu manter acesa a lâmpada da vida e da espiritualidade).
O CINCO é essencialmente dinâmico: "a vida e uma sequência de quaternários sucessivos e entrecruzados" e representa no plano humano a vontade do homem e no plano da natureza a força vital, sua resistência, seu esforço. Seria o ponto, no centro da cruz, dando-lhe a energia para o movimento evolutivo.
Seria o schin, no meio do nome sagrado: yodhê-wau-hê transformando o tetragrama divino no pentagrama messiânico, a Energia cósmica fundamental YHWH em Sua manifestação YH-SH-WH (Yahweh em Yeshwa, ou Jeová em Jesus).
No entanto, o pentagrama representado pela estrela de cinco pontas pode ser completado com a figura do bode (o "Baphomet") das paixões e crimes elementares, tanto quanta pela figura da homem ideal, com braços e pernas estendidos. Isso significa que, ao sair do arcano quatro e penetrar no cinco, pode a criatura tomar duas direções: para o bem ou para o mal, com a ponta para cima ou para baixo, conforme a direção que a vontade lhe imprime. O que não se concebe ai é a ausência da vontade dirigente. Pode haver rápida hesitação ou dúvida da vontade na escolha do caminho, mas invariavelmente segue-se a decisão para orientar-se na ação. Se não há amadurecimento suficiente do espírito, pode este fraquejar, por incapacidade de atingir a meta.
Foi o que ocorreu com as cinco "tolas". Por falta de vigor vital (o azeite que mantém acesa a lâmpada da vida) fraquejaram. Podemos dar a esse vigor vital o nome que quisermos: amor, fidelidade, sintonia, equilíbrio mental (o termo grego môra exprime exatamente a incapacidade mental) ou qualquer outro.
O fato de cochilarem e adormecerem fisicamente não importa: a lâmpada ao anelo ardente permaneceu viva e desperta, só começando a bruxulear as das que não tinham suprimento suficiente.
Não há, tampouco, dureza de coração das que recusaram fornecer seu azeite. Trata-se da impossibilidade absoluta de transferir uma capacidade espiritual. Ninguém pode transfundir em outrem seu conhecimento nem sua elevação evolutiva, nem seus dons intelectuais ou morais. Cada um tem aquilo de que é capaz. O copo não pode fornecer a um cálice a capacidade que possui de armazenar duzentos gramas. Daí a frase muito lógica: ide adquirir aquilo que vos falta, com exercícios e experiências próprias, pessoais e intransferíveis.
O grito que anuncia a chegada do noivo é dado à meia-noite, a hora em que o sol se encontra exatamente nos antípodas do local, isto é, no momento em que a fonte de luz está no mais profundo abismo do ser. Nesse exato instante, chega o noivo para realizar a união, ou seja., o Encontro misterioso que se efetua a portas trancadas dentro do ser: "entra em teu quarto e, fechada a porta, ora a teu Pai que está no secreto" (MT 6:6; vol. 2). Ninguém jamais pode testemunhar nem presenciar o verdadeiro e real esponsalício místico entre a noiva e seu Amado; realiza-se ainda em maior reserva e pudor que a própria união sexual entre os cônjuges.
O parabolista mostra a chegada extemporânea e apressada das cinco "tolas", com a resposta aparentemente dura do noivo: "não vos conheço". Não nos esqueçamos de que o verbo "conhecer" tem sentido especial na Escritura, exprimindo a união sexual (vol. 1), a união íntima (volume 4), ou a gnôse total (vol. 5); daí dizer Jesus que "conhece o Pai" (vol. 4).
Finaliza a parábola com a repetição da advertência: "Despertai, porque não sabeis o dia nem a hora". A consciência, mantida alerta e acordada no plano superior do espírito, constitui a lâmpada que deve estar alimentada pelo azeite da prece ininterrupta. Assim não se desfaz a sintoma com Seu Espírito, conservando-o preparado para a recepção suprema ao Noivo Divino.
Sabedoria do Evangelho - Volume 5
Categoria: Outras Obras
Capítulo: 20
CARLOS TORRES PASTORINO
LC 12:1-12
Aqui temos uma série de exortações do Mestre a Seus discípulos, para que não temam os perigos, quando se trata de anunciar a boa-nova do "Reino de Deus" dentro dos homens.
O evangelista fala de dezenas de milhares de pessoas (myria = 10. 000) dizendo literalmente: episynachtheisõn tõn myriádõn toú ochlóu, isto é, "se superajuntavam às dezenas de milhares de povo", a tal ponto que pisavam uns sobre os outros em torno de Jesus para ouvir-Lhe a voz. Os comentaristas julgam isso uma hipérbole. A própria Vulgata traduz multis turbis circumstantibus, "estando em redor muito povo", não obedecendo ao original.
Há uma enumeração de percalços, que são encontrados quando alguém acorda esse assunto vital e decisivo para a espiritualização da humanidade.
1) "O fermento que é a hipocrisia dos fariseus". O fermento que permanece oculto, que ninguém vê, e no entanto tem ação tão forte que "leveda a massa toda" (cfr. MT 13:33; MC 13:21; 1CO 5:6 e GL 5:9). A comparação do fermento com a hipocrisia aparece em outros pontos (cfr. MT 16:6-11, 12; MC 8:15). Não acreditar, portanto, de boa-fé, "abrindo o jogo" nas aparências dos que se dizem ou fingem, mas NÃO SÃO. Muitos exteriorizarão piedade, fé, santidade, mas são apenas "sepulcros caiados". Cuidado com eles!, adverte-nos o Mestre.
2) O segundo princípio vale para essa admoestação que acabou de ser dada e também para o que se segue: tudo o que estiver escondido e oculto virá a luz. Os hipócritas serão vergonhosamente des mascarados ao desvestir-se da matéria, única que lhes permite enganar, pois o "espírito" se encaminhará automaticamente, por densidade, por peso atômico ou por sintonia vibratória, para o local que lhe seja afim.
Doutra parte, todos os segredos iniciáticos ou não, aprendidos de boca a ouvido, serão divulgados a seu tempo. O que foi dito a portas fechadas, será proclamado de cima dos terraços, às multidões. É o que está ocorrendo hoje: tudo está sendo dito. Não mais adiantam sociedades ou fraternidades "secretas": a imprensa divulga todos os segredos. Quem tem ouvidos de ouvir ouve: quem não os tem, nada percebe...
3) Prossegue o terceiro aviso, de que há dois perigos que precisam ser bem distinguidos:
a) os que "matam o corpo", que é coisa sem importância. que qualquer pessoa pode sofrer sem lhe causar transtorno maior, como o próprio Jesus o demonstraria em Sua pessoa, deixando que assassinassem com requintes de crueldade Seu corpo - e com isso até conquistando o amor de toda a humanidade - e depois reaparecendo vivo e glorioso, como vencedor da morte;
b) e o perigo real, que vem "daquele" que tem o poder (exousía) de lançar na "geena". Já vimos que" geena" (vol. 2) é o "vale dos gemidos", ou seja, este planeta, em que "gememos" (cfr. 2. ª Cor. 5:4 e 2PE 1:13-14). Portanto, só devemos temer a volta constante e inevitável às reencarnações compulsórias, que nos fazem sofrer neste "vale de lágrimas", dores morais e físicas indescritíveis e desoladoras. E quem pode lançar-nos nas reencarnações é nosso Eu Profundo. Isso é revelado com especial carinho, de pai a filhos: "eu vou mostrar o que deveis temer". Mas, matar o corpo, crucificálo. Queimá-lo, torturá-lo? Outro melhor será construído!
Depois é dada a razão por que não devemos temer. O Pai, que está EM TUDO e EM TODOS, mesmo nas mínimas coisas, está também DENTRO de cada um. Se cuida dos passarinhos, que cinco deles custam "dois vinténs", como não cuidará muito mais carinhosamente dos homens. "Seus amigos"? É a argumentação a minore ad majus. Se até todas os fios de cabelo de nossa cabeça estão contados (coisa que a criatura humana não consegue fazer), porque o Pai está inclusive dentro de cada um deles, muito mais saberá com antecedência, o que conosco se passa e "o de que necessitamos" (MT 6:8).
4) Segue um ensino de base: só quem confirmar o Cristo perante os homens, será por Ele confirmado perante os mensageiros divinos. Volta aqui o verbo homologein (veja atrás) que já estudamos. A interpretação comum até hoje, de "confessar o Cristo", trouxe no decorrer dos séculos enorme série de criaturas que não temeram confessar o Cristo e por Ele dar a vida, em testemunho de sua crença, tornando-se "mártires" (testemunhas) diante dos verdugos e perseguidores.
5) A advertência seguinte é urna repetição do que foi dito atras (MT 12:32; MC 3:29), embora lá se refira a quem atribua ao adversário uma obra divina, e aqui venha em outro contexto. Mas o sentido é o mesmo. Em nossa evolução estamos caminhando entre dois pólos: o negativo, reino do adversário, a matéria, do qual nos vamos afastando aos poucos: e o positivo, reino de Deus, o Espirito, do qual lentamente nos aproximamos. A quem ensinar contra o Filho do Homem (Jesus ou qualquer outro Manifestante Crístico), lhe será relevado o erro: isso embora possa atrasar-lhe a caminhada, não o faz regredir; mas quem, ao invés de caminhar para o Espírito já puro (livre da matéria, porque o adversário também é Espírito embora revestido de ou transformado em matéria), esse não terá como ser relevado, pois virou as costas ao ponto de chegada e passou a caminhar na direção contrária, mergulhando mais na matéria (Antissistema). Os agravos das personagens constra as personagens não têm gravidade. Mas quando atingem o Espírito, assumem graves características cármicas.
Há uma observação a fazer. Neste trecho (vers. 10 e 12) não aparece pneuma hágion, mas hágion pneuma; isto é, não "Espírito Santo", mas "Santo Espírito". Abaixo, voltaremos ao assunto.
6) A última advertência transforma-se numa garantia de que, quando diante das autoridades, eles não devem preocupar-se com a defesa nem com as respostas "porque o santo Espírito lhes ensinará nessa mesma hora, o que devem dizer". Trata-se de uma inspiração direta, da qual numerosos exemplos guardou a história, bastando-nos recordar, além dos ocorridos com os discípulos daquela época (cfr. AT 4:5-21; AT 7:1-53; 22:1-21; 23:1-7; 24:10-21 e 26:2-29) as respostas indiscutivelmente inspiradas de Joana d"Arc, diante do tribunal de bispos que a condenou à fogueira.
Note-se que em Mateus (Mateus 10:18) e Marcos (Marcos 13:9) fala-se em governadores e reis, termos que Lucas substitui por "magistrados" (archaí), e autoridades" (exousíai) expressões que também aparecem reunidas em Paulo (EF 3:10; CL 1:16 e TT 3:1).
De tudo se deduz que não devem temer os discípulos: a vitória espiritual está de antemão garantida, embora pereça o corpo físico.
PNEUMA HAGION
Trata-se de uma observação de linguística: o emprego do adjetivo hágion, ao lado do substantivo pneuma. Sistematicamente, o substantivo precede: pneuma hágion ("Espírito santo"). No entanto, Lucas, e só Lucas, inverte nove vezes, contra 41 vezes em que segue a construção normal. Qual a razão?
Para controle dos estudiosos, citamos os passos, nos quatro autores dos Evangelhos, dando os diversos textos em que aparece a palavra pneuma com suas diversas construções:
1 - tò pneuma tò hágion = o Espírito o santo.
MT 12:32; MC 3:29; MC 12:36; MC 13:11; LC Ev. 3:22; 10:21; AT 1:16; AT 2:33; AT 5:3, AT 5:32; 7:51:10:44, 47; 11:15; 13:2; 15:8, 28; 19:6; 20:28; 21:4; 28:25.
Em João aparece uma só vez, e assim mesmo em apenas alguns códices tardios, havendo forte suspeição de haver sido acrescentado posteriormente (em14:26).
2 - Pneuma hágion (indefinido, sem artigo) = um espírito santo: MT 1:18, MT 1:20; 3:11; MC 1:8; LC Ev. 1:15, 41, 67; 2:25; 3:16; 4:1; 11:13: AT 1:2, AT 1:5:2:4; 4:8, 25; 7:55; 8:15, 17, 19; 9:17; 10:38; 11:16, 24; 13:9, 52; 19:2 (2 vezes); JO 20:22.
3 - tò hágion pneuma = o santo Espírito (inversão): MT 28:19, num versículo indiscutivelmente apócrifo; LC Ev. 12:10, 12; AT 1:8:2:38; 4:31; 9:31:10:45; 13:4; 16:6. E em todo o resto do Novo Testamento, só aparece essa inversão uma vez mais, em Paulo (1CO 6:19), onde, assim mesmo, alguns códices trazem a ordem comum.
Para completar o estudo da palavra pneuma nos Evangelhos, mesmo sem acompanhamento do adjetivo hágion, damos mais os seguintes passos.
4 - tò pneuma = o espírito: MT 4:1; MT 10:20; MT 12:18, MT 12:31; MC 1:10, MC 1:12; LC Ev. 2:27; 4:14; AT 2:17, AT 2:18; 6:10; 8:18, 29; 10:19; 11:12, 28; 16:7; 20:22; 21:4; JO 1:32, JO 1:33; 3:6, 8, 34; 6:63; 7:39; 14:17; 15:26; 16:13.
5 - pneuma (indefinido, sem artigo) = um espírito: MT 3:16; MT 12:28; MT 22:43; LC Ev. 1:17; 4:18; AT 6:3:8:39; 23:89; JO 3:5, JO 3:6; 4:23, 24; 6:63; 7:39.
Resumindo:
Mat. | Marc. | Luc. | Luc. | João | ||
Ev. | Ev. | Ev. | At. | Ev. | Totais | |
1. tò pneuma tò hágion | 1 | 3 | 2 | 15 | 21 | |
2. pneuma hágion | 3 | 1 | 7 | 17 | 1 | 29 |
3. tò hágion pneuma | 2 | 7 | 9 | |||
4. tò pneuma | 4 | 2 | 2 | 11 | 10 | 29 |
5. pneuma | 3 | 2 | 4 | 6 | 15 | |
totais | 11 | 6 | 15 | 54 | 17 | 103 |
O evangelista resume, neste trecho, uma série de ensinamentos, de que só escreveu o esquema mas como sempre em linguagem comum, embora deixando claro indícios para os que possuíssem a "chave" poderem descobrir outras interpretações da orientação dada pelo Mestre.
No atual estágio da humanidade, conseguimos descobrir pelo menos três interpretações, senão a primeira a exotérica que vimos acima.
A segunda interpretação que percebemos refere-se às orientações deixadas em particular aos discípulos da Escola Iniciática "Assembleia do Caminho". E, antes de prosseguir, desejamos citar uma frase de Monsenhor Pirot (o. c. vol. 10, pág 158). Ainda que católico, parece inconscientemente concordar com a nossa tese (vol. 4) e escreve: "Seus discípulos teriam podido ser tentados a organizar círculos fechados, só comunicando a alguns apenas a plena iniciação que tinham recebido".
A contradição flagrante do início do trecho demonstra à evidência que algo de oculto existe nas palavras escritas. Com efeito, é dito que "se supercongregavam (epi + syn + ágô) dezenas de milhares de povo ", a ponto de "se pisarem mutuamente, uns por cima dos outros" e, no entanto acrescenta que" falou a seus discípulos" apenas! Como? Difícil de entender, se não lermos nas entrelinhas a realidade, de que modo falou apenas a alguns, no meio de uma multidão.
No âmbito fechado da Escola Iniciática é compreensível. Às instruções que dava o Mestre aos discípulos encarnados, compareciam também os discípulos desencarnados, que se preparavam para reencarnar, a fim de, nos próximos decênios, continuar a obra dos Evangelizadores de então. O que o evangelista notou é que esses espíritos desencarnados compareciam "as dezenas de milhares" (cálculo estimativo, pela aparência, já que é bem difícil aos encarnados, mesmo videntes, contar o número de desencarnados que se apresentam em bloco numa reunião). Sendo desencarnado, eram visto, juntos (syn), uns como que "por cima" dos outros (epi). pisando-se (literalmente katapatéô é "pisar em cima") ou seja, uns espíritos mais no alto outros mais em baixo. Compreendendo assim, fica clara a descrição e verdadeira.
Seguem se as instruções dadas aos iniciados:
1) Precisam. primeiro que tudo (prôton) tomar cuidado com o fermento que é a hipocrisia do tipo dos fariseus, e que, mesmo iniciando-se pequenina, cresce assustadoramente com o decorrer do tempo.
Em outras palavras, eles mesmos devem ser verdadeiros, demonstrando o que são; e não apresentar-se falsamente com um adiantamento espiritual que não possuem ainda. Sinceridade, sem deixar que os faça inchar um convencimento irreal. Honestidade consigo mesmo e com os outros, analisando-se para se não ficarem supondo mais do que são na realidade. Naturalidade, não agindo de um modo quando sós e de outro quando observados.
2) A segunda instrução refere-se aos ensinamentos propriamente ditos. Da mesma forma que não adianta exteriorizar algo que não exista na realidade íntima, porque tudo virá à tona cedo ou tarde, desmascarando o hipócrita, o mentiroso, assim também de nada valerá querer manter secretos
—quando o tempo for chegado - os ensinos iniciáticos que ali estão sendo dados. Haverá gente que se arvorará em "dono" do ensino do Cristo, interpretando-o somente à letra e combaterá, perseguindo abertamente ou por portas travessas, os que buscam revelar a Verdade desses ensinos.
Nada disso terá resultado. A Verdade surgirá por si mesma, tudo o que estiver oculto será revelado, às vezes pelas pessoas menos credenciadas, e todos, com o tempo terão acesso à verdadeira interpretação. O que está dito "na adega" (en tois tamieíois), será apregoado por cima dos tetos; tudo o que foi ensinado nas trevas, será ouvido na luz plena da Imprensa. Preparem-se, pois, porque os que se supõem "donos" do assunto, encarnados ou desencarnados, se levantarão dispostos a destruir as revelações. Não haja susto, nem medo, porque não os atingirão.
3) Sobre isso versa a terceira instrução, esclarecendo perfeitamente que o HOMEM NÃO É SEU CORPO. Por isso, podem os perseguidores da Verdade lançar nas masmorras, torturar, queimar e assassinar nas fogueiras das inquisições os corpos de todos eles: a Verdade permanecerá de pé, íntegra inatingível e indestrutível. "Eles" matam apenas os corpos e nada mais podem fazer, embora se arvorem o poder que eles mesmos se atribuem ridiculamente de condenar ao inferno eterno.
Mas isso é apenas vaidade e convencimento tolos e vazios. São palavras sem fundamento real.
E o Mestre, o Hierofante e Rei, Sumo Sacerdote da "Assembleia do Caminho", assume o tom carinhoso para falar "a seus amigos", e diz que só há um que deve ser temido: aquele que tem o poder real de lançar a criatura na "geena" deste vale de lágrimas, em novas encarnações compulsórias. E o único que possui essa capacidade é o Eu Profundo, o Cristo Interno que, ao verificar que não progredimos como devêramos, nos mergulha de novo neste "vale dos gemidos", em nova encarnação de aprendizado.
Porque tudo o que geralmente chamamos "resgate" é, na realidade, nova tentativa de aprendizado, embora doloroso. O Espirito que erra numa vida, em triste experiência, por sair do rumo, e comete desatinos, voltará mais outra ou outras vezes para repetir a mesma experiência em que fracassou, a ver se aprende a evitá-la e se se resolve a comportar-se corretamente, reiniciando a caminhada no rumo certo. Se alguém comete injustiças ou crueldades que prejudiquem aos outros, voltará na vida seguinte à "geena" para assimilar a lição de experimentar em si mesmo o que fez a outrem. Verá quanto dói em si mesmo o que fez os outros sofrerem. Mas isso não é castigo, nem mesmo, sob certos aspectos é resgate: trata-se de APRENDIZADO, de experiências práticas, único modo de que a Vida dispõe para ensinar: a própria vida. A esse Eu Profundo, Cristo-em-nós, devemos temer. É nosso Mestre - nosso "único Mestre (MT 23:10) - e Mestre severo que nos ensina de fato, cumprindo Sua tarefa à risca, sem aceitar "pistolões". E, para não incorrer em sua justa e inflexível atuação, temos que ouvir-Lhe as intuições, com a certeza absoluta de que Ele está vigilante a cada minuto segundo, plenamente desperto, sem distrações nem enganos, e permanece ativo em cada célula, em cada fio de cabelo.
4) Por que temer, então, os perseguidores das personagens transitórias, que nascem já destinadas a desaparecer, que se materializam somente durante mínima fração de tempo, para logo se desmaterializarem?
Cada fio de cabelo está contado e numerado (êríthmêntai) por esse mesmo Cristo que está em nós, em cada célula, em cada cabelo, em cada passarinho, por menor e mais comum que seja, em cada inseto, em cada micróbio: em tudo. Se a Divindade que está EM TUDO e EM TODOS cuida das coisas minúsculas e sem importância (cinco são vendidos por dois vinténs) como não cuidará de nós, SEUS AMIGOS, já muito mais evoluídos e com o psiquismo desenvolvido, com o Espírito apto a reconhecê-Lo?
5) Depois dessa lição magnífica, passa o evangelista a resumir outro ensino, no qual tornamos a encontrar o mesmo verbo homologéô que interpretamos como "sintonizar". Aqui também cabe esse mesmo sentido. Todo aquele que, em seu curso de iniciação, tiver conseguido sintonizar com o Cristo Interno ("comigo") durante a encarnação terrena ("perante os homens"), esse terá confirmada, quando atingir o grau de liberto das encarnações humanas a sintonia de Filho do Home "entre os Espíritos de Luz", já divinizados, que se tornaram Anjos ou Mensageiros de Deus.
Mas se não conseguiu essa sintoma, negando o Cristo e ligando-se à matéria (Antissistema) "será renegado" pelos Espíritos Puros, e terá que reencarnar: não alcançou a sintoma, a frequência vibratória da libertação definitiva. Em sua volta à carne, continuará o trabalho de aprendizado e treinamento iniciático, até que chegue a esse ápice, que é a meta de todos nós.
6) A instrução seguinte é o resumo do que já foi exposto em Mateus e Marcos, com o mesmo sentido.
Mas Lucas, nesta esquematização, abreviou demais a lição. Felizmente as anotações dos dois outros discípulos nos permitem penetrar bem nitidamente o pensamento do Mestre.
7) A última instrução deste trecho é uma garantia a todos os discípulos que se iniciaram na Escola de Jesus. As perseguições virão. Os interrogatórios serão realizados com incrível abuso de poder e falsidade cruel e ironia sarcástica, por indivíduos que revelam possuir cérebros cristalizados em carapaças de fanatismo. Não importa. O Espírito será iluminado pelo Cristo Interno, e as respostas, embora não aceitas, virão à luz, para exemplo e lição.
Mas percebemos terceira interpretação: O Cristo Interno, Eu Profundo, dirige-se ao Espírito da própria criatura e à personagem.
Sendo a personagem, de fato, constituída de trilhões de células, cada qual com sua mente, não há exagero nem hipérbole na anotação de Lucas. São mesmo "dezenas de milhares de multidão que se aglomeram, pisando umas sobre as outras". Não obstante, o Cristo se dirige às mais evoluídas, capazes de entendimento por terem o psiquismo totalmente desenvolvido: o intelecto, que é o "parlamento representativo" das mentes de todas as células e órgãos.
Resumamos a série de avisos e instruções dadas em relação aos seis principais planos de consciência da personagem encarnada, através do intelecto, que é onde funciona a "consciência atual". Recomenda que:
1. º - não assuma, no físico as atitudes falsas da hipocrisia farisaica, de piedade inexistente, de sorrisos que disfarçam esgares de raiva;
2. º - quanto às sensações do duplo, não adiantará escondê-las: serão reveladas: e as palavras faladas em segredo serão ouvidas, e as sensações furtadas às escondidas no escuro, virão à luz: tudo o que fazemos, fica registrado no plano astral;
3. º - quanto às emoções do astral, lembre-se de que constitui o astral das células e órgãos um grup "amigo", pois durante milênios acompanham a evolução da criatura. Mas que não se emocione no caso de alguém fazer-lhe perder o físico através da morte, porque não será destruído o astral. Devem temer-se as coisas que coagem a novamente lançá-lo na "geena", no sofrimento das encarnações dolorosas: os vícios, os gozos infrenes, os desejos incontrolados, as ambições desmedidas, a sede de prazeres, os frêmitos de raiva. No entanto, apesar de tudo, o Eu Profundo controla tudo, até os fios de cabelo, e portanto ajudará a recuperação total, não abandonando ninguém;
4. º - o próprio intelecto deve buscar ardorosamente a sintoma com Ele, o Cristo, a fim de que receba a indispensável elevação ao plano mental abstrato, e não permaneça mais preso ao plano astral animalesco.
Mas se não for conseguida a sintonia, porque negou o Cristo Interno, ficará preso à parte inferior da animalidade, e permanecerá renegado diante da Mente, mensageira divina;
5. º - o Espírito individualizado não se importe com os ensinos errados que forem dados contra as criaturas humanas, contra os homens: mas que jamais se rebele nem blasfeme contra o Espírito, já puro e perfeito, porque o que Ele faz, mesmo as dores, está sempre certo;
6. º - a Mente não se amedronte, quando convocada a responder perante autoridades perseguidoras: o Espírito puro do Cristo Interno jamais a abandonará, e na hora do perigo lhe inspirará tudo o que deve transmitir como defesa e resposta às inquirições.
Outras interpretações devem existir, mas não nas alcançamos ainda. O fato, porém, é que essas já são suficientes como normas de vida e de comportamento para todos aqueles que desejam penetrar no caminho e segui-lo até o fim.
Sabedoria do Evangelho - Volume 1
Categoria: Outras Obras
Capítulo: 5
CARLOS TORRES PASTORINO
26. No sexto mês, foi enviado da parte de Deus o anjo Gabriel a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré.
27. a uma virgem prometida a. um homem que se chamava José, da casa do David, e o nome da. virgem era Maria.
A comunicação do anjo a Maria ocorre seis meses após a concepção de Isabel. O mensageiro é o mesmo que falou a Zacarias, isto é, Gabriel. No entanto, o fato não mais ocorre em Jerusalém, sim numa cidadezinha desconhecida da Galileia, Nazaré, onde morava uma mocinha que estava noiva.
A cidade de Nazaré só nos é conhecida através das citações dos Evangelhos. Nem no Velho Testamento, nem em nenhum autor profano aparece esse nome. Também não o temos escrito em hebraico, mas apenas sua transcrição para o grego, e com seis variantes: Nazaré, Nazaret, Nazareth, Nazará, Nazarat e Nazarath.
Lucas frisa com insistência que Maria não estava ainda casada: era noiva, ou seja, "prometida" (em grego έµνηστευµένη, particípio aoristo 2. . º do verbo µνεστεύ
ω, que tem o sentido de "prometer em casamento" ou "contratar matrimônio"). O matrimônio só se completava quando, a noiva ia morar na casa do noivo, que então se tornava marido. Tanto que Lucas só dá a José o título de "pai’, quando fala da apresentação de Jesus ao Templo (LC 2:33, LC 2:41, LC 2:43 e LC 2:48).
Entre os judeus, porém, desde que se contratava o casamento, a noiva era considerada ligada ao noivo de tal forma, que um erro dela era catalogado como adultério (DT 22:23).
Todo o nosso sistema terráqueo está constituído na base setenária. Não se trata de misticismo nem de cabalismo, é uma verificação fácil de fazer-se. Conhecendo os antigos esse fato, todos os acontecimentos e o simbolismo eram baseados no número sete.
Como o sete era a etapa final, o penúltimo passo representava-se pelo número seis. Daí lermos "no sexto mês. Isto significa que o símbolo que vai ser dado aos leitores, exprime a penúltima etapa dessa fase do desenvolvimento.
Nessa penúltima do etapa, o discípulo acha-se preparado e o mestre aparece, o "homem de Deus", Gabriel, a fim de anunciar-lhe a última etapa.
O aparecimento do "anjo" ou "anunciador" dá-se na Galileia, a "região cercada" do íntimo da criatura.
A cidade tinha o nome de Nazaré. Que o nome constitui um símbolo, compreendemo-lo por não constar ter havido, na época, nenhuma cidade real com esse nome. A palavra "Nazaré" parece derivarse do radical hebraico Nâzir, que significa "separado, consagrado", ligando-se ao nazireano instituído por Moisés (Núm. cap. 6. . º).
Vemos, pois, que o "mestre" aparece no lugar separado da região cercada", ou seja, no CORAÇÃO, falando através da voz silenciosa.
Anota o evangelista que a aparição se deu "a uma virgem", e que ela estava "prometida a um homem" . A intuição está sempre ligada ao intelecto. E, mormente quando no caminho espiritual, quase sempre se filia a uma pessoa humana, que a guia, intelectualmente, pela estrada da evolução.
O sentido da palavra José "(Deus) acrescenta", ou seja, "Deus dá por acréscimo de misericórdia", coincide com o título "filho de David", já que David significa "o Amado".
Daí compreendermos que o intelecto, quando se dedica às coisas divinas, aos estudos das realidades espirituais, se torna "amado", e a ele "Deus acrescenta" sabedoria. Isto, não por privilégios, mas por simples efeito de sintonia vibratória: se um rádio é sintonizado com uma estação transmissora, recebelhe as ondas não por "predileção" da estação, mas porque as condições de sintonia favoreceram a receptividade. Deus’ dá igualmente (infinitamente) a todos, mas cada um recebe segundo sua capacidade.
No oceano divino vogam o pequeno caíque e o grande transatlântico, mas cada um mergulhando de acordo com o calado de sua quilha.
A conversa de Gabriel com Maria difere da havida com Zacarias. Com este, temos a representação d "mestre" que fala ao intelecto, suscitando dúvidas (segundo a característica própria do intelecto).
Com Maria, temos a representação do "mestre" que se dirige à intuição, e é aceito, porque a intuição" sente" a verdade da manifestação.
28. Aproximando-se dela, disse-lhe: "Alegra-te, altamente favorecida, o Senhor é contigo".
29. Ela, porém, ao ouvir essas palavras, perturbou-se muito e pôs-se a pensar que saudação seria essa.
FIGURA "Anúncio a Maria"
A saudação do anjo a Maria é concisa. A fórmula grega Χαίρε significa "alegra-te", Observe-se: que, na saudação, os gregos auguravam alegria, enquanto os orientais desejavam paz (shalôm) e os latinos faziam votos de saúde (salve, ave, vale) . O perfeito grego κεχαριτωµένη indica a posse permanente (não transitória) de graça, de perfeição, de beleza, tanto física quanto moral. Usado na saudação de Gabriel, em tom de vocativo, esse perfeito assume quase o papel de um adjetivo substantivo: "ó perfeitíssima", "ó altamente favorecida", que a vulgata interpretou "cheia de graça".
A seguir uma afirmativa: "o Senhor está contigo". Não se trata, como em Rute (Rute 2:4) do desejo de que" o Senhor esteja contigo", mas de uma afirmação categórica a respeito de um fato conhecido por Gabriel.
Maria perturba-se não tanto pela presença de um homem jovem a seu lado (e Gabriel devia apresentar extraordinária beleza física), mas pelas palavras de saudação proferidas; por ele, por aquele elogio inesperado da parte de um estranho.
A mente transmite sempre com imensa alegria, quando anuncia a presença divina dentro da criatura:
"o Senhor está (é) contigo", vive dentro de ti, habita em ti, é a vida que pulsa em ti. Quando o homem ouve essas palavras silenciosas dentro do coração, invariavelmente se perturba: que palavras estranhas são essas, dirigidas a criaturas tão cheias ainda de defeitos?
A voz íntima, no entanto, diz a todos: "alegra-te, filho de Deus, és altamente favorecido pela divindade, pois Deus habita em ti" !
30. Disse-lhe o anjo: "Não temas, Maria., pois conquistaste benevolência da parte de Deus,
31. e conceberás em teu ventre e darás à luz um filho a quem chamarás JESUS.
32. Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai David,
33. e ele reinará no futuro sobre a casa de Jacob, e seu reino não terá fim. Gabriel exorta Maria a não temer porque ela "conquistou a benevolência de Deus".
O anjo não se apresenta a Maria dando nome e posição como o fez com Zacarias. Ao evangelista basta revelar que o mensageiro foi o mesmo nos dois casos.
Conquistar benevolência é expressão já muito usada no Velho Testamento, com as palavras "achar graça" (cfr. GN 6:8; X;x. 33:12; Juízes, 6:17) O anúncio da próxima maternidade de Maria é feito com expressões semelhantes às que foram ditas por outros espíritos, para anunciar o nascimento de Ismael (GN 16:11) e de Sansão (Juízes, 13:3-5).
O nome que o anjo impõe é JESUS (em hebraico IEHOSHUA’ γωιπ que se Abrevia Ўιΰ ou ιωι, mas que também pode transliterar-se. ... com o sentido de "Iahô salva". Na previsão de Isaias, era-lhe dado o nome de HIMMANU-EL, isto é, "Deus conosco". " Jesus", diz o anjo "será grande, será chamado de Filho do Altíssimo", título que era dado aos reis na antiguidade (cfr. 2RS 7:14 e 1CR 22: lC).
O menino receberá o "reino de David", que ele ocupará "no futuro", (είς τους αίωνας) e seu reino "não terá fim". A palavra αίώ
ν tem o mesmo sentido que seu derivado latino "aevum" (em português "evo", ou seja século, uma "vida") e era empregado no sentido lato de futuro, e não no de "eterno". Eterno é o que não tem princípio nem fim. Além disso, a segunda parte do versículo esclarece bem a ideia, quando diz "e seu reino não terá fim", Se a palavra "aiónas" tivesse o sentido de "eterno", não havia razão para a segunda parte do versículo, nem mesmo invocando-se a técnica da repetição, na poesia hebraica.
Com Zacarias, o anjo se apresenta, porque o intelecto quer saber de tudo, pede "credenciais"; ao passo que a intuição não repara no intermediário: sente a verdade em suas palavras, não lhe interessando quem a diz, mas sim o que diz.
A resposta do "mestre" à indagação aflita da criatura que, humildemente, se julga indigna de receber tão grande graça - embora não duvide da própria graça - vem trazer maior certeza da realidade: "conquistaste benevolência da parte de Deus". Não é, propriamente, o "merecimento", no sentido de haver a criatura dado algo mais do que devia, com isto merecendo uma recompensa, ou "comprando" a benevol ência. Não. Trata-se da sintonia natural da criatura, que lhe possibilita receber as emissões (a benevolência) divinas, dadas a todos indistintamente: bons e maus, sábios e ignorantes, santos e criminosos.
E essa sintonia é obtida pelo que a criatura É (não pelo que sabe, nem pelo que faz).
Tendo conseguido essa sintonia, a criatura pode "conceber em seu ventre" (recebe em seu coração) um" filho", que é sua "salvação": JESUS, isto é, Iahô salva. Esse "nascimento" é uma expressão que usamos por falta de outro vocábulo mais exato. Assim como, ao nascer, a criança aparece, é vista, tocada e sentida (embora não tenha começado a existir nesse momento, pois inclusive seu corpo já existia no ventre EU Supremo consiste apenas na verificação de nossa parte de que ele existe. Realmente ele já existia dentro de nós, mas ainda oculto e não sentido. Ao revelar-se, ao tornar-se "sensível", nós dizemos que ele "nasceu": isto é, que se manifestou; quando nós o DESCOBRIMOS, dizemos que ELE NACEU ...
Esse EU Supremo será grande e é o Filho do Altíssimo porque é a Centelha que emanou Dele (do Foco Incriado); e terá, por todo o resto de sua existência o "trono de seu Pai" o AMADO (David).
Vimos (pág. 2) que Deus (o AMOR) se manifesta como o Verbo Criador (o AMANTE) e como o Criador, o Filho (o AMADO). Ora, o EU Supremo, que é a individualização de um Raio-Divino, isto é, "Filho do Cristo" (o AMADO), pode ser, por isso, chamado "filho do Amado" ou "filho de David".
Seu reino não terá fim sobre a casa de Jacob. Jacob significa "o que suplanta" (ou "o que segura pelo calcanhar"). Exprime, então, a personalidade, que durante milênios "suplanta" a individualidade abafandoa totalmente. Quando JESUS surge, ele assume o trono de David, e reina sobre a "casa de Jacob" sem fim isto é nunca mais a individualidade sofrerá o domínio da personalidade.
34. Então Maria perguntou ao anjo: "como será isso, uma vez que não conheço homem"?
35. Respondeu-lhe o anjo: "um espírito santo virá sobre ti e o poder do Altíssimo te envolverá. com sua sombra; e por isso o nascituro será chamado santo, Filho de Deus.
36. Isabel, tua parenta, também ela concebeu um filho na sua velhice, e já está no sexto mês aquela que era chamada estéril,
37. porque, vindo de Deus nada será impossível".
38. Disse Maria: "Eis aqui a escrava do Senhor: faça-se em mim segundo a tua palavra". E o anjo retirou-se.
A pergunta de Maria difere da de Zacarias. O sacerdote pergunta: "como saberei que isto é verdade"?, o que exprime dúvida a respeito das, afirmativas de Gabriel. Maria indaga: "Como se dará isso, se não conheço homem"? O que constitui um pedido de explicação: ela crê verdadeiras as palavras, mas deseja saber o modo de agir para resolver o caso. " Conhecer homem ou mulher" é eufemismo usado entre os judeus para designar as relações sexual, empregando-se o vocábulo γτι . Maria, jovem noiva, não tinha ainda (por isso usa o presente do indicativo:
"não tenho") comércio sexual. E Gabriel parece esclarecer que a concepção se deverá dar de imediato, sem esperar que o casamento se realize.
O anjo explica que ela conceberá um espírito santo (já santificado). Em grego, aqui também não aparece o artigo, denotando a indeterminação: UM, espírito santo. Esse espírito santificado descerá sobre ela
(έπελεύσεται do verbo έπέρхοµαι) e acrescenta que "a força ou poder do Altíssimo a envolverá com sua sombra". Parece uma alusão clara à shekinah da mística judaica. Nesses casos, qualquer contato sexual, mesmo fora do casamento, será abençoado. Deus não está sujeito às leis "humanas", nem das sociedades nem dos Estados. O casamento é um ato instituído pelos homens, a fim de evitar abusos e manter organizada a humanidade. Mas Deus simplesmente criou as plantas, animais e homens dotados de sexo para que se unissem, produzindo filhos, a fim de que Sua obra não perecesse: Qualquer restrição é humana e não divina. No caso em apreço, isso está claro. Tanto assim que, mesmo fora do casamento Maria receberá, em seu ventre, um espírito santo, que será chamado Filho de Deus E logo a seguir acrescenta, a título de comprovação, que Isabel, parenta de Maria (não se sabe qual o grau de parentesco) também terá um filho, apesar da idade e de ter sido estéril, já estando no sexto mês de gravidez.
E aduz: "vindo de Deus, nada é impossível". A expressão do texto original: "nenhuma palavra"
(πάνρήµα) é o equivalente do hebraico dàbâr (דכד), que tem muitas vezes (cfr. GN 18:14) o sentido d "coisa". Ora, "nenhuma coisa" é o mesmo que "nada".
A resposta de Maria é uma aceitação plena, uma conformação total: "eis a escrava (δουλη) ao Senhor".
E mais: faça-se em mim conforme dizes". A expressão "faça-se" (γένοιτο) é muito mais forte que o
γευηθήτο usado no "Pai Nosso" (MT 6:10). Neste, exprime-se o desejo de que "se faça", mas deixando livre quanto à época em que se realize. No caso presente, o "faça-se" de Maria expressa o desejo e quase a ordem de que se faça já.
Cumprida a missão, o anjo retirou-se.
A própria intuição, sobretudo levada pelo intelecto, supõe e deseja que alguém lhe dê a iniciação.
Espera o milagre, certa de que o grande encontro se realizará por meio de uma palavra mágica ou de um gesto cabalístico, com um rito exótico. Essa é a estranheza manifestada por "Maria (simbolizando a intuição) quando diz que "não conhece homem", que não está em contato com um iniciado ou adepto.
O "homem de Deus" (Gabriel) esclarece (por omissão) que não é disso que se trata: que não há homem que possa resolver esse caso. O Espírito Santo que está dentro dela ("o Senhor é contigo"), é que se manifestará, e ela será envolvida por sua sombra. Trata-se da "shekinah", tão conhecida pela mística judaica.
Todas as experiências do encontro com o EU Supremo (segundo o testemunho dos que o conseguiram, em qualquer das correntes religiosas), tem um ponto em comum: a criatura se sente envolvida por intensa luminosidade, que é comparada a um relâmpago, a um incêndio, enquanto ela mesma se expande ao infinito, mergulhando e desfazendo-se na luz. O mergulho na luz é a descida da "shekinah".
Por essa razão, o "homem novo" que daí nasce é chamado "Santo, Filho de Deus".
Para incentivá-la a dar o último passo, Gabriel cita-lhe o exemplo de Isabel, sua parenta (ou seja, de todos os seres, parentes nossos, que atingiram o grau de "adoradores de Deus" - Elisheba), que se encontra no mesmo ponto evolutivo, no penúltimo degrau, "no sexto mês", aguardando a iluminação, embora desta ninguém mais esperasse nada, pois não era julgada capaz de consegui-lo, após tantos anos de tentativas infrutíferas (esterilidade). E como coroamento, conclui: "nada é impossível a Deus".
Vencida e convencida, Maria submete-se com máxima humildade à vontade divina, A humildade real, na qual a criatura se entrega qual escrava para obedecer em tudo e sempre, sem reconhecer nenhum direito para si, é o caminho único que leva ao encontro com o EU profundo.
Mas essa humildade precisa querer que se realize o ato, precisa entregar-se total e plenamente, sem condições nem reservas. Isto porque, embora sendo, como é, a causa de tudo, Deus é a humildade máxima: jamais se mostra, jamais assina Suas obras, jamais pede retribuição de nenhum dos benefícios prestados, e Sua vida toda se resume em SERVIR a todos, dando tudo de graça, sem distinção alguma de pessoas.
Por isso, quando a criatura atinge o grau de perfeita humildade, encontra Deus em si, por sintonia vibratória, e passa a viver UM com DEUS.
Isso mesmo ocorreu com Maria: no momento em que se conformou plenamente com a vontade do Pai, aniquilando a sua vontade pequenina, anulando sua personalidade, nesse momento concebeu JESUS, encontrou DENTRO DE SI (em seu coração) o Filho de Deus, o CRISTO, que nasceu virginalmente, ou seja, sem obra nem intervenção de homem.
Esse o sublime simbolismo que aprendemos desse trecho de Lucas, deduzindo-o dos fatos reais, que ocorreram na Palestina há quase dois mil anos. Lições de inestimável valor para nosso aprendizado.
Sabedoria do Evangelho - Volume 3
Categoria: Outras Obras
Capítulo: 28
CARLOS TORRES PASTORINO
MT 14:15-21
15. Tendo chegado a tarde, aproximaram-se dele seus discípulos, dizendo: "este lugar é deserto e a hora está avançada; despede as multidões para que, indo às aldeias, possam comprar seus alimentos".
16. Mas Jesus disse-lhes: "Não precisam ir; dai-lhes vós de comer".
17. Eles disseram-lhe: "Não temos aqui senão cinco pães e dois peixes".
18. Disse-lhes ele: "Trazei-mos cá".
19. E ordenando à multidão que se reclinasse sobre a relva, tomou os cinco pães e os dois peixes e, erguendo os olhos ao céu, deu graças e, partindo os pães, entregou-os aos discípulos, e os discípulos os entregaram à multidão.
20. E todos comeram e se fartaram; e eles apanharam dos fragmentos doze cestos cheios.
21. Ora, os que comeram foram cerca de cinco mil homens, além de mulheres e crianças.
LC 9:12-17
12. O dia começava a declinar e, aproximandose de Jesus os doze disseram: "Despede a multidão para que, indo às aldeias e sítios vizinhos, se hospedem e achem provisões, pois estamos aqui num lugar deserto".
13. Ele, porém, lhes disse: "Dai-lhes vós de comer". Responderam-lhe eles: "Não temos mais que cinco pães e dois peixes, a não ser que devamos ir comprar comida para todo esse povo".
14. Pois eram quase cinco mil homens. Então disse a seus discípulos: "Fazei-os reclinar-se em turmas de cinquenta cada uma".
15. Assim o fizeram, o mandaram a todos reclinar-se.
16. E tomou os cinco pães e os dois peixes e, erguendo os olhos ao céu, deu graças e os partiu; e entregou aos seus discípulos, para que os distribuíssem à multidão.
17. Todos comeram e se fartaram; e foram recolhidos doze cestos dos fragmentos que sobraram.
MC 6:35-44
35. E já estando a hora muito adiantada, chegandose a ele seus discípulos, disseram: "este lugar é deserto e já é muito tarde;
36. despede-os para que vão aos sítios e às aldeias circunvizinhas comprar pão para si, pois que têm eles para comer"?
37. Mas respondendo, disse Jesus: "Dai-lhes vós de comer". E disseram-lhe: "Deveremos, então, ir comprar duzentos denários de pão e dar-lhes de comer"?
38. Mas ele lhes perguntou: "Quantos pães tendes? ide ver". Depois de se terem certificado, responderam: "Cinco pães e dois peixes".
39. Então ordenou aos discípulos que a todos fizessem reclinar em grupos sobre a relva verde.
40. E sentaram-se em grupos de cem e cinquenta.
41. E ele tomou os cinco pães e os dois peixes e, erguendo os olhos ao céu, deu graças e, partindo os pães, os ia entregando aos discípulos para eles distribuírem; e repartiu por todos os dois peixes.
42. Todos comeram e ficaram satisfeitos.
43. E recolheram dos fragmentos doze cestos cheios de pão e de peixes.
44. Ora, os que comeram os pães foram cinco mil homens.
Jo 6:5-13
5. Então, levantando os olhos e vendo que uma grande multidão vinha ter com ele, disse a Filipe: "Onde compraremos pão para que eles comam"?
6. Mas dizia isso para experimentá-lo, pois já sabia o que ia fazer.
7. Respondeu-lhe Filipe: "Duzentos denários de pão não lhes bastam para que cada um receba um pouco".
8. Um de seus discípulos, chamado André, irmão de Pedro, disse-lhe:
9. "Está aqui um rapazinho que tem cinco pães de cevada e dois peixinhos, mas que é isto para tantos"?
10. Disse Jesus: "Fazei que os homens se reclinem". Ora, havia naquele lugar muito feno. Recostaram-se, pois, os homens em número de cerca de cinco mil. 11. Jesus, então, tomou os pães e, tendo dado graças, distribuiu-os aos discípulos, e os discípulos aos que estavam reclinados; e do mesmo modo os peixinhos, quanto queriam.
12. Depois de saciados, disse Jesus a seus discípulos: "Recolhei os fragmentos que sobraram, para que nada se perca".
13. Assim os recolheram e encheram doze cestos de pedaços dos cinco pães de cevada, que sobraram aos que haviam comido. Pelas anotações dos quatro evangelistas, o percurso do barco e a caminhada do povo deve ter ocorrido na parte da manhã, pois eles anotam que tudo começou quando "a tarde começa a declinar" (cerca de 15 ou 16 horas); que era a "primeira parte da tarde", deduz-se do vers. 23, onde se repete que "a tarde chegara", isto é, a entrada da noite, depois das 18 horas.
Ao ver Jesus entusiasmado a falar e a multidão pendente de suas palavras de amor, os discípulos resolve "quebrar o encanto", trazendo o Mestre Inefável à realidade da vida material. Chamam Sua atenção sobre a hora e a carência de alimentos naquele local, sugerindo que despeça a turba para que ela tenha tempo de comprar comida. A essa hora, ainda seria possível encontrar sítios e lojas onde conseguila.
Mas Jesus os provoca: "dai-lhes vós de comer"! Espanto geral: "a toda aquela gente"?
Segundo João, Jesus volta-se para Filipe, (será porque ele teria nascido nessa Betsaida?) e se inform "onde seria possível comprar pão". Filipe espanta-se, pois duzentos denários (um denário equivale à importância atual de um dólar) não bastariam.
O Mestre ordena que verifiquem quantos pães havia. André, irmão de Pedro, diz que "um rapazinho tem cinco pães de cevada e dois peixinhos".
Antes de fazer qualquer coisa, Jesus manda que se recostem todos os ouvintes em grupos de 50 e 100, que se reclinem na "relva verde" (o que indica estarmos na primavera, única época do ano em que cresce erva verde nessa região). Já por João sabemos que estávamos nas vésperas da Páscoa (abril do ano 30), a segunda Páscoa da "vida pública" de Jesus. A divisão em grupos facilitou a contagem dos homens presentes.
Depois Jesus começa a ação. "Levanta os olhos ao céu" (cfr. MC 7:34; JO 11:41 e JO 17:1), gesto que diferia do costume israelita: "a regra de orar é ter os olhos baixos e o coração levantado ao céu", diz Rabbi Ismael Bar José (cfr. Strack-Billerbeck, o. c. t. 2, pág. 246). A oração prescrita para antes de comer-se o pão era: "Louvado sejas Tu, Senhor, nosso Deus, Rei do universo, porque fizeste a terra produzir o pão". O termo grego eulógêse tem o sentido de "dar graças", "agradecer" (donde vem o nosso" elogio") - João usa eucharistêsas, que tem a mesma significação - melhor que benzer ou abençoar.
Depois disso "partiu o pão", ritual comum entre os israelita: o dono da casa sempre procedia à klásis tou ártou para distribuí-lo, depois da ação de graças, aos convivas ou hóspedes.
Todos comeram e se fartaram. Depois Jesus manda recolher os fragmentos em cestos (grego kophínos, hebraico quppâh), que todo israelita levava sempre consigo quando fazia qualquer excursão. Lógico que o povo, tendo saído às pressas, não os tinha; mas os discípulos (exatamente doze) deviam tê-los; levado.
OBSERVAÇÕES
1. Quanto à historicidade do fato - É atestado pelos quatro evangelistas e repetido mais tarde uma segunda vez por Mateus 15:32-3 e Marcos 8:1-3 e faz parte de toda a tradição evangélica e cristã dos primeiros séculos. 2. Quanto ao número à e pessoas - Parece realmente que reunir cinco mil homens (fora mulheres e crianças) numa "corrida" por aldeias que podiam ter, cada uma, somente algumas centenas de habitantes, levando-os a uma planície deserta a cinco ou dez quilômetros, não deve ter sido muito fácil. Cinco mil pessoas é, de fato, uma multidão considerável.
3. Quanto à novidade do fato - Não foi inédito. Lemos em 2RS 4:42-44, o seguinte: "Um homem veio de Baal-Shalishah e trouxe ao Homem de Deus (Eliseu) uns pães de primícias, vinte pães de cevada e trigo novo em seu alforge. Eliseu disse: "Dá ao povo para que coma". Disse-lhe seu servo: " Que dizes? Hei de eu por isto diante de cem homens"? Porém ele retrucou: "dá ao povo para que coma, porque assim diz YHWH: comerão e sobrará" . Então lhos pos diante, comeram e ainda sobrou, conforme a palavra de YHWH".
4. Quanto à possibilidade da realização - São aventadas várias hipóteses, quanto à possibilidade física ou natural dessa multiplicação de pães. Naturalmente, certas escolas nem cogitam desse estudo, pois admitem a prióri o milagre, que jamais podemos aceitar, pelo menos como é ele definido: "um fato contra as leis da natureza". Se fora dito: "contra as leis que conhecemos", poderíamos aceitar o "milagre" sem escrúpulos, pois de fato desconhecemos a grande maioria das leis da natureza; e mesmo as que "pretendemos" conhecer, será que as conhecemos realmente? Não serão elas diferentes do que pensamos? O que é gravidade? Como e por que se dá a "transmutação da matéria" na assimilação do bolo alimentar em nosso organismo? O fato é que nada pode ser feito contra as leis da natureza, já que estas são a manifestação divina e Deus jamais pode contradizer-se. Entretanto, contra as leis "que conhecemos", muita coisa pode ocorrer, que não podemos explicar por ignorância nossa. Que diria um selvagem ao ver-nos tocar um botão e, só com isso, acender as luzes de um salão? Gritaria "milagre"! Porque esse gesto iria contra tudo o que ele conhecia.
Antes de entrarmos na análise das diversas hipóteses que podemos formular em nossa incapacidade ignorante, recordemos que Jesus é a encarnação de YHWH, construtor do planeta, como um de seus arquitetos, e portanto conhecia profundamente as mais minuciosas e precisas leis e todos os segredos da física e da química, suas combinações e transformações, a desintegração e reintegração dos átomos, as mutações das moléculas, etc. Com essa base indiscutível e plena de conhecimento, que não poderia Ele fazer? Passemos agora à análise das suposições que podemos imaginar.
a) hipnotismo (alucinação coletiva) ou ilusionismo - Se fora um fato apenas visto... Mas acontece que, depois de saciados, foram recolhidos doze cestos de fragmentos, matéria sólida e palpável.
b) transporte dos pães - O "transporte" consiste numa desmaterialização do objeto no local em que se encontra; na transferência de suas moléculas astrais pelo espaço até o local desejado, mesmo atra vessando paredes; e na rematerialização das moléculas no local desejado. A possibilidade desse fato é atestada à saciedade por numerosos casos concretos que se realizam em sessões espíritas que contam com a presença de um simples médium de "efeitos físicos", por vezes homem cheio de imperfeições humanas. Poderia ter sido feito por Jesus, sem necessidade, como nós temos, de câmaraescura.
etc.
c) transmutaçâo da matéria - Já acenamos ao que se passa em nosso organismo: na assimilação alimentar aos tecidos orgânicos. Mas há milhares de outros exemplos: um grão de milho, enterrado no solo, transmuda a matéria sugada da terra em centenas de outros grão de milho. Assim se dá com o trigo e com todos os vegetais. Por que não poderia ter sido realizada uma transmutação instantânea da matéria? Os faquires comuns, na Índia, não fazem que em poucos minutos, com um simples olhar, uma semente brote e a planta cresça, operação que normalmente levaria trinta dias? d) pura criação mental pela coagulação de fluidos astrais. A única diferença desse fato, com o que qualquer um de nós pode realizar, embora no estágio evolutivo atrasadíssimo em que nos encontramos, é a quantidade e a rapidez. No resto, não. "A fé é a substância das coisas esperadas" (Hebr
11:1). Portanto, havendo a substância no plano mental, fácil é condensá-la no plano astral e coagulála no plano material. O processo, comprovado pela ciência hodierna, já era conhecido pelo autor do livro de Job, mais de mil anos antes de Cristo. Aí lemos (os 10:10): "Derramaste-me (o espírito) no jarro (no ventre materno) como leite, e, como queijo, me coagulaste (o corpo astral)". Assim, aproveitando as moléculas existentes na atmosfera, podiam elas ser condensadas e coaguladas sob forma de pães de cevada ou de peixes. Compreendendo que a energia é uma só, diferenciandose a matéria pela constituição atômica (número de prótons, eléctrons, etc, em torno do núcleo) e pela estrutura molecular, é viável executar (para quem no saiba e possa!) a tarefa de reunir átomos e moléculas materiais da energia (prana) que se encontra na própria atmosfera, dando-lhes a constituição atômica e a estrutura molecular desejadas.
5. Quanto à interpretação - Todos os comentadores, desde os mais antigos textos cristãos, interpretam a multiplicação dos pães como uma "figura" ou "símbolo" da Eucaristia, da qual todos podem alimentar-se, sem que jamais termine, multiplicando-se ilimitadamente.
A Eucaristia (palavra grega que significa "ação de graças") ou comunhão, consiste na ingestão de uma partícula de pão sem fermento como símbolo da introdução, no corpo espiritual, do Cristo Vivo.
Tal como o ensino é feito atualmente, exagerando-se a parte material (de que a partícula de pão s "transubstância" na carne real, no sangue verdadeiro, nos ossos físicos de Jesus), o cristão menos elucidado acredita comer o corpo físico Dele (o que não deixa de constituir uma "antropofagia" ...) . No entanto, a realidade da Eucaristia é de uma sublimidade simbólica jamais alcançada em qualquer outra iniciação terrena.
O pão, sem fermento, de trigo puro (sem mistura) é bem a materialização de um dos elementos divinos mais belos da natureza. Deus, a Essência Absoluta de todas as coisas, encontra-se dentro de tudo o que existe. Mas nós O sentimos mais facilmente nas coisas limpas do que nas sujas, muito mais na beleza de uma flor, do que na podridão do estrume, onde, no entanto, também está. Assim, o cristão evoluído vê, no pão, a substância divina, e prepara-se espiritualmente para sentir que, quando seu corpo físico ingere o pão, ele concomitantemente está recebendo em seu espírito a substância divina; e mais: que assim como seu corpo material assimila a substância do pão a seu organismo, assim seu espírito também assimila, a suas energias, a força da substância divina existente no pão.
Tudo isso traz revivificação de energias espirituais, renascimento de fé, ampliação de fervor e, além de tudo, a noção viva e sensível, de que o Cristo Vivo reside realmente dentro de cada um de nós. Divino simbolismo que Jesus aconselha que Seus discípulos repitam todas as vezes que se sentarem à mesa, partindo pão comum, agradecendo-o a Deus e distribuindo-o aos companheiros: "todas as vezes que comerdes esse pão e beberdes esse vinho", "lembrai-vos de mim" (cfr. 1CO 11:24 e LC 22:19); e mais claro ainda, quando diz, após distribuir o vinho: "fazei isto todas as vezes que bebeis, em minha recordação" (1CO 11:25).
Não é, pois, rigorosamente falando, a instituição de uma cerimônia especial para comemorar um fato, mas uma recordação constante e específica de um fato que deverá repetir-se a cada vez que ingerirmos pão ou bebermos vinho. Cada vez que nos alimentarmos, recordemos que a Substância última do alimento é a Divindade que nos dá vida. E cada vez que partirmos o pão para dele nos servirmos, assim como cada vez que saborearmos o vinho, recordaremos aquela ocasião em que Jesus o fez, antes de exemplificar-nos, com Seu sacrifício, a estrada a seguir em nossa evolução.
Comemoração simples, ao alcance de todos, dos mais pobres (no reino de Deus não há privilegiados), realizada nas mesas de nossos lares, por mais modestos que sejam, sem necessidade de pompas externas, de ritos exóticos, de ordenanças inibidoras. O simples partir de nosso pão cotidiano é uma recordação, é magnífico e inigualável simbolismo, que temos que realizar com devoção, em comemoração sincera e íntima que devemos fazer "em memória" do Mestre Inefável e Amoroso.
Estamos diante de um ensinamento básico, na iniciação revelada por Jesus a seus discípulos, a qual deverá ser transferida para cada um de nós por meio de nossa individualidade, quando tiver soado a hora de recebê-la.
Sigamos cuidadosamente os passos da narrativa nos quatro intérpretes do pensamento do Mestre Incompar ável, atentando para os pormenores que parecem, à primeira vista, nada significar.
Vimos, no último capítulo, que a individualidade desejava retirar-se com seus veículos (discípulos) para uma solidão, a fim de repousar, conversando com eles e ouvindo-os, depois da viagem que haviam feito no plano terreno, adquirindo experiências novas. No entanto, ao chegar ao local escolhido, vê-se cercada "pela multidão" que correra para alcançá-la "na outra margem" ... Representa isso os órgãos e as células de uma personalidade que desperta para a espiritualidade.
E mais uma vez verificamos que a "graça" descerá a nós proveniente do Deus Interno, mas que, antecipandoa, é indispensável que o livre-arbítrio a preceda, correndo-lhe ao encontro. E não a busca na Terra, mas no plano espiritual ("na outra margem", isto é, no outro pólo da matéria).
Ao contemplar aquela multidão sedenta de verdade, o Espírito a acolhe com bondade e lhe "ensina" as grandes e eternas verdades, curando as que estão enfermas e reequilibrando as perturbadas. Os veículos todos ouvem com tamanha atenção, que esquecem a hora de sua alimentação material que entretanto, lhes é indispensável ao prosseguimento da vida no planeta denso.
Os "discípulos", que aqui podem significar a parte mais elevada dos veículos e células, isto é, o intelecto, fazem ver ao Espírito - que vive fora do tempo e do espaço - o avanço da hora terrena e a necessidade de reabastecer de fluidos mais sólidos as células e órgãos astrais e físicos. É necessário que busquem, também, o pão físico.
Começa aqui a lição preciosa. A individualidade afirma que o próprio intelecto pode sustentar os veículos inferiores, sem que eles precisem buscar alhures outro sustento. Há uma admiração, fruto da ignorância a respeito dos "poderes mentais". Vem então a pergunta: "quantos pães tendes"?
O pão material é o alimento básico do corpo físico; mas já foi ensinado que havia outro pão, o "pão sobressubstancial" (cfr. MT 6:11, volume 2, página 161), que alimenta ainda mais, porque quem dele come consegue a "Vida Imanente", que dispensa os cuidados mais grosseiros, prescindindo até mesmo dos materiais densos para seu sustento.
O intelecto esclarece que só existem CINCO pães e DOIS peixinhos.
Voltamos aqui à numerologia dos arcanos. Recordemos.
CINCO, no plano divino, é a Providência ou Vontade Divina que governa a vida universal, alimentandoa e sustentando-a. No plano humano é a vontade do homem que dirige sua força vital. No plano da natureza é a força viva de todo o universo. Além de tudo isso, o CINCO é o símbolo do Cristo (o tetragrama sagrado YHWH) quando mergulhado na carne, formando a representação da mônada encarnada para sua redenção (o pentagrama humano YH-SH-WH, isto é, com as vogais: YHESHWAH, Jesus). Tudo isso é representado figurativamente pela estrela de cinco pontas, que jus tamente é o HOMEM (a ponta de cima é a cabeça, as duas laterais. os braços. e as duas inferiores, as pernas).
Temos, pois, nos CINCO pães, um simbolismo perfeito da Mônada Divina mergulhada na carne, formando O HOMEM. Veremos, mais adiante, no capítulo intitulado "O Pão da Vida", que Jesus explica tudo em pormenores; esta multiplicação dos pães serviu de experiência prática, para que o, discípulos pudessem compreender, mais tarde, a explicação teórica.
Resta-nos, ainda, ver os DOIS peixinhos. O arcano DOIS exprime, no plano divino, a segunda manifesta ção da Divindade; no plano humano, a receptividade feminina; no plano da natureza, os planetas fecundados. Aí temos, pois, a lição superiormente dada para quem possa entendê-la. O intelecto diz que apenas possui, para dar como alimento à multidão de células, o Ser-Humano vivificado pela Divindade e a receptividade passiva (total) da mulher, que está pronta para acolher em si mesma a semente da Verdade, fazendo-a frutificar em si.
A individualidade diz que basta isto. Nada mais é necessário para a alimentar a multidão, além do ser disposto a receber o ensino. E em vista de tudo estar preparado, ergue os olhos ao céu (eleva suas vibrações), parte o pão (separa o espírito da matéria) e, agradecendo a ótima disposição de tudo, distribui a verdade para todos, cada grupo de células reunido em seu conjunto de órgãos ("em grupos de cinquenta e cem") e todos comem e se fartam.
Vem então a ordem de recolher os fragmentos que sobraram (as verdades que possam ser reveladas à grande massa profana) para não se perderem. E ficam repletos DOZE cestos (os DOZE emissários).
Já vimos (Vol 2) a significação do arcano DOZE: a esfera da ação do Messias e a redenção completa (veja acima nas págs. 66/67). Então, as verdades recolhidas nos DOZE cestos servirão para o ensino dos "que estão de fora" e que não podem ainda receber a Verdade Total ("muita coisa ainda tenho a dizer-vos, mas não podeis suportar agora", JO 16:12). Assim é que temos, nos Evangelhos sob o véu da letra material (os cestos) os fragmentos das verdades que foram reveladas, e que só puderam chegar até nós em fragmentos e sob formas de alegorias e metáforas, a fim de que a Verdade não fosse desvirtuada por quem não na compreendesse.
Anotam os evangelistas que estavam presentes a esse banquete sobre a relva verde (em a natureza virgem e fecunda a um tempo), CINCO MIL homens; o CINCO conserva a mesma representação simb ólica supracitada; o MIL dá ideia do "sem-limite". Na realidade, refere-se isto à humanidade: CINCO é o HOMEM) englobadamente considerada em seu número ilimitado (MIL) de milhares e milhares de criaturas, e representada - em cada um de nossos corpos físicos - pelas células organizadas em órgãos, tal como a humanidade está organizada em raças e nações.
Capítulo importante como vemos, do qual ainda muitos ensinamentos ainda podem ser extraídos, e que será mais bem compreendido depois de lida e estudada a lição intitulada "O Pão da Vida".
Sabedoria do Evangelho - Volume 8
Categoria: Outras Obras
Capítulo: 8
CARLOS TORRES PASTORINO
JO 17:1-26
Eis-nos chegados a um dos pontos mais sublimes do Evangelho, numa elevação mística ainda não igualada, e cuja sintonia nos alça aos páramos das altitudes indizíveis em que o intelecto tonteia e a mente se infinitiza, mergulhando nas imponderáveis vibrações da Divindade em nós e ofuscando-nos com a Luz Incriada que nos impregna o Espírito.
O capítulo 17 é conhecido, desde o século XVI, como "Oração Sacerdotal", título dado pelo luterano Chytraeus (Kochhafe, 1600), embora Lagrange tenha proposto "Oração pela Unidade". Nela verificamos a expressão das mais íntimas aspirações do Cristo em relação às individualidades humanas. Diz Cirilo de Alexandria (Patrol. Gr. vol. 74, col. 505-508), que transparece neste trecho a figura nítida do Sumo Sacerdote que intercede pelos espíritos sacerdotais que vieram ao mundo.
Façamos uma análise rápida, deixando os comentários para a segunda parte.
A expressão "toda carne" (pãs sárx em grego e KOL BAZAR em hebraico) expressa tudo o que possui corpo físico denso (cfr. GN 7:21).
O nome "Jesus Cristo" ainda não era usado no tempo de Jesus, tendo aparecido pela primeira vez nas epístolas de Paulo, devendo notar-se, entretanto, que o Evangelho de João lhes é posterior em data.
Alguns comentadores (como Huby, ’Le Discours après la Cène", Paris, 1932, pág. 130) julgam, com razão, que se trata de um acréscimo tardio, e que no original devia estar apenas "o Cristo". Na época o Mestre encarnado era denominado Kyrios lêsous, "Senhor Jesus", ou "O Cristo", atributo que se acrescentava a Seu nome como predicativo (cfr. "Todo o que crer que Jesus é o Cristo", 1JO, 5:1 e 2:22).
Traduzimos apóllymi por "abolir", e não "perder". A ideia de "perdição" está hoje, por efeito de uma tradição milenar, dirigida às personagens, muito ligada à ideia de "inferno". E aqui não se trata disso absolutamente. Adotamos o verbo ABOLIR porque é derivado direto de APOLLYMI, através do latim ABOLIRE (cfr. AP+OLLYMI com AB+OLIRE, conforme testemunho de Liddell
& Scott, Greek English Lexicon, 1966, pág. 207; Boisacq, Dictionnaire Etymologique de la Langue Crecque, 1950, pág. 698 e 696; Juret, Dictionnaire Etymologique Grec et Latin, 1942, pág. 195).
A expressão "filho de" já foi bem estudada (vol. 1).
O aceno ao cumprimento da Escritura só é encontrado nos salmos 41 e 109, no Antigo Testamento.
Traduzimos toú poneroú, por "do Mal" (neutro), como em MT 6:13, e como encontramos em outros passos do próprio João (3:19; 7:7; 1JO, 2:14; 3:12 e 5:19). Essa interpretação é aceita por Agostinho, João Crisóstomo, Tomás de Aquino, Zahn, Knabenbauer, Lagrange, Lebreton, Huby e outros. Há quem prefira o masculino ("do mau" ou maligno) como Loisy, Bauer, Tillemann, Durand, Bernard.
De acordo com o que explicamos em nossos comentários do trecho, a seguir, resolvemos traduzir diretament "nome" por "essência", a fim de facilitar desde logo o sentido real da frase.
Procuremos penetrar mais profundamente o significado verdadeiro e místico dessa prece, na qual sentimos patente a alma de Jesus, o ser humano chegado à perfeição concebível na escala da humanidade terrena neste ciclo: é Ele, JESUS, quem ora ao Pai, nos últimos momentos antes de caminhar para o terrível sacrifício que tanto O elevaria na escalada evolutiva. Aqui temos, pois, palavras do Jesus Homem.
Lendo com atenção o texto, verificamos que possui três partes:
1. º - Jesus ora por Si mesmo (vers. 1 a 5)
2. º - Jesus ora por Seus discípulos (vers. 6 a 19)
3. º - Jesus ora pela humanidade toda (vers. 20 a 24).
A isso é acrescentada uma conclusão (vers. 25-26) que resume a prece. Caminhemos devagar.
1. ª PARTE (vers. 1 a. 5)
Sentindo em Si o Cristo e o Pai, mas experimentando também a atuação de Sua consciência "atual" centrada na personagem, dirige Jesus Sua mente para as altas vibrações sonoras do Logos, o que nos é revelado com a expressão "levantando os olhos ao céu" (cfr. JO 11:41). Com esse gesto, demonstra ter entrado em contato sintônico com o Logos e a Ele se dirige, invocando-o, com o Nome de Pai, e a Ele confessando que sabe ter chegado Sua hora de experimentação dolorosa, para total aniquilação de Seu Eu humano, a fim de plenificar Sua absorção na substância do Pai: abandonaria apenas a expressão visível para as criaturas, Sua forma física, mas Se transformaria em Som.
Esse o primeiro pedido: que o Logos transubstancie em Si o Filho, a fim de que este absorva o Logos: que o Filho possa transformar-se em som, para que o Som possa substituir a substância do Filho.
E esse pedido é plenamente justificado por Jesus: é indispensável que essa transubstanciação se efetue Nele, do mesmo modo que Ele recebeu do Pai o poder sobre todas as criaturas, para dar-lhes também a elas todas a Vida Imanente, a vida crística divina.
Aí encontramos, pois, uma gradação: Jesus, o Espírito antiquíssimo (vê-lo-emos) e de evolução plena, recebeu do Pai um grupo de seres, a fim de que se incumbisse de providenciar a evolução deles. A todos esses que Lhe foram dados, Ele devia dar a Vida Imanente, fazendo despertar neles a Centelha Crística adormecida, de forma a que pudesse nascer o Cristo em cada um. Assim como tinha essa missão, do mesmo modo Ele precisa, para realizá-la, estar totalmente transubstanciado no Pai. E aqui, mais uma vez, compreendida a profundidade desse ensino, verificamos a leviandade de traduzir dox ázô por "glorificar": que importa a glória a um Espírito superior?
Logo a seguir, mais para conhecimento dos discípulos ali presentes que como parte da prece, Jesus abre um parênteses e explica: "a vida imanente consiste nisso: que Te conheçam (que tenham a gnose plena) a Ti, que és o único Deus verdadeiro, e que conheçam Jesus, o Cristo que enviaste à Terra".
Mais uma vez aparece a declaração taxativa de Jesus, que afirma que não é Deus. Os intérpretes torcem o sentido, afirmando ter Jesus dito que só YHWH é Deus, e não os ídolos. Mas não é isso que se deduz do contexto, onde não haveria razão para falar de outras crenças. Ao contrário: é feita aqui, com toda a clareza possível, a distinção absoluta entre o Pai e o Filho: só terá a vida imanente quem tiver a gnose de que só há um único Deus verdadeiro para a humanidade: é o Pai; mas que o Filho, Jesus Cristo, que foi enviado pelo Pai, não é Deus nesse sentido estrito e filosófico (embora em sentido metafísico todos sejam Deus, já que a Divindade está imanente em todos e em tudo). Na Terra, o único que verdadeiramente manifesta a plenitude da Divindade em Si - e que portanto merece o título real de Deus - é o Pai, o plenamente transubstanciado pelo SOM, que o Antigo Testamento denomina Melquisedec, expressão absoluta do Logos Planetário.
Essa missão de Jesus, de conceder vida imanente, está condicionada à fidelidade sintônica de cada um (cfr. JO 3:15, JO 3:16, JO 3:36; 5:24, 30; 6:33ss; 7:28 e 20:31), embora aqui não venha citada essa necessidade de "fé" ou seja, de fidelidade.
A seguir, declara o que realizou: "Eu Te transubstanciei sobre a Terra", trazendo fisicamente à alma e ao corpo do planeta e a todos os seus habitantes, a vibração do Som Divino; e "completando a ação" (tò érgon teleiôsas) "que me deste para fazer".
Nesta expressão teleiôsas to érgon entrevemos não apenas a complementação ou aperfeiçoamento da ação, nem tampouco a finalização do trabalho que Lhe fora dado, já que chegara ao fim de Sua tarefa como encarnado entre os homens; mas descobrimos, no sentido espiritual, qual a realidade da encarnação de Jesus, que foi "tornar perfeita, para chegar aos homens, a energia de Deus". Poderíamos ler: "Eu Te transubstanciei sobre a Terra, fazendo ter ação perfeita a energia que me deste para espalhar em todos. " Como tenha sido isso obtido, lemos em Paulo: "Jesus Cristo, sendo rico, tornou-se pobre por amor de vós, para que, por Sua própria pobreza fôsseis enriquecidos" (2CO 8:9); e ainda: "Cristo Jesus, que subsistia em forma de Deus, não julgou dever apegar-Se a isso, mas esvaziou-
Se tomando a forma de escravo, tornando-Se semelhante aos homens" (FP 2:6-7). Tudo isso foi realizado de acordo e para obedecer à Vontade divina (cfr. JO 4:34; JO 5:36; JO 8:29; JO 9:4 e LC 2:49).
Tendo realizado Sua tarefa nada fácil, vem o pedido final para Si mesmo: Agora, transubstancia-me Tu, Pai, em Ti mesmo (parà seautôi), com a substância que (eu) tinha (têi dóxei hêi eichon) em ti (parà soi) antes de o mundo ser (prò toú tòn kósmon eínai).
Em unificação perfeita com o Pai, vivia Jesus, o Espírito humano - de outro planeta do Sistema de Sirius - de onde foi convocado para cuidar carinhosamente da humanidade que um dia habitaria o planeta Terra (cfr. vol. 1).
Conhecendo isso, entendemos plenamente o sentido desse versículo: trata-se do veemente desejo de voltar àquele estado batífico, ao lado de Seu Pai, em Sua mesma substância, tal como ocorria antes que o planeta Terra existisse, Desejo esse que ainda não pôde ser realizado, já que Jesus permanecerá conosco até o fim do eon (cfr, Mat, 28:20), não obstante o sacrifício que isso constitui para Ele (cfr. MT 17:16; MC 9:18; LC 9:41; vol. 4).
2. ª PARTE (vers. 5-19)
Inicia declarando que conseguiu "manifestar-Te a Essência (o nome) aos homens que me deste (tirandoos) do mundo". Essa manifestação foi a revelação da substância do Pai (já vimos o que significa filosoficamente o termo "nome"). Essa substância ou essência foi revelada àqueles que, tendo sido retirados do mundo (extraídos do Antissistema) ingressaram sintonicamente no Sistema, ao serem admitidos na Escola Iniciática Assembleia do Caminho.
Todos esses, que foram dados pelo Pai a Jesus, conseguiram "realizar o Logos" em si mesmos, no Espírito, embora em suas personagens não houvessem conseguido ainda certos graus "iniciáticos" superiores, e por isso ainda fraquejavam na parte emocional e intelectual. A expressão "realizar o Logos", acreditamos, poderia ser traduzida em linguagem científica moderna, em "sintortizar o Som" em si mesmos, captando perfeitamente a onda emitida, em alta fidelidade.
Esses é que teriam que agir, doravante, em lugar de Jesus. Era justo, por isso, orar por eles, por quatro motivos:
1) tinham sido tirados do Antissistema (ek toú kósmou) espiritualmente, mas nele permaneciam com suas personagens;
2) pertenciam ao Pai (soi êsan);
3) foram dados ao Filho (k’amoi autoús édokas); e
4) não reagiram ao chamamento, mas obedeceram prontamente em boa-vontade, dispondo-se aos sacrifícios requeridos pela missão árdua que lhes era cometida, tendo realizado o Logos planetário em seus corações.
Portanto, já SABEM, já tem a gnose, de que tudo o que foi dado ao Filho, "está no Pai" (parà soú eisin). E isso porque receberam (élabon) as palavras (tà rhêmata) que, recebida" do Pai, Jesus lhes revelou (cfr. JO 8:40; JO 12:49; JO 15:15 e JO 17:14), e por isso tiveram conhecimento pleno de que Jesus, o Cristo, era Aquele que saíra do Pai (parà soú exêlthon) e que pelo Pai fora enviado (sú me apésteilas).
Em Sua prece Jesus explica, então, porque roga por eles e não pelo mundo, embora tenha vindo para salvar o mundo (cfr. JO 3:16) e embora ainda esteja preocupado com o mundo (adiante, vers. 21).
São três as razões citadas:
1. ª - porque pertenciam ao Pai, posto que tudo o que é do Cristo é do Pai, e tudo o que é do Pai é do Cristo, já que ambos constituem uma unidade perfeita;
2. ª - porque Ele se transubstanciou neles; portanto, já agora eles constituem um prolongamento de Si mesmo;
3. ª - porque Jesus já não ficará mais no turbilhão negativo do Antissistema, mas eles aí permanecerão em trabalho árduo. Jesus vai deixá-los em Sua forma visível (cfr. JO 13:33-36 e JO 16:16) retirando-Se para a Casa do Pai (Shamballa).
Aparece a invocação "Pai Santo" (Páter hágie). O adjetivo "hágios" exprime uma ideia dupla: a separação do que é profano (sentido negativo) e a consagração a Deus (sentido positivo). A expressão "Pai Santo" é proferida, porque Jesus ora pela santificação de Seus discípulos, a fim de que não sejam envolvidos pelo negativismo nem pela rebeldia do mundo, mas conservem a fidelidade sintônica com Ele e com o Pai, e sejam protegidos contra a contaminação mundana, e sejam consagrados ao Bem na Verdade.
Pede, então, Jesus, que eles sejam guardados na essência do Pai. No original está "em Teu nome".
Mas sendo o nome, como vimos, a manifestação externa da essência íntima, o "nome do Pai" é a "essência do Pai" manifestada externamente.
E a súplica prossegue: "guarda-os na Tua essência, essa essência que me deste, para que eles sejam UM, em natureza (como já são, pois têm em si a Centelha divina que é da mesma natureza que a Fonte Emissora da Centelha) e em essência (aprendendo a sintonizar com o Som do Logos), assim como nós já somos UM. Não há distinção, pois, entre a unidade de natureza e essência que há do Pai com o Filho, e a unidade de natureza e essência que deve haver do homem com o Filho e o Pai.
Há quem não aceite que essa unidade seja tão profunda. Dizem que a unidade entre Pai e Filho é, realmente, de "natureza e essência", ao passo que a unidade dos homens com o Pai é apenas de "adoção pela graça". O texto e o contexto afirmam a primeira interpretação, pois a comparação é total: "Que eles sejam UM, "ASSIM COMO" (do mesmo modo e na mesma profundidade) nós somos UM". Não são feitas distinções nem diferenças entre uma unidade e a outra: uma é igual à outra, tudo é uma só unidade, de essência e de natureza: "em Deus vivemos, nos movemos e existimos e somos gerados por Ele" (AT 17:28). A asserção de sermos "geradas" (não criados externamente, mas gerados, tal como a mulher gera o filho), prova que a natureza é a mesma; então todas as coisas existentes são "homoúsias" da Divindade.
Além de todos os outros que aparecem esparsos, este trecho vem provar à saciedade que a doutrina crística está plenamente dentro do MONISMO mais absoluto, e Paulo confirma que compreendeu bem tudo isso, quando diz: "esforçando-vos por guardar diligentemente a unidade do Espírito no vínculo da paz: há um só corpo e um só Espírito (como também fostes chamados em uma só esperança de vosso chamamento); um só Senhor, uma só fidelidade, um só mergulho, um só Deus e Pai de todos, que é sobre todos, e por todos, e EM (dentro de) todos" (EF 4:3-6).
O pedido para que o Pai os guarde (têrêson) é justificado, já que Jesus - que faz a prece - vai afastar-
Se visivelmente. No entanto, dá testemunho de que os guardava (etêroun) enquanto estava fisicamente presente em corpo. E guardou-se de tal forma que os protegeu (ephylaxa) de modo completo, tanto que nenhum dos que Lhe foram confiados teve que afastar-se. E aqui entra um trecho que merece meditado.
Um só "se aboliu" (apôleto), isto é, se aniquilou, pela renúncia voluntária, riscando seu nome do Colégio Iniciático terreno: era ele o "filho da abolição", ou seja, o "abolido" ou o "aniquilado" voluntário, aquele que renunciou totalmente, durante milênios, a seu personalismo vaidoso.
Mais uma vez verificamos que o sacrifício de Judas, o Iscariotes, foi voluntário, para que se cumprisse a Escritura". Tendo sua posição garantida como sacerdote na Escola Iniciática Assembleia do Caminho, e podendo assegurar-se, com isso, uma posição de relevo entre os seguidores da doutrina nos séculos seguintes, atraindo a si bons pensamentos e amor da parte das criaturas, ele aceitou "abolirse", aniquilar-se ou esvaziar-se (cfr. FP 2:7), atraindo o desprezo e o ódio da humanidade, para que seu Mestre fosse amado e engrandecido, brilhando em Luz diáfana, em contraste com a sombra que sobre Jesus se projetaria partindo desse ato heroico de Seu discípulo, interpretado como "traidor infame". Além de Jesus, nesse drama, foi Judas o único que aceitou aniquilar seu eu personalístico, a fim de que o Mestre fosse exaltado. Agora chegou a hora de fazer justiça e revelar a verdade que ficou tanto tempo oculta na letra, para que a humanidade, no terceiro milênio, compreenda a realidade espiritual do ocorrido.
A Escritura a que Se refere Jesus é o Salmo (41:9) que fora por Ele citado (cfr. vol. 7) e que diz; "Até meu amigo íntimo, em quem confiava, que comia meu pão, levantou contra mim seu calcanhar"; e outro salmo 109:4-3 que prevê, em espírito, o que Judas sofreria durante milênios, como efeito de sua aniquilação ou abolição voluntária:
4. ª - "Em troca de seu amor tornam-se meus adversários, mas eu me dedico à oração
5. ª - Retribuiram-me o mal pelo bem, e o ódio pelo amor que lhes tenho.
6. ª - Coloca sobre ele um homem perverso, e esteja à sua direita um adversário.
7. ª - Quando ele for julgado, saia condenado, e em pecado se lhe torne sua súplica.
8. ª - Sejam poucos os seus dias, e tome outro seu ofício.
9. ª - Fiquem órfãos seus filhos, e viúva sua mulher.
10. ª - Andem errantes seus filhos e mendiguem, e esmolem longe de suas residências arruinadas.
11. ª - Que um credor arme laço a tudo quanto tem, esbulhem-no estranhos do fruto de seu trabalho.
12. ª - Não haja quem lhe estenda benignidade, nem haja quem se compadeça de seusórfãos.
13. ª - Seja extirpada sua posteridade, na próxima geração se apague seu nome.
14. ª - Seja recordada por YHWH a iniquidade de seus pais e não seja apagado o pecado de sua mãe.
15. ª - Estejam eles sempre diante de YHWH, para que ele faça desaparecer da terra a memória deles,
16. ª - porque não se lembrou de usar de benignidade, mas perseguiu o aflito e o necessitado e o desencorajado, para lhes tirar a vida.
17. ª - Amou a maldição, e ela veio ter com ele; não teve prazer na bênção, e ela afastou-se dele.
18. ª - Vestiu-se também de maldição como dum vestido, dentro dele, ela penetrou como água, e nos seus ossos como azeite.
19. ª - Seja-lhe ela como a veste com que se cobre, e como o cinto com que sempre anda cingido".
... Como vemos, a situação que Judas viria a ter, estava descrita com pormenores, e ele bem conhecia o que viria sobre ele. E, apesar de tudo, para que a Lei se cumprisse, e para que seu Mestre amado pudesse arrostar o supremo sacrifício sangrento e infamante que "O tornaria Sumo Sacerdote da ordem de Melquisedec" (Heb 5:7-10), Judas aboliu sua personagem terrena e aceitou a terrível incumbência de funcionar como "sacerdote que oferecia a vítima do holocausto no altar do sacrifício".
Tudo isso é falado, porque Jesus vai retirar-Se em Seu corpo físico; mas antes quer, com Suas palavras, proporcionar conforto espiritual e dar a Seus amados discípulos, "a minha alegria que se plenificará neles".
E diz mais: "a eles dei o Teu Logos", servindo de diapasão. Com Sua presença, elevou-lhes o Eu profundo de forma a perceberem as vibrações sonoras do Logos Planetário, qual música sublime das esferas a renovar-lhes a tônica, alteando-lhes a frequência até o grau máximo da harmonia e da beleza.
Portanto, fê-los penetrar em Espírito no "Sistema", atingindo o pólo positivo do amor. Todavia, o mundo os odiava. O Antissistema, pólo negativo do ódio, não pode suportar a vibração do amor, tal como as trevas repelem a luz que as destrói.
Os discípulos, elevados ao "Sistema" já não mais pertencem ao Antissistema, tal como o próprio Jesus: "não são do mundo, como eu não sou do mundo". No entanto, não pede que sejam tiradas suas personagens do Antissistema, pois aí terão que atuar: o raio de sol tem que mergulhar no pântano para secá-lo e destruir os miasmas. Mas pede e suplica que, embora mergulhadas suas personagens no pólo negativo do Antissistema, sejam eles "guardados" e protegidos contra o mal, pois seus Espíritos, como o de Jesus, não mais pertencem ao mal, isto é, à matéria do mundo.
O mal (ausência do bem, trevas, matéria) é a tônica do Antissistema, é o pólo oposto do Bem, a extremidade negativa da barra imantada e aí são consideradas grandes virtudes o que constitui erro no pólo positivo: ambição, orgulho, convencimento, domínio, materialismo; ao invés, constituem covardia e frouxidão no Antissistema o que é tido como qualidade positiva no Sistema: desprendimento, humildade, autoconhecimento, obediência, espiritualismo. Desgraçadamente, ao aliar-se ao "poder temporar", ao tornar-se "aliada do mundo", no 4. º século, a "igreja" dita de Cristo mudou de pólo, tornando-se anticristã. E embora pregando com os lábios as qualidades do Sistema, passou a praticar sub-repticiamente as "virtudes" do Antissistema.
Pede; então, Jesus, ao "Pai Santo" que os "santifique na Verdade". Já vimos o que significa "santificar": separar do Antissistema e mergulhar no Sistema ou, como dissemos acima, separar do profano e consagrar a Deus.
E aqui, mais uma das grandes afirmativas, que já vimos glosando há muito nesta obra, sobretudo quando afirmamos que a tradução correta da frase de Jesus é "Eu sou o caminho da Verdade e da Vida" (JO 14:6). Aqui encontramos o testemunho de que não andamos por atalhos falsos, pois Jesus declara: "O Teu Logos é a Verdade"! Perfeito: a Divindade, o Absoluto, é a Vida (LUZ); o Logos ou Pai é a Verdade (SOM): o Filho ou Cristo é o caminho que conduz à Verdade (Pai) e à Vida (Espírito).
E Paulo (1CO 14:7-11) ensina a respeito da necessidade absoluta de "Verdade no som", exemplificando assim, para quem compreenda, a lição contida nessa frase: "o Teu Logos é a Verdade". E se não sintonizarmos com esse Som, que é a Verdade, sairemos do reto caminho; e se os que ensinam, não ensinarem a Verdade, como conseguirão ser seguidos pela estrada certa, na luta pela conquista da Verdade? "Se a trombeta der um som incerto, quem se preparará para a batalha"?
Os discípulos já venceram pela adesão total à fidelidade (1JO, 5:4) e já estão limpos (JO 13:10 e 15:3), ou seja, já superaram o aspecto negativo da santidade, já foram tirados do "mundo", já se destacaram do Antissistema. Agora terão que consagrar-se totalmente a Deus, renunciando ao mundo, tal como YHWH já ensinara a Moisés, quando determinou que os que ingressavam no "ofício sacerdotal" deviam vestir-se com túnica (auras) de qualidades elevadas e cores harmoniosas, ter a cabeça mergulhada numa tiara de bons pensamentos e serem ungidos (cristificados), consagrados pela prece e santificados (EX 28:41). Já antes de encarnar era Santo o Espírito de Jesus: "um Espírito santo virá sobre ti" (LC 1:35), tal como havia ocorrido com Jeremias: "antes que eu te formasse no centre te conheci e antes que saísses da madre te santifiquei (JR 1:5).
A santificação dos discípulos virá "na Verdade" ("en têi alêtheíai"), que é um dativo de instrumento; então, "por meio da Verdade". O dominicano François-Marie Braun, professor na Faculdade de Friburgo (in Pirot, o. c., tomo 10 pág. 450) chegou a escrever uma frase preciosa, dizendo que a verdade seria "a atmosfera espiritual da alma". Realmente. Apenas acrescentaríamos que essa atmosfera (ou aura) espiritual atingirá a santificação em seu aspecto positivo, quando atingir a sintonia vibratória perfeita com a tônica da Verdade do Logos (SOM).
Passa Jesus a outro ponto, revelando que da mesma maneira que Ele foi enviado ao mundo, também agora envia ao mundo os discípulos, quais ovelhas em meio a lobos (MT 10:16 e LC 10:3); mas logo a seguir vem a garantia da assistência protetora: "sobre eles me santifico a mim mesmo, para que também eles sejam santificados verdadeiramente". Notamos que no vers. 17 está "santificar na Verdade" (en têi alêtheíai), ao passo que aqui falta o artigo (en alêtheíai), o que podemos interpretar como advérbio, talvez: para que sejam verdadeiramente ou realmente santificados. Trata-se da sintonia de Jesus que envolve os cristãos "verdadeiros", a fim de facilitar-lhes a tarefa: uma vez atingida a sintonia com Jesus, será mais fácil, por meio Dele, atingir a sintonia crística e depois a do Logos, como fazia Teresa d’Ávila, que chegou ao Cristo e ao Pai, através da figura humana de Jesus.
3. ª PARTE (vers. 20 a 24)
Agora amplia-se a prece de Jesus em favor de todos os que - nos séculos e milênios posteriores, por meio do ensino dos emissários legado à humanidade, oralmente ou por escrito - conseguirem a fidelidade sintônica com Jesus.
A prece é para que TODOS SEJAM UM.
Não se trata, portanto, da pregação de uma doutrina, mas da criação de uma unidade monística. E lemos conceitos significativos no dominicano Braun, aos quais acrescentamos apenas duas palavras entre parênteses: "A fidelidade (sintônica) aos mistérios (iniciáticos) da Boa-Nova, e o amor que o Pai e o Filho têm em comum, os introduz na sociedade das pessoas divinas" (in Pirot, t. 10 pág. 451).
É a linguagem das Escolas gregas e egípcias: o iniciado passa a fazer parte da família do Deus.
Se houver perfeita e indestrutível união com a Divindade e com os irmãos, esse fato convencerá o mundo separatista e dividido do Anti-sistema, de que existe uma realidade crística superior a tudo. E Paulo pede isso a seus discípulos: "Rogo... que andeis... com toda humildade e mansidão, com longanimidade suportando-vos uns aos outros com amor, esforçando-vos diligentemente para guardar a unidade do Espírito no vínculo da paz" (EF 4:2-3). E repete os mesmos conceitos, estendendo-os mais, aos fiéis de Colossos: "Vós, portanto, como escolhidos de Deus, SANTOS E AMADOS, revestivos de coração compassivo, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade, suportando-vos uns aos outros e perdoando-vos mutuamente se alguém tiver queixa contra outro... E acima de tudo isso, revesti-vos do "amor que é o vínculo da perfeição". Reine em vossos corações a paz de Cristo, à qual também fostes chamados "em um só corpo", e sede sempre gratos" (CL 2:12-15).
De que isso ocorria realmente na primeira geração de iniciados cristãos, mesmo após o afastamento físico de Jesus, temos testemunhos: "Todos os que tinham fidelidade, estavam unidos e tinham tudo em comum, e vendiam suas propriedades e bens e os repartiam por todos, conforme a necessidade de cada um; e diariamente perseveravam unânimes no templo (judaico) e, partindo o pão em suas casas, comiam com alegria e singeleza de coração" (AT 2:43-47). E mais adiante: "Na comunidade dos que eram fiéis, havia um só coração e uma só alma, e nenhum deles dizia que alguma coisa que possuísse era sua própria, mas tudo entre eles era comum" (AT 4:32).
Como explicar essa união total entre os iniciados do primeiro século? Sem dúvida, resultava da transubstanciação do Cristo naqueles discípulos, comunicando-lhes a vida divina que recebera do Pai: "A todos os que O receberam (pela transubstanciação), aos que mantiveram fidelidade (sintônica) com Sua essência, Ele deu o direito de se tornarem Filhos de Deus (pertencentes à família divina) e esses novos seres não nasceram do sangue (etérico), nem da vontade da carne (das sensações), nem da vontade do homem (intelecto, raciocínio) mas sim de Deus (do Espírito)", é o que lemos em João 1:12-3.
O Cristo, sem deixar de estar no Pai, vive em cada um dos Que se unem a Ele, em fidelidade absoluta; nesses casos, o Logos e o Cristo (o Pai e o Filho) vêm juntos habitar permanentemente nessas criaturas, e não mais são eles (personalisticamente) que vivem, mas é o Cristo que vive neles, em sua individualidade.
E mais uma vez alegramo-nos ao ler estas palavras do dominicano F. M. Braun (in Pirot, o. c. T. 10, pág. 451): "Essa união é a meta à qual quer fazer-nos chegar... Não pode conceber-se outra mais perfeita. Já se viu a impressão que isso deve causar no mundo (vers. 21). Já que o Cristo é o princípio vivo e ativo, [essa união] manifestará externamente a potência de Sua força. A esse sinal as almas de boa-vontade reconhecerão que não se trata de um pregador qualquer, mas que Ele vinha da parte do Pai, que O encarregou dessa missão e que ama os homens aos quais O enviou a fim de salvá-los (JO 3:16). No cap. 13:35, o amor recíproco dos apóstolos era o sinal pelo qual se reconheceriam como discípulos de Jesus. Aqui deve a união servir para provar a origem divina de Jesus e o amor do Pai. É o grande sinal exterior do mistério evangélico. " O texto de João, mesmo em sua letra fria, revela mistérios profundos. Vejamos.
Os versículos 21 e 22 trazem a revelação da aspiração de Jesus, o Cristo, e traduz em Suas palavras o pensamento do Cristo, que é a expressão da vontade do Pai: "para que TODOS sejam UM", já que a humanidade toda constitui o corpo visível do Cristo neste planeta.
Paulo o afirma categoricamente, sem ambages: "Não sabeis que vossos corpos são membros de Cristo" (1CO 6:15). E mais adiante: "Ora, vós sois o corpo de Cristo e, individualmente, cada um de Seus membros" (1CO 12:27). Diz ainda o mesmo Paulo que TODOS caminhamos para a unidade absoluta, "tendo em vista o aperfeiçoamento dos santos (separados, iniciados, em oposição a nãoseparados ou profanos), para edificação do corpo de Cristo, até que cheguemos a Ele, Cristo, que é a cabeça" (EF 4:12, EF 4:15), pois somos "membros do corpo de Cristo" (EF 5:30).
Então é indispensável que o corpo esteja unido em seus membros e com a cabeça, formando um só ser, da mesma natureza e com a mesma essência: "para que TODOS sejam UM, tal como Tu, Pai, és em mim e eu em Ti: assim sejam eles UM em nós. " Para isso, descendo à Terra e vestindo o corpo físico de Jesus, a fim de poder ter um elo também da mesma natureza que nós, Cristo nos deu a substância que recebeu do Pai, a fim de que toda a unidade se constituísse num só ser, sendo Cristo a cabeça, o Pai a alma e nós as cédulas conscientes desse corpo místico, mas REAL: mais real que nosso corpo físico, que é transitório e perecível. Exatamente isso: "Tu em mim, e eu neles, a fim de que sejam completados num TODO único, numa unidade total e completa. Quando isso ocorrer, todos verão a substância que me deste. " Também está declarado o momento em que Cristo recebeu essa substância: "Antes da constituição do mundo. " Os teólogos querem provar, com esta frase que Jesus é um dos três aspectos divinos, uma "pessoa da Trindade absoluta". No entanto, não é isso, absolutamente, o que ressalta do contexto, nem da declaração de Jesus, de que "há uma única Divindade" e, distinto dela, há um Homem, que é Ele, o Filho, que é menor que o Pai (vamos vê-lo a seguir, no próximo capítulo).
Pelo que deduzimos do trecho, está dito que Jesus, o ser humano, a criatura - embora originária de outro planeta muito mais antigo que o nosso (provavelmente do Sistema de sírius) - já havia conquistado e se revestido da substância do Pai muito antes que o "mundo" (isto é, a Terra) "fosse lançada para baixo" (katabolês), isto é, fosse materializada em seus elementos físicos. O Espírito humano de Jesus já estava misticamente unificado com o Pai, quando Dele recebeu a missão de encarregar-Se do trabalho da instrução da humanidade deste globo terráqueo. Aqui encontraria Ele, chegadas ao estágio hominal aquelas células que O ajudaram a evoluir durante o período de Sua evolução (humana em Seu planeta de origem. Confirma-se, assim, com as próprias palavras de Jesus, a hipótese que formulamos no vol. 1).
E é por esse motivo, porque durante milênios vivemos todos formando uma unidade com ele, sendo o corpo Dele que era nossa Alma-Grupo, que tão vivo Lhe aparece o desejo de reconstituir essa unidade, já não mais num corpo físico, mas num corpo místico, em que as antigas células já tenham atingido a evolução suficiente para se unificarem com o Cristo Cósmico, tal como Jesus o fizera; e o corpo se reconstitua em sua unidade primordial e em sua integridade espiritual.
Aqui aparece uma expressão de autoridade inconteste: não é mais "rogo", mas a afirmativa da vontade resoluta e firme: diz "QUERO" (thélô).
Quem poderá contrariar essa vontade? Ele quer sempre o mesmo que o Pai quer (cfr. JO 4:34; JO 5:30 e 6:38-40). Então, também essa é a vontade do Pai.
Para nós, por conseguinte, existe a certeza metafísica de que Sua vontade será realizada, e TODOS, isto é, a humanidade TODA, alcançará essa união plena. Consequentemente, não haverá "perdidos"!
...
No original há uma variante: alguns códices trazem "o que me deste" (hó dédôkas moi, como em 6:37, 39 e em 10:29) e é melhor que a correção posterior para "os que me deste" (hoús dédôkas moi), pois exprime a totalidade coletiva de tudo, o quinhão total do Cristo, recebido do Pai e aceito pelo Cristo. Com essa expressão, vemos que tudo o que está na Terra, inclusive minerais, vegetais, animais, pertence ao Cristo, e não apenas os homens, que não constituem, assim, uma classe privilegiada à parte: TODOS e TUDO somos UM, irmãos reais. E o próprio Jesus já havia dito: "Poderoso é Deus para destas pedras suscitar filhos de Abraão" (Mat, 3:9 e LC 3:8).
Voltando à expressão "antes da constituição do mundo", vemos que a palavra katabolê fora empregada em MT 13:35, em Efésios 1:4 e em Hebrel 11:11. Essa ideia de "lançada para baixo" lembra muito aquilo que Pietro Ubaldi, utilizando velha expressão bíblica, denomina "A Queda".
Há um trecho de Hermes Trismegisto (Corpus Herméticum, 9:6), bem anterior à época de Jesus, que procura explicar o mecanismo desse "lançamento para baixo", como sendo uma semeadura, exataSABEDORIA DO EVANGELHO mente no sentido que estamos dando: "Com efeito, a sensação e a intelecção do mundo constituem um só ato: fazer todas as coisas e desfazê-las em si, como órgão da vontade de Deus. Pois o mundo foi realmente feito como instrumento para que, guardando as sementes que recebeu de Deus (que foram lançadas para baixo) produza em si mesmo todas as coisas pela energia; e depois, diluindo-as, as torne a renovar, tal como um bom semeador de vida. E por seu próprio movimento fornece a todas as coisas um renascimento. O mundo não gera para a vida (não a dá), mas por seu movimento vivifica todos os seres: é, ao mesmo tempo, o lugar e o dispensador da vida".
Aí temos um ensinamento que nos mostra o mundo (a Terra) a receber as sementes que vieram de outros planos e aqui "caíram" ou "foram lançadas para baixo" (katabolê). Mas compreendamos bem, que não é um "baixo" quanto a local ou geográfico, mas um baixo que exprime degradação de vibrações, que da energia passa à matéria. No planeta, realizando-se a vontade de Deus, tudo vai evoluindo pelas transformações constantes e pela Lei de causa e efeito, de vida e morte de desfazimento e renascimento. Mas a sensação e a intelecção são uma coisa só, pois expressa a Mente crística que dirige e governa tudo, CONCLUSÃO (Vers. 25-26).
Aqui novamente aparece um adjetivo ligado à inovação: PAI JUSTO. É salientada a qualidade que o peticionário deseja ver manifestada no assunto de que trata. Sendo justos os pedidos, mister que se faça sentir a Justiça para o atendimento.
A situação real, de fato, é demonstrada nesses dois versículos: "o mundo ainda não Te conheceu, mas eu Te conheci, e estes conheceram que Tu me enviaste".
Neste passo, cremos que não se trata apenas de conhecimento intelectual, mas da gnose mística, pela união de seres. O verbo "conhecer", entre as personagens físicas, nas Escrituras, exprime a união sexual dos corpos físicos. Na Individualidade, exprime o matrimonio espiritual, pelo qual um Espírito se unifica ao outro. No físico, serão "dois corpos num só corpo" por meio da penetração do pênis na vagina, ficando, porém, todo o resto dos corpos exteriorizados, embora abraçados, mas sem penetrarse; no Espírito, entretanto, a penetração é total, de todo o corpo (de todas as vibrações energéticas que se fundem e confundem) e os dois Espíritos passam a constituir real e integralmente UM SÓ ESPÍRITO.
O mundo ainda não fez essa unificação, diz Jesus, mas eu a fiz e estes a fizeram comigo, pois sabem que Tu me enviaste. Com essa união comigo, eu os unifiquei com Tua essência, para que o amor, a vibração divina da união, que comunicaste a mim, esteja neles e portanto eu esteja totalmente dentro deles.
Se o Cristo está dentro de nós com esse amor total da união espiritual completa, "é justo" que minha prece pela unificação de tudo o que me deste seja realizada.
Numa palavra poderia resumir-se a prece de Jesus: "Que se reintegre hoje, na unidade, o meu corpo do passado, sendo eu ainda a Alma-Grupo de todos (psichê), e Tu, Pai, a Cabeça (Noús)".
Feita a união total com um grupo, aos poucos se conseguirá a união com todo o restante, que ainda permanece de fora, mas que virá unificar-se aos poucos até reconstituir-se a unidade perdida pelo separatismo divisionista do Antissistema. Quando isso for conseguido, teremos reconstituído o Sistema, em relação ao nosso mundo e todos seremos UM COM A DIVINDADE.
Sabedoria do Evangelho - Volume 6
Categoria: Outras Obras
Capítulo: 10
CARLOS TORRES PASTORINO
MT 18:15-35
LC 17:3-4
Grande lição aqui se apresenta a nós, esclarecendo a regra pela qual devemos pautar nossa vida prática em relação a nossos companheiros de jornada.
Alguns códices importantes (Sinaítico, Vaticano) versões (manuscritos coptos saídico e boaídico) e pais (Orígenes, Cirilo, Basílio, Jerônimo) não registram as palavras "contra ti", que aparecem em D, K, L, X, delta, theta, pi, alguns minúsculos, versões bizantinas, ítala, Vulgata, siríaca e pais Cipriano e Hilário.
Poderiam ser mantidas por dois motivos:
1. º o texto fala de erros "contra ti" (cfr. vers. 21);
2. º se a ação do irmão não diz respeito a nós, nada teríamos com isso.
No entanto, parece melhor suprimi-las, porque o trecho se refere mesmo à correção fraterna. Se algum irmão errar, mesmo que não seja contra nós, devemos buscar corrigi-lo. Lógico que deve tratar-se de erro grave, que afete a evolução dele ou o bom nome da instituição a que pertence.
A lei mosaica (LV 19:17-18) já estipulava; "Não aborrecerás teu irmão em teu coração; não deixarás de repreender teu próximo, e não levarás sobre ti um erro por causa dele. Não te vingarás nem guardar ás ressentimento contra os filhos de teu povo, mas amarás a teu próximo como a ti mesmo: eu sou YHWH". E os bons israelitas obedeciam a esse preceito; "Se tens companheiros que te repreendem e outros que te louvam, ama o que te repreende e despreza o que te louva; pois o que te repreende te conduz à vida do mundo futuro, e o que te louva te leva fora desse mundo" (Rabbi Meir, in Strack e Billerbeck, tomo 1, pág. 787).
Se o irmão atende, tê-lo-emos conquistado para o caminho certo, como afirma Jerônimo (Patrol. Lat. v. 26, col. 131): si quidem audíerit, lucrifácimus ánimam ejus, et per alterius salutem, nobis quoque acquíritur salus, isto é; "se em verdade nos ouvir, lucraremos a alma dele e, pela salvação do outro, adquire-se também a salvação para nós".
Se não atender à nossa admoestação, convoquemos testemunhas, depois levemos o caso à comunidade e depois, se nada disso adianta, coloquemo-lo de lado, tratando-o com toda a consideração e amor, como devemos fazer ao estrangeiro, mas não com a intimidade do "irmão".
A razão de tudo isso é dada: tudo o que ligamos a nós neste plano, permanecerá ligado no mundo astral, antes e depois do desencarne; e de tudo o que nos liberarmos neste plano terráqueo, permaneceremos desligados e liberados no plano astral. Ora, é de todo interesse que se não constituam liames entre nós e pessoas erradas, que poderão envolver-nos em seu carma negativo por complacência culposa de nossa parte.
As palavras que acabamos de citar, e que pertencem de direito a este trecho, foram transportadas para o vers. 16 do cap. 16 do mesmo Mateus, como comprovamos exaustivamente no vol. 4 e seguintes.
No entanto, é neste versículo que se baseia a igreja romana para justificar seu direito de "excomungar".
Passa a seguir o Mestre, sem transição, para uma das comprovações de que, o que ligarmos na Terra, será ligado "no céu": se duas pessoas concordarem sobre determinado assunto, tudo o que pedirem lhes será feito.
Strack e Billerbeck (I, 793) cita: "Rabbi Acha bar Chanina dizia: que se são ouvidas as preces feitas na sinagoga, no momento em que a comunidade ora, isso decorre do midrasch de Job (ob 36:5): "Deus não despreza a multidão", e do Salmo (55:19): "Ele libertará em paz minha alma do combate que me é feito, porque a multidão (da comunidade em prece) estava em torno de mim".
O fato de o Cristo de Deus afirmar que onde há criaturas reunidas em Seu nome, Ele está no meio delas, tem precedente na crença judaica da presença da Chekinah, que permanecia entre aqueles que falam sobre a Torah". como dizia Rabi Chanina bar Teradjon. E acrescentava: "Deus é dito máqôm ("O lugar") porque está em todos os lugares".
Depois desse desvio, que confirma que o perdão deve ser dado (cfr. MT 6:14-15), vem o ensino exemplificado com uma parábola, desenvolvida por ocasião de uma pergunta de esclarecimento feita por Pedro: quantas vezes perdoar?
Simão Pedro, acostumado ao sistema de seu povo de perdoar até três vezes, julga-se extremamente generoso propondo fazê-lo até SETE vezes. Mas Jesus, sem impressionar-se, calmamente estende para setenta vezes sete, NO MESMO DIA: éôs hebdomêkontákis heptá.
Jerônimo comenta: ut toties peccanti fratri dimítteret in die, quoties ille peccare non possit, ou seja: "para que tantas vezes se perdoe ao irmão que erre num dia, quantas ele nem possa errar" (Patrol. Lat.
vol. 26, col. 132). E João Crisóstomo: tò ápeiron kaí diênekés kaí aeí, isto é: "ao infinito, incessantemente, sempre" (Patrol. Graeca, vol. 58, col. 589).
Quanto à parábola, anotemos que o ensino principal, que é uma ilustração nos vers. 14 e 15 do cap. 6 de Mateus: se não perdoarmos aos nossos companheiros da Terra, não obteremos o perdão.
Quanto aos dados. O servo devia 10. 000 talentos. Um talento equivalia a 6. 000 dracmas (ou 6. 000 den ários). Então, 10. 000 talentos são 60. 000. 000 de dracmas, quantia realmente elevada, em comparação com os 100 denários (100 dracmas). Lembremos que a dracma (ou o denário, moedas equivalentes, a primeira grega, a segunda latina) era o preço normal de um dia de salário de um trabalhador braçal.
Chamado para prestar contas e condenado por insolvência confessada, prostra-se aos pés do credor (o rei) e pede paciência. O resultado é o perdão da dívida, a anulação do débito. Mas ao defrontar-se com um colega de serviço (syndoúlos) que lhe deve a quantia de cem denários, perde o controle, avança sobre ele, tenta sufocá-lo e de nada adianta ouvir do companheiro as mesmas palavras que ele mesmo havia proferido diante do rei: impiedosamente o condena à prisão.
Os outros servos não se conformam com essa atitude e vão contar acena triste "com pormenores" ao rei. Este se aborrece e vê que o perdão dado foi errado e o entrega não a simples carcereiros, mas aos carrascos (basanístais = experimentadores).
A lei mosaica (EX 22:3) só permitia que fosse vendido o ladrão insolvável, ou então (LV 25:39) permitia aceitar a escravidão voluntária de um israelita extremamente pobre, mas que deveria ser tratado com humanidade, e ser libertado no primeiro ano de jubileu.
Os teólogos, aplicando a parábola a Deus, dizem que nossos débitos para com a Divindade são imensos, em comparação com as dívidas feitas pelos homens entre si. Mas surge-lhes a dúvida: se Deus pode modificar uma decisão Sua e condenar, depois que perdoou. Tomás de Aquino (Summa Theol, III. ª, q. 88, art. 1-4) alega que o segundo castigo veio por causa das agravantes, e não pela revivescência da falta já perdoada. Mas nada isso interessa ao ensino, que se destina a prescrever o perdão entre os homens, como salienta João Crisóstomo (Patrol. Graeca vol. 58, col. 589).
Mas há outros ensinos mais profundos a deduzir deste trecho. Para estudá-los, dividamos os dois assuntos principais.
CORREÇÃO FRATERNA - Não percamos de vista que Jesus deu essas instruções aos discípulos (MT 18:1 e LC 17:1). Ora, os discípulos eram os filiados à "Assembleia do Caminho", já em graus mais elevados, pois davam, entre si, o tratamento de "irmão" (vol. 5). Todo o trecho, pois, assim como a parábola que se segue, refere-se estritamente aos membros da Fraternidade Iniciática entre si, e nada absolutamente tem que ver com os que se acham fora.
O primeiro ensino, pois, é que o irmão tem a obrigação de chamar a atenção do irmão que erra. Não é deixado livre de fazê-lo ou não: "se errar... vai avisá-lo". Mas esse primeiro passo deve manter-se secreto, e jamais será divulgado. Se ouvir nosso aviso, e mudar sua forma de agir, é um irmão que ganhamos em nosso convívio, pois não terá que deixar a fraternidade.
Mas pode dar-se o caso de não sermos atendidos. Chamemos, então, o testemunho de mais um ou dois (que somados a nós farão duas ou três testemunhas) a fim de solucionar o caso. Trata-se, portanto, não de uma ofensa feita a nós, mas de um erro que acarreta consequências danosas ao próprio ou à comunidade.
Caso persista o erro, deve-se avisar a comunidade, a corporação ou ekklêsía a que ambos pertencem.
Far-se-á, já neste ponto, uma admoestação oficial, buscando reconquistar aquele que se está transviando do caminho (hamartolós).
São, pois, três advertências. Se após as três persistir o desvio da conduta, deve então esse "irmão" ser considerado alienígena ou estrangeiro, ou "publicano", isto é, novamente profano, saindo da comunidade a que pertencia a fim de não trazer prejuízos a todo o conjunto. Mas nem por isso deve ser maltratado nem desprezado: antes, como preceitua a lei, o estrangeiro deve ser tratado com delicadeza e consideração. Apenas não participará dos mistérios.
Verificamos, então, que há dois comportamentos: ligar ou soltar, amarrar ou desprender. E qualquer dos dois atos é realizado não apenas na Terra, mas também "no céu", ou seja, no mundo espiritual, em todos os planos: astral, mental e espiritual.
O ensino é de importância capital, pois ficamos sabendo que as ações do mundo físico têm repercussão bem maior do que poderia supor-se. Uma ligação com determinada criatura reflete-se no mundo espiritual e perdura além do plano terrestre-denso. E o mesmo ocorre se houver um desligamento.
O ensinamento (que verificamos tratar-se de uma repetição: "Novamente vos digo" ...) traz uma consequência de sumo interesse: se houver ligação e sintonia vibratória perfeitas entre duas criaturas, a força daí redultante é tão poderosa que é capaz de atrair tudo o que for pedido. O Pai reside em cada um de seus filhos. Mas se houver união plena entre dois, concordância total, sintonia absoluta, em qualquer assunto (perì pantòs prágmatos) não importa qual, a obtenção é garantida por parte do Pai" que está nos céus". Não há dúvida de que duas mentalizações são mais eficientes que uma só. E as duas notas emitidas em uníssono movimentam as forças que modificam o curso dos acontecimentos.
Confortadora promessa, perigosa: porque também a mentalização do erro surtirá efeito...
A razão disso é dada pelo Cristo Divino, que se vinha manifestando em Sua qualidade de Mestre único: "onde duas ou três pessoas estão reunidas em meu nome, aí estou no meio deles". E a razão científica do fato prende-se a que, embora a presença crística seja constante e integral em todos os lugares e situações, inclusive dentro de cada pessoa, no entanto, se houver uma ligação entre duas ou três pessoas, forma-se uma corrente mais fortalecida, que poderá movimentar forças magnéticas ambientes mais poderosas com repercussões nos diversos pianos espirituais; da mesma forma que uma bateria é muito mais forte que uma pilha isolada. Dessa maneira a presença é mais sentida e essa própria conscientização aumenta a força de cada um. Isso mesmo já era ensinado nas Escolas Judaicas (Kábbalah), que dava o nome de Chekinah a esse acréscimo perceptível da presença real do FOHAT divino entre as criaturas. Diziam, então, que era a "presença de Deus".
PERDÃO - Entra Pedro (o símbolo das "emoções") com a pergunta de quantas vezes terá que perdoar ao "irmão" que faz algo contra ele. Não se trata mais de erro (desvio da rota certa) no sentido evolutivo, mas de algo pessoal entre os membros da corporação.
Isso, diz o Cristo de Deus, não apresenta a menor importância. São criancices. E o número de sete vezes (num dia!) é julgado pouco pelo Mestre, que o amplia para setenta vezes mais (cfr. vol. 4 e vol. 5), o que significa sempre. O Espírito que já entrou na linha evolutiva conscientemente, não pode estar perdendo tempo com essas questiúnculas das personagens. Não dá relevo a picuinhas e a pirraças.
Para ele não importam ofensas nem calúnias: segue em frente, sempre para o alto, e tudo o que possa ocorrer "contra ele", isto é, contra a personagem, bate de raspão e perde-se no espaço, sem deixar sequer mossa nem arranhão por mais leve que seja. Então, PERDOE SEMPRE, sem nem contar as vezes. Seja sempre a rocha que não se abala pelo choque das ondas. Deixe que os profanos sejam como a areia, que vai e vem com as ondas do mar.
Essa é a razão de ter sido assemelhado o Reino de Deus a um homem-rei, designação típica do hierofante, do "rei" da Escola Iniciática, a suma autoridade para os membros da fraternidade. A escolha do hierofante como modelo, é típica, pois refere-se à autoridade do Rei do Mundo, que o hierofante representa para seus discípulos em cada comunidade. Em relação ao hierofante os irmãos são designados como servos, pois a ele devem obediência irrestrita e sem discussões, pois se se entregaram à sua direção, é porque nele reconhecem o Mestre que penetra os mais recônditos segredos dos corações.
A parábola fala de um débito de 10. 000 talentos, imagem de uma dívida evidentemente espiritual, e não material. A comparação das conquistas espirituais com "talentos" foi feita, também, em outra parábola (cfr. MT 25:14-30; LC 19:11-27).
Encontramos, pois, que a interpretação nos revela que o Rei ensinara os mistérios em sua maior profundidade a esse servo, dando-lhe conhecimentos vastos. Mas quando lhe foi "pedir contas" do que lhe devia, como lição "passada para estudo", verificou que ainda não aprendera, e continuava devendo.
Julgou-o incapaz, e sua vontade inicial foi "prendê-lo a ele, à mulher e aos filhos", isto é, colocá-lo, com todos os seus veículos, novamente na prisão do mundo profano, afastando-o do convívio dos demai "irmãos" seus conservos. Não apenas a ele (ou seja ao Espírito) se referia a restrição que as condições impunham, mas a todos aqueles que formavam o ser e que atrapalhavam sua evolução.
No entanto, em vista de sua humildade, resolveu esperar mais, "perdoando-lhe a dívida" naquele momento, para que mais tarde verificasse se realmente tinha conseguido aprender.
Ao sair dali, entretanto, esse mesmo servo encontra outro a quem havia dado noções (100 denários, quase nada) de espiritualismo. Pede as contas, e verifica que seu companheiro não havia aproveitado.
Nesse ponto, perde o controle emocional, agarra-o e procura sufocá-lo, naturalmente com palavras violentas, e manda que vá para a prisão do mundo. Por aí vê-se que realmente tinha autoridade dentro da fraternidade, confirmando que o débito alto se referia a aprendizado mais profundo.
Os companheiros estranham o fato e - verificando a inutilidade do aviso em particular e com testemunhas - levam logo o ocorrido ao conhecimento do hierofante. Comprova, então, o rei que realmente o primeiro não havia compreendido, nem mesmo aprendido a lição. Resolve, pois, entregá-lo aos "experimentadores" (basanístais), ou seja, às provações cármicas do mundo, que terão que experimentá-lo normalmente, até que a custa própria e por experiência vivida, aprenda que "deve fazer aos outros o que quer que os outros lhe façam" (MT 7:12).
A lição é singela e clara na letra e no espírito: dar, para receber. Amar para ser amado. Perdoar para ser perdoada. "A medida com que medirdes, essa será usada convosco" (MT 7:2; vol. 2).
Cientificamente, temos que considerar a lei das frequências vibratórias. Se estamos na frequência do perdão, estendendo-o aos outros, nós mesmos nos beneficiamos dessa onda tranquila. Mas se saímos da faixa do perdão e caímos na da cobrança impulsiva, sintonizamos com essa frequência mais baixa, onde também nos será cobrado. Não há necessidade, hoje, de levar o problema ao "sobrenatural", nem de envolver Deus no processo puramente humano, para saber se Ele pode ou não anular um ato de perdão já concedido. Com a eletrônica, atualmente, vemos que o indivíduo é que se situa, vibratoriamente, numa ou noutra faixa, à sua vontade, recebendo o que transmite. Qualquer rádio-amador sabe disso.
A personificação de um fato científico era indispensável há dois mil anos. Mas hoje atrapalha, mais que ajuda, porque as mentes pouco habituadas à ciência e os intelectos viciados em imaginar figuras antropomórficas da Divindade, continuam acreditando que existe uma "pessoa", sentada num trono de ouro, a fazer o julgamento e a lavrar sentenças.
Não há, pois, razão, para discutir se Deus volta atrás de uma sentença! A criatura recebe o choque de retorno, porque desce suas vibrações ao plano das emoções (plano animal, lei da justiça), tanto assim que, figuradamente, o credor avança para o devedor e tenta estrangulá-lo; descendo de plano, caiu na armadilha cármica.
Isso porque Deus, imutável e perfeito, nem sequer pode ser ofendido, pois não é atingido por qualquer espécie de ação humana, nem pode "perdoar": a criatura é que se coloca no plano da libertação cármica, por sua própria vibração interna, ou se lança, por descontrole emocional no plano da justiça, na lei de causa e efeito.
Daí a ordem de "perdoar setenta vezes sete", ou seja, SEMPRE. Porque uma só vez que não se perdoe acarreta a entrada na vibração baixa da vingança ou do ressentimento. Por isso já fora dito: "se estiveres apresentando tua oferta no altar e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali tua oferta diante do altar, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão, e depois vai apresentar tua oferta" (MT 5:23-24). Porque qualquer questão com o "irmão" provoca baixa de vibrações.
Se temos obrigações de "amar os inimigos" (MT 5:44), muito maior é o dever em relação aos irmãos de comunidade.
Marival Veloso de Matos (organizador)
Chico no Monte Carmelo
Categoria: Outras Obras
Capítulo: 1
Marival Veloso de Matos (organizador)
Por que teria Jesus multiplicado os pães para a multidão que lhe ouvia a palavra? (Mt 14:13)
Decerto que se o maná da revelação pudesse atender, de maneira total às necessidades da alma no Plano físico, não se preocuparia o Senhor em movimentar as migalhas do mundo para satisfazer à turba faminta.
É que o estômago vazio e o corpo doente alucinam os olhos e perturbam os ouvidos, impedindo a função do entendimento.
O viajante perdido no deserto, atormentado de secura, não compreenderá, de pronto, qualquer referência à Justiça Divina e à imortalidade da alma, de vez que retém a visão encadeada à sede que lhe segrega o espírito em miragens asfixiantes. Ao portador da verdade compete o dever de mitigar-lhe a aflição com a gota d’água, capaz de libertá-lo, a fim de que se lhe reajustem a tranquilidade e o equilíbrio.
A obra Espírita-Cristã não se resume, assim, à predicação pura e simples.
Jesus descerrou sublimados horizontes ao êxtase da Humanidade, mas curou o cego de Jericó, (Mt 20:29) refazendo-lhe as pupilas.
Entendeu-se com os orientadores de Israel, (Lc 2:41) comentando a excelsitude das Leis Divinas, entretanto, consagrou-se à recuperação dos alienados mentais que jaziam perdidos nas trevas.
Indicava a conquista do Céu por meta divina ao voo das esperanças humanas, (Lc 12:31) contudo, devolveu a saúde aos paralíticos.
Referiu-se à pureza dos lírios do campo, (Mt 6:28) todavia, não olvidou o socorro aos leprosos, em sânie e chagas.
Transfigurou-se em nume celeste no Tabor, (Mt 17:1) mas não desprezou a experiência vulgar da praça pública.
É que o Evangelho define a restauração do homem total.
A sina humana é a crisálida do anjo, como a Terra é material para a edificação do Reino de Deus.
Desprezar a fraternidade, uns para com os outros, mantendo a flama do conhecimento superior, será o mesmo que encarcerar a lâmpada acesa numa torre admirável, relegando à sombra os que padecem, desesperados, ou que se imobilizam, inermes, em derredor.
Mensagem psicografada pelo médium Francisco Candido Xavier, em reunião pública da noite de 23 de julho de 1956 no “Centro Espírita Humildade Amor e Luz”, na cidade de Monte Carmelo — Minas Gerais.
Essa lição foi publicada em 1994 pela editora GEEM e é a 1ª do livro “” e só posteriormente em 2002, com 40 anos de atraso, veio a lume no presente livro, editado pela UEM.
Estes lugares estão apresentados aqui porque foram citados no texto Bíblico, contendo uma breve apresentação desses lugares.
Locais
AR
Atualmente: JORDÂNIACapital de Moab. Esta terra não foi dada por Deus aos israelitas. Deuteronômio

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.
Comentários Bíblicos
Beacon
1. Três Práticas Religiosas (Mateus 6:1-18)
(Introdução, v. 1). Na versão King James em inglês, este versículo parece fazer parte da discussão sobre dar esmolas, que vem a seguir (2-4). Mas os mais antigos manuscritos gregos apresentam o termo "justiça" em vez de esmolas. Isto faria do primeiro versículo uma introdução mais ampla para as três discussões seguintes sobre dar esmolas (2-4), oração (5-15) e jejum (16-18). No entanto, deve ser observado que Kraeling inclui o pri-meiro versículo com o parágrafo da doação de esmolas, embora aceite a leitura dos ma-nuscritos mais antigos. Ele diz: "A doação caridosa era tão importante neste período que a palavra hebraica para 'justiça' adquiriu o significado de 'dar esmolas' "42 Este talvez seja o motivo pelo qual a prática de dar esmolas seja discutida primeiramente aqui. Hoje em dia a oração provavelmente receberia o primeiro lugar, e dar esmolas o último.
John Wesley, que era um cuidadoso estudante do texto grego e surpreendentemente ciente da importância da crítica textual,' traduziu a primeira parte deste versículo como se segue: "Atentem para não praticarem a vossa justiça perante os homens, para serem vistos por eles". Traduções mais recentes apresentam: "Tenham cuidado para não faze-rem as suas boas obras publicamente para serem notados pelo povo" (Berkeley) ; "Cuida-do ao fazerem as suas boas ações à vista dos homens, para atraírem seus olhares" (Weymouth) ; "Tenham cuidado para não fazerem uma exibição de sua religião diante dos homens" (NEB) ; "Tenham o cuidado de não praticarem os seus deveres religiosos em público a fim de serem vistos pelos outros" (NTLH). A tradução mais simples é: "Não ostentem a sua piedade".
Jesus não disse que não deveríamos deixar que alguém visse as nossas boas obras. Ele já havia admoestado os seus discípulos: "Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai, que está nos céus" (5.16). É com o motivo que Ele está lidando aqui. A frase significativa é: para serdes vistos por eles. Devemos buscar a glória de Deus, não a nossa própria.
- Dar Esmolas (6:2-4). Jesus advertiu os seus discípulos contra anunciar a sua doação com trombetas, como fazem os hipócritas (2) em lugares públicos. Já re-ceberam o seu galardão é uma expressão que pode ser traduzida como: "Já recebe-ram a sua recompensa". Os papiros provaram que o verbo apecho, que Mateus em-prega, era usado regularmente nos recibos daquele período. A força plena da afirma-ção de Jesus é que aquele que almeja e obtém o louvor dos homens, dá virtualmente um recibo: "Totalmente pago". Não haverá nenhum outro galardão aguardando por ele no céu."
Algumas pessoas têm se recusado a fazer qualquer voto público, por causa da admo-estação, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita (3). Mas a Bíblia também diz: "Aquele, pois, que sabe fazer o bem e o não faz comete pecado" (Tg
- Oração (6:5-15). Jesus também indicou que uma oração que demonstre ostenta-ção deve ser evitada. Os hipócritas... se comprazem em orar em pé em lugares pro-eminentes, para serem vistos pelos homens (5). Eles também "já receberam o seu galardão". O Mestre enfatizou a importância da oração em oculto (6). Um dos lugares mais sagrados em Londres é o pequeno cômodo onde John Wesley orava. Ele tem uma janela, e está do lado de fora de seu quarto em sua casa na City Road. Os visitantes têm a impressão de que o ambiente é uma rica ilustração do espírito de oração.
Cristo advertiu contra o uso de vãs repetições (7) na oração. Algumas pessoas inconscientemente repetem nomes para a Divindade diversas vezes na oração pública, até que ela se torne incômoda. Isso é uma repetição desnecessária. O nosso Pai Celestial sabe que estamos falando com Ele, e sabe o que precisamos antes de lho pedirmos (8). Portanto não precisamos ficar repetindo as nossas petições.
A oração do Pai-Nosso é um modelo perfeito da simplicidade e sinceridade da petição de Jesus. Ela também é um lindo exemplo de paralelismo poético. Impressa na forma a seguir, ela tem apenas dez linhas. Mas como são significativas!
Pai nosso, que estás nos céus,
Santificado seja o teu nome.
Venha o teu Reino.
Seja feita a tua vontade,
Tanto na terra como no céu.
O pão nosso de cada dia dá-nos hoje.
Perdoa-nos as nossas dívidas,
Assim como nós perdoamos aos nossos devedores.
E não nos induzas à tentação,
Mas livra-nos do mal.
Aquele a quem nos dirigimos — Pai Nosso (9), sugerindo uma íntima comunhão, que estás nos céus, requerendo reverência — é seguido por seis petições. As três primei-ras são pelos interesses do Reino. As outras três são pelas necessidades pessoais. A or-dem é muito significativa. As necessidades do Reino devem sempre ter prioridade sobre todas as outras coisas.
Na verdade a oração começa, como todas as orações deveriam, com adoração: Santi-ficado seja o teu nome. O texto grego diz: "Permita que teu nome seja santificado". Esta é uma petição desafiadora: Permita que o teu santo nome seja santificado através da minha vida hoje, à medida que eu, sendo portador do nome de Cristo, vivo a vida de uma maneira semelhante à dele.
A segunda petição é: Venha o teu reino (10). Isto deve ter precedência sobre os interesses pessoais. George Ladd diz: "Esta oração é uma petição para Deus reinar, para manifestar a sua soberania e poder majestosos, para colocar em fuga todo inimigo da justiça e de seus preceitos divinos, e que só Deus possa ser o Rei sobre o mundo inteiro".' Mas esta petição também está relacionada à evangelização mundial. Pois é particular-mente na salvação das almas que vem o reino de Deus.
A terceira petição: Seja feita a tua vontade, tanto na terra como no céu, foi ecoada por Jesus no jardim do Getsêmani (Lc
A quarta petição é a primeira a expressar uma necessidade pessoal: O pão nosso de cada dia dá-nos hoje (11). O sustento físico não deve vir em primeiro lugar; mas ele tem o seu lugar no devido tempo. Deus está interessado nas nossas necessidades pessoais, e Ele quer que as coloquemos diante dele em oração. Ele prometeu suprir as nossas neces-sidades materiais, desde que coloquemos o seu reino em primeiro lugar (v. 33). O signifi-cado exato das palavras de cada dia (encontrado somente na oração do Pai-Nosso) é incer-to. A palavra grega epiousion tem sido traduzida como "o necessário para a existência", "para o dia de hoje", "para amanhã", "para o futuro". A expressão de cada dia é melhor.
Uma necessidade mais urgente é o perdão: Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores (12). Aquele que carrega um espírito que não perdoa os outros deve parar antes de oferecer esta oração. Suponha que Deus o tome por sua palavra; que esperança haveria para ele? A versão de Lucas da oração do Pai-Nosso apresenta "pecados" em vez de "dívidas"." Todo ser humano está em dívida, pois "todos pecaram" (Rm
A última petição é: E não nos induzas à tentação, mas livra-nos do mal (13) -ou "do maligno". Tentação pode ser "provação"; a palavra grega pode ser traduzida de ambos os modos. Morison parafraseia a petição da seguinte forma: "E não nos coloque em provação, provação severa, provação que, em virtude de sua severidade, venha a pressionar duramente o nosso estado morar.'
Nos antigos manuscritos gregos, a oração do Pai-Nosso termina com esta petição. A doxologia que segue — Porque teu é o Reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém! — foi acrescentada há muito tempo, provavelmente para lhe dar uma conclusão mais acabada quando recitada em público. O acréscimo foi finalmente incorporado ao texto pelos escribas. Entretanto, é melhor incluí-la quando a oração do Pai-Nosso for recitada em público.
Nos dois versículos que se seguem à oração (14-15), Jesus mostrou a grande seriedade da questão de perdoar aos outros. Aquele que se recusa a perdoar fecha a porta do céu em seu próprio rosto. Nenhum espírito que não perdoa pode entrar ali. Independentemente daquilo que for feito contra nós, devemos perdoar — completamente e para sempre.
c) Jejum (6:16-18). Outra vez os hipócritas (16) são descritos, desta vez como mos-trando-se contristados, desfigurando o rosto, para que aos homens pareça que je-juam. E outra vez nos é dito que "já receberam o seu galardão".
As instruções de Jesus, colocadas em termos modernos, são as seguintes: Quando jejuar, penteie os cabelos e lave o seu rosto. Não tenha a aparência triste para lembrar as pessoas que você está jejuando. Antes, jejue por causa do bem espiritual dos outros e de si mesmo. Observe que Jesus diz que Deus tem uma recompensa para este tipo de jejum
Sobre o valor espiritual do jejum, Pink diz o seguinte: "Quando o coração e a mente são profundamente exercitados com relação a um assunto sério, especialmente o de um tipo solene e pesaroso, há uma indisposição para alimentar-se, e a abstinência a partir daí é uma expressão natural da nossa falta de merecimento, do nosso senso de inutilidade compara-tiva das coisas terrenas, e do nosso desejo de fixar a nossa atenção nas coisas do alto".'
2. Unidade de Propósito (6:19-24)
a) Um Único Tesouro (6:19-21). Jesus advertiu sobre a loucura de juntar tesouros na terra. Tudo pode ser destruído ou perdido. Roupas caras tinham grande importância nos tesouros dos homens e mulheres orientais. A traça seria uma grande ameaça para tal riqueza; ferrugem também significa, literalmente, "comer". Assim, isto pode se referir a vermes comendo a roupa. Naquela época também era comum para os ladrões "cavarem" (minarem,
19) as paredes de barro das casas palestinas para roubar. Mas no céu todos os nossos tesouros estão seguros (20).
Jesus apresenta aqui um princípio muito significativo: onde estiver o vosso te-souro, aí estará também o vosso coração (21). Ao encorajar uma pessoa a contribuir para a obra do Senhor, você está ajudando a ligá-la ao céu. Até mesmo solicitar que um não-crente contribua para um projeto especial da igreja pode impulsioná-lo à salvação. Portanto, prestamos às pessoas um serviço claro quando lhes damos a chance de apre-sentar as suas ofertas ao Senhor. O nosso coração se encaminha para onde o nosso di-nheiro se encaminha.
- Olhos Bons (6:22-23). Jesus declarou que a candeia do corpo são os olhos. Se os olhos forem bons, todo o corpo terá luz (22). Mas se os olhos forem maus (uma palavra forte, poneros), o corpo será tenebroso (23). O que o Mestre estava querendo dizer é que somente a unidade de propósitos, ou pureza de intenção, pode manter o ser interior iluminado com a presença de Deus. O contraste entre a luz e as trevas é um tema favorito na Bíblia, especialmente em João. Isto também desempenha um papel proemi-nente nos manuscritos do Mar Morto, particularmente no manuscrito intitulado "A Guerra dos Filhos da Luz Contra os Filhos das Trevas"."
- Um Único Mestre (6.24). Filson observa: "O versículo 24 (cf. Lc
16: ) afirma claramente a intenção dos dois parágrafos anteriores: Deus reivindica total lealdade; o discípulo não pode dividir a sua lealdade entre Deus e as suas posses"5.° Mamom (24) é a palavra aramaica para dinheiro ou riqueza.23
As três ênfases principais no capítulo 6 até este ponto são a simplicidade, a sinceri-dade e a unidade. Estas são virtudes básicas na vida do discipulado, como o próprio Senhor Jesus descreveu. Nenhuma parcela de habilidade ou intelectualismo sofisticados compensarão a falta delas.
3. Simplicidade de Confiança (6:25-34)
O pecado que Jesus condena nesta seção é o da preocupação. Não andeis cuidado-sos (25) pode ser traduzido como: "Não estejais ansiosos". Não devemos nos preocupar com o alimento ou a roupa. A vida é mais do que o mantimento (comida). Aqui se trata tanto da existência espiritual quanto da vida material.
O Mestre, então, deu o exemplo das aves do céu (26). Elas não semeiam, nem segam, e contudo o Pai Celestial as alimenta. Quanto mais Ele cuidará de seus próprios filhos?
O significado de estatura (27) é incerto. Ele pode ser traduzido como "medida de sua vida", "extensão da vida", "curso da sua vida", mas também "altura" (NEB). A pala-vra grega (helikia) ocorre oito vezes no Novo Testamento. Em João
Deus não só alimenta as aves, mas Ele também veste os lírios do campo (28). Embora eles não trabalhem, nem fiem, contudo, nem mesmo Salomão em toda a sua glória se vestiu como qualquer deles (29). Se Deus cuida dessa maneira das flores efêmeras — que hoje estão aqui, e que amanhã serão inexistentes (tornando-se combustível para o forno) — quanto mais Ele vestirá os seus próprios filhos (30) ? Esta é uma lógica que não se pode contestar. Assim, o discípulo não deve ficar ansioso sobre o que comer, beber ou vestir (31) ; seu Pai Celestial sabe o que ele precisa (32).
Segue-se, então, a grande passagem sobre a mordomia: Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas (33). A ordem das petições na oração do Pai-Nosso é lembrada. Primeiro devemos buscar o Reino de Deus e a sua justiça para nós mesmos. Na verdade, o Reino de Deus é a justiça. Pink observa: "Agora, por 'justiça de Deus' devemos entender duas coisas: uma justiça imputada e uma justiça concedida, que é colocada em nossa conta ou crédito e que é comunicada às nossas almas"."
Em segundo lugar, devemos buscar o Reino de Deus e a sua justiça para os outros. Isto é, a nossa principal preocupação como discípulos do Senhor deve ser a salvação das almas e a edificação da sua igreja. Se colocarmos isto em primeiro lugar, Ele promete suprir todas as necessidades materiais.
O capítulo termina com uma admoestação de encerramento, para não nos preocu-parmos sobre o futuro (34). Já basta a cada dia o seu mal; isto é, problemas e cuidados que já lhe pertencem.
Champlin
Outra tradução possível:
Não contes nem sequer ao teu amigo mais íntimo. Conforme Lc
Em público.
Em público.
Esta oração segue modelos de orações do AT e do Judaísmo. É formada com uma invocação inicial e sete petições. As três primeiras se referem a Deus (o teu nome, o teu reino, a tua vontade); as outras quatro se referem aos homens, com forma e sentido comunitários (nós). Conforme Lc
Conforme Is
Outra tradução possível:
santifica (ver Mt
Ver a Concordância Temática. Pede-se que Deus mesmo manifeste a sua santidade e poder entre os homens, de maneira que todos o conheçam como Deus (conforme Ez
Outra tradução possível:
Realiza a tua vontade (ou os teus desígnios) na terra e no céu (isto é, em todo o universo); ver Mt
Expressão que pode significar para o dia de hoje ou para o dia de amanhã. Conforme Ex
Expressão comumente usada na cultura hebraica com o significado de culpas ou pecados cometidos (conforme Mt
Pede-se a Deus para que nos livre da queda, prova ou tentação que põe em perigo a nossa fidelidade a ele. Conforme Mt
Ou do maligno, isto é, do diabo (Mt
Esta doxologia ou louvor parece ter sido uma forma cultual usada pela igreja durante os primeiros séculos, modelada em orações como a de Davi em 1Cr
Em público.Mt
Lit.; muitas casas eram feitas de barro e madeira, de modo que os ladrões podiam perfurar facilmente as paredes.
Isto é, pessoa. A expressão olho mau era usada como imagem da inveja ou avareza (assim no texto hebraico de Dt
Gr. mamoná; a palavra representa aqui um poder personificado que domina o mundo.
como poderá prolongar a sua vida, sequer uma hora?
Lit. O amanhã cuidará de si mesmo.
Genebra
6:1
justiça. Jesus afirma o valor positivo que há na justiça prática, porém, somente quando praticado em submissão a Deus e por amor a ele, ao invés de buscar a glória pessoal humana.
* 6:2
hipócritas. No Novo Testamento o hipócrita é aquele que alega ter um relacionamento com Deus e amar a justiça, mas está buscando seu próprio interesse, enganando-se a si mesmo. Os hipócritas denunciados no capítulo 23 não tinham consciência de sua própria hipocrisia.
* 6:5
orardes. Ver "Oração", em Lc
* 6:7
não useis de vãs repetições. Essa proibição não contradiz o princípio de continuarmos pedindo a Deus aquilo que cremos ser da sua vontade (Lc 18), mas corrige a idéia de que Deus se impressiona com a quantidade das palavras.
* 6:9
Esta oração é um modelo de brevidade, pedindo primeiro que Deus seja glorificado e, depois, pelas necessidades da vida humana.
Pai nosso. Ver "Adoção", em Gl
santificado seja o teu nome. Não só que as criaturas de Deus mantenham santo seu nome, mas que Deus pode ele mesmo santificá-lo, por ser o santo Juiz e Salvador.
* 6:11
pão nosso de cada dia. A palavra grega traduzida por "de cada dia" é conhecida só nesta oração. Tem sido entendida como significando o pão "diário", "necessário", "futuro" ou de "amanhã". Há três interpretações básicas para ela. O ponto de vista sacramental é que esse pão se refere ao pão recebido na Santa Ceia. Outro ponto de vista é que ele simboliza a vida no reino que virá, tornando a expressão equivalente à expressão "venha o teu reino", no v. 10. Um terceiro ponto de vista é que é uma súplica pela provisão de Deus das nossas necessidades físicas. Este último ponto de vista é, talvez, o melhor e este tema é desenvolvido nos vs. 19-34 (Pv
* 6:12
dívidas. A referência aqui é à dívidas espirituais. Os cristãos perdoam outros em resposta ao perdão de Deus (18.32-33); porém, se não perdoarmos outros, não podemos clamar pelo perdão de Deus para nós mesmos.
* 6:13
não nos deixes cair em tentação. Os perdoados oram esta petição porque confiam em Deus e não confiam em si mesmos. O Pai pode submeter-nos à prova (4.1; Dt
* 6:17
unge a cabeça. Isto simbolizava o regozijo (Sl
* 6:19
ferrugem. Refere-se não só à corrosão comum, mas também ao mofo ou bolor que faz apodrecer a madeira, e coisas semelhantes. Todas as coisas materiais estão sujeitas à decadência ou à perda.
* 6:23
a luz que em ti há. Os "bons olhos" olham para Deus como seu “senhor” (v. 24) e enchem a pessoa com a luz da vontade de Deus. Porém, os "olhos maus" procuram os “tesouros sobre a terra” (v. 19) e admitem só as "trevas" da cobiça e do interesse próprio. A vida toda da pessoa será determinada pela espécie de "luz” que seus “olhos” admitem.
* 6:26
não semeiam, não colhem. A questão não é que os passarinhos sejam ociosos — um pássaro adulto não fica no seu ninho com o bico aberto — mas que os passarinhos não se preocupam com o que o futuro reserva. A preocupação ansiosa mostra falta de confiança no conhecimento e cuidado de Deus (vs. 32,33). Ver "Providência", em Pv
* 6:27
um côvado ao curso da sua vida. A palavra grega pode ser também traduzida como "um côvado à sua estatura". Desde que adicionar 44cm à estatura de alguém seria dificilmente uma realização desprezível (conforme Lc
* 6:33
buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça. Devemos fazer do governo soberano de Deus, e do correto relacionamento com ele, a mais alta prioridade da nossa vida (ver 3.15, nota sobre "Justiça"). A preocupação é inconsistente com esta prioridade; revela dúvida a respeito da soberania e bondade de Deus, e nos desvia dos verdadeiros objetivos da vida. Deus satisfará todas as necessidades daqueles que arriscam tudo por ele.
Matthew Henry
Wesley
No ReiTiago 5ersion este versículo parece ser uma parte da discussão da esmola. Mas o melhor texto grego tem "justiça" em vez de "esmola". Assim, o primeiro verso deve ser tomado como uma introdução geral a esta seção. O Mestre advertiu seus discípulos para não colocar sua piedade na parada. A justiça (dikaiosyne) significa atos religiosos. A questão é que eles não estavam a praticar a sua religião diante dos homens para serdes vistos por eles. É o motivo de querer a glória dos homens que Cristo foi a advertência contra.
Após esta breve declaração introdutória Jesus discutiu três atos religiosos: a esmola, oração e jej1. Eles foram os únicos que foram enfatizadas mais pelos judeus da época, ea esmola ficou em primeiro lugar em valor.
(1) A esmola (6: 2-4) 2 Quando, pois, deres esmola, não trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade eu vos digo: Eles já receberam a sua recompensa. 3 Mas, quando tu deres esmola, não a tua mão esquerda o que a tua mão direita faz; 4 para que a tua esmola fique em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará .Jesus advertiu Seus seguidores não alardear suas obras de caridade. Um teste de consagração de um homem é se ele está disposto a fazer algo para Deus, independentemente de quem recebe o crédito.
Eles já receberam a sua recompensa é uma tradução melhor do que "Eles têm a sua recompensa" (KJV). Os papiros têm mostrado que o verbo aqui, apecho , é a forma regular usada em receitas daquele dia. O que Jesus está dizendo é o seguinte: Se as pessoas fazem seus atos religiosos para ganhar a glória dos homens, que lhes foi dado um recibo, "pago na íntegra", e que, assim, não terá direito ao prêmio na próxima vida. É preciso decidir se ele coloca maior valor em um terreno ou uma recompensa celestial.
Não seja a tua mão esquerda o que faz a tua direita , por vezes, tem sido utilizada como uma desculpa para recusar-se a fazer uma promessa em público. O critério em todos esses casos é: o que é melhor para o reino de Deus?
(2) Oração (6: 5-15) 5 E, quando orardes, não sejais como os hipócritas; pois gostam de ficar em pé e rezar nas sinagogas e nas esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade eu vos digo: Eles já receberam a sua recompensa. 6 Mas tu, quando orares, entra no teu quarto interior, e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, retribuirei . ti 7 E, orando, não uso de vãs repetições, como os gentios:., que pensam que serão ouvidos por muito falarem 8 Seja, portanto, não semelhante a eles, porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes de vós . perguntar a EcA admoestação para orar em segredo tem sido usado como um argumento contra a rezar em público. Mas Jesus orou publicamente (Jo
Vãs repetições devem ser evitados, como o uso de nomes de divindade mais e mais em uma breve oração. Isto não é nem respeitoso nem reverente. Deus ouve a petição sincera sem repetitividade.
Simplicidade é o que Jesus pediu ao orar. Como exemplo, ele deu o que é conhecido como a Oração do Senhor (vv. Mt
A oração pode ser dividido em três seções. Primeiro é o endereço: . Pai nosso que estais no céu A primeira parte deste sugere familiaridade; a segunda reverência demandas. Comentários Ward, "A verdadeira oração começa com adoração."
A segunda seção é composta por três petições. A primeira petição não é um para necessidades pessoais, mas sim um ato de adoradores santificado seja o teu nome. Literalmente este é "o teu nome seja santificado." Os judeus colocar muita ênfase sobre "a santificação do nome." A segunda petição , venha o teu reino, nos ordena a se preocupar mais com a prosperidade do Reino do que sobre os nossos interesses pessoais. Filson define o Reino no sentido de A terceira petição é "o reinado completo e eficaz de Deus.": se a Tua vontade, como no céu, assim na terra. Isso é muito abrangente em seu escopo. Demora em todas as relações da vida doméstica, comunidade, nacional e internacional; econômicos, religiosos, os próprios pensamentos sociais-bem como, palavras e ações. Não há maior oração que qualquer um pode rezar. O próprio Jesus deu o exemplo no Getsêmani (Mt
A terceira seção inclui três petições do mesmo modo. Mas estes, ao contrário dos três anteriores, estão preocupados com as necessidades pessoais. A primeira é: Dá-nos hoje o nosso pão de cada dia. Enquanto a oração para o material precisa ser fornecido não é para vir em primeiro lugar, ele tem o seu lugar, mesmo neste breve oração-modelo. Deus está interessado em nosso físico, bem como o bem-estar espiritual. A segunda petição, perdoa-nos as nossas dívidas , seja acompanhada de condição muito significativo: assim como nós também temos perdoado aos nossos devedores. Para o cristão professo com um espírito que não perdoa esta é uma oração perigosa para repetir. Dívidas significa pecados (conforme Lc
A doxologia fechamento (KJV) não é encontrado nos primeiros manuscritos gregos e por isso é omitido nas versões revistas. É um final litúrgico, adicionado para fazer a oração do Senhor mais adequado para uso no culto público. Para esse efeito, podem ser adequadamente incluídos ainda. Parece evidente que Jesus estava dando aos discípulos um modelo para privado e não público oração. Isso vai explicar sua omissão de qualquer doxologia no final.
Os versículos
Orientais são particularmente propensos a enfatizar o jejum como um exercício religioso. Jesus avisou que não deve ser envolvido em por uma questão de impressionar os outros com a própria piedade. Um semblante triste poderia ser uma máscara hipócrita.É correta de lavar o rosto, pentear o cabelo, e aparecem alegre, não sombrio.
b. Solteirice (6: 19-24)Jesus salientou grandes princípios da vida piedosa, em vez de regulamentos minutos, como os fariseus enfatizou. Sinceridade e singeleza de propósito são absolutamente essenciais para a pessoa que iria agradar a Deus.
(1) do investimento (6: 19-21) 19 Não ajunteis para vós tesouros na terra, onde a traça ea ferrugem consomem, e onde os ladrões minam e roubam; 20 mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não arrombam nem roubam 21 para onde o teu tesouro, aí estará também o teu coração.Um contraste é traçada entre terrestres e celestes tesouros. Uma parte importante do tesouro de um oriental antiga era a sua roupa de luxo. Isso pode ser consumido por a traça ea ferrugem. O último termo é, literalmente, "comer" e por isso pode se referir a vermes que comem roupas. Romper é, literalmente, "vasculhar". casas palestinas foram feitas de pedra e argamassa, ou com tijolos de barro, de modo que os ladrões geralmente escavado através das paredes exteriores. Jesus lembrou Seus discípulos de um lugar, o céu, onde só os seus títulos eram seguros. Mas o importante princípio enunciado Ele aqui é que um de açambarcamento vai realizar o seu coração (v. Mt
Grandes escritores religiosos sempre reconheceram a importância suprema da pureza de intenção. Para ilustrar isso, Jesus usou a figura do olho como a lâmpada do corpo. A (doente mal) de olho significa um corpo escurecido. Um som (único) de olho deixa entrar a luz.
A conexão com o parágrafo anterior é sugerida em Pv
Esse versículo resume a ênfase dos dois parágrafos anteriores. Lealdade total é essencial para a saúde espiritual. O salmista orou: "Unir o meu coração ao temor do teu nome" (Sl
Jesus não disse que um homem deve não, mas que ele não pode servir a dois senhores. Mammon é um termo aramaico por dinheiro ou riqueza. Ela vem de uma pilhagem sentido à Aqui o perigo real está "confiança". Quando as pessoas colocam sua confiança em coisas materiais perdem sua fé em Deus. Discipulado exige lealdade completa. Aqueles que começam por tentar servir a Deus ea Mamom final, servindo Mamom sozinho.
c. Simplicidade (6: 25-34) 25 Portanto, eu vos digo: Não estejais ansiosos pela vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem pelo vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que a comida, eo corpo mais que o vestido? 26 Olhai para as aves do céu, que não semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas? 27 E qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado à medida da sua vida?Não estejais ansiosos é muito mais preciso do que "não ter pensado" (KJV). A última prestação, infelizmente, levou à rejeição da responsabilidade de cuidar para o futuro de sua família. Jesus não estava proibindo a devida atenção à segurança econômica ou a compra de seguro de vida, mas apenas que a ansiedade que equivale a negação da fé em Deus. Uma pessoa não pode se preocupar e confiar ao mesmo tempo.
Intensa ansiedade sobre comida, bebida e roupas não são comuns na sociedade civilizada moderna. Mas com os orientais antigas essa ansiedade era um problema sempre presente. Jesus lembrou Seus discípulos de cuidado dos de Deus aves. Ele, então, advertiu que a preocupação não pode prolongar a medida de sua vida. Não está claro se este ou "estatura" (KJV) é a melhor tradução. A palavra grega tem dois significados. A prestação revista, no entanto, se encaixa no contexto melhor. Por preocupação, na verdade, encurta a vida, em vez de alongar-lo.
(2) A fé para Vestuário (6: 28-30) 28 E porque sois ansioso relativa vestuário? Olhai para os lírios do campo, como eles crescem; eles não trabalham, nem fiam: 29 mas eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles. 30 Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que é a-dia, e amanhã é lançada no forno, será que ele não é muito mais vestirá a vós, homens de pouca fé?Ilustrações favoritas de Jesus eram de natureza. Desta vez foi para os lírios do campo. Eles não trabalham nem rotação. No entanto, Deus matrizes-os em uma beleza que nem mesmo Salomão, não conseguiu igualar em suas vestes caras. Se o Pai celestial mostra tanta preocupação para perecendo grama, quanto mais Ele vai cuidar de seus próprios filhos?
(3) A fé para todas as necessidades (6: 31-34) 31 Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? ou: Que havemos de beber? ou, que nos havemos de vestir? 32 Porque todas estas coisas os gentios procuram; pois vosso Pai celeste sabe que tendes necessidade de todas estas coisas. 33 Mas buscai primeiro o seu reino ea sua justiça; e todas estas coisas vos serão acrescentadas você. 34 Seja, portanto, não ansioso para o dia de amanhã, porque o dia de amanhã será ansioso por si. Basta a cada dia o seu mal.Os versos finais resumir essas verdades. A advertência contra ser ansioso ocorre nos versículos 25 , 28 , 31 e 34 . É culminando com a admoestação geral não se preocupar com o futuro desconhecido (v. Mt
Em meio a essa discussão vem um dos grandes comandos e promessas do Novo Testamento: Mas, buscai primeiro o seu reino ea sua justiça; e todas estas coisas vos serão acrescentadas você. Esta é a principal responsabilidade de cada discípulo de Cristo, e é a sua garantia de que todas as necessidades serão fornecidos. Para buscar o Reino é ordenar a própria vida de acordo com a vontade divina e de trabalho para a extensão do reino ou o governo de Deus no coração dos outros.
John Wesley
Guarda-te de fazer a tua oferta, diante de homens, para que sejas visto por eles: Do contrário, não terás recompensa junto a teu Pai que está nos céus. Por conseguinte, quando deres tua oferta, não faças alarde diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas, e nas ruas, a fim de que possam ter a glória de homens. Verdadeiramente eu vos digo, que eles já tiveram a recompensa deles. Quando, portanto, tu deres a tua oferta, não permite que tua mão esquerda saiba o que tua mão direita faz: tua oferta deve ser feita em secreto: E teu Pai, que vê em secreto, Ele mesmo irá recompensar a ti abertamente.
E, quando tu orares, não usa de repetições vãs, como os ateus o fazem: Já que eles pensam que serão ouvidos, por muito falarem. Não sejas, por conseguinte, como eles: Porque teu Pai sabe daquilo que tu precisas, antes de peças a Ele.
Em vez disto, ora, assim:
'Pai nosso, que estás no céu. Santificado seja teu nome. Venha o teu reino. Seja feita a tua vontade, na terra, como ela é feita nos céus. Dá-nos, este dia, o nosso pão. E perdoa os nossos débitos, como perdoamos os nossos devedores. E não nos permita a tentação, mas livra-nos do mal. Porque teu é o reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém'.
Porque se perdoares as transgressões dos homens, o teu Pai celeste irá perdoar a ti: Mas se tu não perdoares as transgressões de homens; nem o teu Pai irá perdoar as tuas ( Mateus
I. Cuide para que sua oferta não vise a sua própria glória.
II. A insinceridade, nas orações e obras de misericórdia, é a primeira coisa do qual devemos nos guardar.
III. A oração do Senhor é um modelo e padrão para todas as nossas orações.
1. No capítulo precedente, nosso Senhor tem descrito a religião interior em suas várias ramificações. Ele tem colocado diante de nós essas disposições da alma, que constituem no Cristianismo verdadeiro; os temperamentos interiores contidos naquela 'santidade, sem a qual nenhum homem verá ao Senhor'; as afeições que, quando fluindo de suas fontes apropriadas; de uma fé viva em Deus, através de Jesus Cristo, são intrinsecamente e essencialmente boas e aceitáveis para Deus. Ele prossegue mostrando, nesse capítulo, como nossas ações, igualmente, mesmo aquelas que são indiferentes à nossa própria natureza, podem se tornar santas, boas e aceitáveis para Deus, através de uma intenção pura e santa. O que for feito, sem isto, ele declara largamente, que não terá valor diante de Deus. Considerando que, quaisquer que sejam as obras exteriores, se elas forem assim consagradas a Deus, elas serão, aos Seus olhos, de grande valor.
2. A necessidade dessa pureza de intenção, ele mostra, primeiro, com respeito àquelas que são usualmente consideradas ações religiosas, e de fato, o são, quando executadas com a intenção correta. Algumas dessas são comumente denominadas de obras de devoção; a restante, obras de caridade ou misericórdia. As obras desse segundo tipo, ele particularmente chama de assistência aos pobres; as obras do primeiro tipo, de oração e jejum. Mas as direções dadas para essas são igualmente para serem aplicadas a todas as obras, se de amor ou misericórdia.
I
1. Primeiro, com respeito às obras de misericórdia: 'Cuidem', diz o senhor, 'que vocês não façam donativos, diante de homens, para que não sejam vistos por eles: Do contrário não terão recompensa junto a seu Pai que está no céu'. 'Que vocês não façam doações': -- Embora se referindo especificamente a isto; ainda assim, em toda a obra de caridade está incluída tudo o que você dá, ou fala, ou faz, e, por meio do qual, nosso próximo possa ter proveito; por meio do qual, outro homem possa receber alguma vantagem, tanto em seu corpo, quanto em sua alma. O alimentar o faminto, o vestir o nu, o entreter ou assistir ao estranho, o visitar aqueles que estão doentes, ou na prisão, o confortar o aflito, o instruir o ignorante, o reprovar o pecaminoso, o exortar e encorajar o benfeitor; e se houver alguma outra obra de misericórdia, ela estará igualmente incluída nessa direção.
2. 'Cuidem que vocês não façam donativos diante de homens, para que não sejam vistos por eles'. A coisa que está aqui proibida, não é meramente o fazer o bem às vistas dos homens; essa circunstância apenas, a que outros vejam o que nós fazemos, não torna a ação nem pior, nem melhor; mas o fazer isto diante de homens, 'para que sejam vistos por eles', visando essa intenção apenas. Eu digo, essa intenção apenas; já que isto pode, em alguns casos, ser uma parte de nossa intenção; nós podemos objetivar que algumas de nossas ações possam ser vistas, e ainda assim, elas possam ser aceitáveis para Deus. Nós podemos pretender que nossa luz brilhe, diante de homens, quando nossa consciência é testemunha com o Espírito Santo, que nossa finalidade maior, em desejar que eles possam ver nossas boas obras, é 'que eles possam glorificar nosso Pai que está no céu'. Mas cuidem que vocês não façam a menor coisa, visando a própria glória de vocês. Guardem que o cuidado para com a oração de homens não tenha lugar, afinal, em suas obras de misericórdia. Se vocês buscam a sua própria glória; se vocês têm como objetivo ganhar a honra que vem dos homens, o que quer que seja feito com essa visão de nada valerá; se não for feito junto ao Senhor; Ele não aceitará. 'Vocês não terão galardão', por isto, 'do seu Pai que está no céu'.
3. 'Portanto, quando vocês derem o seu donativo, não façam alarde, como os hipócritas o fazem, nas sinagogas e nas ruas, para que possam ter louvor de homens'. -- A palavra sinagoga não significa aqui um lugar de adoração, mas algum lugar público muito freqüentado, tal como um mercado, ou casa de câmbio. Era uma coisa comum, em meio aos judeus, que eram homens de grandes fortunas, particularmente entre os fariseus, fazerem alarde diante deles, na maioria das partes públicas da cidade, quando eles estavam prestes a dar alguma doação considerável. A razão pretendida para isto era reunir os pobres para recebê-la; mas o real objetivo era que eles tivessem louvor de homens. Mas que vocês não sejam como eles. Não deixem que uma trombeta seja ouvida diante de vocês. Não usem de ostentação ao fazerem o bem. A honra do donativo vem de Deus apenas. Aqueles que buscam o louvor de homens já têm sua recompensa: Eles não terão o louvor de Deus.
4. 'Mas, quando vocês doarem, que a mão esquerda não saiba o que a direita faz' Está é uma expressão proverbial, e o significado dela é Façam-no em secreto, da maneira que for possível; tão secreto quanto seja consistente com o fazê-la afinal, (já que ela não poderá deixar de ser feita; não omitam oportunidade alguma de fazerem o bem; se secretamente ou abertamente), e ao fazerem isto, da maneira mais efetiva. Porque aqui também existe uma exceção a ser feita: quando vocês estão completamente persuadidos, em suas mentes que, por não ocultarem o bem que é feito, isto tanto irá capacitá-los, quanto instigará outros a fazerem mais o bem, então, vocês não podem esconder o que estão fazendo. Deixem que a luz de vocês apareça, e 'brilhe para todos que estão na casa'. Mas, a menos onde a glória de Deus, e o bem da humanidade os obriguem ao contrário, ajam da maneira tão privada e desapercebida, quanto a natureza das coisas admitir; -- 'para que os donativos possam ser em secreto; e o Pai que vê em secreto irá recompensar a vocês abertamente'; talvez, no mundo presente, -- muitos exemplos disto mantém-se registrado em todas as épocas; mas infalivelmente, no mundo que há de vir, diante da assembléia geral de homens e anjos.
II
1. Das obras de caridade ou misericórdia, nosso Senhor prossegue naquelas que são denominadas obras de devoção. 'E quando orarem', diz Ele, 'não sejam como os hipócritas; porque eles amam orar de pé nas sinagogas e nas esquinas das ruas, para que eles possam ser vistos pelos homens'. 'Não sejam como os hipócritas'. Hipocrisia, então, ou insinceridade, é a primeira coisa do qual devemos nos guardar nas orações. Precavenham-se de não falarem o que vocês não pretendem. Orar é erguer o coração a Deus: todas as palavras da oração, sem isto, são mera hipocrisia. Portanto, quando forem empreender orar, vejam que seja objetivo de vocês, conversarem intimamente com Deus, elevarem seus corações a ele, derramarem suas almas diante Dele; não como os hipócritas que amam, ou estão habituados, 'a orar de pé nas sinagogas', casas de câmbio, ou mercados, 'e nas esquinas das ruas', onde quer que a maioria das pessoas esteja, 'para que eles possam ser vistos pelos homens': Este é o único objetivo, o motivo e finalidade das orações que eles repetiram. 'Verdadeiramente, eu digo a vocês que eles não terão suas recompensas'. Eles não poderão esperar coisa alguma do Pai que está no céu.
2. Mas não se trata apenas de ter um olho para o louvor de homens, que elimina qualquer recompensa no céu: que não nos deixa espaço para esperar a bênção de Deus sobre as nossas obras, se de devoção ou misericórdia. Pureza de intenção e igualmente destruída, visando-se alguma recompensa temporal qualquer que seja. Se nós repetimos nossas orações; se nós atendemos à oração pública de Deus; se nós aliviamos o pobre, com vista a algum ganho ou interesse, não será, nem um pouco, mais aceitável para Deus, do que se estivéssemos fazendo com o objetivo do louvor próprio. Qualquer visão temporal; qualquer motivo desse lado da eternidade; qualquer objetivo, a não ser aquele de promover a glória de Deus, e a felicidade de homens, por amor a Deus, tornam toda a ação, não obstante, quão justa ela possa parecer aos homens, uma abominação junto ao Senhor.
3. 'Mas, quando vocês orarem, entrem em seus aposentos, e, quando vocês fecharem a porta, orem ao seu Pai que está em secreto'. Existe um momento em que vocês devem glorificar a Deus, abertamente; orarem e louvarem a ele, na grande congregação. Mas, quando vocês desejam mais largamente, e mais particularmente fazerem seus pedidos conhecidos junto a Deus, quer seja à tarde, ou de manhã, ou ao meio-dia, 'entrem em seus aposentos, e fechem a porta'. Usem de toda privacidade que puderem. (Apenas não a deixem sem ser feita, quer tenham algum quarto, alguma privacidade, ou não. Orem a Deus, se for possível, quando ninguém está vendo, a não ser Ele; caso contrário, orem a Deus) assim, 'orem ao Pai que está em secreto'; derramem seus corações diante dele, 'e o Pai que está em secreto, irá recompensálos abertamente'.
4. 'Mas quando vocês orarem', mesmo em secreto, 'não usem de repetições vãs, como os pagãos o fazem'. Não usem de abundância de palavras, sem qualquer significado. Não diga a mesma coisa, repetidas vezes; não pensem que o fruto de suas orações depende da extensão delas, como os pagãos; que 'pensam que eles serão ouvidos, por muito falarem'.
A coisa aqui reprovada não é simplesmente a extensão, mais do que a brevidade de nossas orações; -- mas, Primeiro, extensão, sem significado; falando muito, e significando pouco ou nada; o uso (não todas as repetições; porque o próprio nosso Senhor orou três vezes, repetindo as mesmas palavras, mas) vãs repetições, como os pagãos fazem; recitando os nomes de seus deuses, repetidas vezes, como eles fazem, em meio aos cristãos, (vulgarmente assim chamados), e não entre os papistas apenas, que dizem repetidas vezes a mesma seqüência de orações, sem nunca sentirem o que estão falando: -- Em Segundo lugar, pensarmos que seremos ouvidos, por nosso muito falar; imaginarmos Deus medindo as orações, por sua extensão, e mais satisfeito com aquelas que contém a maioria das palavras, que soam mais longas aos seus ouvidos. Estes são os tais exemplos da supertição e insensatez, como todos os que são chamados pelo nome de Cristo deixariam aos pagãos; a eles em quem a luz gloriosa do Evangelho nunca brilhou.
5. 'Não sejam, portanto, como eles'. Vocês que testaram da graça de Deus, em Jesus Cristo, estão totalmente convencidos de que 'seu Pai sabe quais as coisas de que precisam, antes que peçam'. De maneira que a finalidade de suas orações não é informar a Deus, como se ele já não soubesse de suas necessidades; mas, antes, informar a vocês; fixar o sentido daquelas necessidades mais profundamente, em seus corações; e o sentido de sua contínua dependência Dele, único capaz de suprir tudo que precisam. Não é mais importante sensibilizar a Deus, que está sempre mais pronto a dar do que a pedir, quanto sensibilizar vocês mesmos de que vocês podem estar desejosos e prontos para receber as boas coisas que Ele tem preparado para vocês.
III
1. Depois de ter ensinado a verdadeira natureza e finalidade da oração, nosso Senhor junta um exemplo disso; até mesmo aquela forma divina de oração que parece, aqui, ser proposta, por via padrão principalmente; como um modelo e norma de todas as nossas orações: 'Antes disto, contudo, vocês orem --'. Não obstante, em outra parte ele ordene o uso dessas mesmas palavras: 'Ele diz junto a eles: Quando orarem, digam
' ( Lucas
2. Em geral, concernente a essa oração divina, nós podemos observar:
1o. Que ela contém tudo o que nós podemos razoavelmente e inocentemente pedir. Não há o que necessitamos de Deus; nada que podemos pedir, sem causar ofenda a Ele, que não esteja incluído, tanto diretamente, quanto indiretamente, nessa forma abrangente .
2o. Que ela contém tudo que nós razoavelmente ou inocentemente desejamos; se para a glória de Deus, se necessário e proveitoso, não apenas a nós mesmos, mas para cada criatura no céu e terra. E, de fato, nossas orações são o teste adequado de nossos desejos; nada sendo ajustado para ter um lugar em nossos desejos, que não seja ajustado para ter um lugar em nossas orações. O que nós não podemos pedir, nós também não podemos desejar.
3o. Que ela contém todas as nossas obrigações, para com Deus e homem; quer as coisas sejam puras ou santas; o que quer que Deus requeira dos filhos dos homens; o que quer que seja aceitável aos seus olhos; o que quer que ela seja, por meio da qual nós podemos favorecer nosso próximo, estando expresso e subtendido nela.
3. Ela consiste em três partes: -- o prefácio, as súplicas, e a doxologia, ou conclusão. O prefácio, 'Nosso pai que estás nos céus', estabelece uma fundação geral para a oração, incluindo o que nós devemos primeiro saber de Deus, antes de podermos orar, na confiança de estarmos sendo ouvidos. Ela igualmente nos indica todos os nossos temperamentos, com os quais nós devemos nos aproximar de Deus; e que são mais essencialmente requisitados, se nós desejamos que tanto nossas orações quanto nossas vidas encontrem aceitação com Ele.
4. 'Nosso Pai': Se ele é o Pai, então, Ele é bom; então, Ele é amoroso para com seus filhos. E aqui está a primeira e grande razão para a oração. Deus está desejoso de abençoar; vamos pedir por uma benção.
'Nosso Pai', -- nosso Criador; o Autor de nossa existência; Ele que nos ergueu do pó da terra; que soprou em nós o fôlego da vida, e nos tornamos almas viventes. Mas, se ele nos fez, permita-nos pedir, e ele não irá reter coisa alguma boa das obras de suas próprias mãos.
'Nosso Pai'; -- nosso Preservador; aquele que, dia a dia, mantém a vida que ele deu; de cujo amor contínuo, nós agora e todo o momento, recebemos vida e fôlego, e todas as coisas.
Tanto mais evidentemente, permita-nos ir até ele, e nós 'obteremos misericórdia, e graça para ajudar em tempo de necessidade'. Acima de tudo, o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, e de todo que nele crê; quem nos justifica 'livremente pela sua graça, através da redenção que está em Jesus'; quem 'apagou todos os nossos pecados, e curou todas as nossas enfermidades'; quem nos recebeu como seus próprios filhos, por adoção e graça; e, 'porque' nós 'somos filhos, enviou o Espírito de Seu Filho até' nossos 'corações, clamando, Abba, Pai'; quem 'nos recriou da semente incorruptível', e ' nos fez novas criaturas em Jesus Cristo'. Por conseguinte, nós sabemos que ele nos ouve sempre; portanto, nós oramos a ele, sem cessar. E oramos, porque nós o amamos; e 'nós o amamos, porque ele primeiro amou a nós'.
5. 'Nosso Pai', -- Não apenas meu, quem agora clama junto a ele; mas nosso, no sentido mais extensivo. O Deus e 'Pai dos espíritos de toda carne'; o Pai dos anjos e homens. Assim, mesmos os pagãos reconhecem que ele é o Pai do universo, de todas as famílias; tanto no céu, quanto na terra. Portanto, com ele não existe relação de pessoas. Ele ama a todos que ele fez. 'Ele é amoroso, para com cada homem, e sua misericórdia está sobre todas as suas obras'. E o deleite do Senhor é neles que o temem, e colocam sua confiança em Sua misericórdia; nos que confiam nele, através do Filho de Seu amor, sabendo que eles são 'aceitos no Amado'. Mas, 'se Deus nos amou assim, nós devemos amar também uns aos outros; sim, toda a humanidade; vendo que 'Deus amou de tal maneira o mundo, que deu seu Filho Primogênito', até mesmo, para morrer, para que eles 'não perecessem, mas tivessem a vida eterna'.
6. 'Que estás nos céus'. Nas alturas e suspenso; Deus sobre todos, abençoado para sempre: Quem, sentando no círculo dos céus, observa todas as coisas, ambas dos céus e terra; cujos olhos penetra toda a esfera do ser criado; sim, e da noite não criada; junto a quem 'são conhecidas todas as suas obras', e todas as obras de cada criatura; não apenas 'do começo do mundo', (uma tradução pobre, vulgar e fraca), mas desde toda a eternidade; do eterno para o eterno; que constrange a multidão dos céus, tanto quanto os filhos dos homens, a clamarem com admiração e espanto: Ó, profundeza!'. 'A profundeza dos ricos, ambos da sabedoria e conhecimento de Deus'.
'Que estás nos céus': -- O Senhor e Soberano de tudo; administrando e dispondo de todas as coisas; tu és o Rei dos reis; Senhor dos senhores; o abençoado e único Potentado; és forte e estás envolto com poder; fazendo o que quer que te agrade; o Altíssimo; que, quando quer que tu desejes, o fazer está presente contigo. 'Nos céus': -- Eminentemente lá. O céu é teu trono, 'o lugar onde está a tua honra'; onde, particularmente, 'habitas'. Mas não sozinho. Porque tu preencheste céu e terra e toda extensão do espaço, 'Os céus e terra estão cheio de tua glória. Glória seja dada a ti. Ó Senhor, Supremo Deus'. Portanto, nós devemos 'servir ao Senhor com temor, e nos regozijarmos junto a Ele, com reverência'. Nós devemos pensar, falar e agir, como continuamente debaixo dos olhos, e presença imediata do Senhor, o Rei.
7. 'Santificado seja teu nome'. Esta é a primeira das seis petições, de onde a própria oração é formada. O nome de Deus é o próprio Deus; a natureza de Deus, tanto quanto possa ser revelado ao homem. Quer dizer, portanto, junto com sua existência, todos seus atributos e perfeições; Sua Eternidade, particularmente significada por seu grande e incomunicável nome, Jeová, como o Apóstolo João o interpreta: 'O Alfa, o Omega; o Começo e o Fim; Ele que é, e que foi, e que será'; -- Sua Plenitude de Ser, denotada pelo seu outro grande nome: Eu Sou o que Sou!
Sua Onipresença; -- Sua Onipotência, que é realmente o único Agente no mundo material; toda a matéria, sendo essencialmente inerte e inativa; e movendo-se apenas quando movida pelo dedo de Deus; e Ele é a fonte da ação, em cada criatura, visível e invisível, que não poderia agir, nem existir, sem o influxo e ação de seu poder Onipotente; -- Sua sabedoria, claramente deduzida das coisas que são vistas, da ordem considerável do universo; -- Sua Trindade, e Unidade em Tríade, revelada a nós, na mesma primeira linha de sua palavra escrita; literalmente, os Deuses criou, um nome plural, junto com um verbo na terceira pessoa do singular; tanto quanto, em cada parte das suas revelações subseqüentes feitas, através da boca de todos os seus Profetas e Apóstolos santos; -- Sua pureza e santidade essenciais; -- e, acima de tudo, seu amor, que é o próprio esplendor de sua glória.
Orando para Deus, ou para seu nome, para que possa 'ser santificado', ou glorificado, nós oramos para que ele possa ser conhecido, tal como ele é, através de todos que sejam capazes disto; através de todos os seres inteligentes, e com afeições adequadas àquele conhecimento; para que ele possa ser devidamente honrado, e temido, e amado, por todos no céu, e na terra; através de todos os anjos e homens, aos quais para esta finalidade ele tem tornado capazes de conhecer e amá-lo para a eternidade.
8. 'Venha o teu reino'. Isto tem uma conexão intima com aquela petição precedente. Com o objetivo de que o nome de Deus possa ser santificado, nós oramos para que seu reino, o reino de Cristo, possa vir. Esse reino, então, vem para uma pessoa em particular, quando ele 'se arrepende e crê no Evangelho'; quando ele é ensinado de Deus, não apenas para conhecer a si mesmo, mas para conhecer Jesus Cristo, e nele crucificado. Que 'esta é a vida eterna; conhecer o único Deus verdadeiro, e Jesus Cristo a quem Ele enviou'; assim, é o reino de Deus, trazido para baixo, estabelecendo-se no coração do crente; o Senhor Deus Onipotente', então, 'reina'; quando ele é conhecido, através de Jesus Cristo. Ele toma, junto a si, seu poder imenso, para que possa subjugar todas as coisas em si mesmo. Ele segue na alma, conquistando, e para conquistar, até que tenha colocado todas as coisas debaixo de seus pés; até que 'todo pensamento seja trazido cativo para a obediência de Cristo'.
Quando, portanto, Deus 'dará a seu Filho os pagãos, para sua herança, e as partes mais extremas da terra para sua possessão'; quando 'todos os reinos se curvarão diante dele, e todos as nações o obedecerão; quando 'a montanha da casa do Senhor', a Igreja de Cristo, 'for estabelecida no topo das montanhas'; quando 'a plenitude dos gentios vierem, e toda a Israel for salva'; então, será visto que 'o Senhor é Rei, e colocou sua vestimenta gloriosa', aparecendo a toda a alma humana, como Rei dos reis, e Senhor dos senhores. E certificando-se que todos os que amam sua vinda; oram para que ele possa apressar o tempo; para que este seu reino, o reino da graça, venha rapidamente, e absorva todos os reinos da terra; para que toda a humanidade, recebendo-o como seu Rei, verdadeiramente crendo em seu nome, possa ser preenchida, com retidão, paz, alegria; com a santidade e felicidade -- Até que seja removida para seu reino celeste; e lá, reine com ele, para sempre e sempre.
Para isto, também, nós oramos nessas palavras: 'Venha o teu reino': Nós oramos para que a vinda de seu reino eterno; o reino da glória no céu; que é a continuação e a perfeição do reino da graça na terra. Conseqüentemente esta, tanto quanto a petição precedente, é oferecida ao alto, por toda a criação inteligente; por aqueles que estão interessados neste grande evento: a renovação final de todas as coisas; Deus colocando um fim na miséria e pecado, na enfermidade e morte; tomando todas as coisas em suas próprias mãos, e estabelecendo o reino que permanece através de todos os tempos.
Precisamente respondível a isto são aquelas terríveis palavras na oração fúnebre: 'Suplicando-te que possa agradar a ti e à tua santidade graciosa, para concluir, em breve, o número de teus eleitos, e apressar o teu reino: para que nós, com todos aqueles que estão mortos, na fé verdade de teu santo nome, possamos ter nossa consumação e felicidade, perfeitas, ambos no corpo e alma, em tua glória eterna'.
9. 'Tua vontade seja feita na terra, como no céu'. Esta é a conseqüência necessária e imediata, onde quer que o reino de Deus venha; onde quer que Deus habite na alma, pela fé, e Cristo reine no coração, pelo amor.
É provável que muitos, talvez, a generalidade dos homens, à primeira vista dessas palavras, estejam aptos a imaginar que elas sejam apenas uma expressão, ou petição, ou resignação para o reino; uma prontidão para subjugar-se à vontade de Deus, qualquer que seja ela, concernente a nós. E este é um temperamento inquestionavelmente divino e excelente; o mais precioso dom de Deus. Mas isto não é o que nós oramos nessa petição; pelo menos, não no sentido principal e primário dele. Nós oramos, não tanto, para uma passiva, quanto ativa conformidade à vontade de Deus ao dizermos: 'Seja feita a tua vontade na terra, como ela é feita no céu'.
Como a vontade de Deus é feita, através dos anjos no céu, -- por aqueles que agora circundam Seu trono, regozijando-se? Eles o fazem, de boa vontade; eles amam Seus mandamentos, e agradavelmente escutam com atenção Suas palavras. É o comer e beber deles fazer a vontade de Deus; é a mais alta glória e alegria. Eles a praticam continuamente; não existe interrupção em seus serviços de boa vontade. Eles não descansam de dia, nem de noite; mas empregam cada hora (humanamente falando; uma vez que, nossas medidas de duração dias, noites e horas - não têm lugar na eternidade), em cumprir Seus mandamentos; em executar seus desígnios; em desempenhar o conselho de Sua vontade. E eles a fazem, perfeitamente. Nenhum pecado, nenhum defeito pertence a essas mentes angelicais. É verdade, 'as estrelas não são puras aos Seus olhos', mesmo as estrelas da manhã que cantam diante Dele.
'Aos seus olhos', ou seja, em comparação a Ele, os próprios anjos não são puros. Mas isto não implica que eles não sejam puros, em si mesmos. Sem dúvida, eles são; eles são sem mácula e culpa. Eles são completamente devotados à sua vontade, e perfeitamente obedientes a todas as coisas. Se nós virmos isto, sob uma outra luz, podemos observar que os anjos de Deus no céu fazem todas as vontades Dele. Nada mais, a não ser o que eles absolutamente asseguram seja Sua vontade. E novamente: Eles fazem a vontade de Deus, como Ele a deseja; da maneira que agrada a Ele, e não a outro. Sim. E eles fazem isto, apenas porque é a vontade Dele; para esta finalidade, e nenhuma.
10. Quando, portanto, oramos, para que a vontade de Deus possa 'ser feita na terra, como ela é feita no céu', o significado é que todos os habitantes da terra, mesmo toda a raça humana, possa fazer a vontade de seu Pai que está no céu, de tão boa vontade quanto os anjos santos; que possam fazê-la continuamente; assim como eles, sem qualquer interrupção de seu serviço de prontidão; sim, e fazê-la perfeitamente, -- que o Deus da paz, através do sangue de sua aliança eterna, possa torná-los perfeitos, em cada boa obra; para realizar Sua vontade, e operar neles tudo 'o que for prazeroso aos seus olhos'.
Em outras palavras, nós oramos para que nós e toda a humanidade possamos fazer a completa vontade de Deus, em todas as coisas; e nada mais; nem a menor coisa, a não ser o que é a santa e aceitável vontade de Deus. Nós oramos para que possamos fazer a vontade de Deus, como ele deseja; da maneira que agrada a Ele: E, por fim, que nós possamos fazê-la, porque é a Sua vontade; para que esta possa ser a única razão e alicerce; o motivo total e único do que quer que pensemos, falemos ou façamos.
11. 'Dê-nos hoje o pão nosso de cada dia' Nas três primeiras petições nós temos orado por toda a humanidade. Viemos agora, mais particularmente, desejar um suprimento para nossas próprias necessidades. Não que estejamos direcionados, mesmo aqui, a confinar nossas orações completamente a nós mesmos; esta, e cada uma das petições seguintes, podem ser usadas para toda a Igreja de Cristo na terra.
Por 'pão', nós podemos entender todas as coisas necessárias; se para nossas almas ou corpos; -- as coisas concernentes à vida e santidade: Nós entendemos não meramente o pão exterior, que nosso Senhor denomina 'o alimento que perece'; mas muito mais o pão espiritual, a graça de Deus, o alimento 'que dura a vida eterna'. Foi o julgamento de muitos de nossos antepassados, que nós devemos entender aqui o pão sacramental também; recebido diariamente, no início, por toda a Igreja de Cristo, e altamente estimado, até que o amor de muitos se tornou frio, assim como o grande canal, por meio do qual a graça de seu Espírito era transportada para as almas de todos os filhos de Deus.
'Nosso pão diário'. -- A palavra, diário, tem sido diferentemente explicada por diferentes estudiosos. Mas o sentido mais simples e natural dela parece ser este, que é mantido, na maioria das traduções, tanto antigas, quanto modernas; -- o que seja suficiente para este dia; e assim, para cada dia, quando ele sucede.
12. 'Dá-nos': -- Porque reivindicamos nada por direito, mas apenas pela misericórdia gratuita. Nós não merecemos o ar que respiramos, a terra que nos carrega, ou o sol que brilha sobre nós. Todo nosso deserto, o nosso próprio, é o inferno: Mas Deus nos amou livremente; portanto, nós pedimos a ele para dar, o que não podemos obter por nós mesmos, não mais do podemos merecer de suas mãos.
Nem a benevolência ou o poder de Deus é motivo para ficarmos à toa. É Sua vontade que possamos usar de toda diligência, em todas as coisas; que possamos empregar nossos esforços extremos, como se nosso sucesso fosse um efeito natural de nossa sabedoria ou força: E, então, como se não tivéssemos feito nada, devemos depender Dele, o doador de todos os dons bons e perfeitos.
'Este dia': -- Porque não devemos nos preocupar com o amanhã. Para esta mesma finalidade nosso sábio Criador dividiu a vida nessas pequenas porções de tempo, tão claramente separadas umas das outras, que nós podemos observar cada dia, como um dom renovado de Deus, uma outra vida, que nós podemos devotar para Sua glória; e que cada anoitecer possa ser como o encerrar da vida, além do que, nós podemos ver mais nada, a não ser a eternidade.
13. 'E perdoa as nossas transgressões, assim como perdoamos os que nos tem ofendido'. Como nada, a não ser o pecado pode impedir a generosidade de Deus de fluir adiante sobre cada criatura, então esta petição naturalmente segue a anterior; para que todos os obstáculos sejam removidos, para que possamos mais claramente confinar no Deus de amor, para cada coisa que seja boa.
'Nossas transgressões': -- A palavra significa propriamente nossos débitos. Assim, nossos pecados estão freqüentemente representados nas Escrituras; cada pecado, deitando-se sobre nós, debaixo de um novo débito a Deus, a quem nós já devemos, como se fossem dez mil talentos. O que, então podemos responder, quando Ele diz: 'Paga-me o que tu deves? Que nós estamos completamente falidos; nós não temos com o que pagar; nós destruímos todo nosso capital. Portanto, se ele negociar conosco, de acordo com o rigor da lei; se ele cobrar o que Ele justamente pode, ele deverá ordenar que tenhamos as mãos e pés amarrados, e sejamos entregues aos atormentadores'.
De fato, nós já estamos com as mãos e pés amarrados, através das correntes de nossos próprios pecados. Estes, considerados com respeito a nós mesmos, são correntes de ferro, e algemas de bronze. Eles são os ferimentos, por meio dos quais, o mundo, a carne, e o diabo, têm nos atacado profundamente, e nos destroçado, por todos os lados. Esses são as enfermidades que esvaziam nosso sangue e espíritos, que nos trazem para as sepulturas. Mas considerados, como eles são aqui, com respeito a Deus, são débitos imensos e incontáveis. No entanto, embora vendo que não temos com o que pagar, que possamos clamar junto a Ele. para que Ele possa 'francamente perdoar' a todos nós!
A palavra traduzida, perdoar, implica tanto em perdoar um débito, quanto em soltar a corrente. E, se nós alcançamos a primeira, a última evidentemente se segue: se nossos débitos são perdoados, as correntes soltam-se de nossas mãos. Tão logo quanto, através da graça de Deus em Cristo, nós 'recebemos perdão dos pecados', nós recebemos igualmente 'muitos, entre esses que são santificados, através da fé que está Nele'. O pecado perde seu poder. Ele não tem domínio sobre aqueles que 'estão debaixo da graça', ou seja, no favor com Deus. Como 'não existe condenação para aqueles que estão em Cristo', assim eles estão livres do pecado, tanto quanto da culpa. 'A retidão da lei é cumprida' neles, e eles 'caminham, não segundo a carne, mas segundo o Espírito'.
14. 'Como perdoamos os que nos tem ofendido'. Nessas palavras, nosso Senhor claramente declara, em que condição, e em que grau ou maneira, nós podemos buscar sermos perdoados por Deus. Todas as nossas transgressões e pecados são perdoados, se nós perdoarmos, e como nós perdoamos, aos outros.
[Primeiro, que Deus nos perdoa, se nós perdoamos outros]. Este é um ponto da maior importância. E nosso abençoado Senhor é tão zeloso, para que, a qualquer tempo, não possamos divagar em nossos pensamentos, que ele não apenas a insere no contexto de Sua oração, mas presentemente depois, a repete mais duas vezes. 'Se', diz Ele, 'perdoarem aos homens suas transgressões, seu Pai celeste irá perdoar a vocês' ( Mateus
Em Segundo Lugar, Deus nos perdoa, assim como perdoamos aos outros. Assim sendo, se nenhuma malícia ou amargura; se nenhuma mancha de indelicadeza, ou ira, permanecerem; se nós não claramente e completamente, do nosso coração, perdoamos as transgressões de todos os homens, seremos impedidos de termos o perdão para os nossos: Deus não pode claramente e completamente perdoar a nós: Ele pode nos mostrar alguns graus de misericórdia, mas nós não experimentaremos dele o apagar nossos pecados, e perdoar todas as nossas iniqüidades.
Nesse meio tempo, enquanto nós não perdoamos, do fundo de nosso coração, as ofendas de nosso próximo, que tipo de oração estamos oferecendo a Deus quando exprimimos essas palavras? Nós, de fato, estamos colocando Deus em um desafio declarado: nós estamos desafiando a Deus que faça o seu pior. 'Perdoe a nós, nossas transgressões, tanto quanto perdoamos as transgressões deles contra nós!'. Que significa, em termos claros: 'Tu não nos deve perdoar, afinal; nós desejamos nenhum favor de tuas mãos. Nós oramos para que tu mantenhas nossos pecados na memória, e para que tua ira habite sobre nós'. Mas, você pode seriamente oferecer tal oração a Deus: E ele já não o terá lançado rapidamente no inferno? Ó não o tente mais! Agora, mesmo agora, pela sua graça, perdoa, assim como você seria perdoado!Tenha compaixão agora do seu próximo, assim como Deus teve e terá piedade de você'!
15. 'E não nos deixa cair em tentação, mas livra-nos do mal', -- '[E] não nos conduza a tentação'. A palavra traduzida, tentação, significa experimentação de algum tipo. A palavra inglesa para tentação foi tomada antigamente, em um sentido indiferente, embora agora, ela seja usualmente entendida da solicitação para pecar. Tiago usa a palavra, em ambos esses sentidos; primeiro, em sua generalidade; então, em sua restrita aceitação. Ele a toma no primeiro sentido, quando diz: 'Meus irmãos, tende grande gozo, quando cairdes em várias tentações... Bem aventurado o varão que sofre a tentação, porque quando for tentado', ou aprovado de Deus, 'receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam. ( Tiago
Entretanto, nós suplicamos a Deus 'não nos conduzir à tentação', ou seja (vendo que Deus não tenta o homem), não consinta que sejamos conduzidos a ela. 'Mas livrai-nos do mal': Antes, 'do próprio mal'; é, inquestionavelmente, do diabo, enfaticamente assim chamado, o príncipe e deus desse mundo, quem opera com considerável poder nos filhos da desobediência. Mas todos que são filhos de Deus, pela fé, estão livres de suas mãos. Ele pode lutar contra eles; e assim fará. Mas ele não poderá conquistar, a menos que eles traiam suas próprias almas. Ele pode atormentar, por algum tempo, mas ele não poderá destruir; porque Deus está do lado deles, quem não irá falhar, no final, 'em vingar seu próprio eleito, que clama junto a Ele, dia e noite'. Senhor, quando formos tentados, não permita que caiamos em tentação! Crie um caminho para que escapemos; para que o diabo não nos toque!
16. A conclusão dessa oração divina, comumente chamada de Doxologia, é uma ação de graças solene; um reconhecimento conciso dos atributos e obras de Deus. 'Porque teu é o reino' -- O soberano direito de todas as coisas que são, ou sempre foram criadas; sim, teu reino é um reino eterno, e teu domínio persiste, através de todos os tempos. 'O poder' -- o poder executivo, por meio do qual, governas todas as coisas em teu reino eterno; por meio do qual fazes o que agrada a ti, em todos os lugares de teu domínio. 'E a glória' o louvor devido de cada criatura, pelo teu poder, e a grandeza de teu reino, e por todas as tuas obras maravilhosas, que tu operas desde a eternidade, e deverá operar, do mundo sem fim, 'para todo o sempre. Amém'. Que assim seja!
Sobre o Sermão do Monte Parte VII
John Wesley
'Além do mais, quando jejuares, não sede como os hipócritas de semblante triste. Porque eles desfiguram seus rostos, para que pareçam aos homens que jejuam 5erdadeiramente eu digo que eles já receberam as suas recompensas. Mas tu, quando jejuares, unge a tua cabeça, e lava seu rosto; para que não pareças aos homens que jejuam, mas junto ao teu Pai que está em secreto: E teu Pai, que está em secreto, os recompensará. ( Mateus
1. Tem sido empenho de satanás, desde o começo do mundo, separar o que Deus tem juntado; separar a religião interior da exterior; colocar uma dessas, em contradição com a outra. E, nisto, ele tem encontrado não pouco sucesso, em meio àqueles que eram 'ignorantes de seus conselhos'.
Muitos, em todas as épocas, têm um zelo para com Deus, mas não de acordo com o conhecimento; têm estado rigorosamente atados à 'retidão da lei'; na execução das obrigações exteriores; mas, nesse meio tempo, completamente descuidados da retidão interior; a 'retidão que é de Deus, pela fé'. E muitos têm corrido para o extremo oposto, descuidando das obrigações exteriores; talvez, até mesmo, falando mal da lei, e criticando a lei', na medida em que ela ordena o desempenho deles.
2. É, através desse mesmo conselho de satanás, que a fé e as obras têm sido, tão freqüentemente, colocadas em conflito, uma com a outra. E muitos que tinham um zelo por Deus, têm, por um tempo, caído na armadilha, contrária. Alguns têm exaltado a fé, até a completa exclusão das boas obras; não apenas de ser a causa de nossa justificação, (porque nós sabemos que o homem é justificado livremente pela redenção que está em Jesus), mas de ser o fruto necessário dela; sim, por ter algum lugar na religião de Jesus Cristo. Outros, ansiosos para evitar esse engano perigoso, têm corrido para o caminho extremamente oposto; tanto sustentando que as boas obras foram a causa, ou pelo menos a condição prévia, da justificação, -- quanto falado delas, como se elas fossem tudo em tudo, a completa religião de Jesus Cristo.
3. Da mesma maneira, a finalidade e os meios da religião têm sido colocados em contradição, um com o outro. Alguns homens bem-intencionados parecem ter colocado toda a religião, no atendimento às orações da Igreja; no receber a Ceia do Senhor; no ouvir sermões; em ler os livros de devoção; negligenciando, nesse meio tempo, a finalidade disso tudo: o amor a Deus e ao próximo. E esta mesma coisa tem confirmado outros, na negligência, se não, menosprezando as ordenanças de Deus, -- insultando, de maneira tão infame, para corroer e destruir a mesma finalidade que eles designaram estabelecer.
4. Mas, de todos os meios da graça, dificilmente existe algum concernente aos homens que vão para os grandes extremos, do que aquele do qual nosso Senhor fala, nas palavras acima mencionadas: o jejum religioso. Como alguns o têm exaltado, além de toda Escritura e razão; -- e outros têm descuidado disto extremamente. Como que se desforrando, através da depreciação, tanto quanto os primeiros, da supervalorização! Aqueles que têm falado dele, como se ele fosse tudo em tudo; se não, a finalidade em si mesmo, ainda assim infalivelmente unido a ele: Estes, como se ele fosse exatamente nada; como se ele fosse um trabalho infrutífero, que não tem relação, afinal, com isso. Visto que é certo que a verdade se situa entre ambos. Ele não é tudo; nem, ainda assim, é nada. Ele não é a finalidade, mas é um meio preciso; o meio que o próprio Deus tem ordenado, e no qual, entretanto, quando é propriamente usado, ele irá certamente nos dar sua bênção.
Com o objetivo de colocar isto tudo de uma maneira mais clara, eu me esforçarei para mostrar:
I.Qual a natureza do jejum, e quais os tipos e graus dele.II.Quais as razões, os alicerces, e as finalidades dele:
III.Como nós podemos responder à maioria das objeções plausíveis:
IV.De que maneira ele pode ser executado.
I.
1. Eu vou me esforçar para mostrar, Primeiro, qual é a natureza do jejum, e quais os diversos tipos e graus dele. Quanto à natureza dele, todos os escritores inspirados, ambos no Velho e no Novo Testamento, tomaram a palavra jejuar, em um sentido simples: não comer; abster-se do alimento. Isto está tão claro, que seria trabalho perdido citar as palavras de Davi, Neemias 1saias, e os Profetas que se seguiram, ou nosso Senhor e seus Apóstolos; todos concordando nisto, que jejuar é não comer, por um tempo determinado.
2. A isto, outras circunstâncias foram usualmente anexadas, pelos antigos, que não tinham conexão necessária com ele. Tais coisas eram o negligenciar de suas vestimentas; deixar de lado aqueles ornamentos, que eles estavam acostumados a usar; o colocar-se em murmuração; o espalhar cinza sobre suas cabeças; ou de colocar aniagem próxima à pele. Mas nós encontramos pouca menção feita no Novo Testamento de alguma dessas circunstâncias indiferentes. Nem parece que alguma pressão tenha sido colocada sobre elas, pelos cristãos das épocas mais puras; contudo, alguns penitentes poderiam voluntariamente usá-las, como sinais exteriores da humilhação interior. Muito menos, os Apóstolos ou os cristãos contemporâneos a eles, batiam ou rasgavam suas próprias carnes: Tal disciplina como esta não era inconveniente aos sacerdotes ou adoradores de Baal. Os deuses dos pagãos, eram demônios; e isto era, sem dúvida, aceitável ao ser deus demoníaco, quando seus sacerdotes ( I Reis
3. Quanto aos graus ou medidas do jejum, nós podemos ter exemplos de alguns que têm jejuado diversos dias seguidos. Assim, Moisés, Elias, e nosso abençoado Senhor, estando dotados de força supernatural, para aquele propósito, registraram ter jejuado, sem intermissão, 'quarenta dias e quarenta noites'. Mas o tempo do jejum, mais freqüentemente mencionado nas Escrituras, é um dia, de manhã, até a noite. E este foi o jejum comumente observado em meio aos cristãos antigos. Mas além desse, eles tinham também os seus meio-jejuns (semijejum, como Tertuliano os denomina), no quarto e sexto dia da semana (quarta e sexta-feira), durante o ano, no qual eles não tomam substância alguma, até as três horas da tarde; o tempo em que eles retornam do serviço público.
4. Proximamente relatado a isto, é o que nossa igreja parece peculiarmente significa pelo termo abstinência; que pode ser usado, quando não jejuamos inteiramente, por motivos de enfermidade ou fraqueza corpórea. Isto é comer pouco; a abstinência em parte; o tomar a menor quantidade de alimento do que usual. E não me lembro da algum exemplo bíblico disto. Mas nem posso eu condená-lo; já que a Escritura não o faz. Pode ter seu uso, e receber a bênção de Deus.
5. O menor tipo de jejum, se pode ser chamado por este nome, é o abster-se de alguma comida agradável. Disto, nós temos diversos exemplos nas Escrituras., além daquele de Daniel e seus irmãos, quem de uma consideração pessoal, ou seja, a que eles 'não poderiam se corromper com a porção do manjar do rei, nem com o vinho que ele bebia; portanto, pediu ao chefe dos eunucos que lhe concedesse não se contaminar', (uma provisão diária a qual o Rei tinha designado para eles), requerida e obtida, do príncipe dos eunucos, grãos de leguminosas para comer e água para beber. ( Daniel
6. Nas igrejas judias, havia alguns jejuns determinados. Tais eram o jejum do sétimo mês, apontado pelo próprio Deus, para ser observado por toda Israel, debaixo de mais severa penalidade. E o Senhor falou a Moisés dizendo: No décimo dia desse sétimo mês, será o Dia da Expiação: tereis santa convocação, e afligireis a vossa alma, e oferecereis oferta queimada ao Senhor. E, naquele mesmo dia, nenhuma obra, vós fareis, porque é o Dia da Expiação, para fazer expiação por vós, perante o Senhor vosso Deus. Porque, toda alma que naquele mesmo dia, se não afligir, será extirpada do seu povo' ( Levítico
Nas igrejas cristãs antigas, havia igualmente jejuns determinados, e esses, ambos anual e semanalmente. Do primeiro tipo, era aquela antes da Páscoa, observada por alguns, durante vinte e quatro horas; por outros, por uma semana inteira; por muitos, por duas semanas; não fazendo uso de alimento até o entardecer de cada dia: Do último, aqueles do quarto e sexto dias da semana, (como Epifanius escreve, comentando como um fato inegável), -- que eram observados, em toda terra habitável; pelo menos, em cada parte onde alguns cristãos construíram sua morada.
Os jejuns anuais em nossa Igreja são os 'quarenta dias da Quaresma; o Têmpora [Os três dias de jejum prescritos pela Igreja Católica na primeira semana da quaresma, na primeira de pentecostes, nas terceiras semanas de setembro e dezembro], nas quatro estações; o Rogação [segunda, terça e quarta-feira antes da Ascensão do Senhor], e o Vigília ou Véspera, com diversas festivais solenes; -- o Semanal, todas as sextas-feiras do ano; com exceção do Natal'.
Mas, além desses que foram fixados, em cada nação temente a Deus, havia sempre jejuns ocasionais, apontados, de tempos em tempos, como as circunstâncias e ocasiões particulares de cada necessidade. Então, quando 'os filhos de Moabe, e os filhos de Amon, e com eles alguns outros doa amonitas vieram à peleja contra Josafá. Então, vieram alguns que deram aviso a Josafá, dizendo: vem contra ti uma grande multidão de além mar e da Síria; e eis que já estão em Hazazom-Tamar, que é Em-Gedi. Então, Josafá temeu e pôs-se a buscar o Senhor; e apregoou jejum em todo Judá' ( 2 Cron. 20:1-3). E, assim, 'E aconteceu, no ano quinto de Joaquim, filho de Josias, rei de Judá, no mês nono', quando eles estavam temerosos do Rei da Babilônia, os Príncipes de 'Judá apregoaram jejum diante do Senhor a todo o povo em Jerusalém'. ( Jeremias
E, de igual maneira, pessoas comuns, que prestam atenção aos seus caminhos, e desejam caminhar humildemente e intimamente com Deus, irão encontrar freqüentes oportunidades para, em determinadas épocas, afligirem assim suas almas diante de seu Pai que está em secreto. E é para este tipo de jejum que as direções, dadas aqui, principalmente e primeiramente se referem.
II
1. Eu prossigo mostrando, em Segundo lugar, quais são os fundamentos, as razões, e as finalidades do jejum.
Primeiro, os homens que estão debaixo de fortes emoções da mente, que foram afetados com alguma paixão veemente, tais como tristeza e medo, são freqüentemente tragados por elas, e, até mesmo, se esquecem de comer do seu pão. Em tais ocasiões eles têm pouco cuidado com o alimento, nem mesmo com o que é necessário para sustentar a natureza; muito menos, por alguma iguaria ou variedade; sendo tomado por pensamentos completamente diferentes. Assim, quando Saul disse: 'Mui angustiado estou, porque os filisteus guerrearam contra mim, e Deus se tem desviado de mim, e não me responde mais, nem pelos ministérios dos profetas; nem por sonhos; por isso te chamei a ti, para que me faças saber o que hei de fazer'. É registrado que 'Ele não tinha comido ´pão todo o dia, nem toda a noite' ( I Samuel
Mais ainda: Muitas vezes, eles, cujas mentes estavam tão profundamente comprometidas, são impacientes de alguma interrupção, e, até mesmo repugnam de seu alimento necessário, como que, desviando seus pensamentos do que eles desejam, fosse ocupar toda sua atenção: Até mesmo Saul, quando, na ocasião mencionada anteriormente, tinha 'caído, durante todo o tempo, sobre a terra, e não havia forças nele', ainda assim, disse: 'Eu não irei comer', até 'que seus servos, juntos com a mulher, o obrigaram'.
2. Aqui, então, está o alicerce natural do jejum. Alguém que está debaixo de profunda aflição, oprimido com a tristeza, por causa do pecado, e uma forte compreensão da ira de Deus, ele poderia, sem qualquer regra, sem saber ou considerar se seria um comando de Deus ou não, 'esquecer-se de comer seu pão'; abster-se, não apenas do que lhe é agradável, mas, até mesmo do alimento necessário; -- como Paulo, que, depois de ser conduzido a Damasco, 'ficou três dias sem ver, e não comeu, nem bebeu' ( Atos
Sim, quando a tempestade se levantou alta; 'quando um pavor horrível subjugou' alguém que tinha estado sem Deus no mundo, sua alma poderia ter 'repugnado toda forma de alimento'; teria sido desagradável e cansativo para ele; ele poderia ficar impaciente por nada que pudesse interromper seu clamor incessante: 'Senhor, salve-me, ou perecerei'.
Quão fortemente, isto é expresso por nossa igreja, na primeira parte da Homilia sobre o Jejum! 'Quando os homens sentem em si mesmos o pesado fardo do pecado, vêem a condenação ser a recompensa deles, e observam, com os olhos de suas mentes, o horror do inferno, eles tremem, e são intimamente tocados pela tristeza do coração, e não podem deixar de acusar a si mesmos, e declarar sua aflição ao Deus Todo-Poderoso, e clamar junto a ele por misericórdia. Isto, sendo feito seriamente, suas mentes ficam tão ocupadas, [tomadas], parcialmente com a tristeza e pesar; parcialmente com um sincero desejo de serem libertos, desse perigo do inferno e condenação, que todo o desejo de alimento e bebida é colocado aparte, e a repugnância [ou aversão] de todas as coisas e prazeres mundanos tomam o lugar. De modo que nada, então, eles preferem a prantear, lamentar, murmurar, e ambos com palavras e comportamento do corpo, para mostrarem a si mesmos cansados da vida'.
3. Uma outra razão ou fundamento do jejum é este: Muitos dos que temem a Deus estão profundamente sensíveis pelo quão freqüentemente eles pecaram contra Ele, pelo mau uso dessas coisas legítimas. Eles sabem o quanto eles têm pecado pelo excesso de comida; por quanto tempo eles têm transgredido as santas leis de Deus, com respeito ao equilíbrio, se não, a sobriedade também; como eles têm se cedido aos seus apetites sexuais, talvez, enfraquecendo sua saúde corpórea, -- certamente, para o não pequeno dano de suas almas; já que, por meio disto, eles continuamente alimentaram, e aumentaram aquela insensatez divertida; aquela volubilidade da mente; aquela frivolidade de temperamento; aquela divertida desatenção para com as coisas do mais profundo interesse; aquela irreflexão e descuido de espírito, que eram não outro que a embriaguez da alma, que entorpeceu todas as suas faculdades mais nobres, não menos do que o excesso de vinho ou bebida forte. Para remover, entretanto, o efeito, eles removem a causa. Eles se mantêm distantes de todo o excesso. Eles se abstêm, tanto quanto possível, daquilo que tem, por acaso, os arrastado para a perdição eterna. Eles freqüentemente refreiam totalmente; sempre cuidado para serem frugais e equilibrados em todas as coisas.
4. Eles se lembram bem, igualmente, como a abundância de alimento aumentou, não apenas o descuido e leviandade de espírito, mas também os desejos tolos e profanos, e as afeições impuras e vis. E esta experiência não deixou dúvidas. Mesmo a sensualidade gentil, regular, está continuamente erotizando a alma, e fazendo-na mergulhar no mesmo nível das bestas que perecem. Não pode ser declarado qual o efeito que a variedade e a frugalidade de alimento têm sobre a mente, tanto quanto sobre o corpo; tornando isto justamente oportuno para todo prazer do sentido, tão logo a oportunidade é convidada. Portanto, nesse alicerce também, todo homem sábio irá refrear sua alma, e mantê-la humilde; irá desapegar-se, mais e mais, de todas essas indulgências dos apetites inferiores, que naturalmente tendem a acorrentá-la a terra, e corrompê-la, tanto quanto aviltá-la. Aqui está uma outra razão permanente para o jejum; remover o alimento da luxúria e sensualidade; retrair os incentivos dos desejos tolos e danosos, das afeições vis e inúteis.
5. Talvez, nós precisemos não omitir completamente (embora eu não saiba se fará bem colocar um grande estresse sobre isso) uma outra razão para o jejum, que alguns homens bons têm largamente insistido a respeito; ou seja, o punir a si mesmos por terem abusado dos bons dons de Deus, por, algumas vezes, refreando-se deles; assim exercitando uma espécie de vingança santa sobre si mesmos, pela insensatez e ingratidão passada, em transformar as coisas que tinham sido para a saúde deles, uma ocasião de queda. Eles supõem que Davi teve um olhar para isto, quando disse: 'Eu pranteio e disciplino', ou puno. 'minha alma com jejum'; e Paulo, quando menciona: 'que vingança', a tristeza santa ocasionou nos Corintos.
6. A quinta e a mais forte razão para o jejum, é que ele é um auxiliar na oração; particularmente, quando nós reservamos porções maiores de tempo para as orações pessoais. Então, é, especialmente, quando Deus freqüentemente se agrada de erguer as almas de seus servos, acima de todas as coisas da terra, e, algumas vezes, levá-las para mais alto, como se fosse, para o terceiro céu. E é, principalmente, como um auxiliar na oração, que ele tem, tão freqüentemente, encontrado um significado, nas mãos de Deus, de conformidade e crescimento, não apenas de uma virtude; não apenas de pureza, (como alguns têm imaginado, em vão, sem qualquer fundamento, tanto Bíblico, racional, quanto experimental), mas também seriedade de espírito, sinceridade, sensibilidade e brandura de consciência, indiferença para com o mundo, e, conseqüentemente, o amor de Deus, e cada afeição santa e divina.
7. Não que exista alguma conexão natural e necessária entre jejuar e as bênçãos que Deus transmite por meio disto. Mas Ele irá ter misericórdia, quando Ele tiver misericórdia; e Ele irá transmitir o que quer que lhe pareça bom, através de qualquer que seja o meio que lhe agrade apontar. E Ele tem designado este, em todas as épocas, para ser os meios de prevenirmos sua ira, e obtermos quaisquer bênçãos que nós, de tempos em tempos, temos necessidade.
E quão poderoso instrumento isto é para impedir a ira de Deus, nós podemos aprender do notável exemplo de Acabe. 'Não existe ninguém como aquele que não vendeu a si mesmo' -- que deu a si mesmo totalmente ao alto, como um escravo comprado com dinheiro 'para operar perversidade'. Ainda assim quando ele rasgou suas roupas e colocou aniagem sobre sua carne e jejuou, e veio mansamente, a palavra do Senhor veio a Elias dizendo: 'Vê tu, como Acabe humilhou-se diante de mim? Porque ele se humilhou diante de mim, eu não irei trazer o mal aos seus dias'. (1Rs
Foi para essa finalidade, impedir a ira de Deus, que Daniel buscou a Deus 'com jejum, e aniagem, e cinzas'. Isto aparece de todo o teor de sua oração; particularmente, da solene conclusão dela: 'Ó Senhor,de acordo com toda tua retidão', ou misericórdias, 'permita que tua ira se vá de tua montanha sagrada. Ouça a oração de teu servo, e faça tua face brilhar sobre o teu santuário, que está devastado, -- Ó Senhor, ouve; Ó Senhor, perdoa;Ó Senhor,escuta atentamente e faze, por amor do Senhor'. ( Daniel
8. Mas não é apenas do povo de Deus que podemos aprender, quando sua ira é movida para buscar a Ele, através de jejum e oração; mas mesmo dos pagãos. -- Quando Jonas declarou: 'E levantou-se Jonas e foi a Nínive, segundo a Palavra do Senhor; era, pois Nínive uma grande cidade, de três dias de caminho. E começou Jonas a entrar na cidade, caminho de um dia, e ´pregava, e dizia: Ainda quarenta dias e Ninive será derrotada', o povo de Nínive proclamou um jejum, e vestiu aniagem, do maior ao menor. 'Para que o Rei de Nínive se levantasse de seu trono, e tirasse de si as suas vestes, e se cobrisse com panos de saco, e sentasse em cinzas. E ele fez com que fosse proclamado e publicado, através de Nínive, que não era permitido que homem ou animal; rebanho, nem manada, provassem alguma coisa: Que eles não se alimentem, nem bebam água': (não que o animal tivesse pecado, ou pudesse se arrepender; mas que, pelo exemplo deles, o homem pudesse ser admoestado, considerando que, por seus pecados, a ira de Deus estava dependurada sobre todas as criaturas): 'Quem poderá dizer se Deus irá voltar atrás e arrepender-se, e se apartar do furor de sua ira, para que não pereçamos?'. E o trabalho deles não foi em vão. O furor da ira de Deus afastou-se dele. 'Deus viu suas obras": (os frutos daquele arrependimento e daquela fé que ele tem forjado neles, por seu Profeta); 'e Deus arrependeu-se do mal que ele tinha dito que viria sobre eles, e não o fez'. ( Jonas
9. E o jejum não é apenas um meio de afastar a ira de Deus, mas também de obter quaisquer que sejam as bênçãos que estejamos precisando. De modo que, quando as outras tribos foram derrotadas diante dos Benjamitas, 'todos os filhos de Israel foram para a casa de Deus, e murmuraram, e jejuaram naquele dia, até à tarde'; e, então, o Senhor disse: 'Levantem-se' novamente; 'amanhã, eu irei entregá-los, em suas mãos'. (Juízes
Assim, Samuel reuniu toda Israel, quando eles foram cativos dos filisteus, 'e eles jejuaram naquele dia' diante do Senhor: E, então, 'os filisteus se aproximaram para a batalha contra Israel, o Senhor fez trovejar' sobre eles 'com um grande trovão e os confundiu; e eles foram derrotados diante de Israel. ( I Samuel
Assim, Esdras: 'Eu proclamei um jejum no rio Aava, para que pudéssemos afligir a nós mesmos diante de nosso Deus, e buscar a ele no caminho certo para nós, e para os nossos filhos; e suplicamos a ele'. ( Esdras
Assim, Neemias: 'Eu jejuei e orei diante do Deus dos céus e disse: Ah! Senhor, Deus dos céus, Deus grande e terrível, prospere-me, eu oro a ti, teu servo esse dia, conceda a ele misericórdia aos olhos desse homem'. E Deus concedeu a ele misericórdia aos olhos do rei ( Neemias 1:4-11).
10. De igual modo, os Apóstolos sempre se reuniram para jejuarem com oração, quando eles desejavam a bênção de Deus em qualquer empreendimento importante. Assim, nós lemos em ( Atos
13) ' Havia na igreja de Antioquia, certos Profetas e Professores: Quando eles ministraram ao Senhor e jejuaram', sem dúvida, para a direção nesse mesmo assunto, 'o Espírito Santo disse: Separa-me a Barnabé e Saul, para o trabalho a que eu os tenho chamado. E, quando eles tiveram' uma segunda vez, 'jejuado e orado, e colocado suas mãos sobre eles, eles os despediram'.
Assim, também o próprio Paulo e Barnabé, quando nós lemos no capítulo seguinte, em que eles 'retornaram novamente para Listra, Icônio e Antióquia, confirmando as almas dos discípulos quando eles os ordenaram aos Deões, em cada Igreja, e tinham orado e jejuado, recomendaram-nos ao Senhor' ( Atos
Sim, que as bênçãos são para serem obtidas, na utilização desses meios, as quais, de outro modo, não são atingíveis, nosso Senhor declara expressamente na resposta aos seus discípulos dizendo: 'Então,os discípulos, aproximando-se de Jesus, em particular,disseram: Por que não podemos nós expulsá-los? E Jesus lhes disse: Por causa da vossa pequena fé; porque em verdade vos digo que, se tiverdes fé, como um grão de mostarda, direis a este monte: passa daqui para acolá e há de passar, e nada vos será impossível. Mas esta casta de demônios não se expulsa senão pela oração e pelo jejum'. ( Mateus
11. Esses foram os meios apontados: Já que não foi meramente pela luz da razão, ou da consciência natural, como ela é chamada, que o povo de Deus tem sido, em todas as épocas, direcionados a fazer uso de jejuns como um meio para esses fins; mas eles têm sido ensinados do próprio Deus, de tempos em tempos, através das revelações claras e declaradas de sua vontade. Tal como aquela notável, através do Profeta Joel: 'Ainda assim, agora mesmo, diz o Senhor: Convertei-vos a mim de todo o vosso coração, e isso com jejuns e com choro e com pranto. E rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, e vos convertei ao Senhor, vosso Deus, porque ele é misericordioso e compassivo, e tardio em irar-se, e grande em beneficência e se arrepende do mal. Quem sabe, se ele se voltar e se arrepender, e deixar uma bênção, atrás dele? Tocai a trombeta de Sião, santificai o jejum, congregai solenemente: -- Então, o Senhor terá zelo da sua terra e se compadecerá do seu povo. Sim, e o senhor responderá e dirá ao seu povo: eis que envio o trigo, e o mosto, e o óleo, e deles sereis fartos, e vos não entregarei mais ao opróbrio entre os pagãos'. ( Joel
Agora, não são apenas as bênçãos temporais que Deus direciona seu povo a esperar do uso desses meios. Já que, ao mesmo tempo, que ele prometeu àqueles que pudessem buscá-lo com jejum, e prantear, e murmurar, 'eu irei restaurar a você os anos que o gafanhoto tem comido; e as locustas, e o pulgão, e a oruga, o meu grande exército que enviei contra vocês'; ele anexa, 'De modo que poderão também saberão que eu estou no meio de Israel, e que eu sou o Senhor seu Deus'. E,então, imediatamente segue a grande promessa evangélica: E há de ser que, depois, derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão; os vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens terão visões: E também sobre os servos e sobre as servas, naqueles dias, derramarei o meu Espírito'. (Joel
12. No entanto, quaisquer que tenham sido as razões para estimular aqueles do passado, no zelo e constante desempenho dessa obrigação, eles têm a mesma força para ainda estimular a nós. Mas acima de todos esses, nós temos um motivo pessoal para 'jejuarmos freqüentemente', ou seja, a ordem Dele, através de cujo nome somos chamados. De fato, nesse lugar, Ele não ordena expressamente, tanto o jejum, o fazer donativos, quanto o orar; mas suas direções, em como jejuar, fazer donativos, e orar, são da mesma força que tais injunções. Enquanto, nos ordenar para fazer alguma coisa assim, é uma ordem inquestionável para que façamos aquela coisa; é impossível executa-la dessa forma, se ela não for executada afinal. Conseqüentemente, o dizer: 'Faça donativos, ore, jejue', dessa maneira, é uma ordem clara para executar todas essas obrigações; tanto quanto executá-las, da maneira que possa, de modo algum, perder sua recompensa.
E este é ainda um motivo e encorajamento mais além para executar essa obrigação; até mesmo a promessa que nosso Senhor tem graciosamente anexado ao devido desempenho dela; 'Teu Pai, que vê em secreto, irá recompensar a ti, abundantemente'. Tais são os planos, fundamentos, razões e finalidades do jejum; tal nosso encorajamento para perseverar nisto, não obstante a quantidade de objeções, que os homens, mais sábios do que seu Senhor, têm continuamente levantado contra ele.
III
1. A mais plausível dessas objeções, eu vou considerar agora. Primeiro, tem sido freqüentemente dito: 'Que o cristão jejue do pecado, e não da comida: Isto é o que Deus requer de suas mãos'. Assim é o que Ele quer; mas Ele requer o outro também. Portanto um deve ser feito, e o outro, não deixado sem fazer.
Veja
John Wesley
'Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e os ladrões minam e roubo. Mas ajuntai tesouros nos céus, onde nem a traça, nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam, nem roubam. Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração. Os olhos são a luz do corpo: de modo que, se teus olhos forem bons, todo teu corpo será cheio de luz. Mas, se teus olhos foram maus, todo teu corpo será cheio de escuridão. Se, portanto, a luz que há em ti for trevas, quão grandes serão tais trevas' ( Mateus
1. Dessas que são comumente denominadas ações religiosas, e que são ramificações reais da verdadeira religião, de onde nascem de uma intenção pura e santa, e são executadas de uma maneira adequada a isto, -- nosso Senhor procede para as ações da vida comum, e mostra que alguma pureza de intenção é tão indispensavelmente requerida, em nosso trabalho ordinário, como fazer donativos, jejuar, ou orar.
E, sem dúvida, a mesma pureza de intenção, que faz com que nossos donativos e devoções sejam aceitos, também deve fazer com que nosso trabalho ou empreendimento seja um oferecimento apropriado para Deus. Se um homem exerce seu trabalho, de modo que ele possa elevar-se a um estado de honra e riqueza no mundo, não por muito tempo, ele irá servir a Deus em sua ocupação, e não terá mais direito à recompensa de Deus, do que aquele que dá donativos, para que ele possa ser visto; ou aquele que ora, de modo que seja ouvido por homens. Porque desejos vãos e mundanos não são mais aceitáveis, em nossas ocupações, do que em nossas doações e devoções. Eles não são apenas maus, quando eles se misturam com nossas boas obras; com nossas ações religiosas, 'mas eles têm a mesma natureza má, quando eles entram na tarefa comum de nossas ocupações. Se fosse permitido desempenhá-las, em nossos empreendimentos mundanos, seria permitido desempenhá-las em nossas devoções. Mas, como nossos donativos não são um serviço aceitável, a não ser quando procedem de uma intenção pura, assim nossa ocupação comum não pode ser considerada um serviço para Deus, a não ser quando é executada com a mesma fidelidade de coração'.
2. Isto nosso abençoado Senhor declara, da maneira mais eficaz, naquelas fortes e compreensivas palavras, que Ele explica, reforça, e se estende sobre, através desse capítulo todo. 'Os olhos são a luz do corpo: se, portanto, teus olhos forem bons, todo teu corpo será cheio de luz: mas, se teus olhos forem maus, todo teu corpo estará na escuridão'. O olho é a intenção: o que o olho é para o corpo, a intenção é para a alma. Como um conduz todos os movimentos do corpo, assim o outro, aqueles da alma. Esse olho da alma é, então, único, quando ele olha para uma única coisa somente; quando nós não temos outro objetivo, a não ser, 'conhecer a Deus,e Jesus Cristo a quem ele enviou', -- para conhecer a ele com afeições adequadas; amá-lo como Ele nos amou; agradar a Deus, em todas as coisas; servir a Deus (como nós o amamos), com todo nosso coração, e mente, e alma, e forças; e deleitarmo-nos em Deus, em tudo e nas coisas do alto, no tempo e na eternidade.
3. 'Se os teus olhos forem'', assim, 'único'; assim, fixado em Deus, 'todo teu corpo será cheio de luz'. 'Todo teu corpo'. tudo que é guiado pela intenção, como o corpo é pelo olho. Tudo o que você é; tudo o que você faz; seus desejos, temperamentos, afeições; seus pensamentos, palavras e ações. A totalidade desses 'deverá ser cheia de luz'; cheia do conhecimento divino. Esta é a primeira coisa que podemos aqui entender por luz. 'Em Sua luz, tu verás a luz'. 'Ele que, do passado, ordenou que a luz brilhasse nas trevas, deverá brilhar em teu coração': Ele iluminará os olhos do teu entendimento com o conhecimento da glória de Deus. Seu Espírito revelará a ti as coisas profundas de Deus. A inspiração do Espírito Uno dará a ti entendimento, e fará com que conheças a sabedoria secretamente. Sim. A unção que tu recebestes dele 'irá habitar em ti e ensinar-te todas as coisas'.
Como a experiência confirma isto! Até mesmo depois que Deus abriu os olhos de nosso entendimento, se nós buscamos ou desejamos alguma coisa a mais do que Deus, quão breve nosso tolo coração é enegrecido! Então, novamente as nuvens descansam sobre nossas almas. Dúvidas e medos novamente nos oprimem. Somos sacudidos de lá para cá, e não sabemos o que fazer; ou qual o caminho que devemos tomar. Mas, quando desejamos ou buscamos nada mais, a não ser Deus, as nuvens e dúvidas desaparecem. Nós que 'estivemos, algumas vezes, nas trevas, agora, somos luz no Senhor'. A noite agora brilha como dia, e nós nos certificamos 'que o caminho correto é a luz'. Deus nos mostrou o caminho, por onde devemos ir, e tornou claro o caminho diante de nossa face.
4. A segunda coisa que nós podemos entender aqui, por luz, é santidade. Enquanto buscas a Deus nas coisas, tu o encontras em tudo; a fonte de toda santidade, continuamente preenchendo a ti, com sua própria semelhança, com justiça, misericórdia e verdade. Enquanto tu olhas para Jesus, e para Ele somente, tu és preenchido, com a mente que estava nele. Tua alma é renovada, dia a dia, na busca da imagem Dele que a criou. Se o olho de tua mente não for afastado dele; se tu resistes 'na busca dele que é invisível'; buscando nada mais no céu ou na terra, então, como tu olhaste a gloria do Senhor, tu serás transformado 'na mesma imagem, de glória em glória, pelo Espírito do Senhor'.
E também é assunto de experiência diária que, 'pela graça, nós somos' assim 'salvos pela fé'. É pela fé que o olho da mente é aberta, para ver a luz do amor glorioso de Deus. E, tanto quanto ela está firmemente fixada nisto, sobre Deus, em Cristo, reconciliando o mundo em si mesmo, nós somos mais e mais preenchidos com o amor de Deus e homem; com a humildade; gentileza; longanimidade; com todos os frutos da santidade, que são, através de Jesus Cristo, para a glória do Deus, o Pai.
5. A luz que preenche a ele que tem um olho bom, implica, em Terceiro Lugar, felicidade, tanto quanto santidade. Certamente, 'a luz é doce e uma coisa agradável é ver o sol': Mas, quanto mais, é ver o Sol da Retidão, continuamente brilhando sobre a alma! Se existe alguma consolação em Cristo; se existe algum conforto de amor; alguma paz que excede todo entendimento; se existe algum regozijo na esperança da glória de Deus, eles todos pertencem àqueles que têm o olho puro [único]. Assim é 'todo seu corpo cheio de luz'. Ele caminha na luz, como Deus está na luz; regozijando-se, mais e mais; orando sem cessar; e em todas as coisas dando graças; desfrutando do que quer que seja a vontade de Deus, concernente a ele, em Jesus Cristo.
6. 'Mas, se teu olho for mau, todo teu corpo será cheio de escuridão'. 'Se teu olho for mau': -- Nós vemos que não há meio termo entre um olho bom, e um olho mau. Se o olho não é bom, então, ele é mau. Se a intenção, no que quer que façamos, não for unicamente endereçada a Deus; se buscarmos alguma coisa mais, então, 'nossa mente e consciência estarão corrompidas'.
Nossos olhos são maus se, em alguma coisa que fazemos, nós almejamos uma outra finalidade do que Deus; se nós temos alguma visão, a não ser conhecermos e amarmos a Deus; agradarmos e servimos a Ele, em todas as coisas; se nós temos algum outro objetivo do que nos regozijarmos em Deus, do que sermos felizes nele, agora e para sempre.
7. Se teu olho não estiver unicamente fixado em Deus, 'todo teu corpo será cheio de trevas'. O véu ainda deve permanecer sobre teu coração. Tua mente deverá ser mais e mais cega, através 'do deus desse mundo', 'a fim de que a luz do glorioso Evangelho de Cristo não possa brilhar sobre ti'. Tu serás cheio de ignorância e erro no tocante às coisas de Deus; não sendo capaz de receberes ou de a discernires. E, mesmo quando tu tens algum desejo de servir a Deus, tu estarás cheio de incerteza, quanto à maneira de servi-lo; encontrando dúvidas e dificuldades em todo lado, e não vendo algum caminho para escapar.
Sim. Se teu olho não for único; se tu buscares algumas das coisas da terra, tu serás cheio de descrença e iniqüidade; teus desejos, temperamentos, afeições, estarão fora de curso, permanecendo nas trevas, sendo vis e inúteis. E tua conversa será pecaminosa, assim como teu coração, não 'temperado com sal', ou 'apropriado para ministrar graça junto aos que ouvem'; mas ineficiente, não proveitoso, corrupto e repugnante para o Espírito Santo de Deus.
8. Ambas a destruição e infelicidade estão em teus caminhos; 'já que o caminho da paz tu não conheces'. Não existe paz, não a paz segura e sólida, para aqueles que não conhecem a Deus. Não existe verdade, nem contentamento permanente para qualquer um que não busque Ele com todo seu coração. Enquanto tu almejas quaisquer das coisas que perecem, 'tudo que virá é vaidade'; sim; não apenas vaidade, mas 'inquietação de espírito', e ambos na busca e no desfrute também.
Tu que caminhas, de fato, na sombra inútil, e te inquietas em vão. Tu que caminhas na escuridão que pode ser sentida. Dormindo, mas sem conseguir descansar. Os sonhos da vida podem trazer dor, e isto tu sabes; mas eles não podem trazer bem-estar. Não existe descanso nesse mundo ou no mundo que há de vir, mas, apenas em Deus, o Pai de todos os espíritos.
'Se a luz que está em ti for escuridão, quão grande é esta escuridão!'. Se a intenção que deve iluminar toda a alma; preenchê-la com conhecimento, e amor, e paz, e o que, de fato, acontece, por quanto tempo ela é pura; por quanto tempo ela almeja a Deus somente se ela for escuridão; se ela almejar alguma coisa além de Deus, e, conseqüentemente cobrir a alma com escuridão, em vez de luz; com ignorância e erro; com pecado e miséria: Ó quão enorme será esta escuridão! Ela é a mesma fumaça que sobe do abismo insondável! É a noite essencial que reina na depressão profunda, na terá de sombra e morte!
9. Portanto, 'Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e os ladrões minam e roubo'. Se você faz isto, é porque os seus olhos são maus; não estão fixados unicamente em Deus. Com respeito à maioria dos mandamentos de Deus, se relativo ao coração ou à vida, os ateus da África ou América, se situam no mesmo nível daqueles que são chamados cristãos. Os cristãos observam os mandamentos (alguns poucos, apenas, sendo exceção) muito proximamente ao que os ateus observam. Por exemplo: a generalidade dos nativos da Inglaterra, comumente chamados cristãos, é tão abstinente quanto moderada, como a generalidade dos ateus perto de Cabo e Boa Esperança. E assim os cristãos alemães e franceses são tão humildes e tão virtuosos quando os índios Choctaw ou Cherokee.
Não é fácil dizer, quando nós comparamos a maior parte das nações da Europa com esses na América, se a superioridade se estenda de um lado ou de outro. Pelo menos os americanos não têm muita vantagem. Mas nós não podemos afirmar isto com respeito aos mandamentos agora diante de nós. Aqui o ateu tem uma adiantada pré-eminência. Ele deseja e busca nada mais do que um alimento simples e um vestuário simples para vestir. E ele busca isto apenas, dia a dia. Ele não reserva; ele não armazena coisa alguma; a não ser tanto milho, de uma estação do ano, quanto ele irá precisar antes que aquela estação retorne.
Esse mandamento, entretanto, os ateus, embora o desconheçam, o observam contínua e prontamente. Eles armazenam para si mesmos, nenhum tesouro sobre a terra'; nenhum estoque de púrpura, ou fino linho; de ouro ou prata, que 'a traça e a ferrugem podem consumir', ou 'os ladrões minam e roubam'. Mas como os cristãos observam o que eles professam receber como tal mandamento tem sido sempre dado ao homem. Mesmo os bons cristãos, como eles são considerados por outros, e por si mesmos, não se preocupam com isto.
Ele poderia bem estar ainda oculto em seu Grego original, já que algum registro eles tomam dele. Em que cidade cristã nós encontramos um homem de quinhentos anos que tenha o menor escrúpulo de armazenar tanto tesouro quanto ele possa? de aumentar seus bens, tanto quanto seja capaz? Realmente, existem aqueles que não fariam isto injustamente; existem muitos que não irão roubar, nem furtar; e alguns que não irão trapacear seu próximo; mais ainda, que não irão tirar proveito tanto de sua ignorância quanto de sua necessidade. Mas isto é completamente outro ponto. Mesmo esses não têm escrúpulos da coisa, mas da maneira dela. Eles não têm escrúpulos de 'deitarem tesouros na terra', mas de deitá-los, através da desonestidade. Eles não começam desobedecendo a Cristo, mas numa brecha da moralidade pagã. De modo que mesmo esses homens honestos não mais obedecem a esse mandamento do que um ladrão de estrada ou um ladrão que invade residências. Mais ainda, eles não objetivaram obedecer isto. Desde a juventude isto nunca entrou em seus pensamentos. Eles foram educados por seus pais, mestres, e amigos cristãos, sem qualquer instrução, concernente a isto, afinal; exceto se fosse este violá-lo tão logo, e tanto quanto eles pudessem, continuando a violá-lo, até o fim de suas vidas.
10. Não existe, no mundo, exemplo algum de obsessão espiritual que seja mais espantoso do que este. A maioria desses mesmos homens lê ou ouve a leitura Bíblica, -- muitos deles, todos os dias do Senhor. Eles têm lido ou ouvido essas palavras, centenas de vezes, e, ainda assim, nunca suspeitam que eles mesmos estão condenados por isso; mais do que por aqueles que proíbem pais de oferecerem seus filhos ou filhas junto a Moloch [ídolo fenício, para quem as crianças eram entregues em sacrifício]. Ó que Deus possa falar, com sua própria voz; sua voz poderosa, para esses miseráveis que enganam a si mesmos! Que eles possam, por fim soltarem-se das armadilhas do diabo, e as escamas possam cair de seus olhos!
11. Você pergunta o que significa 'deitar tesouros na terra?'. Será necessário examinar isto completamente. E nos permita observar, primeiro, o que não é proibido nesse mandamento, para que possamos, então, discernir claramente o que significa.
Nós não estamos proibidos nesse mandamento:
1o. De 'provermos coisas honestas aos olhos de todos os homens'; provermos recursos para que possamos retribuir tudo que lhes é devido, -- o que quer que eles possam justamente reclamar de nós. Longe disto, nós somos ensinados por Deus, a 'não devermos coisa alguma a homem algum'. Nós devemos, portanto, usar de toda diligência, em nosso chamado, com o objetivo de não devermos a homens; isto sendo, não mais, do que uma lei clara da justiça comum, a qual nosso Senhor 'não veio destruir, mas cumprir'.
2o. Nem o Senhor nos proíbe aqui de provermos tais coisas, para nós mesmos, quando são necessárias para o corpo; uma suficiência do alimento básico e saudável; e vestuário discreto para vestir. Sim; é nossa obrigação, por quanto tempo Deus coloca em nosso poder, providenciar essas coisas também; para que possamos 'comer de nosso próprio pão', e não sermos onerosos para homem algum.
3o. Nem ainda, estamos proibidos de provermos para nossos filhos, e para aqueles de nossa própria família. Isto também é nosso dever fazer; mesmo que sobre os princípios da moralidade pagã. Todo homem deve prover as necessidades básicas da vida, para sua esposa e filhos; e colocá-los em condições de providenciarem essas, para si mesmos, quando ele se for dali, e não mais puder ser visto. Eu quero dizer com providenciar isto, prover as necessidades básicas da vida; não regalos; nem superficialidades; -- e que, por meio do trabalho diligente deles; já que não é obrigação do homem supri-los, e nem a si mesmo, com os meios da luxúria ou ócio. Mas se algum homem não provém, tanto assim, para seus filhos (tanto quanto para as viúvas de sua própria casa, das quais, Paulo fala principalmente naquelas bem conhecidas palavras a Timóteo, ele praticamente terá 'negado a fé, e será pior do que um infiel', ou ateu).
Por último: Nós não estamos proibidos, por essas palavras, de economizar, de tempos em tempos, o que é necessário para a sustentação de nosso trabalho secular; de tal maneira e grau, a ser suficiente para responder os propósitos precedentes; -- de tal maneira a, Primeiro, não dever a homem algum; Segundo, prover a nós mesmos as necessidades da vida; e, Terceiro, suprir aqueles de nossa própria casa, enquanto vivermos, e com os meios de conseguirem, por si mesmos, quando tivermos ido para Deus.
12. Nós podemos agora, discernir claramente (a menos que não estejamos dispostos a discernir isto) o que está proibido aqui. É o procurar intencionalmente mais dos bens do mundo, que irá responder aos propósitos precedentes; o trabalhar em busca de uma maior quantidade de bens materiais; um grande acúmulo de ouro e prata, -- armazenar além do que essas finalidades requerem, -- é o que está expressamente e absolutamente proibido aqui. Se as palavras têm algum significado, afinal, ele deve ser este; porque elas não são capazes de outro. Conseqüentemente, aquele que não deve a homem algum; e tem alimento e vestuário para si mesmo e sua família, junto com a suficiência para conduzir seu trabalho secular, dessa forma, responde esses propósitos precedentes; entretanto, eu digo que, quem já estiver, nessas circunstâncias, e ainda assim, buscar uma maior porção na terra; estará vivendo uma declarada negação habitual ao Senhor que o comprou. Ele está praticamente negado a fé, e é pior do que um africano ou americano 'infiel'.
13. Ouçam isto, vocês, que habitam no mundo, e amam o mundo, onde habitam. Vocês podem ser 'grandemente estimados por homens'; mas vocês são 'uma abominação aos olhos de Deus'. Por quanto tempo, suas almas serão fiéis ao pó? Por quanto tempo, vocês irão transportar, vocês mesmos, nessa argila espessa? Quando vocês irão acordar e ver que os pagãos declarados e especulativos estão mais perto do reino dos céus do que vocês? Quando vocês serão persuadidos a escolher a melhor parte; esta que não pode ser tomada de vocês? Quando vocês buscarão apenas 'armazenar tesouros no céu'; renunciando, temendo, e tendo repugnância de todos os outros? Se vocês almejarem 'juntar tesouros na terra', vocês não estarão meramente perdendo seu tempo e gastando suas forças, por aquilo que não é alimento: já que qual é o fruto do sucesso de vocês? - Vocês assassinaram suas próprias almas! Vocês extinguiram a última centelha de vida espiritual nela! Realmente, em pleno vigor da vida, vocês estão mortos! Vocês são homens viventes, mas cristãos mortos. 'Porque onde o tesouro de vocês está, lá estarão também os seus corações'. O coração de vocês está submerso no pó, suas almas aderidas ao chão. Suas afeições estão ficadas, não nas coisas acima, mas nas coisas da terra; no pobre exterior, sem qualquer valor, e que pode envenenar, mas não pode satisfazer um espírito eterno feito por Deus. O amor de vocês; sua alegria; seus desejos estão em todos colocados nas coisas que perecem ao uso. Vocês jogaram fora os tesouros do céu: Deus e Cristo estão perdidos! Vocês obtiveram riquezas e o fogo do inferno!
14. Ó 'quão dificilmente eles que têm riquezas devem entrar no reino de Deus!'. Quando os discípulos de nosso Senhor ficaram atônitos de ouvi-lo falar assim, Ele esteve tão longe de retroceder nisso, que repetiu a mesma verdade importante, nos termos mais fortes do que antes. 'É mais fácil um camelo passar pelo olho de uma agulha, do que para um homem rico entrar no reino de Deus'. Quão difícil é isto para aqueles cujas mesmas palavras são aplaudidas, não por serem sábias aos seus próprios olhos! Quão difícil não ver felicidade em suas riquezas, ou nas coisas subordinadas a elas; em gratificar o desejo da carne; o desejo dos olhos; o orgulho da vida! Quão difícil é para eles não pensarem que são melhores do que o pobre, o simples, a massa inculta de homens! O quanto não é difícil buscarem felicidade em suas riquezas, ou nas coisas subordinadas a elas; na gratificação do desejo da carne, no desejo do olho, ou o orgulho da vida! Ó, vocês que são ricos, como poderão escapar da condenação do inferno? Apenas com Deus, todas as coisas serão possíveis!
15. E mesmo que vocês não tenham sucesso, qual será o fruto de seu esforço, ao juntarem tesouros na terra? 'Eles que serão ricos'; (eles que desejam; que se esforçam em busca disso, quer tenham sucesso ou não), 'caem na tentação, e na armadilha', -- numa cilada, no laço do diabo; 'e entregam-se a luxúrias tolas e danosas'; desejos, com os quais a razão não tem coisa alguma a fazer; desejos tais que não pertencem propriamente às existências racional e imortal, mas apenas às bestas rudes que não têm entendimento; -- 'que submergem os homens na destruição e perdição', na miséria presente e eterna. Que nós possamos abrir nossos olhos, e vermos diariamente as provas melancólicas disto, -- homens que, desejando, decidindo-se serem ricos, sujeitando-se, em busca do dinheiro, a raiz de todo o mal, já têm perfurado a si mesmos, com muitas tristezas, e antecipado o inferno para o qual estão indo!
As precauções, das quais os Apóstolos falam aqui são grandemente observáveis. Eles não afirmam isto absolutamente do rico: porque um homem pode possivelmente ser rico, sem qualquer falta sua; através da Providência dominante, obstruindo sua própria escolha: Mas ele afirma isto daqueles que desejam buscar serem ricos. As riquezas, perigosas como elas são, nem sempre 'levam os homens à destruição e perdição'; mas o desejo de riqueza o faz: aqueles que calmamente desejam e deliberadamente buscam se aterem a ela, quer consigam de fato, ganhar o mundo ou não, infalivelmente, perderam suas próprias almas. Estes são aqueles que vendem a Ele que os comprou com Seu sangue, por algumas poucas peças de ouro ou prata. Esses entram em aliança com a morte e o inferno; e suas alianças permanecem. Porque eles estão diariamente compartilhando suas heranças com o diabo e seus anjos!
16. Ó quem deverá aconselhar essa geração de víboras a fugir da ira que está por vir! Não esses que se deitam em seus portões, ou são servis aos seus pés, desejando serem alimentados com as migalhas que caem de suas mesas. Não aqueles que cortejam seus favores ou temem suas carrancas: nenhum desses que se dedicam às coisas terrenas. Mas, se existe um cristão sobre a terra; se existe um homem que tem dominado o mundo, que deseja nada, a não ser a Deus, e não tema a ninguém, mas a Ele que é capaz de destruir ambos o corpo e sua alma no inferno; tu, Ó homem de Deus, fala e não economiza; ergue a tua voz como uma trombeta! Grita alto, e mostra a esses honoráveis pecadores as condições miseráveis em que se encontram! Pode ser, que um em mil, possa ter ouvidos para ouvir; possa erguer-se e tirar de sobre si mesmo o pó; possa abrir as algemas que o mantêm atado a terra, e por fim, armazenar tesouro nos céus.
17. E se, alguns desses for, pelo imenso poder de Deus, acordado, e perguntar, 'O que devo fazer para ser salvo?', a resposta, de acordo com os oráculos de Deus é clara, completa e rápida. Deus não diz a ti, 'Vende tudo que possuis'. Realmente, Ele que vê o coração dos homens, vê que é necessário dar a isto, um caráter peculiar, daquele do rico administrador jovem. Mas ele nunca impõe uma regra geral para todos os homens ricos, em todas as gerações sucessivas. Sua direção geral é, Primeiro, 'não sejas presunçoso'. Deus não vê como o homem vê. Ele estima a ti, não por causa de tua riqueza, grandeza ou equipagem; por qualquer qualificação ou habilidade que seja direta ou indiretamente devido à tua prosperidade, que pode ser comprada ou buscada por meio disto. Todos esses são para Ele como esterco e refugo: que eles sejam assim para contigo também. Cuida-te para não pensares que tu sejas um mínimo mais sábio e melhor, por causa de todas essas coisas. Pese a ti mesmo em outra balança: estime a ti mesmo apenas pela medida da fé e amor que Deus tem dado a ti. Se tu tens mais do conhecimento e amor de Deus do que ele, tu és por esse motivo, e não outro, mais sábio e melhor, mais valoroso e honrado, do que ele que está com os cães de teu rebanho. Mas se tu não tens esse tesouro, tu és mais tolo, mais vil, mais verdadeiramente desprezível, eu não direi, do que o servo mais inferior debaixo do seu teto, mas do que o mendigo deitado em teu portão, cheio de feridas.
18. Em segundo Lugar, 'não confia em riquezas incertas. Não confia nelas para ajuda: Não confia nelas para a felicidade.
Primeiro. Não confia nelas para auxiliar-te. Tu serás miseravelmente enganado, se tu buscares por isto em ouro ou prata. Esses não serão mais capazes de fixar a ti acima do mundo, do que de fixar a ti acima do diabo. Saibas que ambos, o mundo e o príncipe do mundo, riem, afinal, de tais preparações contra eles. As riquezas serão de pouco proveito, em dias de dificuldades constantes, se elas permanecem nas horas penosas. Mas não é certo que elas irão permanecer; porque, muitas vezes, elas 'criam asas e voam embora!'. Mas, se não, que apoio elas irão se permitir, mesmo nas preocupações comuns da vida? O desejo de teus olhos, da esposa de tua juventude, teu filho, teu filho único, ou o amigo que é como tua própria alma, são levados embora de um só golpe. Irá tua riqueza reanimar a argila sem vida, ou trazer de volta seu último habitante? Ela irá proteger-te das doenças, enfermidades, dor? Essas coisas visitam os pobres, apenas? Ao contrário: ele que alimenta teu rebanho, ou cultiva teu chão tem menos doenças e dores do que você. Ele é mais raramente visitado por essas convidadas indesejáveis: e se elas chegam, afinal, elas são mais facilmente dirigidas para fora de uma pequena choupana, do que de um palácio no topo das nuvens. E durante o tempo em que teu corpo é castigado com dores, ou consumido pela enfermidade, como teus tesouros irão socorrer a ti?
19. Mas existe, à mão, uma preocupação maior do que todas essas. Tu deverás morrer! Tu deves virar pó; retornares ao chão do qual foste tomado, para misturar-te com a argila comum. Teu corpo tornará a terra como era, enquanto teu espírito retornará para Deus que o deu. E o tempo aproxima-se: os anos passam velozes, mesmo que em passos silenciosos. Talvez, teu dia esteja longe de terminar: O meio-dia da vida, e as sombras do entardecer comecem a descansar sobre ti. Tu sentes, em ti mesmo, uma decadência aproximando-se. As primaveras da vida passaram a passos acelerados. Agora que ajuda existe em tuas riquezas? Elas amenizam a morte? Elas tornarão agradáveis estas horas solenes? Completamente o reverso! Ó morte, quão amarga tu és para o homem que viveu apoiado em suas posses!'. Quão inaceitável é para ele esta terrível sentença, 'Esta noite, tua alma será requerida de ti!'. Ou as riquezas irão impedir o golpe inoportuno, ou prolongar hora terrível? Elas poderão livrar tua alma, para que ela não possa ver a morte? Elas poderão restaurar os anos que se passaram? Elas poderão acrescentar, ao teu tempo determinado, um mês, um dia, uma hora, um instante? Ou as boas coisas que tu escolheste para tua porção aqui irão seguir-te para o grande abismo? Não assim. Nu como vieste ao mundo; nu tu deverás retornar.
Tuas terras, tua mansão, tua agradável esposa,
Estes tu deves deixar; é a sentença da natureza
Nenhuma árvore, cujo plantio ostente tua vida
Salvo o triste cipreste, espera tua tumba
Seguramente, não fossem essas verdades muito simples para serem observadas, porque são muito simples para serem negadas, nenhum homem que estivesse para morrer, iria possivelmente confiar na ajuda de riquezas incertas.
20. E não confia nelas para a felicidade: Porque também aqui, elas se revelarão 'enganosas se consideradas atentamente'. Na verdade, isto, todo homem razoável pode inferir do que já tem sido observado. Porque, se nem milhares de ouro e prata, nem quaisquer das vantagens e prazeres adquiridos por meio deles, pode impedir de sermos miseráveis, evidentemente se segue, que elas não poderão nos tornar felizes. Que felicidade elas podem fornecer a ele que, em meio a tudo, sente-se constrangido a clamar alto:
De fato, a experiência aqui é tão completa, forte e inegável, que torna todos os outros argumentos desnecessários. Apelemos, portanto, aos fatos. Os ricos e poderosos são os únicos homens felizes? E cada um deles é mais ou menos feliz, na proporção da medida de suas riquezas? Afinal, eles são felizes? Eu, a pouco, disse que eles eram, de todos os homens, os mais miseráveis! Homens ricos, pelo menos uma vez, fala a verdade de teu coração. Fala, por ti mesmo, e por teus irmãos!
Certamente, que confiar nas riquezas para a felicidade é a maior tolice de todas que estão debaixo do sol! Estás tu convencido disso? É possível que ainda esperes encontrar felicidade no dinheiro, ou em tudo que ele pode proporcionar: O que! Podem a prata e ouro; o comer e beber; cavalos, servos; vestuário resplandecente; e diversões e prazeres (como são chamadas) fazer com que sejas feliz? Eles podem tão logo te tornar imortal!
21. Essas são todas aparências mortas. Não as leva em consideração. Confia no Deus vivo; e então, estarás a salvo debaixo da sombra do Altíssimo; sua fidelidade e verdade serão teu escudo e proteção. Ele é um socorro bem presente, nos momentos de aflição; tal ajuda que nunca falha. Assim sendo, deverás dizer, se todos os teus amigos morreram, 'O Senhor vive, e abençoado seja meu forte ajudador!'. Ele irá te lembrar que quando tu estiveres doente acamado; quando a ajuda de homens for inútil. Quando todas as coisas na terra não puderem dar suporte, ele 'afofará tua cama em tua enfermidade'. Ele irá amenizar tua dor; as consolações de Deus farão com que batas as mãos em chamas. E mesmo quando tua casa na terra estiver quase por desmoronar; quando ela estiver preste a cair no pó, Ele irá ensinar-te a dizer, "O, morte, onde está tua dor aguda? Ó, sepultura, onde está tua vitória? Abençoado seja Deus que me deu 'a vitória através' de meu Senhor 'Jesus Cristo'".
Ó confia Nele para a felicidade, assim como para a ajuda. Todas as fontes de felicidade estão Nele. Confia Nele 'que nos deu todas as coisas ricamente para desfrutarmos', -- quem, de sua própria riqueza e livre misericórdia, as segurou firme para nós, como em suas próprias mãos; para que, as recebendo como seu dom, e como garantia de seu amor, pudéssemos desfrutar de tudo que possuímos. É seu amor que nos deu o paladar de tudo que provamos, -- colocou vida e doçura em tudo, enquanto cada criatura nos conduz para o alto para o grande Criador, e toda a terra é uma escala para o céu. Ele transfunde as alegrias, que estão em sua mão direita, em tudo que ele concedeu aos seus filhos agradecidos; que, tendo camaradagem com o Pai, e com seu Filho, Jesus Cristo, desfrutam Dele, em tudo e acima de tudo.
22. Em Terceiro Lugar, não busca aumentar os bens materiais. 'Não junteis para' ti mesmo 'tesouros na terra'. Este é um mandamento claro e positivo; tão claro quanto - 'tu não deves cometer adultério'. Como, então, é possível para um homem rico, ficar ainda mais rico, sem negar o Senhor que o comprou? Sim; como pode algum homem que já tem o necessário da vida ganhar ou almejar ainda mais, e estar sem culpa? 'Não junteis', diz o Senhor, 'tesouros na terra'. Se, a despeito disto, você o faz, e armazena dinheiro ou bens, que 'as traças e a ferrugem consomem, ou os ladrões mimam e roubam'. Se você adiciona casa a casa; ou campo ao campo, -- por que você chama a si mesmo cristão? Você não obedece a Jesus Cristo. Você não objetiva isto. Por que você denomina a si mesmo por seu nome? 'Por que você chama a mim, Senhor, Senhor', diz ele mesmo, 'e não faz as coisas que eu digo?'.
23. Se você perguntar: 'Mas o que devo fazer com meus bens, vendo que tenho mais do que tenho oportunidade de usar, se eu não posso armazená-los? Posso jogá-los fora?'. Eu respondo: Se você jogá-lo ao mar; se você atirá-los ao fogo, e consumi-los, eles terão melhor uso do que agora. Você não poderá encontrar uma maneira tão prejudicial de jogá-los fora; de armazená-los para a posteridade, ou juntá-los para si mesmos, em tolices e superficialidades. De todos os métodos possíveis de jogá-los fora, esses dois são os piores; os que mais se opõem ao Evangelho de Cristo, e os mais perniciosos para sua própria alma.
Quão pernicioso para sua própria alma é o último desses, tem sido excelentemente mostrado por um recente escritor:
'Se nós gastamos nosso dinheiro, nós não somos apenas culpados de desperdiçar um talento que Deus nos deu, mas culpados de causarmos a nós mesmos um dano além, o de tornamos esse talento útil, um meio poderoso de corromper a nós mesmos; gastando de maneira errada; para sustentarmos alguns temperamentos errados, gratificando alguns desejos vãos e irracionais, que como cristãos nós somos obrigados a renunciar'.
'Como sabedoria e habilidades não podem tão somente ser menosprezadas, a não ser que exponham aqueles que as têm às tolices maiores; então, o dinheiro não pode ser tão somente menosprezado, a não ser que ele não seja usado de acordo com a razão e a religião, fazendo com que as pessoas vivam uma vida mais tola e extravagante, do que elas poderiam ter vivido sem ele. Se, por conseguinte, você não gasta seu dinheiro, em fazer o bem a outros, você deverá gastá-lo para o prejuízo de si mesmo. Você agirá como aquele que nega o cordial [medicamento estimulante] para seu amigo doente, já que ele não pode beber, sem inflamar seu sangue. Porque este é o caso do dinheiro supérfluo, se você o dá para aqueles que precisam dele, é um medicamento estimulante; se você o gasta consigo mesmo em alguma coisa, que você não precisa, é apenas para inflamar e inquietar sua mente'.
"Ao usarmos as riquezas onde eles não têm uso real; e nem nós mesmos temos alguma necessidade real, nós apenas as usamos para nosso grande prejuízo, em criarmos desejos desmedidos, em alimentarmos temperamentos doentios, em induzirmos às paixões tolas, e sustentando uma mudança vã de mente. Porque comida e bebida dispendiosas, finas roupas e finas casas, propriedades e equipagem, prazeres e diversões animadas. Todos eles naturalmente causam dano e desordem ao nosso coração. Eles são o alimento e a nutrição de todas as tolices e fraquezas de nossa natureza. Eles todos são o suporte de alguma coisa que não deve ser sustentada. Eles são contrários àquela sobriedade e devoção de coração que têm prazer nas coisas divinas. Existem tantos pesos sobre a nossa mente, que nos tornam menos capazes e menos inclinados a erguermos nossos pensamentos e afeições para as coisas do alto".
'De maneira que, aquele dinheiro assim gasto, não é meramente desperdiçado ou perdido, mas é gasto para propósitos maus e efeitos miseráveis; para a corrupção e desordem de nossos corações; para nos tornar incapazes de seguir as doutrinas sublimes do Evangelho. É como sonegar o dinheiro do pobre para comprar veneno para nós mesmos'.
24. Igualmente indesculpáveis são aqueles que armazenam o que eles não precisam para alguns propósitos razoáveis: -
'Se um homem tivesse mãos, e olhos, e pés, que pudesse dar para aqueles que têm necessidade deles; se ele os guardasse à chave em um baú, em vez de dá-los aos seus irmãos que são cegos e aleijados, nós não poderíamos justamente supor que ele é um patife inumano? Se ele, antes, escolhesse entreter-se, juntando-os, do que se dar direito à recompensa eterna, por dá-los àqueles que necessitam de olhos e mãos, nós não poderíamos justamente considerá-lo louco?
'Agora o dinheiro tem a mesma natureza dos olhos e pés. Se, portanto, nós o trancamos em um baú, enquanto o pobre e aflito precisa dele para seu uso necessário, nós não estamos longe da crueldade daquele que escolhe, antes, armazenar mãos e olhos do que dá-los para aqueles que necessitam deles. Se nós escolhemos ajuntar, preferivelmente, do que nos darmos direito a uma recompensa eterna, por dispormos de nosso dinheiro bem, nós somos culpados de sua loucura que, antes, escolhe guardar, em um baú, olhos e mãos, do que tornar a si mesmo, para sempre abençoado, por dá-los àqueles que necessitam deles'.
25. Esta não pode ser uma outra razão, porque os homens ricos tão dificilmente entram no reino dos céus? A vasta maioria deles está debaixo de uma maldição; debaixo de uma maldição peculiar de Deus; não obstante, no teor geral de suas vidas, essas pessoas não estejam apenas roubando a Deus continuamente, apropriando-se e desperdiçando os bens do Senhor, e por esses mesmos meios, corrompendo suas próprias almas; mas também roubando o pobre, o faminto, o nu; causando injustiça à viúva e órfão; e tornando a si mesmas responsáveis por todas as necessidades, aflições e infortúnio que elas podem remover, mas não o fazem. Sim; será que o sangue de todos esses que perecem, por necessitarem daquilo que elas tanto economizam quanto gastam desnecessariamente, grita contra elas da terra? Ó que relato terão eles dado a Ele que está pronto para julgar os vivos, e os mortos!
26. O caminho verdadeiro de empregar o que vocês não necessitam para si mesmos, vocês podem, em Quarto lugar, aprender daquelas palavras de nosso Senhor, que são a contraparte do que veio antes: 'Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e os ladrões minam e roubo. Mas ajuntai tesouros nos céus, onde nem a traça, nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam, nem roubam'. Distribuam o que quer que possas considerar em melhor segurança do que esse mundo pode dispor. Ajuntem teus tesouros no banco dos céus; e Deus irá restaurá-los naquele dia. 'Aquele que se compadecem dos pobres, emprestam a Deus; e olhem: o que eles derem, lhes será pago novamente'. 'Coloca isto', diz Ele, 'em minha conta. Todavia, tu me deves a ti mesmo além!'
Dê ao pobre com um olho bom; com um coração honesto, e escreva: 'Tanto foi dado a Deus'. Porque 'não obstante, o que for feito ao menor desses meus irmãos, a mim será feito'.
Esta é a parte de uma 'administração fiel e sábia': Não vender suas casas ou terras, ou suprimento principal, sejam eles, mais ou menos; exceto, se alguma circunstância peculiar requeira isto; e não desejar ou se esforçar para aumentá-los, mais do que desperdiçá-los em vaidade; mas empregá-los totalmente naqueles propósitos sábios e razoáveis, para os quais seu Senhor os tem depositado em suas mãos. O mordomo sábio, depois de ter providenciado sua própria família com o que seja necessário para a vida e santidade, faz a si mesmo amigos com tudo que sobra, de tempos em tempos, do 'espírito de cobiça da iniqüidade, para que, quando ele cair, eles possam recebê-lo nas habitações eternas', -- para que, quando quer que seu tabernáculo terrestre seja dissolvido, eles que foram antes carregados para o seio de Abraão, depois de terem comido de seu pão, e vestido a lã de seu rebanho, e louvado a Deus pelo conforto, possam dar boas-vindas a ele no paraíso, e na 'casa eterna de Deus, nos céus'.
27. Nós 'instruímos' você, portanto, 'que é rico neste mundo', como tendo autoridade do grande Senhor e Mestre, -- a habitualmente fazer o bem; viver em um curso de boas obras. 'Seja misericordioso, como seu Pai que está nos céus é misericordioso'; aquele que faz o bem, e não cessa. 'Seja misericordioso', -- até onde? De acordo com o seu poder; com toda a habilidade que Deus lhe deu. Faça esta sua única medida de fazer o bem; não apenas axiomas desprezíveis, ou costumes do mundo. Nós instruímos você a 'ser rico em boas obras'; quando você tiver muito, dar abundantemente. 'Livremente, nós temos recebido. Livremente, damos'; assim é não juntar tesouros, a não ser no céu. Esteja 'pronto para distribuir' a todos, de acordo com a sua necessidade. Distribua amplamente; dê ao pobre; reparta seu pão com o faminto; cubra o nu com uma vestimenta; entretenha o estranho; traga ou envie alívio àqueles que estão na prisão. Cure o doente; não por milagre, mas através da bênção de Deus, sobre sua assistência adequada. Permita que as bênçãos dele que está pronto a perecer, pela necessidade, seja imputada a você. Defenda o oprimido; advogue a causa do órfão; e faça o coração da viúva cantar de alegria.
28. Nós exortamos você, em nome do Senhor Jesus Cristo, a estar 'disposto a comunicar-se'; a ser do mesmo espírito (embora não do mesmo estado exterior) daqueles crentes dos tempos antigos, que permaneceram firmes, naquela abençoada e santa camaradagem, onde 'ninguém dizia que alguma coisa era sua própria, mas eles tinham todas as coisas em comunidade'. Seja um mordomo; um fiel e sábio administrador de Deus e do pobre; diferindo deles nessas duas circunstâncias apenas: que suas necessidades sejam, primeiro, supridas, fora da porção dos bens de seu Senhor, que permanecem em suas mãos, e que você tenha a bem-aventurança de dar.
Assim, 'estabeleça para você mesmo um bom alicerce', não no mundo que agora existe, mas, preferivelmente, 'para o tempo que há de vir, para que você possa se agarrar à vida eterna'. O grande alicerce, na verdade, de todas as bênçãos de Deus, se temporais ou eternas, é o Senhor Jesus Cristo, -- sua retidão e sangue, -- o que Ele fez, e o que Ele sofreu por nós. E o 'outro alicerce', nesse sentido, 'nenhum homem pode estabelecer'; não; nem um Apóstolo; nem um anjo do céu. Mas, através de seus méritos; o que quer que nós façamos, em seu nome, é alicerce para a boa recompensa naquele dia, em que 'cada homem receberá o seu galardão, segundo as suas próprias obras'. Portanto, 'trabalhe, não para a carne que perece, mas para o que preserva a vida eterna'. Por conseguinte, o que quer que sua mão' agora 'encontre o que fazer, faça-o com toda a sua força'.
Assim sendo, que nenhuma ocasião justa passe desapercebida; agarra os momentos dourados, quando eles fogem; tu, através dos poucos anos fugazes, asseguras a eternidade!
'Sejas, tu, pacientemente, persistente, em buscar a beneficência, para a glória, e honra e imortalidade'. Em uma execução constante, e zelosa de todas as boas obras; espera por aquela hora feliz, quando o Rei dirá: Eu tive fome, e tu me deste de comer; eu tive sede, e tu me deste de beber. Eu era um estranho, e tu me acolheste; nu, e tu me vestiste. Eu estava doente, e tu me visitaste; eu estava na prisão, e tu vieste me ver. -- Vem, abençoado de meu Pai, recebe o reino preparado para ti desde a fundação do mundo!'.
John Wesley
Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar a um e amar o outro, ou há de dedicar-se a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas. Por isso vos digo: Não estejais ansiosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer, ou pelo que haveis de beber; nem, quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo mais do que o vestuário? Olhai para as aves do céu, que não semeiam, nem ceifam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não valeis vós muito mais do que elas? Ora, qual de vós, por mais ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado à sua estatura? E pelo que haveis de vestir, por que andais ansiosos? Olhai para os lírios do campo, como crescem; não trabalham nem fiam; contudo vos digo que nem mesmo Salomão em toda a sua glória se vestiu como um deles. Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós, homens de pouca fé? Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que havemos de comer? ou: Que havemos de beber? ou: Com que nos havemos de vestir? (Pois a todas estas coisas os gentios procuram.) Porque vosso Pai celestial sabe que precisais de tudo isso. Mas buscai primeiro o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã; porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal. ( Mateus
1. Está registrado que as nações que o Rei da Assíria estabeleceu nas cidades de Samaria, depois de ter levado Israel cativo, temiam ao Senhor, e, ao mesmo tempo, serviam aos seus próprios deuses'. 'Essas nações', diz o escritor inspirado, 'temiam o Senhor'; desempenhavam um serviço exterior a Ele (uma prova clara de que eles tinham um temor por Deus, embora não de acordo com o conhecimento); 'e serviam suas próprias imagens esculpidas; ambos seus filhos, e os filhos de seus filhos: Assim como seus antepassados; e como eles até esse dia'. ( II Reis
Quão proximamente, a prática da maioria dos cristãos modernos assemelha-se a esta dos pagãos antigos! 'Eles temiam ao Senhor'; eles também executavam os serviços exteriores a Ele, e, por meio disto, mostravam que tinham algum temor a Deus; mas eles igualmente 'serviam aos seus próprios deuses'. Existem aqueles que 'os ensinam' como era ensinado aos Assírios, 'a maneira do Deus da terra'; o Deus cujo nome a cidade carrega até esse dia, e quem foi uma vez adorado lá, com adoração santa. 'Todavia', eles não O serviam sozinho; eles não O temiam suficientemente para isto; Mas 'cada nação criou seus próprios deuses': Cada nação, nas cidades, nas quais eles habitam'. Essas nações temiam ao Senhor'; elas não tinham colocado de lado as formas exteriores de adoração a Ele; mas 'elas serviam as suas imagens esculpidas, prata e ouro; a obra das mãos dos homens: Dinheiro, prazer, e aplaudo; os deuses desse mundo, mais do que divide seus serviços com o Deus de Israel. Essa é a maneira de ambos: 'seus filhos e os filhos de seus filhos; e como fizeram seus antepassados, assim eles fazem até esse dia'.
2. No entanto, falando de uma maneira ampla, seguindo a maneira comum dos homens, dizia-se que esses pobres pagãos 'temiam ao Senhor'; ainda assim, podemos observar que o Espírito Santo imediatamente acrescenta, falando de acordo com a natureza verdadeira e real das coisas: 'Eles não temiam ao Senhor, nem seguiam de acordo com a lei e o mandamento que o Senhor ordenou aos filhos de Jacó; com os quais o Senhor fez uma aliança, e os instruiu, dizendo:Vocês não devem temer outros deuses, nem servi-los. Mas ao Senhor, seu Deus, vocês devem temer, e Ele irá livrá-los das mãos de todos os seus inimigos'.
O mesmo julgamento é passado, através do infalível Espírito de Deus; e, realmente, através dos olhos todos desse entendimento, ele tem permitido discernir as coisas de Deus, sobre esses pobres cristãos, comumente assim chamados. Se nós falamos de acordo com a natureza verdadeira e real das coisas, 'eles não temiam ao Senhor, nem o serviam'. Uma vez que eles não 'seguiam a aliança que o Senhor fez com eles, nem a lei e os mandamentos, os quais ele ordenou a eles dizendo: deveis adorar o Senhor, teu Deus, e a ele tão somente, deveis servir'. 'Eles servem outros deuses, até esse dia'. E 'nenhum homem pode servir a dois mestres'.
3. Quão inútil, é para qualquer homem visar isto: -- tentar servir a dois mestres! É difícil prever qual deva ser a conseqüência inevitável de tal tentativa? 'Tanto ele irá odiar um, e amar o outro; quanto irá dedicar-se a um, e desprezar o outro'. As duas partes dessa sentença, embora separadamente propostas, devem ser entendidas, em conexão uma com a outra; porque a última parte é uma conseqüência da primeira. Ele irá naturalmente dedicar-se a quem ele ama. Ele irá, então, apegar-se a ele, prestando a ele um serviço concorde, fiel e diligente. E, nesse meio tempo, ele irá, da mesma forma, desprezar o mestre que ele odeia, e não terá o menor cuidado com respeito às suas ordens, e irá obedecê-las, se, afinal, de uma maneira inadequada e descuidada. Portanto, quaisquer que sejam os homens sábios do mundo, podemos supor que 'não se pode servir a Deus e a mammon'.
4. Mammon era o nome de um dos deuses pagãos, que se supunha presidir sobre as riquezas. É aqui entendido sobre os próprios ricos; ouro e prata; ou, em geral, dinheiro; e através de uma figura de linguagem, sobre tudo que possa ser comprado por meio disto, tal como conforto, honra e prazer sexual.
Mas o que podemos entender aqui, por servir a Deus, e o que significa servir a mammon?
Nós não podemos servir a Deus, exceto se acreditarmos Nele. Este é a única condição verdadeira para servi-lo. Por conseguinte, acreditando em Deus, como 'reconciliando o mundo para si mesmo, através de Jesus Cristo; o acreditar Nele, como um Deus amoroso, redentor, é a primeira grande ramificação de seu serviço.
E assim, acreditarmos em Deus implica, confiarmos Nele, como nossa força, sem a qual não podemos fazer coisa alguma; quem a todo momento, nos dota com o poder do alto, sem o qual é impossível agradar a Ele; como nosso ajudador, nosso único auxílio nos momentos de preocupação; quem nos circunda com músicas de libertação; como nosso escudo; nosso defensor; e quem ergue nossas cabeças acima de todos os nossos inimigos que estão à nossa volta.
Isto implica, em confiarmos em Deus, como nossa felicidade; como o centro dos espíritos; o único descanso de nossas almas; o único bem que é adequado para todas as nossas capacidades, e suficiente para satisfazer todos os desejos que Ele nos tem dado.
Isto implica (o que está proximamente ligado ao outro), em confiarmos em Deus como nossa finalidade; termos um único olho para Ele, em todas as coisas; usarmos todas as coisas apenas como meios de agradarmos a Ele; onde quer que estejamos, ou o que quer que façamos, vê-lo que é invisível, nos observando bem satisfeito, e submetendo todas as coisas a Ele, em Jesus Cristo.
5. Assim sendo, acreditar é a primeira coisa que devemos entender por servirmos a Deus. A segunda é amá-lo.
Agora, amarmos a Deus da maneira que as Escrituras descrevem; da maneira que o próprio Deus requer de nós, exigindo compromisso, para operar em nós, -- é amarmos a Ele como o Único Deus; ou seja, 'com todo nosso coração, e com toda a nossa alma, e com toda a nossa mente, e com toda as nossas forças'; -- é desejarmos a Deus somente, por amor a Ele; e nada mais, a não ser com referência a Ele; -- regozijarmo-nos em Deus; -- deleitarmo-nos no Senhor; não apenas para buscarmos, mas para encontrarmos felicidade Nele; para desfrutarmos de Deus como o Superior; descansarmos Nele, como nosso Deus e nosso tudo; -- em uma palavra, é termos tal possessão de Deus, que nos torna sempre felizes.
6. A terceira coisa que devemos entender por servir a Deus é assemelharmo-nos a Ele ou o imitarmos. Assim dizem os antepassados: 'a melhor adoração ou serviço a Deus, é imitar a Ele que você adora'.
Nós aqui falamos de imitar ou assemelhar-se a Ele, no espírito de nossas mentes: porque é aqui que a verdadeira imitação cristã de Deus começa. 'Deus é um Espírito'; e eles que o imitam ou se assemelham a Ele, devem fazer isto 'em espírito e em verdade'.
Agora Deus é amor: Portanto, eles, que se assemelham a Ele, no espírito de suas mentes, são transformados na mesma imagem. Eles são misericordiosos, assim como ele é misericordioso. A alma deles é todo amor. Eles são gentis, benevolentes, compassivos, bondosos de coração; e isto não apenas para com o bom e gentil, mas também para com o obstinado. Sim. Eles, assim como Eles amam a todo homem, e sua misericórdia se estende para todas as suas obras.
7. Uma coisa mais, nós devemos entender por servir a Deus, e esta é obedecermos a Ele; glorificarmo-lo, com nossos corpos, assim como, com nossos espíritos; mantendo seus mandamentos exteriores; zelosamente fazendo aquilo com a qual Ele se agrada; cuidadosamente, evitando o que Ele tem proibido; executando todas as ações comuns da vida, com um olhar único, e um coração puro; oferecendo todas elas, no amor santo e ardente, como sacrifícios a Deus, através de Jesus Cristo.
8. Vamos considerar agora o que nós entendemos, por outro lado, como servirmos a mammon. Primeiro, isto implica em confiarmos nas riquezas; no dinheiro; ou nas coisas adquiridas por meio dele, como nossa força, -- como os meios para conseguirmos o que quer que tenhamos em mão; em confiarmos nele como nosso ajudador, -- através do qual, buscamos ser confortados, ou libertos da preocupação.
Isto implica em confiarmos no mundo para a felicidade; supondo que 'a vida do homem', o conforto de sua vida, 'consiste na abundância de coisas que ele possui'; buscarmos descanso nas coisas que são vistas; contentamento, na plenitude exterior; esperarmos satisfação nas coisas do mundo, e que nunca poderão ser encontradas fora de Deus.
E, se nós fazemos isto, nós não podemos deixar de fazer do mundo nossa finalidade; nosso objetivo último; se não, de todos, pelo menos, de muitos de nossos entendimentos; muitas de nossas ações e desígnios; nos quais nós almejamos apenas a melhora da saúde; obter prazer ou louvor; ganhar uma maior medida de coisas temporais, sem qualquer referência às coisas eternas.
9. O servirmos a mammon implica, em segundo lugar, amarmos o mundo; desejando-o apenas por amor a ele; colocando nossa alegria nas coisas dele; e fixando nossos corações sobre elas; buscarmos (o que, de fato, é impossível que possamos encontrar) nossa felicidade nisso; o descanso, com todo o peso de nossas almas, sobre o apoio de juncos quebrados, embora a experiência diária mostre que eles não poderão suportar, mas irão apenas 'entrar em nossa mão e perfurá-la'.
10. Assemelharmo-nos; estarmos em conformidade com o mundo, é a terceira coisa que entendemos por servirmos a mammon; não termos apenas desígnios, mas desejos, temperamentos, afeições, adequados àqueles do mundo; termos uma mente mundana, sensual, presa às coisas da terra; sermos obstinados, amantes desordenados de nós mesmos; pensarmos grandemente, em nossas próprias realizações; desejarmos e deleitarmo-nos no louvor de homens; temermos, evitarmos, e abominarmos reprovação; estarmos descontente com a censura; sermos facilmente provocados, e rápidos para retornarmos o mal com o mal.
11. Servirmos a mammon é, por último, obedecermos ao mundo, exteriormente confirmando suas máximas e costumes; caminharmos como outros homens caminham, numa estrada comum, em um caminho largo, sem obstáculos, e muito usado; é estarmos na moda; seguirmos à multidão; fazermos como o restante de nosso próximo; ou seja, fazermos a vontade da carne e da mente, para gratificarmos nossos apetites e inclinações; sacrificarmos a nós mesmos; almejarmos nosso próprio bem-estar e prazer, no curso geral, de nossas palavras ou ações.
Agora, o que pode ser mais inegavelmente claro do que não podermos, assim, servir a Deus e a mammon?
12. Será que os homens não vêem que não se pode confortavelmente servir a ambos? Que se posicionar, entre Deus e o mundo, é o caminho certo para ficar desapontado em ambos, e não ter descanso, tanto em um, quanto em outro? Em que condição desconfortável está aquele que teme a Deus, mas não o ama, -- que, serve a Ele, mas não com todo seu coração, -- que tem apenas as lutas, mas não as alegrias da religião! Ele tem religião suficiente para torná-lo miserável, mas não o suficiente para fazê-lo feliz: Sua religião não o deixará desfrutar o mundo, e o mundo não permitirá que ele se alegre com Deus. Assim sendo, hesitando entre ambos, ele perde a ambos; e não tem lugar tanto em Deus quanto no mundo.
13. Será que os homens não vêem que ele não pode servir a ambos consistentemente consigo mesmo? Que consistência mais evidente pode ser concebida, do que a que deve continuamente aparecer em todo o comportamento, daquele que está se esforçando para obedecer a ambos esses mestres, -- empenhando-se para 'servir a Deus e mammon?'. Ele é, na verdade, 'um pecador que segue dois caminhos'; dando um passo adiante, e um outro para trás. Ele está continuamente construindo com uma mão, e colocando abaixo com a outra. Ele ama e odeia o pecado: Ele está sempre buscando, e, ainda assim, sempre fugindo de Deus. Ele poderia e não poderia. Ele não é o mesmo homem, um dia inteiro; não, nem por uma hora consecutiva. Ele é uma mistura heterogênea de tuas espécies de contrariedades; um amontoado de contradições misturadas desordenadamente em um. Ó seja consistente consigo mesmo; ou um caminho, ou o outro! Vire para a direita, ou para a esquerda. Se mammon for seu deus, sirva a ele; se o Senhor o for, então sirva ao Senhor. Mas nunca pense em servir um e outro, afinal, exceto de todo o seu coração.
14. Será que cada homem razoável, racional, não vê que ele não pode possivelmente servir a Deus e a mammon? Porque existe a mais absoluta contrariedade; a mais irreconciliável animosidade entre eles. A contrariedade entre as coisas mais opostas na terra; entre fogo e água; escuridão e luz; desfazendo-se em nada, quando comparadas com a contrariedade entre Deus e mammon. Assim sendo, no que quer que sirva a um, você necessariamente renuncia ao outro.
Você acredita em Deus, através de Cristo? Você confia Nele como sua força; sua ajuda; seu escudo; e sua grande recompensa? Como sua felicidade? Sua finalidade em tudo, acima de todas as coisas? Então, você não pode confiar nas riquezas. É absolutamente impossível que você possa, por quanto tempo você tenha fé em Deus. Confia assim nas riquezas? Então, você tem negado a fé. Você não confia no Deus vivo. Você ama a Deus? Você busca e encontra felicidade Nele? Então, você não pode amar o mundo; nem as coisas do mundo. Você está crucificado para o mundo, e o mundo crucificado para você.
Você ama o mundo? As suas afeições estão fixadas nas coisas abaixo? Você busca felicidade nas coisas terrenas? Então, é impossível que você possa amar a Deus. Então, o amor do Pai não está em você. Você se assemelha a Deus? Você é misericordioso como o Pai é misericordioso? Você está transformado, através da renovação de sua mente, na imagem Dele que o criou? Então, você não pode estar em conformidade com o mundo presente. Você tem renunciado a todas essas afeições e luxúrias.
Você está de acordo com o mundo? A sua alma ainda carrega a imagem terrestre? Você obedece a Deus? Você é zeloso para fazer Sua vontade na terra, como os anjos fazem no céu? Então, é impossível que você possa obedecer a mammon. Você coloca o mundo em desafio declarado. Você coloca seus costumes e máximas debaixo de seus pés, não segue, e nem é conduzido por eles. Você segue o mundo? Você vive como os outros homens? Você agrada a homens? Você agrada a si mesmo? Então, você não pode ser um servo de Deus. Você é um servo de seu mestre e pai, o diabo.
15. Portanto, 'você deve adorar o Senhor seu Deus; e a Ele apenas servir'. Deve colocar de lado todos os pensamentos de obedecer a dois mestres; de servir a Deus e a mammon. Não deve propor a si mesmo, resultado, ajuda, felicidade, a não ser Deus. Não deve buscar coisa alguma na terra, ou no céu, a não ser ele: Não deve almejar coisa alguma, a não ser conhecer, amar e deleitar-se Nele. E porque este é todo o seu trabalho abaixo; a única visão que você pode razoavelmente ter; o único objetivo que você deve perseguir em todas as coisas, -- 'Por isso vos digo': (como nosso Senhor continua seu discurso) 'Não estejais ansiosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer, ou pelo que haveis de beber; nem, quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir':-- Uma direção profunda e convincente, que nos importa considerar e entender completamente bem.
16. Nosso Senhor, não requer aqui que possamos estar completamente sem propósito, mesmo no tocante ao que concerne a esta vida. Um temperamento leviano, descuidado, está bem distante de toda a religião de Jesus Cristo. Nem Ele requer que sejamos 'indolentes no trabalho'; sejamos negligentes e dilatórios nisso. Isto, igualmente, é contrário a todo espírito e caráter de Sua religião. Um cristão abomina preguiça, assim como bebedeira; e foge da inatividade, assim como ele faz do adultério. Ele conhece bem que existe uma espécie de pensamento e cuidado com que Deus está bem agradado; que é absolutamente necessário para a devida execução dessas obras exteriores, junto as quais a providência de Deus o tem chamado.
É a vontade de Deus, que cada homem possa trabalhar para comer seu próprio pão; sim, e que cada homem possa prover para si mesmo; e para aqueles de sua própria casa. É igualmente Sua vontade que 'não devamos a homem algum, mas que providenciemos as coisas, honestas aos olhos de todos os homens'. Mas isto não pode ser feito, sem tomar algumas considerações; sem ter algum cuidado sobre nossas mentes; sim, e freqüentemente, não, sem uma reflexão longa e séria; não, sem muito cuidado, e cuidado sincero. Conseqüentemente, essa preocupação, para prover para nós mesmos, e para os de nossa casa; essa preocupação, em como restituir o que devemos a eles, nosso abençoado Senhor não condena. Sim, isto é bom e aceitável aos olhos de Deus, nosso Salvador.
É bom e aceitável para Deus, que tenhamos preocupação, no que concerne ao que temos em mão; como a ter uma compreensão clara do que estamos por fazer; e planejar nossa tarefa, antes de darmos início a ela. E é certo que nós podemos, de tempos em tempos, considerar cuidadosamente quais são os passos que devemos tomar nisso; assim como, que devemos preparar todas as coisas de antemão, para conduzi-la da maneira mais efetiva. Esse cuidado, denominado por alguns como 'a preocupação da cabeça', de maneira alguma foi o que nosso Senhor objetivou condenar.
17. O que Ele condena aqui, é o cuidado excessivo do coração; a ansiedade; a inquietação desconfortável; a que traz aflição; toda aquela preocupação que causa dano à alma e ao corpo. O que Ele proíbe, é aquela agitação, que a experiência triste mostra, que enfraquece o sangue e esvazia o espírito; que antecipa toda a miséria que ela teme, e vem nos atormentar antes do tempo. Ele proíbe apenas aquela excitação que envenena as bênçãos de hoje, por temer o que possamos ser amanhã; que não pode desfrutar o presente plenamente, em meio às apreensões das necessidades futuras. Essa inquietação não é apenas uma doença desagradável, uma enfermidade grave da alma, mas também uma abominável ofensa contra Deus; um pecado dos mais abjetos. É uma alta afronta para o gracioso Governador, e sábio Disponente de todas as coisas; necessariamente implicando que o grande Juiz não está agindo corretamente; que Ele não está ordenando todas as coisas bem. Implica plenamente que Ele necessita, tanto de sabedoria já que Ele não sabe quais as coisas de que necessitamos; quanto de santidade se não as provém a todos aqueles que depositam sua confiança Nele. Cuide, portanto, que você não se aflija nesse sentido: Que não esteja ansiosamente preocupado, com coisa alguma. Que não tenha um pensamento desconfortável. Esta é uma regra clara, e certa. Cuidado inquietante, é cuidado ilegítimo. Com um olho fixo em Deus, faça tudo que estiver ao seu alcance para prover as coisas, de maneira honesta, aos olhos de todos os homens. E, então, entregue tudo em mãos melhores; deixe todo o resultado para Deus.
18. 'Não tenham preocupação' desse tipo; não tenham preocupação inquietante, mesmo 'pela vida; pelo que vocês devam comer; ou o que beber; ou que vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo mais do que o vestuário?'. Se, então, Deus deu a vida, o maior dom de todos, Ele não dará alimento para sustentá-la? Se Ele deu a vocês um corpo, como vocês podem duvidar de que Ele dará o vestuário para cobri-lo? Mais especificamente, se vocês derem a si mesmos a Ele, e servirem-no com todo seus corações. 'Observem'; vejam, diante de seus olhos, 'as aves do céu, que não semeiam, nem ceifam, nem ajuntam em celeiros';e elas não têm falta de coisa alguma; 'seu Pai celestial as alimenta. Não são vocês muito mais do que elas?'. Vocês que são criaturas suscetíveis de Deus; não serão mais considerados aos olhos de Deus? Ou num grau e escala maior entre todos os seres? 'Ora, qual de vocês, por mais ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado à sua estatura?'. Que proveito vocês têm, então, desse pensamento ansioso? Será, de qualquer modo, infrutífero e inútil.
'E por que se preocuparem com o vestuário?'. Vocês já não têm uma reprovação, para onde quer, que vocês virem seus olhos? 'Olhem para os lírios do campo, como crescem; não trabalham nem fiam; contudo eu lhes digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como um deles. Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno', (que é cortada, queimada e não mais vista) 'quanto mais não vai vestir a vocês, homens de pouca fé?'. Vocês, aos quais Ele fez para que vivessem para sempre; para serem os retratos de sua própria eternidade! Vocês são, de fato, de pouca fé; do contrário, não poderiam duvidar de seu amor e cuidado; não; nem por um momento.
19. 'Portanto, não se preocupem, dizendo: Que havemos de comer', se nós não ajuntamos tesouros na terra? 'Que havemos de beber', se nós servimos a Deus com toda nossa força; se nossos olhos estão unicamente fixados Nele? 'Com que nos havemos de vestir', se nós não estamos em conformidade com o mundo; se nós não obedecemos aqueles, através dos quais poderíamos ter proveito? 'Pois a todas estas coisas os gentios procuram', -- os ateus que não conhecem a Deus. Mas vocês estão conscientes de que 'seu Pai celestial sabe que vocês têm necessidade de todas essas coisas'. E Ele tem apontado um caminho infalível de vocês estarem constantemente sendo supridos nisto: 'Busquem, primeiro o Seu reino, e a Sua justiça, e todas estas coisas lhes serão acrescentadas'.
20. 'Busquem, primeiro o reino de Deus': -- Antes de dar lugar a alguma outra preocupação ou cuidado, que seja sua única preocupação que o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo (que 'deu Seu único Filho Unigênito', para que, todo que nele crer, 'não pereça, mas tenha a vida terna') possa reinar em seus corações; possa manifestar a si mesmo em suas almas; e habitar, e lá comandar; que Ele possa 'atirar ao chão toda coisa imponente que exalta a si mesma contra o conhecimento de Deus, e traga cativo todo pensamento de obediência a Cristo'. Que Deus tenha o único domínio sobre vocês: Deixem-no reinar sem rival: Deixem que Ele possua todo o coração de vocês, e os comande sozinho. Que Ele seja o único desejo de vocês; a alegria, o amor; de modo que tudo que está em você possa continuamente clamar: 'O Senhor Deus Onipotente reina'.
'Busque o reino de Deus, e sua retidão'. Retidão é o fruto do reino de Deus no coração. E o que é retidão, se não, amor? o amor a Deus e a toda a humanidade, fluindo da fé. em Jesus Cristo, e produzindo humildade de mente; mansidão, gentileza, longanimidade, perseverança, morte para o mundo; e cada disposição correta do coração, em direção a Deus e ao homem. E, através disto, ela produz todas as ações santas; o que quer que seja amável ou de boa reputação; o que quer que seja obras da fé e trabalho do amor são aceitáveis para Deus, e adequado ao homem.
'Sua retidão'. Isto é toda sua retidão ainda: É o seu próprio dom, livre para nós, por amor a Jesus Cristo, o justo, através de quem unicamente é conseguida para nós. E é sua obra; é Ele apenas que opera isto em nós, através da inspiração do Espírito Santo.
21. Talvez, observar bem isto, possa dar uma luz para algumas outras Escrituras, que nós não temos entendido sempre tão claramente. Paulo, falando em sua Epístola aos Romanos, concernente aos descrentes judeus, disse: 'Eles, sendo ignorantes da retidão de Deus, e pretendendo estabelecer sua própria retidão, não têm se submetido à retidão Dele. Eu acredito que isto possa ser o único sentido das palavras: Eles eram 'ignorantes da retidão de Deus'; não apenas da retidão de Cristo, imputada a cada crente, por meio da qual, todos os seus pecados são apagados, e ele é reconciliado para o favor de Deus: Mas (o que parece aqui ser mais imediatamente entendido) eles eram ignorantes daquela retidão interior; daquela santidade de coração, que é, com a mais extrema propriedade, denominada retidão de Deus; como sendo seus dons livres, através de Cristo; e sua própria obra, por meio de seu Todo-Poderoso Espírito. E, porque eles eram 'ignorantes' disso, eles 'empreenderam estabelecer sua própria retidão'. Eles trabalharam para estabelecer aquela retidão exterior que poderia muito propriamente ser denominada sua própria. Já que ela nunca foi forjada pelo Espírito de Deus, nem pertenceu ou foi aceita por Ele. Eles teriam operado isto, eles mesmos, através da própria força natural; e, quando o fizeram, foi um fedor para suas narinas. Ainda assim, confiando nisso, eles 'não se submeteram à retidão de Deus'. Sim; eles se endureceram contra aquela fé, por meio da qual apenas, é possível ater-se a ela. 'Porque Cristo é a finalidade da lei, para a retidão de todo que crê'. Cristo, quando disse, 'Está terminado!', colocou um fim àquela lei, -- à lei dos ritos e cerimônias externas, que ele poderia trazer para uma melhor retidão, através de seu sangue; através daquela única oblação de si mesmo, uma vez oferecida, até mesmo a imagem de Deus, no mais íntimo da alma de cada um que crê.
22. Proximamente relacionado a essas são aquelas palavras do Apóstolo, em sua Epístola aos Filipenses: 'Eu considero todas as coisas como esterco, para que eu possa ganhar a Cristo'; uma entrada em seu reino eterno; 'e ser encontrado nele', acreditando nele, 'não tendo minha própria retidão, que é da lei, mas aquela que é através da fé de Cristo, a retidão que é de Deus pela fé'. 'Não tendo minha própria retidão, que é da lei'; uma retidão meramente externa; a religião exterior que eu primeiramente tive, quando eu esperei ser aceito de Deus, porque eu fui 'tocado pela retidão que é da lei, sem culpa'; -- 'mas aquela que é através da fé em Cristo, a retidão que é de Deus pela fé'; ( Filipense 3:8-9) aquela santidade do coração; aquela renovação da alma, em todos os seus desejos, temperamentos e afeições, 'que é de Deus', (é a obra de Deus, e não do homem) 'pela fé'; através da fé de Cristo, através da revelação de Jesus Cristo em nós, e pela fé em seu sangue; por meio do qual somente, nós obtemos a remissão de nossos pecados, e uma herança entre aqueles que são santificados.
23. 'Busquem, primeiro' este 'reino de Deus', em seus corações; esta retidão, que é o dom e obra de Deus; a imagem de Deus renovada em suas almas; 'e todas essas coisas devem ser acrescidas a vocês'; todas as coisas necessárias para o corpo; tal a medida de tudo como Deus vê, a maioria para a promoção de seu reino. Essas serão acrescentadas, -- elas serão acrescentadas, além. Em buscar a paz e o amor de Deus, vocês não apenas encontrarão o que vocês mais imediatamente procuram, mesmo o reino que não pode ser movido; mas também o que vocês não buscam, -- não, afinal, por causa dele, mas apenas em referência ao outro. Vocês encontrarão em seu caminho para o reino, todas as coisas exteriores, tanto quanto elas sejam convenientes para vocês. Esse cuidado Deus tem tomado sobre si mesmo: Joguem sobre Ele todas as suas preocupações. Ele conhece suas necessidades; e o que quer que esteja faltando, Ele não falhará em suprir.
24. 'Portanto, não se preocupem com o amanhã'. Não apenas não tenham preocupação em como ajuntarem tesouros na terra; como fazerem aumentar os bens materiais; não se preocupem, em como procurarem mais alimento do que aquele que vocês podem comer; ou mais vestuário do que podem vestir; ou mais dinheiro do que o dia a dia de uma vida simples e com propósitos razoáveis pode requerer; -- nem tenham um pensamento inquietante, mesmo no que concerne àquelas coisas que são absolutamente necessárias para o corpo. Não aflijam a si mesmos agora, com o que deverão fazer numa época ainda distante. Talvez, aquela época nunca chegue; ou não dirá mais respeito a vocês; -- antes, então, vocês terão passado por todas as ondas, e terão embarcado na eternidade. Todas essas visões distantes não pertencem a vocês; vocês são criaturas do dia a dia. Mais ainda, o que vocês poderão fazer pelo amanhã, mais estritamente falando? Por que causarem confusão a si mesmos, sem necessidade? Deus providencia para vocês hoje o que é necessário para sustentarem a vida que Ele tem dado a vocês. É o suficiente. Entreguem-se nas mãos deles. Se vocês forem viver mais um dia, Ele providenciará para este também.
25. Acima de tudo, não tenham preocupação com coisas futuras, com a pretensão de negligenciarem o dever presente. Este é o caminho mais fatal de 'se preocupar com o amanhã'. E quão comum é isto entre os homens! Muitos, se nós os exortamos a manterem a consciência isenta de ofensa; para absterem-se daquilo que estamos convencidos seja mal, não têm escrúpulos em replicar: 'Como, então, devemos viver? Nós não devemos nos preocupar conosco mesmos e com nossas famílias?'. E isto eles imaginam ser razão suficiente para continuarem em pecado conhecido e terrível. Eles dizem, e talvez pensem, que poderiam servir a Deus agora, não fossem eles, mais tarde, perder seu alimento. Eles se preparariam para a eternidade; mas estão temerosos pela falta do que é necessário para a vida. Assim, eles servem o diabo, por causa de um pedacinho de pão; eles se apressam para o inferno, por medo da necessidade; eles atiram fora suas pobres almas, a fim de que eles não possam, algum tempo ou outro, não alcançar o que é necessário para seus corpos!
Não é estranho que eles que lidam com o assunto, fora das mãos de Deus, possam estar tão freqüentemente desapontados das mesmas coisas que eles buscam; que, enquanto eles atiram fora o céu, para assegurar as coisas da terra, eles perdem uma, mas não ganham a outra? O zeloso Deus, no sábio curso de sua providência, freqüentemente permite isto. De maneira que, estes que não colocam suas preocupações em Deus; que têm aflições por coisas temporais, têm pouco interesse pelas coisas eternas; perdem a mesma porção que eles têm escolhido. Existe uma influência maléfica visível, em todas as suas incumbências; o que quer que eles façam, não prospera; de tal maneira que, depois de terem preterido Deus ao mundo, eles perdem o que eles buscaram, tanto quanto o que eles não buscaram: Eles não alcançam o reino de Deus, e sua retidão; nem ainda as outras coisas são acrescentadas a eles.
26. Existe uma outra maneira de 'nos preocuparmos com o amanhã', que é igualmente proibido nessas palavras. É possível preocuparmo-nos de modo errado, mesmo com respeito às coisas espirituais; sermos tão cuidadosos a respeito do que pode acontecer mais tarde, a ponto de negligenciarmos o que é requerido agora de nossas mãos. Quão insensivelmente nós deslizamos nisto, se não estamos continuamente vigiando com oração! Quão facilmente somos levados, em uma espécie de sonho acordado, projetando cenas remotas, e desenhando cenários aprazíveis em nossa própria imaginação! E nós pensamos, no que iremos fazer, quando estivermos em tal lugar, ou quando tal tempo chegar! Quão útil seria; quão produtivo nas boas obras, quando nós estivermos mais facilmente nessas nossas condições. Quão sinceramente serviremos a Deus, quando tal obstáculo estiver fora do caminho!
Ou, talvez, vocês estejam agora na opressão da alma: Deus, como aconteceu, esconde sua face de vocês. Vocês vêem pouco da luz de seu semblante: vocês não podem testar seu amor redentor. Em tal temperamento de mente, quão natural é dizer: 'Ó como eu irei louvar a Deus, quando a luz de seu semblante tiver novamente se erguido na minha alma! Como eu irei exortar outros a louvá-lo, quando seu amor estiver novamente espalhado em meu coração! Então, eu irei fazer assim e assim: eu irei falar para Deus em todos os lugares: Eu não irei me envergonhar do Evangelho de Cristo. Eu irei redimir o tempo: e usar o mais aprimorado talento que eu tenho recebido'. Não acreditem em si mesmos. Vocês não irão fazer isto, então, a menos que o façam agora.
'Aquele que é fiel no pouco', de qualquer espécie que seja, se for bens materiais, ou o temor, ou amor de Deus, 'será fiel naquilo que é muito'. Mas se vocês agora escondem um talento na terra, vocês irão esconder, então, cinco: Ou seja, se eles alguma vez forem dados; mas existe uma pequena razão para esperar que eles sempre serão. De fato, 'junto a ele que tem', ou seja, que usa o que tem, 'será dado, e ele terá mais abundantemente. Mas aquele que não tem', ou seja, que não usa da graça que ele já tem recebido, que, menor ou maior grau, 'será tomado mesmo o que ele tem'. ( Lucas
27. E não se preocupem pelas provas do amanhã. Esta também é uma armadilha perigosa. Não pensem: 'Quando tal prova vier, o que irei fazer? Como deverei ficar? Eu sinto que não tenho forças para resistir. Eu não sou capaz de dominar aquele inimigo'. A maior verdade: Vocês não têm agora o poder do qual vocês não necessitam. Vocês, neste momento, não estão capacitados para vencerem aquele inimigo; e nesse momento, ele não irá atacá-los. Com a graça que vocês têm agora, vocês não podem resistir às tentações que vocês não estão sofrendo. Mas, quando as provas vierem, a graça virá. Nas maiores experimentações, vocês terão a maior força. Quando os sofrimentos abundarem, as consolações de Deus virão, na mesma proporção, abundantes também. De maneira que, em cada situação, a graça de Deus será suficiente para vocês. Ele não irá permitir que vocês 'sejam tentados hoje', acima daquilo que vocês sejam capazes de suportar, e 'em cada tentação ele irá criar um caminho para escape'. 'Como forem teus dias, assim serão tuas forças'. ( Deuteronômio
28. 'Deixem que o amanhã', portanto, 'preocupe-se consigo mesmo'; ou seja, quando o amanhã vier, então, pensem nele. Vivam o hoje. Seja o sincero cuidado de vocês, melhorarem a presente hora. Isto compete a vocês; e isto é tudo com que devem se preocupar. O passado é como nada; como se nunca tivesse existido. O futuro é nada para vocês. Ele não lhes pertence; talvez, nem nunca chegue a pertencer. Não se pode estar na dependência do que está por vir; porque vocês 'não sabem o que o dia poderá trazer'. Portanto, vivam o presente: não percam uma hora. Usem esse momento; porque ele é a sua porção. 'Quem, debaixo do sol, já sabia das coisas que vieram antes dele, ou o que deverá vir depois?'. As gerações que existiram desde o começo do mundo, onde elas estão agora? Passaram rapidamente: Estão esquecidas. Elas se foram; elas viveram seus dias; elas foram tiradas da terra, como as folhas de suas árvores: Elas viraram pó comum! Outra e outra raça sucederam; e, então, 'seguiram a geração de seus antepassados, e nunca mais viram a luz'.
Agora são vocês que estão sobre a terra. 'Regozijem-se', ó jovens, nos dias de sua juventude! Desfrutem muito, muito agora, alegrando-se com Ele, 'cujos dias não acabam'. Permitam que seus olhos estejam singularmente fixos Nele, 'que não é inconstante, nem demonstra a menor mudança!'. Agora dêem a Ele os seus corações; permaneçam Nele? Sejam santos, como Ele é santo. Abracem a oportunidade abençoada de fazer a Sua vontade aceitável e perfeita. Regozijem-se 'para suportarem a perda de todas as coisas', assim, vocês poderão 'ganhar a Cristo'.
29. Felizes, por suportarem hoje, por amor a Seu nome, o que quer que Ele permita que venha, neste dia, sobre vocês. Mas não se preocupem com o amanhã. 'É suficiente a cada dia o seu mal'. O mal é, falando da maneira dos homens, a reprovação, a necessidade, a dor ou enfermidade; mas na linguagem de Deus, tudo é bênção: É o precioso bálsamo preparado pela sabedoria de Deus, e distribuído, diferentemente, entre seus filhos, de acordo com as várias enfermidades de suas almas. E Ele dá, em um dia, o suficiente para aquele dia; proporcionado à necessidade e força do paciente. Se, por conseguinte, vocês quiserem hoje, o que pertence ao amanhã; se vocês acrescentarem isso ao que já é dado a vocês, isto será muito mais do que poderão suportar: Este é o caminho não para a cura, mas para a destruição de suas próprias almas. Tomem, portanto, a medida exata do que Ele deu a vocês, hoje. Hoje, façam e suportem o que é da vontade Dele! Hoje, entreguem-se; seus corpos, almas e espírito, a Deus, através de Jesus Cristo; desejando nada mais, a não ser que Deus possa ser glorificado em tudo que vocês são; em tudo que vocês fazem; em tudo que suportam; não buscando coisa alguma, a não ser conhecer a Deus, e ao Seu Filho, Jesus Cristo, através do Espírito eterno; nada almejando, a não ser amar a Ele, servi-lo, e alegrar-se Nele nessa hora, e para toda a eternidade!
Agora, junto 'a Deus, o Pai, que fez a mim e a todo o mundo'; junto a 'Deus, o Filho, que tem me redimido e a toda a humanidade' junto 'a Deus, o Espírito Santo, que santificou a mim e a todo o povo eleito de Deus'; seja a honra e louvor; majestade e domínio, para sempre e sempre! Amém!
Wiersbe
Os versículos
Deus antes das necessidades ter-renas do homem. Ele adverte-nos contra a oração egoísta.
- Jejum (vv. 16-18)
O verdadeiro jejum é o do coração, não apenas o do corpo (veja Os
- A prática diária (vv. 25-34)
O "por isso" de Cristo sugere que agora ele aplicará esse princípio à nossa vida. Ele mostra que a preo-cupação com as coisas materiais é insensatez porque não realiza nada! Ele lembra-nos de pôr nossos valo-res no lugar certo — a vida consiste em mais que alimento e vestimenta. Jesus era pobre, contudo era muito feliz e tinha paz. Paulo afirmou que ele era "pobre [...] mas enrique-
cendo a muitos" (2Co
Cristo menciona que Deus cui-da da natureza — as flores, a grama e as aves. "Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós outros." O Pai conhece nossas necessidades, e, se o pomos em primeiro lugar, ele supre todas as nossas necessidades. Como os crentes de hoje devem praticar Ma-teus 6:33? Para começar, ponha-mos Deus em primeiro lugar todos os dias. Isso significa reservar um tempo para orar e ler a Palavra. Po-nhamos o Senhor em primeiro lugar toda semana, ao comparecer fiel-mente na casa de Deus. Ponhamos o Senhor à frente em todos os dias de pagamento, ao entregar nosso dí-zimo a ele. Ponhamo-lo em primei-ro ao escolher não tomar decisões que o deixem de fora. Ló deixou o Senhor fora de suas decisões e ter-minou na escuridão de uma caver-na cometendo pecados terríveis! Ele, ao escolher um lugar para viver e criar sua família, não pôs Deus em primeiro lugar.
Há paralelos espirituais para as coisas materiais que as pessoas buscam hoje. Temos de alimentar a pessoa escondida em nosso coração com o alimento espiritual da mesma forma que alimentamos nosso corpo (Mt
Russell Shedd
6.7 Vãs repetições. Esta era a maneira pagã de "forçar" os deuses e conceder favores que estava em voga com os adoradores de Baal (1Rs
6.9 Pai nosso. Conforme Lc
6.11 De cada dia. Conforme Lc
6.34 Mal. Gr kakos, "mal" (do ponto de vista humano), "dificuldade".
NVI F. F. Bruce
O caráter descrito no cap. 5 se expressa em ações exteriores, que coletivamente chamamos de “religião” (Jc 1:26,Jc 1:27) ou “obras de justiça” (v. 1, dikaiosynê, lit., justiça). A qualidade dessas ações não depende de os homens as verem, mas de serem feitas para que os homens as vejam; os que Jesus estava repreendendo, indubitavelmente estavam fazendo-as para Deus também.
Recompensa (v. 1). Para muitos hoje, a dificuldade principal gerada pelo Sermão do Monte é o destaque dado às recompensas, que são citadas nove vezes. Mas esse é um elemento encontrado em todo o NT; e.g., Mt
Esmola (v. 2ss). Dar esmolas era considerado pelos judeus o principal ato de piedade. A necessidade foi criada pelo grande número de pessoas física e psiquicamente incapazes para o trabalho. Havia também muitos desprovidos de terra, que não podiam ter a expectativa de manter suas famílias por meio do seu trabalho ocasional (conforme Mt
A maior parte dos atos de caridade era exercida pela sinagoga como representante da comunidade. Isso tornava a mendicância menos necessária e ajudava a manter os pobres no anonimato. Assim, a ostentação condenada aqui não está no dar aos indivíduos, mas na proclamação pública das somas dadas à comunidade para esse propósito (com trombetas é uma hipérbole muito ilustrativa). Acerca de hipócritas, v. observação no final do capítulo; não há sugestão alguma de que aqui (ou nos v. 5,16; 7,5) os escribas ou fariseus estejam sob ataque especial. Essas práticas não eram exclusivas deles, sua plena recom-pensa\ Era o elogio dos homens; assim, a recompensa de Deus, de que eles abriram mão, é o elogio de Deus, o seu “Muito bem”, mão esquerda [...] mão direita\ Uma expressão ilustrativa sugerindo segredo absoluto. O judaísmo insistia em que a caridade fosse mantida em segredo para não envergonhar o pobre; deve ser algo tão secreto que nós mesmos esquecemos que o ajudamos quando o encontrarmos novamente.
Oração (v. 5-8). Nem a oração comunitária, que Jesus nunca condenou, nem o derramar secreto do coração, que não precisava ser ensinado, estão em consideração aqui, mas a associação comum na época que o indivíduo fazia, não importava onde estivesse, com a oração nacional matutina e vespertina no templo (conforme At
A oração-padrão (v. 9-13). Conforme Lc
4. Quando a comunidade e o indivíduo consciente da sua unidade com a comunidade estão orando, alguma orientação a respeito do escopo da sua oração é necessária (a oração totalmente privada não está em consideração aqui). A variante abreviada e ligeiramente diferente em Lc 11, a omissão de qualquer confissão anterior de pecados e a ausência de uma doxologia no final (a que está na 5A é bem antiga mas certamente não é original) juntas sugerem que temos aqui uma orientação e um quadro geral para nossos pedidos, mas não uma fórmula fixa.
Sou membro de uma comunidade, por isso digo nosso\ fui aceito como filho, assim digo Pai. nos céus me lembra que não há nem incapacidade para dar nem exagero em dar. Eu oro primeiro para que Deus tenha o seu lugar de direito entre os homens. A forma mais próxima do nosso significado moderno provavelmente seja “que o seu nome seja honrado” (Phillips) ou “que o seu nome seja reverenciado” (Filson); nome “significa como Deus se revelou” (Filson). A oração pela vinda do Reino (conforme comentário Dt
de cada dia (epiousios): Foi encontrada somente uma ocorrência dessa expressão em escritos não-cristãos, de modo que o seu significado é incerto; isso se mostra pelas interpretações variantes do início da história da Igreja. Pode bem significar “porção diária” (conforme Arndt, p. 296-7) ou “pão para o futuro imediato” (Tasker). dívidas [...] devedores'. Não há justificativa para a tradução “transgressões” em algumas versões. A transgressão na Bíblia tem a conotação de rebeldia, e qualquer pecado desse tipo teria de ser confessado antes que uma pessoa pudesse pensar em orar normalmente. No máximo, o que se tem em mente com dívidas são nossas insuficiências (“pecados”, Lc
Um aspecto preliminar à oração (v. 14,15). Conforme 18:23-35; Mc
O jejum (v. 16-18). Uma pessoa sob prolongado estresse emocional tende a evitar a comida normal. Daí que o jejum, sem uma ordem registrada de Deus, tornou-se um procedimento natural do penitente e de todos que se sentiam sob a ira divina para se aproximarem de Deus. Na Lei, o jejum é ordenado somente para o Dia da Expiação (Lv 16.29,31; Nu 29:7), em que se diz ter a função de “afligir a alma” (RV), o que sugere a natureza essencialmente dupla do verdadeiro jejum; não deve ser uma questão só do corpo. O jejum é mencionado com fre-qüência em outros trechos do AT, e de fato é considerado algo comum. No NT, não é ordenado em lugar nenhum — os versículos citados em apoio a isso, e.g., Mt
Evidentemente Jesus não está chamando o crente a se afastar e se dissociar do jejum da comunidade, mas está falando do jejum voluntário (v.comentário Dt
Acerca da confiança em Deus (6:19-34)
Na época do NT, e, aliás, até a nossa época, a comunidade judaica local cumpria o papel do Estado moderno que dá assistência social aos seus cidadãos, mas suas finanças eram normalmente precárias, e os que eram ajudados por ela não alcançavam status com isso. Essa seção se ocupa tanto da segurança do indivíduo quanto do seu status.
O verdadeiro tesouro (v. 19-21). Conforme Lc
Os olhos sadios (v. 22,23). Conforme Lc
O escravo com dois senhores (v. 24). Conforme Lc
Ansiedade (v. 25-34). Conforme Lc
Até esse ponto, Jesus falou dos problemas conhecidos que fazem o homem se preocupar. No v. 34, ele passa aos que ainda são desconhecidos. Quando o amanhã trouxer o conhecimento deles, também trará a resposta a eles.
Observação sobre hipócritas: Hipócrita, que é simplesmente uma palavra grega escrita em letras portuguesas, ocorre no NT somente nos Evangelhos sinópticos e sempre nos lábios de Jesus. Nós a encontramos 13 vezes em Mateus (6.2,5.16; 7.5; 15.7; 22.18; 23.13
Na época do NT, a palavra tinha um campo semântico muito amplo, mas a idéia de um homem mau tentando ser bom não estava entre os sentidos possíveis. É possível que a palavra “ator” satisfaça todas as ocorrências do NT; certamente é satisfatória no Sermão do Monte. Mesmo quando se aplica aos escribas e fariseus, temos a impressão de que eles estavam tão convictos da justiça e correção da sua posição e ações que se achavam cegos para os seus erros.
O fato de que a palavra é usada somente por Jesus, com o seu conhecimento singular do caráter e da motivação do homem, deveria nos fazer pensar duas vezes antes de julgar as pessoas que ele assim criticou. V. tb. “Hipócrita”, NBD, e a literatura mencionada aí.
Moody
III. O Ministério de Jesus Cristo. 4:12 - 25:46.
A análise de Mateus do ministério de Cristo foi baseada sobre quatro áreas geográficas facilmente notáveis: Galiléia (Mt
4) Sermão da Montanha. 5:1 - 7:29.
É o mesmo discurso registrado em Lc
Mt
5-15. Segundo exemplo: oração. Em pé nas sinagogas. Era o modo costumeiro (Mc
Jesus continua dando um exemplo de uma oração aceitável, que é uma maravilha no seu largo alcance e brevidade. No entanto, certamente não deve ser repetida supersticiosamente (a atitude que Cristo estava execrando, v. Mt
Nosso Pai. Uma maneira incomum de começar uma oração no V.T., mas preciosa a todos os crentes do N.T. Os três primeiros pedidos da oração referem-se a Deus e ao seu programa; os quatro últimos, ao homem e suas necessidades. Santificado. O significado aqui é "seja reverenciado e tratado como santo". Venha o teu reino. O reino messiânico. Não apenas judeus mas todos os crentes em Cristo deveriam ter um interesse vital pela sua chegada.
O pão nosso de cada dia. O primeiro pedido pelas necessidades pessoais emprega um termo, cada dia, encontrado apenas uma vez no grego secular (Arndt. pág. 296). As opiniões quanto ao seu significado variam entre "diário", "necessário para a existência" e "dia seguinte". Perdoa-nos as nossas dívidas. Os pecados tidos como dívidas morais e espirituais para com a justiça de Deus. Esses não são os pecados dos não-regenerados (esta oração foi ensinada apenas aos discípulos), mas de crentes, que precisam confessá-los. Assim como nós perdoamos. O perdão dos pecados, quer sob a lei mosaica ou na 1greja, sempre é pela graça de Deus e com base na expiação de Cristo. Entretanto, o caso de um crente confessando seu pecado e pedindo o perdão de Deus enquanto guarda rancor contra outra pessoa, além de ser incongruente, é também hipócrita. É mais fácil ter-se um espírito perdoador quando o cristão considera quanto Deus já lhe perdoou (Ef
16-18. Terceiro exemplo: jejum. Quando jejuardes. A lei mosaica (sob a qual viviam os ouvintes de Cristo) prescrevia um jejum anual, no Dia da Expiação (Lv
19-24. Quarto exemplo: riqueza. Um erro comum do farisaísmo e judaísmo era geralmente a ênfase indevida sobre a riqueza material como evidência da aprovação de Deus. Jesus explicou que os tesouros sobre a terra são efêmeros, podendo ser perdidos por causa das traças (confira com vestido, v. Mt
25-34. Quinto exemplo: ansiedade. Aqueles que não têm riquezas podem acabar sendo vítimas da preocupação por falta de fé. Daí a transição natural. Não andeis ansiosos. Não uma proibição de previdência ou planejamento (confira com 1Tm
Dúvidas
PROBLEMA: Nesse texto, Jesus instou seus discípulos a orar em secreto, dizendo: "Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto" (Mt
SOLUÇÃO: Não foi a oração em público que Jesus condenou, mas a oração com ostentação. Ele não se opôs à oração em público feita em lugares adequados, mas condenou as orações feitas em lugares onde a pessoa seria notada. E nem era tanto o lugar em si da oração, mas sim o propósito da oração que Jesus censurou, ou seja, "para serem vistos dos homens" (Mt
PROBLEMA: A Bíblia diz enfaticamente: "Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta" (Jc 1:13). Por que, então, Jesus nos pede para que oremos: "e não nos deixes cair em tentação"?
SOLUÇÃO: Deus pode nos pôr à prova, mas ele não pode nos tentar a pecar. Quando somos tentados, somos nós que nos desviamos por nossa própria concupiscência (veja os comentários de Jc 1:2). Assim, Deus deve ser invocado para pôr em ordem nossas vidas de um modo tal que não sejamos levados a situações em que venhamos a ser tentados. Em outras palavras, esse é um pedido para que Deus nos guie no campo minado pelo pecado, em nossa temporária permanência na carne. E um pedido a Deus para que nos ajude a nada dispormos "para a carne" (Rm
Francis Davidson
É notável que a única frase na oração, que merecesse comentário especial de Nosso Senhor, é aquela que trata do perdão (14-15). Como em Mc
Olhai (28), ou estudai, como no vers. 26. Salomão em toda a sua glória (29). Quanto a sua vida, ver 1Rs
John MacArthur
33. Dar sem hipocrisia (Mateus
Beware de praticar a vossa justiça diante dos homens para serem notadas por eles; caso contrário, não tereis recompensa junto de vosso Pai que está nos céus.
Quando, pois, deres esmola, não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para que possam ser honrados pelos homens. Em verdade vos digo que eles já receberam sua plena recompensa. Mas quando você der esmola, não deixe que a sua mão esquerda saiba o que sua mão direita está fazendo que a tua esmola fique em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará. (6: 1-4)
Mateus
O perigo da Justiça Falsa
Beware de praticar a vossa justiça diante dos homens para serem notadas por eles; caso contrário, não tereis recompensa junto de vosso Pai que está nos céus. (6: 1)
Este verso apresenta a seção sobre as formas de justiça religiosa e aplica-se a cada um dos três ilustrações em 6: 2-18.
A história é contada de um homem santo asceta oriental que se coberto de cinzas como um sinal de humildade e regularmente se sentou em uma esquina proeminente de sua cidade. Quando os turistas pediu permissão para tirar sua foto, o místico iria reorganizar suas cinzas para dar a melhor imagem da miséria e humildade.
Uma grande quantidade de religião equivale a nada mais do que a reorganização "cinzas" religiosos para impressionar o mundo com a própria suposta humildade e devoção. O problema, claro, é que a humildade é uma farsa, e a devoção é para si mesmo, não a Deus. Tal religião não é nada mais do que um jogo de fingimento, um jogo em que os escribas e fariseus do tempo de Jesus eram mestres. Porque a sua religião era principalmente um ato, e um escárnio do verdadeiro caminho revelado de Deus para o seu povo, as denúncias mais bolhas de Jesus foram reservados para eles.
Mas eles não eram o original ou os últimos hipócritas. Desde a queda do homem houve hipócritas. Hipócritas são mencionados na Bíblia, de Gênesis a Apocalipse. Cain foi o primeiro hipócrita, fingindo adoração, oferecendo um tipo de sacrifício que Deus não queria. Quando sua hipocrisia foi desmascarada, ele matou seu irmão Abel por ressentimento (Gn
O hipócrita supremo era Judas 1scariotes, que traiu o Senhor com um beijo. Ananias e Safira hipocritamente alegou ter dado à igreja todos os recursos obtidos com a venda de alguns bens, e perderam suas vidas por mentir para o Espírito Santo (Atos
Hipócritas são encontrados no paganismo, no judaísmo e no cristianismo. Havia hipócritas na igreja primitiva, a igreja medieval, ea igreja Reforma. Ainda há hipócritas na igreja hoje, e Paulo nos assegura que haverá hipócritas no final da época. "Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, ea doutrinas de demônios, por meio da hipocrisia de mentirosos marcados a ferro em sua própria consciência, como com um ferro em brasa" (1 Tim. 4: 1-2). Hipocrisia é endêmica para o homem caído, parte integrante de sua natureza carnal. A perseguição da igreja ajuda a diminuir o número de hipócritas, mas mesmo isso não pode eliminá-los completamente.
Hipocrisia nunca é tratado com ligeireza nas Escrituras. Através Amos, Deus disse: "Eu odeio, desprezo as vossas festas, nem me deliciar-se com as vossas assembléias solenes Mesmo que você tem a oferecer-se para mim holocaustos, ofertas de alimentos, não vou aceitá-las;. E eu não vou nem olhar . para as ofertas pacíficas de vossos animais cevados Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos, eu não vou nem ouvir o som de suas harpas Mas deixar que a justiça corra como água ea rectidão como um ribeiro perene "(Am
Chamadas similares para substituir cerimônia superficial com justiça genuína são encontrados nos outros profetas literários (Jr
Uma fábula de Esopo conta a história de um lobo que queria ter uma ovelha para o seu jantar e decidiu se disfarçar como uma ovelha e siga o rebanho para o rebanho. Enquanto o lobo esperou até que as ovelhas foi dormir, o pastor decidiu que teria de carneiro para a sua própria refeição. No escuro, ele escolheu o que ele achava que era o maior, o mais gordo ovelhas; mas depois que ele havia matado o animal que ele descobriu que era um lobo. O que o pastor fez inadvertidamente a um lobo em pele de cordeiro, Deus faz intencionalmente. O Senhor juízes hipocrisia.
Falando aos escribas e fariseus, em certa ocasião, Jesus disse: "Justamente profetizou Isaías acerca de vós, hipócritas, como está escrito: 'Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. Mas em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens "(Marcos
Jesus usou muitas figuras para descrever hipocrisia. Ele comparou-o com fermento (Lc
Nos tempos do Novo Testamento, algumas pessoas ganhavam a vida como carpideiras profissionais que foram pagas para chorar, choro, e rasgar suas vestes em funerais e em outras ocasiões de tristeza (conforme Mt
Prosechō ( cuidado ) significa para segurar, ou tomar posse, algo e prestar atenção a ela, especialmente no sentido de estar em guarda. Os escribas, fariseus e outros hipócritas são avisados por Jesus paracuidado das atividades religiosas em que tinham tanto orgulho e confiança. Ele estava prestes a mostrar-lhes mais uma vez como inútil, sem sentido, e inaceitável a Deus essas atividades eram.
Theaomai ( para ser notado ) está relacionado com o prazo a partir do qual obtemos teatro. Ele tem em mente um espetáculo para ser olhou. Em outras palavras, Jesus está advertindo sobre praticando uma forma de justiça ( dikaiosune , atos de devoção religiosa em geral), cujo objectivo é mostrar diante dos homens . Tal religião é como um jogo; não é vida real, mas na qualidade. Ele não demonstra o que está nas mentes e corações dos atores, mas é simplesmente um desempenho projetado para fazer uma certa impressão sobre aqueles que estão assistindo.
Tais práticas atingir teatral justiça , realizada para impressionar em vez de servir e para ampliar os atores, em vez de Deus. O objetivo é agradar a homens, não de Deus, e as atividades não são vida real, mas uma exposição. Essa falsa justiça, Jesus nos garante, nunca irá beneficiar uma pessoa para o reino de Deus (Mt
Justiça falsa como a que tem uma recompensa-o reconhecimento e aplausos de outros hipócritas e de pessoas ignorantes. Isso, no entanto, é o limite da honra, porque Jesus diz aqueles que praticam tais justiça hipócrita, não tereis recompensa junto de vosso Pai que está no céu. Deus não recompensar para agradar aos homens (conforme Mt
Jesus e os discípulos tinham o seu próprio saco de dinheiro a partir do qual eles deram ofertas para os pobres (Jo
A doação de esmolas tinha sido levada a extremos absurdos pela tradição rabínica. Nos livros apócrifos judaicos lemos coisas como, "É melhor dar a instituições de caridade do que juntar o ouro para a caridade salvará o homem da morte, que irá expiar qualquer pecado." (Tobias 12: 8) e, "Como água vai apagar um fogo flamejante, de modo a caridade vai expiar o pecado "(A Sabedoria de Siraque 03:30).Consequentemente, muitos judeus acreditavam que a salvação era muito mais fácil para os ricos, porque eles poderiam comprar o seu caminho para o céu, dando aos pobres. O mesmo princípio mecanicista e anti-bíblico é visto em dogma católico tradicional romana. Papa Leão Magno declarou: "Pela oração buscamos apaziguar Deus, pelo jejum que extinguir a concupiscência da carne, e por esmolas nós redimir nossos pecados."
Mas, assim como um sentimento de simpatia para alguém em necessidade não ajudá-los a menos que algo é dado para satisfazer as suas necessidades, dando-lhes dinheiro não fornece nenhum benefício ou bênção espiritual a menos que seja dado de coração. Em qualquer caso, nenhum ato de caridade ou qualquer outro bom trabalho pode expiar o pecado.
Não parece haver nenhuma evidência da história ou arqueologia que um literal trompete ou outro instrumento foi usado pelos judeus para anunciar a sua doação. A figura foi usada por Jesus para descrever a atenção nas sinagogas e nas ruas que muitos ricos hipócritas , não apenas escribas e fariseus, propositAdãoente atraiu para si mesmos quando eles apresentaram seus presentes.
A recompensa que eles queriam era o reconhecimento e louvor, para serem glorificados pelos homens , e que tornou-se sua plena recompensa. Eles têm a sua recompensa foi uma forma de expressão técnica usada na conclusão de uma transação comercial, e levou a idéia de algo a ser pagos na totalidade e liquidada: Nada mais foi devido ou seria pago. Aqueles que dão para o propósito de impressionar os outros com sua generosidade e espiritualidade receberá nenhuma outra recompensa, especialmente da parte de Deus. O Senhor lhes deve nada. Quando damos para agradar aos homens, a nossa únicarecompensa será aquela que os homens podem dar. Buscando bênçãos dos homens perde Deus.
Há muitas trombetas mais sutis pessoas podem usar para chamar a atenção para as suas boas obras. Quando eles fazem questão de fazer publicamente o que eles poderiam facilmente fazer em privado, eles se comportam como os hipócritas , não como filhos de Deus.
Um homem entrou em meu escritório um domingo e me disse que era a primeira vez dele para adorar com a gente e que tinha a intenção de fazer a nossa igreja de sua casa igreja. Ele, então, me entregou um cheque generoso, com a promessa de que eu iria receber um igualzinho a cada semana. Eu lhe disse que não queria receber seus cheques pessoalmente e sugeriu que ele deveria dar anonimamente como o resto da família da igreja fez. Se ele tivesse continuado a dar uma grande quantidade todos os domingos, não havia nenhuma boa razão para ele ter anunciado a sua generosidade para mim ou para qualquer outra pessoa. Quanto melhor para ele simplesmente ter colocado a seleção na oferta durante um culto.
Às vezes, é claro, a pretensão não mostra. Sabendo que é errado dar ostensivamente e que os irmãos cristãos tendem a se ressentir-lo, às vezes tentamos fazer nossas boas obras "acidentalmente" notado. Mas mesmo se nós só queremos que as pessoas percebam, e não fazer nada para atrair a sua atenção, o nosso coração motivo é serem honrados pelos outros . O sopro trombeta real, a hipocrisia de base, é sempre no interior, e é aí que Deus julga. Justiça hipócrita, assim como a verdadeira justiça, começa no coração.
Infelizmente, muitas organizações cristãs usar métodos não-cristãos para motivar o apoio de seus ministérios. Quando os certificados emoldurados, nomes publicados de apoiantes generosos, e outros reconhecimentos são oferecidos para estimular a doação, a hipocrisia é promovido em nome de Cristo. É tão errado para apelar aos motivos errados como ter motivos errados. "É inevitável que tropeços vir", disse Jesus; "Mas ai daquele homem por quem o escândalo vem!" (Mt
No começo do Sermão da Montanha, Jesus tinha especificamente ordenou: "Brilhe a vossa luz diante dos homens, de tal forma que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus" (Mt
Os ensinamentos de Mt
Nunca na história da igreja têm sido cristãos tão bombardeados com apelos para dar dinheiro, muitos deles a causas legítimas e que valem a pena. Saber como e onde dar é, por vezes extremamente difícil. Os cristãos devem dar forma regular e sistemática ao trabalho de sua igreja local. "No primeiro dia de cada semana, cada um de vós ponha de lado e salvar, conforme a sua prosperidade" (1Co
Doar é descrito no Antigo Testamento como parte do ciclo da bênção de Deus. "O homem generoso será próspero, e o que rega vai ser regada a si mesmo" (Pv
O ciclo não se aplica apenas ao material que dá, mas a todas as formas de dar o que é feito com sinceridade para honrar a Deus e para atender à necessidade. O caminho do povo de Deus sempre foi a maneira de dar.
De Escritura que aprendemos de pelo menos sete princípios para guiar-nos em dar nonhypocritical. Em primeiro lugar, dar de coração está investindo com Deus. "Dai, e dar-se-á dado; boa medida, recalcada, sacudida, atropelamento, eles vão deitar em seu colo por pelo seu padrão de medida que será usada para medir vocês em troca." (Lc
Em terceiro lugar, a responsabilidade para a doação não tem nenhuma relação com o quanto uma pessoa tem. Uma pessoa que não é generoso quando ele é pobre não vai ser generoso se ele se tornar rico. Ele pode, então, dar uma quantidade maior, mas ele não vai dar uma proporção maior. "Quem é fiel no pouco, coisa que também é fiel no muito; e quem é injusto no pouco, também é fiel no muito" (Lc
Em quarto lugar, a doação de material se correlaciona com as bênçãos espirituais. Para aqueles que não são fiéis com coisas mundanas, como dinheiro e outros bens, o Senhor não vai confiar coisas que são de muito maior valor. "Se, portanto, você não fostes fiéis no uso das riquezas injustas, quem vos confiará as verdadeiras riquezas para você? E se não fostes fiéis no uso do que é do outro, quem vos dará o que é vosso? " (Lucas
Muitos jovens abandonaram seminário porque não conseguia lidar com o dinheiro, e que o Senhor não queria que eles em seu ministério. Outros começaram no ministério, mas depois desistiu, pelo mesmo motivo. Outros, ainda, permanecer no ministério, mas produzem poucos frutos porque Deus não vai cometer o cuidado das almas eternas para eles quando não pode mesmo controlar suas próprias finanças.Influências espirituais e eficácia tem muito a ver com a forma como as finanças são manipulados.
Em quinto lugar, a doação deve ser determinado pessoalmente. "Que cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria" (2Co
Em sexto lugar, estamos a dar em resposta à necessidade. Os primeiros cristãos em Jerusalém compartilhou seus recursos sem reservas. Muitos de seus companheiros crentes tinham se tornado destituídos quando esperamos em Cristo e foram condenados ao ostracismo de suas famílias e perdeu o emprego por causa de sua fé. Anos mais tarde, Paulo recolhido dinheiro das igrejas da Galácia para ajudar a atender as grandes necessidades que continuaram a existir entre os santos em Jerusalém e que tinha sido intensificadas pela fome.
Sempre houve charlatães que fabricam necessidades e jogar com a simpatia dos outros. E sempre houve mendigos profissionais, que são capazes de trabalhar, mas prefiro não. Um cristão não tem responsabilidade de apoiar essas pessoas e deve tomar cuidados razoáveis para determinar se e quando existe necessidade real antes de dar seu dinheiro. "Se alguém não vai funcionar", diz Paulo, "não coma" (2Ts
Em sétimo lugar, a doação demonstra amor, não a lei. O Novo Testamento não contém comandos para montantes ou percentagens de dar especificados. O percentual damos será determinado pelo amor de nossos próprios corações e as necessidades dos outros.
Todos os princípios anteriores apontam para a obrigação de dar generosamente porque estamos investindo na obra de Deus, porque estamos dispostos a sacrificar para aquele que se sacrificou por nós, porque não tem nenhuma influência sobre o quanto temos, porque queremos riquezas espirituais mais do que riquezas financeiras, porque temos pessoalmente determinado a dar, porque queremos atender tanta necessidade quanto pudermos, e porque o nosso amor nos obriga a dar.
Como em todas as áreas da justiça, a chave é o coração, a atitude interior que motiva o que dizemos e fazemos. Justiça pública não deve ser rejeitada, mas é para ser feito no espírito de humildade, amor e sinceridade. "Pois somos feitura [de Deus]", Paulo nos lembra, "criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas" (Ef
Além disso, como em todas as áreas da justiça, o próprio Jesus é o nosso exemplo supremo e perfeito. Ele pregou Suas mensagens no público, Ele realizou Seus milagres de cura, compaixão e poder sobre a natureza em público. No entanto, Ele continuamente a atenção para Seu Pai celestial, cuja vontade sozinho Ele veio fazer (Jo
Quando damos nossas esmolas ... em segredo , amorosamente, despretensiosamente, e sem qualquer pensamento para o reconhecimento ou agradecimento, nosso Pai, que vê em secreto, te recompensaránós. O princípio é o seguinte: se a lembrar que, Deus vai esquecer; mas se esquecermos, Deus vai se lembrar. Nosso objetivo deve ser o de satisfazer todas as necessidades, somos capazes de atender e deixar a contabilidade a Deus, percebendo que "nós fizemos apenas o que devíamos ter feito" (Lc
Deus não vai perder dando uma única recompensa. "E não há criatura alguma encoberta diante dele, mas todas as coisas estão abertas e exposto aos olhos daquele com quem temos de prestar contas" (He 4:13). O Senhor conhece os nossos corações, nossas atitudes e nossos motivos, e cada recompensa que nos é devido, será dada.
É o plano perfeito de Deus e vontade de dar recompensas para aqueles que fielmente confiar e obedecer-Lhe. E não é unspiritual que esperar e antecipar essas recompensas, se fizermos isso, num espírito de humildade e que as recompensas de Deus manifestar Sua graça para os que não merecem-saber gratidão. Nós podemos cumprir Suas exigências misericordiosas de recompensas, mas nunca pode realmente ganhar deles.
A maior recompensa um crente pode ter é o conhecimento que ele tem agradado o seu Senhor. Nossa motivação para olhar para a frente a suas recompensas deve ser a antecipação de lançá-los como uma oferenda aos seus pés, assim como os vinte e quatro anciãos um dia "vai lançar suas coroas diante do trono, dizendo: Digno és, Senhor nosso e nosso Deus, de receber glória, honra e poder "(Ap
34. Orar sem hipocrisia (Mateus
E, quando orardes, não está a ser como os hipócritas; pois gostam de ficar em pé e Oração nas sinagogas e nas esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que eles já receberam sua plena recompensa: Mas tu, quando orares, entra no teu quarto interior, e quando você fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto , o recompensará. E quando você está orando, não use a repetição sem sentido, como os gentios, para eles supõem que elas serão ouvidas por suas muitas palavras.Portanto, não ser como eles; porque vosso Pai sabe o que você precisa, antes de vós lho pedirdes. (6: 5-8)
Nenhum de nós pode compreender exatamente como funciona a oração dentro da mente infinita e plano de Deus. A visão calvinista enfatiza a soberania de Deus, e na sua aplicação extrema sustenta que Deus irá trabalhar de acordo com a Sua perfeita vontade, independentemente da forma como os homens orar ou mesmo se eles rezam ou não. A oração é nada mais do que em sintonia com a vontade de Deus. No extremo oposto, a visão arminiana sustenta que as ações de Deus que pertencem a nós são determinados, em grande parte, com base em nossas orações. Por um lado, a oração é visto simplesmente como uma forma de alinhar com Deus sobre o que Ele já determinou que fazer, e por outro lado, é suplicar a Deus para fazer o que Ele de outra forma não faria.
Escritura suporta ambos os pontos de vista e prende-los, por assim dizer, em tensão. A Bíblia é inequívoca sobre a soberania absoluta de Deus: Mas é igualmente inequívoca em declarar que, dentro de sua soberania Deus convida Seu povo a rogar-lhe em oração para implorar a Sua ajuda na orientação, a provisão, proteção, misericórdia, perdão, e outras necessidades incontáveis .
Nem necessária nem É possível imaginar o trabalho divino que faz oração eficaz. Deus simplesmente nos manda obedecer aos princípios da oração que dá a Sua Palavra. O ensinamento de Nosso Senhor na presente passagem contém alguns desses princípios.
Jesus continua a sua contraste de verdadeiro e falso justiça, em particular, a falsa justiça tipificado pelos escribas e fariseus. Como 6: 2-4 expõe suas doações hipócrita e os versículos
A Audiência de Oração
A Audiência Falsa: Outros Homens
E, quando orardes, não está a ser como os hipócritas; pois gostam de ficar em pé e Oração nas sinagogas e nas esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que eles já receberam sua plena recompensa. (6: 5)
Nenhuma religião jamais teve um padrão mais elevado e prioridade para a oração que o judaísmo. Como povo escolhido de Deus os judeus foram as vítimas da Sua Palavra escrita, "confiados os oráculos de Deus" (Rm
Uma quarta falha foi em estimando longas orações, acreditando que a santidade e eficácia de uma oração estavam em proporção direta ao seu comprimento. Jesus alertou para os escribas que, "por causa da aparência oferecem longas orações" (Marcos
Rabinos antigos sustentou que quanto mais tempo a oração, o mais provável seria ouvida e atendida por Deus. Verbosity foi confundido com significado, e do comprimento foi confundido com sinceridade.
Um quinto falha, apontada por Jesus em Mt
Através dos séculos, os judeus tinham sido influenciado por tais práticas pagãs. Eles muitas vezes adicionados adjetivo após adjetivo antes de o nome de Deus em suas orações, aparentemente tentando superar o outro nas mencionando seus atributos divinos.
De longe o pior defeito, no entanto, foi a de querer ser visto e ouvido por outras pessoas, especialmente os seus companheiros judeus. A maioria dos outros defeitos não foram necessariamente errado em si mesmos, mas foram transportados para os extremos e utilizado em formas sem sentido. Mas essa falha foi intrinsecamente mau, porque ambos vieram e destinava-se a satisfazer o orgulho.Independentemente da forma a oração pode ter tomado, o motivo era auto-glória pecaminosa, a perversão final deste meio sagrados de glorificar a Deus (Jo
É que a culpa desprezível que zeros Jesus em diante. E, quando orardes, não devem ser como os hipócritas. A oração que se concentra em si mesmo é sempre hipócrita, porque, por definição, o foco de todas as orações devem ser em Deus. Como mencionado no capítulo anterior, o termo hipócrita referiu original atores que usam grandes máscaras para retratar os papéis que estavam jogando. Hipócritas são atores, pretendentes, pessoas que desempenham um papel. O que eles dizem e fazem não representa o que eles próprios se sentem ou acreditam, mas apenas a imagem que eles esperam criar.
Os escribas e fariseus hipócritas orou para o mesmo fim que eles fizeram de tudo para atrair a atenção e trazer honra para si mesmos. Essa foi a essência de sua "justiça", o que Jesus disse que não teve parte no Seu reino (5:20).
Um velho comentarista observou que o maior perigo para a religião é que o velho eu simplesmente se torna religioso. Os hipócritas de quem Jesus fala tinha se convencido de que através da realização de certos atos religiosos, incluindo vários tipos de oração, eles se tornaram aceitável a Deus. As pessoas hoje ainda se enganam em pensar que eles são cristãos, quando tudo o que tenho feito é vestir sua velha natureza em armadilhas religiosas.
Nada é tão sagrado que Satanás não vai invadi-lo. Na verdade, a coisa mais sagrada, mais ele deseja para o profanarem. Certamente algumas coisas agradá-lo mais do que vir entre crentes e seu Senhor na intimidade sagrada de oração. Pecado nos seguirá na própria presença de Deus; e nenhum pecado é mais poderoso ou destrutivo do que o orgulho. Naqueles momentos em que viria antes do Senhor em adoração e pureza de coração, podemos ser tentados a nos adorar.
Martyn Lloyd-Jones escreve:
Nós tendemos a pensar do pecado como o vemos em trapos e nas sarjetas da vida. Nós olhamos para um bêbado, coitado; e dizemos, não é pecado. Mas essa não é a essência do pecado. Para ter uma imagem real e uma verdadeira compreensão do pecado, você deve olhar para algum grande santo, um homem extraordinariamente devoto e dedicado, olhar para ele lá de joelhos na própria presença de Deus. Mesmo lá eu se intrometendo em si, ea tentação é para ele pensar sobre si mesmo, para pensar agradavelmente e prazerosamente sobre si mesmo e para realmente estar adorando a si mesmo, em vez de Deus. Isso, e não o outro, é a verdadeira imagem do pecado. O outro é o pecado, é claro, mas lá você não vê-lo em seu auge, você não vê-lo em sua essência. Ou, dito de outra forma, se você realmente quer entender algo sobre a natureza de Satanás e as suas actividades, a única coisa a fazer é não ir para os resíduos ou as calhas da vida. Se você realmente quer saber algo sobre Satanás, ir embora para que deserto, onde nosso Senhor passou quarenta dias e quarenta noites. Essa é a verdadeira imagem de Satanás, onde você vê-lo tentando o próprio Filho de Deus. ( Estudos no Sermão da Montanha [Grand Rapids: Eerdmans, 1977], 2: 22-23)
Pelo que sabemos, no registro bíblico, duas vezes mais intensos de Jesus de oposição espiritual eram Durante seus 40 dias de solidão no deserto, e durante a sua oração no Jardim do Getsêmani, na noite em que foi traído e preso. Em ambas as ocasiões ele estava sozinho orando ao Seu Pai. Ele estava no lugar mais privado e sagrado de comunhão que Satanás apresentou suas tentações mais fortes diante do Filho de Deus.
Os hipócritas amei ficar de pé e Oração. Standing era uma posição normal para a oração entre os judeus. No Antigo Testamento, vemos de Deus fiéis orando de joelhos, enquanto prostrado, e em pé. No Novo Testamento vezes em pé foi a posição mais comum e não necessariamente indica um desejo de ser notado.
As sinagogas eram os lugares mais adequados e prováveis para orações públicas a serem oferecidos. Era o lugar onde os judeus adoravam na maioria das vezes, especialmente aqueles que viveram grandes distâncias do Templo. A sinagoga era o lugar locais de reunião, não só para o culto, mas para vários encontros cívicos e sociais. Se feito com sinceridade, a oração, a qualquer dessas funções era apropriado.
As esquinas eram também um lugar normal para a oração, porque os judeus devotos iria parar onde quer que estivessem na hora marcada para a oração, mesmo se eles foram andando na rua ou visitar no canto. Mas a palavra usada aqui para rua não é a mesma que no verso 2, que remete para uma rua estreita ( Rhume ). A palavra usada aqui ( plateia ) refere-se a uma ampla rua principal, e, portanto, a uma grande esquina, onde uma multidão era mais provável que seja. A culpa implícita aqui é que os hipócritas gostava de Oração onde teriam a maior audiência. Não havia nada de errado com o que ora a um cruzamento importante se esse era o lugar onde você passou a ser no tempo para a oração. Mas havia algo de muito errado se você planejou para estar lá na hora de orar com a Proposito específica de Oração, onde a maioria das pessoas poderia vê-lo.
O verdadeiro mal desses adoradores hipócritas, seja em sinagogas ou nas esquinas das ruas , era o desejo de exibir-se , a fim de serem vistos pelos homens . Não era errado orar nesses lugares, mas aconteceu de arcar com os maiores audiências, e, portanto, os lugares onde os hipócritas preferidos para orar.
Como sempre, o pecado começou no coração. Foi o orgulho, o desejo de exaltar-se diante de seus compatriotas judeus, que era a raiz do pecado. Como o fariseu da parábola de Jesus, esses hipócritas acabou orando a si mesmos (ver Lc
Alguns crentes excessivamente reacionários têm usado estas advertências de Jesus como uma razão para renunciar a toda oração pública. Mas o Senhor ensinou tal coisa. Ele próprio, muitas vezes orou na presença de seus discípulos (Lc
Mas as orações públicas do escriba típico ou fariseu foram ritualística, mecânico, excessivamente longo, repetitivo, e acima de tudo sem ostentação. Como os hipócritas que deram para o bem de louvor dos homens (Mt
Grande parte da nossa vida de oração deve ser, literalmente, em segredo . Jesus ia regularmente longe de seus discípulos a orar completamente sozinho. Nossos membros da família ou amigos saibam que estamos orando, mas o que dizemos não é para eles ouvirem. Crisóstomo comentou que em sua época (século IV AD ) muitos cristãos oraram tão alto em seus quartos que toda a gente pelo corredor ouvi o que eles disseram. Se as pessoas às vezes acontecem para ouvir as nossas orações particulares, ele não deve ser por nossa intenção. (Conforme João A. Broadus, Mateus [Valley Forge, Pa .: Judson, 1886], p. 140.)
Mas o Pai estar em segredo não significa que Ele não está presente quando oramos em público, ou com nossas famílias ou outros pequenos grupos de crentes. Ele está muito presente quando e onde seus filhos invocá-Lo. A lição de Jesus tem a ver com a singeleza de intenção. A verdadeira oração é sempre íntima. Mesmo oração em público, se o coração não é reto e concentrou-se em Deus, de uma forma real e profunda fechou um up sozinho na presença de Deus.
No padrão de oração que Jesus ensinou seus discípulos, Ele começa com "Pai Nosso" (Mt
Quando Deus é verdadeiramente o público da nossa oração, teremos a recompensa só Ele pode dar. Jesus não dá nenhuma idéia nesta passagem, como o que a recompensa de Deus, ou de reembolso, será. A verdade importante é que Deus fielmente e infalivelmente abençoar aqueles que vêm a Ele com sinceridade. Sem dúvida, o Senhor recompensará. Aqueles que rezam sem sinceridade e hipocritamente, receberá a recompensa do mundo, e os que oram com sinceridade e humildade receberá de Deus.
O conteúdo da Oração
Uma segunda área em que muita oração dos dias de Jesus ficou aquém foi a de conteúdo. As orações hipócritas dos escribas e fariseus, não só foi dada no espírito errado, mas foram dadas em palavras sem sentido. Eles não tinham nenhuma substância, sem conteúdo significativo. Para ser aceitável a Deus, Jesus declarou: orações devem ser genuínas expressões de culto e de pedidos e petições sinceras.
Conteúdo Falsa: a repetição sem sentido
E quando você está orando, não use a repetição sem sentido, como os gentios, para eles supõem que elas serão ouvidas por suas muitas palavras. (6, 7)
Os particulares culpa Jesus destaca é a da repetição sem sentido , o que já foi discutido. Esta prática era comum em muitas religiões pagãs daquele dia, como é em muitas religiões hoje, incluindo alguns ramos da cristandade.
Use a repetição sem sentido é uma palavra (de battalogeō ) no grego e refere-se à marcha lenta, vibração impensado. Foi provavelmente onomatopoetic, imitando os sons de jabber sentido.
Aqueles que usaram orações repetitivas não eram necessariamente hipócritas, pelo menos não do tipo de ostentação. Os escribas e fariseus usado uma grande quantidade de repetição em suas demonstrações públicas de piedade; mas muitos outros judeus usou mesmo em orações privadas. Alguns podem ter usado a repetição porque seus líderes lhes havia ensinado a usá-lo. Outros, no entanto, recorreu à repetição, porque foi fácil e exigiu pouco de concentração. Para essas pessoas, a oração era simplesmente uma questão de cerimônia religiosa necessária, e eles poderiam ser totalmente indiferente ao seu conteúdo. Enquanto ele foi oficialmente aprovado, um padrão era tão bom quanto outro.
Embora este problema não envolvem sempre hipocrisia, ele sempre envolveu uma atitude errada, um coração errado. Os hipócritas orgulhosos tentou usar a Deus para glorificar a si mesmos, ao passo que aqueles que usaram a repetição sem sentido eram simplesmente indiferente a verdadeira comunhão com Deus.
Os judeus haviam pego a prática de os gentios , que acreditavam que o valor da oração foi em grande parte uma questão de quantidade. Quanto mais, melhor. Eles supõem que serão ouvidos por suas muitas palavras , Jesus explicou. Aqueles que orou a deuses pagãos achavam que suas divindades primeiro teve de ser despertado, então persuadidos, intimidados e atormentado em ouvir e responder, exatamente como os profetas de Baal fez em Mt. Carmelo (I Reis
Muitos budistas girar rodas contendo orações escritas, acreditando que cada volta da roda envia essa oração ao seu deus. Os católicos romanos acender velas votivas, na crença de que os seus pedidos continuará a subir repetitiously a Deus, desde que a vela é acesa Rosários são usados para contar off orações repetidas de Ave Maria e Pai Nosso, o próprio rosário vindo ao catolicismo do budismo por meio dos muçulmanos espanhóis durante a Idade Média. Certos grupos carismáticos em nossos dias repetir as mesmas palavras ou frases mais e mais até o falar degenera em confusão ininteligível (João A. Broadus, Mateus [Valley Forge, Pa .: Judson, 1886], p. 130).
Todos nós, é claro, têm sido culpados de repetir a refeição mesmas orações após reunião refeição e oração depois da oração reunião, com pouco ou nenhum pensamento de que estamos dizendo ou de Aquele a quem estamos supostamente falando. Oração que é impensada e indiferente é ofensivo a Deus, e também deve ser ofensivo para nós.
Novamente nós não devemos tirar conclusões erradas. Jesus não proibiu a repetição de pedidos reais. Na parábola sobre a visita da meia-noite com o seu próximo, o homem persistente foi elogiado por Jesus como um modelo de nossa persistência diante de Deus. Em Sua parábola da viúva importuna Jesus elogiou sua persistência perante o juiz ímpio, dizendo: "Agora, Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele dia e noite, e Ele vai atrasar muito tempo com eles?" (Lucas
Orar com razão é orar com um coração devoto e com motivos puros. É orar com único atenção a Deus e não a outros homens. E é para orar com confiança sincera que nosso Pai celestial ambos ouve e responde cada solicitação feita a Ele com fé. Ele sempre paga a nossa devoção sincera com a resposta graciosa. Se o nosso pedido é sincero, mas não de acordo com a sua vontade, ele vai responder de uma forma melhor do que queremos ou esperamos. Mas ele sempre vai responder.
É relatado que DL Moody uma vez me senti tão farto com as bênçãos de Deus que ele orou: "Deus, pare." Isso é o que Deus vai fazer com todo crente fiel que vem a Ele como uma criança espera de seu pai-sufocá-lo em mais bênçãos do que pode ser contado ou nomeado.
35. A oração dos discípulos — Parte 1 (Mateus
Pray, então, da seguinte maneira: "Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome Venha o teu reino Seja feita vossa vontade, assim na terra como no céu Dá-nos hoje o nosso pão de cada dia e perdoa-nos o nosso.... dívidas, assim como nós também temos perdoado aos nossos devedores. E não nos levam em tentação, mas livrai-nos do mal. [Porque teu é o reino, o poder ea glória, para sempre. Amém.] "Porque, se perdoardes aos homens por suas transgressões, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós. Mas se não perdoardes aos homens, então o vosso Pai não perdoará as vossas ofensas. (6: 9-15) (Para um estudo mais detalhado dos Discípulos 'Oração, consulte o autor do livro Jesus' Padrão da Oração. [Chicago: Moody Press, 1981])
Ministério terrestre de Jesus foi notavelmente breve, apenas três anos. No entanto, nesses três anos, como deve ter sido verdade em sua vida anterior, uma grande quantidade de tempo foi gasto em oração. Os evangelhos relatam que Jesus levantou-se habitualmente no início da manhã, muitas vezes antes do amanhecer, para comungar com o Pai. À noite, ele freqüentemente ir para o Monte das Oliveiras ou algum outro local tranquilo para orar, geralmente sozinho. A oração era o ar espiritual que Jesus soprou a cada momento de sua vida.
Alguém já disse que muitos cristãos oferecem suas orações como marinheiros usar suas bombas-somente quando os vazamentos de navios. Mas, para ser discípulos obedientes de Cristo, para experimentar a plenitude da comunhão com Deus, e de abrir as comportas de as bênçãos do céu, os crentes devem orar como Jesus orou. Além disso, é preciso saber como a Oração. Se não sabemos como orar e pelo que orar, faz pouco bom para ir com a maré. Mas se nós sabemos como orar, e então orar dessa forma, todas as outras partes de nossas vidas será reforçado e colocar na devida perspectiva. Como Martyn Lloyd-Jones foi lindamente expressou Estudos no Sermão da Montanha : "O homem é a sua maior e mais alto quando de joelhos, ele fica cara a cara com Deus" (2 vols [Grand Rapids: Eerdmans, 1977]., 02:45).
A Bíblia ensina muito sobre a importância eo poder da oração. A oração é eficaz; ele faz a diferença. "A oração eficaz de um homem justo", Tiago diz, "pode realizar muito" (Jc 5:16). O servo de Abraão orou, e Rebekah apareceu. Jacó lutou e orou, e na mente de Esaú foi transformada a partir de 20 anos de vingança. Moisés orou, e os amalequitas foi atingido. Ana orou, Samuel nasceu. Isaías e Ezequias orou, e em 12 horas 185 mil assírios foram mortos. Elias orou, e foram três anos de seca; orou outra vez, e chuva veio. Aqueles são apenas uma pequena amostra da oração respondida apenas a partir do Antigo Testamento. Os judeus, a quem Jesus pregou deveria ter tido uma confiança ilimitada no poder da oração.
A oração é vital para todos os outros aspectos da vida do reino. Não podemos, por exemplo, dar (ver Mateus
O Propósito de Deus
O supremo propósito de Deus para a oração, o propósito além de todos os outros fins, é glorificar a Si mesmo. Embora nada beneficia um crente mais de oração, o propósito de orar deve antes de tudo ser para o bem de Deus, e não eu. A oração é, acima de tudo, uma oportunidade para Deus manifestar sua bondade e glória. Um velho santo disse: "A verdadeira oração traz a mente à contemplação imediata do caráter de Deus e prende-lo lá até que a alma do crente está devidamente impressionado" Jesus afirmou a propósito da oração, quando disse: "E tudo quanto pedirdes em meu nome, isso eu o farei, para que o Pai seja glorificado "(Jo
Ao contrário do que muita ênfase na igreja evangélica de hoje, a verdadeira oração, como a verdadeira adoração, centra-se a glória de Deus, e não sobre as necessidades do homem. Não se trata simplesmente de reivindicar nas promessas de Deus, e muito menos fazer exigências dele, mas de reconhecer sua soberania, para ver a exibição de sua glória, e obedecer a Sua vontade.
Porque a oração é tão absolutamente importante e porque muitas vezes não têm a sabedoria para orar como convém, ou para o que devemos, Deus encomendou Seu próprio Espírito Santo para nos ajudar."Nós não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos muito profundos para palavras" (Rm
Nas poucas palavras de Mateus
É significativo que Jesus não faz menção de onde a oração deve ter lugar. Como apontado no capítulo anterior, a instrução de Jesus para "ir para o seu quarto interior" (6:
6) foi enfatizar a obstinação de oração, a necessidade de bloquear qualquer outra preocupação senão Deus. O próprio Jesus não tinha espaço interior para chamar de Seu durante Seu ministério terreno, e nós vê-lo Orando em muitos lugares e em muitas situações, tanto públicas como privadas. O desejo de Paulo foi para os fiéis a orar "em todo lugar" (1Tm
Tal como acontece com todos do Sermão da Montanha, o que Jesus diz sobre a oração não era essencialmente novo. O Antigo Testamento, e até mesmo a tradição judaica, ensinou a todos os princípios básicos que Jesus apresenta aqui. Muitas falhas e perversões-como orar para serem vistos pelos homens e repetições sem sentido (6: 5,
7) —teve penetrou em vida de oração judaica. Mas a tradição rabínica era mais fiel à Escritura em seu ensino sobre a oração do que talvez qualquer outra coisa. Tanto o Talmud e do Midrash contêm muitos ensinamentos nobres e úteis sobre a oração.
A partir de seu conhecimento das Escrituras, os judeus, com razão, acreditava que Deus queria que eles orai, para que Ele ouviu e respondeu a suas orações, e que a oração deve ser contínua. Das Escrituras também sabiam que a oração deve incorporar certos elementos-tais como adoração, louvor, agradecimento, um sentimento de temor em santidade de Deus, o desejo de obedecer aos Seus mandamentos, a confissão do pecado, preocupação com os outros, perseverança e humildade.
Mas algo tinha dado errado, e por dias de Jesus a maioria dos judeus tinha esquecido os ensinamentos das Escrituras e até mesmo o som, os ensinamentos bíblicos de sua tradição. A maioria oração tornou-se formalizado, mecânica, mecânica, e hipócrita.
Depois de alertar contra essas perversões que tinha tão corrompidos vida de oração judaica, nosso Senhor agora dá um padrão divino pelo qual os cidadãos do reino pode orar de uma forma que é agradável a Deus.
Que a oração de Jesus está prestes a dar não era para ser repetido em si uma oração está claro por várias razões. Em primeiro lugar, na presente passagem é introduzido com as palavras, Pray, então, desta maneira. No relato de Lucas, os discípulos não pedir a Jesus para ensinar-lhes uma oração, mas para ensinar-lhes como a orar (Lc
Mas ao longo dos séculos, por causa de sua desobediência ao Senhor e seu repetido flertando com os deuses pagãos dos povos ao seu redor, a maioria dos judeus haviam perdido o sentido da paternidade íntima de Deus. Eles viam Deus como Pai somente em um controle remoto, distante figura, desbotado que já havia guiado seus antepassados.
Jesus reafirmou a eles que suas Escrituras ensinado eo que fiéis, os judeus piedosos sempre acreditou: Deus é o Pai no céu ... daqueles que confiam nEle. Ele usou o título de Pai em todas as Suas orações, exceto o na cruz, quando Ele clamou: "Meu Deus, Meu Deus" (Mt
Em terceiro lugar, conhecer a Deus como nosso Pai resolve a questão da solidão. Mesmo que somos rejeitados e abandonados pela nossa família, amigos, companheiros de fé, e no resto do mundo, sabemos que nosso Pai celestial nunca nos deixará ou nos abandonará. "Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu o amarei, e divulgará-me a ele" (Jo
Em quarto lugar, sabendo paternidade de Deus deve resolver a questão do egoísmo. Jesus nos ensinou a orar, Nosso Pai , usando o pronome no plural porque somos companheiros de crianças com todo o resto da família de Deus. Não há pronome pessoal singular em toda a oração. Oramos segurando a Deus o que é melhor para todos, não apenas para um.
Em quinto lugar, conhecer a Deus como nosso Pai resolve a questão de recursos. Ele é nosso Pai, que [é] no céu . Todos os recursos do céu estão disponíveis para nós quando nós confio a Deus como nosso Fornecedor celeste. Pai Nosso "nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo" (Ef
No entanto, em sua graça, Deus ama e cuida até mesmo para seus filhos que são desobedientes. A história de Lucas 15 deve ser chamado a parábola do pai amoroso, em vez de o filho pródigo. É antes de tudo um retrato de nosso Pai celestial, que pode perdoar uma criança auto-justos que permanece moral e vertical e também perdoar aquele que se torna dissoluto, se afasta e volta.
Nosso Pai , então, indica ânsia de Deus para emprestar sua orelha, Seu poder e Sua bênção eterna às petições de Seus filhos se lhes serve melhor e mais revela o Seu propósito e glória.
Prioridade de Deus
santificado seja o vosso nome. (6: 9-C)
No início Jesus dá um aviso contra a oração egoísta. Deus é ter prioridade em todos os aspectos de nossas vidas, e, certamente, em nossos momentos de profunda comunhão com Ele. Oração não é para ser uma rotina casual que dá passagem homenagem a Deus, mas deve abrir grandes dimensões de reverência, admiração, apreço, honra e adoração. Esta frase introduz uma proteção contra qualquer sentimentalismo ou o uso excessivo e abuso do Pai , que é propenso a ser sentimentalizadas.
De Deus nome significa infinitamente mais do que Seus títulos ou nomes. Ele representa tudo o que Ele é, Seu caráter, planejar e vontade. Quando Moisés subiu ao monte Sinai para receber os mandamentos pela segunda vez, ele "invocou o nome do Senhor. Então, o Senhor passou por diante dele e proclamou:" O Senhor, o Senhor Deus, misericordioso e piedoso, longânimo e grande em benignidade e em verdade; que guarda a beneficência em milhares, que perdoa a iniqüidade, a transgressão eo pecado "(Ex
Não é porque nós simplesmente saber títulos de Deus que nos ama e confia nele, mas porque sabemos que o Seu caráter. "Aqueles que conhecem o teu nome confiam em ti", disse Davi, "Porque tu, ó Senhor, não abandonas aqueles que te buscam" (Sl
Cada um dos nomes do Velho Testamento muitas e títulos de Deus mostra uma faceta diferente de Seu caráter e vontade. Ele é chamado, por exemplo, Elohim , o Deus Criador; El Elyon ", o Criador dos céus e da terra"; Jeová Jiré , "o Senhor proverá"; Jeová Shalom , "o Senhor nossa paz"; Jeová Tsidkenu , "o Senhor nossa justiça "; e muitos outros. Todos esses nomes falar dos atributos de Deus. Seus nomes não só dizer quem ele é, mas como Ele é.
Mas o próprio Jesus dá o ensinamento mais claro sobre o que significa o nome de Deus, porque Jesus Cristo é o maior nome de Deus. "Manifestei o teu nome aos homens que me deste para fora do mundo" (Jo
Hallowed é uma palavra em Inglês arcaico usado para traduzir uma forma de hagiazo , o que significa tornar santo. Palavras da mesma raiz são traduzidas "santo, santo, santificar santificação", etc. povo de Deus são ordenados a ser santo (1Pe
O nome de consagração a Deus, como qualquer outra manifestação da justiça, começa no coração. "Santificai a Cristo, como Senhor, em vossos corações" Pedro nós (1Pe
Quando nos santificar Cristo em nossos corações vamos também santificá-lo em nossas vidas. Nós santificar o nome quando reconhecemos que Ele existe. "Aquele que vem de Deus creia que Ele existe, e que é galardoador dos que o buscam" (He 11:6.).Quando comer, beber, e fazer tudo para a glória de Deus (1Co
O reino de Deus, ou do céu, era o coração da mensagem de Jesus. Ele veio para "pregar o reino de Deus" (Lc
Deus agora e sempre governou o reino do universo. Ele a criou, e Ele controla, ordens dele, e prende-lo em conjunto. Como comenta Tiago Orr: "Não é, portanto, reconhecida nas Escrituras ... um reino natural e universal ou domínio de Deus abraçando todos os objetos, pessoas e eventos, todas as ações de indivíduos e nações, todas as operações e mudanças de natureza e história, absolutamente sem exceção . "... (citado por Alva J. McClain, A Grandeza do Reino [Winona Lake, Ind .: BMH Books, 1980], p. 22). Deus é um "reino eterno" (Sl
Mas o fato mais óbvio da vida é que Deus não está agora no poder na terra como Ele governa no céu (Mt
O grego deste versículo poderia ser traduzida como "Vamos Venha o teu reino agora "Há, portanto, um sentido em que oramos para o reino de Deus venha atualmente. De certa forma presente e limitado, mas real e milagrosa, o reino de Deus está vindo para a terra cada vez que uma nova alma é trazido para o reino.
Em primeiro lugar, o reino vem desta forma por conversão (Matt. 18: 1-4). Assim, a oração deve ser evangelístico e missionário de para os novos convertidos, novos filhos de Deus, novos cidadãos do reino.Conversão para o reino envolve um convite (Mt
O reino para o qual estamos a Oração, e de que agora temos um gosto, é de valor infinito. "O reino dos céus é semelhante a um tesouro escondido no campo" ou uma "pérola de grande valor" que uma pessoa vende todos os seus bens para comprar (13
Em segundo lugar, o reino vem agora através do compromisso. O desejo dos que já convertido deve ser o de responder à regra do Senhor em suas vidas agora para que Ele governa neles como Ele governa no céu. Quando oramos como Jesus ensina que continuamente vai orar para que a nossa vida vai honrar e glorificar nosso Pai no céu.
A chamada para o reino vir também está relacionada com a segunda vinda do Senhor. João diz no último capítulo do Apocalipse: "Aquele que dá testemunho destas coisas diz:" Sim, venho sem demora. "Amém. Vem, Senhor Jesus "(22:20).
Naquele dia, nossas orações serão finalmente respondidas. Como o hino de Isaque Watts começa assim: "Jesus reinará onde 'antes que o sol faz as suas sucessivas viagens que correr. Sua propagação reino de costa a costa,' til lua deve cera e não mais minguar. Paulo enfatiza que esperava o reino para vir em sua forma final não é tanto à procura de um evento como uma pessoa-próprio Rei (1Ts
Plano de Deus
Seja feita vossa vontade, assim na terra como no céu. (6: 10b)
Muitas pessoas perguntam como a soberania de Deus pode estar relacionado à oração pela Sua vontade seja feita. Se Ele é soberano, não é a Sua vontade inevitavelmente feito? Será que a nossa vai substituir a Sua vontade quando oramos sinceramente e sinceramente? Esse é um dos grandes paradoxos da Escritura, um paradoxo sobre o qual os calvinistas e arminianos têm debatido por séculos. Deve ser evidente que este paradoxo, como os de Deus ser três em um e Jesus sendo totalmente Deus e totalmente homem, deve ser deixado para a mente infinita de Deus, porque é muito além da mente humana finita de compreender. Mas o que parece uma contradição impossível para nós não é dilema para Deus. Nós prendemos duas verdades, aparentemente paradoxal, em tensão perfeito com a fé na mente infinita de Deus, que resolve todas as coisas em perfeita, a verdade não-contraditória (Dt
É absolutamente claro nas Escrituras que Deus é soberano e não apenas permite, mas ordena que o homem exercício vontade própria em determinadas áreas. Se o homem não foi capaz de fazer suas próprias escolhas, os mandamentos de Deus seria inútil e sem sentido e seus castigos cruéis e injustas. Se Deus não agiu em resposta a oração, o ensinamento de Jesus sobre a oração também seria inútil e sem sentido.Nossa responsabilidade não é resolver o dilema, mas a acreditar e agir sobre as verdades de Deus, se alguns deles parecem conflito ou não. Para comprometer uma das verdades de Deus em um esforço para defender outro é o material de que é feita a heresia. Estamos a aceitar cada parte de toda a verdade da Palavra de Deus, deixando a resolução de eventuais conflitos aparentes para ele. Tentativa em um nível humano para resolver todos os aparentes paradoxos nas Escrituras é um ato de arrogância e um ataque à verdade e intenção da revelação de Deus.
Quando oramos Tua será feito , estamos orando primeiro lugar, que a vontade de Deus tornar-se nossa própria vontade. Em segundo lugar, estamos orando para que Sua vontade prevaleça em todo omundo, uma vez que [faz] no céu .
Compreensão equivocada da Vontade de Deus
Muitas pessoas, incluindo muitos crentes, entendem erroneamente esta parte da oração dos discípulos. Vendo a soberania de Deus simplesmente como a imposição absoluta da vontade de um ditador, alguns crentes são ressentido. Quando, ou se, eles rezam para que Sua vontade seja feita, eles rezam para fora de um sentimento de compulsão. A vontade de Deus tem que ser feito, e Ele é muito forte para resistir;Então, o que seria o ponto de Oração o contrário? A conclusão lógica da maioria das pessoas que olham para Deus em que maneira é que não há nenhum ponto a oração certamente não às petições. Por que perguntar para o inevitável?
Outras pessoas são mais caridosos em seus sentimentos a respeito de Deus. Mas porque, também, acreditar Sua vontade é inevitável, eles rezam fora de resignação passiva. Eles rezam para que a vontade de Deus seja feita simplesmente porque é isso que o Senhor lhes diz para fazer. Eles são resignAdãoente obediente. Eles não rezam tanto de fé como de capitulação. Eles não tentam colocar suas vontades em acordo com a vontade divina, mas sim mudar suas próprias vontades em ponto morto, deixando a vontade de Deus o seu curso.
É fácil para os cristãos a cair em orando dessa forma. Mesmo nos primeiros dias da igreja, quando a fé em geral, era forte e vital, a oração pode ser passiva e unexpectant. Um grupo de discípulos em causa estava orando na casa de Maria, mãe de João Marcos, para a libertação de Pedro da prisão. Enquanto eles estavam orando, Pedro foi libertado por um anjo e veio para a casa e bateu na porta. Quando uma criada chamada Rode veio até a porta e reconheceu a voz de Pedro, ela correu para dentro de dizer aos outros, esquecendo-se de deixá-Pedro. Mas o grupo de oração não acreditava nela, e pensei que tinha ouvido um anjo. Quando Pedro foi finalmente admitiu, "o viram e ficaram maravilhados" (At
A nossa própria oração vive muitas vezes são fracos porque não oramos com fé; não esperamos que a oração mudar nada. Oramos por um senso de dever e obrigação, inconscientemente pensando que Deus vai fazer exatamente como Ele quer fazer de qualquer maneira Jesus contou a parábola da viúva importuna-que se recusou a aceitar o status quo e persistiu na mendicidade, apesar de ter recebido nenhuma —resposta com o propósito de nos proteger contra esse tipo de resignação passiva e não espiritual. "Agora ele estava dizendo a eles uma parábola para mostrar que em todas as vezes que eles devem orar e não desanimar" (Lc
Para orar para que a vontade de Deus seja feita na terra é rebelar-se contra a idéia, ouvido hoje mesmo entre os evangélicos, que praticamente todos, coisa corrupto mau que fazemos ou o que é feito para nós é de alguma forma santa vontade de Deus e deve ser aceito de Sua mão com ações de graças. Nada mau ou pecaminoso vem da mão de Deus, mas somente a partir do lado de Satanás. Para orar por justiça é orar contra a maldade. Para orar pela vontade de Deus seja feita é orar para que a vontade de Satanás de ser desfeita.
Para orar pela vontade de Deus seja feita é chorar com Davi, "Levante-se Deus, deixe os seus inimigos sejam dispersos, e deixar que aqueles que O odeiam fugir diante dele" (Sl
Orar é justamente a orar com fé, crendo que Deus vai ouvir e responder as nossas orações. Eu acho que o maior obstáculo para a oração não é a falta de técnica, a falta de conhecimento bíblico, ou até mesmo a falta de entusiasmo para a obra do Senhor, mas a falta de fé. Nós simplesmente não orar com a expectativa de que nossas orações vão fazer a diferença em nossas vidas, em outras vidas das pessoas, na igreja, ou no mundo.
Há três aspectos distintos da vontade de Deus como Ele revela para nós em Sua Palavra. Em primeiro lugar, é o que pode ser chamado de Sua vontade de propósito, o vasto, abrangente e tolerar vontade de Deus expressa na revelação de Seu plano soberano que encarna todo o universo, incluindo o céu, inferno, ea terra. Esta é a vontade suprema de Deus, da qual Isaías escreveu: "O Senhor dos Exércitos jurou dizendo:" Certamente, assim como eu ter pretendido por isso que aconteceu, e assim como eu planejei por isso vai ficar '"(Is
Em segundo lugar, é o que pode ser chamado de vontade do desejo de Deus. Isso está dentro de Sua vontade de propósito e completamente coerente com ela. Mas é mais específico e focado. Ao contrário de vontade do propósito de Deus, a Sua vontade de desejo nem sempre é cumprido; na verdade, é muito insatisfeito em relação à vontade de Satanás na presente época.
Jesus desejava muito que Jerusalém será salvo, e Ele orou, pregou, curados, e ministrou entre os seus povos para o efeito. Mas poucos acreditaram nele; mais rejeitado, e alguns até crucificaram. "Jerusalém, Jerusalém," Ele orou. "Eu queria reunir os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, e você não iria tê-lo!" (Lc
Vontade do propósito de Deus abraça o fim último deste mundo, segunda vinda de Cristo eo estabelecimento de Seu reino eterno. Sua vontade de desejo abraça conversão; e Sua vontade de comando abraça o compromisso e obediência de Seus filhos.
O grande inimigo da vontade de Deus é o orgulho. O orgulho fez com que Satanás se rebelar contra Deus, e orgulho faz com que os incrédulos rejeitar a Deus e crentes desobedecer-lhe. Porque a vontade de Deus para ser aceito e para receber oração com sinceridade e com a fé, a auto-vontade deve ser abandonado no poder do Espírito Santo. "Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, para apresentar os vossos corpos em sacrifício vivo e santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a vontade de Deus é, o que é bom, agradável e perfeita "(Rom. 12: 1-2).
Quando oramos com fé e em conformidade com a vontade de Deus, a oração é uma graça santificante que muda nossas vidas drasticamente. A oração é um meio de santificação progressiva. João Hannah disse: "O fim da oração não é respostas tanto tangíveis como uma vida aprofundamento da dependência ... A chamada para a oração é um chamado ao amor, submissão e obediência, ... a avenida de doce, intimista e intensa comunhão do alma com o Criador infinito. "
A chamada do crente é trazer o céu à terra Ao santificar o nome do Senhor, deixando que Seu reino venha, e procurar fazer a Sua vontade.
Nos versículos
36. A oração dos discípulos — Parte 2 (Mateus
Pray, então, da seguinte maneira: "Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome Venha o teu reino Seja feita vossa vontade, assim na terra como no céu Dá-nos hoje o nosso pão de cada dia e perdoa-nos o nosso.... dívidas, assim como nós também temos perdoado aos nossos devedores. E não nos levam em tentação, mas livrai-nos do mal. [Porque teu é o reino, o poder ea glória, para sempre. Amém.] "Porque, se perdoardes aos homens por suas transgressões, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós. Mas se não perdoardes aos homens, então o vosso Pai não perdoará as vossas ofensas. (6: 9-15)
Provisão de Deus
Dá-nos hoje o nosso pão de cada dia. (06:11)
Embora possa ter sido uma verdadeira preocupação nos tempos do Novo Testamento, para muitos cristãos no mundo ocidental hoje, esse pedido pode parecer desnecessária e inadequada. Por que devemos pedir a Deus por aquilo que já temos em abundância? Por que, quando muitos de nós precisa consumir menos comida do que nós, peça a Deus para suprir nosso pão de cada dia ? O que seria um pedido totalmente compreensível de um cristão na Etiópia ou o Camboja, parece irrelevante na boca de um americano bem alimentados.
Mas essa parte da oração dos discípulos, como qualquer outro, se estende para além do primeiro século a todos os crentes, em todas as épocas e em todas as situações. Neste padrão para a oração, nosso Senhor dá todos os ingredientes necessários para Oração. Podemos ver cinco elementos-chave neste pedido de provisão de Deus: a substância, a fonte, a súplica, as requerentes, bem como o calendário.
A Substância
Pão representa não só alimentos, mas é simbólico de todas as nossas necessidades físicas. João Stott observou que a Martin Luther, "tudo que é necessário para a preservação da vida é pão, incluindo alimentos, um corpo saudável, tempo bom, casa, casa, esposa, filhos, um bom governo, e paz" ( Cristão Counter-Cultura : A Mensagem do Sermão da Montanha [Downers Grove, Ill .: InterVarsity de 1978], p 149)..
É maravilhoso para entender que o Deus que criou todo o universo, que é o Deus de todo o espaço e tempo e da eternidade, que é infinitamente santo e completamente auto-suficiente, deve se preocupar com fornecimento de nossos necessidades físicas e deve estar preocupado que nós receber comida suficiente para comer, roupas para vestir, e um lugar para descansar. Deus obriga-se para suprir nossas necessidades.
Esta parte da oração é na forma de uma Pedido, mas é também uma afirmação-é por isso que é tão apropriado para aqueles que estão bem alimentados, como para aqueles que têm pouco para comer. Acima de tudo é uma afirmação de que todas as coisas boas que temos vem da mão da graça de Deus (Jc 1:17).
A fonte
Isso nos conduz à fonte, que é Deus. O Pai é aquele abordadas ao longo de oração, Aquele que é elogiado e peticionou.
Quando todas as nossas necessidades sejam atendidas e tudo está indo bem em nossas vidas, somos inclinados a pensar que estamos levando nossa própria carga. Conquistamos nosso próprio dinheiro, comprar nossa própria comida e roupas, para pagar nossas próprias casas. No entanto, mesmo a pessoa que mais trabalhava deve a tudo o que ele ganha para a provisão de Deus (conforme Dt
Deus providenciou para o homem antes mesmo de criar o homem. Man foi a criação final de Deus, e depois que Ele fez e abençoou Adão e Eva Ele disse: "Eis que vos tenho dado todas as plantas dão semente que está na superfície de toda a terra, e toda árvore que tem fruto que dê semente, que deve de alimento para vocês "(Gn
No entanto, Paulo nos diz que "o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, ... e exigem abstinência de alimentos que Deus criou para serem recebidos compartilhada por aqueles que crêem e conhecem a verdade. Por tudo que foi criado por Deus é bom, e nada deve ser rejeitado, se for recebido com gratidão, pois é santificado por meio da palavra de Deus e pela oração "(1Tm
Deus não se obrigar a satisfazer as necessidades físicas de cada um, mas apenas daqueles que confiam nEle. No Salmo 37 Davi fala aos crentes que "confiança no Senhor" (v. 3), "delícia ... no Senhor" (v. 4), "cometem [seu] caminho ao Senhor" (v. 5), "Descansa no Senhor e espera nele" (v. 7), "Deixa a ira, e" não se preocupe "(v. 8) Ele diz:." Fui moço, e agora sou velho; Ainda não vi o justo desamparado, ou sua descendência a mendigar o pão "(v. 25).
Os Seekers
O nos da oração-modelo de Jesus são aqueles que pertencem a Ele. Falando aos crentes, Paulo escreveu: "Ora, aquele que dá a semente ao que semeia, e pão para comer, também dará e multiplicará a vossa sementeira e aumentará os frutos da vossa justiça, você será enriquecido em tudo para toda a liberalidade, a qual por meio de nós é a produção de agradecimento a Deus "(2 Cor. 9: 10-11).
Jesus disse: "Em verdade eu vos digo, não há ninguém que tenha deixado casa, mulher, irmãos ou pais, ou filhos, por amor do reino de Deus, que não receba muitas vezes mais neste momento e no era por vir, a vida eterna "(Lucas
A maior causa de fome e as doenças concomitantes no mundo não é pobre práticas agrícolas ou políticas econômicas e políticas pobres. Também não é a raiz do problema da falta de recursos científicos e tecnológicos ou mesmo superpopulação. Esses problemas só agravam o problema básico, que é espiritual. Apenas cerca de quinze por cento da terra arável no mundo é utilizada para a agricultura, e que apenas a metade do ano. Não há maior área do mundo que com a tecnologia adequada não é capaz de suportar a sua própria população e muito mais.
Essas partes do mundo que não têm raízes cristãs invariavelmente colocar um valor baixo na vida humana. A pobreza na Índia, por exemplo, pode ser colocada nos pés do hinduísmo, a religião pagã que gerou uma série de outras religiões. De acordo com a Encyclopaedia Britannica e Manual do Eerdman de Religiões do Mundo , budismo, jainismo, sikhismo e vir do hinduísmo. Xintoísmo, o zoroastrismo, o confucionismo, taoísmo e não o fazem.
Para os hindus, o homem é, mas a encarnação de uma alma no seu caminho para moksha , uma espécie de "emancipação final", durante o qual viagem ele passa por incontáveis, talvez intermináveis, ciclos de reencarnação, tanto em animais e forma humana. Ele trabalha o seu caminho até formas mais elevadas de boas ações e regride para diminuir formas por pecar. A pobreza, a doença, a fome e são, portanto, vistas como castigos divinos para que as pessoas envolvidas devem fazer penitência, a fim de ter nascido em uma forma mais elevada. Para ajudar uma pessoa em situação de pobreza ou doença é interferir com o seu karma e, portanto, fazer-lhe mal espiritual. (Para uma discussão de moksha , consulte Encyclopedia Britannica , Micropédia, VI, p 972;. Para uma discussão mais geral, veja Encyclopaedia Britannica ..., Macropædia, vol 8, pp 888-908 Consult, também, o Manual do Eerdman de Religiões do Mundo [Grand Rapids: Eerdmans, 1982]).
Todos os animais são considerados encarnações ou de homens ou divindades. As vacas são consideradas sagradas especialmente porque eles são divindades-de que o hinduísmo tem algum 330 milhões encarnado. As vacas não apenas não são para ser comido, mas também para o problema alimentar, consumindo 20 por cento da oferta total de alimentos da Índia. Mesmo ratos e camundongos, que comem 15 por cento do fornecimento de alimentos, não são mortos, porque eles podem ser seus parentes reencarnados.
Assim como o paganismo é a grande praga da Índia, da África, e muitas outras partes do mundo, o cristianismo tem sido a bênção do Ocidente. Europa e os Estados Unidos, embora nunca totalmente cristã, em qualquer sentido bíblico, têm sido imensamente abençoado por causa da influência cristã sobre filosofia e política político, social e econômico. As grandes preocupações com os direitos humanos, o cuidado com os pobres, orfanatos, hospitais, reforma do sistema prisional, a reforma racial e escravos, e uma série de outras preocupações não veio do paganismo ou humanismo, mas do cristianismo bíblico.Por outro lado, a visão degradada atual da vida humana reflete na baixa vista da família e crescente aprovação legal e social do aborto, infanticídio, ea eutanásia são o legado do humanismo e ateísmo prático.
Sem uma visão correta de Deus, não pode haver uma visão própria do homem. Aqueles que têm uma visão correta de Deus e também um relacionamento correto com Ele através de Jesus Cristo são prometidas a prestação de seu Pai celestial. "Por esta razão," Jesus diz: "Eu vos digo: não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou pelo que haveis de beber;., Nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir é não a vida mais do que a comida, eo corpo mais do que roupa ... Por todas estas coisas os gentios procuram avidamente;? pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas estas coisas Mas buscai primeiro o seu reino ea sua justiça,. e é aditado todas estas coisas a vós "(6:25 Matt., 32-33).
Às vezes, Deus providenciou para Seus filhos através de meios milagrosos, mas Sua principal forma de disposição é através do trabalho, para o qual Ele deu a vida, energia, recursos e oportunidades. Sua principal forma de cuidar daqueles que não podem trabalhar é através da generosidade daqueles que são capazes de trabalhar. Se ele faz isso, direta ou indiretamente, Deus é sempre a fonte de nosso bem-estar físico. Ele faz a terra para produzir o que precisamos, e Ele nos dá a capacidade de consegui-lo.
O Cronograma
O cronograma de provisão de Deus para Seus filhos é diária. O significado aqui é simplesmente o de fornecimento regular, o dia-a-dia das nossas necessidades. Estamos a contar com o Senhor, um dia de cada vez. Ele pode nos dar visão para a obra que Ele nos chama a fazer no futuro, mas Sua provisão para as nossas necessidades é diária, não semanal, mensal ou anual. Para aceitar a provisão do Senhor para os dias atuais, sem se preocupar com as nossas necessidades ou bem-estar amanhã, é um testemunho do nosso contentamento na sua bondade e fidelidade.
Perdão de Deus
E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós também temos perdoado aos nossos devedores. (6:12)
Opheilēma ( dívidas ) é um dos cinco do Novo Testamento termos gregos para o pecado. Hamartia é o mais comum e carrega a idéia raiz de errar o alvo. Pecado erra o alvo da norma de justiça. De DeusParaptōma , muitas vezes traduzida como "transgressão", é o pecado de escorregar ou cair, e resulta mais do descuido que de desobediência intencional. parábase refere-se a pisar em toda a linha, indo além dos limites prescritos pela Deus, e é muitas vezes traduzida como "transgressão". Este pecado é mais consciente e intencional de hamartia e paraptōma . Anomia significa ilegalidade, e é um pecado ainda mais intencional e flagrante. É rebelião direta e aberta contra Deus e Seus caminhos.
O substantivo opheilēma é usado apenas algumas vezes no Novo Testamento, mas a sua forma verbal é encontrado com freqüência. Dos cerca de trinta vezes ele é usado em sua forma verbal, vinte e cinco vezes refere-se a dívidas morais ou espirituais. O pecado é uma dívida moral e espiritual de Deus que deve ser pago. Em seu relato desta oração, Lucas usa hamartia ("pecados", Lc
Os que confiam no Senhor Jesus Cristo, receberam o perdão de Deus pelo pecado e são salvos do inferno eterno. E uma vez que, como já vimos, esta oração é dada aos crentes, os débitos referidos aqui são os incorridos pelos cristãos quando eles pecado. Infinitamente mais importante do que a nossa necessidade de pão de cada dia é a nossa necessidade de perdão contínuo de pecado.
Arthur Rosa escreve em uma exposição de o Sermão da Montanha (Grand Rapids: Baker, 1974), pp. 163-64:
Como ele é contrário à santidade de Deus, o pecado é uma profanação, uma desonra e uma vergonha para nós, pois é uma violação de Sua lei. É um crime, e quanto à culpa que entramos em contato, assim, é uma dívida. Como criaturas temos uma dívida da obediência para nosso criador e governador, e pela não rendem o mesmo por conta de nossa desobediência posto, o que implicou uma dívida de castigo; e é por isso que nós imploramos o perdão divino.
A Provisão
Porque maior problema do homem é o pecado, sua maior necessidade é o perdão, e isso é o que Deus oferece. Apesar de ter sido perdoado da pena final do pecado, como cristãos devemos perdão constante de Deus para os pecados que continuam a cometer. Devemos orar, portanto, perdoe-nos . O perdão é o tema central de toda esta passagem (vv. 9-15), sendo mencionada seis vezes em oito versos. Tudo leva a ou questões de perdão.
Os crentes têm experimentado uma vez por todas o perdão judicial de Deus, que eles receberam o momento em que Cristo foi confiado como Salvador. Nós já não estão condenados, não mais sob julgamento, não mais destinados ao inferno (Rm
Mas porque ainda cair em pecado, que frequentemente exigem gracioso perdão de Deus, o Seu perdão não agora como juiz, mas como Pai. "Se dissermos que não temos pecado, enganamos a nós mesmos, ea verdade não está em nós", João avisa os crentes. Mas, ele continua a garantir-nos: "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça" (I João
Durante a Última Ceia, Jesus começou a lavar os pés aos discípulos como uma demonstração do humilde, servindo espírito que devem ter como Seus seguidores. A princípio Pedro recusou, mas quando Jesus disse: "Se eu não te lavar, não terás parte comigo", Pedro foi para o outro extremo, querendo ser banhado todo. Jesus respondeu: "Aquele que se banhou não necessita de lavar os pés, pois está todo limpo;. E vós estais limpos, mas não todos vocês ' Para Ele sabia o que o traía, por esta razão Ele disse: 'Nem todos estais limpos "(13
Ato de lava-pés de Jesus foi, portanto, mais do que um exemplo de humildade; era também uma figura do perdão que Deus dá em Sua limpeza repetida daqueles que já estão salvos. Sujeira nos pés simboliza a contaminação diária superfície do pecado que nós experimentamos como nós caminhamos pela vida. Não se trata, e não pode, fazer-nos inteiramente sujo, porque temos sido permanentemente limpos do que isso. A purga posicional da salvação que ocorre a regeneração não precisa de repetição, mas a purga prática é necessária a cada dia, pois a cada dia estamos aquém da santidade perfeita de Deus.
Como juiz, Deus está ansioso para perdoar os pecadores, e como Pai Ele é ainda mais ansioso para continuar a perdoar Seus filhos. Centenas de anos antes de Cristo, Neemias escreveu: "Tu és um Deus de perdão, clemente e compassivo, lento para a cólera, e abundante em benignidade" (Ne
Um apelo
Pedir perdão implica confissão. Pés que não são apresentados a Cristo não podem ser lavados por Ele. Pecado que não é confessado não pode ser perdoado. Essa é a condição João deixa claro no texto que acabamos de citar acima: "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça" (1Jo
O verdadeiro cristão não ver promessa do perdão de Deus como uma licença para pecar, uma maneira de abusar de seu amor e abusar da sua graça. Ao contrário, ele vê gracioso perdão de Deus como meio de crescimento espiritual e santificação e continuamente dá graças a Deus por Seu grande amor e vontade de perdoar e perdoar e perdoar. Também é importante perceber que a confessar o pecado dá glória a Deus quando Ele castiga o cristão desobediente porque remove qualquer queixa de que Deus é injusto quando Ele disciplina.
Um santo Puritan de muitas gerações atrás orou: "Concedei-me a nunca perder de vista a excessiva malignidade do pecado, a justiça superior da salvação, a glória superior de Cristo, a beleza da santidade superior, ea maravilha superior de graça." Em outra ocasião, ele orou: "Eu sou culpado, mas perdoado. Eu estou perdido, mas salvo. Estou vagando, mas encontrou. Eu estou pecando, mas limpo. Dá-me o coração contrito perpétua. Mantenha-me sempre agarrado a Tua cruz" (Arthur Bennett, ed,. O Valley da Vision: A Collection dUma Oraçãos puritanos e Devoções [Edinburgh: Banner da Verdade, 1975], pp 76, 83)..
O pré-requisito
Jesus dá a pré-requisito para receber o perdão nas palavras, assim como nós também temos perdoado aos nossos devedores . O princípio é simples, mas preocupante: se nós temos perdoado, seremos perdoados; se não tivermos perdoado, não será perdoado.
Devemos perdoar porque é o caráter de justiça, e, portanto, da vida de fé cristã, a perdoar. Os cidadãos do reino de Deus são abençoados e receber misericórdia porque eles próprios são misericordiosos (Mt
Estamos também a ser motivados a perdoar por causa do exemplo de Cristo. "Seja gentil com o outro", diz Paulo, "compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus em Cristo vos perdoou" (Ef
Perdoar os outros também libera a consciência de culpa. A falta de perdão não só se destaca como uma barreira para o perdão de Deus, mas também interfere com a paz de espírito, felicidade, satisfação, e até mesmo o bom funcionamento do corpo.
Perdoar os outros é de grande benefício para toda a congregação dos crentes. Provavelmente, algumas coisas têm tão curto-circuito no poder da igreja como os conflitos não resolvidos entre seus membros."Se eu atender à iniqüidade no meu coração", o salmista adverte a si mesmo e todos os crentes ", o Senhor não me ouvirá" (Sl
Perdoar os outros também nos livra da disciplina de Deus. Onde há um espírito que não perdoa, não é pecado; e onde há pecado, não haverá castigo (Heb. 12: 5-13). Pecados sem arrependimento na igreja em Corinto causado muitos crentes a ser fraco, doente, e até mesmo a morrer (1Co
Mas a razão mais importante por ser indulgente é que traz o perdão de Deus para o crente. Essa verdade é tão importante que Jesus reforça-lo após o encerramento da oração (vv. 14-15). Nada na vida cristã é mais importante do que o perdão-nosso perdão aos outros e perdão de nós de Deus.
Na questão do perdão, Deus nos trata como lidamos com os outros. Devemos perdoar aos outros como livremente e graciosamente como Deus nos perdoa. O Puritan escritor Tomé Manton disse: "Não há ninguém tão suave para os outros como eles, que têm recebido misericórdia si mesmos, para que eles sabem como suavemente Deus repartiu com eles."
Proteção de Deus
E não nos induzas à tentação, mas livrai-nos do mal. (6: 13a)
Peirasmos ( tentação ) é basicamente uma palavra neutra no grego, não tendo nenhuma conotação ou do bem ou do mal necessário, como faz o nosso Inglês tentação , que se refere ao incentivo para o mal.O significado da raiz tem a ver com um teste ou prova, ea partir desse significado derivam os significados relacionados de provação e tentação. Aqui parece paralelo o termo mal, indicando que ele tem em vista sedução do pecado.
Santidade e bondade de Deus não vai permitir que o Seu líder ninguém, nem, certamente, um de seus filhos, em um lugar ou experiência em que eles iriam propositalmente ser induzido a cometer o pecado."Que ninguém diga quando é tentado", diz Tiago, "" Estou sendo tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo não tenta ninguém "(Jc 1:13).
No entanto, Tiago tinha apenas disse: "Considerai tudo com alegria, meus irmãos, quando se deparar com várias provações ( peirasmos ), sabendo que a provação da vossa fé produz perseverança "(vv. 2-3).Há um problema de interpretação, portanto, quanto a saber se peirasmos em Mt
Afirmo com Crisóstomo, o Pai da igreja primitiva, que a solução para este problema é que Jesus não está aqui falando de lógica ou teologia, mas de um desejo do coração e inclinação que causam um crente querer evitar o perigo e dificuldade pecado cria. É a expressão da alma redimida que tanto despreza e teme o pecado que quer escapar de todas as perspectivas de queda para ele, escolhendo para evitar invés de ter que derrotar a tentação.
Aqui é outro paradoxo da Escritura. Sabemos que os ensaios são um meio para o nosso crescimento espiritual, moral e emocionalmente. No entanto, nós não temos nenhum desejo de estar em um lugar onde até mesmo a possibilidade do pecado é aumentada. Mesmo Jesus, quando Ele orou no Jardim do Getsêmani, pediu em primeiro lugar, "Meu Pai, se é possível, este cálice passe de mim", antes que Ele disse: "ainda não seja como eu quero, mas como tu queres" (Mt . 26:39). Ele ficou horrorizado com a perspectiva de tomar sobre si o pecado, mas Ele estava disposto a suportá-la, a fim de cumprir a vontade de seu Pai, para tornar possível a redenção do homem.
Nossa reação adequada aos tempos de tentação é semelhante à de Cristo, mas para nós é principalmente uma questão de auto-desconfiança. Quando olhar honestamente para o poder do pecado e em nossa própria fraqueza e propensões pecaminosas, nós estremecer com o perigo de tentação ou mesmo julgamento. Esta Pedido é outro argumento para Deus para prover o que em nós mesmos não temos. É um apelo a Deus para colocar um relógio sobre os nossos olhos, nossos ouvidos, a nossa boca, nossos pés e nossas mãos-que em tudo o que vemos, ouvimos, ou dizer, e em qualquer lugar que vá e em tudo o que fazemos, Ele vai nos proteger do pecado.
Como José, nós sabemos que homens e Satanás significa para Deus mal se voltarão para o bem de seus filhos (conforme Gn
Esta Pedido é uma salvaguarda contra a presunção e uma falsa sensação de segurança e auto-suficiência. Sabemos que nunca vamos ter chegado espiritualmente, e que nós nunca estará livre do perigo do pecado, até que estejamos com o Senhor. Com Martin Luther dizemos: "Não podemos deixar de ser exposto aos assaltos, mas oramos que não pode cair e morrer sob eles." Como o nosso querido Senhor orou por nós em Sua grande oração de intercessão, queremos que, a todo o custo, para ser guardado do mal (Jo
Quando nós oramos sinceramente, não nos levam em tentação, mas livrai-nos do mal, nós também declaram que nos submetemos a Sua Palavra, que é a nossa proteção contra o pecado. "Submeter portanto, a Deus", diz Tiago. "Resisti ao diabo, e ele fugirá de vós" (Jc 4:7 e, para as mentes e os corações dos leitores judeus de Mateus, teria sido um movimento e clímax apropriado.
Postscript de Deus
Porque, se perdoardes aos homens as suas transgressões, para, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós. Mas se não perdoardes aos homens, então o vosso Pai não perdoará as vossas ofensas. (6: 14-15)
A lição da oração termina com um lembrete de que segue o ensinamento do perdão no versículo 12. Esta visão é próprio comentário do Salvador em nossa Pedido a Deus pelo perdão, e é o único das petições a que ele dá acrescentou. Assim, a sua importância é ampliada .
Porque, se perdoardes aos homens as suas transgressões para coloca o princípio de um modo positivo. Os crentes devem perdoar como aqueles que receberam o perdão judicial (conforme Ef
Paulo tinha isso em mente quando escreveu: "Eu encontrei misericórdia, para que em mim, o principal [dos pecadores], Jesus Cristo pudesse demonstrar sua paciência perfeito" (1Tm
Mas se não perdoardes aos homens, então o vosso Pai não perdoará as vossas ofensas . Que afirma a verdade do versículo 14 de uma forma negativa para dar ênfase. O pecado de um coração rancoroso e um espírito amargo (He 12:15) perde bênção e convida julgamento. Até mesmo o Talmud ensina que aquele que é indulgente para com as falhas dos outros será misericordiosamente tratado pelo Supremo Juiz ( Shabbath 151 b ).
Cada crente deve buscar para manifestar o espírito de perdão de José (Gn
Há petições para o crente que pedir de Deus, mas também há condições para que as respostas a serem recebidos. Ainda mais, as nossas orações são para ser principalmente preocupado com a exaltação do nome, reino, ea vontade do Senhor Jesus Cristo. A oração é principalmente adoração que inspira graças e pureza pessoal.
37. O jejum sem hipocrisia (Mateus
E sempre que você rápido, não colocar um rosto triste como os hipócritas, pois eles negligenciam a sua aparência, a fim de ser jejuando. Em verdade vos digo que eles já receberam sua plena recompensa. Mas tu, quando jejuardes, unge a tua cabeça, e lava o rosto, para que você não pode ser jejuando, mas a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará. (6: 16-18)
O jejum é a área da terceira após aqueles de dar (6: 2-4) e orando (vv 5-15.) —para Que Jesus dá um corretivo para as práticas religiosas hipócritas tipificados pelos escribas e fariseus. Em cada caso, a perversão do padrão de Deus foi causada pelo desejo primordial de ser visto e elogiado pelos homens (v. 1).
O jejum tem sido praticada por diversos motivos ao longo da história. Muitos pagãos antigos acreditavam que os demônios possam entrar no corpo através dos alimentos. Quando eles sentiram que estavam sob ataque demoníaco eles rápido para evitar que os espíritos mais malignos de ter acesso a seus corpos. Os iogues da maioria das religiões orientais e cultos foram sempre empenhada em jejum, muitas vezes por longos períodos de tempo, em que visões místicas e insights são requeridas para ser recebido. Na sociedade ocidental moderna jejum tornou-se popular por razões puramente físicos e cosméticos, e é recomendado em alguns programas de dieta. A Bíblia registra nenhum ensinamento ou a prática do jejum por motivos práticos. Jejum legítimo sempre teve um propósito espiritual e nunca é apresentado como tendo qualquer valor em si mesmo.
Durante os tempos do Velho Testamento muitos crentes fiéis jejum-Moisés, Sansão, Samuel, Hannah, Davi, Elias, Esdras, Neemias, Ester, Daniel, e muitos outros. E o Novo Testamento nos diz do jejum de Anna, João Batista e os seus discípulos, Jesus, Paulo e muitos outros. Sabemos que muitos dos Padres da igreja primitiva em jejum, e que Lutero, Calvino, Wesley, Whitefield, e muitos outros líderes cristãos em circulação ter jejuado.
Mas a única rápido ordenado nas Escrituras é o ligado com o Dia da Expiação. Nesse dia, todas as pessoas foram a "humilhar [suas] almas" (Lv
Porque não é em outro lugar ordenado por Deus, o jejum é diferente de dar e orando, para a qual existem muitos comandos em ambos os testamentos. Tanto o Antigo eo Novo Testamento falam favoravelmente de jejum e gravar muitos casos de jejum pelos crentes. Mas, exceto para o anual rápido que acabamos de mencionar, em nenhum lugar está necessário. Além disso, o jejum é mostrado para ser um ato voluntário inteiramente não obrigatórias, e não um dever espiritual de ser observado regularmente.
Jejum pretensioso
E sempre que você rápido, não colocar um rosto triste como os hipócritas, pois eles negligenciam a sua aparência, a fim de ser jejuando. Em verdade vos digo que eles já receberam sua plena recompensa. (6:16)
A frase e sempre que você rápido apoia o entendimento de que o jejum não é ordenado. Mas quando ela é praticada deve ser regulada de acordo com os princípios Jesus dá aqui.
Nēsteia ( rápido ) significa, literalmente, não para comer, de se abster de alimentos. Jejuns às vezes eram total e, por vezes, parcial, e normalmente apenas água estava bêbado.
Duas visões extremas de comer foram realizadas entre os judeus da época de Jesus. Muitos, como os mencionados nesta passagem, fez uma óbvia exibição de jejum. Outros acreditavam que, porque a alimentação é um dom de Deus, cada pessoa teria de prestar contas a ele no dia do juízo para todas as coisas boas que ele não tinha comido. O primeiro grupo não era apenas mais prevalente, mas foi mais hipócrita e orgulhoso. O seu jejum não era uma questão de convicção espiritual, mas um meio de auto-gratificação.
Na época de Cristo, o jejum, como quase todos os outros aspectos da vida religiosa judaica, tinha sido pervertido e torceu para além do que era bíblica e sincero. O jejum havia se tornado um ritual para ganhar mérito diante de Deus e diante dos homens atenção. Como oração e esmola, foi em grande parte um show religioso hipócrita
Muitos fariseus jejuavam duas vezes por semana (Lc
Aqueles que querem chamar a atenção para o seu jejum seria colocar um rosto sombrio , e negligenciar a sua aparência, a fim de ser jejuando . Eles usavam roupas velhas, às vezes propositAdãoente rasgadas e sujas, por desalinhar o cabelo, se cobrir com terra e cinzas, e até mesmo usar maquiagem, a fim de olhar pálido e doente. Como vimos nos capítulos anteriores, hipócritas vem de uma palavra grega para a máscara usada pelos atores para retratar um determinado personagem ou humor. Em relação ao jejum, alguns judeus hipócritas , literalmente, recorreu a teatralidade.
Quando o coração não é reto, o jejum é uma farsa e uma zombaria. Aqueles a quem Jesus condenado para o jejum , a fim de serem vistos pelos homens eram pretensiosamente hipócrita. Tudo o que fizeram centrada em torno de si mesmos. Deus não tinha lugar em seus motivos e sua maneira de pensar, e Ele não participou da sua recompensa. A recompensa que eles queriam era o reconhecimento por homens, e que a recompensa, e só essa recompensa, receberam na íntegra .
Infelizmente, ao longo da história da igreja jejum tem sido mais freqüentemente vistos nos dois extremos que eram comuns no judaísmo. João Calvin disse: "Muitos, por falta de saber a sua utilidade subestimar sua necessidade. E alguns rejeitá-lo todos juntos, como supérfluo, enquanto, por outro lado, onde o uso adequado do jejum não é bem compreendida, é facilmente degenera em superstição."
Jejum Adequada
Mas tu, quando jejuardes, unge a tua cabeça, e lava o rosto, para que você não pode ser jejuando, mas a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.(6: 17-18)
O jejum é mencionado cerca de trinta vezes no Novo Testamento, quase sempre favorável. É possível que o jejum foi subestimada mesmo em algumas partes da igreja primitiva. Pelo menos quatro vezes por referência ao jejum parece ter sido inserido no texto original em que não é encontrada em mais antigos e melhores manuscritos (Mt
Os discípulos de Jesus não se rapidamente enquanto estava com eles, porque o jejum é principalmente associado com o luto ou outros tempos de consumir necessidade ou ansiedade espiritual. Quando os discípulos de João Batista perguntaram a Jesus por seus discípulos não rápido como eles e os fariseus fez, ele respondeu: "Os atendentes do noivo pode não chorar enquanto o esposo está com eles, podem? Mas dias virão que o noivo será tirado do meio deles, e então jejuarão "(Mat. 9: 14-15). O jejum é não associado com o luto.
O jejum nunca é mostrado na Escritura para ser o meio para a experiência espiritual elevada, visões, ou insight especial ou místicos de sensibilização, como muitos, incluindo alguns místicos cristãos, reivindicação. O jejum é apropriado nesta idade, porque Cristo é fisicamente ausente da terra. Mas é apropriado apenas como uma resposta aos tempos especiais de teste, julgamento, ou luta.
O jejum é apropriado durante momentos de tristeza. Quando Deus fez a primeira criança nascida de Bathsheba por Davi de ser doente, jejuou Davi enquanto ele implorou pela vida da criança (2Sm
Em tais ocasiões de profundo pesar, o jejum é uma resposta humana natural. A maioria das pessoas não se então sentir vontade de comer. Seu apetite se foi, e comida é a última coisa que eles estão preocupados. A menos que uma pessoa está ficando sério fraco de fome ou tem alguma razão médica específica para a necessidade de comer, o que fazemos nenhum favor, insistindo que eles comem.
Perigo esmagadora frequentemente solicitado jejum. O rei Josafá proclamaram um jejum nacional em Judá quando eles foram ameaçados de ataque dos moabitas e amonitas (2Cr
Como os exilados estavam prestes a sair Babylon para o retorno aventureiro a Jerusalém, Esdras declarou um rápido ", para que possamos nos humilhar diante de nosso Deus para buscar dEle uma viagem segura para nós, para nossos filhos, e todas as nossas posses" (Ed
Penitência foi muitas vezes acompanhada de jejum. Davi jejum após seu duplo pecado de adultério com Bate-Seba e depois ter seu marido Urias enviado para a frente de batalha para ser morto. Daniel jejuou como ele orou a Deus para perdoar os pecados de seu povo. Quando Elias confrontou Acabe com o julgamento de Deus por sua grande maldade, o rei "rasgou as suas roupas e colocar-se de saco e jejuou, e ele se deitou com pano de saco e andava desanimado" (1Rs
Nós muitas vezes não conseguem entender a Palavra de Deus, tanto quanto nós devemos simplesmente porque, ao contrário dos grandes povo de Deus, que não procuram compreendê-lo com o seu grau de intensidade e determinação. Ignorando algumas refeições pode ser o pequeno preço que estão dispostas a pagar para ficar na Palavra até que o entendimento vem.
O jejum muitas vezes acompanhou o início de uma tarefa ou ministério importante. Jesus jejuou quarenta dias e noites antes que Ele foi tentado no deserto e, em seguida, começou seu ministério de pregação.Intensidade e zelo sobre proclamar a Palavra de Deus pode assim que consomem a mente eo coração que os alimentos não tem recurso e nenhum lugar. Embora a abstenção de comida não tem absolutamente nenhum valor espiritual em si, quando comer é uma intrusão no que é infinitamente mais importante, será de bom grado, de bom grado, e discretamente abandonado.
Tanto antes como depois o Espírito Santo dirigiu a igreja de Antioquia para separar Barnabé e Saulo para um ministério especial, as pessoas estavam orando e jejuando (13
Só o Senhor sabe o quanto a liderança da igreja de hoje poderia ser reforçada se congregações eram de que determinado a encontrar e seguir a vontade do Senhor. A igreja primitiva não escolheu ou enviar líderes descuidAdãoente ou por voto popular. Acima de tudo eles procuraram e seguiu a vontade de Deus. O jejum não tem mais poder para assegurar a liderança piedosa do que tem que assegurar o perdão, proteção, ou qualquer outra coisa boa de Deus. Mas é provável que seja uma parte de dedicação sincera que está determinado a conhecer a vontade do Senhor e ter seu poder antes de as decisões são tomadas, os planos são postos, ou ações são tomadas. As pessoas que são consumidos com preocupação diante de Deus não tomar uma pausa para o almoço.
Em cada relato bíblico jejum genuína está ligada com a oração. Você pode orar sem jejum, mas você não pode jejuar biblicamente sem orar. O jejum é uma afirmação de intensa oração, um corolário da profunda luta espiritual diante de Deus. Nunca é um ato isolado ou uma cerimônia ou ritual que tem alguma eficácia inerente ou mérito. Não tem nenhum valor em all-in fato torna-se um obstáculo espiritual e um pecado, quando feito por qualquer motivo, além de conhecer e seguir a vontade do Senhor.
O jejum também está sempre ligada com um coração puro e deve ser associado a obediente, viver piedoso. O Senhor disse a Zacarias para declarar ao povo: "Quando você jejuou e lamentou no quinto e sétimo meses esses 70 anos, era, na verdade, para mim que você jejuou? .... Assim, tem o Senhor dos Exércitos disse:" Dispensar a verdadeira justiça, e bondade e compaixão praticar cada um ao seu irmão, e não oprimir a viúva, nem o órfão, o estrangeiro ou os pobres, e não maquinam o mal em seus corações um contra o outro "" (Zc
Não pode haver direito jejum além de um coração reto, bem viver, e uma atitude correta.
Mas você, quando você rápido , Jesus diz aqueles que pertencem a Ele, arrume o cabelo e lave o rosto, para que você não pode ser jejuando. Para ungir a cabeça com óleo era comumente feito por uma questão de boa aparência. O óleo foi usado frequentemente perfumado e, em parte, como um perfume. Como lavar o rosto , foi associado com o dia-a-dia de vida, mas especialmente com ocasiões mais formais ou importantes. Ponto de Jesus era que uma pessoa que jejua deve fazer de tudo para se fazer parecer normal e não fazem nada para atrair a atenção para sua privação e luta espiritual.
Aquele que sinceramente quer agradar a Deus cuidadosamente evitam tentar impressionar os homens. Ele irá determinar não [a] ser jejuando, mas por Deus, o Pai que está em secreto . Jesus não diz que devemos jejuar com o propósito de ser visto até mesmo por Deus. O jejum não é para ser uma exibição para ninguém, incluindo Deus. O jejum verdadeiro é simplesmente uma parte do concentrado, oração intensa e preocupação com o Senhor, a Sua vontade, e sua obra. A lição de Jesus é que o Pai nunca deixa de notar que o jejum é de coração sentiu e genuíno, e que Ele nunca deixa de recompensá-lo. O seu Pai, que vê em secreto, te recompensará .
38. Tesouro no Céu (Mateus
Não ajunteis para vós tesouros na terra, onde a traça ea ferrugem destroem, e onde os ladrões arrombam e furtam. Mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não arrombam nem roubam; para onde o seu tesouro, aí estará o seu coração também. A candeia do corpo são os olhos; se, portanto, o seu olho é claro, todo o seu corpo será cheio de luz. Mas, se os teus olhos forem maus, todo o teu corpo estará em trevas. Portanto, caso a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas! Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar a um e amar o outro, ou se dedicará um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus ea Mamom. (6: 19-24)
Os seres humanos são naturalmente orientada a coisa. Estamos fortemente inclinado a ser embrulhado em buscar, adquirindo, desfrutando, e proteger os bens materiais. Em culturas prósperas, como aqueles em que a maioria dos ocidentais viver, a propensão para construir nossas vidas em torno de coisas é especialmente grande.
Os líderes religiosos do tempo de Jesus estavam preocupados com as coisas. Eles eram materialistas, ganancioso, avarento, cobiçoso, agarrando, e manipuladora. Que "os fariseus ... eram amantes do dinheiro" (Lc
Jesus primeiro mostra como a sua visão das coisas materiais não essenciais foi pervertido (vv. 4-24) e, em seguida, como a sua visão das coisas materiais essenciais também foi pervertido (vv. 25-34). Seus pontos de vista tanto de luxos e necessidades foram deformado.
A falsa doutrina leva a falsos padrões, comportamento falso, e falsos valores e religião hipócrita parece sempre ser acompanhado pela cobiça e imoralidade (conforme 2 Ped. 2: 1-3, 14-15). Hofni e Finéias, os dois filhos de Eli, o sumo sacerdote, não teve em conta para as coisas de Deus, mas eles ansiosamente aproveitou escritório exaltado de seu pai, bem como as suas próprias posições sacerdotais. Eles "eram homens inúteis, pois eles não conhecem o Senhor" (1Sm
Anás e Caifás, que eram sumos sacerdotes durante o ministério de Jesus, tornou-se extremamente rico de muitas concessões que corriam ou licenciados no Templo. Foi dessas concessões que Jesus limpou duas vezes a casa de Seu Pai (João
Ao longo da história da igreja até os dias atuais, charlatões religiosos usaram o ministério como um meio de angariar riqueza e proporcionar oportunidade de saciar seus desejos sexuais.
Muitas vezes, essas pessoas, como os escribas e fariseus, têm usado a sua prosperidade material como prova imaginada de sua espiritualidade, proclamando sem vergonha que eles são materialmente abençoados porque eles são espiritualmente superior. Eles transformam ensinamentos de cabeça para baixo, como aqueles em Deuteronômio 28: "Agora será que, se diligentemente obedecer ao Senhor, teu Deus, tendo cuidado de guardar todos os seus mandamentos que eu hoje te ordeno, o Senhor teu Deus te exaltará acima todas as nações da terra. E todas estas bênçãos virão sobre ti e te alcançarão, se você obedecer ao Senhor, teu Deus. Bendito serás na cidade, e bendito serás no país "(vv. 1 3). Essas bênçãos são claramente e repetidamente contingente em obediência ao Senhor. Material ou outros benefícios terrenos que são acumulados pela ganância, desonestidade, fraude, ou de qualquer outra forma imoral não devem ser concebidas como bênçãos do Senhor. Para reivindicar a aprovação de Deus, simplesmente na base de sua riqueza, saúde, prestígio, ou qualquer outra coisa é perverter a Sua Palavra e usar seu nome em vão.
O Antigo Testamento dá muitas advertências contra a acumulação de riqueza para seu próprio bem. "Não se cansar-se para ganhar riqueza, cessar de sua consideração dele" (Pv
No presente passagem, Jesus olha para o materialismo, particularmente no que diz respeito aos luxos-das três perspectivas de tesouro, visão e master.
A Tesouro Individual
Não ajunteis para vós tesouros na terra, onde a traça ea ferrugem destroem, e onde os ladrões arrombam e furtam. Mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não arrombam nem roubam; para onde o seu tesouro, aí estará o seu coração também. (6: 19-21)
Lay up ( thēsaurizō ) e tesouros ( thēsauros ) vêm da mesma termo grego básico, que também é a fonte de nossa Inglês thesaurus , um tesouro de palavras. A tradução literal dessa frase seria, portanto, "não entesourar tesouros para vós."
O grego também carrega a conotação de empilhamento ou colocar para fora horizontalmente, como um pilhas de moedas. No contexto desta passagem, a idéia é a de estocagem ou acumulação, e, portanto, imagens de riqueza que não está sendo usado. O dinheiro ou outra riqueza é simplesmente armazenado por questões de segurança; ele é mantido por causa do guarda para fazer uma demonstração de riqueza ou de criar um ambiente de excessos preguiçoso (conforme Lucas
É evidente a partir desta passagem, assim como a de muitos outros nas Escrituras, que Jesus não está defendendo a pobreza como um meio para a espiritualidade. Em todos os Seus muitas instruções diferentes, Ele só disse uma vez uma pessoa para "vender seus bens e dar aos pobres" (Mt
Ambos os testamentos reconhecem o direito aos bens materiais, incluindo dinheiro, terras, animais, casas, roupas e todas as outras coisas que é honestamente adquirida. Deus tem feito muitas promessas de bênçãos materiais para aqueles que pertencem e são fiéis a Ele. A verdade fundamental que subjaz os mandamentos não roubar ou cobiçar é o direito de propriedade pessoal. Roubos e cobiça estão errados, porque o que é roubado ou cobiçado por direito pertence a outra pessoa. Ananias e Safira não perder suas vidas porque reteve alguns dos recursos obtidos com a venda de sua propriedade, mas porque eles mentiram ao Espírito Santo (At
Abraão foi extremamente rico para a sua época, uma pessoa que disputaram na riqueza, influência e poder militar com muitos dos reis em Canaã. Quando vimos pela primeira vez Job ele é muito rico, e quando nós deixá-lo-após o teste que lhe custou tudo o que ele possuía fora de seu próprio Deus da vida tornou-o ainda mais ricos, em rebanhos e manadas, em filhos e filhas, e em uma vida longa e saudável. "E o Senhor abençoou o último estado de Jó mais do que o primeiro" (Jó
A Bíblia dá conselhos considerável para trabalhar duro e seguir as boas práticas empresariais (conforme Mt
23) e "pela sabedoria se edifica a casa, e com o entendimento ela se estabelece; e pelo conhecimento se encherão as câmaras com todos preciosos e agradáveis riquezas "(24: 3-4). "O que lavra a sua terra terá a abundância de comida, mas o que segue buscas vazias terá a pobreza em abundância" (28:19).
Paulo nos diz que os pais são responsáveis por salvar-se para os seus filhos (2 Cor. 0:14), que "se alguém não quer trabalhar, também não coma" (2Ts
Quase qualquer tipo de riqueza, é claro, está sujeita a ladrões , razão pela qual muitas pessoas enterraram seus objetos de valor não perecíveis no chão longe da casa, muitas vezes em um campo (ver Mt
Nada possuímos é completamente seguro da destruição ou roubo. E mesmo se mantivermos nossas posses perfeitamente seguro durante toda a nossa vida, certamente estamos separados deles no momento da morte. Muitos milionários será paupers celestiais, e muitos indigentes será milionários celestiais.
Mas quando nosso tempo, energia e bens são usados para servir os outros e para promover a obra do Senhor, eles constroem recursos celestiais que estão completamente livres de destruição ou roubo. Hánem a traça nem a ferrugem destroem, e ... os ladrões não arrombam nem furtam . Segurança Celestial é a única segurança absoluta.
Jesus continua a salientar que as posses mais queridas de uma pessoa e suas mais profundas motivações e desejos são inseparáveis, porque onde está o teu tesouro, aí estará o seu coração também . Eles vão quer tanto ser terrestre ou ambos ser celestial. É impossível ter um em terra e outro no céu (conforme Jc 4:4.). Através de ouvir a palavra do povo de Deus passou a ser condenado por seu pecado, começou a louvar a Deus, e determinado a começar obedecê-lo e apoiar fielmente a obra do Templo (caps. 9-10).
Revival, que não afecta o uso de dinheiro e posses é um revival questionável. Como o Tabernáculo estava sendo construída, "todo aquele cujo coração o moveu e todo aquele cujo espírito o levou veio e trouxe a contribuição do Senhor para a obra da tenda da congregação, e para todo o seu serviço e para as vestes sagradas" (Ex
G. Campbell Morgan escreveu:
Você deve se lembrar com a paixão queimando dentro de você que você não é a criança de hoje. Você não é da terra, você é mais do que pó; você é o filho de amanhã você é das eternidades, você é a prole da Divindade. As medições de suas vidas não pode ser restringido pelo ponto onde o céu azul beija a terra verde. Tudo o fato de sua vida não pode ser compreendido no uma pequena esfera sobre a qual você vive. Você pertence ao infinito. Se você fazer a sua fortuna na terra dos pobres, desculpe, soul-lhe parvo fizeram uma fortuna, e é armazenado em um lugar onde você não pode segurá-la. Faça sua fortuna, mas armazená-lo onde ele vai cumprimentá-lo no alvorecer da nova manhã. ( O Evangelho Segundo Mateus . [New York: Revell, 1929], pp 64-65)
Quando milhares de pessoas, a maioria judeus, foram ganhas para Cristo durante e logo após o Pentecostes, a Igreja de Jerusalém foi inundada com muitos convertidos que vieram de terras distantes e que decidiu ficar na cidade. Muitos deles, sem dúvida, eram pobres, e muitos outros, provavelmente, deixou a maior parte de suas riquezas e posses em sua terra natal. Para atender a grande encargo financeiro de repente colocado sobre a igreja, os crentes locais "começou a vender suas propriedades e bens e os repartiam por todos, como que alguém tinha necessidade" (At
Muitos anos mais tarde, durante uma das muitas perseguições romanas, os soldados invadiram uma certa igreja para confiscar seus tesouros presumidas. Um ancião disse ter apontou para um grupo de viúvas e órfãos que estavam sendo alimentados e disse: "Não são os tesouros da Igreja."
Princípio de Deus para o seu povo sempre foi, "Honra ao Senhor de sua riqueza, e desde o primeiro de todos os seus produtos, assim teus celeiros se encherão de fartura, e os seus barris transbordarão de vinho novo" (Pv
O olho que é mau é o coração que é egoisticamente indulgente. A pessoa que é materialista e ganancioso é cego espiritualmente. Porque ele não tem forma de reconhecer a verdadeira luz, ele acha que tem luz quando ele não faz. O que é pensado para ser luz é, portanto, realmente escuridão , e por causa do auto-engano, o quão grande é a escuridão!
O princípio é simples e sóbria: a forma como olhamos e usar o nosso dinheiro é um barómetro certeza da nossa condição espiritual.
A Single Mestre
Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar a um e amar o outro, ou se dedicará um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus ea Mamom. (06:24)
A terceira opção refere-se a fidelidade, para mestres . Assim como não podemos ter os nossos tesouros, tanto em terra e no céu ou nossos corpos, tanto na luz e nas trevas, não podemos servir a dois senhores.
Kurios ( mestres ) é muitas vezes traduzido senhor, e refere-se a um dono de escravos. A idéia não é simplesmente o de um empregador, de que uma pessoa pode ter vários ao mesmo tempo e trabalho para cada um deles de forma satisfatória. Muitas pessoas hoje realizar dois ou mais empregos. Se eles trabalham o número de horas que deveriam e realizam seu trabalho conforme o esperado, eles cumpriram a sua obrigação para com seus empregadores, não importa quantos eles podem ter. A idéia é de mestres de escravos.
Mas, por definição, um dono de escravos tem total controle do escravo. Para um escravo não existe tal coisa como obrigação parcial ou a tempo parcial a seu mestre. Ele deve a serviço de tempo integral a um mestre em tempo integral. Ele pertence e é totalmente controlado por e obrigado a seu mestre. Ele não tem mais nada para ninguém. Para dar nada a ninguém mais faria seu mestre menos de mestre. Não é simplesmente difícil, mas absolutamente impossível, para servir a dois senhores e totalmente ou fielmente ser escravo obediente de cada um.
Mais e mais o Novo Testamento fala de Cristo como Senhor e Mestre e dos cristãos como Seus bondslaves. Paulo nos diz que antes de sermos salvos, fomos escravos do pecado, que era o nosso mestre. Mas quando nós esperamos em Cristo, nos tornamos escravos de Deus e de justiça (Rom. 6: 16-22).
Não podemos afirmar Cristo como Senhor, se a nossa lealdade é para qualquer coisa ou qualquer outra pessoa, incluindo nós mesmos. E quando a gente conhecer a vontade de Deus, mas resistir a obedecê-la, damos provas de que a nossa lealdade é outro que não a Ele. Não podemos mais servir a dois senhores ao mesmo tempo do que podemos caminhar em duas direções ao mesmo tempo. Nós também ... odiar a um e amar o outro, ou ... a um e desprezará o outro.
João Calvin disse: "Onde riquezas manter o domínio do coração, Deus perdeu sua autoridade" ( A Harmonia do evangelistas Mateus, Marcos e Lucas , vol 1. [Grand Rapids: Baker, 1979], 337 p.). O nosso tesouro está tanto na terra como no céu, a nossa vida espiritual ou é cheio de luz ou das trevas, e nosso mestre ou é Deus ou a Mamon (posses, bens terrenos).
As encomendas desses dois mestres são diametralmente opostas e não podem coexistir. A única nos ordena a andar pela fé e as outras exigências que andam pela vista. A única chama-nos a ser humilde e outro para se orgulhar, o único a definir nossas mentes nas coisas de cima e outro para defini-los em coisas abaixo. Um chama-nos a amar a luz, o outro a amar a escuridão. O diz-nos a olhar para as coisas invisíveis e eternas e outros a olhar para as coisas visíveis e temporais.
A pessoa cujo mestre é Jesus Cristo pode dizer que, quando ele come ou bebe ou faz qualquer outra coisa, ele faz "tudo para a glória de Deus" (1Co
Por esta razão eu vos digo, não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem com seu próprio corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que a comida, eo corpo mais do que o vestuário? Olhai para as aves do céu, que não semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; contudo, o Pai celestial as alimenta. Não valeis vós muito mais do que elas? Qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado à extensão da sua vida? E por que você está ansioso sobre a roupa? Observe como os lírios do campo, como crescem; Eles não trabalham nem fiam, mas eu digo que nem Salomão, em toda a sua glória não vestir-se como um deles. Mas, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, vai Ele não muito mais fazê-lo para você, Omen de pouca fé? Não fique ansioso, então, dizendo: "O que vamos comer?" ou "O que vamos beber?" ou "Com o que devemos nos vestir?" Por todas estas coisas os gentios procuram avidamente; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas estas coisas. Mas buscai primeiro o seu reino ea sua justiça; e todas estas coisas vos serão acrescentadas. Portanto, não vos inquieteis para amanhã; para amanhã cuidará de si mesmo. Cada dia tem problemas suficientes própria. (6: 25-34)
Em Mateus
Se os homens são ricos ou pobres, ou algures no meio-sua atitude para com os bens materiais é uma das marcas mais confiáveis de sua condição espiritual. O homem como uma criatura terrestre é naturalmente preocupados com as coisas terrenas. Em Cristo somos recriados como seres celestiais e, como filhos de nosso Pai Celestial, as nossas preocupações devem agora concentrar-se principalmente em coisas celestiais, mesmo enquanto ainda vivemos na terra. Cristo nos envia ao mundo para fazer a Sua obra, assim como o Pai O enviou ao mundo para fazer a obra do Pai. Mas não estamos a ser "do mundo", mesmo que o próprio Jesus, enquanto na terra, foi "não são do mundo" (João
A nossa é uma época de materialismo ousado, uma era guiado pela ganância, ambição, sucesso, prestígio, auto-indulgência, e consumo conspícuo. Em seu livro O Emerging Order: Deus na era de escassez, Jeremy Rifkin diz: "A ênfase no crescimento econômico contínuo é um buraco negro que já sugou a maioria dos críticos, recursos não-renováveis do mundo." O autor, que não é um cristão, faz a observação de encerramento que "a única solução para a nossa abordagem à vida é o ressurgimento da ética cristã evangélica, que é uma ética de altruísmo e de baixo consumo." A única alternativa, Rifkin diz, é uma ditadura constritiva, totalitário que irá controlar nossa sociedade e nossas vidas pessoais para nós.
Infelizmente, há pouca evidência de que mesmo os mais modernos próprios evangélicos são mais tempo comprometidos com tal ética. Nós damos muito mais evidências de seguir as tendências do mundo dos nossos dias do que de definir, confrontando, ou modificá-los. Diante desse fato, é difícil para a maioria de nós a se identificar com a advertência de Jesus não se preocupar com as necessidades básicas.Estamos bem alimentados, bem vestidos, e bem fixo em todas as outras coisas necessárias, e em muitas coisas que são totalmente desnecessários.
O coração da mensagem de Jesus em nossa passagem atual é: Não se preocupe, nem mesmo sobre as necessidades. Ele dá o comando, Não andem ansiosos por três vezes (vv 25, 31, 34.) e dá quatro razões por que se preocupar, sendo ansioso , está errado: é infiel por causa do nosso Mestre; não é necessário por causa do nosso Pai; não é razoável por causa da nossa fé; e não é sábio por causa do nosso futuro.
A preocupação é infiel por causa do nosso Mestre
Por esta razão eu vos digo, não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem com seu próprio corpo, quanto ao que haveis de vestir Não é a vida mais do que a comida, eo corpo mais do que o vestuário? (06:25)
Por esta razão, remete para o verso anterior, em que Jesus declara que só Mestre de um cristão é Deus. Ele é, portanto, dizendo: "Porque Deus é o vosso Mestre, eu digo a você, não fique ansioso . "Apenas responsabilidade de um escravo é a seu mestre, e para os crentes a preocupar-se é ser rebelde e infiel a seu Mestre, que é Deus. Para os cristãos, preocupação e ansiedade são proibidos, insensato, e pecaminoso.
No grego, o comando não estar ansioso inclui a idéia de parar o que já está sendo feito. Em outras palavras, temos de parar de se preocupar e nunca iniciá-lo novamente. Para a sua vida faz com que o comando all-inclusive. PSUCHE ( vida ) é um termo abrangente que engloba todas de uma pessoa estar físico, mental, emocional e espiritual. Jesus está se referindo a vida em sua plenitude sentido possível.Absolutamente nada, em qualquer aspecto de nossas vidas, internos ou externos, justifica estarmos ansiosos quando temos o Mestre que fazemos.
A preocupação é o pecado de não confiar na promessa e na providência de Deus, e ainda assim é um pecado que os cristãos cometem, talvez com mais freqüência do que qualquer outro. O Inglês prazopreocupação vem de uma antiga palavra alemã que significa estrangular ou sufocar. Isso é exatamente o que se preocupar faz; é uma espécie de estrangulamento mental e emocional, o que provavelmente faz com que mais aflições mentais e físicos do que qualquer outra causa.
Tem sido relatado que uma névoa densa grande o suficiente para cobrir sete quarteirões da cidade uma centena de metros de profundidade é composto de menos de um copo de água-dividido em sessenta mil milhões de gotículas. Na forma certa, alguns galões de água pode inviabilizar uma grande cidade.
De forma semelhante, a substância de preocupação é quase sempre extremamente pequeno comparado ao tamanho formar em nossas mentes e os danos que ele faz em nossas vidas. Alguém já disse: "A preocupação é uma fina corrente de medo que escorre através da mente, o que, se incentivado, vai cortar um canal tão grande que todos os outros pensamentos será drenada para fora."
A preocupação é o oposto de contentamento, que deve ser o estado normal e consistente de um crente de espírito. Cada crente deve ser capaz de dizer com Paulo: "Eu aprendi a viver contente em qualquer circunstância eu sou Eu sei como se dar bem com os meios humildes, e eu também sei como viver em prosperidade;. Em toda e qualquer circunstância eu tenho Aprendi o segredo de ser preenchido e passando fome, tanto de ter abundância e sofrer necessidade "(Filipenses
Contentamento do cristão é encontrada em Deus, e somente em Deus-in Sua propriedade, controle e prestação de tudo que possuímos e vai precisar. Primeiro, Deus é dono de tudo, inclusive o universo inteiro. Davi proclamou: "A terra é do Senhor, e tudo o que ela contém, o mundo e aqueles que nele habitam" (Sl
Tudo agora temos pertence ao Senhor, e tudo o que sempre terá pertence a Ele. Por que, então, não é se preocupar com a sua tomada de nós o que realmente pertence a Ele?
Um dia, quando ele estava longe de casa, alguém veio correndo até João Wesley, dizendo: "Sua casa pegou fogo! Sua casa pegou fogo!" Para que Wesley respondeu: "Não, não tem, porque eu não possuo uma casa. O que eu tenho vivido em pertence ao Senhor, e se queimou para baixo, que é um a menos responsabilidade para mim que se preocupar com . "
Em segundo lugar, o cristão deve estar contente porque Deus controla tudo. Novamente Davi nos dá a perspectiva correta: "Tu és regra sobre tudo, e na tua mão há força e poder; e que se situa em Tua mão para engrandecer e fortalecer todos" (1Cr
Aqueles que não foram palavras vãs para Daniel. Os acontecimentos de Daniel 2 e 6 foram separados por muitos anos. Quando os comissários ciumento e sátrapas enganou o rei Dario na pedidos Daniel jogado na cova dos leões, que era o rei, e não Daniel, que estava preocupado. "Dormi fugiu de" o rei durante a noite, mas Daniel aparentemente dormia profundamente ao lado dos leões, cuja boca tinha sido fechado por um anjo (6: 18-23).
Em terceiro lugar, os crentes devem estar contente porque o Senhor fornece tudo. O proprietário supremo e controlador é também o provedor de como supremo indicado em um de Seus nomes antigos, Jeová-Jireh, que significa "o Senhor que fornece." Esse é o nome Abraão atribuída a Deus quando Ele forneceu um cordeiro para ser sacrificado no lugar de Isaque (Gn
A preocupação não é um pecado trivial, porque ele dá um golpe, tanto no amor de Deus e na integridade de Deus. Worry declara nosso Pai celestial para ser indigno de confiança em Sua Palavra e Suas promessas. Para confessar a crença na infalibilidade das Escrituras e no momento seguinte para expressar preocupação é para falar de ambos os lados de nossas bocas. Preocupação mostra que estamos dominados por nossas circunstâncias e por nossas próprias perspectivas finitos e compreensão e não pela Palavra de Deus. A preocupação é, por conseguinte, não só debilitante e destrutivo, mas calunia e uma ofensa a Deus.
Quando um crente não é fresco na Palavra todos os dias, a fim de que Deus está em sua mente e coração, então Satanás se move para o vácuo e as plantas se preocupe. A preocupação em seguida, empurra o Senhor ainda mais de nossas mentes.
Paulo nos aconselha como fez com os Efésios: "Eu oro para que os olhos do vosso coração seja iluminado, de modo que você pode saber o que é a esperança da sua vocação, e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos, e . o que é a suprema grandeza do seu poder para com os que cremos Estes são, de acordo com a operação da força do seu poder "(Ef. 1: 18-19).
A preocupação é razoável causa da nossa fé
Não fique ansioso, então, dizendo: "O que vamos comer?" ou "O que vamos beber?" ou "Com o que devemos nos vestir?" Por todas estas coisas os gentios procuram avidamente; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas estas coisas. Mas buscai primeiro o seu reino ea sua justiça; e todas estas coisas vos serão acrescentadas. (6: 31-33)
A preocupação é inconsistente com a nossa fé em Deus e é, portanto, razoável, bem como pecaminoso. A preocupação é característica da incredulidade. Ethnoi ( gentios ) literalmente significa simplesmente "povos", ou "uma multidão". Na forma plural, como aqui, ele geralmente se refere aos não-judeus, ou seja, para os gentios e, por extensão, para os descrentes ou pagãos. Preocupar-se com o que para comer, beber e vestir -se com são as coisas os gentios procuram avidamente. Aqueles que não têm esperança em Deus, naturalmente, colocar a sua esperança e expectativas em coisas que podem desfrutar agora.Eles não têm nada para viver, mas o presente, e seu materialismo é perfeitamente coerente com a sua religião. Eles não têm Deus para suprir suas características físicas ou as suas necessidades espirituais, seu presente ou suas necessidades eternas, então qualquer coisa que recebem eles devem obter para si próprios. Eles são ignorantes da oferta de Deus e não tenho nenhuma reclamação sobre ele. No Pai celestial se preocupa com eles, então não há razão para se preocupar.
Os deuses dos gentios eram deuses feitos pelo homem inspirados por Satanás. Eram deuses do medo, temor, e apaziguamento que exigiram muito, prometidas pouco, e fornecidos nada. Era natural que aqueles que serviram esses deuses procuram avidamente quaisquer satisfações e prazeres que podiam enquanto podiam. Sua filosofia é ainda popular em nossos dias entre aqueles que estão determinados a agarrar todo o gusto eles podem chegar. "Comamos e bebamos, porque amanhã morreremos" é uma perspectiva compreensível para aqueles que não têm esperança na ressurreição (1Co
Mas isso é uma filosofia completamente insensato e irracional para aqueles que não têm esperança na ressurreição, para aqueles cujo Pai celestial sabe que [eles] precisam de todas essas coisas . Para se preocupar com o nosso bem-estar físico e nossa roupa é a marca de uma mente mundana, sejam eles cristãos ou não. Quando pensamos como o mundo e anseiam como o mundo, vamos se preocupar como o mundo, porque uma mente que não está centrada em Deus é uma mente que tem motivos para se preocupar. Os fiéis, confiantes e razoável Cristão está "ansioso para nada, mas em tudo, pela oração e súplica com ações de graças [seus] permite que pedidos que conhecidas diante de Deus" (Fp
Para buscar o reino de Deus é procurar ganhar as pessoas para que o reino, para que pudessem ser salvos e Deus seja glorificado. É ter própria verdade, amor e justiça manifesto nosso Pai celestial s em nossas vidas, e para ter "paz e alegria no Espírito Santo" (Rm
Estamos também a procurar ... Sua justiça . Em vez de saudade depois as coisas deste mundo, estamos a fome e sede para as coisas do mundo para vir, que são caracterizados sobretudo pela perfeita de Deus justiça e santidade. É mais do que anseio por algo etéreo e futuro; também é anseio por algo presente e prático. Nós não só devem ter expectativas celestiais, mas uma vida santa (ver Colossenses
A preocupação é desaconselhável por causa do nosso futuro
Portanto, não vos inquieteis para amanhã; para amanhã cuidará de si mesmo. Cada dia tem problemas suficientes própria. (06:34)
Fazendo disposições razoáveis para amanhã é sensível, mas para estar ansioso para amanhã é tola e infiel. Deus é o Deus de amanhã, bem como o Deus de hoje e da eternidade. "Misericórdias do Senhor, na verdade nunca cessam, porque as suas misericórdias nunca falham renovam-se cada manhã; grande é a tua fidelidade." (Lm
Parece que algumas pessoas estão tão empenhados em se preocupar que, se eles não conseguem encontrar nada no presente para se preocupar, eles pensam sobre possíveis problemas no futuro . Amanhã vai cuidar de si mesmo , Jesus nos assegura. Essa não é a filosofia descuidado do hedonista que vive somente para seu prazer presente. É a convicção do filho de Deus, que sabe que amanhã vai cuidar de si mesmo , pois está nas mãos de seu Pai celestial.
Que a cada dia tem bastante problema de sua própria não é um apelo que se preocupar com esse problema, mas se concentrar em atender as tentações, provações, oportunidades, e as lutas que temos hoje, contando com nosso Pai para proteger e fornecer como temos necessidade. Há problemas suficientes em cada dia, sem acrescentar a angústia de preocupação para ele.
Deus promete a Sua graça para amanhã e para todos os dias depois e por toda a eternidade. Mas Ele não nos dá graça para amanhã agora Ele apenas dá a Sua graça um dia de cada vez que for necessário, e não como ele pode ser antecipado.
"A constante da mente Tu conservarás em perfeita paz", Isaías diz: "porque ele confia em Ti Confia no Senhor para sempre, pois em Deus, o Senhor, temos uma rocha eterna." (Is. 26: 3-4) .
Barclay
A recompensa como motivação na vida cristã
- A recompensa do ponto de vista cristão
- As recompensas cristãs
Mt
As motivações da ação de dar — Mat. 6:2-4 (cont.) A maneira errada de orar — Mat. 6:5-8
A maneira errada de orar — Mat. 6:5-8 (cont.)
A maneira errada de orar — Mat. 6:5-8 (cont.) A oração do discípulo — Mat. 6:9-15
Mt
A oração em que pedimos para sermos reverentes Mt
Mt
O perdão humano Mt
Mt
Mt
Mt
A maneira incorreta de jejuar — Mat. 6:16-18 (cont.) O verdadeiro jejum — Mat. 6:16-18 (cont.)
O verdadeiro tesouro — Mat. 6:19-21
Tesouros no céu — Mat. 6:19-21 (cont.) A visão distorcida — Mat. 6:22-23
A necessidade de olhos generosos — Mat. 6:22-23 (cont.) Mt
Mt
Mt
A ansiedade e como se cura — Mat. 6:25-34 (cont.) A insensatez da ansiedade — Mat. 6:25-34 (cont.)
A RECOMPENSA COMO MOTIVAÇÃO NA 6DA CRISTÃ
Quando estudamos os versículos introdutórios de Mateus 6, imediatamente nos deparamos com uma pergunta de suprema importância: Qual é o lugar da recompensa como motivação na vida cristã? Nesta seção, Jesus fala em três oportunidades de recompensa que Deus outorga a quem tem servido da maneira em que Ele queria. (Mt
Tem-se dito com muita freqüência que a recompensa não tem lugar entre as motivações da vida cristã. Afirmou-se que devemos fazer o bem por amor do bem em si, que a virtude inclui sua própria recompensa, e
que até deve eliminar-se da vida cristã a mera idéia de uma recompensa, qualquer que ela seja. Havia um santo, na antiguidade, que segundo se dizia, queria poder apagar todos os fogos do inferno e queimar todas as
alegrias do céu, para que os homens procurassem o bem pelo bem em si mesmo, e não como meio de obter o céu ou evitar o inferno, e para que a
idéia de uma recompensa ou um castigo desaparecesse da vida por completo.
Aparentemente esta atitude é muito elevada e nobre, mas não pensava do mesmo modo nosso Senhor Jesus Cristo. Já notamos que
nesta passagem Jesus fala três vezes da recompensa, A forma correta de dar esmola, a forma correta de orar e a forma correta de jejuar incluem suas próprias formas de recompensa, E se trata de uma menção isolada do tema da recompensa, no conjunto dos ensinos de Jesus. Diz, também,
que quem suporte fielmente a perseguição e quem receba insultos sem responder com o rancor, serão grandes no céu (Mt
ficará sem recompensa (Mt
Na parábola do juízo final o ensino mais direto é que há uma recompensa ou um castigo, conforme tenha sido nossa reação frente às necessidades de nosso próximo (Mateus
Jesus não vacilou em referir-se à recompensa ou ao castigo que pode merecer nossa forma de vida. E bem poderia nos convir não tratar de ser mais espirituais que Jesus quando pensamos a respeito deste tema da
recompensa. Há alguns fatos muito óbvios que se devem levar em conta.
- É uma regra óbvia da vida que qualquer ação que não obtém um resultado positivo é totalmente inútil. A bondade que não alcança um certo fim é uma bondade inútil e carente de significado. Como foi dito,
de maneira muito acertada: "A menos que algo sirva para alguma coisa, não serve para nada." A menos que a vida cristã tenha um fim e uma meta a ser alcançada, porque corresponde ao prazer que desejamos, em
grande medida será uma vida sem significado. Quem acredita no caminho cristão e na promessa cristã não pode acreditar que a bondade não tenha objetivo algum fora de si mesma.
- Eliminar toda recompensa ou castigo de nossa forma de compreender a religião equivale, com efeito, a dizer que a injustiça
sempre tem a última palavra. Não pode sustentar-se de maneira razoável que o fim do homem bom seja exatamente o mesmo que o do homem mau. Isto significaria que Deus não Se importa que os homens sejam bons ou maus. Significaria, para dizê-lo de maneira mais direta e mesmo dura, que não tem objetivo ser bom e que não há razão para viver de uma maneira e não de outra. Eliminar toda recompensa ou castigo é realmente afirmar que em Deus não há nem justiça nem amor. Prêmios e castigos são necessários se se quer dar algum sentido à vida.
- A recompensa do ponto de vista cristão
Mas tendo chegado até aqui com o conceito de recompensa na vida
cristã, há certos elementos dela que devem ser esclarecidos.
- Quando
Jesus
falou
de
recompensa,
não
pensava exclusivamente em termos de um prêmio material. É evidente que no
Antigo Testamento a bondade e a prosperidade estão intimamente relacionadas. Se um homem prosperava, se seus campos eram férteis e sua colheita abundante, se tinha muitos filhos e sua fortuna aumentava,
supunha-se que tudo isto demonstrava a bondade de seu caráter.
Este é, precisamente, o problema que subjaz na exposição do livro do Jó. Jó está atravessando um momento de má sorte e seus amigos vão
dizer-lhe que sua má sorte deve ser o resultado de algum pecado que cometeu. Jó rechaça veementemente tal acusação. "Lembra-te:" – diz-lhe Elifaz, um de seus visitantes – "acaso, já pereceu algum inocente? E onde foram os retos destruídos?" (Jó
fores puro e reto, ele (Deus), sem demora, despertará em teu favor e restaurará a justiça da tua morada" (Jó
Falasse Deus, e abrisse os seus lábios contra ti, e te revelasse os segredos da sabedoria, da verdadeira sabedoria, que é multiforme! Sabe, portanto, que Deus permite seja esquecida parte da tua iniqüidade" (Jó 11:4-6). O
livro de Jó foi escrito como uma tese oposta ao conceito de que o bem e a prosperidade sempre são paralelos.
"Fui moço e já, agora, sou velho, porém jamais vi o justo desamparado, nem a sua descendência a mendigar o pão" (Sl
- A segunda coisa que é preciso lembrar, é que a recompensa mais alta nunca é recebido por quem a procura. Se alguém se esforçar por obter o reconhecimento que crê merecer por suas ações, se está avaliando todo o tempo a magnitude de seus trabalhos e contabilizando os méritos que está acumulando, jamais receberá a recompensa que busca e pela que tanto trabalha em excesso. E isto ocorrerá porque considera a Deus e à vida de maneira incorreta. O homem que está sempre calculando o montante de sua recompensa acredita que Deus é um juiz ou um contador, e concebe a vida em termos legalistas. Pensa em fazer tanto e ganhar tanto. Suas idéias se movem entre a coluna do débito e a do dever. Imagina que no tempo futuro se apresentará ante Deus com seu balanço e lhe dirá: "Isto é o que eu tenho feito, exijo minha recompensa."
O engano básico desta atitude é conceber a vida em termos legalistas, esquecendo o amor. Se amarmos a alguém de maneira profunda e apaixonada, humildemente e sem egoísmos, teremos a certeza de que mesmo que entreguemos a essa pessoa tudo o que é nosso, não teremos feito o suficiente; que se conseguimos pôr em suas mãos o Sol, a Lua e as estrelas, seguiremos sendo seus devedores. Quem ama sempre está em dívida; a última coisa que pensará é que de algum modo não foi merecedor de alguma recompensa. Mas se concebermos a vida em forma
legalista sempre estaremos pensando em lucros e recompensas. Por outro lado, se nosso enfoque da vida se apóia no amor, a idéia de recompensa jamais penetrará em nossa mente.
O grande paradoxo da vida cristã é que quem procura recompensa, quem está sempre calculando quanto receberá, jamais se torna credor de
nada; mas aquele cujo único motivo é o amor, e que jamais pensa que é merecedor de nada, recebe, entretanto, a mais rica retribuição. O mais estranho de tudo é que a recompensa é ao mesmo tempo o subproduto e
o fim último da vida cristã.
- As recompensas cristãs
Passemos a nos perguntar agora: Quais são as recompensas de uma vida cristã?
- Devemos iniciar colocando uma verdade básica e geral. Já
vimos que Jesus não pensa em recompensas materiais. As recompensas da vida cristã se constituem recompensas apenas para quem possui uma mentalidade espiritual. Os materialistas não as considerariam recompensas. As recompensas cristãs são tais somente para os cristãos.
- A primeira entre as recompensas cristãs é a satisfação. Fazer o que é justo, obedecer a Jesus Cristo, aceitar seu caminho, conduzam ou
não a outras formas de recompensa, sempre produzem satisfação. Bem pode ser que se alguém fizer o que deve fazer, obedecendo a Jesus Cristo, perca sua fortuna ou sua posição social, ou ambas; pode ser que termine no cárcere ou no patíbulo, ou que perca popularidade, fique
sozinho e se fale mal dele. Entretanto, apesar de tudo, sempre possuirá a satisfação interior de ter seguido a Jesus Cristo, uma satisfação que vale muito mais que o valor de tudo o que perdeu. É algo que não se pode pôr
preço; não se pode avaliar monetariamente, porque não há nada no mundo que se compare a tal satisfação. Produz um contentamento que é a verdadeira coroa da vida.
O poeta George Herbert pertencia a um grupo de amigos que costumavam reunir-se para tocar seus instrumentos musicais, formando
uma pequena orquestra. Em certa oportunidade se dirigia para o lugar de reunião do grupo quando cruzou com um carroceiro cujo veículo se afundou no barro. George Herbert deixou de lado o instrumento musical e ficou ajudando o pobre homem a desatolar as rodas. Ficou coberto de barro. Quando chegou à casa de seus amigos era muito tarde para a música. Disse-lhes qual tinha sido a causa de seu atraso, e um deles lhe replicou: "Bem, você perdeu a música." "Sim," respondeu Herbert, "mas ouvirei cantos à meia-noite." Tinha a satisfação de ter feito o que se espera de um cristão.
Godfrey Winn nos conta de um homem que era o cirurgião plástico mais importante da Grã-Bretanha. Durante a Segunda Guerra Mundial
abandonou seu trabalho como profissional independente, que lhe rendia uma renda anual de 25:000 dólares, para dedicar todo o seu tempo à cirurgia plástica dos rostos de pilotos de aviões queimados e mutilados
em combate. Winn lhe perguntou: "Qual é sua maior ambição, Mac?" O médico lhe respondeu: "Chegar a ser um bom artesão." Os
16). Seria melhor traduzir: "Já receberam a totalidade de seu
pagamento." No original se utiliza o verbo grego apechein que significa, na terminologia técnica dos negócios, receber a totalidade do pagamento. Era a palavra que se escrevia nas faturas uma vez que já se efetuou o pagamento correspondente. Por exemplo, se alguém recebia uma soma e dava um recibo provavelmente dissesse: "Recebi apecho de Fulano o aluguel pela prensa de azeitonas que me aluga." O coletor de impostos assinava recibos dizendo: "Recebi apecho de Zutano a taxa impositiva que devia." Se alguém vendia um escravo, entregava ao comprador um recibo estabelecendo: "Recebi apecho a totalidade do preço convencionado."
Jesus, portanto, quer dizer o seguinte: "Se você der esmolas para demonstrar
sua
generosidade,
você
obterá
a
admiração
de
seus
semelhantes – mas isso é tudo o que você receberá como recompensa. Se você ora para esfregar sua piedade na cara de outros, você obterá a
reputação de ser um homem extraordinariamente religioso – mas isso será tudo o que você receberá. Esse será seu pagamento. Se você jejua para que todos saibam que você está jejuando, você receberá a fama de
ser todo um asceta – mas isso é tudo que você conseguirá. Esse será seu pagamento."
Em outras palavras, Jesus está dizendo: "Se seu único fim é obter as
recompensas que o mundo pode dar, não há dúvida de que o conseguirá
- mas então não deve esperar as recompensas que somente Deus pode dar." E seria singularmente cega a criatura disposta a apegar-se às recompensas temporárias, enquanto deixa escapar as recompensas da
eternidade.
A MANEIRA ERRADA DE DAR
Para o judeu a esmola era o mais sagrado de todos os deveres religiosos. Até onde era considerada uma obrigação de primeiríssima
importância pode deduzir-se do uso que faziam do termo esmola –
tzedakah – para denotar também um conceito tão fundamental como justiça. Dar esmola e ser justo eram uma e a mesma coisa. Dar esmola era ganhar méritos ante Deus, e podia inclusive significar a expiação e o perdão pelos pecados cometidos no passado. "Melhor é dar esmola que acumular tesouros, pois a esmola livra da morte e poda de tudo pecado" (Tobias 12:8).
"A piedade com o Pai não será lançado ao esquecimento. E em vez do castigo pelos pecados terá prosperidade. No dia da tribulação, o Senhor se lembrará de ti, e como se derrete o gelo em dia quente, assim se derreterão os teus pecados." (Eclesiástico Mt
coração se apresse a pronunciar palavra alguma diante de Deus; porque Deus está nos céus, e tu, na terra; portanto, sejam poucas as tuas palavras' (Eclesiastes 5:1-2). A melhor adoração consiste em guardar
silêncio." É muito fácil contundir a verbosidade com a devoção, e nesse engano caíam muitos dos judeus.
A MANEIRA ERRADA DE ORAR
- Havia outras formas de repetição que os judeus, como todos os
povos orientais, sentiam-se inclinados a utilizar e às vezes em demasia. Os povos orientais têm o costume de hipnotizar-se a si mesmos mediante a repetição interminável de uma frase ou até de uma palavra. Em 1Rs
A oração judia usava outra forma de repetição: Ao dirigir-se a Deus em oração procurava-se acumular todos os adjetivos e títulos possíveis
atribuíveis ao Senhor. Há uma oração famosa que começa dizendo:
"Bendito, louvado, glorificado, exaltado, enaltecido e honrado, engrandecido e louvado seja o nome do Santo." Há outra oração judia que começa atribuindo dezesseis adjetivos a Deus. Era uma espécie de embriaguez de palavras. Quando se começa a pensar mais em como se está orando que no que se está comunicando a Deus, a oração morre nos lábios e se converte em vã retórica.
- O último defeito que Jesus achava em alguns dos judeus, era que oravam para serem vistos pelos homens. O sistema de oração judia
fazia com que a ostentação fosse muito fácil. Os judeus oravam de pé, com os braços estendidos para cima, as palmas das mãos abertas para o céu e a cabeça agachada. A oração devia fazer-se às nove da manhã, às
doze e às três da tarde. Devia orar-se, chegada a hora, em qualquer lugar onde o judeu piedoso se encontrasse, e era muito fácil para aquele que desejava ostentar sua religiosidade estar, a essas horas, em alguma rua
central, ou em uma praça cheia de gente.
Era possível que qualquer vaidoso ficasse de pé na escalinata da sinagoga, e estendendo seus braços orasse longamente, para demonstrar
sua fidelidade ao preceito divino. Era muito fácil fingir piedade quando outros estavam olhando. O mais sábio de todos os rabinos judeus compreendeu perfeitamente bem este perigo, e condenou sem rodeios a
atitude hipócrita dos que oravam para serem vistos pelos homens: "O homem que está cheio de hipocrisia atrai a ira de Deus sobre o mundo, e sua oração jamais será ouvida." "Há quatro classes de homens que não recebem a face da glória de Deus – os zombadores, os hipócritas, os
mentirosos e os caluniadores."
Os rabinos diziam que era impossível orar se o coração não estava em atitude de oração. Estabeleciam que para uma autêntica oração era
necessária pelo menos uma hora de preparação silenciosa e particular, e uma hora de meditação depois. Mas o sistema judeu de oração se prestava à ostentação e a hipocrisia, quando o coração do homem estava
cheio de vaidade.
Jesus estabelece dois grandes regras para a oração:
- Insiste em que toda autêntica oração deve ser oferecida a Deus. A falha das orações dos judeus que Jesus criticava era que estavam dirigidas aos homens e não a Deus. Certo pregador popular em Boston, falando de uma oração que alguém ofereceu em sua igreja, descrevia-a como "a oração mais eloqüente que jamais se ofereceu ante o público de Boston". Quem tinha feito essa oração, é obvio, deve ter estado muito mais interessado em impressionar a congregação que em alcançar o trono da graça divina. Seja na oração pública ou na particular, o crente não deveria ter outro desejo, nem outra preocupação, que o querer de todo o coração ser ouvido por Deus.
- Insiste na afirmação de que sempre devemos recordar que o Deus a quem oramos é um Deus de amor, que está mais disposto a nos
ouvir do que nós a orar. Não é necessário extrair pela força os dons de sua graça. Não nos chegamos até um Deus que precisa ser coagido a nos
dar o que lhe pedimos. Vamos a alguém cujo principal desejo é dar. Quando lembramos disso, é suficiente que ao orar nosso coração exale o suspiro do desejo, e que nossos lábios pronunciem as palavras "Seja feita
a Tua vontade."
A ORAÇÃO DO DISCÍPULO
Antes de começar o exame detalhado do Pai Nosso, será conveniente que recordemos algumas questões gerais.
Devemos assinalar, acima de tudo, que esta é uma oração que Jesus ensinou a seus discípulos. Mateus localiza a totalidade do Sermão da Montanha no contexto social da comunidade dos discípulos (Mateus
Mt
oração para meninos, como muitos a consideram hoje em dia, porque
para o menino carece de sentido. O Pai Nosso não é a oração devocional da família, como às vezes a entende, a menos que quando dizemos "família" entendamos a família da Igreja. O Pai Nosso é especifica e definitivamente a oração do discípulo. Para dizê-lo de outra maneira, somente se pode orar o Pai Nosso quando aquele que ora, usando suas palavras, sabe o significado do que está dizendo, e ninguém pode sabê-lo a menos que haja ingressado no discipulado cristão.
Devemos, em segundo lugar, tomar nota da ordem das petições do Pai Nosso. As primeiras três têm que ver com Deus e com a glória de
Deus; as últimas petições (três também) têm que ver conosco e nossas necessidades. Quer dizer, Deus recebe, em primeiro lugar, o lugar
supremo, e só então nos voltamos para nossas necessidades e desejos. Somente quando se dá a Deus seu lugar próprio todo o resto passa a ocupar o lugar que lhe corresponde. A oração nunca deve ser um intento
de mudar a vontade de Deus para adequá-la aos nossos desejos. A oração, quando é autêntica, sempre é um intento de submeter nossa vontade à vontade de Deus.
A segunda parte de nossa oração, que se ocupa com as nossas necessidades e carências, é uma unidade obtida de maneira maravilhosa. Ocupa-se das três necessidades essenciais do ser humano, e das três
esferas do tempo nas quais o homem se move. Em primeiro lugar, pede pão, ou seja aquilo que se necessita para o sustento material da vida, elevando ao trono de Deus, deste modo, as necessidades do presente. Em segundo lugar, pede perdão, pondo deste modo o passado ante os olhos
de Deus, e da graça perdoadora do Pai. Em terceiro lugar, pede ajuda nas tentações, colocando assim o futuro nas mãos de Deus. Nestas três breves petições nos ensina a colocar o presente, o passado e o futuro ao
pé do trono da graça divina.
Mas esta oração tão cuidadosamente elaborada não somente coloca a totalidade da vida humana ante a misericórdia divina; também procura
trazer a totalidade de Deus a nossas vidas. Quando pedimos pão para o sustento de nossas vidas terrestres, este pensamento imediatamente
dirigirá a Deus o Pai, Criador e Sustentador da vida. Quando pedimos perdão, esta petição imediatamente leva nossos pensamentos a Deus o Filho, Jesus Cristo, o Salvador e Redentor. Quando pedimos ajuda nas tentações futuras, essa solicitude imediatamente nos leva a pensar em Deus o Espírito Santo, o Consolador, Fortalecedor, Iluminador, Guia e Guardião de nosso caminho.
Do modo mais maravilhoso esta breve segunda parte do Pai Nosso toma o presente, o passado e o futuro do homem e os oferece a Deus, o
Pai, e o Filho, e o Espírito Santo, a Deus em sua plenitude. No Pai Nosso Jesus nos ensina a levar a totalidade de nossa vida a Deus em sua totalidade, e a trazer Deus, em sua totalidade, Pai, Filho e Espírito Santo,
à totalidade de nossas vidas.
O PAI QUE ESTÁ NOS CÉUS
Pode-se muito bem dizer que a palavra Pai, referida a Deus, é um resumo compacto do conteúdo da fé cristã. O grande valor desta palavra,
Pai, é que organiza a totalidade das relações desta vida.
- Organiza
nossas
relações
com
o
mundo
invisível.
Os missionários dizem que um dos grandes alívios que o cristianismo leva
aos pagãos é a certeza de que há somente um Deus. Eles acreditam que existem multidões de deuses, que cada correnteza ou rio, cada árvore ou vale, cada montanha ou bosque, cada força da natureza tem seu próprio
deus. O pagão vive em um mundo superpovoado de deuses. Estes, além disso, são ciumentos, egoístas e hostis. Constantemente devem ser aplacados, e o adorador nunca pode estar seguro de ter honrado a todos.
A conseqüência é que o pagão vive no terror dos deuses; sua religião não o ajuda, mas sim o acossa.
A lenda mais significativa da mitologia grega é a do Prometeu. Prometeu era um deus. A história se desenvolve quando o homem ainda
não possuía o fogo. Em sua misericórdia, Prometeu roubou o fogo do
céu e o deu aos homens. Sem fogo a vida era triste e extremamente incômoda. Zeus, o rei dos deuses, zangou-se muitíssimo ao saber que os homens tinham recebido o dom do fogo. Aprisionou Prometeu, e o encadeou a uma rocha no meio do Mar Adriático, onde o calor e a sede o torturavam durante o dia, e o frio durante a noite.
Mais ainda, Zeus preparou um ave de rapina para que comesse constantemente o fígado do Prometeu, que sempre voltava a crescer, para que o ave de rapina pudesse voltar a torturá-lo, comendo-lhe outra
vez. Isso é o que ocorreu com o deus que buscou ajudar aos homens.
A concepção geral dos deuses entre os pagãos, pinta-os como seres ciumentos, vingativos e egoístas; a última coisa que ocorreria a um deus
pagão seria ajudar os homens. Essa é a concepção pagã da atitude que se pode esperar do mundo invisível com respeito ao mundo dos homens. O pagão se sente acossado por uma multidão de deuses ciumentos e
egoístas.
Por isso, quando descobrimos que o Deus a quem dirigimos nossa oração tem o nome e o coração de um Pai, a coisa muda totalmente. Já
não precisamos tremer de medo ante uma horda de deuses iracundos; podemos descansar no amor de um pai.
- Organiza nossas relações com o mundo visível, este mundo do
tempo e o espaço em que vivemos. É muito fácil conceber este mundo como uma realidade hostil. Temos as oportunidades e as mutações da vida, temos as leis de ferro do universo que somente podemos transgredir por nosso próprio risco; temos o sofrimento e a morte; mas podemos estar seguros de que por detrás deste mundo não há uma deidade caprichosa egoísta, zombadora, mas sim um Deus cujo nome é Pai, embora muito dele continua desconhecido, é suportável para nós, porque no fundo de todas as coisas está o amor. Sempre nos ajudará conceber este mundo como um todo organizado, nem tanto para nossa comodidade como para nossa formação.
Tomemos, por exemplo, a dor. A dor poderá parecer algo mau, negativo, mas tem o seu lugar dentro da ordem estabelecida por Deus.
Ocorre, às vezes, que alguém está constituído de maneira tão anormal que é incapaz de experimentar dor. Tal pessoa é um perigo para si mesmo e um problema para todos outros. Se não existisse a dor, nunca saberíamos quando estamos doentes, e provavelmente morreríamos antes que pudessem tomar-se medidas para nos curar. Isto não quer dizer que o mal não possa transformar-se em algo negativo, mau; significa que muitas vezes, talvez a maioria das vezes, que a dor é a luz vermelha que Deus acende para nos advertir que um perigo nos ameaça.
Lessing declara que se tivesse a oportunidade de fazer uma única pergunta à Esfinge, seria esta: "Vivemos em um universo amigável?" Se podemos estar seguros de que o nome do Deus que criou o universo é Pai, também podemos estar seguros de que, fundamentalmente, o universo é amigável. Chamar Pai a Deus é organizar nossas relações com o mundo no que vivemos.
O PAI QUE ESTÁ NOS CÉUS
Mt
- Se cremos que Deus é nosso Pai, organizam-se nossas relações com o próximo. Se Deus for Pai, é o Pai de todos os homens. O Pai Nosso não nos ensina a dizer meu Pai; obriga-nos a dizer "Nosso pai". É
significativo que no Pai Nosso não apareçam as palavras "eu", "meu", ou "meu". Isto nos autoriza a dizer que Jesus veio para eliminar estas palavras da vida, substituindo-as por "nós" e "nosso". Deus não é posse
exclusiva de nenhum homem. A expressão "Nosso pai" elimina o eu egoísta, A paternidade de Deus é a única base possível da fraternidade de todos os homens.
- Se cremos que Deus é nosso Pai, organizam-se nossas relações conosco mesmos. Há momentos na vida em que todos nos odiamos e desprezamos a nós mesmos. Sabemos que estamos por debaixo até das coisas mais asquerosas que se arrastam sobre a Terra. O coração conhece
suas próprias amarguras, e ninguém conhece nossa indignidade melhor que nós mesmos.
Mark Rutherford queria acrescentar uma nova bem-aventurança: "Bem-aventurados os que nos curam do desprezo que sentimos por nós
mesmos." "Bem-aventurados os que nos devolvem o respeito por nós mesmos e nossa auto-estima." Isto é precisamente o que Deus faz . Nos momentos mais negros, terríveis e áridos de nossa vida, sempre podemos lembrar que, embora ninguém se importa conosco, Deus nos ama; que na
infinita misericórdia de Deus somos de linhagem real, filhos do Rei dos Reis.
- Se cremos que Deus é nosso Pai, organizam-se nossas relações
com Deus. Não se trata de eliminar a majestade, o poder ou a glória divinos, mas de fazer com que estes atributos divinos não impeçam que nos aproximemos dEle.
Uma história da antiga Roma conta como um imperador celebrou um triunfo. Desfrutava do privilégio que Roma concedia somente a seus mais ilustres paladinos de partir com suas tropas através das ruas da
cidade, levando em seu séquito os troféus de suas vitórias guerreiras e os soberanos inimigos, agora convertidos em escravos deles. De modo que nesta celebração se encontrava o imperador, e as ruas estavam repletas
de uma vitoriosa multidão. Os altos e robustos legionários estavam formados em duas filas paralelas ao longo das ruas, para manter o povo em seu lugar.
Em um lugar da rota triunfal, havia um estrado onde a imperatriz e
a família imperial se instalaram para presenciar o desfile. Sobre a plataforma, junto à sua mãe, estava o filho mais novo do imperador, que era apenas um menino. Quando o imperador se aproximou desse lugar o menino saltou do estrado, abriu caminho entre a multidão, e procurou atravessar a fila de legionários, passando entre suas pernas, para sair ao encontro do carro de seu pai.
Um dos legionários se agachou e o deteve. levantou-o nos braços, e lhe disse: "Você por acaso não sabe, garoto, quem é que vem nesse
carro? É o imperador, você não pode ir correndo até ele." E o pequeno lhe respondeu rindo: "Será seu imperador, mas é meu pai."
Este é exatamente o sentimento do cristão com respeito a Deus. O poder, a majestade e a glória de Deus são o poder, a majestade e a glória
de alguém a quem Jesus nos ensinou a chamar "Nosso pai".
O PAI QUE ESTÁ NOS CÉUS
Mt
Até aqui estivemos pensando nas duas primeiras palavras desta invocação de Deus: "nosso pai". Mas Deus não é somente nosso Pai, mas
sim nosso Pai que está nos céus. As últimas palavras são de importância primitiva. Encerram duas grandes verdades.
- Lembram-nos da santidade de Deus. É muito fácil baratear e sentimentalizar a idéia da paternidade de Deus, convindo-a na desculpa
de uma religião fácil e pouco exigente. "É um bom tipo, e tudo sairá bem." Tal como diria Heine com respeito a Deus: "Deus perdoará, é seu trabalho." Se disséssemos "Nosso pai..." e nos detivéssemos aí,
possivelmente poderíamos ter uma boa desculpa para pensar dessa maneira. Mas o Deus a quem oramos é nosso Pai que está nos céus. É um Deus de amor, certo, mas também é um Deus santo.
Uma das coisas extraordinárias é a pouca freqüência com que Jesus usou o nome Pai para referir-se a Deus. O evangelho de Marcos é o mais antigo dos quatro evangelhos, e provavelmente constitui a fonte mais
próxima da vida de Jesus de que jamais disporemos, como testemunho de tudo o que Ele fez ou disse. No evangelho de Marcos Jesus chama a Deus de Pai apenas seis vezes, e nunca fora do círculo de seus discípulos
mais íntimos. Para Jesus a palavra Pai era tão sagrada que tão só se atrevia a usá-la, exceto entre quem possuía os elementos de julgamento necessários para captar a plenitude de seu significado. Nunca devemos usar a palavra Pai para nos referir a Deus se tivermos que fazê-lo de
maneira mutável, fácil e sentimental. Este Deus, a quem nós chamamos
Pai, não é um progenitor abrandado, que fecha tolerantemente os olhos para não ver nossas faltas e enganos. Este Deus, a quem chamamos Pai, é o Deus a quem devemos nos aproximar com reverência e adoração, com temor e admiração. Deus é nosso Pai que está nos céus, e nele se combinam o amor e a santidade.
- Estas palavras nos lembram do poder de Deus. No amor humano muito freqüentemente experimentamos a tragédia da frustração. Podemos amar a uma pessoa e entretanto ser impotentes para ajudá-lo a
alcançar algo, ou impedi-lo de fazer algo. O amor humano pode ser muito intenso – mas muito impotente. Todo pai cujo filho tomou um mau caminho sabe disso como também sabe disso todo namorado cuja
amada não retribui seus sentimentos e vice-versa. Mas quando dizemos Pai nosso que estás nos céus colocamos duas coisas uma junto à outra. Colocamos lado a lado o amor de Deus e o poder de Deus. Estamos-nos
dizendo que o poder de Deus sempre age motivado por seu amor, e que jamais terá que exercer-se para nada que não seja nosso próprio bem. E nos estamos dizendo que o amor de Deus sempre vai respaldado por seu
poder, e que portanto seus propósitos nunca podem ser finalmente frustrados ou derrotados.
Quando oramos dizendo Pai nosso que estás nos céus devemos
sempre ter presente a santidade de Deus, e sempre lembrar do seu poder que manifesta os impulsos de seu amor, e seu amor, respaldado sempre pelo invencível poder de Deus.
A SANTIFICAÇÃO DO NOME
Mt
"Santificado seja o teu nome" – é provável que entre todas as petições do Pai Nosso esta seja a que possui um significado mais difícil de expressar em outras palavras. Se nos fosse perguntado o que significa, concretamente, esta petição, muito poucos achariam fácil dar uma
resposta direta. Em primeiro lugar, então, nos concentremos no significado das palavras:
A palavra que se traduz santificado pertence a um verbo grego relacionado com o adjetivo hagios, no mesmo idioma, e que significa
tratar a uma pessoa ou coisa como santa. Mas o significado fundamental de santo é diferente ou separado. Uma coisa santa (hagios) é diferente de outras coisas. A pessoa santa (hagios) é a que está separada do resto de seus semelhantes. Por isso um templo é santo, por
ser diferente de outros edifícios. O altar é santo porque existe para um propósito diferente ao de outras coisas comuns. O dia do Senhor é santo porque é diferente de outros dias. Um sacerdote é santo, porque está
separado de outros homens. Portanto, esta petição significa: "Que o nome de Deus seja tratado de maneira diferente de todos os outros nomes, que lhe seja dada uma posição absolutamente única entre todos
os nomes."
Mas há algo mais a acrescentar. Entre os hebreus o nome não é somente um vocábulo que se pode utilizar para denominar a uma pessoa
- João ou Tiago, ou qualquer outro que seja. Entre os hebreus o nome significa, além disso, e fundamentalmente, a natureza, o caráter, a personalidade do indivíduo, na medida em que estes nos são conhecidos
ou revelados. Compreenderemos isto claramente ao ver como os escritores bíblicos usavam a palavra nome. O salmista diz: "Em ti, pois, confiam os que conhecem o teu nome" (Sl
Isto não significa, evidentemente, que confiarão em Deus quem
saiba que seu nome é Jeová. Significa que quem saiba como é Deus, quem conheça sua natureza e caráter, porão sua confiança nEle. O salmista diz: "Uns confiam em carros, outros, em cavalos; nós, porém, nos gloriaremos em o nome do SENHOR, nosso Deus" (Sl
confiará nEle. Recordará como é Deus, e essa lembrança lhe inspirará confiança.
Reunamos, agora, estas duas coisas, fazendo de ambas uma só. "Santificar" significa considerar diferente, outorgar um lugar único,
especial. O nome é a natureza, o caráter de uma pessoa, na medida em que chegamos a conhecê-la. Portanto, quando dizemos "Santificado seja o teu nome", queremos significar "faze-nos capazes de dar a Ti o lugar único que Tua natureza e caráter merecem e exigem." A petição que
elevamos a Deus é para que Ele nos capacite a lhe dar o lugar único que por sua natureza deve ocupar.
A ORAÇÃO EM QUE PEDIMOS PARA SERMOS REVERENTES
Mt
Existe, pois, uma palavra que resuma o significado desta petição de
reconhecimento que a natureza de Deus nos impõe? Sem dúvida existe, é a palavra reverência. Esta petição consiste em pedir a Deus que nos faça reverentes para que possamos reverenciá-lo tal como Ele merece. Há quatro elementos essenciais de toda verdadeira reverência para com Deus:
- Para reverenciar a Deus devemos acreditar que Ele existe. Não podemos reverenciar a alguém que não existe. Devemos começar
estando seguros da existência de Deus. É estranho, para a mentalidade moderna, que em nenhum lugar da Bíblia tente demonstrar a existência
de Deus. Para a Bíblia Deus é um axioma. Um axioma é uma verdade evidente por si mesmo que não precisa ser demonstrada, mas sim constitui o fundamento de outras demonstrações.
Por exemplo, uma linha reta é a distância mais curta entre dois pontos. As paralelas, por mais que se prolonguem, nunca se encontram. Estes são axiomas geométricos. Os escritores bíblicos teriam dito que era inútil demonstrar a existência de Deus, porque Deus formava parte de
sua experiência cotidiana. Teriam dito que era tão desnecessário que um
homem demonstrasse a existência de Deus quanto demonstrasse a existência de sua esposa. Encontra-se com ela todos os dias, e se encontra com Deus todos os dias.
Mas suponhamos que precisássemos demonstrar que Deus existe. A única ferramenta de que dispomos para tal tarefa é nossa mente humana.
Por onde começaríamos? Poderíamos começar a partir do mundo em que vivemos. O antigo raciocínio de Paley ainda não perdeu de todo sua atualidade. Suponhamos que alguém está caminhando por um atalho. De
repente tropeça com um relógio que está entre o pó. Nunca antes em sua vida viu um relógio; não sabe o que é. Recolhe-o, percebe que consiste de uma caixa metálica, e que no interior dessa caixa há uma complicada
estrutura de rodas, balancins, alavancas, molas e rubis. Vê que esse conjunto de peças se move de maneira extremamente organizada. Olhando a caixa pelo outro lado, percebe que os ponteiros do relógio
também se movem, e que o fazem segundo um esquema predeterminado.
O que dirá, então? Dirá: "Todos estes pedacinhos de metal e pedras preciosas se reuniram aqui, dentro desta caixa, por pura casualidade, e
por pura casualidade também se converteram chocando-se em rodinhas e alavancas e molas, por acaso se reuniram para formar este mecanismo, e por acaso, do mesmo modo, se puseram a funcionar"? Não. O mais
provável é que diga: "Achei um relógio, em algum lugar deve haver um relojoeiro."
A ordem pressupõe uma mente ordenadora. Se olharmos o universo contemplamos uma vasta maquinaria que funciona ordenadamente. O
Sol sai e permanece com invariável regularidade. As marés sobem e baixam segundo um programa preestabelecido. As estações se seguem, em uma sucessão ordenada. Olhando ao universo, estamos obrigados a
afirmar: "Em algum lugar deve haver um construtor de universos." A realidade do universo conduz a Deus. Tal como o afirmou Sir James Jeans, "Nenhum astrônomo pode ser ateu." A ordem do universo exige o
respaldo da inteligência divina.
Também podemos começar a partir de nós mesmos. A única coisa que o homem jamais conseguiu criar é a vida. O homem pode alterar e reordenar e mudar as coisas, mas não pode fabricar um ser vivo. De onde, então, tiramos nossa vida? De nossos pais. Sim, mas de onde a tiraram nossos pais? Dos seus. Mas onde começou tudo? Em algum momento a vida deve ter aparecido sobre a Terra, e ter vindo de fora do mundo, porque o homem não pode criar a vida. E novamente somos levados até Deus.
Quando olhamos a nós mesmos, e quando olhamos o universo, somos levados a Deus. Kant disse há muito tempo: "A lei moral, em nosso interior, e o céu estrelado, fora de nós, conduzem a Deus."
- Antes de poder reverenciar a Deus não somente devemos crer Ele que existe, mas devemos saber que tipo de Deus se trata. Ninguém poderia reverenciar os deuses gregos, com seus amores e suas guerras,
seus ódios e seus adultérios, seus enganos e picardias. Ninguém pode reverenciar deuses imorais, caprichosos, impuros. Mas em Deus, tal como nós o conhecemos, há três grandes qualidades: Há santidade, há
justiça e há amor. Devemos reverenciar a Deus não somente porque Ele existe, mas porque é o tipo de Deus que nós conhecemos.
- Contudo, se pode saber que Deus existe, e se pode estar
convencido intelectualmente de que Deus é santo, justo e puro amor, e mesmo assim não experimentar reverência. Para que haja reverência deve haver uma permanente percepção da realidade de Deus. Reverenciar a Deus significa viver em um mundo que está cheio de Deus, viver de tal maneira que nunca seja possível esquecer-se dEle. Esta consciência permanente da realidade de Deus certamente não está confinada à igreja ou os assim chamados lugares santos. Deve ser uma consciência que aja sempre, e em qualquer lugar.
Deus no beco de um bairro, Deus em um parque, Deus no quiosque de peixe frito. Isto é reverência. O problema de muitos é que
experimentam a presença de Deus de maneira espasmódica. Em certos
lugares e momentos é intensa, em outros brilha por sua ausência. A reverência é estar constantemente conscientes da presença de Deus.
- Resta um quarto ingrediente da reverência. Devemos crer que Deus existe; devemos saber que tipo de Deus é; devemos ser conscientes
todo o tempo de sua presença. Mas é possível ter todas estas coisas e não experimentar reverência. A todas estas coisas devemos acrescentar a submissão e a obediência a Deus. Reverência é conhecimento mais obediência.
Em seu catecismo Lutero pergunta: "Como é santificado entre nós o nome de Deus?" E sua resposta é: "Quando tanto nossa vida como nossa doutrina são verdadeiramente cristãs", quer dizer, quando nossas
convicções intelectuais e nossas ações práticas são a expressão de uma submissão total à vontade de Deus.
Saber que Deus existe, saber que tipo de Deus é, ser constantemente
conscientes de sua presença e obedecê-Lo em todo o tempo – isto é reverência. Pelo menos é por isso que oramos ao dizermos: "Santificado seja o Teu nome."
Receba Deus a reverência que sua natureza e caráter merecem.
O REINO DE DEUS E SUA VONTADE
A frase o Reino de Deus é característica do Novo Testamento. Não há outra expressão que se use com mais freqüência na oração, na
pregação e na literatura cristãs. Portanto, é de primordial importância que tenhamos bem claro qual é o seu significado.
É bem evidente que o Reino de Deus ocupava uma posição central
na mensagem de Jesus. A primeira aparição de Jesus no cenário da história é quando Ele vai a Galiléia pregando as boas novas do Reino de Deus (Mc
fui enviado" (Lc
Quando tentamos fazê-lo, tropeçamos imediatamente com alguns fatos que dificultam a compreensão e despertam nossa curiosidade. Jesus
falou do Reino de três maneiras diferentes. Falou do Reino que existia no passado. Disse que Abraão, Isaque, Jacó e os profetas estavam no Reino (Lc
Reino existia em uma época muito remota do passado. Também disse que o Reino era uma realidade presente. "o reino de Deus está", disse, "dentro de vós" (ou possivelmente seja "no meio de vós") (Lc
O Reino de Deus, portanto, é uma realidade presente, aqui e agora. Mas também disse que o Reino se daria no futuro, porque ensinou a seus discípulos a orar pedindo que viesse o Reino, nesta, sua própria oração.
Como é possível que o Reino seja uma realidade passada, presente e futura,
ao mesmo tempo? Como pode ser que o Reino seja simultaneamente algo do passado, um fato presente e algo pelo que
devemos orar, para que venha, no futuro?
Encontraremos a chave deste problema nesta dupla petição do Pai Nosso. Uma das características mais comuns do estilo poético hebreu é o que tecnicamente se conhece como paralelismo. Os hebreus tendiam a
dizer todas as coisas duas vezes. Diziam algo de uma maneira, e imediatamente depois voltavam a dizer o mesmo de outra maneira, que interpretava, ampliava ou simplesmente repetia o que haviam dito
primeiro. Quase todos os versículos dos salmos poderiam servir como exemplos desta modalidade. Em geral estão divididos pela metade, e a segunda metade amplia, explica ou repete a idéia da primeira metade.
Vejamos alguns exemplos, que esclarecerão isto:
"Deus é nosso refúgio e fortaleza
auxílio presente nas tribulações." (Sl
"O Senhor dos Exércitos está conosco – O Deus de Jacó é o nosso refúgio." (Sl
"O Senhor é o meu pastor – Nada me faltará" (Sl
Apliquemos este principio às duas petições do Pai Nosso que estamos examinando. as coloquemos em uma mesma linha, lado a lado:
"Venha o teu Reino – Seja feita a tua vontade assim na terra, como no céu."
Suponhamos que a segunda petição explica, amplia e define a primeira. Temos então a definição perfeita do Reino de Deus: O Reino de Deus é uma sociedade, na Terra, onde a vontade de Deus se faz de maneira tão perfeita como no céu. Aqui temos a explicação de como o Reino pode ser uma realidade passada, presente e também futura, ao mesmo tempo. Todo aquele que obedeça de maneira perfeita a vontade de Deus está dentro do Reino. Mas desde que o mundo dista muito de ser um lugar onde a vontade de Deus se faça de maneira perfeita e universal, a consumação do Reino é ainda um fato futuro, algo pelo que devemos orar.
Estar no Reino é obedecer a vontade de Deus. Imediatamente percebemos que o Reino de Deus não tem que ver primordialmente com as nações, os reino e os países deste mundo. É algo que tem que ver com cada um de nós. O Reino é o mais pessoal que há sobre a Terra. O Reino exige a submissão de minha vontade, de meu coração, de minha vida. Só quando cada um de nós tomou a decisão pessoal de submeter-se à vontade de Deus, vem o Reino.
Os cristãos chineses repetiam freqüentemente uma oração que chegou a ser bem conhecida de muitos: "Senhor, reavive Tua Igreja.começando por mim." E poderíamos parafrasear estas palavras dizendo:
"Senhor, traz o Teu Reino, começando por mim." Orar pelo Reino de Deus é orar pela submissão total de nossa vontade à vontade de Deus.
O REINO DE DEUS E SUA VONTADE
Mt
A partir do que já vimos, damo-nos conta de que o mais importante de tudo é obedecer a vontade de Deus. As palavras mais importantes do
mundo são "Seja feita a Tua vontade". Mas também é evidente que a atitude e o tom de voz com que se digam estas palavras podem determinar, em grande medida, o significado que tenham para nós.
- A pessoa pode dizer: "Seja feita a Tua vontade" em um tom de derrotada resignação. Pode dizê-lo, não porque o deseje dizer, mas sim porque aceitou o fato iniludível de que não é possível dizer outra coisa. Pode dizê-lo por ter aceito que Deus é muito poderoso para se fazer
oposição a Ele e que é inútil dar cabaçadas contra as paredes do Universo. Pode dizê-lo pensando nada mais que no inescrutável poder de Deus que tem apanhado o homem. Pode-se aceitar a vontade de Deus
porque não resta outro remédio.
- A pessoa pode dizer "Seja feita a Tua vontade" em um tom de amargo ressentimento. Swinburne, o poeta inglês, dizia que os homens
sentem sobre suas costas o pisar dos pés de ferro de Deus. E falava do supremo mal, Deus; Beethoven morreu na mais absoluta solidão; e se conta que quando encontraram seu corpo seus lábios estavam crispados
em um gesto de ira, e seus punhos estavam fechados, como se tivesse querido sacudi-los perante o rosto de Deus e do céu. Pode-se pensar que Deus é o inimigo, mas um inimigo tão poderoso que é inútil resistir.
Pode-se aceitar a vontade de Deus, mas com amargo ressentimento e com ira consumidora.
- Mas também se pode dizer "Seja feita a Tua vontade" em perfeito amor e confiança. Pode-se dizer isso com alegria e disposição
favorável, seja qual for a vontade que assim se aceita. Deveria ser fácil
para o cristão dizer desta maneira "Seja feita a Tua vontade", porque o cristão pode estar bem seguro de duas coisas com respeito a Deus.
- Pode estar seguro da sabedoria de Deus. Às vezes, quando queremos fabricar ou construir algo, ou modificar ou reparar algo, vamos
ao artesão e o consultamos. Ele sugere o que terá que fazer, em geral terminamos dizendo: "Está bem. Faça como for melhor. Você é o especialista." Deus é o especialista em tudo o que concerne à vida, e sua guia nunca nos deixará separar-nos do caminho correto.
Quando Richard Cameron, que foi um dos líderes da reforma religiosa em Escócia, foi morto, um tal Murray lhe cortou a cabeça e as mãos e as levou a Edimburgo. "Estando seu pai no cárcere pela mesma
causa, e para acrescentar tristeza a suas preocupações, foram-lhe levados os membros amputados de seu filho, e lhe foi perguntado se os conhecia. Tomando a cabeça e as mãos de seu filho, que eram muito brancas
(sendo ele mesmo um homem de pele branquíssima) beijou-as e disse: Conheço-as, conheço-as. São de meu filho, de meu filho amado. É o Senhor. Boa é a vontade de Deus, que não pode me fazer mal a mim ou
aos meus, mas dispôs que a misericórdia e a graça nos sigam todos os dias de nossa vida'." Quando um homem puder falar deste modo, quando tem plena certeza de que seus dias estão nas mãos da infinita
sabedoria divina, é fácil dizer: "Seja feita a Tua vontade".
- Pode estar seguro do amor de Deus. Não acreditam em um deus zombador ou caprichoso, nem em um cego e férreo determinismo.
Thomas Hardy conclui sua novela Tess com palavras amargas: "O
Presidente dos imortais tinha terminado de divertir-se com o Tess." Nós acreditamos em um Deus cujo nome é amor.
Tal como o afirma o apóstolo Paulo: "Aquele que não poupou o seu
próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas?" (Rm
NOSSO PÃO QUOTIDIANO
Poderia pensar-se que esta é a petição do Pai Nosso sobre cujo significado não haverá dúvida alguma. Aparentemente é a mais simples e
direta de todas. Mas a realidade é que distintos intérpretes ofereceram diversas interpretações destas palavras. Antes de pensar em seu significado mais direto e evidente examinemos algumas das outras
explicações propostas.
- O pão foi identificado com o pão da Santa Ceia. Desde época muito antiga a oração de Jesus esteve intimamente ligada com a Ceia.
Nas primeiros ordens de culto que possuímos se estabelece que o Pai Nosso deve orar-se durante a celebração da Santa Ceia, e alguns interpretaram que esta petição indica o desejo do crente de desfrutar quotidianamente do privilégio que significa participar da comunhão, e de
receber o pão espiritual que ali nos é oferecido.
- O pão foi identificado com o alimento espiritual da Palavra de Deus. Às vezes alguns cristãos cantam um hino que diz:
Parte o pão de vida, dêem-me isso Senhor,
tal como partiste o pão junto ao mar, Por trás da página santa,
busco a ti, Senhor, meu espírito te deseja,
Ó palavra viva.
De maneira que esta petição foi interpretada como uma petição pelo ensino correto, a verdadeira doutrina, a verdade essencial que estão nas Escrituras, a Palavra de Deus, e que são autenticamente pão para a mente, o coração e a alma do homem.
- Interpretou-se que o "pão" representa ao próprio Jesus Cristo. Jesus se denominou a si mesmo o pão de vida (João
6: ), e a petição33-35
que roga pelo pão seria, então, o pedido de que diariamente possamos nos alimentar de Jesus, que é o pão vivo.
Esta petição, pois, foi interpretada como uma oração para que Jesus Cristo, o pão de vida, alegre e fortaleça nossas almas.
- Interpretou-se esta petição em um sentido puramente judeu. O pão seria, neste caso, o pão do reino dos céus. Lucas nos narra como um dos que viram passar a Jesus disse: "Bem-aventurado aquele que comer pão no reino de Deus" (Lc
14: ). Os judeus tinham uma idéia muito15
estranha mas bem vívida. Sustentavam que quando viesse o Messias, e quando a idade dourada descesse sobre a Terra, haveria o que eles denominavam o Banquete Messiânico, no qual se sentariam a comer os
escolhidos de Deus. Os corpos destroçados dos monstros Beemote e Leviatã seriam o primeiro prato desse banquete. Seria como uma espécie de comilança de inauguração oferecida por Deus a seu povo. Segundo
este conceito, a petição que estamos estudando seria a de um lugar no Banquete Messiânico final que se ofereceria ao povo de Deus.
Embora não estamos obrigados a estar de acordo com nenhuma
destas interpretações como expressão do único significado da petição, tampouco é necessário rechaçá-las ou considerá-las equivocadas. Todas possuem alguma medida de verdade, e são de algum modo pertinentes.
A dificuldade na interpretação aumenta quando consultando os especialistas percebemos que o significado da palavra grega epiousios (que em uma versões se traduz "cada dia" e em outras "cotidiano") dista muito de possuir um significado unívoco. O fato fora do comum é que,
até há pouco tempo, a palavra não aparecia em nenhum dos textos gregos conhecidos.
Orígenes, um teólogo cristão do século III, conhecia este fato, e em
sua opinião Mateus teria inventado a palavra. Portanto era impossível saber exatamente o que significava. Mas faz alguns anos descobriu-se um fragmento de papiro, no qual aparecia a palavra. O papiro era uma lista de compras de um dona-de-casa. Junto a um dos termos dessa lista estava a palavra epiousios. A nota tinha o objeto de fazê-la lembrar a
necessidade de comprar um alimento em particular para esse mesmo dia. De modo que este é o significado, muito simples, da petição:
"Dê-me as coisas que necessitamos para comer hoje. Ajude-me a conseguir o que necessito quando for hoje ao mercado. Dê-me as coisas que necessitamos para comer quando os meninos voltem da escola e os homens voltem do trabalho. Faça com que nossa mesa não esteja vazia quando nos sentarmos hoje ao redor dela."
É uma oração muito singela, para que Deus nos supra das coisas que necessitamos cada dia de nossa vida.
NOSSO PÃO QUOTIDIANO
Mt
Quando advertimos que esta petição é simplesmente um rogo pelas necessidades materiais cotidianas, desprendem-se dela certas verdades de tremenda magnitude.
- Diz-nos que Deus tem interesse em nosso corpo. Jesus nos mostrou isso; dedicou muito de seu tempo à cura das enfermidades físicas dos homens de seu tempo, e satisfez a fome física de seus
seguidores, em várias oportunidades. Preocupou-se quando uma quantidade considerável de pessoas tinha saído a ouvi-lo pregar em um lugar solitário, e tendo estado todo o dia com Ele não tinham nada para
comer e seus lares estavam distantes. Faz-nos bem recordar que Deus está interessado em nosso corpo. Qualquer ensino que despreze, diminua ou denigra o corpo é mau. Podemos nos dar conta da importância que
Deus dá ao corpo, além disso, quando pensamos que Jesus Cristo, seu Filho, teve um corpo como o nosso. O cristianismo tem como meta não somente a salvação da alma, mas também a salvação do homem inteiro:
corpo, mente e espírito.
- Esta petição nos ensina a orar por nosso pão do dia presente. Ensina-nos a viver dia a dia, e não estar ansiosos pelo futuro distante e desconhecido. Quando Jesus ensinou a seus discípulos a orar nos termos
desta petição, não cabe dúvida de que sua mente evocava a situação dos judeus no deserto, durante o êxodo, quando diariamente recebiam o maná (Êxodo 16:1-21).
Os filhos de Israel morriam de fome no deserto e Deus lhes enviou o maná, o pão do céu; mas ao mesmo tempo lhes impôs uma condição –
somente recolheriam o que necessitavam para satisfazer suas necessidades mais imediatas. Se procuravam juntar mais do que o necessário, e guardá-lo, decompunha-se e deviam jogar fora. Deviam
satisfazer-se com o que necessitavam dia a dia. Como disse um rabino: "Cada dia a porção do dia, porque o Criador do dia também tinha criado o sustento de cada dia." E outro rabino declara: “Quem tem para comer
hoje e se pergunta ‘o que comerei amanhã?’, é um homem de pouca fé.”
Esta petição nos ensina a viver dia a dia. Proíbe a preocupação ansiosa que é tão característica da vida que não aprendeu a confiar em
Deus.
- Por implicação, esta cláusula do Pai Nosso dá a Deus o lugar que lhe corresponde. Admite que de Deus é de quem recebemos o
alimento necessário para manter a vida. Ninguém jamais conseguiu criar uma semente e fazê-la crescer. O cientista pode analisar a semente em suas partes constituintes, mas nenhuma semente sintética conseguirá
germinar jamais. Todas as coisas vivas provêm de Deus. O alimento que consumimos é um dom direto de Deus.
- Esta petição nos recorda, de maneira extremamente sábia, como opera a oração. Se alguém proferisse esta oração, e depois ficasse
sentado esperando que o pão lhe caísse do céu, certamente morreria de fome. A oração e o trabalho devem ir de mãos dadas, que quando oramos devemos nos pôr a trabalhar para que nossas orações se tornem
realidade. É certo que a semente viva é um dom de Deus, mas também o é que o homem deve semeá-la e cultivá-la.
Dick Sheppard contava freqüentemente certa história, muito cara a
seu coração. Havia um homem que tinha um campo. Com enorme trabalho, havia limpado as pedras de uma parcela desse campo, e a tinha
limpo de sujeiras, até que, semeando e cuidando a terra, conseguiu ter um belo jardim e um pomar. Um amigo dele, pessoa piedosa em extremo, disse-lhe um dia: "É maravilhoso o que Deus pode fazer em uma parcela de terra como esta, não é certo?" "Sim", disse o homem que tinha trabalhado tanto, "mas teria que ter visto esta parcela quando Deus fazia o trabalho sozinho."
A generosidade de Deus e o trabalho humano devem combinar-se. Quando dizemos as palavras desta petição estamos reconhecendo duas
verdades fundamentais: que sem Deus não podemos fazer nada, e que sem nosso esforço e cooperação Deus não pode fazer nada por nós.
- Deve notar-se que Jesus não nos ensina a dizer "o pão meu de
cada dia me dá hoje". Nossa oração deve ser: "o pão nosso de cada dia nos dá hoje." O problema do mundo não é que não haja suficiente para que alcance para todos; há bastante e de sobra.
Nos Estados Unidos os celeiros transbordam de cereais. No Brasil se queimava café nas locomotivas, quando não se sabia o que fazer com os excedentes. O problema não é a produção do essencial para a vida, a
mas a sua distribuição.
Esta oração nos ensina a não ser egoístas em nossas orações. É uma oração que nós podemos cumprir em parte, colaborando com Deus,
compartilhando o que nos sobra com aqueles que não têm. Esta oração não somente roga por que nós recebamos o que nos é necessário diariamente; também roga que sejamos capazes de compartilhar com outros o que recebemos.
O PERDÃO HUMANO E O DIVINO
Antes de poder repetir esta petição, que forma parte do Pai Nosso, devemos nos dar conta da necessidade que temos de repeti-la. Quer dizer, antes de repetir estas palavras, devemos ser conscientes de nosso
pecado. A palavra "pecado" não é muito popular em nossos dias. A
maioria não quer ser tratada como pecadores merecedores do inferno. O problema é que a maioria tem um conceito equivocado do que significa ser pecador. Estariam perfeitamente de acordo em que o ladrão, o bêbado, o assassino, o adúltero, o blasfemo são pecadores; mas eles não são culpados de nenhum destes pecados; vivem decentemente, têm vidas respeitáveis, nunca foram levados ante os tribunais, nem foram encarcerados, nem apareceram na página de notícias policiais. Portanto, sentem que o pecado não tem muito a ver com eles.
No Novo Testamento há cinco palavras distintas que significam pecado.
- A palavra mais comum é hamartia. Este termo significava
originalmente errar o alvo. Não acertar o alvo era hamartia. Portanto,
pecado é não ser, o que deveríamos e tivéssemos podido ser.
Charles Lamb tem um retrato de um homem que se chamava Samuel Grice. Grice era um jovem extraordinário, que nunca pôde
realizar em sua vida o que seus dons extraordinárias prometiam. Lamb diz que em sua carreira houve três etapas: Uma época em que se dizia:
"Farei algo." Depois veio a época em que se dizia: "Farei algo, se eu quiser." E por fim se dizia: "Poderia ter feito algo, se tivesse querido."
Edwin Muir, em sua autobiografia, diz: "Depois de certa idade
todos nós, tanto os bons como os maus, somos assaltados pelo sentimento de ter tido poderes que nunca pusemos em prática: quer dizer, sentimos que não chegamos a ser o que poderíamos ter sido." Isso, exatamente, é hamartia, pecado; e esta é uma situação na qual todos nós participamos. Somos um marido, uma esposa, tão bom como poderíamos ser? Somos tão boa filha ou filho, como poderíamos ser? Somos tão bons operários ou patrões, como poderíamos ser? Existe alguém que se atreva a pretender que é tudo o que pôde ser, ou que tem feito tudo o que estava ao alcance de suas possibilidades?
Quando nos damos conta de que "pecado" significa não ter atingido o alvo, não ter chegado a ser tudo o que poderíamos ter sido, fica
evidente que todos somos pecadores.
- A segunda palavra que significa "pecado" é parabasis, que literalmente quer dizer "cruzar ao outro lado." Pecar é cruzar a linha que separa o bem do mal. Ficamos sempre do lado de cá da linha que separa a honestidade da desonestidade? É possível que não haja alguma vez em nós nem sequer o menor gesto, a menor atitude desonesta? Estamos sempre no lado correto da linha que separa a verdade da mentira? Alguma vez não temos, com palavra ou com nosso silêncio, distorcido embora seja um pouco, ou evitado em alguma medida a verdade? Estamos sempre bem localizados com respeito à linha divisória entre a amabilidade e a cortesia, por um lado, e o egoísmo e a brutalidade, pelo outro? Alguma vez pronunciamos alguma palavra descortês ou agido de maneira pouco bondosa?
Quando pensamos deste modo, não pode haver ninguém que pretenda ter-se mantido sempre no lado correto da linha divisória.
- A terceira palavra que significa "pecado" é paraptoma, que significa escorregão. Trata-se do tipo de escorregão que podemos sofrer em um caminho molhado, ou sobre o gelo. Diferente do termo anterior é
neste caso que o movimento não é tão deliberado. Às vezes dizemos que "nos escapou" uma palavra, um gesto, uma ação ou reação. Muitas vezes nos sentimos arrastados por um impulso, ou uma paixão que se apossou
momentaneamente de nós e nos fez perder nosso domínio próprio. Até os melhores dentre nós podem "escorregar" para o pecado quando não estamos em guarda.
- A quarta palavra que significa "pecado" é anomia, ou seja agir
fora da lei. Trata-se do pecado de quem conhece o bem e entretanto faz o mal; o pecado de quem conhece a lei, mas deliberadamente a ignora em sua ação.
O primeiro de todos os instintos humanos é o de fazer o que queremos muito. Portanto, sempre há momentos na vida de qualquer homem em que decide desafiar a lei e agir por conta própria e
responsabilidade. Decidimos conscientemente tomar o que nos está
proibido ou fazer aquilo que a lei condena. No Mandalay Kipling põe na boca de um velho soldado as seguintes palavras:
Embarquem-me para o leste do Suez, onde o melhor é igual ao pior,
Onde não existem os Dez Mandamentos, e se pode aplacar a sede.
Embora haja pessoas que possam dizer que nunca transgrediram os
Dez Mandamentos, não existe quem possa sustentar que jamais desejou fazê-lo.
- A quinta palavra que significa "pecado" no Novo Testamento é
ofeilema, a palavra que aparece no Pai Nosso e que significa literalmente "dívida". Significa não pagar o que se deve, deixar de cumprir um dever.
Não há quem possa dizer que em sua vida cumpriu de maneira perfeita todos os deveres para com o seu próximo e para com Deus. Tal perfeição
não existe entre os seres humanos.
Em conclusão, quando examinamos de perto o significado da palavra "pecado", damo-nos conta de que é uma enfermidade universal,
da qual participam todos os homens. É muito possível que na mesma pessoa se dêem a respeitabilidade exterior, aos olhos dos homens, e a pecaminosidade interior, perante Deus. Todos os seres humanos, sem
exceção, precisam repetir esta petição do Pai Nosso.
O PERDÃO HUMANO E O DIVINO
Não somente precisamos dar-nos conta de que precisamos repetir esta petição do Pai Nosso, mas também devemos estar conscientes do
que estamos dizendo ao fazê-lo. Entre todas as petições dos Pai Nosso esta é a mais temível. "Perdoa as nossas dívidas, como também perdoamos aos nossos devedores."
Mateus seguirá com este tema nos dois versículos seguintes,
explicando da maneira mais clara possível que, segundo Jesus, se nós
perdoarmos a outros Deus nos perdoará, mas se não perdoarmos, Deus não nos perdoará. É bem evidente, então, que se repetirmos esta petição quando há algo que nos separa de nosso próximo, quando ficam disputas sem resolver em nossas vidas, o que estamos dizendo a Deus é: "Não nos perdoes". Se dissermos: "Nunca perdoarei a Fulano de Tal pelo que me tem feito", se dissermos "Nunca esquecerei o que Beltrano me tem feito", e contudo fazemos uso desta petição ao repetir o Pai Nosso, estamos deliberadamente pedindo a Deus que não nos perdoe.
Alguém disse: "O perdão, como a paz, é uno e indivisível." O perdão humano, e o divino estão inextricavelmente relacionados entre si. Não é possível separar nosso perdão ao próximo e o perdão que esperamos receber de Deus; ambos estão ligados e são interdependentes. Se tivéssemos presente o significado desta petição, muitas vezes, ao repetir o Pai Nosso, nossos lábios silenciariam ao chegar a "perdoa— nos..."
Quando Robert Louis Stevenson vivia nas ilhas do Pacífico Sul costumava celebrar um breve culto matutino, diariamente, para os
membros de sua família e seus servos. Uma manhã, no meio do Pai Nosso, levantou-se e abandonou a habitação. Sua saúde sempre tinha sido precária, e sua esposa o seguiu, pensando que se havia sentido
repentinamente doente. "Sente alguma coisa?", perguntou-lhe ao encontrá-lo. "Nada, somente que hoje não posso repetir o Pai Nosso."
Ninguém está em condições de repetir o Pai Nosso quando não se sente disposto a perdoar. Se não se viver em boas relações com o
próximo não se pode viver em boas relações com Deus.
Três coisas são necessárias para possuir o espírito cristão do perdão.
- Devemos aprender a compreender os outros. Sempre há alguma razão que leva as pessoas a agir da maneira como o fazem. Se alguém se
comportar de maneira rústica, ou pouco amável, ou irascível, possivelmente esteja atravessando por algum sofrimento ou
preocupação. Se alguém nos tratar com suspeita e desagrado, possivelmente não tenha compreendido bem nossas intenções, ou tenha
sido mal informado em relação a nosso caráter. Possivelmente seja uma vitima de seu meio ambiente, ou tenha sido deformado por sua situação familiar. Possivelmente seu temperamento seja tal que as relações humanas lhe sejam difíceis, e a vida uma carga dura de levar. Seria-nos muito mais fácil perdoar se buscássemos compreender em vez de condenar.
- Devemos aprender a esquecer. Na medida em que recordemos, e voltemos a trazer à nossa mente alguma ofensa ou ferida que nos tenha
infligido, não seremos capazes de perdoar. Muito freqüentemente dizemos: "Não posso esquecer o que Fulano me tem feito." "Nunca esquecerei como me tratou Zutano naquela ocasião." É muito perigoso
dizer coisas como estas, porque no final pode ser-nos humanamente impossível perdoar.
Em certa oportunidade o famoso literato escocês Andrew Lang,
escreveu e publicou um comentário muito benévolo de um livro que tinha aparecido, obra de um escritor jovem. O jovem lhe replicou com um ataque amargo, insolente e completamente infundado. Uns três anos depois Lang estava passando uns dias na casa do Robert Bridges, o grande poeta. Este o viu lendo um livro e ao notar quem era o autor observou: "Vá, é outro livro daquele ingrato que se comportou de maneira tão vergonhosa contigo!" Para sua grande surpresa, descobriu que Lang não recordava sequer o incidente. Não guardava memória alguma dos ataques insultantes e ácidos do jovem. Perdoar, observou Bridges, é característico de qualquer grande homem, mas esquecer totalmente é sublime. Somente o espírito purificador de Cristo pode limpar de nossas memórias toda a amargura e o ressentimento que devemos esquecer.
- Em terceiro lugar, devemos amar. Já vimos que o amor cristão, o ágape, é essa indescritível benevolência, essa invencível boa vontade, que nunca procura senão o maior bem para o próximo, sem ter em conta o que este nos tenha feito ou pense de nós. Esse amor somente é nosso quando Cristo, que é esse amor, deve habitar em nossos corações e não
pode vir a menos que nós o convidemos. Para ser perdoados devemos perdoar, e esta é uma condição do perdão que somente Cristo pode nos ajudar a cumprir.
A PROVA DE FOGO DA TENTAÇÃO
Antes de começar o estudo detalhado desta petição devemos
examinar dois problemas com relação ao significado das palavras:
- Para os ouvidos modernos a palavra tentação soa muito mal. Sempre significa "tentar seduzir ao mal". E isto não poderia interpretar-
se senão de maneira negativa. Mas nos tempos bíblicos a idéia era antes pôr à prova que tentar. No Novo Testamento, tentar significa antes pôr à prova para demonstrar a medida de fortaleza espiritual que alguém possui, que seduzir ou induzir ao pecado.
No Antigo Testamento encontramos a história de como Deus pôs à prova a lealdade do Abraão, pedindo que sacrificasse a seu próprio filho, Isaque. A história começa dizendo: "Depois dessas coisas, pôs Deus
Abraão à prova..." (Gn
e a obediência de Abraão.
A história das tentações de Jesus começa dizendo: "Então Jesus foi levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo" (Mateus
Mt
provar, a idéia é a de submeter à prova, embora às vezes também envolve, em segundo lugar, o perigo de fazer cair no pecado.
Aqui achamos, pois, uma verdade grande e preciosa com respeito à tentação. A tentação não tem como objeto nos fazer cair no pecado, mas
sim nos fortalecer para que possamos ser melhores homens e mulheres.
A tentação não tem como objetivo transformar-nos em pecadores. Possivelmente sucumbamos à prova, mas isso não era o que se buscava. Buscava-se que saíssemos dela garbosamente, mais fortes e melhores. Neste sentido a prova, ou tentação, não é um castigo de nossa condição humana, mas a glória de ser humano. Se um projeto de engenharia de alto nível requer o uso de um determinado metal, este será provado, quanto à sua capacidade de resistência às tensões e o desgaste, aumentando, inclusive, o rigor das condições sob as quais deverá trabalhar. Do mesmo modo, o homem deve ser posto à prova antes de Deus poder usá-lo em seu maravilhoso serviço.
- Tudo isto é verdade; mas também é certo que na Bíblia nunca se duvida de que neste mundo opera um poder do mal. A Bíblia não é um
livro especulativo, e não se ocupa de desentranhar a origem desse poder do mal. Mas sabe que existe, e que age. É evidente que esta petição não
deveria traduzir-se: "Livra-nos do mal", mas sim como na versão Hispano-americana, "Livra-nos do Maligno". A Bíblia não concebe o mal como um princípio abstrato, como uma força imaterial, mas sim
como um poder ativo e pessoal, que se opõe a Deus.
É muito interessante repassar o desenvolvimento da idéia de Satanás na Bíblia. Em hebreu a palavra Satanás significa simplesmente
adversário. Pode ser aplicada aos seres humanos. O adversário de alguém é seu satanás. Os filisteus, por exemplo, têm medo de que Davi se converta em seu satanás (1Sm
Mt
significar "aquele que acusa a alguém ante os tribunais". Só então a palavra, por dizê-lo de uma maneira gráfica, levanta vôo, e passa ao céu. Os judeus acreditavam que no céu havia um anjo cuja tarefa era acusar
aos homens ante Deus, agindo como promotor do tribunal eterno; e esse anjo era Satanás, porque cumpria a função de um "satanás" (acusador).
Aqui Satanás não é ainda um poder maléfico, mas sim parte da organização jurídica do céu
Em Jó
Satanás entre eles". Nesta etapa Satanás é o promotor celestial, que se ocupa em acusar ao homem.
Mas não há uma distância muito grande entre apresentar uma acusação contra o homem e fabricá-la. E este é o próximo passo. O outro
nome de Satanás é Diabo; e a palavra Diabo provém do grego diábolos, termo que designa caluniador. Satanás, transforma-se então no Diabo, o caluniador por excelência, o adversário principal do homem, aquele que
se propôs a frustrar os propósitos divinos e arruinar a humanidade. Satanás significará, a partir deste momento, tudo o que é anti-humano e anti-divino.
Jesus nos ensina que peçamos a Deus ser sacados deste poder destruidor. Não se discute qual seria a origem deste poder. Na Bíblia não há especulação. Tal como alguém disse: "Se uma pessoa acordada à
meia-noite e sua casa está incendiando, não se senta em uma cadeira a escrever ou ler um livro sobre a origem dos incêndios em casas particulares, mas faz todo o possível para apagar o incêndio e salvar sua
casa."
A Bíblia não perde tempo em especulações sobre a origem do mal, antes equipa o homem para poder combatê-lo, visto que, indubitavelmente, o mal existe.
O ATAQUE DA TENTAÇÃO
Mt
A vida sempre está sob o ataque da tentação. Mas nenhum inimigo pode lançar uma invasão até encontrar uma brecha em nossas defesas. Onde a tentação encontrará essa brecha? De onde vêm nossas tentações?
Estar prevenido é possuir antecipadamente as armas que nos ajudarão a
resistir o ataque, e se soubermos por onde virá o ataque, nossa probabilidade de vencer será maior.
- Às vezes o ataque da tentação vem de fora de nós. Há pessoas cuja influência sobre nós é má. Por outro lado, há outras pessoas junto às
quais seria improvável que ninguém sequer sugerisse uma ação desonrosa. Ainda outros convidam a tais sugestões e é muito fácil, com eles, fazer o mal.
Quando Robert Burns era jovem, foi a Irvine para aprender a
elaborar o linho. Ali teve a má sorte de encontrar-se com um tal Robert Brown, homem que tinha viajado muito e deslocado mundo, e cuja personalidade era fascinante e dominadora. Burns nos conta como o admirava e procurava imitá-lo. E segue dizendo: "Era o único homem que conheci mais parvo que eu quando se tratava de mulheres... Falava das relações promíscuas com uma leviandade que eu, desde então, considerei com horror... Nisto sua amizade resultou em meu prejuízo."
Há amizades e relações que podem nos ser prejudiciais. Em um mundo tentador, o indivíduo deveria ser muito cuidadoso na escolha de
seus amigos e dos círculos sociais onde tem que mover-se. Deve-se dar a menor ajuda possível às tentações que nos vêm de fora.
- Um dos fatos trágicos da vida é que as tentações podem provir
das pessoas que nos amam; de todas as classes de tentações, estas são as mais difíceis de combater. Provêm de pessoas que nos amam e que não têm intenção de nos fazer dano. Ocorrerá, por exemplo, o seguinte. Alguém sabe que deve adotar um determinado curso de ação. Pode ser que se sinta chamado por Deus para dedicar-se a certa carreira. Mas seguir o curso que lhe determina seu impulso possivelmente signifique para ele impopularidade e risco. Aceitar essa vocação pode significar rechaçar tudo o que o mundo chama "uma boa carreira". É muito possível que em tais circunstâncias as pessoas que mais o amam procurem dissuadi-lo de seguir o curso de seu chamado, e o farão precisamente porque o amam. Eles o aconselharão a ser precavido, tomar cuidado, ser prudente, usar a sabedoria do mundo: querem que aquele a
quem eles amam se muna de uma posição sólida e respeitável na sociedade. Não querem que desperdice suas oportunidades e dons. E por tudo isto, procuram que aquele a quem eles amam não faça o que ele sabe que deve fazer.
No Gareth and Linette, um poema do Tennyson, nos conta a história do Gareth, o filho menor de Lot e Bellicent. Gareth deseja unir— se a seus irmãos no serviço do Rei Arturo. Bellicent, sua mãe, não quer que vá. Por acaso, você não tem piedade de minha solidão?", pergunta— lhe. Seu pai, Lot, é muito ancião, e está atirado em um rincão, como "um lenho fumegante, virtualmente apagado". Seus dois irmãos estão na corte do Rei Arturo. Deve partir também ele? Se seu filho ficar em casa, a mãe lhe encontrará uma princesa para casar-se, o rodeará de um séquito que o acompanhe em suas excursões de caça, e será feliz. Bellicent queria que seu filho ficasse com ela, porque o amava. O tentador usava, para seu encantamento, a mesma voz do amor. Mas Gareth responde:
Oh mãe,
Como pode guardar-me para si? – envergonhe-se.
Sou um homem crescido, e devo agir como um homem. Correr após os cervos? Ou seguir a Cristo, o Rei?
Viver na pureza, dizer a verdade, corrigir os males,
seguir ao Rei
De outro modo, para que teria nascido?
O moço seguiu seu destino, mas a voz do amor o tentava para que ficasse em casa.
Isto mesmo foi o que ocorreu com Jesus. "Os inimigos do homem"
- disse – "serão os da própria casa" (Mt
10: ). Seus parentes tinham saído, buscando-o para levá-lo porque se dizia dele que estava36
louco (Mc
procuraram detê-lo. Às vezes a mais dura de todas as tentações é a que provém da voz daqueles que nos amam.
- Há uma forma muito curiosa de tentação, que ataca principalmente os mais jovens. Há em nós uma nervura muito estranha, que em certas companhias nos leva a aparentar ser piores do que somos. Não queremos que os outros pensem de nós que somos "mansos" ou "piedosos", "beatos" ou "santos". Preferimos mil vezes que se opine o pior do que somos, terríveis aventureiros, homens do mundo, um pouco pervertidos; nunca, jamais, inocentes.
Agostinho tem uma passagem, em suas Confissões, que é muito famosa.
"Entre meus iguais, envergonhava-me de ser menos descarado que outros, quando os ouvia exaltarem-se das maldades que eles tinham cometido. E me agradava não somente na ação, mas também nos louvores que as ações mereciam ... Fazia que minha imagem aparecesse muito pior do que era em realidade, para que fossem maiores os louvores. E quando em algo não havia pecado na mesma medida que os mais libertinos, dizia que o tinha feito, embora não fosse certo, para não aparecer ante eles como um ser desprezível."
Há muitos homens e mulheres que se iniciaram em algum pecado,
ou se introduziram em algum hábito prejudicial somente por não parecer menos experimentados, com menos "mundo" que seus amigos ou
companheiros. Uma das grandes defesas contra a tentação é a simples coragem de estar dispostos a ser bons.
O ATAQUE DA TENTAÇÃO
Mt
- Mas a tentação não somente provém de fora, mas também de dentro. Se não houvesse nada em nós em que a tentação pudesse apoiar— se, não poderia nos afetar nem nos vencer. Em todos nós há algum ponto
fraco. E é nesse ponto fraco que a tentação lança seu ataque. Em cada um de nós o vulnerável pode ser algo distinto. O que para um pode ser uma violenta tentação, para outro o deixa imutável. O que não comove a um pode ser absolutamente irresistível para outro.
Sir James Barrie tem uma peça teatral chamada O Testamento. O Dr. Devizes, um advogado, nota que um empregado dele, que esteve em sua casa durante muitos anos, parece muito doente. Pergunta-lhe o que passa com ele e o ancião lhe diz que um médico diagnosticou nele um mal fatal e incurável.
Dr. Devizes (incômodo) – Estou seguro que não é o que você teme. Qualquer especialista o diria.
Surtees (sem olhá-lo) – Senhor, ontem estive com um especialista. Dr. Devizes – E então?
Surtees – É... precisamente essa, senhor. Dr. Devizes – Não pode estar tão seguro. Surtees – Estava, sim senhor.
Dr. Devizes – Mas... uma operação.
Surtees – Muito tarde para operar – disse. Se me tivessem operado faz tempo, poderia ter uma oportunidade de me salvar.
Dr. Devizes – Mas você não o tinha faz tempo.
Surtees – Não senhor, eu sabia; mas diz que já estava em mim, faz muito, uma mancha negra, possivelmente não tão grande como a cabeça de um alfinete, mas à espera para estender-se e me destruir, no seu devido tempo.
Dr. Devizes (desolado) – É infelizmente injusto.
Surtees (humildemente) – Não sei, senhor. Ele diz que quase todos nós temos essa mesma mancha, e que se não nos cuidarmos, cedo ou tarde termina conosco.
Dr. Devizes – Não. Não. Não.
Surtees – Chamou-a de maldita mancha. Acredito que seu propósito era me advertir que deveríamos sabê-lo, e estar alerta.
Em todo ser humano há um ponto fraco. Se não o vigia pode terminar condenando-o. Em algum lugar, em todo ser humano, há um defeito, alguma falha do temperamento, que pode arruinar sua vida, algum instinto ou paixão tão forte que no momento menos pensado pode dar um puxão e romper as rédeas, alguma peculiaridade de nossa constituição que converte o que para outros possivelmente seja um
prazer legitimo em uma verdadeira ameaça. Deveríamos nos dar conta deste fator, e estar em guarda todo o tempo.
- Mas, mesmo que possa parecer muito estranho, a tentação nem sempre provém de nossa maior fraqueza, mas sim de nossa fortaleza. Se
houver algo que todos temos o costume de dizer é: "Isso eu jamais o faria. Não creio que poderia rebaixar-me a uma tal ação." E é precisamente ali onde devemos manter a vigilância mais estrita. A história está cheia de episódios em que verdadeiras fortalezas foram
tomadas por aqueles lugares onde seus defensores pensavam que estavam tão bem protegidos que não era necessário manter guarda alguma. A melhor oportunidade da tentação é o excesso de confiança em
si mesmo. Devemos vigiar nossos pontos fracos e nossos pontos fortes.
A DEFESA CONTRA A TENTAÇÃO
Mt
Pensamos no ataque da tentação: reunamos agora as armas de que dispomos para nos defender contra a tentação.
- Temos a simples defesa do respeito por nós mesmos. Quando a vida de Neemias corria perigo, alguém lhe sugeriu que se encerrasse no templo e ficasse ali até haver passado o perigo. Sua resposta foi: "Porém
eu disse: homem como eu fugiria? E quem há, como eu, que entre no templo para que viva? De maneira nenhuma entrarei" (Ne
Todos devemos viver com nossas lembranças, e se tivermos perdido o respeito por nós mesmos; a vida pode chegar a tornar-se intolerável.
Em certa oportunidade se insistiu com o presidente Garfield, dos
Estados Unidos a adotar uma resolução proveitosa mas desonrosa. "Ninguém saberá", disseram-lhe. Sua resposta foi: "O Presidente Garfield saberá – e tenho que dormir com ele todas as noites." Quando somos tentados uma das defesas que temos é nos perguntar: "Alguém como eu faria tal coisa?"
- Temos a defesa da tradição. Ninguém pode trair com leviandade as tradições e heranças nas quais foi educado, e que vieram sendo construídas durante gerações.
Quando Péricles, o maior de todos os estadistas atenienses, estava a ponto de dirigir a palavra à Assembléia de seus concidadãos, sempre se
dizia em seu interior: "Péricles, lembra que és ateniense, e que vais falar com atenienses."
Uma das façanhas da Segunda Guerra Mundial foi a defesa do
Tobruk. Os Coldstream Guards conseguiram romper o cerco e evitar a seus atacantes, mas somente uns poucos sobreviveram, e eram apenas sombras do que tinham sido. Duzentos sobreviventes, parte de um grupo de dois batalhões, estavam debaixo do cuidado das Reais Forças Aéreas (R.A.F.). Um dos oficiais da aviação estava conversando com um dos oficiais dos Guards, e lhe disse: "Depois de tudo, como tropas de infantaria, não tiveram mais remédio que tentar o que fizeram."
E outro oficial de aviação, que ouviu estas palavras, aproximou-se e disse: "Deve ser muito difícil estar na infantaria, porque a tradição obriga
o soldado a seguir lutando, sem ter em conta as circunstâncias."
O poder da tradição é um dos mais potentes na vida. Pertencemos a uma nação, a uma Igreja, a uma família, somos ex-alunos de uma escola.
O que fazemos afeta a honra do grupo ao qual pertencemos. Não podemos trair com leviandade as tradições em que fomos educados.
- Temos, além disso, a defesa daqueles que amamos e nos amam. Mais de uma pessoa pecaria se o único castigo que deveria suportar fosse
o que ele mesmo espera receber. Mas se salva do pecado porque não poderia suportar o olhar de sofrimento que veria nos olhos de quem o ama se arruinasse sua vida.
Laura Richards escreveu uma parábola que copiamos a seguir:
“Um homem estava sentado à porta de sua casa fumando seu cachimbo, e seu vizinho, sentado a seu lado, tentou-o. ‘Você é pobre’, disse— lhe, ‘você não tem trabalho, e há um modo de melhorar sua situação. Será fácil e você conseguirá bastante dinheiro. Além disso, não é menos desonesto do que você vê fazerem todos os dias as pessoas respeitáveis.
Você seria um tolo se desperdiçasse uma oportunidade como esta. Venha comigo, e despacharemos o assunto em um instante.’ Nesse mesmo momento apareceu na porta do barracão sua jovem esposa com seu filho nos braços. ‘Por favor, segure ao menino um momento. Ele tem medo, e tenho que ir pendurar a roupa.’
O homem tomou ao menino e o pôs sobre seus joelhos. E enquanto o sustentava deste modo os olhos do menino se encontraram com os seus, e o olhar lhe falou: ‘Sou carne de sua carne’, disseram os olhinhos do menino, ‘alma de sua alma. Aonde você me guie, ali o seguirei. Conduza-me pela mão, pai. Meus pés irão atrás dos seus.’ Então, voltando-se para seu vizinho, o homem lhe disse: ‘Vá, e não volte nunca mais a minha casa’.”
Poderíamos estar perfeitamente dispostos a pagar o preço do pecado, se este afetasse apenas a nós. Mas se lembrarmos que nosso pecado fará em pedaços o coração de outros, que nos amam, nossa defesa contra a tentação será mais poderosa.
- E temos a defesa da presença de Jesus Cristo. Jesus não é uma bela imagem que aparece nos livros. É uma presença viva. Às vezes perguntamos: "O que você faria se de repente Jesus estivesse de pé ao seu lado?" ou "Como você viveria se Cristo se hospedasse em sua casa?" Mas o que a fé cristã afirma é, precisamente, que Jesus Cristo está junto a nós, que é hóspede de cada lar cristão. Ele é a presença iniludível e portanto toda nossa vida a vivemos diante dEle e devemos buscar que seja uma vida que Ele possa ver. Uma poderosa defesa contra a tentação, que está a nosso alcance, é a lembrança da presença constante de Jesus
Cristo em nossa vida.
A MANEIRA INCORRETA DE JEJUAR
Até nossos tempos o jejum é uma parte essencial da vida religiosa no Oriente. Os muçulmanos observam de maneira estrita o jejum do Ramadam, o nono mês do calendário islâmico, durante o qual se
comemora a primeira das revelações que Maomé recebeu. O jejum dura do nascer do sol – do momento em que se podem distinguir um fio branco de um negro – até seu ocaso. Está proibido, além da comida, tomar banho, beber, fumar, cheirar perfumes e qualquer outra forma de alegria carnal desnecessária, com exceção das enfermeiras e as mulheres grávidas. Os soldados e os que estão viajando podem não observá-lo, mas devem compensar sua isenção jejuando uma quantidade equivalente de dias em outro momento do ano. Se alguém deve quebrantar o jejum por razões de saúde, é obrigado a compensar sua falta oferecendo esmolas aos pobres.
Os costumes dos judeus no que concerne ao jejum eram exatamente iguais. Deve notar-se que, tal como se disse, o jejum durava da alvorada
até o pôr-do-sol; fora deste período diário, podia comer-se normalmente. Para os judeus nos tempos de Jesus havia somente um jejum obrigatório,
o do Dia da Expiação. Nesse dia, da alvorada até o pôr-do-sol, todos os homens estavam obrigados a "afligir suas almas" (Lv
comer, beber, banhar-se, ungir-se, levar sandálias, ou praticar relações conjugais." Até os meninos deviam ser educados em alguma forma de sacrifício durante esse dia, de modo que quando fossem mais velhos
estivessem preparados para aceitar o jejum nacional.
Mas, mesmo que somente um dia por ano era obrigatório jejuar, os judeus faziam uso do jejum particular como uma forma muito generalizada de piedade. Havia um jejum relacionado com a morte de
algum ser querido. Entre a morte e o enterro dessa pessoa, os parentes estavam obrigados a abster-se de carne e vinho. Havia um jejum expiatório. Dizia-se, por exemplo, que Rubén tinha jejuado durante sete
anos para expiar seu pecado pela parte que lhe coube desempenhar na venda do José: "Não bebeu vinho nem outro licor algum nem passou carne por seus lábios, nem comeu nada apetecível" (Testamento do
Rubén Mt
Judá, por ter pecado com Tamar, "absteve-se de comer carne, beber vinho e participar de qualquer outra forma de prazer carnal, até o dia de sua morte" (O Testamento do Judá, Mt
31) diz: "Se alguém jejua por seus pecados, e logo volta a cometê— los, quem ouvirá sua oração e o que proveito terá o ter jejuado?"
Em muitos casos o jejum era um ato de penitência nacional. Assim, por exemplo, todo o povo judeu jejuou depois do desastre da guerra civil contra Benjamim (Jz
Às vezes o jejum era uma preparação para o encontro com Deus. Moisés, no Monte Sinai, jejuou durante quarenta dias e quarenta noites
(Ex
está submetido à dura disciplina do jejum, o espírito se mantém mais acordado e alerta.
Às vezes o jejum era um chamado dirigido a Deus. Se, por exemplo, havia seca e a colheita corria perigo, convocava-se um jejum
nacional para pedir a Deus que enviasse as chuvas.
No jejum dos judeus havia, em realidade, três idéias principais.
- O jejum era um intento deliberado de chamar a atenção de Deus
para a pessoa que jejuava. Esta é uma idéia muito primitiva. Esperava-se atrair a atenção de Deus e obrigá-lo a ter em conta a pessoa que dessa maneira se afligia.
- O jejum era uma forma deliberada de demonstrar a sinceridade do arrependimento. Era uma garantia, por assim dizer, da sinceridade
das palavras e as orações do crente; uma prova da verdade do arrependimento. Evidentemente, aqui há um perigo latente que devemos ter em conta, porque é muito fácil que uma ação, concebida como prova da sinceridade do penitente, convertesse-se em substituto da penitência.
- Em grande parte o jejum era vicário. Não estava destinado a salvar o indivíduo no julgamento, mas motivar a Deus para que liberasse a nação de suas desgraças. Era como se as pessoas particularmente piedosas dissessem: "A pessoa comum não pode fazer isto. Estão muito comprometidas em seu trabalho e nos assuntos do mundo. Nós faremos algo mais do que somos obrigados a fazer, para equilibrar a inevitável deficiência da piedade de outros."
Tal era a teoria dos judeus em relação à prática do jejum.
A MANEIRA INCORRETA DE JEJUAR
Por mais elevado que fosse o ideal do jejum, sua prática, inevitavelmente, envolvia alguns perigos inevitáveis. O grande perigo
era que se jejuasse como sinal de uma piedade superior, em uma ação que não ia dirigida a Deus, mas aos homens. Ante tal manifestação de piedade, ninguém poderia deixar de pensar quão disciplinada e piedosa
era a pessoa que jejuava. Os dias de jejum, para o judeu, eram na segunda-feira e na quinta-feira. Estes também eram os dias de mercado, e em todos os povos e vilarejos, e principalmente na cidade de
Jerusalém, congregavam-se enormes multidões de pessoas que vinham do campo; os que jejuavam durante esses dias, fazendo-o de maneira ostentosa, contavam com mais testemunhas que de costume.
Ali se juntavam muitos para ver e admirar sua piedade. Alguns se encarregavam deliberadamente de que outros não deixassem de dar-se conta de que estavam jejuando. Caminhavam pelas ruas com o cabelo deliberadamente despenteado e desordenado, com a roupa suja e rasgada.
Até chegavam ao extremo de pôr pó branco na cara, para acentuar sua
palidez. Este não era um ato de humildade: era um ato de orgulho e ostentação espiritual.
Os rabinos mais sábios condenavam esta atitude com a mesma energia que Jesus. Tinham bem claro que o jejuar por jejuar carecia
totalmente de valor espiritual. Diziam que um voto de abstinência era como um colar de aço dos que tinham que levar os detentos. Quem se comprometia a tal voto podia comparar-se, então, ao homem que encontrava um desses colares atirado pela rua, e sem dar-se conta metia
nele a cabeça, aceitando voluntariamente uma escravidão inútil. Um dos ditos mais bonitos que jamais se pronunciou é a declaração rabínica: "No dia do julgamento deverá prestar conta de todas as coisas boas que se
puderam desfrutar mas se desprezaram."
O doutor Boreham conta uma história que serve para exemplificar esta idéia equivocada com respeito ao jejum. Nas Montanhas Rochosas,
dos Estados Unidos, um viajante se encontrou com um ancião sacerdote católico romano. Surpreendeu-se ao ver um homem de idade tão avançada escalando as costas, cruzando os abismos e atravessando os
atalhos das montanhas. "O que você está fazendo neste lugar?", perguntou-lhe o viajante. E o sacerdote lhe respondeu: "Estou procurando a beleza do mundo." "Mas" voltou a perguntar o viajante,
"lançou-se a essa busca numa idade avançada." E então o sacerdote lhe contou sua história. Quase toda sua vida ele a passou encerrado em um mosteiro, nunca tinha saído do claustro. Então se sentiu muito doente, e em sua enfermidade teve uma visão. Viu um anjo de pé junto à sua
cama. "Para que vieste?", perguntou ao anjo. "Para te levar ao teu lar", respondeu-lhe o anjo. "E o mundo ao qual me levas, é verdadeiramente bonito?", voltou a lhe perguntar o sacerdote. "É belo o mundo que deixa
atrás", disse-lhe o anjo. E então o ancião lembrou que nunca tinha visto muito deste mundo, fora dos jardins do monastério e alguns dos campos que o rodeavam. E então lhe disse ao anjo: "Mas não pude ver muita
beleza no mundo que estou deixando." "Nesse caso", replicou o anjo, "temo que tampouco verás muita beleza no mundo aonde vais." Isso
preocupou muito o velho sacerdote, e pediu ao anjo que lhe permitisse viver mais dois anos. "Concedeu-me o pedido, e aqui estou, gastando o pouco dinheiro que tenho e o tempo que me resta de vida em explorar as maravilhas deste mundo, e te digo que certamente o encontro belo de modo supremo."
O dever de todo ser humano é aceitar e desfrutar da beleza do mundo, e nunca rechaçá-la e apartá-la de si. Não tem valor algum jejuarmos como uma ostentosa demonstração de piedade superior, para
acrescentar nossa fama de ascetas.
O VERDADEIRO JEJUM
Embora Jesus condene a forma equivocada de jejuar, suas palavras implicam que há uma forma correta de fazê-lo, e que Ele espera de seus
seguidores que pratiquem o jejum dessa maneira. Isto é algo em que muito poucos de nós jamais pensamos. Há muito poucas pessoas comuns em cujas vidas o jejum joga algum papel. E, entretanto, há muitas razões
que fazem com que o jejum, interpretado de maneira correta, seja uma prática recomendável.
- Jejuar é bom para a saúde. Muitos de nós vivemos existências
que abrandam nossos corpos e nos engordam. É possível, inclusive, viver para comer e não comer para viver. Seria um excelente remédio para muitos dos males que nos afligem o praticar periodicamente alguma forma de jejum.
- O jejum é bom para a disciplina de nós mesmos. É muito fácil satisfazer espontaneamente todos os nossos impulsos. É muito fácil
chegar ao ponto de não nos negar nada que possamos possuir ou comprar. Para muitos seria excelente deixar de fazer tudo o mais querem, pelo menos uma vez por semana, e dominar seus desejos, exercendo deste modo uma auto-disciplina rigorosa e "anti-séptica".
- O jejum nos liberta de nos transformar em escravos do hábito. Há muito poucos entre nós que não sejam escravos de algum hábito, devido a que acham impossível superá-lo. Os hábitos se convertem em uma parte tão fundamental de nossa vida que não podemos rompê-los. Desenvolvemos uma ansiedade tal por certas coisas, que aquilo que deveria ser um prazer se transforma em uma necessidade, e o separar-nos daquilo que chegamos a ansiar assim, parece ser um verdadeiro purgatório.
Se praticássemos com sabedoria alguma forma de jejum, nenhum dos prazeres se converteria em uma cadeia e nenhum hábito seria nosso amo. Seríamos nós os amos de nossos prazeres e não nossos prazeres os que dominam sobre nossa vontade.
- O jejum preserva a capacidade de prescindir das coisas. Uma das principais provas da vida são as coisas que com o correr do tempo a
pessoa chegou a considerar, como essenciais. Evidentemente, quanto menos sejam estas, maior será nossa independência. Quando toda classe de coisas se convertem em uma parte fundamental de nossa vida,
estamos à mercê dos luxos que podemos custear. Não é mau, de vez em quando, caminhar por uma rua comercial e olhar as vitrines, pensando em todas as coisas de que alguém é capaz de prescindir. Alguma forma
de jejum, pode nos ajudar a prescindir daquelas coisas que jamais deveriam ser essenciais em nossa vida.
- O jejum nos ajuda a apreciar mais o que temos. Talvez tenha havido algum momento em nossa vida em que os prazeres mais
elementares tenham sido tão escassos que quando tínhamos oportunidade de vivê-los realmente usufruíamos e desfrutávamos. Talvez agora o apetite se apagou, nosso paladar esteja estragado, tenhamos perdido o fio
cortante de nossa capacidade de desfrutar os dons de Deus. O que em uma época foi um prazer intenso se transformou simplesmente em uma droga da que não podemos prescindir. O jejum faz com que os prazeres
sigam sendo prazeres, ao experimentá-los sempre como uma forma renovada de autêntica alegria humana.
Em nossos dias o jejum não forma parte da vida normal do homem comum. Jesus condenou a maneira equivocada de jejuar, mas não quis dizer que deva eliminar-se essa prática tão proveitosa. Faríamos muito bem em escolher a forma de jejum que mais nos convenha e praticá-la na medida de nossa necessidade. E a razão que deve nos mover a fazê-lo é,
"Que o deleite seja nosso guia, e não nossa cadeia..."
O VERDADEIRO TESOURO
No ordenamento quotidiano de nossas vidas, a verdadeira sabedoria consiste em buscar obter somente aquelas coisas que duram. Quer
compremos um traje ou um vestido ou um automóvel ou um tapete ou um jogo de móveis, o sentido comum nos recomenda evitar a aquisição de produtos mal feitos e perecíveis a curto prazo, e comprar aquelas
coisas que possuem solidez e permanência e estão bem feitas. Isto é, exatamente, o que Jesus nos está dizendo nesta passagem: que devemos nos concentrar nas coisas que duram.
Jesus recorre a três imagens, que correspondem às três grandes fontes de riqueza na Palestina.
- Diz-nos que evitemos tudo o que a traça pode destruir.
No Oriente, parte da riqueza de qualquer homem consistia em roupas custosas e luxuosas. Quando Geazi, o servo de Eliseu, quis obter
clandestinamente algum proveito da cura que seu amo tinha efetuado na pessoa de Naamã, pediu-lhe um talento de prata e duas mudas de roupa
(2Rs
as traças as atacavam, destruindo toda sua beleza e valor. As posses deste tipo careciam de permanência.
- Também aconselha que se evitem aquelas coisas que a ferrugem corrompe. A palavra traduzida por "ferrugem" ou "mofo" (H. A.) significa literalmente "o que come". Em nenhum outro lugar se encontra essa palavra, brosis, com o significado de "ferrugem" (óxido de ferro). É muito mais provável que a idéia fosse a seguinte: No Oriente a riqueza de muitos homens enriquecidos consistia no grão de uma colheita abundante, e que acumulavam em enormes celeiros. Mas nesses grãos armazenados podiam entrar carunchos ou roedores, e deste modo se perdia o tesouro. É muito provável que Jesus esteja fazendo referência à facilidade com que os ratões, os ratos, e distintos tipos de insetos podem acabar com uma colheita armazenada durante muito tempo. Posses deste tipo careciam de permanência.
- Em terceiro lugar, Jesus diz que não se deve acumular tesouros que os ladrões possam furtar mediante uma escavação. Na Palestina a
maioria das casas era feita de barro ou tijolo cru, e os ladrões podiam entrar fazendo um buraco na parede. Esta referência, evoca a imagem do homem que guardou em sua casa um pequeno tesouro e um dia, ao
ingressar nela, descobre que os ladrões furaram o parede e, entrando, levaram o ele que tinha. Não é permanente o tesouro que está à mercê de qualquer ladrão engenhoso.
De modo que Jesus alerta aos homens contra três classes de prazeres e posses:
- Sua advertência se dirige contra os prazeres que podem esfumar-se como um vestido velho. A roupa mais bonita do mundo, com
traças ou sem traças, termina por desintegrar-se. Todos os prazeres puramente físicos, cada um a sua maneira, terminam perdendo o encanto que nos incitou a buscá-los.
Cada vez que desfrutamos de alguma coisa, a excitação é menor. Necessita-se maior quantidade para que o efeito siga sendo o mesmo. É como uma droga, que perde seu poder quando consumida normalmente,
e se impõe aumentar gradualmente a dose se tiver que ser efetiva do mesmo modo que no princípio. Somos insensatos se fizermos com que
nosso prazer consista naquelas coisas que nos oferecerão cada vez menor compensa.
- Também nos adverte contra os prazeres que podem ser corroídos. O silo cheio de cereais é inevitavelmente o objeto do
interesse
de roedores que nunca faltam. Há certos prazeres que inevitavelmente perdem atração para o homem à medida que envelhece. Possivelmente já não esteja em condições físicas de desfrutá-los; ou pode ser que, ao maturar sua personalidade, já não encontre neles a
alegria que lhe produziam quando era mais jovem. Na vida ninguém deveria pôr seu coração naqueles prazeres que podem desaparecer com a idade. Deveríamos ser capazes de encontrar nosso deleite naquelas
coisas diante das quais o tempo, e sua capacidade de erosão, é totalmente impotente.
- Também somos advertidos contra os prazeres que nos podem
ser roubados. Todas as coisas materiais pertencem a esta categoria; não há nada material que possamos possuir de maneira totalmente segura. Se construirmos nossa felicidade sobre o fato de sua posse, estamos edificando sobre alicerces muito frágeis. Suponhamos que alguém organize sua vida de tal maneira que sua felicidade consiste no dinheiro que tem; no dia menos imaginado se produz uma crise financeira e nosso amigo fica completamente arruinado. Junto com sua riqueza, também se esfumou sua alegria. O homem verdadeiramente sábio é o que constrói sua felicidade sobre aquelas coisas que nada nem ninguém lhe pode tirar, cuja posse é independente dos azares e mudanças da vida.
Tudo o que faz com que seu prazer dependa de coisas falazes, está condenado à frustração. Todo homem cujo tesouro está nas coisas, mais cedo ou mais tarde o perderá, porque as coisas não estão dotadas de permanência, e não há nada que dure para sempre.
TESOUROS NO CÉU
Os judeus conheciam muito bem a frase tesouros no céu. Identificavam esses tesouros principalmente com duas coisas.
- Diziam que as ações bondosas que alguém fazia no mundo, transformavam-se em seu tesouro no céu.
Contavam uma famosa lenda sobre um tal rei Monobaz, de
Adiabene, que se converteu ao judaísmo.
“Um ano de fome Monobaz distribuiu seu tesouro entre os pobres. Suas irmãs enviaram mensageiros para lhe dizer: ‘Seus pais reuniram tesouros, e os acrescentaram aos de seus pais, mas você dissipou os seus e os deles.’ Monobaz respondeu: ‘Meus pais reuniram tesouros para esta vida, eu estou acumulando tesouros para a vida eterna; eles armazenaram sua riqueza em lugares onde a vontade humana pode governar, mas eu os tenho, agora, em um lugar onde ninguém pode já dispor deles. Meus pais acumularam tesouros que não dão interesse, os meus sim dão. Meus pais acumularam tesouros de dinheiro, eu acumulei tesouros de almas. Meus pais acumularam tesouros para outros, eu os acumulei para mim. Meus pais acumularam tesouros neste mundo, eu os tenho guardados no mundo vindouro’.”
Tanto Jesus como os rabinos judeus sabiam que tudo o que se acumula egoisticamente mais cedo ou mais tarde se perde. Mas o que se oferece a outros com generosidade acumula tesouros no céu.
Esse mesmo princípio seria o que teria que seguir a igreja cristã, depois de seu Mestre. A Igreja Primitiva sempre cuidou carinhosamente
dos pobres, dos doentes, dos desgraçados e de todos aqueles de quem ninguém se ocupava. Nos dias da terrível perseguição de Décio, em Roma, as autoridades arrasaram uma igreja cristã. Sua intenção era
apoderar-se dos tesouros que imaginavam estariam armazenados nesse lugar. O prefeito romano ordenou a Laurêncio, o diácono: "Mostre-me imediatamente o lugar onde vocês guardam seu tesouro." Laurêncio assinalou as viúvas e os órfãos que estavam comendo, os doentes que
estavam sendo curados, os pobres, cujas necessidades estavam sendo satisfeitas, e disse: "Estes são os tesouros da Igreja." A Igreja sempre acreditou que "perdemos o que guardamos, e ganhamos o que gastamos".
- Os judeus sempre relacionaram a expressão tesouros no céu com o caráter.
Quando foi perguntado ao rabino Yose Ben Kisma se aceitaria viver em uma cidade pagã em troca de um salário muito elevado por seus serviços, respondeu que nunca viveria em lugar algum que não fosse
morada da Lei, "porque no dia em que deva ir deste mundo", disse, "nem o ouro nem a prata nem as pedras preciosas irão comigo, mas apenas o conhecimento que tenha da Lei, e minhas boas obras."
Como afirma o bom provérbio espanhol, "as mortalhas não têm bolsos". A única coisa que podemos levar deste mundo é nosso caráter, o que somos; quanto melhor seja a personalidade, o caráter que levemos,
maior será nosso tesouro no céu.
- Jesus conclui esta passagem dizendo que onde estiver nosso tesouro ali estará nosso coração. Se tudo o que valorizamos está na
Terra, se nosso coração também está preso à Terra, não teremos interesse em nenhum outro mundo a não ser este. Se durante toda nossa vida o nosso olhar está nas coisas eternas, as coisas deste mundo serão de pouco
valor para nós. Se tudo o que verdadeiramente valer para nós está nesta Terra, no momento de abandoná-la nos sentiremos defraudados e nos desesperaremos. Se durante a vida pensamos nas coisas celestiais e as desejamos, abandonaremos este mundo com alegria, porque finalmente
podemos ir para Deus.
Em certa oportunidade o Dr. Johnson estava passeando por um maravilhoso castelo e os parques que o rodeavam. Quando acabou de ver
tudo, voltou-se para seus acompanhantes e lhes disse: "Estas são as coisas que nos fazem tão difícil morrer."
Jesus nunca afirmou que este mundo carecesse de importância: mas
disse e repetiu, uma e outra vez, que a importância deste mundo não está nele mesmo, mas sim naquilo para o qual nos conduz. Este mundo não é
o fim de nossas vidas, é somente uma estação no caminho. Portanto ninguém deve entregar o seu coração a este mundo e a às coisas que a ele pertencem, pois seus olhos devem estar fixos permanentemente na meta que nos espera mais além.
A VISÃO DISTORCIDA
A idéia que está por trás desta passagem é de uma simplicidade infantil. O olho é considerado como a janela por onde entra a luz que ilumina a totalidade do corpo. A cor e o estado da janela são os que
decidem quanta luz receberá uma habitação. Se a janela estiver limpa, é de cor clara e o vidro não distorce as imagens, a habitação será inundada por uma luz pura e abundante, que iluminará todos os cantos. Se o vidro da janela está sujo, ou é de cor escura, ou está chamuscado, ou coberto
pela geada, a luz encontrará obstáculos, entrará distorcida, suja, e a habitação ficará escura.
A qualidade da luz que entra em uma habitação depende do estado
da janela que deva atravessar para fazê-lo. É assim, diz Jesus, como a luz que penetra no coração e a alma de cada homem depende do estado espiritual dos olhos que deva atravessar, porque os olhos são a janela do corpo. O conceito que fazemos das pessoas depende dos olhos com que as olhemos. Há certos fatores muito evidentes que nos podem cegar e distorcer a nossa visão.
- O preconceito pode alterar nossa visão. Não há nada que seja tão capaz de destruir nossa capacidade de julgamento como os preconceitos que tenhamos. Nos impedem de formar as opiniões claras, razoáveis e lógicas, que são nosso dever. Cega-nos por igual ante os fatos e o significado destes. Quase todos os novos descobrimentos tiveram que abrir caminho, lutando contra irracionais preconceitos estabelecidos.
Quando James Simpson descobriu as virtudes do clorofórmio teve que lutar contra os preconceitos religiosos e médicos de sua época. Um de seus biógrafos escreve: "O preconceito, a paralisante determinação de percorrer somente os caminhos conhecidos, levantou-se contra ele e fez todo o possível para neutralizar os efeitos dessa nova bênção." "Muitos clérigos sustentaram que o intento de liberar a mulher de sua maldição primitiva era lutar contra a lei divina."
Uma das coisas mais necessárias na vida é o exame ousado que seja capaz de nos demonstrar quando atuamos a partir de princípios válidos e
quando somos vítimas de nossos preconceitos irracionais. Qualquer homem que seja miserável por seus preconceitos tem olhos que
obscurecem e distorcem sua visão da realidade.
- O ciúme pode alterar nossa visão. Shakespeare nos deu uma expressão clássica desta paixão na tragédia de Otelo. Otelo, um mouro,
que se tornou famoso por seus atos de valentia, casa-se com Desdémona. Esta o ama com total dedicação e completa fidelidade. Como general do exército de Veneza, Otelo promove a Cássio em lugar de promover a
Lago. Este é consumido pelo ciúme, e mediante uma meticulosa tramóia, e distorcendo os fatos para seu próprio benefício, semeia na mente de Otelo suspeita com respeito à fidelidade de Desdémona. Inventando
evidências para demonstrar suas afirmações, acende em Otelo uma paixão de ciúme tão desmedida que este termina assassinando a Desdémona, afogando-a com um travesseiro.
A. C. Bradley escreve: "Ciúme como o de Otelo transformam a
natureza humana em um caos, e liberam a besta que todo homem encerra." Muitos casamentos, muitas amizades, foram destroçados pelo ciúme, que é capaz de fazer aparecer circunstâncias perfeitamente inocentes como ações culpadas, e que nos cegam à verdade e à realidade.
- O orgulho pode alterar nossa visão. Em sua biografia de Mark Rutherford, Catherine Macdonald MacLean inclui uma observação
particularmente cáustica com respeito ao John Chapman, o editor e livreiro de quem em uma época Rutherford fora empregado: "Belo como
um Lorde Byron, de maneiras amáveis, era extremamente atrativo para as mulheres, e ele se acreditava ainda mais atrativo do que em realidade era."
O orgulho afeta de duas maneiras a visão de qualquer homem, porque nos torna incapazes de ver a nós mesmos tal como somos em
realidade e de ver a outros como em realidade são. Se estamos convencidos de nossa extraordinária sabedoria, nunca seremos capazes de perceber nossas tolices; e se formos cegos para tudo o que não sejam
nossas virtudes, nunca perceberemos nossos defeitos. Sempre que nos comparemos com outros, suporemos uma vantagem em nós. Jamais estaremos em condições de nos criticar a nós mesmos, e portanto jamais
seremos capazes de melhorar. A luz em que deveríamos ver a nós mesmos e a outros será total escuridão.
A NECESSIDADE DE OLHOS GENEROSOS
Mas aqui Jesus fala de uma virtude em particular que enche de luz
os olhos, e de um defeito que os obscurece. Em nossas versões se qualifica o olho como bom, são ou simples e mau. E este é o significado literal do grego, mas as palavras bom e mau são aqui empregadas, em um sentido muito comum no grego do Novo Testamento, como generoso e generosidade. Tiago diz, com respeito a Deus, que ele dá a todos abundantemente (Jc 1:5), e o advérbio que usa, em grego, é o mesmo que aparece em nosso texto como adjetivo. Paulo exorta a seus amigos a ofertar liberalmente. Temos aqui, outra vez, o mesmo vocábulo (Rm
Por oposição, prestemos atenção ao nome do defeito que Jesus condena. Nossas versões dizem mau ou maligno. E este é, certamente, o significado mais comum da palavra grega que aparece neste lugar no texto original. Contudo, tanto no Novo Testamento como na Septuaginta, este vocábulo também significa normalmente miserável ou avaro ou mesquinho. Deuteronômio nos fala do dever de emprestar ao irmão que necessita. Mas esta disposição se complica com a lei de que cada sete anos deviam considerar-se todas as dívidas perdoadas. Era muito provável que se estivesse perto o "sétimo ano", o avaro se negasse a emprestar, por temor a que seu devedor se acolhesse ao cancelamento de dívidas com que podia beneficiar-se ao chegar o momento, e deste modo jamais lhe devolvesse o que tinha recebido. Por isso a lei estabelece: "Guarda-te não haja pensamento vil no teu coração, nem digas: Está próximo o sétimo ano, o ano da remissão, de sorte que os teus olhos sejam malignos para com teu irmão pobre, e não lhe dês nada, e ele clame contra ti ao SENHOR, e haja em ti pecado" (Dt
As palavras sublinhadas são exatamente as mesmas que aparecem no ensino de Jesus. É evidente que aqui olhos maus significa com
mesquinhez, de modo avaro, com má vontade. Voltamos a encontrar a expressão em Pv
o pão daquele que tem olho mau." Quer dizer "Não seja hóspede daquele que grunhe por cada bocado que você come."
Assim também em Pv
"O avaro, que sempre desconfia de outros, busca apropriar-se de tudo o que pode." Para chegar ao significado exato das palavras de Jesus em vez de "olho mau" deveríamos traduzir olho avarento.
De modo que Jesus afirma: "Não há nada como a generosidade para nos permitir ver a vida e as pessoas de maneira correta: e não há nada como a avareza para fazer com que nossa visão das coisas e das pessoas
seja incorreta."
- Devemos ser generosos em nossos julgamentos com respeito a outros. Uma das características da natureza humana é pensar sempre o pior, e encontrar um prazer maligno em repetir o pior. Todos os dias vemos assassinar a boa reputação de pessoas perfeitamente inocentes na fofoca de pessoas cujos juízos estão impregnados de veneno. O mundo se veria livre de muito sofrimento se buscássemos pensar o melhor e não o pior com respeito a nosso próximo, e se nossa interpretação de suas ações fosse sempre "generosa".
- Devemos ser generosos em nossas ações. Em sua biografia de Mark Rutherford, Catherine Macdonald MacLean nos conta a respeito dos dias em que Rutherford foi trabalhar em Londres: "Desde essa época pode perceber-se nele o começo de sua carinhosa piedade pelas almas dos homens que haveria de converter-se em um de seus hábitos... A pergunta que o queimava, preocupado como estava pelo destino de muitos de seus vizinhos no subúrbio onde iria trabalhar, era, ‘O que eu posso fazer? Como posso ajudá-los?’ Parecia-lhe, naquele tempo, como sempre, que até a ação mais simples possuía maior valor que a mais veemente indignação que só se expressa em palavras.”
Quando Mark Rutherford trabalhava com Chapman, ele editor, vivia e trabalhava no mesmo lugar que George Eliot – ou Maria Evans,
que tal era seu verdadeiro nome. Uma coisa lhe impressionou de maneira particular com respeito a esta mulher: "Era pobre. Possuía uma pequena renda, e mesmo que esperava poder ganhar a vida como escritora, seu futuro era incerto. Mas era fantasticamente generosa. Sempre estava
ajudando aos cães coxos a subir as soleiras, e a pobreza de outros a fazia sofrer mais que a sua própria. Chorava com mais amargura por não poder ajudar a alguma irmã necessitada, que por qualquer de suas
próprias privações."
Quando começamos a nos sentir assim, é quando podemos ver a outros, e às coisas, em uma perspectiva correta. É então quando nossos
olhos se enchem de luz.
Há três grandes males do espírito pouco generoso, do "olho maligno".
- Faz com que nos seja impossível viver conosco mesmos. Quem inveja permanentemente o êxito de outros, diminuindo o seu, apesar de
que um pouco de generosidade poderia repartir felicidade a outros, fechando seu coração frente às necessidades imperiosas de outros, transforma-se em uma das mais tristes criaturas da Terra – o homem avarento. Em seu interior crescem uma amargura e um ressentimento que
lhe priva de toda felicidade, que roubam sua paz e destroem sua alegria.
- Faz com que nos seja impossível viver com os demais. O avaro é aborrecido por todos: não há indivíduo mais desprezado que o de
coração miserável. A caridade cobre multidão de pecados, mas o espírito ambicioso, por outro lado, torna inúteis uma multidão de virtudes. Por mais mau que seja o homem generoso, sempre haverá quem o ame; por
melhor que seja o avaro, todos o detestarão.
- Faz com que nos seja impossível viver com Deus. Não há ninguém tão generoso como Deus; em última análise, não pode haver
comunhão entre dois seres que fundam sua existência em princípios diametralmente opostos. Não pode haver comunhão entre o Deus que vive inflamado por um profundo amor, e o avaro, cujo coração está
congelado pela mesquinharia.
O olho avarento distorce nossa visão; o olho generoso é o único capaz de ver com clareza, porque é o único que vê como Deus vê.
SERVIÇO EXCLUSIVO
Para alguém criado no mundo antigo esta afirmação possuía muito mais força e clareza que para nós. Nossas versões dizem: "Ninguém pode servir a dois senhores." O original grego é muito mais contundente. A palavra que se utiliza para "servir" é o verbo duláin, que significa "ser
escravo". Trata-se portanto de ser escravo de dois amos. Além disso, a
palavra traduzida "senhor" é kurios e, em grego, kurios era o amo absoluto, o senhor de vida e morte. Possivelmente seria mais exato traduzir "Ninguém pode ser escravo de dois amos".
Para compreender tudo o que isto significa e implica, devemos lembrar duas coisas com respeito à instituição da escravidão no mundo
antigo. Em primeiro lugar, aos olhos da lei o escravo não era uma pessoa, era uma coisa. Carecia absolutamente de direitos que fossem próprios; seu amo podia fazer dele absolutamente o que bem quisesse.
Para a lei, o escravo era uma ferramenta viva. Seu amo podia vendê-lo, castigá-lo, descartá-lo e até matá-lo. Era sua posse de maneira tão completa como o eram seus bens materiais. Em segundo lugar, o
escravo, na antiguidade, carecia completamente de tempo próprio. Todos os momentos de sua vida pertenciam a seu amo.
Sob as condições de trabalho que regem na atualidade a pessoa
trabalha certo número de horas e fora desse tempo, sua vida lhe pertence e pode fazer o que quiser. De fato, com freqüência é possível que muitos encontrem e desenvolvam seu verdadeiro interesse vital fora das horas de trabalho. Alguém pode estar empregado em um escritório, durante o dia, e ser o primeiro violino em uma orquestra, durante a noite. Pode trabalhar em uma fábrica, ou em uma oficina siderúrgica durante o dia, e dirigir um clube de jovens durante a noite, ou nos fins de semana. E é possível que na Música, ou na liderança do grupo juvenil, estes indivíduos encontrem o verdadeiro deleite e realização de suas vidas. Era muito diferente com os escravos, na antiguidade. O escravo não possuía, literalmente, tempo algum que pudesse considerar dele. Todos os seus momentos pertenciam a seu amo e estava sempre ao seu dispor.
Eis aqui, pois, nossa relação com Deus. Com respeito a Deus não temos direito algum. Deus deve ser o amo indisputado de nossas vidas.
Nunca podemos nos perguntar: "O que eu quero fazer?" Sempre, nossa pergunta deve ser: "O que Deus quer que eu faça?" Não nos pertence
momento algum. Não podemos dizer, às vezes: "Agora farei o que Deus quer que eu faça", e às vezes: "Agora farei o que eu quero fazer." O
cristão não deixa jamais de ser cristão, ele não tem "férias" ou "licença" de cristão. Em nenhum momento pode pôr entre parêntese a exigência de Deus sobre sua vida, como se não estivesse "de serviço". Não basta com uma obediência parcial ou de vez em quando. Ser cristão é um trabalho de tempo integral. Em nenhum outro lugar da Bíblia se expressa de maneira tão clara que Deus exige de nós um serviço exclusivo.
Jesus segue dizendo: "Não podeis servir a Deus e às riquezas." Para os rabinos judeus as riquezas não eram, pelo menos em princípio, uma
coisa moralmente imperdoável. Tinham um dito, por exemplo, que declarava: "Que a riqueza de seu vizinho te seja tão cara a ti como o é para ele." Quer dizer, que a pessoa deve considerar as posses materiais
do próximo tão sacrossantas como as próprias. Mas com o correr do tempo, a palavra que significava "riquezas", em hebreu mamom, foi modificando sutilmente seu significado. Mamom provém de uma raiz
que significa confiar, e a princípio queria dizer aquele dinheiro que confiamos a alguém para tê-lo seguro. Era a riqueza que se confiava aos cuidados de alguém. Mas com o passar do tempo chegou a significar não
aquilo em que se confia, mas aquilo em que alguém põe sua confiança. Finalmente s escreveu com M maiúscula e chegou a ser considerado uma espécie de divindade: Mamom.
A história desta palavra mostra de maneira vívida como as posses materiais podem usurpar um lugar na vida que nunca lhes pertenceu. Originalmente as riquezas eram algo que se confiava a outros para que as cuidassem; no final chegaram a considerar-se como aquilo no qual o homem põe sua confiança. Por certo que não há descrição mais adequada do deus a quem servimos que dizer que é aquilo em que pomos nossa confiança. Quando pomos nossa confiança no poder das coisas materiais, estas deixaram que transformar-se em nosso sustento para passar a ser o nosso deus.
O LUGAR DAS POSSES MATERIAIS
Mt
Este dito de Jesus nos obriga a refletir sobre o lugar que as posses materiais devem ocupar na vida do homem. Na base do ensino de Jesus
sobre as posses materiais, há três princípios fundamentais:
- Em última análise todas as coisas pertencem a Deus. A Escritura o coloca de modo claro. "Do Senhor é a terra e sua plenitude, o
mundo e os que nele habitam" (Sl
contém" (Sl
certa medida, modificá-las e reordená-las; mas não pode criar nada. A propriedade última de tudo o que existe é divina. Não há nada neste mundo em que o homem possa dizer de modo absoluto: "Isto é meu."
Com respeito a todas as coisas só pode dizer: "Isto pertence a Deus, e Deus me confiou isso para que eu usar."
Portanto, surge um princípio fundamental da vida. Não há nada
neste mundo que seja minha de maneira absoluta, e portanto com respeito a nada posso dizer: "Isto é meu, e portanto posso fazer com isso o que eu quiser." Com respeito a todas as coisas estão obrigados a dizer: "Isto é de Deus, e portanto devo usá-lo tal como seu proprietário quisesse que fosse usado."
Há a história de um menino criado na cidade que pela primeira vez em sua vida foi levado ao campo e viu um prado coberto de flores
silvestres. Voltando-se para sua professora, disse-lhe: "Você acha que Deus Se importaria se corto algumas de suas flores?" Esta é a atitude correta frente à vida e às coisas neste mundo.
- O segundo princípio básico é que as pessoas sempre são mais importantes que as coisas. Se para adquirir posses, para amassar fortunas, para acumular dinheiro, é preciso tratar as pessoas como coisas, toda a riqueza que consigamos adquirir é essencialmente má. Em qualquer lugar e quando for preciso esquecer este princípio ou passar por cima dele, as conseqüências depois serão desastrosas. Na Grã-Bretanha ainda se sofrem as conseqüências de ter-se tratado as pessoas como se fossem coisas nos primeiros dias da era industrial, faz duzentos ou trezentos anos.
Sir Arthur Bryant, em seu livro A Saga Inglesa, conta algumas das coisas que ocorriam naqueles tempos. Meninos de sete e oito anos de
idade (e há até o caso de um que tinha apenas três) eram empregados como operários nas minas de carvão. Alguns tinham que arrastar as bacias carregadas de mineral caminhando sobre as mãos e os joelhos por
galerias intermináveis no túnel subterrâneo; alguns tinham que bombear a água para dragar as minas alagadas, durante doze horas diárias, estando eles mesmos na água até os joelhos; alguns tinham que abrir e fechar as
aberturas de ventilação dos poços, para o qual ficavam encerrados em pequenas câmaras de ventilação até dezesseis horas diárias.
Em 1815 os meninos que trabalhavam nas tecelagens cumpriam um
horário que ia das 5 da manhã às 8 da noite, de segunda-feira à sábado, e com meia hora para o café da manhã e meia hora para o almoço como únicos recreios. Em 1833 havia 84.000 meninos menores de quatorze anos empregados na indústria. Até se registra um caso em que, não necessitando-se mais o trabalho de certo grupo de meninos, os levaram ao campo e os abandonaram à sua própria sorte. Os donos da fábrica disseram que em realidade não os haviam "abandonado", mas os tinham deixado em liberdade. Reconheceram, sim, que provavelmente tivessem que mendigar ou roubar para continuar vivendo.
Em 1842 os operários têxteis de Burnley ganhavam 7½ peniques diários, e os mineiros do Staffordshire 2 xelins 6 peniques. Havia quem
compreendia a loucura criminal do sistema. Carlyle declarou, cheio de
ira: "Se a indústria têxtil está cimentada nos corpos desnutridos dos meninos que exploram como mão de obra barata, que a indústria têxtil desapareça; se o diabo dirigir nossas tecelagens, fechemos nossas tecelagens." Sustentava-se que para manter baixos os custos era necessário contar com mão de obra barata. Coleridge respondeu: "Tinham que reduzir o preço de venda no mercado em uns poucos centavos mantendo o mais baixo possível a mão de obra; mas isto se faz debilitando a força da nação; desmoralizamos a milhares de nossos concidadãos, e semeamos o descontentamento entre as classes sociais. Os produtos industriais que saem de nossas fábricas depois de tudo são muito caros."
É certo que hoje a situação é muito distinta. Mas existe o que se pode chamar memória racial. Lá no fundo, na memória inconsciente do povo, ficou indelével a lembrança daqueles dias. Quando se trata as pessoas como se fossem coisas, como máquinas, como instrumentos para produzir mercadorias e enriquecer assim a seus empregadores, não se podem esperar senão desastres, com tanta segurança como a noite sucede ao dia. A nação que esquece o princípio da importância única e fundamental da pessoa, acima das coisas, está hipotecando seu futuro.
- O terceiro princípio é que a riqueza sempre é um bem subordinado. A Bíblia não diz que o dinheiro seja o princípio de todos os
males, mas sim "o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males" (1Tm
pessoa pode pensar que porque é rico pode comprar tudo, que pode livrar-se de qualquer situação. A riqueza pode transformar-se para ele na medida de todas as coisas, em seu único afã, na única arma para
enfrentar a vida. Se alguém deseja possuir bens materiais para obter uma relativa autonomia, para atender a suas necessidades familiares e para poder ajudar ao próximo, está perfeitamente bem; mas se deseja a
riqueza somente para desfrutar de prazeres e luxos, se a riqueza se transformou no objetivo principal de sua vida, a razão pela qual vive,
pode afirmar-se sem vacilação que os bens materiais deixaram que ser um bem subordinado, para usurpar na vida o lugar que corresponde a Deus.
De tudo isto surge uma verdade – a posse de riquezas, de dinheiro ou de objetos materiais não é pecado, mas é uma grave e séria
responsabilidade. Se alguém possuir abundância de dinheiro ou de bens materiais, não deve felicitar-se a si mesmo, antes ajoelhar-se em oração. para poder usar suas riquezas tal como Deus quer que o faça.
DUAS GRANDES PERGUNTAS SOBRE AS POSSES
Mt
Há duas grandes perguntas com respeito às posses materiais, e da resposta que dermos depende tudo.
- Como a pessoa fez para obter as posses de que desfruta? Tem
ela feito de maneira tal que se Jesus Cristo fosse testemunha de seus "negócios" poderia orgulhar-se, ou o tem feito de maneira que queria ocultar-lhe? É possível acumular riquezas à custa da honestidade e da honra.
George Macdonald conta de um comerciante em um povo que tinha chegado a ser muito rico. Ao medir os tecidos que vendia, calculava para
não dar a medida exata. George Macdonald afirmava, sobre esse homem, que "tirava de sua alma e metia em sua bolsa".
É possível engordar a conta bancária emagrecendo a consciência.
Também se pode acumular riquezas esmagando os competidores mais fracos. Há muitos que baseiam seu êxito no fracasso de outros. Muitos conseguiram progredir tirando outros do caminho. É difícil conceber como o que triunfa desse modo pode dormir tranqüilo de noite. Pode-se acumular riquezas descuidando as obrigações superiores.
Robertson Nicoll, o grande editor, era filho de um pastor do nordeste de Escócia. A grande paixão de seu pai era a leitura, e embora
nunca tinha ganho um salário folgado, chegou a ter a maior biblioteca
particular da Escócia, com 17.000 volumes. Não usava seus livros na preparação de seus sermões. Limitava-se a comprá-los, lê-los, e pô-los nas estantes. Quando cumpriu os quarenta anos se casou com uma jovem de vinte e quatro. Oito anos depois das bodas, aquela pobre mulher morria de tuberculose. Tiveram cinco filhos, mas somente dois chegaram à idade adulta. O indiscriminado aumento dos livros ia enchendo pouco a pouco todas as habitações da casa, e até os passadiços estavam abarrotados deles. Seu proprietário se deleitava com eles, mas tal paixão matou a sua esposa e três de seus filhos.
Há posses que se adquirem a muito custo. Todo homem deve perguntar-se: "Como adquiro o que possuo?"
- Como se usam as riquezas que se chegaram a adquirir? Há vários modos em que se podem usar as riquezas.
Pode não se dar a elas uso algum. Muitos se caracterizam pelo
instinto aquisitivo do avaro, que se deleita simplesmente na posse. Suas posses podem ser completamente inúteis – e a inutilidade sempre é desastrosa.
Pode dar-se a elas um uso totalmente egoísta. É possível desejar um salário maior simplesmente porque se quer comprar um automóvel maior, ou um novo televisor, ou umas férias mais caras. Pode-se pensar
nas posses somente em termos do que estas podem fazer a favor de si mesmos.
Pode dar-se a elas um uso maligno. Pode-se usar a riqueza para persuadir a alguém de que faça algo que não deve, ou vender coisa que
não se tem direito a vender. Muitos jovens foram subornados ou induzidos ao pecado pelo dinheiro de alguém. A riqueza dá poder, e o homem corrompido pode usar seu dinheiro para corromper a outros. E
isto, aos olhos de Deus, é um terrível pecado.
Mas também se pode usar a riqueza para obter uma sã medida de independência pessoal e para a felicidade de outros. Não se necessita muito dinheiro para assumir esta atitude, porque uma ação generosa não se mede pelo montante da dádiva. É impossível ser pervertido pelas
riquezas se o seu possuidor as utiliza para fazer outros felizes. Paulo lembra um dito de Jesus que todos os outros apóstolos tinham esquecido: "Mais bem-aventurado é dar que receber" (At
A PREOCUPAÇÃO PROIBIDA
Devemos começar nosso estudo desta passagem nos assegurando de
que entendemos o que é o que Jesus proíbe e o que autoriza. O que Jesus proíbe não é a prudência que prevê o futuro a fim de tomar medidas necessárias para responder, oportunamente, a suas demandas. Proíbe o afã, o angustiar-se pelo manhã antes de saber o que nos trará o manhã. Jesus não recomenda uma atitude displicente, que não faz provisão para o futuro nem reflete sobre o que o futuro pode significar concretamente em termos de exigências e possibilidades. Proíbe, sim, o temor ansioso, doentio, que é capaz de eliminar toda possibilidade de alegria da vida.
No
original
grego
se
usa
o
termo
merimnan,
que
significa preocupar-se ansiosamente. Em uma carta que se encontrou escrita em
um papiro, a esposa diz a seu marido, que está viajando: "Não posso dormir nem de noite nem de dia, ansiosa (merimnan) como estou por seu bem-estar". Em outra carta, a mãe, ao inteirar-se da boa saúde e
prosperidade de seu filho, responde-lhe: "Tal é minha oração e
ansiedade (merimnan) todo o tempo."
Anacréon,
o
poeta,
escreveu:
"Quando
bebo
vinho,
minhas preocupações
dormem."
Em
grego,
a
palavra
merimnan
denota
ansiedade, preocupação, afã.
Os judeus conheciam perfeitamente esta atitude frente à vida. O ensino dos grandes rabinos era que a atitude de todo crente para com a
vida devia estar constituída principalmente por uma combinação de
prudência e serenidade. Insistiam, por exemplo, em que todo homem devia ensinar um ofício a seus filhos homens, porque, conforme afirmavam, não lhes ensinar um ofício significava ensiná-los a roubar. Quer dizer, acreditavam que era necessário dar todos os passos recomendáveis para um desempenho prudente na vida. Mas, ao mesmo tempo, diziam: "Aquele que tem um pão em sua cesta e diz: 'O que comerei amanhã?' é um homem de pouca fé."
A lição de Jesus era bem conhecida por seus concidadãos que se deve combinar a prudência, a antecipação e a serenidade em nossa
atitude diante da vida.
A ANSIEDADE E COMO SE CURA
Nestes dez versículos Jesus apresenta sete argumentos contra a
ansiedade.
- Começa assinalando (v. Mt
6: ) que Deus nos deu a vida, e que se tal foi a magnitude de seu dom, bem podemos confiar nEle com respeito25
às coisas menores. Se Deus nos deu a vida, certamente também nos dará o alimento que necessitamos para seu sustento. Se nos deu corpos, certamente podemos confiar que terá que nos dar também roupa para que
os cubramos e abriguemos. Se alguém nos der um dom que não tem preço, podemos confiar que sua generosidade será sempre magnânima, que não será mesquinho nem surdo ante nossa necessidade. Portanto, o
primeiro argumento é que se Deus nos deu a vida, podemos confiar em que nos dará todas as coisas que necessitamos para sustentá-la.
- Jesus prossegue falando das aves (v. Mt
6: ). Sua vida está26
desprovida de preocupação. Nunca armazenam o que podem chegar a necessitar em um futuro imprevisível; e entretanto seguem vivendo.
Mais de um rabino se sentiu fascinado ante o modo de vida dos animais. O Rabino Simeão disse:
"Jamais em minha vida vi um cervo que tirasse figos, nem um leão que transportasse cargas, nem uma raposa que fosse comerciante, e entretanto todos eles se alimentam, sem afã algum. Se eles, que foram criados para me servir, vivem sem preocupações, quanto mais eu, que fui criado para servir a meu Criador, deveria viver sem trabalhar em excesso por meu alimento; mas eu corrompi minha vida, e desse modo, prejudiquei minha substância."
Jesus não quer dar ênfase ao fato de que as aves não trabalham; tem-se dito que provavelmente o pardal seja um dos seres viventes que
mais trabalha para comer; no que insiste é em que estão desprovidos de afã. Não se poderia encontrar nos animais esse afã do homem por vigiar um futuro que não pode ver; nem tampouco é característico deles
acumular bens a fim de desfrutar de uma certa segurança para o futuro.
- No versículo 27 Jesus prossegue demonstrando que, de todos os modos, a preocupação é inútil. Este versículo pode interpretar-se de duas
maneiras distintas. Pode significar que ninguém, por mais que se preocupe, pode aumentar de estatura. Mas a medida que Jesus usa como exemplo equivale a uns quarenta centímetros, e nenhum homem, por
mais baixo que seja, quereria acrescentar quarenta centímetros à sua estatura. Também pode significar, por outro lado, que por mais que nos preocupemos não podemos acrescentar nem um dia à nossa vida, e este
significado é mais provável. De todos os modos, o que Jesus quer dizer é que a preocupação é inútil.
- Jesus prossegue referindo-se às flores (vs. Mt
6: ). Fala delas do modo como o faria alguém capaz das amar.28-30
Os lírios do campo a que faz referência são provavelmente as papoulas e as anêmonas. Floresciam silvestres, durante um só dia, nas serranias da Palestina. E entretanto, durante tão breve vida estavam
vestidas de uma beleza que ultrapassava a dos mantos reais. Quando morriam, não serviam para outra coisa que para ser queimadas. O forno que se usava nos lares palestinenses era feito de barro. Era uma espécie
de cubo de barro que se colocava sobre o fogo. Quando se desejava elevar a temperatura desses fornos de modo rápido, adicionavam-se ao
fogo molhos de ervas e flores silvestres secas e uma vez acesos eram postos dentro do forno. As flores do campo viviam um só dia, e depois somente serviam para ser queimadas e ajudar à mulher que queria assar algo e tinha pressa. E entretanto, Jesus as vestia de uma beleza que o homem, em seus melhores intentos, nem sequer pode imitar. Se Deus outorgar tanta beleza a uma flor, que somente viverá umas poucas horas, quanto mais fará a favor do homem? Certamente uma generosidade que é tão pródiga com uma flor de um dia, não deve esquecer do homem, que é a coroa de toda a criação.
- Jesus segue propondo um argumento fundamental contra a ansiedade. A ansiedade, diz Ele, é característica dos pagãos e não de
quem conhece a Deus tal qual Ele é (v. Mt
caprichosos e imprevisíveis, porém não se pode aceitar nos que aprenderam a chamar a Deus com o nome de Pai. O cristão não pode trabalhar em excesso porque aprendeu a acreditar no amor de Deus.
- Jesus prossegue sugerindo dois modos de derrotar a ansiedade. O primeiro é concentrar-se acima de tudo na busca do Reino de Deus. Já vimos que procurar o Reino de Deus e fazer a vontade de Deus são a
mesma coisa (Mt
preocupação. Tal amor pode ser capaz de inspirar o trabalho, intensificar o estudo, purificar a vida, dominar a totalidade do ser. A convicção de Jesus é que quando Deus se torna o poder dominante de nossas vidas
desaparece toda ansiedade.
- Por último, Jesus afirma que a preocupação pode ser derrotada, aprendendo a arte de viver um dia de cada vez (V. 34). Os judeus tinham
um dito que afirmava: "Não se preocupe com os males de amanhã, porque você não sabe o que lhe pode trazer no dia de hoje. Amanhã
talvez você não esteja vivo, e então você terá ficado preocupado pelos males de um mundo que não lhe pertencerá."
Se vivermos cada dia tal como se nos apresenta, se cumprirmos cada tarefa quando é o momento de fazê-lo, a soma de nossos dias será
necessariamente boa. A recomendação de Jesus é que deveríamos enfrentar cada dia segundo suas próprias exigências, sem preocupar-se com um futuro que não somos capazes de prever e por coisas que provavelmente nem sequer aconteçam.
A INSENSATEZ DA ANSIEDADE
Vejamos, agora, se podemos sistematizar os argumentos de Jesus contra a ansiedade.
- A ansiedade é desnecessária, inútil e até nociva. Não pode
afetar o passado, porque ninguém pode modificar o que ficou para trás. Omar Khayám tinha razão quando escreveu:
"O dedo que se move escreve e, tendo escrito, continua escrevendo; nem toda a sua piedade e imaginação seriam incapazes de convencê-lo a apagar sequer uma linha. Nem todas as suas lágrimas serão capazes de apagar sequer uma palavra."
O
passado
passou.
Isto
não
quer
dizer
que
alguém
deva
desentender-se de seu passado, mas sim que deveria usá-lo como incentivo e guia para agir melhor no futuro, e não como objeto de uma ansiedade em que se atrasa até ficar totalmente imóvel e incapaz de agir. Do mesmo modo, é inútil trabalhar em excesso pelo futuro.
Alistair MacLean, em um de seus sermões, conta uma história que tinha lido. O herói era um médico londrino. "Tinha ficado paralítico, e
não podia levantar-se da cama, mas todo o tempo o via alegre, e sua alegria era quase ofensiva. Seu sorriso era tão valente e radiante que todos esqueciam de compadecer-se dele. Seus filhos o adoravam, e quando um deles estava por abandonar o ninho e lançar-se à aventura da
vida, o doutor Greatheart ("coração grande") deu-lhe a seguinte recomendação: "Johnny", disse-lhe, "o que deve fazer é manter-se a si mesmo firme em suas obrigações e objetivos, e fazê-lo como um cavalheiro. E lembre, por favor, que a maioria dos problemas que terá que enfrentar são os que jamais se apresentam."
Trabalhar em excesso pelo futuro é um esforço inútil, e o futuro real nunca é tão desastroso como o futuro de nossos temores.
Mas a ansiedade é pior que inútil; muito freqüentemente é direta e
ativamente daninha. As duas enfermidades típicas da vida moderna são a úlcera no estômago e a trombose coronária, e em muitos casos ambas procedem da excessiva preocupação. É um fato comprovado pela medicina que aqueles que riem mais, vivem mais. A ansiedade, que desgasta a mente, também desgasta o corpo, junto com ela. Afeta a capacidade de julgamento do homem, diminui seu poder de decisão e o torna progressivamente cada dia mais incapaz de enfrentar a vida. Que cada qual enfrente o melhor que possa cada situação – não pode fazer mais que isso – e deixe o resto a Deus.
- A ansiedade é cega. Nega-se a aprender a lição que lhe oferece a natureza. Jesus nos pede que olhemos às aves, toda a maravilhosa abundância e riqueza que respalda a natureza, e que confiemos no amor que nos fala através dessa riqueza. A ansiedade se nega a aprender a lição que a História lhe oferece.
Um salmista se alegrava recordando os acontecimentos da história de seu povo. "Deus meu", exclama, “Sinto abatida dentro de mim a
minha alma”, e prossegue dizendo: “Lembro-me, portanto, de ti, nas terras do Jordão, e no monte Hermom, e no outeiro de Mizar.” (Sl
ele recebia conforto com a memória do que Deus tinha feito. O homem que alimenta seu coração com a história do que Deus tem feito no passado, nunca temerá pelo futuro. A ansiedade se nega a aprender a
lição que a vida lhe ensina. Seguimos vivendo, e ainda não temos a soga ao pescoço; e entretanto, se alguém nos dissesse alguma vez que
teríamos que passar os maus momentos que passamos, e superado, nós lhe diríamos que seria impossível. A lição da vida é que, de algum jeito, fomos capacitados para suportar o insuportável, e para ir mais à frente do ponto de fratura, sem nos fraturar. A lição da vida é que a ansiedade é desnecessária.
- A ansiedade é uma atitude essencialmente irreligiosa. Não é conseqüência de circunstâncias exteriores. Em uma mesma situação um pode sentir-se totalmente sereno e outro, em troca, morrer de
preocupação. Tanto a preocupação como a paz provêm, não das circunstâncias exteriores, mas sim do coração.
Alistair MacLean cita uma história de Tolero, o místico alemão.
Um dia Tolero se encontrou com um mendigo. "Deus lhe dê um bom dia, amigo", disse-lhe. "Dou graças a Deus porque todos os meus dias foram bons", respondeu-lhe o mendigo; "nunca fui infeliz." Surpreso, Tolero lhe perguntou: "O que você quer dizer?" "Quando faz bom tempo", disse o pobre homem, "dou graças a Deus; quando chove, dou graças a Deus; quando tenho abundância, dou graças a Deus. E dou graças a Deus quando passo fome. E desde que a vontade de Deus é minha vontade, e tudo o que agrada a Deus, agrada a mim também, por que teria que dizer que sou infeliz, quando em realidade não o sou?" Surpreso, Tolero voltou a lhe perguntar: "Quem é você?" E o mendigo lhe respondeu: "Sou um rei." "Onde está seu reino?", perguntou Tolero. E o mendigo lhe respondeu, muito tranqüilo: "Em meu coração."
Isaías já o havia dito, muito tempo antes: "Tu, SENHOR, conservarás em perfeita paz aquele cujo propósito é firme; porque ele
confia em ti" (Is
mares, mas deixar sempre meu coração no porto."
É possível que haja pecados piores que a ansiedade, mas certamente nenhum é tão prejudicial, nenhum tão paralisante.
"Não pensem no manhã com ansiedade", é o mandamento de Jesus, e este é o caminho que há que nos levar não somente à paz, mas também ao poder.
Notas de Estudos jw.org
toque a trombeta: Fazer isso sem dúvida chamaria muito a atenção dos outros. Neste versículo, tocar a trombeta é apenas uma figura de linguagem e quer dizer que a pessoa não deve tornar público que ela foi generosa.
hipócritas: A palavra grega hypokrités era usada originalmente para se referir aos atores do teatro grego (e, mais tarde, do romano) que usavam máscaras grandes que aumentavam o volume da voz. Depois, a palavra começou a ser usada como uma metáfora para se referir a pessoas que escondem suas intenções ou sua personalidade e fingem ser o que não são. Os “hipócritas” mencionados aqui por Jesus eram os líderes religiosos judaicos. — Mt
Digo a vocês a verdade: Veja a nota de estudo em Mt
Eles já têm plenamente a sua recompensa: A palavra grega apékho significa “ter plenamente”. Essa palavra era usada em recibos comerciais para indicar que o valor total tinha sido pago. Já que os hipócritas ajudavam os pobres só para impressionar as pessoas, tudo o que eles receberiam como recompensa seria isto: a atenção das pessoas. Eles não podiam esperar receber nada de Deus.
Sinagoga do século 1 d.C.

Esta representação inclui alguns detalhes de uma sinagoga do século 1 d.C. encontrada em Gamla, cerca de 10 quilômetros ao nordeste do mar da Galileia. Ela dá uma ideia de como era uma sinagoga antiga.
Texto(s) relacionado(s): Mtdo seguinte modo: Ou seja, não do mesmo modo que aqueles que diziam “as mesmas coisas vez após vez”. — Mt
Pai nosso: Quando dizemos em oração que Deus é “nosso” Pai, reconhecemos que outras pessoas também o encaram como Pai e fazem parte de sua família de adoradores. — Veja a nota de estudo em Mt
santificado: Ou: “tido como sagrado; tratado como santo”. Ao pedir isso, os discípulos de Jesus expressam o desejo de que todas as criaturas inteligentes, tanto no céu como na Terra, tratem o nome de Jeová como santo. Também é um pedido para que Deus limpe seu nome, que está sendo manchado desde que Adão e Eva se rebelaram no jardim do Éden.
nome: Refere-se ao nome de Deus, representado pelas quatro letras hebraicas יהוה (YHWH) e geralmente traduzido em português como “Jeová”. Na Tradução do Novo Mundo, o nome de Deus aparece 6.979 vezes nas Escrituras Hebraicas e 237 vezes nas Escrituras Gregas Cristãs. (Para mais informações sobre o uso do nome de Deus nas Escrituras Gregas Cristãs, veja os Apêndices A5 e C1.) Na Bíblia, a palavra “nome” também pode se referir à própria pessoa, à sua reputação e a tudo o que ela afirma ser. — Compare com Ex
Seja feita a tua vontade: Este não é um simples pedido para que os humanos passem a fazer a vontade de Deus. Em vez disso, é um pedido para que Deus use seu poder para realizar a sua vontade com relação à Terra e a seus habitantes, conforme registrada nas Escrituras. Além disso, ao orar pedindo que a vontade de Deus seja feita, a pessoa mostra que deseja se sujeitar a essa vontade. (Compare com Mt
1) como um pedido para que a vontade de Deus passe a ser feita na Terra assim como já é feita no céu ou
2) como um pedido para que a vontade de Deus passe a ser feita plenamente tanto no céu quanto na Terra.
dívidas: Refere-se a pecados. Quando pecamos contra outra pessoa, é como se ficássemos em dívida com ela. Temos uma obrigação para com a pessoa e precisamos pedir seu perdão. Para recebermos o perdão de Deus, precisamos perdoar os nossos devedores, ou seja, os que pecaram contra nós. — Mt
mudam a aparência do rosto: Ou: “negligenciam sua aparência”. As pessoas talvez fizessem isso por não lavar o rosto, por não cuidar do cabelo e da barba e por jogar cinzas na cabeça.
focado: Ou: “límpido; saudável”. A palavra grega usada aqui, haploús, tem o sentido básico de “simples; único”. Ela pode transmitir a ideia de concentrar a mente em um único objetivo. O olho literal que funciona bem é capaz de focar em apenas uma coisa. Quando uma pessoa tem o olho figurativo focado na coisa certa (Mt
Riquezas: A palavra grega mamonás (de origem semítica), que é traduzida em algumas Bíblias como “Mamom”, também pode ser traduzida como “Dinheiro”. Neste versículo, as “Riquezas” foram personificadas como se fossem um senhor ou um tipo de deus falso. Não existem provas convincentes de que a palavra “Mamom” era realmente o nome de um deus.
sua vida . . . a vida: A palavra grega psykhé, que foi traduzida como “alma” nas edições anteriores da Tradução do Novo Mundo, aqui se refere à vida. Neste contexto, as palavras vida (alma) e corpo aparecem juntas para representar a pessoa inteira.
lírios do campo: Alguns acreditam que essa expressão se refere a uma flor conhecida como anêmona, mas a expressão “lírios do campo” poderia incluir várias flores parecidas com os lírios, como por exemplo tulipas, jacintos, íris e gladíolos. Alguns tradutores sugerem que Jesus estava falando de modo geral das muitas flores silvestres que crescem na região. Por isso, eles traduzem essa expressão como “flores do campo”. Isso é possível, porque em Mt
Lírios do campo

Jesus aconselhou seus discípulos a ‘ver como os lírios crescem’ e a ‘aprender uma lição’ deles. A palavra grega que é traduzida como “lírios” em diversas Bíblias pode incluir várias flores, como tulipas, anêmonas, jacintos, íris e gladíolos. Alguns estudiosos sugerem que Jesus provavelmente estava se referindo às anêmonas. Mas talvez ele estivesse apenas falando de flores parecidas com os lírios. Esta foto mostra a anêmona-papoula (Anemone coronaria). Essa flor é comum em Israel e também tem as variedades azul, rosa, roxa e branca.
Texto(s) relacionado(s): Mthomens de pouca fé: Jesus se referiu aqui a seus discípulos, dizendo que a confiança deles em Deus não era forte. (Mt
o Reino: Alguns manuscritos gregos bem antigos dizem “o Reino de Deus”.
justiça: Os que buscam a justiça de Deus aceitam o que ele diz que é certo ou errado e fazem com prazer a vontade dele. O que Jesus ensinou aqui era totalmente diferente do ensino dos fariseus. Eles queriam estabelecer suas próprias regras sobre o que era certo ou errado. — Mt
Dicionário
Acrescentar
verbo transitivo direto , bitransitivo e pronominal Ligar-se (alguma coisa) a; acrescer: no início, acrescentou o prefácio; acrescenta-se farinha à massa da panqueca; acrescentava à inteligência muito esforço.
verbo transitivo direto e transitivo indireto Figurado Providenciar melhoria a: o novo cargo acrescentou-a; que o Senhor lhe acrescente.
Etimologia (origem da palavra acrescentar). Do latim acrescentare.
Ai
substantivo masculino Manifestação de dor; grito de aflição: suportou seu parto sem dar um ai!
Intervalo de tempo excessivamente pequeno; momento: sua visita foi como um ai.
Etimologia (origem da palavra ai). De origem onomatopaica.
substantivo masculino Manifestação de dor; grito de aflição: suportou seu parto sem dar um ai!
Intervalo de tempo excessivamente pequeno; momento: sua visita foi como um ai.
Etimologia (origem da palavra ai). De origem onomatopaica.
1) Cidade de Canaã que ficava a leste de Betel. Ai já existia no tempo de Abraão (Gn
2) Grito de dor (Pv
Aliás
Além disso: entrou para a universidade, aliás, conseguiu o emprego.
A propósito: sempre dei o melhor de mim, aliás nunca me arrependi.
No entanto: era bom cozinheiro, aliás, nunca estudou formalmente.
Gramática Introduz, por associação instantânea de ideias, pensamento que, provocado por situação presente, evoca uma situação passada, significando "por falar nisso; a propósito; por sinal": vamos almoçar; aliás, ainda não comi hoje.
Etimologia (origem da palavra aliás). Do latim alias, "outra vez".
Amanhã
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
Será o amanhã segundo idealizamos hoje [...].
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
O amanhã será o que hoje projetamos.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Falando à Terra• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Um dia
Amar, no sentido profundo do termo, é o homem ser leal, probo, consciencioso, para fazer aos outros o que queira que estes lhe façam; é procurar em torno de si o sentido íntimo de todas as dores que acabrunham seus irmãos, para suavizá-las; é considerar como sua a grande família humana, porque essa família todos a encontrareis, dentro de certo período, em mundos mais adiantados [...].
Referencia: KARDEC, Allan• O Evangelho segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 3a ed• francesa rev•, corrig• e modif• pelo autor em 1866• 124a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 11, it• 10
Amar é também compreender o estado espiritual de cada criatura, buscando não perturbar de modo algum sua vida íntima, fazendo sempre o melhor em palavras e atos como nos ensinou Jesus.
Referencia: BARCELOS, Walter• Sexo e evolução• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 21
Amar é sentir-se viver em todos e por todos, é consagrar-se ao sacrifício, até a morte, em benefício de uma causa ou de um ser. [...]
Referencia: DENIS, Léon• Depois da morte: exposição da Doutrina dos Espíritos• Trad• de João Lourenço de Souza• 25a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 5, cap• 49
[...] Amar é o segredo da felicidade. Com uma só palavra o amor resolve todos os problemas, dissipa todas as obscuridades. [...]
Referencia: DENIS, Léon• O problema do ser, do destino e da dor: os testemunhos, os fatos, as leis• 28a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 3, cap• 25
[...] Amar é plantar a felicidade na Terra! Ama e seguirás fielmente os luminosos passos de Jesus.
Referencia: DOMINGO SÓLER, Amália• Fragmentos das memórias do Padre Germano• Pelo Espírito Padre Germano• Trad• de Manuel Quintão• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Recordações
[...] Amar, no mais puro sentido, é um programa de ação, é um roteiro de lutas, porque implica, em primeiro lugar, o combate ao nosso comodismo e às tendências egoísticas, incrustadas em nosso espírito através dos milênios. [...]
Referencia: MARCUS, João (Hermínio C• Miranda)• Candeias na noite escura• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 4
O termo amar, tratando-se do Criador, se entende do ponto de vista da purificação do Espírito e em relação ao grau de pureza já por este atingido. [...]
Referencia: ROUSTAING, J•B• (Coord•)• Os quatro evangelhos: Espiritismo cristão ou revelação da revelação• Pelos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés• Trad• de Guillon Ribeiro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1988• 4 v• - v• 4
[...] É compreender sempre, dar de si mesmo, renunciar aos próprios caprichos e sacrificar-se para que a luz divina do verdadeiro amor resplandeça.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Agenda cristã• Pelo Espírito André Luiz• 42a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 28
[...] Amar é fazer a doação de nós mesmos [...].
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Ave, Cristo! Episódios da história do Cristianismo no século III• Pelo Espírito Emmanuel• 22a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 7
Presa à altura terrestre / Jamais olvides, porém, / De que amar com Jesus Cristo / É a chave de todo bem.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
Amar
Apreciar; demonstrar estima; gostar exageradamente de: ama estudar.
Figurado Gostar; ter uma boa relação com: os cães amam carinho.
verbo transitivo direto e pronominal Expressar amor por: amava a esposa; nunca se amaram.
Ter relações sexuais com: amou-o à noite; amaram-se no primeiro encontro.
verbo pronominal Exprimir um amor-próprio exagerado: amava-se mais que aos demais.
Etimologia (origem da palavra amar). Do latim amare.
Amém
substantivo masculino [Informal] Ação de concordar sem se questionar; consentimento ou aprovação: o diretor disse amém para o projeto!
Não confundir com "amem", de amar: que eles amem essa nova música.
Etimologia (origem da palavra amém). Do hebráico amén/ pelo latim amen.
(a): Emprega-se no culto público 1Co
(b): Este modo de responder com Amém generalizou-se, para confirmar orações individuais e de ação de graças (Rm
(c): Jesus costumava, de um modo particular, empregar o mesmo termo, quando se tratava de chamar a atenção para assunto de especial solenidade: ‘em verdade vos digo’ (Jo
(d): Em 2 Co 1.20 diz-se que se encontram em Cristo as promessas de Deus (Nele está o ‘sim’), e por meio Dele acham a sua confirmação e cumprimento (‘também por Ele é o amém’). No Ap
Antes
Aposento
Assim
Igual a, semelhante a; do mesmo porte ou tamanho de: não me lembro de nenhum terremoto assim.
Em que há excesso; em grande quantidade: havia gente assim!
Do mesmo tamanho; desta altura: o meu filho já está assim.
conjunção Portanto; em suma, assim sendo: você não estudou, assim não conseguiu passar no vestibular.
Gramática Utilizado para dar continuidade ao discurso ou na mudança de pensamento: vou ao cinema amanhã; assim, se você quiser, podemos ir juntos.
locução adverbial De valor concessivo-adversativo. Assim mesmo, mesmo assim ou ainda assim; apesar disso, todavia, entretanto: advertiram-no várias vezes, mesmo assim reincidiu.
locução interjeição Assim seja. Queira Deus, amém; oxalá.
expressão Assim ou assado. De uma maneira ou de outra.
Assim que. Logo que: assim que ele chegar vamos embora!
Assim como. Bem como; da mesma maneira que: os pais, assim como os filhos, também já foram crianças.
Etimologia (origem da palavra assim). Do latim ad sic.
Aves
(latim avis, -e)
1. [Zoologia] Animal vertebrado, ovíparo, de respiração pulmonar, sangue quente, pele coberta de penas. (Os membros posteriores servem-lhe para andar e os anteriores, ou asas, para voar; tem bico córneo e desdentado.)
2. Figurado Pessoa que aparece numa terra e tem ali pouca demora.
3. Vagabundo.
ave de arribação
Ornitologia
A que muda de região em certas épocas do ano.
ave de mau agouro
Ave que, por superstição, se crê ser presságio de desgraça ou fatalidade.
Figurado Pessoa a cuja presença se associa, por superstição, o prenúncio de desgraça ou fatalidade.
ave de rapina
Ornitologia
Ave carnívora de bico curto e adunco e garras fortes.
=
RAPACE
Pessoa com grande ambição, que não olha a meios para atingir o que quer.
ave rara
Pessoa ou coisa com características originais e pouco
(palavra latina)
Expressão designativa de saudação, de cumprimento. = SALVE
Aí
(Heb. “meu irmão”).
1. Um gadita que vivia em Gileade e Basã. Filho de Abdiel, é listado nas genealogias do tempo do rei Jotão, de Judá (1Cr
2. Mencionado como um dos filhos de Semer, um homem valente e chefe de príncipes na tribo de Aser (1Cr
Beber
Absorver um líquido: este papel bebe a tinta.
Aproveitar com intensidade; absorver-se: beber a inteligência do seu mestre.
verbo transitivo direto e intransitivo Figurado Ter um consumo alto de combustível: este opala bebe muita gasolina; comprei um carro que só sabe beber!
expressão Figurado Beber as palavras de alguém. Ouvir alguém com muita atenção.
Etimologia (origem da palavra beber). Do latim bibere “ingerir líquido”.
Bem
Pessoa de quem se gosta muito: ela sempre foi o meu bem.
Aquilo que alguém possui; posse: tinha muitos bens.
advérbio De maneira boa e adequada; adequadamente: ele trabalha bem.
De modo saudável; que apresenta uma boa saúde: o paciente está bem.
Em que há correção, perfeição, qualidade; corretamente: ele atua bem.
De modo confortável, cômodo; confortavelmente: o sapato ficou bem?
De modo justo, honesto ou correto; honestamente: comportou-se bem.
Em demasia; de modo excessivo; muito: o jogo foi bem fácil.
De modo exato; sem atrasos; exatamente: o avião aterrissou bem no horário.
adjetivo Que faz parte da classe de pessoas ricas, da alta sociedade.
Etimologia (origem da palavra bem). Do latim bene.
Referencia: KARDEC, Allan• Instruções de Allan Kardec ao Movimento Espírita• Org• por Evandro Noleto Bezerra• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 5
[...] para fazer o bem, o espírita não deve sondar a consciência e a opinião e, ainda que tivesse à sua frente um inimigo de sua fé, mas infeliz, deve vir em seu auxílio nos limites de suas faculdades. É agindo assim que o Espiritismo mostrará o que é e provará que vale mais do que o que lhe opõem.
Referencia: KARDEC, Allan• Instruções de Allan Kardec ao Movimento Espírita• Org• por Evandro Noleto Bezerra• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 21
O bem é tudo o que é conforme à Lei de Deus [...]. Assim, fazer o bem é proceder de acordo com a Lei de Deus. [...]
Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos Espíritos: princípios da Doutrina Espírita• Trad• de Guillon Ribeiro• 86a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - q• 630
[...] fazer o bem não consiste, para o homem, apenas em ser caridoso, mas em ser útil, na medida do possível, todas as vezes que o seu concurso venha a ser necessário.
Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos Espíritos: princípios da Doutrina Espírita• Trad• de Guillon Ribeiro• 86a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - q• 643
[...] é uma couraça contra a qual sempre se quebrarão as manobras da malevolência!...
Referencia: KARDEC, Allan• Obras póstumas• Traduzida da 1a ed• francesa por Guillon Ribeiro• 37a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, Os desertores
[...] O bem que fazemos é conquista pessoal, mas ele vem partilhado pelos empréstimos de talentos da Bondade Divina, a fim de que nossos esforços não sucumbam diante da história de sombras que trazemos de experiências passadas. Para realizar o bem, é preciso a decisão íntima – eu quero fazer. Mas os resultados que porventura venham dessa prática, segundo Paulo, não nos pertencem. Uma visita fraterna, uma aula bem preparada em favor da evangelização infanto-juvenil, uma palestra amorosa que toque o coração dos ouvintes – tudo são ações cometidas pelo empenho individual, por uma decisão particular, mas cujas conseqüências devem ser depositadas na conta do Cristo, Fonte geradora dos recursos sutis em que nos apoiamos para realizar a tarefa.
Referencia: ABRANCHES, Carlos Augusto• Vozes do Espírito• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - A luz é minha realização
[...] é a única realidade eterna e absoluta em todo o Universo [...].
Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• As leis morais: segundo a filosofia espírita• 12a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - O problema do mal
[...] é a única Realidade Absoluta, o destino final da Criação [...].
Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• As leis morais: segundo a filosofia espírita• 12a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Os Espíritos podem retrogradar?
O bem é a lei suprema do Universo e o alvo da elevação dos seres. [...]
Referencia: DENIS, Léon• Depois da morte: exposição da Doutrina dos Espíritos• Trad• de João Lourenço de Souza• 25a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Resumo
[...] Todo bem que se pode produzir é felicidade que se armazena.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Estudos espíritas• Pelo Espírito Joanna de Ângelis• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1999• - cap• 17
O bem é tudo quanto estimula a vida, produz para a vida, respeita e dignifica a vida.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Lampadário espírita• Pelo Espírito Joanna de Ângelis• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 34
O bem [...] não se circunscreve a limites nem se submete a nominações, escolas ou grupos. Como o oxigênio puro, a tudo vitaliza e, sem ele, a vida perece.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Loucura e obsessão• Pelo Espírito Manoel P• de Miranda• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2003• - cap• 18
[...] O bem que distendemos pelo caminho é eterna semente de luz que plantamos no solo do futuro, por onde um dia chegarão nossos pés. [...]
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Párias em redenção• Pelo Espírito Victor Hugo• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - L• 3, cap• 8
[...] saneador divino [...].
Referencia: GAMA, Zilda• Almas crucificadas• Pelo Espírito Victor Hugo• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - L• 8
[...] É uma conseqüência inevitável do que traz uma das características divinas: a imutabilidade.
Referencia: JACINTHO, Roque• Intimidade• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1994• - Tempo
O bem é, por conseguinte, valioso recurso autopsicoterápico, que merece experimentado pelos encarnados.
Referencia: PERALVA, Martins• O pensamento de Emmanuel• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1994• - cap• 33
[...] é a substância intrínseca de tudo quanto existe. [...]
Referencia: SANT’ANNA, Hernani T• Universo e vida• Pelo Espírito Áureo• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 5
O Bem Eterno é bênção de Deus à disposição de todos.
Referencia: VIEIRA, Waldo• Conduta Espírita• Pelo Espírito André Luiz• 29a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 28
[...] todo bem realizado, com quem for e seja onde for, constitui recurso vivo, atuando em favor de quem o pratica.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Ação e reação• Pelo Espírito André Luiz• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 6
[...] é o progresso e a felicidade, a segurança e a justiça para todos os nossos semelhantes e para todas as criaturas de nossa estrada [...], nossa decidida cooperação com a Lei, a favor de todos, ainda mesmo que isso nos custe a renunciação mais completa [...].
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Ação e reação• Pelo Espírito André Luiz• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 7
[...] constitui sinal de passagem livre para os cimos da Vida Superior [...].
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Ação e reação• Pelo Espírito André Luiz• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 19
[...] é o verdadeiro antídoto do mal.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Ação e reação• Pelo Espírito André Luiz• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 19
[...] é o único determinismo divino dentro do Universo, determinismo que absorve todas as ações humanas, para as assinalar com o sinete da fraternidade, da experiência e do amor. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Brasil, coração do mundo, pátria do Evangelho• Pelo Espírito Humberto de Campos• 30a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 15
[...] é o movimento evolutivo na escala ascensional para a Divindade [...].
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Caminho, verdade e vida• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 35
Não olvides, portanto, / Que possuis tão-somente / O que dás de ti mesmo / No amparo aos semelhantes, / Porque o bem que ofereces / Aos irmãos de jornada / É crédito de luz / A enriquecer-te a vida, / Nos caminhos da Terra / E nas bênçãos do Céu.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Correio fraterno• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 20
O Bem é a luz que deve consolidar as conquistas substanciais do nosso esforço e onde estiver o bem, aí se encontra o Espírito do Senhor, auxiliando-nos a soerguer os corações para as Esferas Superiores.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
O Bem é o trabalho que aperfeiçoa.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
O bem é porto seguro / Neste globo deescarcéus, / Pague o seu débito aomundo / E seja credor nos céus.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
[...] é o inamovível fundamento da Lei.[...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Entre a terra e o céu• Pelo Espírito André Luiz• 23a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 1
[...] o bem real para nós será semprefazer o bem aos outros em primeirolugar.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Evangelho em casa• Pelo Espírito Meimei• 12a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - 2ª reunião-conversação
Em suma, o bem é o Amor que sedesdobra, em busca da Perfeição noInfinito, segundo os Propósitos Divinos[...].
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Falando à Terra• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Amor
Estende a bondade a todos. / O bem é aglória da vida. / Enfermeiro sem cuidado/ Alarga qualquer ferida.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Gotas de luz• Pelo Espírito Casimiro Cunha• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2005• - cap• 5
Nunca te afastes do bem, / Que é a baseda Lei Divina. / O desejo é semprenosso, / Mas Deus é quem determina
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Gotas de luz• Pelo Espírito Casimiro Cunha• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2005• - cap• 30
Todo bem, qualquer que ele seja, ébênção creditada a favor de quem opratica.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Justiça Divina• Pelo Espírito Emmanuel• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Merecimento maior
[...] o bem genuíno será sempre o bemque possamos prestar na obra do bemaos outros. [...]O bem é luz que se expande, na medidado serviço de cada um ao bem de todos,com esquecimento de todo mal.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Justiça Divina• Pelo Espírito Emmanuel• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Na lei do bem
[...] A prática do bem ainda é a maior escola de aperfeiçoamento individual, porque conjuga em seus cursos a experiência e a virtude, o raciocínio e o sentimento.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Lázaro redivivo• Pelo Espírito Irmão X [Humberto de Campos]• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 31
[...] é a nossa porta redentora. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Libertação• Pelo Espírito André Luiz• 29a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 17
[...] é o crédito infalível no livro da eternidade [...].
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Religião dos Espíritos: estudos e dissertações em torno da substância religiosa de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec• Pelo Espírito Emmanuel• 18a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Amanhã
O bem é o único dissolvente do mal, em todos os setores, revelando forças diferentes.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Vinha de luz• Pelo Espírito Emmanuel• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 62
[...] praticar o bem, dando alguma coisa de nós mesmos, nas aquisições de alegria e felicidade para os outros, é o dom sublime por excelência [...].
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Voltei• Pelo Espírito Irmão Jacob• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 20
O bem é uma idéia-luz, descerrando à vida caminhos de elevação.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Vozes do grande além• Por diversos Espíritos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2003• - cap• 20
[...] o bem [...] possui caráter divino e semelhante aos atributos do Pai Excelso, traz em si a qualidade de ser infinito em qualquer direção.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• O Espírito da Verdade: estudos e dissertações em torno de O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec• Por diversos Espíritos• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - cap• 44
Bem e mal O bem semeia a vida, o mal semeia a morte. O primeiro é o movimento evolutivo na escala ascensional para a Divindade, o segundo é a estagnação.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
[...] todo bem é expansão, crescimento e harmonia e todo mal é condensação, atraso e desequilíbrio. O bem é a onda permanente da vida a irradiar-se como o Sol e o mal pode ser considerado como sendo essa mesma onda, a enovelar-se sobre si mesma, gerando a treva enquistada. Ambos personalizam o amor que é libertação e o egoísmo, que é cárcere.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Instruções psicofônicas• Recebidas de vários Espíritos, no “Grupo Meimei”, e organizadas por Arnaldo Rocha• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 60
Pessoa de quem se gosta muito: ela sempre foi o meu bem.
Aquilo que alguém possui; posse: tinha muitos bens.
advérbio De maneira boa e adequada; adequadamente: ele trabalha bem.
De modo saudável; que apresenta uma boa saúde: o paciente está bem.
Em que há correção, perfeição, qualidade; corretamente: ele atua bem.
De modo confortável, cômodo; confortavelmente: o sapato ficou bem?
De modo justo, honesto ou correto; honestamente: comportou-se bem.
Em demasia; de modo excessivo; muito: o jogo foi bem fácil.
De modo exato; sem atrasos; exatamente: o avião aterrissou bem no horário.
adjetivo Que faz parte da classe de pessoas ricas, da alta sociedade.
Etimologia (origem da palavra bem). Do latim bene.
Bons
(latim bonus, -a, -um)
1. Que é como deve ser ou como convém que seja; que corresponde ao que é desejado ou esperado (ex.: ela é uma boa chefe; queria comprar um bom carro). ≠ MAU
2.
Que tem ou demonstra bondade ou magnanimidade (ex.: fez uma boa
3.
Que é ética ou moralmente
4. Que demonstra habilidade ou mestria na realização de alguma coisa (ex.: ele é bom a tirar fotografias). = HÁBIL, HABILIDOSO, DESTRO ≠ DESAJEITADO, DESASTRADO, INÁBIL, MAU
5. Que cumpre o seu dever ou demonstra eficiência na realização de algo (ex.: é considerado um bom médico pelos pacientes). ≠ MAU
6. Que apresenta estado ou condições favoráveis (ex.: hoje o tempo está bom). = AGRADÁVEL, APRAZÍVEL ≠ DESAGRADÁVEL, MAU
7. Que está livre de doença ou mal-estar físico ou mental (ex.: esteve doente, mas já está bom). = CURADO, SADIO, SÃO, SARADO, SAUDÁVEL ≠ DOENTE
8. Que se caracteriza pela afabilidade, cortesia ou delicadeza (ex.: ela tem bom feitio; hoje está de bom humor). = AFÁVEL, CORTÊS ≠ MAU, RÍSPIDO, RUDE
9. Que agrada ao paladar (ex.: esta sopa é muito boa). = DELICIOSO, GOSTOSO, SABOROSO ≠ INTRAGÁVEL, MAU
10. Que está em conformidade; que tem validade (ex.: o advogado considerou que era um contrato bom). = CONFORME, VÁLIDO ≠ INVÁLIDO
11. Que traz benefícios ou vantagens (ex.: fazer exercício é bom para a saúde; fez um bom negócio ao vender a casa). = BENÉFICO, VANTAJOSO ≠ DESVANTAJOSO, MAU, NOCIVO, PREJUDICIAL
12. Que foi produtivo ou rentável (ex.: boa colheita; foi um dia bom e fizemos muito dinheiro). ≠ MAU
13. Que tem dimensão considerável (ex.: é um bom quarto; deixou uma boa parte da comida no prato).
14. Que se adequa às circunstâncias. = ADEQUADO, APROPRIADO, IDEAL ≠ DESADEQUADO, INADEQUADO, INCONVENIENTE
15.
Pessoa que tem valor em alguma coisa ou que tem um desempenho com qualidade em determinada
16.
Pessoa que se considera ter uma postura moral
17. Aquilo que tem qualidades positivas; lado positivo de alguma coisa (ex.: o bom disto é que nos obriga a um debate sobre o assunto). ≠ MAU
18. Expressão designativa de admiração, aprovação, etc. (ex.: Bom! Estou orgulhosa de ti.). = BOA
19. Expressão usada quando se quer encerrar um assunto ou introduzir um novo (ex.: bom, passamos ao tema seguinte). = BEM
do bom e do melhor
[Informal]
Daquilo que tem melhor qualidade (ex.: só veste do bom e do melhor).
isso é que era bom
[Informal]
Exclamação usada para indicar que alguém deve desistir de uma pretensão ou para indicar uma recusa de algo.
Cabeça
Especialmente, o crânio: quebrar a cabeça.
Tudo quanto tem alguma relação de situação ou de forma com a cabeça: cabeça de alfinete.
Começo: a cabeça de um capítulo.
Parte de um órgão mecânico ou de um conjunto que tem ação particular.
Figurado Espírito, imaginação: ter uma coisa na cabeça.
Razão, sangue-frio: perder a cabeça.
Indivíduo: pagar tanto por cabeça.
Vida: isso custou-lhe a cabeça.
Caráter, inteligência: boa, má cabeça.
Vontade: seguir sua própria cabeça.
Direção, autoridade: a cabeça de uma empresa.
Militar Elemento mais avançado de uma coluna.
Perder a cabeça, não se dominar; exaltar-se.
Ter a cabeça no lugar, ter juízo, bom senso.
Baixar a cabeça, humilhar-se, envergonhar-se.
Curvar a cabeça, submeter-se.
De cabeça, de memória.
Virar a cabeça, perturbar mentalmente; fazer adotar outras opiniões.
substantivo masculino Chefe: o cabeça da revolução.
Especialmente, o crânio: quebrar a cabeça.
Tudo quanto tem alguma relação de situação ou de forma com a cabeça: cabeça de alfinete.
Começo: a cabeça de um capítulo.
Parte de um órgão mecânico ou de um conjunto que tem ação particular.
Figurado Espírito, imaginação: ter uma coisa na cabeça.
Razão, sangue-frio: perder a cabeça.
Indivíduo: pagar tanto por cabeça.
Vida: isso custou-lhe a cabeça.
Caráter, inteligência: boa, má cabeça.
Vontade: seguir sua própria cabeça.
Direção, autoridade: a cabeça de uma empresa.
Militar Elemento mais avançado de uma coluna.
Perder a cabeça, não se dominar; exaltar-se.
Ter a cabeça no lugar, ter juízo, bom senso.
Baixar a cabeça, humilhar-se, envergonhar-se.
Curvar a cabeça, submeter-se.
De cabeça, de memória.
Virar a cabeça, perturbar mentalmente; fazer adotar outras opiniões.
substantivo masculino Chefe: o cabeça da revolução.
Campo
Referencia: ROUSTAING, J•B• (Coord•)• Os quatro evangelhos: Espiritismo cristão ou revelação da revelação• Pelos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés• Trad• de Guillon Ribeiro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1988• 4 v• - v• 2
O campo é o celeiro vivo do pão que sustenta a mesa [...].
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Correio fraterno• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 19
Extensão de terra cultivável: campo de trigo, de milho.
Terreno fora das cidades: morar no campo; ir para o campo.
Esportes. Área limitada à prática de esportes: campo de futebol.
Figurado Domínio intelectual ou conjunto do que é próprio a um ofício, profissão, atividade; âmbito, domínio: campo jurídico; campo médico.
Área a partir da qual algo é desenvolvido; o que se pretende discutir; assunto: trazer a campo.
[Física] Região influenciada por um agente físico, por uma força: campo eletromagnético.
[Física] Espaço em que um ímã, um corpo elétrico ou um corpo pesado, está sujeito à determinadas forças: campo de gravitação.
Fotografia e Cinema. Quantidade de espaço cuja imagem se forma no filme.
Etimologia (origem da palavra campo). Do latim campum.
Extensão de terra cultivável: campo de trigo, de milho.
Terreno fora das cidades: morar no campo; ir para o campo.
Esportes. Área limitada à prática de esportes: campo de futebol.
Figurado Domínio intelectual ou conjunto do que é próprio a um ofício, profissão, atividade; âmbito, domínio: campo jurídico; campo médico.
Área a partir da qual algo é desenvolvido; o que se pretende discutir; assunto: trazer a campo.
[Física] Região influenciada por um agente físico, por uma força: campo eletromagnético.
[Física] Espaço em que um ímã, um corpo elétrico ou um corpo pesado, está sujeito à determinadas forças: campo de gravitação.
Fotografia e Cinema. Quantidade de espaço cuja imagem se forma no filme.
Etimologia (origem da palavra campo). Do latim campum.
Candeia
Candeeiro de óleo ou de cera ou vela de cera.
Lâmpada formada por um recipiente, com um bico pelo qual passa a extremidade de um pavio, que se enche com óleo para queimar.
Botânica Árvore brasileira, da família das compostas, largamente usada por sua madeira branca, resistente e resinosa e por suas flores com propriedades terapêuticas.
Botânica Planta carduácea, popularmente conhecida por candeeiro, pau-candeia e pau-de-candeia.
Etimologia (origem da palavra candeia). Do latim candela.ae, "vela".
Celeiros
1. Casa de recolher cereais.
2. Depósito de provisões.
Celestial
Religião Que diz respeito à divindade; divino.
Sobre-humano; sobrenatural, supremo.
Por Extensão De coloração semelhante à cor do céu: azul celestial.
Etimologia (origem da palavra celestial). Celeste + i + al.
Coisas
(latim causa, -ae, causa, razão)
1.
2. O que existe ou pode existir.
3.
Negócio,
4. Acontecimento.
5. Mistério.
6. Causa.
7. Espécie.
8. [Informal] Qualquer pessoa do sexo feminino cujo nome se ignora ou não se quer nomear.
9. [Informal] Órgão sexual feminino.
10.
Qualquer
11. [Informal] Órgão sexual masculino. = COISO
12.
[Brasil: Nordeste]
Cigarro de haxixe ou
13. Bens.
aqui há coisa
[Informal]
Expressão que indica que algo levanta suspeitas ou dúvidas.
=
AQUI HÁ GATO
coisa alguma
O mesmo que nada.
coisa de
[Informal]
Aproximadamente, cerca de.
coisa nenhuma
Usa-se para negar a ausência total de
coisas da breca
[Informal]
Coisas inexplicáveis, espantosas.
coisas do arco-da-velha
[Informal]
Histórias extraordinárias,
coisas e loisas
[Informal]
Grande quantidade de coisas diversificadas.
[Informal] Conjunto de coisas indeterminadas.
como quem não quer a coisa
[Informal]
Dissimuladamente.
fazer as coisas pela metade
[Informal]
Não terminar aquilo que se começou.
mais coisa, menos coisa
[Informal]
Aproximadamente.
não dizer coisa com coisa
[Informal]
Ter um discurso desconexo; dizer disparates, coisas sem sentido.
não estar com coisas
[Informal]
Agir prontamente, sem hesitar.
não estar/ser (lá) grande coisa
[Informal]
Não estar/ser particularmente bom ou extraordinário.
ou coisa que o valha
[Informal]
Ou algo parecido.
pôr-se com coisas
[Informal]
Arranjar problemas ou dificuldades onde não existem.
que coisa
[Informal]
Exclamação que se usa para exprimir espanto, desagrado ou irritação.
ver a
(s): coisa
(s): malparada(s)
[Informal]
Prever insucesso ou perigo aquando da realização de algo.
Sinónimo Geral:
COUSA
Comer
Roubar ou apropriar-se do não lhe pertence: os impostos comiam meu salário.
Deixar de ver; ocultar ou omitir: durante a leitura, comia palavras.
Figurado Gastar completamente; consumir: comeu a herança da filha.
Figurado Acreditar muito em: o delegado não comeu sua história.
Figurado Vulgar. Possuir sexualmente outra pessoa.
verbo pronominal Consumir-se por: comia-se de raiva!
verbo intransitivo Alimentar-se habitualmente: não como em restaurantes.
Provar pela primeira vez; experimentar: comer da maçã proibida.
Figurado Carcomer, roer, consumir: a ferrugem come o ferro.
Figurado Eliminar ou ganhar pedras em jogo de tabuleiro.
substantivo masculino Ação de comer; aquilo que se come ou ingere; alimento: o comer não lhe satisfaz.
Etimologia (origem da palavra comer). Do latim comedere.
Como
Coração
1) Órgão que bombeia o sangue (Ex
2) Em sentido figurado, o coração é a sede do intelecto (Gn
Figurado Parte anterior do peito em que se sente as pulsações cardíacas.
Objeto com a forma estilizada desse órgão: corrente um coração de prata.
Figurado Conjunto das faculdades emocionais; sede da afetividade; caráter, índole: tem um bom coração.
Figurado O que se traz na memória: trago seu nome gravado em meu coração.
Figurado Demonstração de afeição; amor: conquistaste meu coração.
Figurado Parte central de alguma coisa; objeto situado no centro: sua casa fica no coração da cidade.
expressão Coração duro. Coração de pedra; pessoa sem sentimentos.
Coração de leão. Grande coragem.
Coração mole. Predisposição para se comover ou se emocionar.
Coração de ouro. Generosidade, grande bondade.
Abrir o coração. Fazer confidências.
Cortar o coração. Causar grande dor ou constrangimento.
Com o coração nas mãos. Com toda a sinceridade.
De coração ou de todo o coração. Com o máximo de empenho; com toda a boa vontade; com toda a sinceridade.
Sem coração. Diz-se da pessoa insensível.
[Medicina] Coração de atleta. Hipertrofia do coração por excesso de exercício.
[Medicina] Coração artificial. Aparelho destinado a assegurar a circulação do sangue, quando necessário isolar do circuito sanguíneo do coração natural, para uma intervenção cirúrgica.
Etimologia (origem da palavra coração). Pelo espanhol corazón.
Referencia: ABRANCHES, Carlos Augusto• Vozes do Espírito• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - O coração é o meu templo
[...] O coração é o terreno que mais deveremos cultivar, pois é dele que nascem as forças de nossa vida. [...]
Referencia: BARCELOS, Walter• Sexo e evolução• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 5
Espontaneidade do sentimento nos nossos atos, nas idéias e em sua expressão.
Referencia: DELANNE, Gabriel• O fenômeno espírita: testemunho dos sábios• Traduzido da 5a ed• francesa por Francisco Raymundo Ewerton Quadros• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Mediunidades diversas
[...] o coração é mais do que a bomba que impulsiona o sangue por todo o organismo. Sendo o órgão fisiológico mais resistente que se conhece no ser pensante, porquanto começa a pulsar a partir do vigésimo quinto dia de vida do feto, continua em ação palpitando cem mil vezes diariamente, no que resultam quarenta milhões de vezes por ano, e quando cessa a vida se desorganiza, advindo a morte dos equipamentos orgânicos com a sua conseqüente degenerescência. A pouco e pouco, alguns cientistas dão-se conta de que ele é portador de uma energia vital, que o mantém e o impulsiona ininterruptamente. Essa energia seria permutável, podendo ser intercambiada com outros indivíduos que se beneficiariam ou não, conforme o teor de que se constitua, positiva ou negativa, cálida ou fria, estimuladora ou indiferente. Seguindo essa linha de raciocínio, estão concluindo que esse órgão é portador da faculdade de pensar, tornando afirmativa a tradicional voz do coração a que se referem poetas, escritores, artistas, amantes e... Jesus.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Impermanência e imortalidade• Pelo Espírito Carlos Torres Pastorino• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Cérebro e coração
Nosso coração é um templo que o Senhor edificou, a fim de habitar conosco para sempre.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Libertação• Pelo Espírito André Luiz• 29a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 18
Corpo
Qualquer substância material, orgânica ou inorgânica: corpo sólido.
Parte material do animal, especialmente do homem, por oposição ao espírito; materialidade.
Pessoa morta; cadáver: autópsia de um corpo.
Parte principal e central de certos objetos: corpo central de um edifício.
Conjunto de pessoas que exercem a mesma profissão: corpo docente.
Tamanho de; estatura, robustez: corpo de atleta.
[Anatomia] Designação de certos órgãos de constituição especial: corpo cavernoso.
[Tipografia] Medida dos caracteres tipográficos, expressa em pontos: livro composto em corpo 7.
[Militar] Conjunto de militares que compõem um quadro, uma arma, um exército: corpo de infantaria.
expressão Corpo da guarda. Local onde estacionam os soldados que formam a guarda, exceto o sentinela.
Corpo de baile. Conjunto de dançarinos em um teatro.
Corpo de Deus. A festa do Santíssimo Sacramento, que se celebra na quinta-feira imediata ao domingo da Trindade.
Corpo diplomático. Conjunto de funcionários que representam os Estados estrangeiros junto a um governo ou a uma organização internacional (analogamente, diz-se corpo consular).
[Popular] Fechar o corpo. Fazer orações e benzeduras para tornar o corpo invulnerável a facadas, tiros, feitiços etc.; ingerir bebida alcoólica para tornar o corpo imune a doenças.
[Brasil] Tirar o corpo fora. Esquivar-se habilmente de algum encargo.
De corpo e alma. Completamente, inteiramente.
locução adverbial Corpo a corpo. Em luta corporal, sem uso de armas: enfrentaram-se corpo a corpo.
Etimologia (origem da palavra corpo). Do latim corpus.
Qualquer substância material, orgânica ou inorgânica: corpo sólido.
Parte material do animal, especialmente do homem, por oposição ao espírito; materialidade.
Pessoa morta; cadáver: autópsia de um corpo.
Parte principal e central de certos objetos: corpo central de um edifício.
Conjunto de pessoas que exercem a mesma profissão: corpo docente.
Tamanho de; estatura, robustez: corpo de atleta.
[Anatomia] Designação de certos órgãos de constituição especial: corpo cavernoso.
[Tipografia] Medida dos caracteres tipográficos, expressa em pontos: livro composto em corpo 7.
[Militar] Conjunto de militares que compõem um quadro, uma arma, um exército: corpo de infantaria.
expressão Corpo da guarda. Local onde estacionam os soldados que formam a guarda, exceto o sentinela.
Corpo de baile. Conjunto de dançarinos em um teatro.
Corpo de Deus. A festa do Santíssimo Sacramento, que se celebra na quinta-feira imediata ao domingo da Trindade.
Corpo diplomático. Conjunto de funcionários que representam os Estados estrangeiros junto a um governo ou a uma organização internacional (analogamente, diz-se corpo consular).
[Popular] Fechar o corpo. Fazer orações e benzeduras para tornar o corpo invulnerável a facadas, tiros, feitiços etc.; ingerir bebida alcoólica para tornar o corpo imune a doenças.
[Brasil] Tirar o corpo fora. Esquivar-se habilmente de algum encargo.
De corpo e alma. Completamente, inteiramente.
locução adverbial Corpo a corpo. Em luta corporal, sem uso de armas: enfrentaram-se corpo a corpo.
Etimologia (origem da palavra corpo). Do latim corpus.
Referencia: KARDEC, Allan• O céu e o inferno ou A Justiça divina segundo o Espiritismo• Trad• de Manuel Justiniano Quintão• 57a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 3, it• 5
[...] O corpo é apenas instrumento da alma para exercício das suas faculdades nas relações com o mundo material [...].
Referencia: KARDEC, Allan• O céu e o inferno ou A Justiça divina segundo o Espiritismo• Trad• de Manuel Justiniano Quintão• 57a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 8, it• 10
[...] os corpos são a individualização do princípio material. [...]
Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos Espíritos: princípios da Doutrina Espírita• Trad• de Guillon Ribeiro• 86a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - q• 79
[...] é a máquina que o coração põe em movimento. [...]
Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos Espíritos: princípios da Doutrina Espírita• Trad• de Guillon Ribeiro• 86a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - q• 156
[...] O corpo não passa de um acessório seu, de um invólucro, uma veste, que ele [o Espírito] deixa, quando usada. [...]
Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos médiuns ou Guia dos médiuns e dos evocadores• Trad• de Guillon Ribeiro da 49a ed• francesa• 76a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - it• 3
[...] invólucro material que põe o Espírito em relação com o mundo exterior [...].
Referencia: KARDEC, Allan• O que é o Espiritismo: noções elementares do mundo invisível, pelas manifestações dos Espíritos• 52a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 2, it• 10
[...] apenas um segundo envoltório mais grosseiro, mais resistente, apropriado aos fenômenos a que tem de prestar-se e do qual o Espírito se despoja por ocasião da morte.
Referencia: KARDEC, Allan• Obras póstumas• Traduzida da 1a ed• francesa por Guillon Ribeiro• 37a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, it• 10
[...] o corpo não é somente o resultado do jogo das forças químicas, mas, sim, o produto de uma força organizadora, persistente, que pode modelar a matéria à sua vontade.
Referencia: AKSAKOF, Alexandre• Um caso de desmaterialização parcial do corpo dum médium• Trad• de João Lourenço de Souza• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1994• - cap• 5
Máquina delicada e complexa é o corpo humano; os tecidos que o formam originam-se de combinações químicas muito instáveis, devido aos seus componentes; e nós não ignoramos que as mesmas leis que regem o mundo inorgânico regem os seres organizados. Assim, sabemos que, num organismo vivo, o trabalho mecânico de um músculo pode traduzir-se em equivalente de calor; que a força despendida não é criada pelo ser, e lhe provém de uma fonte exterior, que o provê de alimentos, inclusive o oxigênio; e que o papel do corpo físico consiste em transformar a energia recebida, albergando-a em combinações instáveis que a emanciparão à menor excitação apropriada, isto é, sob ação volitiva, ou pelo jogo de irritantes especiais dos tecidos, ou de ações reflexas.
Referencia: DELANNE, Gabriel• A evolução anímica: estudo sobre psicologia fisiológica segundo o Espiritismo• Trad• de Manuel Quintão da 2a ed• francesa• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 1
O corpo de um animal superior é organismo complexo, formado por um agregado de células diversamente reunidas no qual as condições vitais de cada elemento são respeitadas, mas cujo funcionamento subordina-se ao conjunto. É como se disséssemos – independência individual, mas obediente à vida total.
Referencia: DELANNE, Gabriel• A evolução anímica: estudo sobre psicologia fisiológica segundo o Espiritismo• Trad• de Manuel Quintão da 2a ed• francesa• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 1
[...] o invólucro corporal é construído mediante as leis invariáveis da fecundação, e a hereditariedade individual dos genitores, transmitida pela força vital, opõe-se ao poder plástico da alma. É ainda por força dessa hereditariedade que uma raça não produz seres doutra raça; que de um cão nasça um coelho, por exemplo, e mesmo, para não irmos mais longe, que uma mulher de [...] raça branca possa gerar um negro, um pele-vermelha, e vice-versa. [...]
Referencia: DELANNE, Gabriel• A evolução anímica: estudo sobre psicologia fisiológica segundo o Espiritismo• Trad• de Manuel Quintão da 2a ed• francesa• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 5
[...] é um todo, cujas partes têm um papel definido, mas subordinadas ao lugar que ocupam no plano geral. [...]
Referencia: DELANNE, Gabriel• A Reencarnação• Trad• de Carlos 1mbassahy• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1994• - cap• 3
[...] não passa de um vestuário de empréstimo, de uma forma passageira, de um instrumento por meio do qual a alma prossegue neste mundo a sua obra de depuração e progresso. [...]
Referencia: DENIS, Léon• O porquê da vida: solução racional do problema da existência• 22a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 3
[...] O corpo material é apenas o instrumento ao agente desse corpo de essência espiritual [corpo psíquico]. [...]
Referencia: ERNY, Alfred• O psiquismo experimental: estudo dos fenômenos psíquicos• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1982• - pt• 2, cap• 1
[...] Nosso corpo é o presente que Deus nos deu para aprendermos enquanto estamos na Terra. Ele é nosso instrumento de trabalho na Terra, por isso devemos cuidar da nossa saúde e segurança física.
Referencia: FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA• Departamento de Infância e Juventude• Currículo para as Escolas de Evangelização Espírita Infanto-juvenil• 2a ed• Rio de Janeiro, 1998• - cap• 4
[...] Em o nosso mundo físico, o corpo real, ou duradouro, é um corpo etéreo ou espiritual que, no momento da concepção, entra a cobrir-se de matéria física, cuja vibração é lenta, ou, por outras palavras, se reveste dessa matéria. [...]
Referencia: FINDLAY, J• Arthur• No limiar do etéreo, ou, Sobrevivência à morte cientificamente explicada• Traduzido do inglês por Luiz O• Guillon Ribeiro• Prefácio de Sir William Barret• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1981• - cap• 9
Neste mundo, são duais os nossos corpos: físico um, aquele que vemos e tocamos; etéreo outro, aquele que não podemos perceber com os órgãos físicos. Esses dois corpos se interpenetram, sendo, porém, o etéreo o permanente, o indestrutível [...].
Referencia: FINDLAY, J• Arthur• No limiar do etéreo, ou, Sobrevivência à morte cientificamente explicada• Traduzido do inglês por Luiz O• Guillon Ribeiro• Prefácio de Sir William Barret• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1981• - cap• 14
[...] O corpo físico é apenas a cobertura protetora do corpo etéreo, durante a sua passagem pela vida terrena. [...]
Referencia: FINDLAY, J• Arthur• No limiar do etéreo, ou, Sobrevivência à morte cientificamente explicada• Traduzido do inglês por Luiz O• Guillon Ribeiro• Prefácio de Sir William Barret• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1981• - cap• 14
Esse corpo não é, aliás, uma massa inerte, um autômato; é um organismo vivo. Ora, a organização dum ser, dum homem, dum animal, duma planta, atesta a existência duma força organizadora, dum espírito na Natureza, dum princípio intelectual que rege os átomos e que não é propriedade deles. Se houvesse somente moléculas materiais desprovidas de direção, o mundo não caminharia, um caos qualquer subsistiria indefinidamente, sem leis matemáticas, e a ordem não regularia o Cosmos.
Referencia: FLAMMARION, Camille• A morte e o seu mistério• Rio de Janeiro: FEB, 2004• 3 v•: v• 1, 6a ed•; v• 2, 5a ed•; v• 3, 5a ed• - v• 1, cap• 2
[...] O nosso corpo não é mais do que uma corrente de moléculas, regido, organizado pela força imaterial que nos anima. [...]
Referencia: FLAMMARION, Camille• A morte e o seu mistério• Rio de Janeiro: FEB, 2004• 3 v•: v• 1, 6a ed•; v• 2, 5a ed•; v• 3, 5a ed• - v• 2, cap• 12
[...] complexo de moléculas materiais que se renovam constantemente.
Referencia: FLAMMARION, Camille• Narrações do infinito: lúmen• Trad• de Almerindo Martins de Castro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1999• -
[...] é toda e qualquer quantidade de matéria, limitada, que impressiona os sentidos físicos, expressando-se em volume, peso... Aglutinação de moléculas – orgânicas ou inorgânicas – que modelam formas animadas ou não, ao impulso de princípios vitais, anímicos e espirituais. Estágio físico por onde transita o elemento anímico na longa jornada em que colima a perfeição, na qualidade de espírito puro...
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Estudos espíritas• Pelo Espírito Joanna de Ângelis• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1999• - cap• 5
O corpo humano [...] serve de domicílio temporário ao espírito que, através dele, adquire experiências, aprimora aquisições, repara erros, sublima aspirações. Alto empréstimo divino, é o instrumento da evolução espiritual na Terra, cujas condições próprias para as suas necessidades fazem que a pouco e pouco abandone as construções grosseiras e se sutilize [...] serve também de laboratório de experiências, pelas quais os construtores da vida, há milênios, vêm desenvolvendo possibilidades superiores para culminarem em conjunto ainda mais aprimorado e sadio. Formado por trilhões e trilhões de células de variada constituição, apresenta-se como o mais fantástico equipamento de que o homem tem notícia, graças à perfei ção dos seus múltiplos órgãos e engrenagens [...].
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Estudos espíritas• Pelo Espírito Joanna de Ângelis• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1999• - cap• 5
[...] Vasilhame sublime, é o corpo humano o depositário das esperanças e o veículo de bênçãos, que não pode ser desconsiderado levianamente.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Estudos espíritas• Pelo Espírito Joanna de Ângelis• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1999• - cap• 5
O corpo é veículo, portanto, das pro-postas psíquicas, porém, por sua vez,muitas necessidades que dizem respei-to à constituição orgânica refletem-se nocampo mental.[...] o corpo é instrumento da aprendi-zagem do Espírito, que o necessita paraaprimorar as virtudes e também paradesenvolver o Cristo interno, que gover-nará soberano a vida quando superar osimpedimentos colocados pelas paixõesdesgastantes e primitivas. [...]
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Impermanência e imortalidade• Pelo Espírito Carlos Torres Pastorino• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Cor-po e mente
O corpo é sublime instrumento elabo-rado pela Divindade para ensejar odesabrolhar da vida que se encontraadormecida no cerne do ser, necessitan-do dos fatores mesológicos no mundoterrestre, de forma que se converta emsantuário rico de bênçãos.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Impermanência e imortalidade• Pelo Espírito Carlos Torres Pastorino• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Culto aosofrimento
[...] Constituído por trilhões de célulasque, por sua vez, são universos minia-turizados [...].[...] Um corpo saudável resulta tambémdo processo respiratório profundo,revitalizador, de nutrição celular.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Impermanência e imortalidade• Pelo Espírito Carlos Torres Pastorino• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Conquista interna
Abafadouro das lembranças, é também o corpo o veículo pelo qual o espírito se retempera nos embates santificantes, sofrendo-lhe os impositivos restritivos e nele plasmando as peças valiosas para mais plena manifestação.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Lampadário espírita• Pelo Espírito Joanna de Ângelis• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 22
[...] é sempre para o espírito devedor [...] sublime refúgio, portador da bênção do olvido momentâneo aos males que praticamos e cuja evocação, se nos viesse à consciência de inopino, nos aniquilaria a esperança da redenção. [...]
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Nos bastidores da obsessão• Pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 7
Sobre o corpo físico, o que se pode dizer logo de início é que ele constitui mecanismo extremamente sofisticado, formado de grande número de órgãos, que em geral trabalham em grupo, exercendo funções complementares, visando sempre a atingir objetivos bem determinados. Estes agrupamentos de órgãos são denominados aparelhos ou sistemas que, por sua vez, trabalham harmonicamente, seguindo a diretriz geral de manter e preservar a vida do organismo.
Referencia: GURGEL, Luiz Carlos de M• O passe espírita• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - pt• 1
O corpo carnal é feito de limo, isto é, compõe-se dos elementos sólidos existentes no planeta que o Espírito tem que habitar provisoriamente. Em se achando gasto, desagrega-se, porque é matéria, e o Espírito se despoja dele, como nós nos desfazemos da roupa que se tornou imprestável. A isso é que chamamos morte. [...]
Referencia: MARCHAL, V (Padre)• O Espírito Consolador, ou os nossos destinos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - 9a efusão
[...] o corpo físico é mero ponto de apoio da ação espiritual; simples instrumento grosseiro de que se vale o Espírito para exercer sua atividade física. [...]
Referencia: MIRANDA, Hermínio C• Sobrevivência e comunicabilidade dos Espíritos• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - cap• 4
[...] O corpo físico nada é senão um instrumento de trabalho; uma vez abandonado pelo Espírito, é matéria que se decompõe e deixa de oferecer condições para abrigar a alma. [...]
Referencia: MIRANDA, Hermínio C• Sobrevivência e comunicabilidade dos Espíritos• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - cap• 16
[...] O nosso corpo – além de ser a vestimenta e o instrumento da alma neste plano da Vida, onde somente nos é possível trabalhar mediante a ferramenta pesada dos órgãos e membros de nosso figurino carnal – é templo sagrado e augusto. [...]
Referencia: Ó, Fernando do• Apenas uma sombra de mulher• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 4
[...] O corpo é o escafandro, é a veste, é o gibão que tomamos de empréstimo à Vida para realizarmos o nosso giro pelo mundo das formas. [...]
Referencia: Ó, Fernando do• Uma luz no meu caminho• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 3
A bênção de um corpo, ainda que mutilado ou disforme, na Terra [...] é como preciosa oportunidade de aperfeiçoamento espiritual, o maior de todos os dons que o nosso planeta pode oferecer.
Referencia: PERALVA, Martins• O pensamento de Emmanuel• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1994• - cap• 17
[...] o corpo humano é apenas um aparelho delicado, cujas baterias e sistemas condutores de vida são dirigidos pelas forças do perispírito, e este, por sua vez, comandado será pela vontade, isto é, a consciência, a mente.
Referencia: PEREIRA, Yvonne A• Recordações da mediunidade• Obra mediúnica orientada pelo Espírito Adolfo Bezerra de Menezes• 1a ed• esp• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 10
O corpo carnal, ou corpo material terreno, o único a constituir passageira ilusão, pois é mortal e putrescível, uma vez, que se origina de elementos exclusivamente terrenos. [...]
Referencia: PEREIRA, Yvonne A• Ressurreição e vida• Pelo Espírito Léon Tolstoi• 2a ed• esp• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap 8
[...] [no corpo] distinguimos duas coisas: a matéria animal (osso, carne, sangue, etc.) e um agente invisível que transmite ao espírito as sensações da carne, e está às ordens daquele.
Referencia: ROCHAS, Albert de• A Levitação• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1980• - Os limites da Física
[...] Tradicionalmente visto pelas religiões instituídas como fonte do pecado, o corpo nos é apresentado pela Doutrina Espírita como precioso instrumento de realizações, por intermédio do qual nos inscrevemos nos cursos especializados que a vida terrena nos oferece, para galgarmos os degraus evolutivos necessários e atingirmos as culminâncias da evolução espiritual. [...]
Referencia: SOUZA, Dalva Silva• Os caminhos do amor• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Adolescência – tempo de transformações
O corpo é o primeiro empréstimo recebido pelo Espírito trazido à carne.
Referencia: VIEIRA, Waldo• Conduta Espírita• Pelo Espírito André Luiz• 29a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 34
O corpo físico é apenas envoltório para efeito de trabalho e de escola nos planos da consciência.
Referencia: VIEIRA, Waldo• Seareiros de volta• Diversos autores espirituais• Prefácio de Elias Barbosa• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Museu de cera
[...] é passageira vestidura de nossa alma que nunca morre. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Ave, Cristo! Episódios da história do Cristianismo no século III• Pelo Espírito Emmanuel• 22a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 2
O veículo orgânico para o espírito reencarnado é a máquina preciosa, capaz de ofertar-lhe às mãos de operário da Vida Imperecível o rendimento da evolução.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Ceifa de luz• Pelo Espírito Emmanuel• 1a ed• especial• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 33
O corpo nada mais é que o instrumento passivo da alma, e da sua condição perfeita depende a perfeita exteriorização das faculdades do espírito. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Emmanuel: dissertações mediúnicas sobre importantes questões que preocupam a Humanidade• Pelo Espírito Emmanuel• 25a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 36
[...] O corpo de carne é uma oficina em que nossa alma trabalha, tecendo os fios do próprio destino. Estamos chegando de longe, a revivescer dos séculos mortos, como as plantas a renascerem do solo profundo [...].
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Entre a terra e o céu• Pelo Espírito André Luiz• 23a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 35
O corpo é um batel cujo timoneiro é o espírito. À maneira que os anos se desdobram, a embarcação cada vez mais entra no mar alto da experiência e o timoneiro adquire, com isto, maior responsabilidade.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Falando à Terra• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Reflexões
O corpo físico é máquina viva, constituída pela congregação de miríades de corpúsculos ativos, sob o comando do espírito que manobra com a rede biológica dentro das mesmas normas que seguimos ao utilizar a corrente elétrica.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Falando à Terra• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Mentalismo
[...] o corpo físico na crosta planetária representa uma bênção de Nosso Eterno Pai. Constitui primorosa obra da Sabedoria Divina, em cujo aperfeiçoamento incessante temos nós a felicidade de colaborar. [...] [...] O corpo humano não deixa de ser a mais importante moradia para nós outros, quando compelidos à permanência na crosta. Não podemos esquecer que o próprio Divino Mestre classificava-o como templo do Senhor.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Missionários da luz• Pelo Espírito André Luiz• 39a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 12
[...] O corpo carnal é também um edifício delicado e complexo. Urge cuidar dos alicerces com serenidade e conhecimento.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Missionários da luz• Pelo Espírito André Luiz• 39a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 14
[...] o corpo do homem é uma usina de forças vivas, cujos movimentos se repetem no tocante ao conjunto, mas que nunca se reproduzem na esfera dos detalhes. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Reportagens de Além-túmulo• Pelo Espírito Humberto de Campos• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 29
[...] O corpo humano é campo de forças vivas. Milhões de indivíduos celulares aí se agitam, à moda dos homens nas colônias e cidades tumultuosas. [...] esse laboratório corporal, transformável e provisório, é o templo onde poderás adquirir a saúde eterna do Espírito. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Reportagens de Além-túmulo• Pelo Espírito Humberto de Campos• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 30
No corpo humano, temos na Terra o mais sublime dos santuários e uma das supermaravilhas da Obra Divina.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Roteiro• Pelo Espírito Emmanuel• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 3
O corpo é para o homem santuário real de manifestação, obra-prima do trabalho seletivo de todos os reinos em que a vida planetária se subdivide.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Roteiro• Pelo Espírito Emmanuel• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 4
O corpo de quem sofre é objeto sagrado.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• O Espírito da Verdade: estudos e dissertações em torno de O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec• Por diversos Espíritos• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - cap• 53
O corpo é a máquina para a viagem do progresso e todo relaxamento corre por conta do maquinista.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• O Espírito da Verdade: estudos e dissertações em torno de O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec• Por diversos Espíritos• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - cap• 55
Covado
(latim cubitus, -i, cotovelo)
Antiga medida de comprimento equivalente a 0,66 m.
Céu
Referencia: KARDEC, Allan• O céu e o inferno ou A Justiça divina segundo o Espiritismo• Trad• de Manuel Justiniano Quintão• 57a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 3, it• 1 e 2
[...] é o espaço universal; são os plane-tas, as estrelas e todos os mundos supe-riores, onde os Espíritos gozamplenamente de suas faculdades, sem astribulações da vida material, nem as an-gústias peculiares à inferioridade.
Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos Espíritos: princípios da Doutrina Espírita• Trad• de Guillon Ribeiro• 86a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - q• 1016
[...] O Céu é o espaço infinito, a multidão incalculável de mundos [...].
Referencia: FLAMMARION, Camille• Deus na Natureza• Trad• de M• Quintão• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - t• 4, cap• 1
[...] o Céu que Deus prometeu aos que o amam é também um livro, livro variado, magnífico, cada uma de cujas páginas deve proporcionar-nos emoções novas e cujas folhas os séculos dos séculos mal nos consentirão voltar até a última.
Referencia: MARCHAL, V (Padre)• O Espírito Consolador, ou os nossos destinos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - 6a efusão
O Céu de Jesus é o reinado do Espírito, é o estado da alma livre, que, emancipando-se do cativeiro animal, ergue altaneiro vôo sem encontrar mais obstáculos ou peias que a restrinjam.
Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• Nas pegadas do Mestre: folhas esparsas dedicadas aos que têm fome e sede de justiça• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - O Céu de Jesus
O Céu representa uma conquista, sem ser uma imposição.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Ação e reação• Pelo Espírito André Luiz• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 2
[...] em essência, é um estado de alma que varia conforme a visão interior de cada um.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Justiça Divina• Pelo Espírito Emmanuel• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Céu
[...] o céu começará sempre em nós mesmos [...].
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Justiça Divina• Pelo Espírito Emmanuel• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Céu e inferno
Toda a região que nomeamos não é mais que uma saída gloriosa com milhões de portas abertas para a celeste ascensão.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Rumo certo• Pelo Espírito Emmanuel• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 57
Céu – esferas espirituais santificadas onde habitam Espíritos Superiores que exteriorizam, do próprio íntimo, a atmosfera de paz e felicidade.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• O Espírito da Verdade: estudos e dissertações em torno de O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec• Por diversos Espíritos• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - cap• 8
1) Uma das grandes divisões do UNIVERSO (Gn
2) Lugar onde moram Deus, os seres celestiais e os salvos que morrem (Is
2. Morada de Deus, de onde envia seus anjos (Mt
3. Lugar onde Jesus ascendeu após sua ressurreição (Mc
4. Destino dos que se salvam. Ver Vida eterna.
m. Gourgues, El más allá en el Nuevo Testamento, Estella 41993; C. Vidal Manzanares, El judeo-cristianismo...
Parte do espaço que, vista pelo homem, limita o horizonte: o pássaro voa pelo céu.
Reunião das condições climáticas; tempo: hoje o céu está claro.
Local ou situação feliz; paraíso: estou vivendo num céu.
Religião Deus ou a sabedoria ou providência divina: que os céus nos abençoem.
Religião Local para onde vão as boas almas: o reino dos Céus.
Religião A reunião dos anjos, dos santos que fazem parte do Reino de Deus.
Por Extensão Atmosfera ou parte dela situada acima de uma região na superfície terrestre.
expressão A céu aberto. Ao ar livre: o evento será a céu aberto.
Mover céus e terras. Fazer todos os esforços para obter alguma coisa.
Cair do céu. Chegar de imprevisto, mas numa boa hora: o dinheiro caiu do céu.
Etimologia (origem da palavra céu). Do latim caelum; caelus.i.
Côvado
(latim cubitus, -i, cotovelo)
Antiga medida de comprimento equivalente a 0,66 m.
Da
Tendo em conta o que foi dito anteriormente: esta prova é da Joana.
Sobre algo ou alguém já mencionado inicialmente num período: uma ação parecida da que ela participou.
Sobre o que não se sabe; daquela: não fale da aluna desta maneira.
Etimologia (origem da palavra da). Contração da preposição "de" + art. def. ou pronome dem. "a".
Tendo em conta o que foi dito anteriormente: esta prova é da Joana.
Sobre algo ou alguém já mencionado inicialmente num período: uma ação parecida da que ela participou.
Sobre o que não se sabe; daquela: não fale da aluna desta maneira.
Etimologia (origem da palavra da). Contração da preposição "de" + art. def. ou pronome dem. "a".
Tendo em conta o que foi dito anteriormente: esta prova é da Joana.
Sobre algo ou alguém já mencionado inicialmente num período: uma ação parecida da que ela participou.
Sobre o que não se sabe; daquela: não fale da aluna desta maneira.
Etimologia (origem da palavra da). Contração da preposição "de" + art. def. ou pronome dem. "a".
Dada
Que se comunica com facilidade; muito sociável; comunicativo: pessoa dada.
Que tem propensão para; inclinado: dado aos vícios.
Que realiza por hábito, afeição: dado ao cinema.
Que se combinou por antecipação; combinado: dada situação.
pronome indefinido Que é determinado: em um dado momento, todos foram embora.
Etimologia (origem da palavra dada). Feminino de dado.
adjetivo Que diz respeito ao movimento dadá (movimento artístico niilista); dadaísta.
substantivo masculino e feminino Pessoa que faz parte desse movimento.
Etimologia (origem da palavra dada). Forma derivada de dadaísta.
substantivo feminino Enfermidade atribuída, pela crendice popular, ao mau-olhado; quebranto.
[Medicina] Tumor que ataca as mamas de mulheres que amamentam.
Veterinária. Abesesso no úbere das vacas.
Antigo Ato ou efeito de dar; dádiva.
Etimologia (origem da palavra dada). Do latim data; de datus, a, um.
Decerto
Deus
Foi ele quem entregou a Torá a Moisés no Sinai (Êx
Deste Deus se esperava que enviaria seu messias e que no final dos tempos ressuscitaria os justos e injustos, proporcionando recompensa eterna aos primeiros e castigo vergonhoso e consciente aos segundos (Dn
Nos evangelhos encontramos uma aceitação de todas essas afirmações. Deus é único (Mc
18) e nele se deve confiar sem sombra de dúvida (Mt
Esse monoteísmo com o qual Deus é contemplado no Novo Testamento encontra-se, não obstante, selecionado através da fé na Trindade, que afirma uma pluralidade de pessoas no âmago da única divindade. Existem precedentes da crença na divindade do messias no judaísmo, assim como da atuação de Deus em várias pessoas. De fato, o judeu-cristianismo posterior — tal como registra o Talmude — apenas se referiu a elas para defender sua essência judaica. Assim, no Antigo Testamento, atribui-se ao Messias o título divino de El-Guibor (Is
Nos evangelhos encontramos de fato afirmações nesse sentido que não podem ser consideradas equívocas. Por exemplo: Jesus é denominado Deus (Jo
Tem-se discutido se todos esses enfoques procedem realmente do próprio Jesus ou se, ao contrário, devem ser atribuídos à comunidade primitiva. Também se questiona o seu caráter judaico.
Atualmente, sabemos que esses pontos de vista não se originaram do helenismo, mas do judaísmo contemporâneo de Jesus (m. Hengel, A. Segal, C. Vidal Manzanares etc.). A característica que difere o cristianismo das outras doutrinas é afirmar essa hipóstase do Deus único, encarnado em Jesus. A este também retrocede todas as interpretações sobre sua pessoa. Para essa interpretação, defendem-se passagens de indiscutível autenticidade histórica, como a de Lc
m. Hengel, El Hijo de Dios, Salamanca 1978; A. Segal, Paul, The Convert, New Haven e Londres 1990; m. Gilbert - J. N. Aletti, La Sabiduría y Jesucristo, Estella; C. Vidal Manzanares, El primer Evangelio...; Idem, El judeo-cristianismo palestino...
(O leitor deve consultar também os seguintes verbetes: Cristo, Espírito Santo, Jesus, Senhor.) O Deus da Bíblia revela-se em sua criação e, acima de tudo, por meio de sua Palavra, as Escrituras Sagradas. De fato, a Bíblia pode ser definida como “a autorevelação de Deus ao seu povo”. É importante lembrar que as Escrituras mostram que o conhecimento que podemos ter de Deus é limitado e finito, enquanto o Senhor é infinito, puro e um Espírito vivo e pessoal, ao qual ninguém jamais viu. Freqüentemente a Bíblia usa antropomorfismos (palavras e ideias extraídas da experiência das atividades humanas, emoções, etc.) numa tentativa de nos ajudar a entender melhor Deus. Esse recurso pode ser realmente muito útil, embora o uso de descrições e termos normalmente aplicados aos seres humanos para referir-se ao Senhor eterno e infinito sempre deixe algo a desejar. Alguém já disse que “conhecer a Deus”, até o limite de que somos capazes por meio de sua Palavra, é o cerne da fé bíblica. De acordo com as Escrituras, todas as pessoas, durante toda a história, estão de alguma maneira relacionadas com o Senhor, seja numa atitude de rebelião e incredulidade, seja de fé e submissão.
Homens e mulheres existem na Terra graças ao poder criador e sustentador de Deus; a Bíblia ensina que um dia todos estarão face a face com o Senhor, para o julgamento no final dos tempos. A natureza de Deus e seus atributos são, portanto, discutidos de diversas maneiras nas Escrituras Sagradas, de modo que Ele será mais bem conhecido por meio da forma como se relaciona com as pessoas. Por exemplo, aprende-se muito sobre Deus quando age no transcurso da história, em prol do sustento e da defesa de seu povo, e leva juízo sobre os que pecam ou vivem em rebelião contra Ele. Muito sabemos sobre o Senhor por meio dos nomes aplicados a Ele na Bíblia e quando sua criação é examinada e discutida. Acima de tudo, aprendemos de Deus quando estudamos sobre Jesus, o “Emanuel” (Deus conosco).
As seções seguintes proporcionam apenas um resumo do que a Bíblia revela sobre Deus. Uma vida inteira de estudo, fé e compromisso com o Senhor, por intermédio de Cristo, ainda deixaria o crente ansioso por mais, especialmente pelo retorno de Jesus, pois concordamos com a declaração do apóstolo Paulo: “Agora conheço em parte; então conhecerei como também sou conhecido” (1Co
A existência do único Deus
A Bíblia subentende a existência de Deus. Não há discussão alguma sobre isso em suas páginas, pois trata-se de um livro onde o Senhor revela a si mesmo. Somente o “tolo”, a pessoa maligna e corrupta, diz “no seu coração: Não há Deus” (Sl
Os escritores dos Salmos e os profetas também proclamaram que somente o Senhor é Deus e que Ele pré-existe e auto-subsiste. O Salmo
No Novo Testamento, novamente a autoexistência eterna de Deus é subentendida: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por meio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens” (Jo
Como em João 1, mencionado anteriormente, é no Novo Testamento que aprendemos sobre Jesus e começamos a entender mais sobre o próprio Deus, sua preexistência e sua auto-existência. Colossenses
O Deus criador
A autoexistência de Deus, bem como sua eternidade, também são sinalizadas na criação, a qual Ele fez do “ex nihilo” (a partir do nada; veja Gn 1; Rm
O ato de Deus na criação é descrito em muitos lugares da Bíblia. De maneira notável, Gênesis
No NT, o escritor da carta aos Hebreus lembra os crentes que “pela fé entendemos que os mundos foram criados pela palavra de Deus, de maneira que o visível não foi feito do que se vê” (Hb
Essa obra da criação, a qual necessita do poder sustentador do Senhor, proporciona a evidência da soberania e do poder de Deus sobre todas as coisas. Ele está presente em todos os lugares, a fim de sustentar e vigiar sua criação, realizar sua justiça, amor e misericórdia, trazer à existência e destruir, de acordo com sua vontade e seus propósitos. A doxologia de Romanos
O Deus pessoal
O Criador do Universo e de todas as coisas, que sustém o mundo e todas as pessoas, revela-se a si mesmo como um “Deus pessoal”. A palavra “pessoal” não é aplicada a Ele em nenhum outro lugar da Bíblia e é difícil nossas mentes finitas assimilarem o que essa expressão “pessoal” significa, ao referir-se ao Senhor. Ainda assim, é dessa maneira que Ele é consistentemente revelado. Deus é um ser auto-existente e autoconsciente. Qualidades que indicam um ser pessoal podem ser atribuídas a Deus. Ele é apresentado como possuidor de liberdade, vontade e propósitos. Quando colocamos esses fatores na forma negativa, o Senhor nunca é descrito nas Escrituras da maneira que as pessoas o apresentam hoje, como uma energia ou uma força sempre presente. Deus revela a si mesmo como um ser pessoal no relacionamento entre Pai, Filho e Espírito Santo (veja mais sobre a Trindade neste próprio verbete) e em seu desejo de que seu povo tenha um relacionamento real com o “Deus vivo”. Sua “personalidade”, é claro, é Espírito e, portanto, não está limitada da mesma maneira que a humana. Porque é pessoal, entretanto, seu povo pode experimentar um relacionamento genuíno e pessoal com Ele. Deus, por ser bom, “ama” seu povo e “fala” com ele. O Senhor dirige os seus e cuida deles. O Salmo
O Deus providencial
Já que Deus é eterno, auto-existente e o Criador do Universo, não é de admirar que um dos temas mais freqüentes na Bíblia refira-se à soberana providência do Senhor. Deus é visto como o rei do Universo, o que fala e tudo acontece, que julga e as pessoas morrem, que mostra seu amor e traz salvação. Ele é o Senhor (veja Senhor) que controla o mundo e exige obediência. Busca os que farão parte de seu povo. É neste cuidado providencial por seu mundo e seu povo que mais freqüentemente descobrimos na Bíblia os grandes atributos divinos de sabedoria, justiça e bondade. Aqui vemos também sua verdade e seu poder. As Escrituras declaram que Deus tem o controle total sobre tudo, ou seja, sobre as pessoas, os governos, etc. Ele é chamado de Rei, pois estabelece reinos sobre a Terra e destrói-os, de acordo com seu desejo. Sua soberania é tão grande, bem como sua providência, em garantir que sua vontade seja realizada, que mesmo o mal pode ser revertido e usado pelo Senhor, para realizar seus bons propósitos.
Os escritores da Bíblia demonstram com convicção que Deus governa sobre toda a criação; assim, os conceitos do destino e do acaso são banidos. À guisa de exemplo, uma boa colheita não acontece por acaso, mas é providenciada pelo Senhor. É Deus quem promete: “Enquanto a terra durar, não deixará de haver sementeira e ceifa, frio e calor, verão e inverno, dia e noite” (Gn
A Bíblia preocupa-se muito em mostrar a providência de Deus, que pode ser vista no seu relacionamento com seu povo (veja 2 Cr 16.9). Paulo fala sobre isso quando diz: “Sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm
Em nenhum outro contexto o cuidado providencial de Deus pode ser visto com tanta clareza como na provisão da salvação para o seu povo, por meio da morte expiatória de Jesus Cristo. A ação mais perversa de Satanás e o mais terrível de todos os pecados cometidos pelos seres humanos levaram à crucificação do Filho de Deus. Isso, porém, fora determinado pela vontade de Deus, e Ele reverteu aquele ato terrível para proporcionar expiação a todo aquele que se voltar para o Senhor (At
A providência do Senhor também é vista na maneira como chama as pessoas para si. Toda a Trindade está envolvida nesta obra de atrair e cuidar do povo de Deus (Jo
O Deus justo
A Bíblia mostra-nos um Senhor “justo”. Isso faz parte de sua natureza e tem que ver com sua verdade, justiça e bondade. Em termos práticos, o reconhecimento da justiça de Deus nas Escrituras permite que as pessoas confiem em que sua vontade é justa e boa e podem confiar nele para tomar a decisão ou a ação mais justa. Ele é justo como Juiz do mundo e também na demonstração de sua misericórdia. Mais do que isso, sua vontade eterna é inteiramente justa, íntegra e boa. É uma alegria para homens e mulheres pecadores saberem que podem voltar-se para um Deus justo e receber misericórdia. É motivo de temor para os que se rebelam que o justo Juiz julgará e condenará.
O povo de Deus (“o povo justo”, formado pelos que foram perdoados por Deus) freqüentemente apela para sua justiça. Por exemplo, o salmista orou, para pedir misericórdia ao Senhor, quando parecia que as pessoas más prevaleciam. Achou estranho que os perversos prosperassem quando o “justo” padecia tanto sofrimento. Portanto, apelou para a justiça de Deus, para uma resposta ao seu dilema: “Tenha fim a malícia dos ímpios, mas estabeleça-se o justo. Pois tu, ó justo Deus, sondas as mentes e os corações” (Sl
Por vezes, entretanto, o povo de Deus tentou questionar o Senhor, quando parecia que Ele não os ajudava, ou estava do lado de outras nações. A resposta de Deus era que, se o Senhor lhes parecia injusto, é porque eles haviam-se entregado à incredulidade e ao pecado. As ações do Senhor são sempre justas, mesmo quando resultam em juízo sobre seu próprio povo. Veja, por exemplo, Ezequiel
v. 29): “Dizeis, porém: O caminho do Senhor não é justo. Ouvi agora, ó casa de Israel: Não é o meu caminho justo? Não são os vossos caminhos injustos?”.
Deus pode ser visto como justo em tudo o que faz. Isso se reflete em sua Lei, a qual é repetidamente definida como “justa” (Sl 119; Rm
Enquanto o povo de Deus ora, vê a justiça divina em seus atos de misericórdia e socorro para com eles e em seu juízo sobre os inimigos; assim, reconhecem que a justiça do Senhor permite que Ele traga disciplina sobre eles, quando pecam. Em II Crônicas 12, o rei Roboão e os líderes de Israel finalmente foram obrigados a admitir que, por causa do pecado e da rebelião deles contra Deus, Faraó Sisaque teve permissão para atacar Judá e chegar até Jerusalém. Deus os poupou da destruição somente quando se humilharam e reconheceram: “O Senhor é justo” (v. 6). Na época do exílio babilônico, os líderes tornaram-se particularmente conscientes deste aspecto da justiça de Deus. Daniel expressou dessa maneira: “Por isso, o Senhor vigiou sobre o mal, e o trouxe sobre nós, porque justo é o Senhor, nosso Deus, em todas as obras que faz; contudo, não obedecemos à sua voz” (Dn
Os profetas olhavam adiante para ver a revelação da justiça de Deus no futuro reino do Messias: “Vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo, um rei que reinará e prosperará, e praticará o juízo e a justiça na terra” (Jr
Ao falar sobre os últimos dias e o retorno de Cristo, quando Deus vindicará seu nome diante de todo o mundo, inclusive os ímpios, será sua justiça que uma vez mais será notada e levará seu povo, que está ansioso por essa revelação, a louvá-lo (Ap
O Deus amoroso
É justo que haja uma seção separada sobre este atributo, o mais maravilhoso do Senhor da Bíblia, ainda que tradicionalmente o amor de Deus seja visto como um aspecto de sua “bondade”. Várias vezes as Escrituras dizem que o Senhor “ama” ou mostra “amor” à sua criação, especialmente para o seu povo. É parte da natureza de Deus, pois ele é “bom” e é “amor”. O Senhor faz o que é bom (2Sm
Deus é a fonte da bondade. Tiago
A bondade de Deus, tão freqüentemente chamada de seu “amor”, é vista de muitas maneiras neste mundo. É evidente que no universo é algo generalizado, ou na manutenção da própria vida, da justiça, da ordem na criação, ou mesmo na provisão da luz do Sol e da chuva, do tempo de semear e de colher (Sl
Os que buscam a Deus experimentam sua bondade e amor, pois encontram sua salvação (Lm
A salvação de Deus para seu povo é sua mais profunda e fantástica demonstração de bondade e amor. Jesus foi oferecido pelo Pai como sacrifício pelo pecado de todo o que crê. Talvez o mais famoso versículo da Bíblia, João
O amor de Deus também é visto por seu povo na maneira como Ele dá o seu Espírito Santo, de tal forma que todos possam conhecê-lo e responder-lhe em amor (Rm
“Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossos delitos, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)” (Ef
O Deus salvador
O amor de Deus é visto proeminentemente em sua salvação por meio de Jesus (“Jesus” significa “o Senhor salva”; veja Jesus). O Senhor é corretamente descrito como “Deus salvador”. A Bíblia ensina que toda a humanidade é pecadora e necessita de redenção, que só é efetivada pela ação salvadora de Deus. O AT refere-se ao Senhor como “Libertador”, “Redentor” e “Salvador”, tanto da nação como dos indivíduos. Ambos necessitam de perdão, se não querem receber juízo. Uma lição necessária à compreensão de todas as pessoas é que somente Deus é Todo-poderoso, soberano e justo; portanto, o único que pode salvar: “E não há outro Deus senão eu, Deus justo e Salvador não há além de mim” (Is
A promessa que Deus faz ao seu povo é que “quando clamarem ao Senhor, por causa dos opressores, ele lhes enviará um salvador e um defender, que os livrará” (Is
Aquele acontecimento histórico proporcionou às gerações futuras uma evidência de que Deus tem o poder para salvar e libertar; essa verdade tornou-se a base em que podiam apelar para o Senhor salvá-los e livrá-los novamente em outras situações adversas (Êx
Assim como precisavam de uma redenção física e libertação, os israelitas necessitavam também de perdão dos pecados; nisto também o Senhor provou ser o Salvador e Redentor do seu povo. Louvavam o seu nome pelo seu perdão e sabiam que podiam submeter-se à justiça de Deus e que Ele os salvaria (Dt
Os profetas olhavam para o futuro, para o dia em que um Salvador e Redentor viria para o povo de Deus: “O Redentor virá a Sião e aos que se desviarem da transgressão em Jacó, diz o Senhor” (Is
Jesus foi o cumprimento de tais promessas. Ele era o Deus Salvador que veio à Terra para salvar e redimir. Quando seu nascimento foi anunciado, sua atividade salvadora e redentora imediatamente dominou as palavras dos anjos, de Zacarias e de Maria. As profecias concernentes à salvação do povo de Deus, com o advento do rei da linhagem de Davi, são anexadas às promessas do perdão de pecados e salvação do juízo de Deus. Toda a “história da salvação”, como alguns a têm chamado, chega ao seu grande clímax com o advento daquele que seria chamado de “Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mt
O Deus salvador é revelado plenamente em Jesus. Nele, e em ninguém mais, há salvação (Lc
A meditação sobre quem é o Senhor sempre tem levado à doxologia; assim, Judas 25 expressa o louvor a Deus como Salvador, por meio de Jesus Cristo: “Ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém”.
O Deus Pai
Conforme já vimos, Deus é bom e é amor; portanto, é também “Pai”. Ele é a fonte de todas as coisas e, nesse sentido, é Pai. É o Pai da criação de Israel — o povo da sua aliança e dos cristãos. Acima de tudo, ele é o Pai de seu único Filho Jesus Cristo. Numa época em que muitas vezes se pergunta se o Senhor realmente deveria ser chamado de “Pai”, pois isso pode parecer uma postura “machista”, é importante notar novamente que Deus é Espírito. Portanto, é totalmente errado descrevê-lo como masculino ou feminino. De fato, lemos sobre o Pai como o Deus “que te gerou” (Dt
Primeiro, Deus é ocasionalmente referido, num sentido genérico, como Pai de todas as pessoas, pois elas são geradas por Ele (Ml
O fato de Deus apresentar-se como Pai de Israel significa que tem o direito de esperar em resposta uma sincera comunhão com o filho. Lamentavelmente, na maior parte do tempo, encontrou um povo rebelde. Deus diz em Isaías
Deus também é o Pai do rei de Israel, de uma maneira especial, pois ele representa o povo. A aliança que o Senhor fez com o rei Davi estabeleceu que Deus seria o “Pai” dos descendentes dele: “Eu serei seu Pai e ele será meu filho”. O salmista destaca esse tema. Por exemplo, o Salmo
Deus é “Pai” unicamente de Jesus, o qual é descrito como “o Filho unigênito de Deus” (veja Jesus). Esta filiação está relacionada ao seu nascimento virginal (Lc
O acesso a Deus como “Pai” só é possível por meio de Cristo: “Ninguém vem ao Pai, senão por mim”, disse Jesus (Jo
Deus como Pai de todos os cristãos é o complemento de sua paternidade a ser mencionada aqui. O Senhor é o Pai de todo o que tem fé em Cristo. Parte da plenitude da salvação, aplicada aos crentes pelo Espírito Santo, é a condição de “adoção” de filhos (Rm
Novamente, a única resposta apropriada por parte do cristão, diante da ideia de ser feito filho de Deus, é o louvor: “Vede quão grande amor nos concedeu o Pai, que fôssemos chamados filhos de Deus. E somos mesmo seus filhos! O mundo não nos conhece porque não o conheceu. Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque assim como é, o veremos” (1Jo
Os nomes de Deus
Enquanto nas modernas culturas ocidentais o nome realmente só é usado para distinguir uma pessoa de outra, os registrados na Bíblia são utilizados para representar totalmente a pessoa ou indicar aspectos de seu caráter ou de seu objetivo na vida (veja seção Os nomes e seus significados na 1ntrodução). Em nenhum outro lugar isso pode ser visto mais claramente do que na expressão “nome do Senhor”, que ocorre aproximadamente 100 vezes nas Escrituras. É uma frase que sintetiza o que nunca pode ser totalmente resumido — ou seja, o próprio Deus.
O Nome. Quando Gênesis
Assim, uma referência ao “Nome” do Senhor leva consigo uma indicação da própria natureza de Deus. Em Êxodo
Quando a Bíblia fala em “invocar” o nome de Deus, geralmente é num contexto de exortação para se adorar ao Senhor totalmente, em toda a vida e vê-lo como o Deus soberano e transcendente que é: pessoal, amoroso e fiel, que está presente em todas as áreas de seu domínio (2Rs
Fazer alguma coisa no “nome do Senhor” é realizar algo no lugar do próprio Deus ou fazer com todo o endosso de sua presença e em obediência à sua ordem. Dessa maneira, os sacerdotes e levitas ministravam “no nome do Senhor” e os profetas falavam “no nome do Senhor”; não que eles alegassem ser Deus, mas isso significava que falavam e operavam com sua total autoridade e poder por trás deles. Até o mesmo o rei Davi lutou “em nome do Senhor” (Dt
É interessante notar que no NT o “nome” pertence a Jesus, para lembrar os textos do AT que se referiam a tudo o que Deus é. Se o nome é de Deus e Jesus é chamado pelo “nome”, então tudo o que pertence a Deus está em Jesus e tudo o que Deus é, Cristo também é (compare Joel
Em adição a essa maneira abrangente de referir-se à plenitude de Deus, vários nomes específicos são atribuídos ao Senhor na Bíblia e nos ajudam a entendê-lo melhor. Diferentemente de todos os “nomes”, eles enfatizam aspectos da natureza e do caráter de Deus, a fim de afirmar e enriquecer o que já foi mencionado anteriormente.
El, Elohim. Um nome comum usado para o Senhor e geralmente traduzido como “Deus” (Elohim é a forma plural). A raiz deste vocábulo provavelmente significa “poder”. Este termo era utilizado em outras culturas e religiões para descrever uma grande divindade. Na Bíblia, porém, o nome é aplicado ao único Deus — “El Elohe Israel”, [Deus, o Deus de Israel] (Gn
A forma plural às vezes refere-se a outros deuses, mas também é usada na Bíblia para o único Deus, embora o termo esteja no plural. A forma plural indica a plenitude do Senhor. Ele é totalmente distinto das pessoas criadas, em seu ser (Nm
O vocábulo “El” também aparece em formas como “El Shaddai” (Deus Todo-poderoso”; Gn
Yahweh (o Senhor). O vocábulo Yahweh, que geralmente é traduzido como “Senhor”, em nossas versões da Bíblia em Português, tem sido corretamente chamado de “o nome da aliança de Deus”. Foi por este título que o Deus de Abraão, Isaque e Jacó escolheu revelar-se a Moisés (Êx
v. 15). Yahweh, portanto, significa algo como “Ele é” ou talvez “Ele traz à existência”.
Como o nome revelado de Deus, o título “Yahweh” trazia uma declaração da existência contínua do Senhor e sua presença permanente com seu povo. Foi Ele quem se apresentou a Moisés e ao povo de Israel através das gerações como o Deus da aliança, o que sempre seria fiel às suas promessas em favor de seu povo. Foi sob este nome que o povo da aliança adorou a Deus. No NT, os cristãos entenderam que o Senhor da aliança era Jesus Cristo e, assim, ideias e atributos do AT que pertenciam a Yahweh foram trazidos e aplicados a Jesus. Para uma discussão mais detalhada do grande significado deste nome, veja Senhor.
Adonai (Senhor). Com o significado de “Senhor” ou “Mestre”, este termo é aplicado a seres humanos em posição de autoridade. Quando relacionado a Deus, entretanto, geralmente é usado junto com o nome Yahweh. Isso apresenta algumas dificuldades na tradução. Não é fácil ler a frase “O senhor senhor”! Assim, geralmente traduz-se como “Senhor Deus” (2Sm
Rocha. A fidelidade, a confiabilidade e a graça salvadora do Deus da aliança são ocasionalmente descritas por meio do epíteto “Rocha” (Dt
Outros nomes. Embora algumas vezes sejam tomados como nomes, muitos outros termos aplicados a Deus são adjetivos. São usados para descrever o Senhor, atribuir louvor ao seu nome e diferenciá-lo dos deuses pagãos. Juízes
Jeová. Este termo é pouco citado nas modernas versões da Bíblia. Deve, contudo, ser mencionado aqui como um nome que ainda sobrevive em algumas traduções. É suficiente dizer que, em hebraico, o termo YHWH aparece e, na maioria das vezes, é traduzido como SENHOR, em nossas versões, ou colocam-se vogais e assim lê-se Yahweh (o que alguns colaboradores deste volume têm feito). Jeová deriva de uma leitura equivocada de Yahweh. O pano de fundo do problema com o nome “Jeová” é explicado no verbete Senhor.
A Trindade
O cristianismo tradicionalmente argumenta que muitas evidências bíblicas revelam Deus em três pessoas distintas. Para alguns, tal definição do Senhor tem causado sérios problemas. A história da Igreja é permeada pelo surgimento de seitas que não reconheciam Jesus Cristo como Deus ou que se recusavam a aceitar a visão trinitária do Senhor; outras não viam um dos componentes da Trindade como totalmente Deus, ou negavam que houvesse distinções entre as três pessoas. Outros grupos estão totalmente fora do ensino bíblico e entram efetivamente no mundo do triteísmo, uma noção negada explicitamente na Bíblia, como, por exemplo, na oração da “Shema” (Dt
Alguns sugerem que “o anjo do Senhor” também deve ser identificado com Deus e ainda assim é distinto dele (Êx
No NT, aspectos da doutrina da Trindade surgem primeiro quando os discípulos e seguidores de Jesus reconhecem as obras e as palavras de Deus nas atitudes de Jesus. Realmente, o problema dos líderes religiosos daquela época foi justamente que algumas das coisas que Cristo fazia e dizia só seriam feitas e ditas por Deus; portanto, eles alegavam que Jesus blasfemava, ao tentar passar por Deus. Por exemplo, Cristo perdoou os pecados do paralítico, algo que os escribas acreditavam que somente Deus era capaz de fazer; portanto, era uma blasfêmia. Jesus então demonstrou sua autoridade divina, ao curar o homem completamente (Mt
Em todo o NT, ambos, o Espírito Santo e Jesus, são apresentados como seres divinos. João
São também interessantes as passagens do NT onde os escritores apostólicos aplicam a Jesus o nome de Yahweh do AT (Senhor). Veja, por exemplo, Romanos
Em muitas passagens bíblicas, a ideia do Deus trino é no mínimo implícita nos textos do NT, se não explícita. O batismo de Jesus envolveu o Filho, o Pai e o Espírito Santo (Mt
As Escrituras revelam uma figura de Deus em três pessoas e a isso nós chamamos de “Trindade”. O Pai não é maior do que o Filho e ambos são distintos do Espírito Santo, embora exista um ensino claro tanto no AT como no NT de que Deus é único. Existem três pessoas, mas apenas um Senhor. Tal ensino, quando apresentado em conjunto, implica um modo de existência longe do que nossa mente humana possa entender. É por esta razão que todas as analogias humanas invariavelmente fracassam quando se trata de explicar o que significa a Trindade.
Os cristãos estão convencidos de que negar essa doutrina é renunciar à clara evidência bíblica sobre o próprio Deus. Um escritor resumiu o ensino bíblico dessa maneira: “A doutrina da Trindade não explica plenamente o misterioso caráter de Deus. Pelo contrário, estabelece as fronteiras, fora das quais não devemos andar... Isso exige que sejamos fiéis à revelação bíblica que em um sentido Deus é um e num sentido diferente ele é três” (R. C. Sproul).
Conclusão
O Deus da Bíblia é revelado como Eterno, Majestoso, Transcendente, Onipotente e Onisciente. Também é descrito como o Criador de todo o Universo e das pessoas e, neste contexto, revela a si mesmo em sua Palavra como um Deus pessoal, amoroso e soberano, um Deus justo, verdadeiro e íntegro. Deus é revelado como o Pai, o Filho e o Espírito Santo. É o Deus presente com seu povo (Emanuel, Deus conosco) e atuante em toda a criação, embora de modo algum seja absorvido por ela, como certas religiões orientais ensinam. Embora seja um Deus santo, separado e distinto da criação e das criaturas, não permite que o mundo se perca totalmente em seu pecado, sem nenhuma esperança de redenção; pelo contrário, revela a si mesmo como um Deus de amor que salva e redime todo aquele que o busca. Sua graça salvadora é vista claramente em sua vinda aqui na Terra: Jesus, o Filho de Deus, veio para ser o Salvador e Redentor da humanidade. Esta dádiva é experimentada por meio de sua Palavra (a Bíblia) e da presença do Espírito Santo no coração e na vida daqueles que crêem nele. Quanto mais a Bíblia é lida, fica mais claro que todo o seu povo é exortado repetidamente a cantar louvores ao Deus Todo-poderoso que, embora seja transcendente, está presente, a fim de sustentar, cuidar e salvar. “Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos jubilosos e imaculados diante da sua glória, ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém”.
P.D.G.
O nome mais geral da Divindade (Gn
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NOMES DE DEUS
Nas Escrituras Sagradas Deus é chamado por vários nomes e cognomes (títulos), que seguem alistados na ordem decrescente do número de ocorrências:
1) SENHOR (hebr. JAVÉ, ???? - Gn
2) DEUS (Gn
3) SENHOR DOS EXÉRCITOS (Jr
5) SENHOR (propriamente dito - Sl
6) SANTO de ISRAEL (Is
7) ALTÍSSIMO (Gn
8) Todo-poderoso (Gn
9) Deus Vivo (Os
10) Rei (Sl 24; 1Tm
11) Rocha (Dt
12) REDENTOR (Jó
13) SALVADOR (Sl
15) O Poderoso (Gn
16) O PRIMEIRO E O ÚLTIMO (Ap
17) ETERNO DEUS (Is
18) Pastor (Gn
19) ANCIÃO DE DIAS (Dn
20) O Deus de BETEL (Gn
21) O Deus Que Vê (Gn
i. os nomes de Deus. A palavra portuguesa Deus, que tem a mesma forma na língua latina, representa alguns nomes da Bíblia, referentes ao Criador.
(a): o termo de uso mais freqüente é Elohim, que restritamente falando, é uma forma do plural, derivando-se, presumivelmente, da palavra eloah. Mas, embora seja plural, é certo que, quando se refere ao único verdadeiro Deus, o verbo da oração, de que Elohim é o sujeito, e o nome predicativo vão quase invariavelmente para o singular. As principais exceções são quando a pessoa que fala, ou aquela a quem se fala, é um pagão (Gn
(b): El, provavelmente ‘o único que é forte’, também ocorre freqüentemente. E encontra-se este nome com adições: El-Elyon, ‘o Deus Altíssimo’ (Gn
(c): Adonai, Senhor, ou Superior. Esta palavra e as duas precedentes eram empregadas quando se queria significar o Deus da Humanidade, sem especial referência ao povo de israel.
(d): Todavia, Jeová, ou mais propriamente Jahveh, o Senhor, o Ser que por Si mesmo existe, o Ser absoluto, que é sempre a Providência do Seu povo, designa Aquele que num especial sentido fez o pacto com o povo de israel.
(e): outro nome, ou antes, titulo, ‘o Santo de israel’ (is
(f): Pai. Nas primitivas religiões semíticas, este termo, enquanto aplicado aos deuses, tinha uma base natural, pois que os povos acreditavam que eram descendentes de seres divinos. Todavia, no A.T. é Deus considerado como o Pai do povo israelita, porque Ele, por atos da Sua misericórdia, o constituiu em nação (Dt
ii. A doutrina de Deus. Certas considerações nos são logo sugeridas sobre este ponto.
(a): Em nenhuma parte da Bíblia se procura provar a existência de Deus. A crença no Criador é doutrina admitida. Nunca houve qualquer dúvida a respeito da existência da Divindade, ou da raça humana em geral. Entre os argumentos que podemos lembrar para provar a existência do Criador, devem ser notados: a relação entre causa e efeito, conduzindo-nos à grande Causa Primeira – a personalidade, a mais alta forma de existência que se pode conceber, de sorte que uma Causa Primeira, que carecesse de personalidade, seria inferior a nós próprios – a idéia de beleza, de moralidade, de justiça – o desejo insaciável, inato em nós, de plena existência que nunca poderia ser satisfeita, se não houvesse Aquele Supremo Ser, Luz, Vida e Amor, para onde ir.
(b): Deus é um, e único (Dt
(c): Deus é o Criador e o Conservador de tudo (Gn
(d): Estamos, também, sabendo mais com respeito à relação de Deus para conosco, como governador e conservador de tudo. Relativamente a este assunto há duas verdades, nenhuma das quais deverá excluir a outra:
(1). Ele é transcendente, isto é, superior ao universo, ou acima dele (*veja is
(2). É igualmente importante notar que Deus é imanente, isto é, está na matéria, ou com ela. Nesta consideração, nós e todos os seres vivemos Nele (At
iii. A adoração a Deus. Se a religião é, na verdade, uma necessidade natural, o culto é sua forma visível. Porquanto, embora possamos supor a priori que nos podemos colocar na presença da Divindade sem qualquer sinal exterior, é isto, contudo, tão incompatível como a natureza humana, e tão contrário às exigências da religião, visto como esta pede a adoração a Deus com toda a nossa complexa personalidade, que não é possível admitir-se tal coisa. É certo que Jesus Cristo disse: ‘Deus é Espirito – e importa que os seus adoradores o adorem em espirito e em verdade’ (Jo
Religião Nas religiões monoteístas, uma só divindade suprema, o ser que criou o universo e todas as coisas que nele existem.
Figurado Aquilo que é alvo de veneração; ídolo.
Figurado Sujeito que está acima dos demais em conhecimento, beleza.
Religião Ente eterno e sobrenatural cuja existência se dá por si mesmo; a razão necessária e o fim de tudo aquilo que existe.
Religião Cristianismo. Designação da santíssima trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
Religião Nas religiões politeístas, mais de uma divindade superior, a divindade masculina.
Etimologia (origem da palavra deus). Do latim deus.dei.
Religião Nas religiões monoteístas, uma só divindade suprema, o ser que criou o universo e todas as coisas que nele existem.
Figurado Aquilo que é alvo de veneração; ídolo.
Figurado Sujeito que está acima dos demais em conhecimento, beleza.
Religião Ente eterno e sobrenatural cuja existência se dá por si mesmo; a razão necessária e o fim de tudo aquilo que existe.
Religião Cristianismo. Designação da santíssima trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
Religião Nas religiões politeístas, mais de uma divindade superior, a divindade masculina.
Etimologia (origem da palavra deus). Do latim deus.dei.
Dia
Claridade, luz do sol: o dia começa a despontar.
As horas em que o trabalhador tem obrigação de trabalhar: perder o dia.
Situação que caracteriza algo; circunstância: aguardemos o dia propício.
Época atual; atualidade: as notícias do dia.
Condição climática; estado da atmosfera: dia claro.
Duração de vinte e quatro horas que corresponde ao movimento de rotação da Terra sobre si mesma.
Etimologia (origem da palavra dia). Do latim dies.ei.
Claridade, luz do sol: o dia começa a despontar.
As horas em que o trabalhador tem obrigação de trabalhar: perder o dia.
Situação que caracteriza algo; circunstância: aguardemos o dia propício.
Época atual; atualidade: as notícias do dia.
Condição climática; estado da atmosfera: dia claro.
Duração de vinte e quatro horas que corresponde ao movimento de rotação da Terra sobre si mesma.
Etimologia (origem da palavra dia). Do latim dies.ei.
Claridade, luz do sol: o dia começa a despontar.
As horas em que o trabalhador tem obrigação de trabalhar: perder o dia.
Situação que caracteriza algo; circunstância: aguardemos o dia propício.
Época atual; atualidade: as notícias do dia.
Condição climática; estado da atmosfera: dia claro.
Duração de vinte e quatro horas que corresponde ao movimento de rotação da Terra sobre si mesma.
Etimologia (origem da palavra dia). Do latim dies.ei.
Claridade, luz do sol: o dia começa a despontar.
As horas em que o trabalhador tem obrigação de trabalhar: perder o dia.
Situação que caracteriza algo; circunstância: aguardemos o dia propício.
Época atual; atualidade: as notícias do dia.
Condição climática; estado da atmosfera: dia claro.
Duração de vinte e quatro horas que corresponde ao movimento de rotação da Terra sobre si mesma.
Etimologia (origem da palavra dia). Do latim dies.ei.
Referencia: LIMA, Antônio• Vida de Jesus: baseada no Espiritismo: estudo psicológico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - O Velho Testamento
[...] todo dia é também oportunidade de recomeçar, reaprender, instruir ou reerguer.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Ceifa de luz• Pelo Espírito Emmanuel• 1a ed• especial• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 22
Cada dia é oportunidade de ascensão ao melhor.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Correio fraterno• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 58
[...] cada dia é um ramo de bênçãos que o Senhor nos concede para nosso aperfeiçoamento.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
No livro da existência, cada dia é uma página em branco que confiarás ao tempo, gravada com teus atos, palavras e pensamentos.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
Cada dia é nova oportunidade de orar, de servir e semear. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
Cada dia é desafio sereno da Natureza, constrangendo-nos docemente à procura de amor e sabedoria, paz e elevação.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
Cada dia é a oportunidade desvendada à vitória pessoal, em cuja preparação falamos seguidamente de nós, perdendo-lhe o valor.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
Cada dia é um país de vinte e quatro províncias. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
Cada dia é oportunidade de realizar o melhor. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
[...] o dia que deixas passar, vazio e inútil, é, realmente, um tesouro perdido que não mais voltará.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Justiça Divina• Pelo Espírito Emmanuel• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Diante do tempo
O dia e a noite constituem, para o homem, uma folha do livro da vida. A maior parte das vezes, a criatura escreve sozinha a página diária, com a tinta dos sentimentos que lhe são próprios, nas palavras, pensamentos, intenções e atos, e no verso, isto é, na reflexão noturna, ajudamo-la a retificar as lições e acertar as experiências, quando o Senhor no-lo permite.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Os Mensageiros• Pelo Espírito André Luiz• 41a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 41
[...] Cada dia é uma página que preencherás com as próprias mãos, no aprendizado imprescindível. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Pontos e contos• Pelo Espírito Irmão X [Humberto de Campos]• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1999• - cap• 31
[...] O dia constitui o ensejo de concretizar as intenções que a matinal vigília nos sugere e que à noite balanceamos.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Renúncia• Pelo Espírito Emmanuel• 34a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - pt• 1, cap• 6
1) Período de 24 horas (Rm
v. HORAS).
2) Tempo em que a terra está clara (Rm
3) O tempo de vida (Ex
4) Tempos (Fp
Diante
locução adverbial Em, por ou para diante. Num tempo futuro: de agora em diante tudo vai ser diferente.
locução prepositiva Diante de. Localizado à frente de: colocou o livro diante do computador.
Em companhia de: falou a verdade diante do júri.
Como resultado de: diante das circunstâncias, decidiu pedir demissão.
Etimologia (origem da palavra diante). De + do latim inante.
Direita
Por Extensão Corrente política que se opõe à esquerda, aos comunistas ou socialistas.
[Política] Parlamentares que, numa assembléia, estão opostos à esquerda.
Destra; a mão direita; a mão contrária à esquerda: escreve com a direita.
O lado oposto ao esquerdo; o lado direito: andava sempre pela direita.
Futebol. A perna direita: chutava com a direita.
Etimologia (origem da palavra direita). Feminino de direito; do latim directus.a.um.
Dois
Equivalente a essa quantidade: dois carros na garagem.
Segundo dia do mês: dia um, dia dois.
Segundo elemento numa contagem, série, lista.
substantivo masculino Algarismo que representa esse número (2).
Nota dois: tirei dois no exame.
Carta do baralho, marcada com dois pontos: o dois de ouros.
Etimologia (origem da palavra dois). Do latim duos; pelo espanhol dos.
Dã
(Heb. “juiz” ou “julgamento”). O mais velho dos dois filhos que Jacó teve com Bila, serva de Raquel (Gn
Dã não é mais citado individualmente, mas a tribo que recebeu seu nome é mencionada com frequencia, a maioria das vezes de forma negativa. Quando os danitas não conseguiram ocupar a terra que receberam na partilha de Canaã, viajaram bem para o norte, derrotaram e expulsaram a população de Laís e se fixaram ali (próximos da moderna cidade de Tell Dã), onde estabeleceram um culto idólatra (Jz 18). Dã, juntamente com Betel, foi mais tarde escolhida pelo rei Jeroboão como sede de seu novo centro de adoração, para que o povo não subisse a Jerusalém (1Rs
Ao abençoar os filhos no leito de morte, Jacó disse: “Dã julgará o seu povo”. Falou também que “Dã será serpente junto ao caminho” (Gn
E.M.
1) Um dos filhos de Jacó (Gn
2) A TRIBO de Dã e o seu território (Nu 1:39). 3 Uma cidade no extremo Norte da terra de Israel (Jz
Dívidas
(latim divido, -ere, separar, dividir, distribuir, repartir)
1. Partir em determinado número de partes iguais.
2. Separar, desunir.
3. Repartir.
4. Demarcar, deparar, limitar.
5. Estabelecer divisões; separar em partes.
6. Sulcar.
7.
8. Figurado Desavir, pôr em discórdia.
9. Ramificar-se.
10.
Tomar (cada qual)
11. Separar-se em diferentes partes.
12. Figurado Discordar, divergir, dissentir.
E
Indica adição: pai e mãe extremosos.
Indica oposição: falou muito, e não disse nada.
Expressa consequência: ele não quis me ouvir e se deu mal.
Denota inclusão: trouxe meus filhos e seus amigos.
Gramática Repetida entre os membros de uma série, dá mais vivacidade à enumeração: a alta, e nobre, e musical prosa de Vieira.
Gramática Indica a variação de sentidos com que nos referimos a pessoas ou coisas do mesmo nome: há amigos e amigos, interesses e interesses.
Gramática Apresenta números compostos: mil oitocentos e vinte e dois.
Gramática Inicia frases bíblicas sem ligação imediata com frase antecedente: E era a hora terceira quando O crucificaram.
Gramática Atribui enfase na frase (sobretudo em interrogações e exclamações): e tu não sabias?
substantivo masculino A quinta letra que compõe o alfabeto e sua segunda vogal: meu nome se inicia com e.
Maneira de representar essa letra (e).
numeral [Matemática] Número e, que corresponde ao quinto número numa série.
Etimologia (origem da palavra e). Do latim et.
Indica adição: pai e mãe extremosos.
Indica oposição: falou muito, e não disse nada.
Expressa consequência: ele não quis me ouvir e se deu mal.
Denota inclusão: trouxe meus filhos e seus amigos.
Gramática Repetida entre os membros de uma série, dá mais vivacidade à enumeração: a alta, e nobre, e musical prosa de Vieira.
Gramática Indica a variação de sentidos com que nos referimos a pessoas ou coisas do mesmo nome: há amigos e amigos, interesses e interesses.
Gramática Apresenta números compostos: mil oitocentos e vinte e dois.
Gramática Inicia frases bíblicas sem ligação imediata com frase antecedente: E era a hora terceira quando O crucificaram.
Gramática Atribui enfase na frase (sobretudo em interrogações e exclamações): e tu não sabias?
substantivo masculino A quinta letra que compõe o alfabeto e sua segunda vogal: meu nome se inicia com e.
Maneira de representar essa letra (e).
numeral [Matemática] Número e, que corresponde ao quinto número numa série.
Etimologia (origem da palavra e). Do latim et.
Entra
1. Dar entrada, ingressar.
2. Penetrar.
3. Começar; principiar.
4. Invadir.
5. Desaguar, desembocar.
6. Contribuir.
7. Pagar ou apresentar a cota que lhe toca.
8. Ser contado ou incluído.
entrar em si
Considerar melhor; considerar com sangue-frio.
Erva
Botânica Planta de pastagem ou forragem em geral.
Culinária Nome comum da salsa, da cebolinha, do coentro, do manjericão e do alecrim, usados como temperos na culinária.
[Popular] Designação comum dada ao dinheiro.
[Gíria] Nome comum de maconha.
expressão Erva daninha. Planta tóxica de pastagem.
Erva daninha. Figurado. Pessoa ou coisa que prejudica.
Etimologia (origem da palavra erva). Do latim herba.ae.
Esmola
J. Driver, o. c.; ERE, III, pp. 380-391; C. Vidal Manzanares, El Primer Evangelio...
Referencia: AGUAROD, Angel• Grandes e pequenos problemas• Obra ditada a Angel Aguarod pelo seu Guia Espiritual• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 7
Esmola, para nós, é coisa que se dá, como, p. ex., dinheiro, comida, remédio, vestimenta, etc. [...].
Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• As leis morais: segundo a filosofia espírita• 12a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Esmola e caridade
A esmola é lágrima de Cristo caída na ferida do desgraçado. Orvalho que rocia a dor, como o orvalho da manhã rocia a flor ressequida na época estival.
Referencia: LACERDA, Fernando de• Do país da luz• Por diversos Espíritos• Rio de Janeiro: FEB, 2003• 4 v•: v• 1, 8a ed•; v• 2, 7a ed•; v• 3, 6a ed•; v• 4, 5a ed• - v• 1, cap• 17
A esmola, filha da caridade, é a pedra de toque por onde se pode aferir o grau do sentimento de qualquer personalidade. [...]
Referencia: LACERDA, Fernando de• Do país da luz• Por diversos Espíritos• Rio de Janeiro: FEB, 2003• 4 v•: v• 1, 8a ed•; v• 2, 7a ed•; v• 3, 6a ed•; v• 4, 5a ed• - v• 1, cap• 17
É a misericórdia que atua por mera compaixão. É emergencial. Ela humilha e degrada [...].
Referencia: LOBO, Ney• Estudos de filosofia social espírita• Rio de Janeiro: FEB, 1992• -
Segundo o espírito, no pensamento de Jesus, essa palavra esmola, que entre vós tem um sentido humilhante, significa caridade material e caridade moral.
Referencia: ROUSTAING, J•B• (Coord•)• Os quatro evangelhos: Espiritismo cristão ou revelação da revelação• Pelos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés• Trad• de Guillon Ribeiro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1988• 4 v• - v• 1
[...] A esmola, filha da beneficência, é o precioso grão de trigo na vasta despensa da caridade [...].
Referencia: VIEIRA, Waldo• De coração para coração• Pelo Espírito Maria Celeste• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - cap• 23
A esmola é gota de orvalho que verte do firmamento da alma, mas o trabalho é a fonte das águas vivas que amassa o pão de todos e faz a alegria de cada um.
Referencia: VIEIRA, Waldo• De coração para coração• Pelo Espírito Maria Celeste• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - cap• 23
No mecanismo de relações comuns, o pedido de uma providência material tem seu sentido e a sua utilidade oportuna, como resultante da lei de equilíbrio que preside o movimento das trocas no organismo da vida. A esmola material, porém, é índice da ausência de espiritualização nas características sociais que a fomentam. Ninguém, decerto, poderá reprovar o ato de pedir e, muito menos, deixará de louvar a iniciativa de quem dá a esmola material; todavia, é oportuno considerar que, à medida que o homem se cristianiza, iluminando as suas energias interiores, mais se afasta da condição de E E Epedinte para alcançar a condição elevada do mérito, pelas expressões sadias do seu trabalho. Quem se esforça, nos bastidores da consciência retilínea, dignifica-se e enriquece o quadro de seus valores individuais. E o cristão sincero, depois de conquistar os elementos da educação evangélica, não necessita materializar a idéia da rogativa da esmola material, compreendendo que, esperando ou sofrendo, agindo ou lutando, nos esforços da ação e do bem, há de receber, sempre, de acordo com as suas obras e de conformidade com a promessa do Cristo.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• O Consolador• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - q• 256
Esquerda
[Política] Conjunto de pessoas ou de organizações políticas com ideologias socialistas ou comunistas.
[Política] Ideologia política que se opõe ao capitalismo ou aos regimes de direita, tradicionais e conservadores.
[Política] Reunião dos parlamentares que têm ideias progressistas e avançadas e que, normalmente, se sentam à esquerda do presidente.
Designação da mão esquerda; sinistra: é canhoto e escreve com a esquerda.
Futebol. Perna esquerda, em oposição à direita: chuta com a esquerda.
Etimologia (origem da palavra esquerda). Feminino de esquerdo.
Esquinas
1. Ângulo saliente formado por duas superfícies.
2. Cunhal.
3. Canto exterior.
4. Ângulo de rua.
5. Botânica Planta esmilácea, esquineza.
(esquina + -ar)
1. Cortar em ângulo. = FACETAR
2. Pôr obliquamente.
3. Dar forma de esquina a.
4. [Popular] Fugir, esgueirar-se.
5. Embriagar-se um pouco.
Estatura
Figurado Capacidade que decorre de algum conhecimento; competência, dignidade: não tem estatura para o cargo.
Etimologia (origem da palavra estatura). Do latim statura.ae.
1) Altura de uma pessoa (Lc
2) Estado de completo desenvolvimento; maturidade (Fp
Facas
(origem duvidosa)
1. Instrumento cortante, formado de uma lâmina e de um cabo.
2. [Gíria] Grande bisturi de lâmina encabada e de um ou dois gumes.
3.
Botânica
de cortar à faca
Que é pesado ou constrangedor (ex.: ambiente de cortar à faca).
entrar na faca
[Brasil, Informal]
faca de dois gumes
Situação que pode ter um lado positivo e um lado negativo, ou vantagens e desvantagens.
faca de fouce
Faca de mato de ponta recurvada.
=
AGOMIA
faca de rasto
Grande faca com que se abre caminho no mato.
faca inglesa
[Carpintaria]
Ferramenta de carpinteiro, com pegas ou punhos laterais, usada para trabalhar e alisar peças ou superfícies curvas.
=
CORTA-CHEFE, CORTECHÉ, RASTILHA
ir à faca
[Portugal, Informal]
ter a faca e o queijo na mão
Ter amplos poderes ou ter todos os meios para agir.
(talvez do espanhol antigo haca, hoje espanhol jaca, cavalo, égua)
Cavalgadura de porte regular, mansa e elegante.
=
Faz
(latim facio, -ere)
1. Dar existência, ser autor de (ex.: fez uma obra notável). = CRIAR, OBRAR, PRODUZIR
2. Dar ou tomar determinada forma (ex.: façam uma fila). = FORMAR
3.
Realizar determinada
4. Agir com determinados resultados (ex.: fazer um erro; fazer um favor).
5. Fabricar (ex.: fizera um produto inovador).
6. Compor (ex.: fazer versos).
7. Construir (ex.: a construtora está a fazer uma urbanização).
8.
Praticar (ex.: ele faz
9. Ser causa de (ex.: esta imagem faz impressão). = CAUSAR, ORIGINAR, MOTIVAR, PRODUZIR, PROVOCAR
10. Obrigar a (ex.: fizeste-me voltar atrás).
11. Desempenhar um papel (ex.: fiz uma personagem de época; vai fazer de mau na novela). = REPRESENTAR
12. Ultimar, concluir.
13. Atingir determinado tempo ou determinada quantidade (ex.: a empresa já fez 20 anos; acrescentou uma maçã para fazer dois quilos). = COMPLETAR
14. Arranjar ou cuidar de (ex.: fazer a barba; fazer as unhas).
15. Tentar (ex.: faço por resolver os problemas que aparecem).
16. Tentar passar por (ex.: não se façam de parvos). = APARENTAR, FINGIR, SIMULAR
17. Atribuir uma imagem ou qualidade a (ex.: ele fazia da irmã uma santa).
18. Mudar para (ex.: as dificuldades fizeram-nos mais criativos ). = TORNAR
19.
Trabalhar em determinada
20. Conseguir, alcançar (ex.: fez a pontuação máxima).
21. Cobrir determinada distância (ex.: fazia 50 km por dia). = PERCORRER
22. Ter como lucro (ex.: nunca fizemos mais de 15000 por ano). = GANHAR
23. Ser igual a (ex.: cem litros fazem um hectolitro). = EQUIVALER
24. Exercer as funções de (ex.: a cabeleireira faz também de manicure). = SERVIR
25. Dar um uso ou destino (ex.: fez da camisola um pano do chão).
26. Haver determinada condição atmosférica (ex.: a partir de amanhã, vai fazer frio). [Verbo impessoal]
27.
Seguido de certos
28. Passar a ser (ex.: este rapaz fez-se um homem). = TORNAR-SE, TRANSFORMAR-SE
29. Seguir a carreira de (ex.: fez-se advogada).
30. Desenvolver qualidades (ex.: ele fez-se e estamos orgulhosos).
31. Pretender passar por (ex.: fazer-se difícil; fazer-se de vítima). = FINGIR-SE, INCULCAR-SE
32. Julgar-se (ex.: eles são medíocres, mas fazem-se importantes).
33. Adaptar-se a (ex.: fizemo-nos aos novos hábitos). = ACOSTUMAR-SE, AFAZER-SE, HABITUAR-SE
34. Tentar conseguir (ex.: estou a fazer-me a um almoço grátis).
35. Cortejar (ex.: anda a fazer-se ao colega).
36. Iniciar um percurso em (ex.: vou fazer-me à estrada).
37. Levar alguém a perceber ou sentir algo (ex.: fazer-se compreender, fazer-se ouvir).
38. Haver determinada circunstância (ex.: já se fez noite).
39. Ter lugar (ex.: a entrega faz-se das 9h às 21h). = ACONTECER, OCORRER
40.
Obra, trabalho,
fazer das suas
Realizar disparates ou traquinices.
fazer por onde
Procurar a maneira de conseguir ou de realizar algo.
=
TENTAR
Dar motivos para algo.
fazer que
Fingir, simular (ex.: fez que chorava, mas depois sorriu).
não fazer mal
Não ter importância; não ser grave.
tanto faz
Expressão usada para indicar indiferença; pouco importa.
Fazer
Construir ou produzir algo através da ordenação de seus elementos constituintes: fazer pão, um prédio, uma escola etc.
Elaborar alguma coisa através da utilização de variados elementos: faziam roupas.
Realizar ou pôr em prática algum ato reprovável: fazia muitas bobagens.
Alcançar certa idade: Pedro fará 30 anos amanhã.
Dar forma ou vida a; criar: faziam novos vestidos para a coleção.
Livrar-se dos dejetos orgânicos: fazer cocô.
Demandar esforços para conseguir alguma coisa; esforçar.
Ter passado determinado tempo: faz dois meses que ele se foi.
Indicar o tempo atmosférico: hoje faz muito calor.
Ter o peso idêntico a; equivaler: dez e dez faz vinte.
Realizar certo trabalho; ter como ocupação: fez sua faculdade em São Paulo.
Passar por determinado trajeto; percorrer: fazer 20 Km de bicicleta.
Realizar certo esporte ou ação esportiva: fazer academia.
Gramática Possuir como terminação; ter como forma flexionada: troféu faz troféus.
Dispor de determinada maneira; arrumar: é preciso fazer a cama.
Modificar a aparência para melhor: fazer o cabelo.
Ter como constituição; constituir: estampa que faz um vestido horrível.
verbo transitivo indireto Ser utilizado de determinada maneira: na escola, a professora fez de diretora.
verbo pronominal [Informal] Comportar-se de maneira livre; agir de acordo com seus princípios: o camelô se fez com muito trabalho.
Insistir durante certo período; reinar: fez-se barulho no salão de festas.
Quebrar ou ficar em partes menores: a garrafa fez-se em cacos.
verbo transitivo direto e bitransitivo Preparar ou organizar com antecipação, tendo em conta certo propósito, utilização ou finalidade: fazia as refeições para os alunos.
Gerar ou fazer nascer: alguns animais fazem filhotes.
Instituir algo através da promulgação de um acordo: fazer um tratado de lei.
Criar intelectualmente; compor: fazer uma melodia; o poeta lhe fez uma poesia.
Dar seguimento a; executar: fazer caridade; faça-me a bondade de ficar em silêncio.
Ser a razão de algo; provocar: os amigos lhe fizeram muito mal.
Passar os seus pertences para outra pessoa ou para uma organização; doar.
Expressar-se através de gestos ou comportamentos: fazer que sim com o pescoço.
Demonstrar por meio de palavras: fez um ótimo texto.
Realizar determinada ação: fez uma dança em torno de si próprio.
Ter determinada ocupação: ele fica o dia inteiro sem fazer nada.
verbo transitivo indireto predicativo e intransitivo Agir de determinada forma; comportar-se: faça o que tiver de fazer.
verbo transitivo direto e pronominal Atribuir determinado aspecto a; fingir: faz-se de coitado.
verbo transitivo direto e transitivo direto predicativo Ser o motivo de que uma pessoa fique de certa maneira: o vício fez o morto; o conhecimento fez o professor.
verbo transitivo direto predicativo e transitivo indireto predicativo Mudar a essência de: queria fazer do filho um médico.
verbo bitransitivo Avaliar ou determinar o valor de: faço este vestido por 10 reais.
Utilizar algo de determinada maneira: fazia da inteligência o seu maior trunfo.
Etimologia (origem da palavra fazer). Do latim facere.
Feita
Data, ocasião, vez.
Gramática Usado na locução adverbial dessa, desta ou daquela feita: desta feita não escapou.
Ferrugem
Botânica Doença criptogâmica do melão e do pepino que se traduz por manchas vermelhas ou negras nos frutos, que logo apodrecem.
Nome dado a diversas doenças das gramíneas: ferrugem do trigo.
1) Camada de óxido que se forma sobre a superfície do ferro e de outros metais (Mt
2) Doença que ataca especialmente o trigo (1Rs
Forno
Obra análoga mas aberta por cima, para fabricar louça, cal, tijolos etc.
Compartimento de fogão onde se cozem ou assam quaisquer iguarias.
Figurado Lugar muito quente: esta sala é um forno.
[Brasil] Espécie de tacho para torrar mandioca ou milho.
Forno elétrico, forno muito empregado em metalurgia, no qual o calor é fornecido pelo arco elétrico ou por uma resistência percorrida por uma corrente intensa.
Forno solar, espelho côncavo de grande diâmetro, que concentra os raios solares em seu foco, produzindo uma temperatura muito elevada.
Baixo forno.
verbo BAIXO-FORNO.
Alto forno.
verbo ALTO-FORNO.
Forno de microondas, aquele no qual a radiação de ondas eletromagnéticas de hiperfrequência permite um cozimento, reaquecimento ou descongelamento de alimentos muito rápidos.
Fé
Maneira através da qual são organizadas as crenças religiosas; religião.
Excesso de confiança depositado em: uma pessoa merecedora de fé; crédito.
Religião A primeira das três virtudes próprias da teologia: fé, esperança e caridade.
Comprovação de uma situação; afirmação: sua opinião demonstrava sua fé.
Acordo firmado através de palavras em que se deve manter o compromisso feito: quebrou a fé que tinha à chefe.
[Jurídico] Crédito atribuído a um documento, através do qual se firma um acordo, ocasionando com isso a sua própria veracidade.
Etimologia (origem da palavra fé). Do latim fides.
Maneira através da qual são organizadas as crenças religiosas; religião.
Excesso de confiança depositado em: uma pessoa merecedora de fé; crédito.
Religião A primeira das três virtudes próprias da teologia: fé, esperança e caridade.
Comprovação de uma situação; afirmação: sua opinião demonstrava sua fé.
Acordo firmado através de palavras em que se deve manter o compromisso feito: quebrou a fé que tinha à chefe.
[Jurídico] Crédito atribuído a um documento, através do qual se firma um acordo, ocasionando com isso a sua própria veracidade.
Etimologia (origem da palavra fé). Do latim fides.
17) – a sua sede é no coração, e não meramente na cabeça – é uma profunda convicção de que são verdadeiras as promessas de Deus em Cristo, por uma inteira confiança Nele – e deste modo a fé é uma fonte natural e certa de obras, porque se trata de uma fé viva, uma fé que atua pelo amor (Gl
Referencia: KARDEC, Allan• Instruções de Allan Kardec ao Movimento Espírita• Org• por Evandro Noleto Bezerra• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 25
[...] A fé é o remédio seguro do sofrimento; mostra sempre os horizontes do Infinito diante dos quais se esvaem os poucos dias brumosos do presente. [...]
Referencia: KARDEC, Allan• O Evangelho segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 3a ed• francesa rev•, corrig• e modif• pelo autor em 1866• 124a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 5, it• 19
[...] confiança que se tem na realização de uma coisa, a certeza de atingir determinado fim. [...]
Referencia: KARDEC, Allan• O Evangelho segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 3a ed• francesa rev•, corrig• e modif• pelo autor em 1866• 124a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 19, it• 3
Do ponto de vista religioso, a fé consiste na crença em dogmas especiais, que constituem as diferentes religiões. Todas elas têm seus artigos de fé. Sob esse aspecto, pode a fé ser raciocinada ou cega. Nada examinando, a fé cega aceita, sem verificação, assim o verdadeiro como o falso, e a cada passo se choca com a evidência e a razão. Levada ao excesso, produz o fanatismo. Em assentando no erro, cedo ou tarde desmorona; somente a fé que se baseia na verdade garante o futuro, porque nada tem a temer do progresso das luzes, dado que o que é verdadeiro na obscuridade, também o é à luz meridiana. [...]
Referencia: KARDEC, Allan• O Evangelho segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 3a ed• francesa rev•, corrig• e modif• pelo autor em 1866• 124a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 19, it• 6
[...] Fé inabalável só o é a que pode encarar de frente a razão, em todas as épocas da Humanidade.
Referencia: KARDEC, Allan• O Evangelho segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 3a ed• francesa rev•, corrig• e modif• pelo autor em 1866• 124a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 19, it• 7
Inspiração divina, a fé desperta todos os instintos nobres que encaminham o homem para o bem. É a base da regeneração. [...]
Referencia: KARDEC, Allan• O Evangelho segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 3a ed• francesa rev•, corrig• e modif• pelo autor em 1866• 124a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 19, it• 11
No homem, a fé é o sentimento inato de seus destinos futuros; é a consciência que ele tem das faculdades imensas depositadas em gérmen no seu íntimo, a princípio em estado latente, e que lhe cumpre fazer que desabrochem e cresçam pela ação da sua vontade.
Referencia: KARDEC, Allan• O Evangelho segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 3a ed• francesa rev•, corrig• e modif• pelo autor em 1866• 124a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 19, it• 12
[...] É uma vivência psíquica complexa, oriunda das camadas profundas do inconsciente, geralmente de feição constitucional, inata, por se tratar mais de um traço de temperamento do que do caráter do indivíduo. No dizer de J. J. Benítez, as pessoas que têm fé fazem parte do pelotão de choque, a vanguarda dos movimentos espiritualistas. Nas fases iniciais ela é de um valor inestimável, mas à medida que a personalidade atinge estados mais diferenciados de consciência, pode ser dispensável, pois a pessoa não apenas crê, mas sabe. [...] Do ponto de vista psicológico, a vivência da fé pode ser considerada mista, pois engloba tanto aspectos cognitivos quanto afetivos. Faz parte mais do temperamento do que do caráter do indivíduo. Por isso é impossível de ser transmitida por meios intelectuais, tal como a persuasão raciocinada. Pode ser induzida pela sugestão, apelo emocional ou experiências excepcionais, bem como pela interação com pessoas individuadas.[...]
Referencia: BALDUINO, Leopoldo• Psiquiatria e mediunismo• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1995• - cap• 1
No sentido comum, corresponde à confiança em si mesmo [...]. Dá-se, igualmente, o nome de fé à crença nos dogmas desta ou daquela religião, caso em que recebe adjetivação específica: fé judaica, fé budista, fé católica, etc. [...] Existe, por fim, uma fé pura, não sectária, que se traduz por uma segurança absoluta no Amor, na Justiça e na Misericórdia de Deus.
Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• Páginas de Espiritismo cristão• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1993• - cap• 11
A futura fé que já emerge dentre as sombras não será, nem católica, nem protestante; será a crença universal das almas, a que reina em todas as sociedades adiantadas do espaço, e mediante a qual cessará o antagonismo que separa a Ciência atual da Religião. Porque, com ela, a Ciência tornar-se-á religiosa e a Religião se há de tornar científica.
Referencia: DENIS, Léon• Cristianismo e Espiritismo: provas experimentais da sobrevivência• Trad• de Leopoldo Cirne• 14a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Introd•
A fé é a confiança da criatura em seus destinos, é o sentimento que a eleva à infinita potestade, é a certeza de estar no caminho que vai ter à verdade. A fé cega é como farol cujo vermelho clarão não pode traspassar o nevoeiro; a fé esclarecida é foco elétrico que ilumina com brilhante luz a estrada a percorrer.
Referencia: DENIS, Léon• Depois da morte: exposição da Doutrina dos Espíritos• Trad• de João Lourenço de Souza• 25a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 5, cap• 44
A fé é uma necessidade espiritual da qual não pode o espírito humano prescindir. [...] Alimento sutil, a fé é o tesouro de inapreciado valor que caracteriza os homens nobres a serviço da coletividade.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Lampadário espírita• Pelo Espírito Joanna de Ângelis• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 3
Nesse labor, a fé religiosa exerce sobre ele [o Espírito] uma preponderância que lhe define os rumos existenciais, lâmpada acesa que brilha à frente, apontando os rumos infinitos que lhe cumpre [ao Espírito] percorrer. [...] Respeitável, portanto, toda expressão de fé dignificadora em qualquer campo do comportamento humano. No que tange ao espiritual, o apoio religioso à vida futura, à justiça de Deus, ao amor indiscriminado e atuante, à renovação moral para melhor, é de relevante importância para a felicidade do homem.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Loucura e obsessão• Pelo Espírito Manoel P• de Miranda• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2003• - cap• 25
O melhor tônico para a alma, nas suas múltiplas e complexas atividades afetivas e mentais, é a fé; não a fé passiva, automática, dogmática, mas a fé ativa, refletida, intelectualizada, radicada no coração, mas florescendo em nossa inteligência, em face de uma consciência esclarecida e independente [...].
Referencia: FREIRE, Antônio J• Ciência e Espiritismo: da sabedoria antiga à época contemporânea• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Carta a um materialista
Essa luz, de inextinguível fulgor, é a fé, a certeza na imortalidade da alma, e a presunção, ou a certeza dos meios de que a Humanidade tem de que servir-se, para conseguir, na sua situação futura, mais apetecível e melhor lugar.
Referencia: LACERDA, Fernando de• Do país da luz• Por diversos Espíritos• Rio de Janeiro: FEB, 2003• 4 v•: v• 1, 8a ed•; v• 2, 7a ed•; v• 3, 6a ed•; v• 4, 5a ed• - v• 2, cap• 23
A fé é, pois, o caminho da justificação, ou seja, da salvação. [...]
Referencia: MIRANDA, Hermínio C• As marcas do Cristo• Rio de Janeiro: FEB, 1979• 2 v• - v• 1, cap• 5
[...] é a garantia do que se espera; a prova das realidades invisíveis. Pela fé, sabemos que o universo foi criado pela palavra de Deus, de maneira que o que se vê resultasse daquilo que não se vê.
Referencia: MIRANDA, Hermínio C• Diálogo com as sombras: teoria e prática da doutrinação• 20a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 2
A fé é divina claridade da certeza.
Referencia: PERALVA, Martins• Mediunidade e evolução• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1987• - cap• 16
A fé é alimento espiritual que, fortalecendo a alma, põe-na em condições de suportar os embates da existência, de modo a superá-los convenientemente. A fé é mãe extremosa da prece.
Referencia: PERALVA, Martins• O pensamento de Emmanuel• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1994• - cap• 35
[...] A fé constitui a vossa égide; abrigai-vos nela e caminhai desassombradamente. Contra esse escudo virão embotar-se todos os dardos que vos lançam a inveja e a calúnia. [...]
Referencia: ROUSTAING, J•B• (Coord•)• Os quatro evangelhos: Espiritismo cristão ou revelação da revelação• Pelos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés• Trad• de Guillon Ribeiro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1988• 4 v• - v• 1
A fé e a esperança não são flores destinadas a enfeitar, com exclusividade, os altares do triunfo, senão também poderosas alavancas para o nosso reerguimento, quando se faz preciso abandonar os vales de sombra, para nova escalada aos píncaros da luz.
Referencia: SANT’ANNA, Hernani T• Correio entre dois mundos• Diversos Espíritos• Rio de Janeiro: FEB, 1990• - Ainda assim
Razão, pois, tinha Jesus para dizer: “Tua fé te salvou”. Compreende-se que a fé a que Ele se referia não é uma virtude mística, qual a entendem muitas pessoas, mas uma verdadeira força atrativa, de sorte que aquele que não a possui opõe à corrente fluídica uma força repulsiva, ou, pelo menos, uma força de inércia, que paralisa a ação. [...]
Referencia: SANT’ANNA, Hernani T• Notações de um aprendiz• Rio de Janeiro: FEB, 1991• - cap• 5
Mas a fé traduz também o poder que supera nossas próprias forças físicas e mentais, exteriores e interiores, poder que nos envolve e transforma de maneira extraordinária, fazendo-nos render a ele. A fé em Deus, no Cristo e nas forças espirituais que deles emanam pode conduzir-nos a uma condição interior, a um estado de espírito capaz de superar a tudo, a todos os obstáculos, sofrimentos e aparentes impossibilidades.
Referencia: SOUZA, Juvanir Borges de• Tempo de renovação• Prefácio de Lauro S• Thiago• Rio de Janeiro: FEB, 1989• - cap• 14
A fé no futuro, a que se referem os 1nstrutores Espirituais da Terceira Revelação, deixa de ser apenas esperança vaga para se tornar certeza plena adquirida pelo conhecimento das realidades eternas. [...]
Referencia: SOUZA, Juvanir Borges de• Tempo de transição• Prefácio de Francisco Thiesen• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1990• - cap• 28
A fé significa um prêmio da experiência.
Referencia: VIEIRA, Waldo• Conduta Espírita• Pelo Espírito André Luiz• 29a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 13
Quem não entende não crê, embora aceite como verdade este ou aquele princípio, esta ou aquela doutrina. A fé é filha da convicção.
Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• Nas pegadas do Mestre: folhas esparsas dedicadas aos que têm fome e sede de justiça• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Res, non verba
[...] constitui o alicerce de todo trabalho, tanto quanto o plano é o início de qualquer construção. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Contos desta e doutra vida• Pelo Espírito Irmão X [Humberto de Campos]• 1a ed• especial• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 8
Curiosidade é caminho, / Mas a fé que permanece / É construção luminosa / Que só o trabalho oferece.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Correio fraterno• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 44
[...] A fé está entre o trabalho e a oração. Trabalhar é orar.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
[...] é emanação divina que o espírito auxilia e absorve.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
A fé é a caridade imaterial, porque a caridade que se concretiza é sempre o raio mirífico projetado pela fé.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
A fé continuará como patrimônio dos corações que foram tocados pela graça do sofrimento. Tesouro da imortalidade, seria o ideal da felicidade humana, se todos os homens a conquistassem ainda mesmo quando nos desertos mais tristes da terra.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
A fé não desabrocha no mundo, é dádiva de Deus aos que a buscam. Simboliza a união da alma com o que é divino, a aliança do coração com a divindade do Senhor.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
A fé, na essência, é aquele embrião de mostarda do ensinamento de Jesus que, em pleno crescimento, através da elevação pelo trabalho incessante, se converte no Reino Divino, onde a alma do crente passa a viver.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Fonte viva• Pelo Espírito Emmanuel• 33a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 39
Fé representa visão.Visão é conhecimento e capacidade deauxiliar.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Fonte viva• Pelo Espírito Emmanuel• 33a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 69
[...] A fé representa a força que sustenta o espírito na vanguarda do combate pela vitória da luz divina e do amor universal. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• No mundo maior• Pelo Espírito André Luiz• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2005• - cap• 9
Ter fé é guardar no coração a luminosa certeza em Deus, certeza que ultrapassou o âmbito da crença religiosa, fazendo o coração repousar numa energia constante de realização divina da personalidade.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• O Consolador• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - q• 354
A fé sincera é ginástica do Espírito. Quem não a exercitar de algum modo, na Terra, preferindo deliberadamente a negação injustificável, encontrar-se-á mais tarde sem movimento. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Os Mensageiros• Pelo Espírito André Luiz• 41a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 22
A fé é a força potente / Que desponta na alma crente, / Elevando-a aos altos Céus: / Ela é chama abrasadora, / Reluzente, redentora, / Que nos eleva até Deus. / [...] A fé é um clarão divino, / refulgente, peregrino, / Que irrompe, trazendo a luz [...].
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Parnaso de Além-túmulo: poesias mediúnicas• Por diversos Espíritos• 17a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - Supremacia da caridade
É força que nasce com a própria alma, certeza instintiva na Sabedoria de Deus que é a sabedoria da própria vida. Palpita em todos os seres, vibra em todas as coisas. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Pensamento e vida• Pelo Espírito Emmanuel• 16a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 6
A fé é o guia sublime que, desde agora, nos faz pressentir a glória do grande futuro, com a nossa união vitoriosa para o trabalho de sempre.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Relicário de luz• Autores diversos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Em plena renovação
A sublime virtude é construção do mundo interior, em cujo desdobramento cada aprendiz funciona como orientador, engenheiro e operário de si mesmo.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Vinha de luz• Pelo Espírito Emmanuel• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 40
[...] a fé representa escudo bastante forte para conservar o coração imune das trevas.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Vinha de luz• Pelo Espírito Emmanuel• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 141
Em Doutrina Espírita, fé representa dever de raciocinar com responsabilidade de viver.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• O Espírito da Verdade: estudos e dissertações em torno de O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec• Por diversos Espíritos• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - cap• 29
1) Confiança em Deus e em Cristo e na sua Palavra (Mt
2) Confiança na obra salvadora de Cristo e aceitação dos seus benefícios (Rm
v. CONVERSÃO).
3) A doutrina revelada por Deus (Tt
Para o ensinamento de Jesus — e posteriormente dos apóstolos —, o termo é de uma importância radical, porque em torno dele gira toda a sua visão da salvação humana: crer é receber a vida eterna e passar da morte para a vida (Jo
A. Cole, o. c.; K. Barth, o. c.; f. f. Bruce, La epístola..., El, II, pp. 474ss.; Hughes, o. c., pp. 204ss.; Wensinck, Creed, pp. 125 e 131ss.
Maneira através da qual são organizadas as crenças religiosas; religião.
Excesso de confiança depositado em: uma pessoa merecedora de fé; crédito.
Religião A primeira das três virtudes próprias da teologia: fé, esperança e caridade.
Comprovação de uma situação; afirmação: sua opinião demonstrava sua fé.
Acordo firmado através de palavras em que se deve manter o compromisso feito: quebrou a fé que tinha à chefe.
[Jurídico] Crédito atribuído a um documento, através do qual se firma um acordo, ocasionando com isso a sua própria veracidade.
Etimologia (origem da palavra fé). Do latim fides.
Galardão
Homenagem ou glória; em que há premiação: o prêmio foi o galardão de sua carreira.
Etimologia (origem da palavra galardão). De origem questionável.
Gentios
É inegável que Jesus — possivelmente por considerar-se o servo de YHVH — contemplou a entrada dos gentios no Reino (Mt
m. Gourgues, El Evangelio a los paganos, Estella 21992; J. Jeremias, La promesa de Jesús a los paganos, Madri 1974; C. Vidal Manzanares, El judeo-cristianismo...
Referencia: ROUSTAING, J•B• (Coord•)• Os quatro evangelhos: Espiritismo cristão ou revelação da revelação• Pelos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés• Trad• de Guillon Ribeiro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1988• 4 v• - v• 2
Os gentios, de quem aqui se fala como tendo vindo para adorar o dia da festa, eram estrangeiros recém-convertidos ao Judaísmo. Chamavam-lhes gentios por serem ainda tidos como infiéis, idólatras. Mesmo passados séculos, os convertidos eram considerados abaixo dos legítimos filhos de Israel, que não percebiam haver mais mérito em fazer a escolha do bem, do que em adotá-lo inconscientemente.
Referencia: ROUSTAING, J•B• (Coord•)• Os quatro evangelhos: Espiritismo cristão ou revelação da revelação• Pelos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés• Trad• de Guillon Ribeiro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1988• 4 v• - v• 4
Religião Quem não professa o cristianismo, a religião cristã; pagão, idólatra.
Pessoa incivilizada; selvagem: os gentios vivem isolados da sociedade.
adjetivo Que não é cristão; próprio dos pagãos: rituais gentios.
Que não é civilizado; selvagem: comportamentos gentios.
Etimologia (origem da palavra gentios). Plural de gentio, do latim genitivu "nativo".
Este conceito aparece freqüentemente na Bíblia. No AT, é muitas vezes traduzido como “gentio” e significa simplesmente “pagão”, “povo” ou “nação”. Também é a maneira de referir-se a todos os que não são israelitas e, assim, torna-se um termo que designa “os de fora”. No AT, as relações com os gentios às vezes eram hostis (de acordo com os residentes em Canaã: Ex
No NT, o conceito também tem uma ampla utilização. Em muitos casos, o termo traduzido como “gentio” pode também ser compreendido como “nação”. Em geral, este vocábulo refere-se aos não israelitas, da mesma maneira que no A.T. Às vezes refere-se a uma região que não faz parte de Israel (Mt
Além disso, como um termo de contraste, é usado de maneira positiva, para mostrar a abrangência do Evangelho, que claramente inclui todas as nações (Mt
Cornélio é uma figura que ilustra o relacionamento dos gentios com Deus (At
Glória
95) Pela glória empreende o homem voluntariamente as coisas mais dificultosas; a esperança de alcançá-la o impele a arrostar os maiores perigos. Pela honra se empreendem 68 Isto parece demais: generosidade assim excederia à própria caridade cristã. O que está no uso corrente é que generoso é antônimo de somítico ou mesquinho, avarento, sovina: generosidade é a nobre qualidade de ser franco em distribuir com os outros os bens que estão a nosso alcance. O homem generoso não faz questão de ninharias; remunera largamente os que lhe prestam algum serviço; atende aos que precisam de sua solicitude, fortuna ou valimento; põe-se ao lado dos pequenos, ampara os desvalidos. 414 Rocha Pombo coisas não menos dificultosas, nem menos arriscadas; quão diferente é, no entanto, o objeto em cada uma destas paixões! A primeira é nobre e desinteressada, e obra para o bem público; a segunda é cobiçosa e egoísta, só por si e para si obra. Aquela é a glória verdadeira que faz os heróis; esta é a vã glória, ou glória falsa que instiga os ambiciosos; sua verdadeira pintura foi traçada por mão de mestre nesta estância dos Lusíadas: Dura inquietação d’alma e da vida, Fonte de desamparos e adulterios, Sagaz consumidora conhecida De fazendas, de reinos e de imperios; Chamam-te ilustre, chamam-te subida, Sendo digna de infames vituperios; Chamam-te fama e gloria soberana, Nomes com que se o povo necio engana! (Lus., IV,
96) A honra pomposa e triunfal, que recebeu em Goa d. João de Castro depois da heroica defesa de Diu, deixaria mui obscurecida sua glória se ele não nos legara, no momento tremendo de ir dar contas ao Criador, aquelas memoráveis palavras, que são a medida de seu desinteresse e o exemplo de verdadeira glória nunca depois imitado: “Não terei, senhores, pejo de vos dizer que ao Viso-Rei da Índia faltam nesta doença as comodidades, que acha nos hospitais o mais pobre soldado. Vim a servir, não vim a comerciar ao Oriente; a vós mesmos quis empenhar os ossos de meu filho, e empenhei os cabelos da barba, porque para vos assegurar, não tinha outras tapeçarias nem baixelas. Hoje não houve nesta casa dinheiro com que se me comprasse uma galinha; porque, nas armadas que fiz, primeiro comiam os soldados os salários do Governador que os soldos de seu Rei; e não é de espantar que esteja pobre um pai de tantos filhos”. (Vida de d. João de Castro, 1. IV.) Considerada a palavra honra como representando a boa opinião e fama adquirida pelo mérito e virtude, diferença-se ainda da glória em que ela obriga ao homem a fazer sem repugnância e de bom grado tudo quanto pode exigir o mais imperioso dever. Podemos ser indiferentes à glória, porém de modo nenhum à honra. O desejo de adquirir glória arrasta muitas vezes o soldado até à temeridade; a honra o contém não poucas nos limites de sua obrigação. Pode a glória mal-entendida aconselhar empresas loucas e danosas; a honra, sempre refletida, não conhece outra estrada senão a do dever e da virtude. – Celebridade é “a fama que tem já a sanção do tempo; a fama ruidosa e universal”; podendo, como a simples fama, ser tomada a boa ou má parte: tanto se diz – a celebridade de um poeta, como – a celebridade de um bandido. – Fama é “a reputação em que alguém é tido geralmente”. Inclui ideia de atualidade, e pode ser também boa ou má, mesmo quando empregada sem restritivo. Advogado de fama (= de nomeada, de bom nome). Não lhe invejo a fama (= má fama, fama equívoca). – Renome é “a boa fama, a grande reputação que se conquistou por ações ou virtudes”; é a qualidade de “ser notável, de ter o nome repetido geralmente e com acatamento”. – Nomeada é “fama ligeira, que dura pouco, e nem sai de um pequeno círculo”. Tanta nomeada para acabar tão triste... Fugaz nomeada... – Reputação é menos que fama, é mais que nomeada; é “a conta em que alguém é tido no meio em que vive. Pode ser boa ou má, falsa ou duvidosa”. – Crédito é como se disséssemos “a qualidade que dá ideia do valor, do bom nome de alguém”. Diminui-se o crédito de F.; mas decerto que não se macula, nem se nega propriamente o crédito de uma pessoa. – Conceito é “a opinião que se forma de alguém”, podendo igualmente ser bom ou mau. – Lustre e distinção confundem-se: mas o primeiro dá melhor a ideia da evi- Dicionário de Sinônimos da Língua Portuguesa 415 dência brilhante em que fica a pessoa que se destacou do comum pela perícia, pela correção, pelo heroísmo.
1) Honra ou louvor dado a coisas (1Sm
2) A majestade e o brilho que acompanham a revelação da presença e do poder de Deus (Sl
Referencia: SANT’ANNA, Hernani T• Correio entre dois mundos• Diversos Espíritos• Rio de Janeiro: FEB, 1990• - Glória Maior
Tudo passa na Terra e a nossa glória, / Na alegria ou na dor, / É refletir na luta transitória / A sublime vontade do Senhor.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Correio fraterno• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 8
Religião Beatitude celeste; bem-aventurança, céu: a glória do reino de Deus.
Louvor que se oferece a; homenagem, exaltação: glória a Deus.
Excesso de grandeza; beleza, magnificência: o prêmio foi dedicado aos homens de honra e glória.
Algo ou alguém muito conhecido, que é razão de orgulho, de louvor: ele foi a glória do time.
[Artes] Auréola, halo, resplendor que simboliza a santidade na pintura, escultura ou decoração.
Etimologia (origem da palavra glória). Do latim gloria.ae.
Grandes
(latim grandis, -e)
1. Que tem dimensões maiores do que o habitual (ex.: saco grande). = AVANTAJADO ≠ MIÚDO, PEQUENO, REDUZIDO
2. Cuja extensão é maior do que a média (ex.: rio grande). = COMPRIDO, EXTENSO, LONGO ≠ CURTO, PEQUENO
3. Que é maior do que aquilo que devia ser (ex.: o chapéu não me serve, é muito grande). ≠ PEQUENO
4. Que é de estatura acima da média (ex.: criança grande). ≠ PEQUENO
5. Que se desenvolveu oui cresceu (ex.: planta grande). = CRESCIDO, DESENVOLVIDO, MEDRADO ≠ PEQUENO
6. Que atingiu a maioridade (ex.: as pessoas grandes podem ser muito complicadas). = ADULTO, CRESCIDO
7.
Que se prolonga no tempo; que dura bastante (ex.: dias grandes; férias grandes).
=
COMPRIDO
≠
BREVE, CURTO,
8. Que apresenta grande quantidade de algo (ex.: família grande). = NUMEROSO, QUANTIOSO ≠ PEQUENO
9. Que tem importância ou influência (ex.: um grande banqueiro). = IMPORTANTE, INFLUENTE, PODEROSO, PRESTIGIOSO ≠ DESIMPORTANTE, INSIGNIFICANTE, IRRELEVANTE, PEQUENO
10. Difícil, grave (ex.: um grande problema). ≠ INSIGNIFICANTE, IRRELEVANTE, SIMPLES
11. Que é intenso, forte (ex.: um grande amor). ≠ FRACO, LEVE
12. [Pejorativo] Que é ou existe em elevado grau (ex.: grande mentiroso).
13. Que se destaca ou sobressai positivamente em relação a outros (ex.: grandes nomes do cinema). = EMINENTE, ILUSTRE, RESPEITÁVEL ≠ DESCONHECIDO, IGNOTO, MODESTO
14.
Que revela coragem, heroísmo (ex.: foi um grande bombeiro).
=
CORAJOSO,
15. Que mostra bondade ou generosidade (ex.: um grande coração). = BOM, BONDOSO, GENEROSO, MAGNÂNIMO ≠ MAU, MESQUINHO, RUIM, TORPE, VIL
16. Que é excessivo, exagerado (ex.: fugiram a grande velocidade). = ALTO ≠ BAIXO, REDUZIDO
17.
Que tem muita qualidade ou muito valor (ex.: um grande filme).
=
EXCELENTE, EXTRAORDINÁRIO, FABULOSO, MAGNÍFICO,
18. Que é considerável, importante (ex.: grande satisfação).
19. Que é composto por muitos elementos (ex.: grande comunidade de pescadores). = NUMEROSO ≠ PEQUENO, REDUZIDO
20. Que é relativo a uma cidade e às suas zonas periféricas (ex.: mapa da Grande São Paulo; região da Grande Lisboa). [Geralmente com inicial maiúscula.]
21. Pessoa alta.
22. Indivíduo adulto. = CRESCIDO ≠ PEQUENO
23. Indivíduo com poder e influência.
à grande
Com largueza.
à grande e à francesa
De modo grandioso; com grande ostentação ou esplendor.
Ha
Gramática Símbolo que representa essa unidade de medida.
(Etm. Forma alte. de hectare).
Gramática Símbolo que representa essa unidade de medida.
(Etm. Forma alte. de hectare).
Gramática Símbolo que representa essa unidade de medida.
(Etm. Forma alte. de hectare).
Hipócritas
1. aqueles que cumprem as normas externas da religião somente para se destacarem (Mt
2. os que sobrepõem à Revelação divina uma tradição que invalida seu espírito
(Mt
3. os que se consideram espiritualmente superiores aos demais (Mt
4. os que fingem, ocultando um propósito perverso em seus corações (Mt
5. os que desenvolvem um código de severas leis religiosas, às quais eles mesmos não obedecem (Lc
v. 13-27) é um conjunto de ditos de Jesus que contém exemplos bem reveladores sobre o que pensava da hipocrisia.
P. Bonnard, o. c.; D. Flusser, o. c.; J. Driver, o. c.; C. Vidal Manzanares, El Primer Evangelio...
Hoje
Hoje em dia, atualmente; na época presente, de agora.
substantivo masculino No tempo presente: os homens de hoje.
expressão Mais hoje, mais amanhã. Dentro de pouco tempo: mais hoje, mais amanhã ele conseguira o quer.
Hoje em dia. Hoje em dia, as pessoas estão mais conectadas virtualmente.
Etimologia (origem da palavra hoje). Do latim hodie.
Homens
(latim homo, -inis)
1.
[Biologia]
Mamífero primata, bípede, do género Homo, em particular da espécie Homo sapiens, que se caracteriza pela postura
2. Humanidade; espécie humana (ex.: desastres ambientais causados pelo homem; a guerra é própria do homem). (Também se escreve com maiúscula inicial.)
3.
Ser humano do sexo masculino ou do
5.
Pessoa do sexo ou
6.
Pessoa do sexo ou
7.
Pessoa do sexo ou
8.
Conjunto das pessoas do sexo ou
9.
Pessoa que faz parte de uma
10. Que tem qualidades ou atributos considerados tipicamente masculinos (ex.: ele é muito homem).
abominável homem das neves
Criatura lendária dos Himalaias, peluda e de formas humanas.
=
YETI
de homem para homem
Entre homens, com sinceridade e de modo
homem de armas
Figurado
Aquele que é corajoso, destemido, que enfrenta com força e ânimo as adversidades (ex.: o avô era um homem de armas e desistir não era opção).
=
LUTADOR
Antigo Guerreiro, soldado (ex.: os besteiros e os homens de armas defenderam o castelo).
homem de Deus
Figurado
O que é bondoso, piedoso.
[Informal, Figurado] Locução, usada geralmente de forma vocativa, para exprimir impaciência ou espanto (ex.: quem é que fez isso, homem de Deus?).
homem de Estado
[Política]
Aquele que governa com competência, empenho e conhecimento dos assuntos políticos (ex.: o arquivo documenta a vida de um dos maiores homens de Estado).
=
ESTADISTA
homem de lei(s)
Aquele que é especialista em leis.
=
ADVOGADO, LEGISTA
homem de letras
Literato, escritor.
homem de mão
Pessoa que está a serviço de outrem, geralmente para executar tarefas ilegais ou duvidosas (ex.: a investigação descobriu vários homens de mão do banqueiro agora acusado).
homem de Neandertal
[Antropologia]
Primata
homem de negócios
Aquele que se dedica profissionalmente a
homem de palha
[Depreciativo]
Homem fraco ou sem préstimo, física ou moralmente.
homem de partido
[Política]
Aquele que participa
homem de pé
Peão.
homem público
Aquele que desempenha funções de interesse público, sobretudo na política ou na administração de um Estado ou de um país (ex.: fez carreira como homem público).
(latim homo, -inis)
1.
[Biologia]
Mamífero primata, bípede, do género Homo, em particular da espécie Homo sapiens, que se caracteriza pela postura
2. Humanidade; espécie humana (ex.: desastres ambientais causados pelo homem; a guerra é própria do homem). (Também se escreve com maiúscula inicial.)
3.
Ser humano do sexo masculino ou do
5.
Pessoa do sexo ou
6.
Pessoa do sexo ou
7.
Pessoa do sexo ou
8.
Conjunto das pessoas do sexo ou
9.
Pessoa que faz parte de uma
10. Que tem qualidades ou atributos considerados tipicamente masculinos (ex.: ele é muito homem).
abominável homem das neves
Criatura lendária dos Himalaias, peluda e de formas humanas.
=
YETI
de homem para homem
Entre homens, com sinceridade e de modo
homem de armas
Figurado
Aquele que é corajoso, destemido, que enfrenta com força e ânimo as adversidades (ex.: o avô era um homem de armas e desistir não era opção).
=
LUTADOR
Antigo Guerreiro, soldado (ex.: os besteiros e os homens de armas defenderam o castelo).
homem de Deus
Figurado
O que é bondoso, piedoso.
[Informal, Figurado] Locução, usada geralmente de forma vocativa, para exprimir impaciência ou espanto (ex.: quem é que fez isso, homem de Deus?).
homem de Estado
[Política]
Aquele que governa com competência, empenho e conhecimento dos assuntos políticos (ex.: o arquivo documenta a vida de um dos maiores homens de Estado).
=
ESTADISTA
homem de lei(s)
Aquele que é especialista em leis.
=
ADVOGADO, LEGISTA
homem de letras
Literato, escritor.
homem de mão
Pessoa que está a serviço de outrem, geralmente para executar tarefas ilegais ou duvidosas (ex.: a investigação descobriu vários homens de mão do banqueiro agora acusado).
homem de Neandertal
[Antropologia]
Primata
homem de negócios
Aquele que se dedica profissionalmente a
homem de palha
[Depreciativo]
Homem fraco ou sem préstimo, física ou moralmente.
homem de partido
[Política]
Aquele que participa
homem de pé
Peão.
homem público
Aquele que desempenha funções de interesse público, sobretudo na política ou na administração de um Estado ou de um país (ex.: fez carreira como homem público).
Junto
Justiça
1. A ação salvadora de Deus (Mt
2. A justificação que Deus faz do pecador, em virtude da fé em Jesus (Mt
3. O comportamento justo de uma pessoa (Mt
Ela parte realmente não do desejo de se ganhar a salvação pelos próprios méritos, mas da gratuidade porque nós já a recebemos.
K. Barth, o. c.; J. Driver, Militantes...; C. Vidal Manzanares, De Pentecostés...
1) Atributo pelo qual, ao tratar com as pessoas, Deus age de acordo com as normas e exigências da perfeição de sua própria natureza (Sl
2) Ato pelo qual Deus, em sua graça e em conformidade com a sua ALIANÇA, selada com o sofrimento, morte e ressurreição de Cristo, perdoa as pessoas fracas, perdidas e sem justiça própria, aceitando-as através da fé (Rm
Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos Espíritos: princípios da Doutrina Espírita• Trad• de Guillon Ribeiro• 86a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - q• 875 e 876
Educado, o sentimento de justiça será o sentimento salvador do indivíduo. Sentimento superior por excelência, no ser humano, ele sobrepuja a todos os outros e, por ser o que se apresenta com maior energia para a ação do indivíduo, é que na justiça procuram apoiar-se todas as injustiças que se cometem.
Referencia: AGUAROD, Angel• Grandes e pequenos problemas• Obra ditada a Angel Aguarod pelo seu Guia Espiritual• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 3
J J [...] é o santo nome e a senha que desde o princípio dos tempos vêm escritos em todos os espaços e até na mais diminuta criação do Altíssimo. [...] é a Lei Suprema da Criação, sem que deixe de ser, do mesmo modo, o amor, formando com a justiça um todo perfeito.
Referencia: AGUAROD, Angel• Grandes e pequenos problemas• Obra ditada a Angel Aguarod pelo seu Guia Espiritual• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 6
[...] A justiça é, acima de tudo, amor que corrige e sabedoria que educa.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Loucura e obsessão• Pelo Espírito Manoel P• de Miranda• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2003• - cap• 12
[...] É a força harmônica, uma coordenação funcional, adequada da sociedade.
Referencia: LOBO, Ney• Estudos de filosofia social espírita• Rio de Janeiro: FEB, 1992• -
A verdadeira justiça não é a que pune por punir; é a que castiga para melhorar. Tal a justiça de Deus, que não quer a morte do pecador, mas que ele se converta e viva. Por o terem compreendido assim, foi que os nossos jurisconsultos chegaram a formular estes magníficos axiomas: É imoral toda pena que exceda a gravidade do delito. – É imoral toda pena que transpira vingança, com exclusão da caridade. – É imoral a pena quando, por sua natureza, não tende a fazer que o culpado se emende.
Referencia: MARCHAL, V (Padre)• O Espírito Consolador, ou os nossos destinos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - 17a efusão
[...] o sentimento de justiça [...] é [...] o pensamento correto refletindo a eqüidade e a misericórdia que fluem de Cima.
Referencia: SOUZA, Juvanir Borges de• Tempo de renovação• Prefácio de Lauro S• Thiago• Rio de Janeiro: FEB, 1989• - cap• 44
Na definição da Doutrina Espírita, a justiça consiste em respeitar cada um os direitos dos demais. Não somente os direitos consagrados nas legislações humanas, mas todos os direitos natu rais compreendidos no sentido amplo de justiça.
Referencia: SOUZA, Juvanir Borges de• Tempo de transição• Prefácio de Francisco Thiesen• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1990• - cap• 17
[...] é fundamento do Universo [...].
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Cartas e crônicas• Pelo Espírito Irmão X [Humberto de Campos]• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1991• - cap• 17
[...] a justiça é sempre a harmonia perfeita.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Instruções psicofônicas• Recebidas de vários Espíritos, no “Grupo Meimei”, e organizadas por Arnaldo Rocha• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 1
[...] a justiça, por mais dura e terrível, é sempre a resposta da Lei às nossas próprias obras [...].
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Justiça Divina• Pelo Espírito Emmanuel• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Jornada acima
A justiça é uma árvore estéril se não pode produzir frutos de amor para a vida eterna.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Luz acima• Pelo Espírito Irmão X [Humberto de Campos]• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 19
[...] a justiça esclarecida é sempre um credor generoso, que somente reclama pagamento depois de observar o devedor em condições de resgatar os antigos débitos [...].
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Reportagens de Além-túmulo• Pelo Espírito Humberto de Campos• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 5
Todos nós precisamos da justiça, porque a justiça é a lei, em torno de situações, pessoas e coisas; fora dela, a iniqüidade é capaz de premiar o banditismo, em nome do poder. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• Estude e viva• Pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 21
Justiça Divina [...] a Justiça de Deus [...] é a própria perfeição.
Referencia: Ó, Fernando do• Almas que voltam• 12a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Epíl•
[...] A Justiça do Pai é equânime e ninguém fica impune ou marginalizado diante de suas leis, mas, ela é, sobretudo, feita de amor e misericórdia, possibilitando ao faltoso renovadas ensanchas de redenção [...].
Referencia: SCHUBERT, Suely Caldas• Obsessão/desobsessão: profilaxia e terapêutica espíritas• 16a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - pt• 1, cap• 11
O ato de reconhecer o mérito de (algo ou de alguém): a polícia vai fazer justiça neste caso.
Reunião dos organismos que compõem o poder judiciário.
Conjunto de indivíduos que fazem parte da prática da justiça: a justiça precisa buscar melhores condições de trabalho.
Cada uma das seções responsáveis pela administração da justiça; alçada, foro ou instância: Justiça Eleitoral.
Etimologia (origem da palavra justiça). Do latim justitia.ae.
Ladrões
(ladrão + -ar)
Roubar.
Lançada
Golpe de lança.
Ferimento causado por lança.
Lava
Lho
(lhe + o)
Luz
[Astronomia] Claridade que o Sol espalha sobre a Terra.
Objeto que serve para iluminar; lâmpada, lanterna: traga a luz.
O que ilumina os objetos e os torna visíveis: luz do poste.
[Artes] Efeitos da luz reproduzidos em um quadro: hábil distribuição de luz e sombras.
Figurado Tudo que esclarece o espírito: a luz da razão, da fé.
Figurado Conhecimento das coisas; inteligência, saber: suas luzes são limitadas.
Figurado Pessoa de mérito, de elevado saber: é a luz de seu século.
Orifício de entrada e saída do vapor no cilindro de uma máquina.
Abertura na culatra de uma arma, pela qual se faz chegar o fogo à carga.
Furo que atravessa um instrumento.
[Ótica] Nos instrumentos de óptica de pínulas, pequeno orifício pelo qual se vê o objeto observado.
[Anatomia] Cavidade de um corpo ou órgão oco: a luz do intestino.
expressão Luz cinzenta. Luz solar refletida pela Terra, a qual permite distinguir o disco completo da Lua quando esta se mostra apenas sob a forma de crescente.
Luz negra ou luz de Wood. Raios ultravioleta, invisíveis, que provocam a fluorescência de certos corpos.
Vir à luz. Ser publicado, revelado.
Século das Luzes. O século XVIII.
Dar à luz. Dar vida a um ser.
Etimologia (origem da palavra luz). Do latim lucem.
Referencia: FINDLAY, J• Arthur• No limiar do etéreo, ou, Sobrevivência à morte cientificamente explicada• Traduzido do inglês por Luiz O• Guillon Ribeiro• Prefácio de Sir William Barret• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1981• - cap• 2
[...] é um modo de movimento, como o calor, e há tanta “luz” no espaço à meia-noite como ao meio-dia, isto é, as mesmas vibrações etéreas atravessando a imensidade dos céus. [...]
Referencia: FLAMMARION, Camille• A morte e o seu mistério• Rio de Janeiro: FEB, 2004• 3 v•: v• 1, 6a ed•; v• 2, 5a ed•; v• 3, 5a ed• - v• 1
[...] constitui o modo de transmissão da história universal.
Referencia: FLAMMARION, Camille• Narrações do infinito: lúmen• Trad• de Almerindo Martins de Castro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1999• - 4a narrativa
[...] é o símbolo multimilenar do desenvolvimento espiritual. [...]
Referencia: MARCUS, João (Hermínio C• Miranda)• Candeias na noite escura• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 1
L M
Referencia:
1) Claridade; luminosidade (Gn
2) Figuradamente refere-se a Deus (Sl
3) Cidade cananéia que foi chamada de Betel (Gn
Lírios
Mal
Modo de agir ruim: o mal não dura muito.
Aquilo que causa prejuízo: as pragas fazem mal à plantação.
Tragédia: os males causaram destruição na favela.
Doença: padece de um mal sem cura.
Dor ou mágoa: os males da paixão.
Sem perfeição: seu mal era ser mentiroso.
Reprovável; contrário ao bem, à virtude ou à honra: escolheu o mal.
Religião Designação para personificar o Diabo, geralmente usada em maiúsculas.
advérbio Sem regularidade; que se distancia do esperado: a segurança pública se desenvolve mal.
De um modo incompleto; sem perfeição: escreveu mal aquele texto.
Insatisfatoriamente; de uma maneira que não satisfaz por completo; sem satisfação.
Erradamente; de uma maneira errada: o professor ensinou-nos mal.
Defeituosamente; de uma maneira inadequada: o portão estava mal colocado.
Incompletamente; de um modo incompleto; não suficiente: mal curado.
Pouco; que uma maneira inexpressiva: mal comentou sobre o acontecido.
Rudemente; de uma maneira indelicada e rude: falou mal com a mãe.
Cruelmente; de um modo cruel; sem piedade: trata mal os gatinhos.
Que se opõe à virtude e à ética; sem moral: comportou-se mal.
Em que há ofensa ou calúnia: sempre falava mal da sogra.
Que não se consegue comunicar claramente: o relacionamento está mal.
Jamais; de maneira alguma: mal entendia o poder de sua inteligência.
Que não possui boa saúde; sem saúde: seu filho estava muito mal.
De uma maneira severa; que é implacável: os autores escreveram mal o prefácio.
conjunção Que ocorre logo após; assim que: mal mudou de emprego, já foi mandado embora.
Etimologia (origem da palavra mal). Do latim male.
1) Qualquer coisa que não está em harmonia com a ordem divina; aquilo que é moralmente errado; aquilo que prejudica ou fere a vida e a felicidade; aquilo que cria desordem no mundo (Gn
2) Sofrimento (Lc
4) Dano (Gn
5) Calúnia (Mt
Referencia: KARDEC, Allan• O céu e o inferno ou A Justiça divina segundo o Espiritismo• Trad• de Manuel Justiniano Quintão• 57a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 2, cap• 7
[...] o mal, tudo o que lhe é contrário [à Lei de Deus]. [...] Fazer o mal é infringi-la.
Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos Espíritos: princípios da Doutrina Espírita• Trad• de Guillon Ribeiro• 86a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - q• 630
O mal é todo ato praticado pelas mãos, pelos pensamentos e pelas palavras, contrários às Leis de Deus, que venha prejudicar os outros e a nós mesmos. As conseqüências imediatas ou a longo prazo virão sempre, para reajustar, reeducar e reconciliar os Espíritos endividados, mas toda cobrança da Justiça Divina tem o seu tempo certo.
Referencia: BARCELOS, Walter• Sexo e evolução• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 20
[...] apenas um estado transitório, tanto no plano físico, no campo social, como na esfera espiritual.
Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• As leis morais: segundo a filosofia espírita• 12a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - O problema do mal
[...] apenas a ignorância dessa realidade [do bem], ignorância que vai desaparecendo, paulatinamente, através do aprendizado em vidas sucessivas.
Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• As leis morais: segundo a filosofia espírita• 12a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Os Espíritos podem retrogradar?
[...] é a luta que se trava entre as potências inferiores da matéria e as potências superiores que constituem o ser pensante, o seu verdadeiro “eu”. [...]
Referencia: DENIS, Léon• Cristianismo e Espiritismo: provas experimentais da sobrevivência• Trad• de Leopoldo Cirne• 14a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 7
[...] O mal não é mais que um efeito de contraste; não tem existência própria. O mal é, para o bem, o que a sombra é para a luz. [...]
Referencia: DENIS, Léon• Cristianismo e Espiritismo: provas experimentais da sobrevivência• Trad• de Leopoldo Cirne• 14a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 10
[...] estado de inferioridade e de ignorância do ser em caminho de evolução. [...] O mal é a ausência do bem. [...]
Referencia: DENIS, Léon• O grande enigma• 13a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 6
O mal é a conseqüência da imperfeição humana. [...]
Referencia: DENIS, Léon• O grande enigma• 13a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 9
[...] é apenas o estado transitório do ser em via de evolução para o bem; o mal é a medida da inferioridade dos mundos e dos indivíduos [...].
Referencia: DENIS, Léon• O problema do ser, do destino e da dor: os testemunhos, os fatos, as leis• 28a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 2, cap• 18
O mal é toda ação mental, física ou moral, que atinge a vida perturbando-a, ferindo-a, matando-a.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Lampadário espírita• Pelo Espírito Joanna de Ângelis• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 34
[...] é a treva, na qual um foco de luz tem mais realce. O mal é a transgressão às leis celestes e sociais. O mal é a força destruidora da harmonia universal: está em desencontro aos códigos celestiais e planetários; gera o crime, que é o seu efeito, e faz delinqüentes sobre os quais recaem sentenças incoercíveis, ainda que reparadoras.
Referencia: GAMA, Zilda• Almas crucificadas• Pelo Espírito Victor Hugo• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - L• 2
M [...] é a prática de atos contrários às leis divinas e sociais, é o sentimento injusto e nocivo que impede a perfeição individual, afastando os seres das virtudes espirituais. [...]
Referencia: GAMA, Zilda• Almas crucificadas• Pelo Espírito Victor Hugo• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - L• 2
O mal é a medida da inferioridade dos mundos e dos seres. [...] é conseqüência da imperfeição do Espírito, sendo a medida de seu estado íntimo, como Espírito.
Referencia: GELEY, Gustave• O ser subconsciente: ensaio de síntese explicativa dos fenômenos obscuros de psicologia normal e anormal• Trad• de Gilberto Campista Guarino• Rio de Janeiro: FEB, 1975• - Geley: Apóstolo da Ciência Cristã
Perturbação em os fenômenos, desacordo entre os efeitos e a causa divina.
Referencia: GIBIER, Paul• O Espiritismo: faquirismo ocidental: estudo histórico crítico, experimental• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - pt• 1, cap• 7
[...] O mal é um incidente passageiro, logo absorvido no grande e imperturbável equilíbrio das leis cósmicas.
Referencia: MARCUS, João (Hermínio C• Miranda)• Candeias na noite escura• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 18
O mal só existe porque ainda há Espíritos ignorantes de seus deveres morais. [...]
Referencia: MENDES, Indalício• Rumos Doutrinários• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - A prece do coração amargurado
[...] uma enfermação, uma degenerescência, um aviltamento do bem, sempre de natureza transitória. Ele surge da livre ação filiada à ignorância ou à viciação, e correspondente a uma amarga experiência no aprendizado ou no aprimoramento do espírito imortal. [...] O mal é a [...] deformação transitória [do bem], que sempre é reparada por quem lhe dá causa, rigorosamente de acordo com a lei de justiça, imanente na Criação Divina.
Referencia: SANT’ANNA, Hernani T• Universo e vida• Pelo Espírito Áureo• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 5
[...] é geratriz de desequilíbrios, frustrações e insuportável solidão.
Referencia: SCHUBERT, Suely Caldas• Obsessão/desobsessão: profilaxia e terapêutica espíritas• 16a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - pt• 1, cap• 13
[...] será sempre representado por aquela triste vocação do bem unicamente para nós mesmos, a expressar-se no egoísmo e na vaidade, na insensatez e no orgulho que nos assinalam a permanência nas linhas inferiores do espírito.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Ação e reação• Pelo Espírito André Luiz• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 7
[...] significa sentença de interdição, constrangendo-nos a paradas mais ou menos difíceis de reajuste.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Ação e reação• Pelo Espírito André Luiz• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 19
[...] é a estagnação.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Caminho, verdade e vida• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 35
O mal que esparge, às mãos cheias. / Calúnias, golpes, labéus, / É benefício do mundo / Que ajuda a escalar os Céus.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
[...] é sempre um círculo fechado sobre si mesmo, guardando temporariamente aqueles que o criaram, qual se fora um quisto de curta ou longa duração, a dissolver-se, por fim, no bem infinito, à medida que se reeducam as Inteligências que a ele se aglutinam e afeiçoam. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Entre a terra e o céu• Pelo Espírito André Luiz• 23a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 1
[...] O mal é como a fogueira. Se não encontra combustível, acaba por si mesma.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Evangelho em casa• Pelo Espírito Meimei• 12a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - 5a reunião
[...] O mal é, simplesmente, o amor fora da Lei.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Falando à Terra• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Amor
O mal, em qualquer circunstância, é desarmonia à frente da Lei e todo desequilíbrio redunda em dificuldade e sofrimento.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Fonte viva• Pelo Espírito Emmanuel• 33a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 176
O mal é o desperdício do tempo ou o emprego da energia em sentido contrário aos propósitos do Senhor.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Libertação• Pelo Espírito André Luiz• 29a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 1
Modo de agir ruim: o mal não dura muito.
Aquilo que causa prejuízo: as pragas fazem mal à plantação.
Tragédia: os males causaram destruição na favela.
Doença: padece de um mal sem cura.
Dor ou mágoa: os males da paixão.
Sem perfeição: seu mal era ser mentiroso.
Reprovável; contrário ao bem, à virtude ou à honra: escolheu o mal.
Religião Designação para personificar o Diabo, geralmente usada em maiúsculas.
advérbio Sem regularidade; que se distancia do esperado: a segurança pública se desenvolve mal.
De um modo incompleto; sem perfeição: escreveu mal aquele texto.
Insatisfatoriamente; de uma maneira que não satisfaz por completo; sem satisfação.
Erradamente; de uma maneira errada: o professor ensinou-nos mal.
Defeituosamente; de uma maneira inadequada: o portão estava mal colocado.
Incompletamente; de um modo incompleto; não suficiente: mal curado.
Pouco; que uma maneira inexpressiva: mal comentou sobre o acontecido.
Rudemente; de uma maneira indelicada e rude: falou mal com a mãe.
Cruelmente; de um modo cruel; sem piedade: trata mal os gatinhos.
Que se opõe à virtude e à ética; sem moral: comportou-se mal.
Em que há ofensa ou calúnia: sempre falava mal da sogra.
Que não se consegue comunicar claramente: o relacionamento está mal.
Jamais; de maneira alguma: mal entendia o poder de sua inteligência.
Que não possui boa saúde; sem saúde: seu filho estava muito mal.
De uma maneira severa; que é implacável: os autores escreveram mal o prefácio.
conjunção Que ocorre logo após; assim que: mal mudou de emprego, já foi mandado embora.
Etimologia (origem da palavra mal). Do latim male.
Mamom
Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• O Sermão da Montanha• 16a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Ninguém pode servir a dois senhores
[...] Mamom era uma divindade que os povos antigos adoravam, feita de prata ou de ouro, principalmente de ouro, representando mais ou menos o que representava o Júpiter dos romanos, isto é, os vícios da Humanidade com todo o seu cortejo, o que explica o pensamento de Jesus: “Não podeis servir a dois senhores ao mesmo tempo.”
Referencia: ROUSTAING, J•B• (Coord•)• Os quatro evangelhos: Espiritismo cristão ou revelação da revelação• Pelos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés• Trad• de Guillon Ribeiro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1988• 4 v• - v• 1
Mantimento
Despesa com o necessário à sobrevivência: o mantimento de uma família.
Figurado Satisfação; expressão de contentamento.
Ação de manter, de conservar.
Etimologia (origem da palavra mantimento). Manter - e + i + mento.
1) Alimento (Gn
2) Figuradamente, doutrina (Hc
Maus
(latim malus, -a, -um)
1. De qualidade fraca ou insuficiente (ex.: mau texto). ≠ BOM
2. Que não presta; que não serve para a sua função ou propósito (ex.: má qualidade). ≠ BOM
3.
Que não cumpre os seus deveres ou não desempenha bem as suas funções (ex.: má
4. Que demonstra inabilidade ou incapacidade na realização de alguma coisa (ex.: ele é mau a fazer bolos, mas os salgados são deliciosos). = DESAJEITADO, DESASTRADO, INÁBIL ≠ BOM, HÁBIL, HABILIDOSO, DESTRO
5. Que tem defeito ou apresenta falhas. = DEFEITUOSO, DEFICIENTE, MALFEITO ≠ BOM, PERFEITO
6.
Que é ética ou moralmente pouco
7. Que apresenta estado desfavorável (ex.: o avião não pode aterrar devido às más condições atmosféricas). ≠ BOM
8.
Que traz prejuízos ou desvantagens (ex.: fumar é mau para a saúde; a compra de
9.
Que tem
10. Que apresenta dificuldades ou obstáculos (ex.: o caminho é mau, mas vale a pena). = DIFÍCIL ≠ FÁCIL
11. Que foi pouco produtivo ou pouco rentável (ex.: má safra; o balancete apresenta um ano mau). ≠ BOM
12. Que se caracteriza pela indelicadeza ou rispidez (ex.: ela tem mau feitio; hoje está de mau humor). ≠ AFÁVEL, BOM, CORTÊS
13. Que não agrada aos sentidos (ex.: mau cheiro; mau sabor). ≠ BOM
14. Conjunto de coisas, qualidades ou acontecimentos considerados negativos ou prejudiciais. = MAL
15.
Pessoa mal-intencionada ou que se considera ter uma postura moral
16.
Pessoa que pouco valor em alguma coisa ou que tem um desempenho sem qualidade em determinada
17. Aquilo que tem qualidades negativas; lado negativo de alguma coisa (ex.: ele só consegue ver o mau deste acontecimento). ≠ BOM
18. Expressão designativa de reprovação ou de desgosto.
Superlativo: malíssimo ou péssimo.Maís
Não confundir com: mais.
Etimologia (origem da palavra maís). Do espanhol maíz.
Mesmo
O próprio, não outro (colocado imediatamente depois de substantivo ou pronome pessoal): Ricardo mesmo me abriu a porta; uma poesia de Fernando Pessoa, ele mesmo.
Utilizado de modo reflexivo; nominalmente: na maioria das vezes analisava, criticava-se a si mesmo.
Que possui a mesma origem: nasceram na mesma região.
Imediatamente referido: começou a trabalhar em 2000, e nesse mesmo ano foi expulso de casa.
substantivo masculino Que ocorre da mesma forma; a mesma coisa e/ou pessoa: naquele lugar sempre acontece o mesmo; ela nunca vai mudar, vai sempre ser a mesma.
conjunção Apesar de; embora: mesmo sendo pobre, nunca desistiu de sonhar.
advérbio De modo exato; exatamente, justamente: pusemos o livro mesmo aqui.
De maneira segura; em que há certeza: sem sombra de dúvida: os pastores tiveram mesmo a visão de Nossa Senhora!
Ainda, até: chegaram mesmo a negar-me o cumprimento.
locução conjuntiva Mesmo que, ainda que, conquanto: sairei, mesmo que não queiram.
locução adverbial Na mesma, sem mudança de situação apesar da ocorrência de fato novo: sua explicação me deixou na mesma.
Etimologia (origem da palavra mesmo). Do latim metipsimus.
Minam
Mão
(a): Beijar a mão de alguém era um ato de adoração (Jó
(b): Prestar juramento era acompanhado em todas as nações do ato de levantar a mão.
(c): Dar a mão sempre significou paz, amizade e confiança (2 Rs 10.15).
(d): Sentar-se alguém à mão direita era indicio de alta mercê (Sl
(e): A imposição das mãos compreende-se de diferentes maneiras no Antigo e Novo Testamento. Muitas vezes se toma no sentido de ordenação e consagração de sacerdotes e ministros entre judeus e cristãos (Nm
Necessário
Que não se pode dispensar; indispensável: alimentação necessária à vida.
Que não pode ser evitado; que não se pode prescindir; inevitável: a separação foi necessária.
Que precisa ser realizado: foi necessário mudar de escola.
[Filosofia] Diz-se daquilo que não se pode separar por uma hipótese, essência ou proposição.
[Filosofia] Segundo os estoicos, diz-se da premissa que, caracterizada como verdadeira, não pode ser considerada falsa.
[Linguística] Diz-se da essência do signo linguístico que une, de modo arbitrário, a coisa ao nome, o significante ao significado e, se estabelecendo de modo imutável ao falante, pode impedir a ocorrência de alterações ao signo.
Etimologia (origem da palavra necessário). Do latim necessarius.a.um.
Nome
v. BENONI); outras vezes expressava uma esperança ou uma profecia (Os
A designação de uma pessoa; nome de batismo: seu nome é Maria.
Sobrenome; denominação que caracteriza a família: ofereceu seu nome.
Família; denominação do grupo de pessoas que vivem sob o mesmo teto ou possuem relação consanguínea: honrava seu nome.
Fama; em que há renome ou boa reputação: tinha nome na universidade.
Apelido; palavra que caracteriza alguém.
Quem se torna proeminente numa certa área: os nomes do cubismo.
Título; palavra ou expressão que identifica algo: o nome de uma pintura.
Gramática Que designa genericamente os substantivos e adjetivos.
Etimologia (origem da palavra nome). Do latim nomen.inis.
Não
Expressão de oposição; contestação: -- Seus pais se divorciaram? -- Não, continuam casados.
Gramática Numa interrogação, pode expressar certeza ou dúvida: -- você vai à festa, não?
Gramática Inicia uma interrogação com a intenção de receber uma resposta positiva: Não deveria ter chegado antes?
Gramática Usado repetidamente para enfatizar a negação: não quero não!
substantivo masculino Ação de recusar, de não aceitar; negativa: conseguiu um não como conselho.
Etimologia (origem da palavra não). Do latim non.
Expressão de oposição; contestação: -- Seus pais se divorciaram? -- Não, continuam casados.
Gramática Numa interrogação, pode expressar certeza ou dúvida: -- você vai à festa, não?
Gramática Inicia uma interrogação com a intenção de receber uma resposta positiva: Não deveria ter chegado antes?
Gramática Usado repetidamente para enfatizar a negação: não quero não!
substantivo masculino Ação de recusar, de não aceitar; negativa: conseguiu um não como conselho.
Etimologia (origem da palavra não). Do latim non.
Oculto
Que não se conhece nem se tem conhecimento sobre; desconhecido: territórios ocultos.
Envolto em mistério; misterioso: práticas ocultas.
Que não se mostra nem se revela; escondido.
expressão Ciências ocultas. Ciência cujo conhecimento e prática são envoltos em mistério (a alquimia, a magia, a astrologia, a cabala, a nicromancia etc.).
Etimologia (origem da palavra oculto). Do latim occultus.a.um, do latim occulare, "esconder".
Odiar
Sentir aversão ou repulsa a; desprezar, aborrecer profundamente.
Olhos
Figurado Excesso de zelo, de cuidado, de atenção: estou de olhos nisso!
Figurado Aquilo que clarifica; luz, brilho.
locução adverbial A olhos vistos. De modo evidente, claro; evidentemente.
expressão Abrir os olhos de alguém. Dizer a verdade sobre alguma coisa.
Falar com os olhos. Mostrar com o olhar seus sentimentos e pensamentos.
Comer com os olhos. Olhar atenta e interesseiramente; cobiçar.
Custar os olhos da cara. Ser muito caro.
Ser todo olhos. Olhar muito atentamente.
Etimologia (origem da palavra olhos). Plural de olho, do latim oculus.i.
Orar
Referencia:
Suplicar ou implorar; pedir insistentemente; solicitar com humildade: orava aos anjos; orou a caridade dos homens; orava com devoção.
verbo transitivo indireto e intransitivo Discursar; falar publicamente: o presidente orou insistentemente sobre a oposição política.
Etimologia (origem da palavra orar). Do latim orare.
Pai
Indivíduo em relação aos seus filhos.
Responsável pela criação de; criador: Corneille é o pai da tragédia francesa.
Quem funda uma instituição, cidade, templo; fundador.
[Zoologia] Animal macho que teve filhotes.
Figurado Algo ou alguém que dá origem a outra coisa ou pessoa: o desconhecimento é o pai da ignorância.
Indivíduo que pratica o bem, que realiza ou possui boas ações; benfeitor.
Religião Primeira pessoa que, juntamente com o Filho e com o Espírito Santo, compõe a Santíssima Trindade.
Religião Título dado aos membros padres de uma congregação religiosa.
substantivo masculino plural Os progenitores de alguém ou os seus antepassados.
expressão Pai Eterno. Deus.
Pai espiritual. Aquele que dirige a consciência de alguém.
Etimologia (origem da palavra pai). Talvez do latim patre-, padre, pade, pai.
Indivíduo em relação aos seus filhos.
Responsável pela criação de; criador: Corneille é o pai da tragédia francesa.
Quem funda uma instituição, cidade, templo; fundador.
[Zoologia] Animal macho que teve filhotes.
Figurado Algo ou alguém que dá origem a outra coisa ou pessoa: o desconhecimento é o pai da ignorância.
Indivíduo que pratica o bem, que realiza ou possui boas ações; benfeitor.
Religião Primeira pessoa que, juntamente com o Filho e com o Espírito Santo, compõe a Santíssima Trindade.
Religião Título dado aos membros padres de uma congregação religiosa.
substantivo masculino plural Os progenitores de alguém ou os seus antepassados.
expressão Pai Eterno. Deus.
Pai espiritual. Aquele que dirige a consciência de alguém.
Etimologia (origem da palavra pai). Talvez do latim patre-, padre, pade, pai.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Lampadário espírita• Pelo Espírito Joanna de Ângelis• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 17
Os pais humanos têm de ser os primeiros mentores da criatura. De sua missão amorosa decorre a organização do ambiente justo. Meios corrompidos significam maus pais entre os que, a peso P de longos sacrifícios, conseguem manter, na invigilância coletiva, a segurança possível contra a desordem ameaçadora.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Caminho, verdade e vida• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 12
Os pais da Terra não são criadores, são zeladores das almas, que Deus lhes confia, no sagrado instituto da família.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
Ser pai é ser colaborador efetivo de Deus, na Criação.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Luz no lar: seleta para uso no culto do Evangelho no lar• Por diversos Espíritos• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 46
[...] [Os pais são os] primeiros professores [...].
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• O Espírito da Verdade: estudos e dissertações em torno de O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec• Por diversos Espíritos• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - cap• 16
Indivíduo em relação aos seus filhos.
Responsável pela criação de; criador: Corneille é o pai da tragédia francesa.
Quem funda uma instituição, cidade, templo; fundador.
[Zoologia] Animal macho que teve filhotes.
Figurado Algo ou alguém que dá origem a outra coisa ou pessoa: o desconhecimento é o pai da ignorância.
Indivíduo que pratica o bem, que realiza ou possui boas ações; benfeitor.
Religião Primeira pessoa que, juntamente com o Filho e com o Espírito Santo, compõe a Santíssima Trindade.
Religião Título dado aos membros padres de uma congregação religiosa.
substantivo masculino plural Os progenitores de alguém ou os seus antepassados.
expressão Pai Eterno. Deus.
Pai espiritual. Aquele que dirige a consciência de alguém.
Etimologia (origem da palavra pai). Talvez do latim patre-, padre, pade, pai.
Pareca
Paô
Pequena
substantivo feminino Moça; namorada, garota.
Perdoa
(latim medieval perdonare)
1.
Conceder perdão, absolver da pena.
=
ABSOLVER,
2. Isentar de dívida.
3. Aceitar, suportar, tolerar.
4. Poupar.
Pode
Ação de estar sujeito a: o atleta pode se machucar durante o jogo.
Ação de ter controle sobre: o professor não pode com os alunos.
Gramática A grafia "pôde" é usada com o mesmo sentido, mas no passado.
Etimologia (origem da palavra pode). Forma Der. de poder.
substantivo deverbal Ação de podar, de cortar os ramos das plantas ou de aparar suas folhas: preciso que ele pode a videira.
Etimologia (origem da palavra pode). Forma Der. de podar.
Poder
verbo transitivo direto , transitivo indireto e intransitivo Ter habilidade (física, moral ou intelectual) de; exercer influência sobre: ele pode nadar muitos quilômetros; o diretor pensa que pode.
verbo transitivo direto Ser autorizado para; ter permissão para: os adolescentes não podem beber.
Possuir o necessário para: eles podiam trabalhar.
Estar sujeito a: naquele temporal, o atleta pode se machucar.
Ter possibilidade
(s): para alcançar (alguma coisa); conseguir: com a queda do adversário, o oponente pôde ganhar.
Demonstrar calma e paciência para: ele está sempre agitado, não se pode acalmar nunca?
Possuir excesso de vigor para: eles puderam vencer os obstáculos.
Estar autorizado moralmente para; ter um pretexto ou justificação para: tendo em conta seu excesso de conhecimento, podia conseguir o emprego.
Possuir características necessárias para aguentar (alguma coisa): nunca pôde ver acidentes.
Possuir a chance ou a vontade de: não puderam entrevistar o presidente.
Demonstrar controle acerca de: o professor não pode com os alunos desobedientes.
substantivo masculino Autorização ou capacidade de resolver; autoridade.
Ação de governar um país, uma nação, uma sociedade etc.: poder déspota.
Esse tipo de poder caracterizado por seus efeitos: poder presidencial.
Capacidade de realizar certas coisas; faculdade: nunca teve o poder de fazer amigos.
Superioridade absoluta utilizada com o propósito de chefiar, governar ou administrar, através do uso de influência ou de obediência.
Ação de possuir (alguma coisa); posse.
Atributo ou habilidade de que alguma coisa consiga realizar certo resultado; eficácia: o poder nutritivo do espinafre é excelente.
Característica ou particularidade da pessoa que se demonstra capaz de; perícia: o palestrante tinha o poder de encantar o público.
Excesso de alguma coisa; abundância: um poder de tiros que se alastrou pelo bairro.
Força, energia, vitalidade e potência.
Etimologia (origem da palavra poder). Do latim possum.potes.potùi.posse/potēre.
1) Força física (Dn
2) Domínio (Jz
3) Autoridade para agir (Sl
4) Força espiritual (Mq
5) Espírito, seja bom ou mau (Ef
6) Espírito mau (1Co
Quanto ao poder político, os evangelhos consideram-no controlado pelo diabo — que o ofereceu a Jesus (Lc
verbo transitivo direto , transitivo indireto e intransitivo Ter habilidade (física, moral ou intelectual) de; exercer influência sobre: ele pode nadar muitos quilômetros; o diretor pensa que pode.
verbo transitivo direto Ser autorizado para; ter permissão para: os adolescentes não podem beber.
Possuir o necessário para: eles podiam trabalhar.
Estar sujeito a: naquele temporal, o atleta pode se machucar.
Ter possibilidade
(s): para alcançar (alguma coisa); conseguir: com a queda do adversário, o oponente pôde ganhar.
Demonstrar calma e paciência para: ele está sempre agitado, não se pode acalmar nunca?
Possuir excesso de vigor para: eles puderam vencer os obstáculos.
Estar autorizado moralmente para; ter um pretexto ou justificação para: tendo em conta seu excesso de conhecimento, podia conseguir o emprego.
Possuir características necessárias para aguentar (alguma coisa): nunca pôde ver acidentes.
Possuir a chance ou a vontade de: não puderam entrevistar o presidente.
Demonstrar controle acerca de: o professor não pode com os alunos desobedientes.
substantivo masculino Autorização ou capacidade de resolver; autoridade.
Ação de governar um país, uma nação, uma sociedade etc.: poder déspota.
Esse tipo de poder caracterizado por seus efeitos: poder presidencial.
Capacidade de realizar certas coisas; faculdade: nunca teve o poder de fazer amigos.
Superioridade absoluta utilizada com o propósito de chefiar, governar ou administrar, através do uso de influência ou de obediência.
Ação de possuir (alguma coisa); posse.
Atributo ou habilidade de que alguma coisa consiga realizar certo resultado; eficácia: o poder nutritivo do espinafre é excelente.
Característica ou particularidade da pessoa que se demonstra capaz de; perícia: o palestrante tinha o poder de encantar o público.
Excesso de alguma coisa; abundância: um poder de tiros que se alastrou pelo bairro.
Força, energia, vitalidade e potência.
Etimologia (origem da palavra poder). Do latim possum.potes.potùi.posse/potēre.
Referencia: LACERDA, Fernando de• Do país da luz• Por diversos Espíritos• Rio de Janeiro: FEB, 2003• 4 v•: v• 1, 8a ed•; v• 2, 7a ed•; v• 3, 6a ed•; v• 4, 5a ed• - v• 3, cap• 15
Porta
Peça de madeira ou metal, que gira sobre gonzos, destinada a fechar essa abertura.
Prancha móvel usada em uma abertura desse tipo.
Essa prancha pode encaixar-se em dobradiças, deslizar em um sulco, girar em torno de um pivô como um eixo vertical, ou dobrar-se como uma sanfona.
Peça de madeira ou metal, que gira sobre gonzos, destinada a fechar essa abertura.
Prancha móvel usada em uma abertura desse tipo.
Essa prancha pode encaixar-se em dobradiças, deslizar em um sulco, girar em torno de um pivô como um eixo vertical, ou dobrar-se como uma sanfona.
Primeiro
O melhor, o mais notável: primeiro aluno da classe.
Que é indispensável; urgente: primeiras necessidades.
Noção básica; rudimentar: adquirir primeiros conhecimentos.
Através do qual algo se inicia; inicial: primeiro dia de trabalho.
Diz-se de um título ligado a certos cargos: primeiro médico do rei.
[Filosofia] Causa que seria a origem do encadeamento de causas e efeitos, isto é, de todo o universo; causa primeira.
advérbio Anterior a qualquer outra coisa; primeiramente.
substantivo masculino Algo ou alguém que está à frente dos demais.
numeral Numa sequência, o número inicial; um.
Etimologia (origem da palavra primeiro). Do latim primarius.a.um.
O melhor, o mais notável: primeiro aluno da classe.
Que é indispensável; urgente: primeiras necessidades.
Noção básica; rudimentar: adquirir primeiros conhecimentos.
Através do qual algo se inicia; inicial: primeiro dia de trabalho.
Diz-se de um título ligado a certos cargos: primeiro médico do rei.
[Filosofia] Causa que seria a origem do encadeamento de causas e efeitos, isto é, de todo o universo; causa primeira.
advérbio Anterior a qualquer outra coisa; primeiramente.
substantivo masculino Algo ou alguém que está à frente dos demais.
numeral Numa sequência, o número inicial; um.
Etimologia (origem da palavra primeiro). Do latim primarius.a.um.
Publicamente
Etimologia (origem da palavra publicamente). De público + mente.
Pão
1) Alimento feito de farinha, água e fermento e assado no forno (Jo
2) Alimento (Gn
Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• O Sermão da Montanha• 16a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - O Pai Nosso
[...] O pão é o alimento do corpo e a prece é o alimento da alma.
Referencia: PERALVA, Martins• Mediunidade e evolução• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1987• - cap• 15
O pão do corpo significa amor, trabalho e sacrifício do lavrador. O pão do espírito constitui serviço, esforço e renúncia do missionário do bem.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
Compartilhar o pão significava a união dos que o comiam e, precisamente por isso, tinha conotações religiosas (Mt
Deus provê seus filhos do necessário pão cotidiano (Mt
Pé
Designação da pata, falando-se de animais.
Parte inferior de algo sobre a qual descansa o seu peso; base: pé de mesa.
Figurado Circunstância em que se encontra algo: em que pé anda o trabalho?
Botânica Parte do tronco ou do caule de um vegetal que mais se aproxima do solo; o próprio vegetal: dez pés de roseiras.
Parte da cama oposta à cabeceira.
Cada uma das unidades que compõe um par de sapatos ou de meias.
Cada uma das unidades métricas do verso quantitativo: verso de seis pés.
Unidade de comprimento divisível em doze polegadas, de extensão variável conforme o país; no Brasil corresponde a 0,3248.
[Poética] Linha de texto poético na literatura oral dos cantadores brasileiros.
[Zoologia] Órgão rastejador musculoso e mole dos moluscos.
locução adverbial Pé ante pé. De modo lento, devagar; cautelosamente.
Etimologia (origem da palavra pé). Do latim pes, pedis.
Designação da pata, falando-se de animais.
Parte inferior de algo sobre a qual descansa o seu peso; base: pé de mesa.
Figurado Circunstância em que se encontra algo: em que pé anda o trabalho?
Botânica Parte do tronco ou do caule de um vegetal que mais se aproxima do solo; o próprio vegetal: dez pés de roseiras.
Parte da cama oposta à cabeceira.
Cada uma das unidades que compõe um par de sapatos ou de meias.
Cada uma das unidades métricas do verso quantitativo: verso de seis pés.
Unidade de comprimento divisível em doze polegadas, de extensão variável conforme o país; no Brasil corresponde a 0,3248.
[Poética] Linha de texto poético na literatura oral dos cantadores brasileiros.
[Zoologia] Órgão rastejador musculoso e mole dos moluscos.
locução adverbial Pé ante pé. De modo lento, devagar; cautelosamente.
Etimologia (origem da palavra pé). Do latim pes, pedis.
Pê
Quando
Numa interrogação; em que momento no tempo: quando será seu casamento? Preciso saber quando será seu casamento.
Em qual época: quando partiram?
advérbio Rel. Em que: era na quadra quando as cerejeiras floriam.
conjunção Gramática Inicia orações subordinadas adverbiais denotando: tempo, proporção, condição e concessão.
conjunção [Temporal] Logo que, assim que: irei quando puder.
conjunção Prop. À medida que: quando chegaram ao hotel, tiveram muitos problemas.
conjunção [Condicional] Se, no caso de; acaso: só a trata bem quando precisa de dinheiro.
conjunção Conce. Embora, ainda que: vive reclamando quando deveria estar trabalhando.
locução conjuntiva Quando quer que. Em qualquer tempo: estaremos preparados quando quer que venha.
locução conjuntiva Quando mesmo. Ainda que, mesmo que, ainda quando: iria quando mesmo lho proibissem.
Etimologia (origem da palavra quando). Do latim quando.
Quão
Linguagem Formal. Que expressa equiparação, comparação: tão bela quão complicada.
Etimologia (origem da palavra quão). Do latim quam.
Reino
Conjunto das pessoas cujas funções estão subordinadas à aprovação do rei ou da rainha.
Figurado Domínio, lugar ou campo em que alguém ou alguma coisa é senhor absoluto: esta casa é o reino da desordem.
Figurado Conjunto do que ou de quem compartilha particularidades essenciais compondo algo único e homogêneo: aquele habita o reino da mentira!
[Biologia] Divisão que enquadra e agrupa seres, sendo considerada a mais elevada de todas as divisões taxonômicas: os reinos são Animalia, Plantae, Fungi, Monera e Protista .
[Biologia] Divisão que enquadra seres e coisas por relação de semelhança: reino animal, vegetal, mineral.
[Regionalismo: Nordeste] Mistura de aguardente.
expressão Religião Reino de Deus. Expressão evangélica que significa a atualização da realeza eterna de Deus.
Religião Reino celeste, Reino eterno, Reino dos céus. Paraíso cristão, o céu.
Etimologia (origem da palavra reino). Do latim regnum.
G. E. Ladd, El evangelio del reino, Miami 1985; Idem, Theology...; Idem, Crucial questions about the kingdom of God, 1952; J. Grau, Escatología...; J. Bright, The kingdom...; C. H. Dodd, Las parábolas del Reino, Madri 1974; J. Jeremías, Teología..., vol. I; N. Perrin, The Kingdom of God in the teaching of Jesus, Londres 1963; C. Vidal Manzanares, El Primer Evangelio...; Idem, El judeo-cristianismo...; Colectivo, Evangelio y Reino de Dios, Estella 1995.
Rosto
A parte da medalha oposta ao anverso.
A primeira página do livro onde estão o título e o nome do autor; frontispício.
Figurado Aparência, aspecto, expressão, presença.
Frente, fronte; a parte fronteira de algo em relação ao observador.
Dar de rosto com, encontrar, enfrentar.
Rosto a rosto, cara a cara.
Fazer rosto a, encarar, enfrentar, resistir a, defrontar-se com.
Lançar (alguma coisa) no rosto de (alguém), acusar, provar-lhe a culpabilidade.
No rosto de, na presença de.
Virar (ou voltar) o rosto a (alguma coisa), evitá-la, não ter coragem de enfrentá-la; desprezá-la.
De rosto, de frente.
Ruas
1. Via ladeada de casas (nas povoações).
2. [Por extensão] Os habitantes de uma rua; a plebe.
3. Álea e, em geral, todo o espaço por onde se pode caminhar num jardim ou horta.
4. Expressão usada para afastar ou mandar embora. = FORA
Sabe
Ação de possuir capacidade ou habilidade para: o funcionário sabe trabalhar bem.
Ação de pressentir, de se convencer de: ninguém sabe o futuro da empresa.
Ação de ter certo sabor: a moqueca não sabe a peixe.
Etimologia (origem da palavra sabe). Forma Der. de saber.
Salomão
O nome Salomão está associado à palavra que significa “paz”, com a qual compartilha as mesmas consoantes. Também tem ligação com o nome da cidade de Davi, Jerusalém, com a qual também compartilha três consoantes. Essas duas identificações lembram as características desse rei de Israel e de Judá que são mais bem conhecidas: um reino pacífico presidido por um monarca mundialmente famoso por sua sabedoria em manter tal estado de paz; e uma cidade próspera que atraía a riqueza e o poder de todas as nações ao redor e cuja prosperidade foi resumida na construção da casa de Deus, o magnífico Templo de Jerusalém. Esses mesmos elementos foram lembrados no Novo Testamento, onde Jesus referiu-se à sabedoria de Salomão que atraiu a rainha de Sabá (Mt
A história de Salomão está registrada em I Reis
A garantia do trono
De acordo com os registros bíblicos, Salomão era o décimo filho de Davi e o segundo de Bate-Seba com o rei, pois o primeiro morreu, como castigo pelo pecado de adultério e homicídio de Urias, marido dela (2Sm 11). A história de como os filhos mais velhos de Davi morreram antes de subirem ao trono ocupa boa parte do relato da vida e morte deste rei (2Sm
Os relatos da escolha de Salomão e sua coroação em Crônicas e Reis enfatizam duas perspectivas diferentes. Em I Crônicas
Adonias assumira o controle da situação, ao declarar-se rei, e era preciso agir rápido, para impedir que Salomão subisse ao trono. Bate-Seba, entretanto, atuou sob a direção de Natã, embora buscasse seus próprios interesses. Sua mensagem para Davi foi a de mostrar como a atitude de Adonias era contrária às intenções declaradas do rei (1Rs
De qualquer maneira, Davi concordou com os pedidos de Natã e Bate-Seba. Salomão foi confirmado rei numa cerimônia rápida e recebeu a bênção do pai. Isso foi suficiente para dissolver qualquer oposição. Natã manteve sua posição e seus filhos ocuparam excelentes cargos durante este reinado. Adonias foi repreendido. Posteriormente, tornou-se um dos que foram caçados e mortos por Benaia, por ordem de Salomão (1Rs
Sua sabedoria e realizações
O reinado de Salomão começou com alianças poderosas e uma grande construção civil na capital (1Rs
A resposta de Deus foi aprovadora (vv. 10-14). Era a coisa correta a pedir. Em vez de pedidos egoístas, como longevidade, riqueza ou segurança, Salomão solicitou algo que era apropriado ao seu chamado como governante do povo de Deus. Por esta razão o Senhor alegremente lhe concedeu discernimento e acrescentou bênçãos adicionais que Salomão não pedira. Uma condição, entretanto, foi apresentada junto com as bênçãos: “Se andares nos meus caminhos, e guardares os meus estatutos e mandamentos, como andou Davi, teu pai” (v.14). Era a única coisa que Salomão precisava fazer.
A bênção de um coração entendido já começava a fazer efeito. Afinal, a habilidade de Salomão de ouvir a Deus foi demonstrada por sua presença em Gibeom e a aparição divina a ele. Sua maneira especial de ouvir o povo seria demonstrada na história das duas mães que reclamavam o mesmo bebê (vv. 16-26). A famosa decisão do rei, quando ameaçou dividir a criança ao meio para assim descobrir qual era a verdadeira mãe, demonstrou a todos que “havia nele a sabedoria de Deus para fazer justiça” (v. 28). Exemplos adicionais são apresentados nos capítulos seguintes. Salomão organizou seu próspero reino (1Rs
A fama internacional e a consequente apostasia
A segunda aparição de Deus veio após a dedicação do Templo e a observação de que Salomão tinha “acabado de edificar a casa do Senhor... e tudo o que lhe veio à vontade fazer” (1Rs
No primeiro período, o pagamento de Salomão a Hirão é descrito como um exemplo de suas relações internacionais (vv. 10-14). O rei de Tiro, entretanto, não ficou satisfeito com tal pagamento. Numa atitude imperialista, Salomão alistou os cananeus remanescentes na terra para fazer parte de sua equipe de construção do Templo (vv. 15-24). Aqui também nos perguntamos como a utilização do trabalho escravo pôde manter a paz no reino. Ainda mais inquietante é a informação de que os cananeus permaneciam na terra muito tempo depois de Israel ter recebido ordem de erradicá-los. Deus permitira que continuassem em Canaã, para testar os israelitas, ou seja, se permaneceriam ou não fiéis ou se adorariam outros deuses (Jz
No segundo período de suas realizações, as relações internacionais de Salomão concentram-se na visita da rainha de Sabá (1Rs
Os oponentes de Salomão
A terceira palavra do Senhor a Salomão veio como um julgamento por seus pecados (1Rs
Resumo
Salomão só foi bem-sucedido no aspecto de possuir um coração entendido — ouvir as outras pessoas para fazer os julgamentos mais sábios e compartilhar com outros sua sabedoria. No entanto, ele não teve sucesso no outro aspecto, ou seja, ouvir e obedecer à vontade de Deus. No final, isso distorceu sua vida e suas atitudes. Nenhuma quantidade de sabedoria, iluminação ou sensibilidade para com os outros jamais substitui um coração voltado para Deus. Salomão foi o monarca mais bem-sucedido do mundo, mas sua vida não foi considerada um sucesso em termos de verdades eternas. Ele é um exemplo, copiado repetidamente de forma lamentável, de uma pessoa que fracassou em manter-se fiel a Deus até o fim. R.H.
v. JEDIDIAS). Salomão foi um rei sábio e rico. Administrou bem o seu reino, construiu o TEMPLO, mas no final da sua vida foi um fracasso (1Ki 1—11). V. o mapa O REINO DE DAVI E DE SALOMÃO.
Santificado
Etimologia (origem da palavra santificado). Do latim sanctificatus.a.um.
Secreto
Retirado; solitário: refúgio secreto.
Que não é aparente, que não é visível: mal secreto.
Seja
Sempre
De um modo contínuo; em que há continuidade; constantemente ou continuamente: está sempre irritado.
Em que há ou demonstra hábito; que se desenvolve ou ocorre de maneira habitual; geralmente: almoça sempre no trabalho.
De um modo invariável; de qualquer modo; invariavelmente: com alunos ou não, o professor vem sempre à escola.
Em que há finalidade; por fim; enfim: fez uma crítica construtiva, isso sempre ajuda.
Na realidade; de maneira verdadeira; realmente: é um absurdo o que você fez! Sempre é um patife!
conjunção Que expressa adversão; no entanto ou todavia: machuca-me o seu comportamento, sempre te escuto.
substantivo masculino Tudo que se refere ao tempo (passado ou futuro).
Etimologia (origem da palavra sempre). Do latim semper.
Senhores
(latim senior, -oris, mais velho)
1. O que possuía honras ou coutos; o que possuía vassalos; o que tinha autoridade feudal. = FIDALGO
2. Dono da casa em relação aos empregados. = PATRÃO
3. Indivíduo distinto.
4. Título nobiliárquico.
5.
Tratamento respeitoso ou de
6. Indivíduo indeterminado, de quem se omite ou desconhece o nome.
7. Amo.
8. Deus.
9.
Usa-se antes de nomes comuns para acentuar qualidades ou valor (ex.: um senhor carro; uma senhora feijoada).
=
EXCELENTE, GRANDE,
estar senhor de
Conhecer perfeitamente alguma coisa (ex.: estava senhor de toda a situação).
estar senhor de si
Estar lúcido ou perfeitamente consciente (ex.: ele já não está senhor de si).
ser senhor de si
Ser independente.
ser senhor do seu nariz
Não querer os conselhos de ninguém; ser soberbo e arrogante.
Sera
Servir
Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• Parábolas evangélicas: à luz do Espiritismo• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - Parábola dos primeiros lugares
Serve e passa, esquecendo o mal e a treva, / Porque o dom de servir / É a força luminosa que te eleva / Às bênçãos do porvir.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
Servir é criar simpatia, fraternidade e luz.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
Ter utilidade; dar auxílio; auxiliar, ajudar: servir um colega; dedicou sua vida à caridade, viveu de servir.
verbo bitransitivo Pôr na mesa: servir a sopa; servir o jantar aos filhos.
verbo transitivo direto Causar uma sensação prazerosa; satisfazer: servir as paixões.
Oferecer algo; dar: servir uísque e salgadinhos.
Prover com o necessário; abastecer: bomba que serve o reservatório.
Vender algo; fornecer: esta casa serve os melhores produtos.
verbo transitivo indireto Ocupar o lugar de; desempenhar as funções de; substituir: servir de pai aos desamparados.
verbo intransitivo Ser útil; convir, importar: em tal momento o saber serve muito.
Ter serventia, utilidade: estas coisas não servem mais para nada.
[Esporte] Lançar a bola no início de um jogo de tênis.
verbo pronominal Fazer uso de; usar: servir-se do compasso.
Tomar uma porção (comida ou bebida): servir-se do bom e do melhor.
Tirar vantagens de; aproveitar-se: servir-se dos ingênuos.
Etimologia (origem da palavra servir). Do latim servire.
Será
Ação de passar a possuir uma identidade ou qualidade intrínseca: ele será médico.
Ação de apresentar temporariamente determinada forma, estado, condição, aspecto, tempo: um dia ele será rico; o exame será na semana que vem.
Etimologia (origem da palavra será). Forma Der. de ser.
Ação de passar a possuir uma identidade ou qualidade intrínseca: ele será médico.
Ação de apresentar temporariamente determinada forma, estado, condição, aspecto, tempo: um dia ele será rico; o exame será na semana que vem.
Etimologia (origem da palavra será). Forma Der. de ser.
(Heb. “abundância”). Filha de Aser, a qual, juntamente com seus irmãos, é listada entre os que desceram ao Egito com Jacó (Gn
Serão
Sim
Concordância; demonstra permissão: - posso sair hoje? - Sim.
Gramática Quando usado repetidamente, demonstra aborrecimento: sim, sim, já fiz o que você me pediu!
Gramática Bem; ora; quando empregado para retomar uma ideia anterior: sim, ele começou a trabalhar, mas nunca foi esse funcionário exemplar.
substantivo masculino Consentimento; ação de concordar, de consentir: nunca ouviu um sim na vida.
Etimologia (origem da palavra sim). Do latim sic.
Sorte
Circunstância feliz; fortuna, dita, ventura, felicidade: teve a sorte de sair ileso.
Acaso favorável; coincidência boa: não morreu por sorte.
Solução de um problema e situação que está condicionada ao acaso.
Maneira de decidir qualquer coisa por acaso; sorteio: muitos magistrados de Atenas eram escolhidos por sorte.
Práticas que consistem em palavras, gestos etc., com a intenção de fazer malefícios: a sorte operou de modo fulminante.
Figurado Condição de desgraça; infelicidade persistente; azar.
Modo próprio; modo, jeito, maneira.
Condição da vida, da existência.
Maneira através da qual alguém alcança algo; termo.
Qualquer classe, gênero, espécie, qualidade: toda sorte de animais.
Bilhete ou senha com a declaração do prêmio que se ganhou em jogo de azar; o sorteio em que esse bilhete é atribuído.
Porção, quinhão que toca por sorteio ou partilha.
expressão Sorte grande. O maior prêmio da loteria.
A sorte está lançada. A decisão foi tomada.
locução conjuntiva De sorte que. De maneira que, de modo que, de tal forma que.
locução adverbial Desta sorte. Assim, deste modo.
Etimologia (origem da palavra sorte). Do latim sors, sortis “sorte”.
São
Que não está estragado: esta fruta ainda está sã.
Que contribui para a saúde; salubre: ar são.
Figurado Concorde com a razão; sensato, justo: política sã.
Por Extensão Que não está bêbado nem embriagado; sóbrio: folião são.
Sem lesão nem ferimento; ileso, incólume: são e salvo.
Que age com retidão; justo: julgamento são; ideias sãs.
Em que há sinceridade, franqueza; franco: palavras sãs.
substantivo masculino Parte sadia, saudável, em perfeito estado de algo ou de alguém.
Aquele que está bem de saúde; saudável.
Característica da pessoa sã (sensata, justa, sincera, franca).
Condição do que está completo, perfeito.
expressão São e salvo. Que não corre perigo: chegou em casa são e salvo!
Etimologia (origem da palavra são). Do latim sanus.a.um.
substantivo masculino Forma abreviada usada para se referir a santo: São Benedito!
Etimologia (origem da palavra são). Forma sincopada de santo.
Que não está estragado: esta fruta ainda está sã.
Que contribui para a saúde; salubre: ar são.
Figurado Concorde com a razão; sensato, justo: política sã.
Por Extensão Que não está bêbado nem embriagado; sóbrio: folião são.
Sem lesão nem ferimento; ileso, incólume: são e salvo.
Que age com retidão; justo: julgamento são; ideias sãs.
Em que há sinceridade, franqueza; franco: palavras sãs.
substantivo masculino Parte sadia, saudável, em perfeito estado de algo ou de alguém.
Aquele que está bem de saúde; saudável.
Característica da pessoa sã (sensata, justa, sincera, franca).
Condição do que está completo, perfeito.
expressão São e salvo. Que não corre perigo: chegou em casa são e salvo!
Etimologia (origem da palavra são). Do latim sanus.a.um.
substantivo masculino Forma abreviada usada para se referir a santo: São Benedito!
Etimologia (origem da palavra são). Forma sincopada de santo.
Tais
[Informal] Aqueles que se destacam em relação aos demais; usado no sentido irônico: esses daí pensam que são os tais!
pronome Estes, esses, aqueles: nunca se recordava daqueles tais momentos.
Etimologia (origem da palavra tais). Plural de tal.
Tenebroso
Figurado Que incita o medo, causando horror; medonho: crime tenebroso.
Figurado Que expressa mágoa, aflição; aflito: dias tenebrosos.
Figurado De entendimento complicado; obscuro: tratado tenebroso.
Figurado Merecedor de desdém; que se deve desprezar por ser perverso; malévolo.
Etimologia (origem da palavra tenebroso). Do latim tenebrosus.a.um.
Tentação
Apesar de tudo, venceu tentação após tentação e levou até o fim sua missão de morrer por toda a humanidade (Mt
3) ou de dentro do ser humano (Jc 1:14-15). Ninguém é tentado acima das suas forças (1Co
Movimento íntimo que incita ao mal: resistir à tentação.
Desejo veemente.
v. 14, de sua epístola, esclarece perfeitamente as raízes das tentações: “Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência.” A tentação não é um agente externo das sombras, atraindo-nos para a prática do mal e, sim, as nossas próprias más tendências (concupiscência), gritando alto no íntimo de nós mesmos, impulsionando-nos à recapitulação dos maus hábitos, viciações e perversões, sempre que estivermos invigilantes, displicentes, inconseqüentes e possessivos. Ninguém é tentado, se não traz a tentação dentro de si mesmo. [...]
Referencia: BARCELOS, Walter• Sexo e evolução• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 14
As tentações a que somos submetidos constituem [...] uma espécie de exame ou sistema de aferição de nosso adiantamento.
Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• O Sermão da Montanha• 16a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - O Pai nosso 6
Essa influência, sob a qual o Espírito se acha a todo instante, constitui a tentação a que ele pode ceder ou resistir, uma vez que é sempre livre de escutar ou não as boas inspirações, de as seguir ou não, de aceitar ou repelir as más. [...]
Referencia: ROUSTAING, J•B• (Coord•)• Os quatro evangelhos: Espiritismo cristão ou revelação da revelação• Pelos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés• Trad• de Guillon Ribeiro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1988• 4 v• - v• 2
[...] significa, com relação a Jesus: tribulações, provas, a que qualquer outra natureza que não a sua houvera sucumbido.
Referencia: ROUSTAING, J•B• (Coord•)• Os quatro evangelhos: Espiritismo cristão ou revelação da revelação• Pelos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés• Trad• de Guillon Ribeiro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1988• 4 v• - v• 3
[...] é sempre uma sombra a atormentar-nos a vida, de dentro para fora. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Ação e reação• Pelo Espírito André Luiz• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 18
[...] Ser tentado é ouvir a malícia própria, é abrigar os inferiores alvitres de si mesmo, porquanto, ainda que o mal venha do exterior, somente se concretiza e persevera se com ele afinamos, na intimidade do coração.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Caminho, verdade e vida• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 129
Tentação é a força viciada que exteriorizamos, atraindo a escura influência que nos inclina aos desfiladeiros do mal, porque toda sintonia com a ignorância, ou com a perversidade, começa invariavelmente da perversidade ou da ignorância que acalentamos conosco.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Instruções psicofônicas• Recebidas de vários Espíritos, no “Grupo Meimei”, e organizadas por Arnaldo Rocha• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 38
Tentação – posição pessoal de cativeiro interior a vícios instintivos que ainda não conseguimos superar por nós mesmos.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• O Espírito da Verdade: estudos e dissertações em torno de O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec• Por diversos Espíritos• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - cap• 8
Tera
(redução de terabyte)
[Informática] O mesmo que terabyte.
(inglês tera-, do grego téttara, tettarákonta, quatro [pois 1012=10004])
Prefixo do Sistema Internacional que, colocado diante de uma unidade, a multiplica por 1012 (símbolo: T) (ex.: terabyte).
Terra
Camada superficial do globo em que nascem as plantas, por oposição à superfície líquida: os frutos da terra.
Terreno, com relação à sua natureza: terra fértil.
País de nascimento; pátria: morrer em terra estrangeira.
Qualquer lugar, localidade; território, região: não conheço aquela terra.
Figurado Lugar onde pessoas estão sepultadas; cemitério: repousar em terra sagrada.
Pó de terra seca no ar; poeira: estou com o rosto cheio de terra.
[Artes] Diz-se de um estilo de dança em que se dá especial importância aos passos executados ao rés do solo ou sobre as pontas dos pés; opõe-se à dança de elevação, que usa os grandes saltos.
[Gráficas] Pigmento usado na feitura de tintas, ou as tintas preparadas com esse pigmento.
expressão Beijar a terra. Cair ao chão: o lutador beijou a terra entes da hora.
Linha de terra. Em geometria descritiva, interseção do plano horizontal e do vertical de projeção.
Terra de Siena. Ocre pardo usado em pintura.
Terra vegetal. Parte do solo misturada com humo, próprio para plantação.
Terra Santa. Região situada entre o rio Jordão e o mar mediterrâneo; Palestina.
Etimologia (origem da palavra terra). Do latim terra.
Camada superficial do globo em que nascem as plantas, por oposição à superfície líquida: os frutos da terra.
Terreno, com relação à sua natureza: terra fértil.
País de nascimento; pátria: morrer em terra estrangeira.
Qualquer lugar, localidade; território, região: não conheço aquela terra.
Figurado Lugar onde pessoas estão sepultadas; cemitério: repousar em terra sagrada.
Pó de terra seca no ar; poeira: estou com o rosto cheio de terra.
[Artes] Diz-se de um estilo de dança em que se dá especial importância aos passos executados ao rés do solo ou sobre as pontas dos pés; opõe-se à dança de elevação, que usa os grandes saltos.
[Gráficas] Pigmento usado na feitura de tintas, ou as tintas preparadas com esse pigmento.
expressão Beijar a terra. Cair ao chão: o lutador beijou a terra entes da hora.
Linha de terra. Em geometria descritiva, interseção do plano horizontal e do vertical de projeção.
Terra de Siena. Ocre pardo usado em pintura.
Terra vegetal. Parte do solo misturada com humo, próprio para plantação.
Terra Santa. Região situada entre o rio Jordão e o mar mediterrâneo; Palestina.
Etimologia (origem da palavra terra). Do latim terra.
Referencia: KARDEC, Allan• A Gênese: os milagres e as predições segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 5a ed• francesa• 48a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 6, it• 23
O nosso mundo pode ser considerado, ao mesmo tempo, como escola de Espíritos pouco adiantados e cárcere de Espíritos criminosos. Os males da nossa Humanidade são a conseqüência da inferioridade moral da maioria dos Espíritos que a formam. Pelo contato de seus vícios, eles se infelicitam reciprocamente e punem-se uns aos outros.
Referencia: KARDEC, Allan• O que é o Espiritismo: noções elementares do mundo invisível, pelas manifestações dos Espíritos• 52a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 3, it• 132
Disse Kardec, alhures, que a Terra é um misto de escola, presídio e hospital, cuja população se constitui, portanto, de homens incipientes, pouco evolvidos, aspirantes ao aprendizado das Leis Naturais; ou inveterados no mal, banidos, para esta colônia correcional, de outros planetas, onde vigem condições sociais mais elevadas; ou enfermos da alma, necessitados de expungirem suas mazelas através de provações mais ou menos dolorosas e aflitivas.
Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• O Sermão da Montanha• 16a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça
[...] é oficina de trabalho, de estudo e de realizações, onde nos cumpre burilar nossas almas. [...]
Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• O Sermão da Montanha• 16a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Sede perfeitos
[...] é o calvário dos justos, mas é também a escola do heroísmo, da virtude e do gênio; é o vestíbulo dos mundos felizes, onde todas as penas aqui passadas, todos os sacrifícios feitos nos preparam compensadoras alegrias. [...] A Terra é um degrau para subir-se aos céus.
Referencia: DENIS, Léon• Joana d’Arc médium• Trad• de Guillon Ribeiro• 22a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 11
O mundo, com os seus múltiplos departamentos educativos, é escola onde o exercício, a repetição, a dor e o contraste são mestres que falam claro a todos aqueles que não temam as surpresas, aflições, feridas e martírios da ascese. [...]
Referencia: EVANGELIZAÇÃO: fundamentos da evangelização espírita da infância e da juventude (O que é?)• Rio de Janeiro: FEB, 1987• -
[...] A Terra é um mundo de expiações e provas, já em fase de transição para se tornar um mundo de regeneração.
Referencia: FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA• Departamento de Infância e Juventude• Currículo para as Escolas de Evangelização Espírita Infanto-juvenil• 2a ed• Rio de Janeiro, 1998• - cap• 4
[...] o Planeta terrestre é o grande barco navegando no cosmo, sacudido, a cada instante, pelas tempestades morais dos seus habitantes, que lhe parecem ameaçar o equilíbrio, a todos arrastando na direção de calamidades inomináveis. Por esta razão, periodicamente missionários e mestres incomuns mergulharam no corpo com a mente alerta, a fim de ensinarem comportamento de calma e de compaixão, de amor e de misericórdia, reunindo os aflitos em sua volta e os orientando para sobreviverem às borrascas sucessivas que prosseguem ameaçadoras.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Impermanência e imortalidade• Pelo Espírito Carlos Torres Pastorino• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Corpo e mente
Quando o homem ora, anseia partir da Terra, mas compreende, também, que ela é sua mãe generosa, berço do seu progresso e local da sua aprendizagem. [...]
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Párias em redenção• Pelo Espírito Victor Hugo• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - L• 3, cap• 1
Assim se compreende porque a Terra é mundo de “provas e expiações”, considerando-se que os Espíritos que nela habitam estagiam na sua grande generalidade em faixas iniciais, inferiores, portanto, da evolução.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Temas da vida e da morte• Pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Pensamento e perispírito
Apesar de ainda se apresentar como planeta de provas e expiações, a Terra é uma escola de bênçãos, onde aprendemos a desenvolver as aptidões e a aprimorar os valores excelentes dos sentimentos; é também oficina de reparos e correções, com recursos hospitalares à disposição dos pacientes que lhes chegam à economia social. Sem dúvida, é também cárcere para os rebeldes e os violentos, que expungem o desequilíbrio em processo de imobilidade, de alucinação, de limites, resgatando as graves ocorrências que fomentaram e praticaram perturbando-lhe a ordem e a paz.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Trilhas da libertação• Pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Cilada perversa
O mundo conturbado é hospital que alberga almas que sofrem anemia de amor, requisitando as vitaminas do entendimento e da compreensão, da paciência e da renúncia, a fim de que entendimento e compreensão, paciência e renúncia sejam os sinais de uma vida nova, a bem de todos.
Referencia: JACINTHO, Roque• Intimidade• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1994• - Hospital
[...] É um astro, como Vênus, como seus irmãos, e vagueia nos céus com a velocidade de 651.000 léguas por dia. Assim, estamos atualmente no céu, estivemos sempre e dele jamais poderemos sair. Ninguém mais ousa negar este fato incontestável, mas o receio da destruição de vários preconceitos faz que muitos tomem o partido de não refletir nele. A Terra é velha, muito velha, pois que sua idade se conta por milhões e milhões de anos. Porém, malgrado a tal anciania, está ainda em pleno frescor e, quando lhe sucedesse perecer daqui a quatrocentos ou quinhentos mil anos, o seu desaparecimento não seria, para o conjunto do Universo, mais que insignificante acidente.
Referencia: MARCHAL, V (Padre)• O Espírito Consolador, ou os nossos destinos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - 4a efusão
[...] Por se achar mais distante do sol da perfeição, o nosso mundozinho é mais obscuro e a ignorância nele resiste melhor à luz. As más paixões têm aí maior império e mais vítimas fazem, porque a sua Humanidade ainda se encontra em estado de simples esboço. É um lugar de trabalho, de expiação, onde cada um se desbasta, se purifica, a fim de dar alguns passos para a felicidade. [...]
Referencia: MARCHAL, V (Padre)• O Espírito Consolador, ou os nossos destinos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - 8a efusão
[...] A Terra tem que ser um purgatório, porque a nossa existência, pelo menos para a maioria, tem que ser uma expiação. Se nos vemos metidos neste cárcere, é que somos culpados, pois, do contrário, a ele não teríamos vindo, ou dele já houvéramos saído. [...]
Referencia: MARCHAL, V (Padre)• O Espírito Consolador, ou os nossos destinos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - 28a efusão
Nossa morada terrestre é um lugar de trabalho, onde vimos perder um pouco da nossa ignorância original e elevar nossos conhecimentos. [...]
Referencia: MENEZES, Adolfo Bezerra de• Uma carta de Bezerra de Menezes• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1994• -
[...] é a escola onde o espírito aprende as suas lições ao palmilhar o longuíssimo caminho que o leva à perfeição. [...]
Referencia: MIRANDA, Hermínio C• Reencarnação e imortalidade• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - cap• 23
[...] o mundo, para muitos, é uma penitenciária; para outros, um hospital, e, para um número assaz reduzido, uma escola.
Referencia: Ó, Fernando do• Alguém chorou por mim• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 2
[...] casa de Deus, na específica destinação de Educandário Recuperatório, sem qualquer fator intrínseco a impedir a libertação do homem, ou a desviá-lo de seu roteiro ascensional.
Referencia: Ó, Fernando do• Uma luz no meu caminho• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 1
[...] é uma estação de inverno, onde o Espírito vem preparar-se para a primavera do céu!
Referencia: SILVA JÚNIOR, Frederico Pereira da• Jesus perante a cristandade• Pelo Espírito Francisco Leite Bittencourt Sampaio• Org• por Pedro Luiz de Oliveira Sayão• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Pref•
Feito o planeta – Terra – nós vemos nele o paraíso, o inferno e o purgatório.O paraíso para os Espíritos que, emigra-dos de mundos inferiores, encontram naTerra, podemos dizer, o seu oásis.O inferno para os que, já tendo possuí-do mundos superiores ao planeta Terra,pelo seu orgulho, pelas suas rebeldias, pelos seus pecados originais a ele desceram para sofrerem provações, para ressurgirem de novo no paraíso perdido. O purgatório para os Espíritos em transição, aqueles que, tendo atingido um grau de perfectibilidade, tornaram-se aptos para guias da Humanidade.
Referencia: SILVA JÚNIOR, Frederico Pereira da• Jesus perante a cristandade• Pelo Espírito Francisco Leite Bittencourt Sampaio• Org• por Pedro Luiz de Oliveira Sayão• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 1
Antes de tudo, recorda-se de que o nosso planeta é uma morada muito inferior, o laboratório em que desabrocham as almas ainda novas nas aspirações confusas e paixões desordenadas. [...]
Referencia: SOARES, Sílvio Brito• Páginas de Léon Denis• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1991• - O Espiritismo e a guerra
O mundo é uma escola de proporções gigantescas, cada professor tem a sua classe, cada um de nós tem a sua assembléia.
Referencia: VIEIRA, Waldo• Seareiros de volta• Diversos autores espirituais• Prefácio de Elias Barbosa• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Colegas invisíveis
A Terra é o campo de ação onde nosso espírito vem exercer sua atividade. [...]
Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• Nas pegadas do Mestre: folhas esparsas dedicadas aos que têm fome e sede de justiça• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Por que malsinar o mundo?
[...] é valiosa arena de serviço espiritual, assim como um filtro em que a alma se purifica, pouco a pouco, no curso dos milênios, acendrando qualidades divinas para a ascensão à glória celeste. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Ação e reação• Pelo Espírito André Luiz• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 1
A Terra inteira é um templo / Aberto à inspiração / Que verte das Alturas [...].
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Antologia da espiritualidade• Pelo Espírito Maria Dolores• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1985• - cap• 4
A Terra é a escola abençoada, onde aplicamos todos os elevados conhecimentos adquiridos no Infinito. É nesse vasto campo experimental que devemos aprender a ciência do bem e aliá-la à sua divina prática. Nos nevoeiros da carne, todas as trevas serão desfeitas pelos nossos próprios esforços individuais; dentro delas, o nosso espírito andará esquecido de seu passado obscuro, para que todas as nossas iniciativas se valorizem. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Brasil, coração do mundo, pátria do Evangelho• Pelo Espírito Humberto de Campos• 30a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 10
A Terra é uma grande e abençoada escola, em cujas classes e cursos nos matriculamos, solicitando – quando já possuímos a graça do conhecimento – as lições necessárias à nossa sublimação.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Correio fraterno• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 53
O mundo atual é a semente do mundo paradisíaco do futuro. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Crônicas de além-túmulo• Pelo Espírito Humberto de Campos• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1986• - cap• 25
Servidores do Cristo, orai de sentinela! / Eis que o mundo sangrando é campo de batalha, / Onde a treva infeliz se distende e trabalha / O coração sem Deus, que em sombra se enregela.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
No macrocosmo, a casa planetária, onde evolvem os homens terrestres, é um simples departamento de nosso sistema solar que, por sua vez, é modesto conjunto de vida no rio de sóis da Via-Láctea.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
No mundo terrestre – bendita escola multimilenária do nosso aperfeiçoamento espiritual – tudo é exercício, experimentação e trabalho intenso.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
O orbe inteiro, por enquanto, / Não passa de um hospital, / Onde se instrui cada um, / Onde aprende cada qual.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
O mundo, com as suas lutas agigantadas, ásperas, é a sublime lavoura, em que nos compete exercer o dom de compreender e servir.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
O mundo é uma escola vasta, cujas portas atravessamos, para a colheita de lições necessárias ao nosso aprimoramento.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
Apesar dos exemplos da humildade / Do teu amor a toda Humanidade / A Terra é o mundo amargo dos gemidos, / De tortura, de treva e impenitência.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
A Terra é o nosso campo de ação.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
A Terra é a nossa grande casa de ensino. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
A Terra é uma escola, onde conseguimos recapitular o pretérito mal vivido, repetindo lições necessárias ao nosso reajuste.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
A Terra, em si mesma, é asilo de caridade em sua feição material.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
A Terra é o campo de trabalho, em que Deus situou o berço, o lar, o templo e a escola.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
A Terra é a Casa Divina, / Onde a luta nos ensina / A progredir e brilhar.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
O mundo em que estagiamos é casa grande de treinamento espiritual, de lições rudes, de exercícios infindáveis.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
[...] é um grande magneto, governado pelas forças positivas do Sol. Toda matéria tangível representa uma condensação de energia dessas forças sobre o planeta e essa condensação se verifica debaixo da influência organizadora do princípio espiritual, preexistindo a todas as combinações químicas e moleculares. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Emmanuel: dissertações mediúnicas sobre importantes questões que preocupam a Humanidade• Pelo Espírito Emmanuel• 25a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 22
O mundo é caminho vasto de evolução e aprimoramento, onde transitam, ao teu lado, a ignorância e a fraqueza.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Fonte viva• Pelo Espírito Emmanuel• 33a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 71
O mundo não é apenas a escola, mas também o hospital em que sanamos desequilíbrios recidivantes, nas reencarnações regenerativas, através do sofrimento e do suor, a funcionarem por medicação compulsória.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Justiça Divina• Pelo Espírito Emmanuel• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Doenças da alma
O Universo é a projeção da mente divina e a Terra, qual a conheceis em seu conteúdo político e social, é produto da mente humana.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Nos domínios da mediunidade• Pelo Espírito André Luiz• 32a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• -
O mundo é uma ciclópica oficina de labores diversíssimos, onde cada indivíduo tem a sua parcela de trabalho, de acordo com os conhecimentos e aptidões morais adquiridos, trazendo, por isso, para cada tarefa, o cabedal apri morado em uma ou em muitas existências.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Novas mensagens• Pelo Espírito Humberto de Campos• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2005• - Antíteses da personalidade de Humberto de Campos
A Terra é uma vasta oficina. Dentro dela operam os prepostos do Senhor, que podemos considerar como os orientadores técnicos da obra de aperfeiçoamento e redenção. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• O Consolador• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - q• 39
A Terra é um plano de experiências e resgates por vezes bastante penosos. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• O Consolador• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - q• 338
A Terra deve ser considerada escola de fraternidade para o aperfeiçoamento e regeneração dos Espíritos encarnados.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• O Consolador• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - q• 347
[...] é o caminho no qual a alma deve provar a experiência, testemunhar a fé, desenvolver as tendências superiores, conhecer o bem, aprender o melhor, enriquecer os dotes individuais.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• O Consolador• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - q• 403
O mundo em que vivemos é propriedade de Deus.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Pai Nosso• Pelo Espírito Meimei• 25a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - Lembranças
[...] é a vinha de Jesus. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Pão Nosso• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 29
[...] é uma escola de iluminação, poder e triunfo, sempre que buscamos entender-lhe a grandiosa missão.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Pão Nosso• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 33
[...] abençoada escola de dor que conduz à alegria e de trabalho que encaminha para a felicidade com Jesus. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Pontos e contos• Pelo Espírito Irmão X [Humberto de Campos]• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1999• - cap• 28
Não olvides que o mundo é um palácio de alegria onde a Bondade do Senhor se expressa jubilosa.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Relicário de luz• Autores diversos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Alegria
[...] é uma vasta oficina, onde poderemos consertar muita coisa, mas reconhecendo que os primeiros reparos são intrínsecos a nós mesmos.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Renúncia• Pelo Espírito Emmanuel• 34a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - pt• 1, cap• 6
A Terra é também a grande universidade. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Reportagens de Além-túmulo• Pelo Espírito Humberto de Campos• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - Do noticiarista desencarnado
Salve planeta celeste, santuário de vida, celeiro das bênçãos de Deus! ...
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Reportagens de Além-túmulo• Pelo Espírito Humberto de Campos• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 15
A Terra é um magneto enorme, gigantesco aparelho cósmico em que fazemos, a pleno céu, nossa viagem evolutiva.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Roteiro• Pelo Espírito Emmanuel• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 8
[...] é um santuário do Senhor, evolutindo em pleno Céu.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Vozes do grande além• Por diversos Espíritos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2003• - cap• 12
Agradece, cantando, a Terra que te abriga. / Ela é o seio de amor que te acolheu criança, / O berço que te trouxe a primeira esperança, / O campo, o monte, o vale, o solo e a fonte amiga...
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Vozes do grande além• Por diversos Espíritos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2003• - cap• 33
[...] é o seio tépido da vida em que o princípio inteligente deve nascer, me drar, florir e amadurecer em energia consciente [...].
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• Evolução em dois mundos• Pelo Espírito André Luiz• 23a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 13
Terá
Vivia em Ur dos caldeus e era descendente de Sem (Gn
Embora a viagem de Abraão para Canaã fosse claramente parte de seu compromisso de fé em Deus e obediência a um chamado divino, não existe indicação de que Terá também tenha recebido tal convocação. De fato, muito tempo mais tarde Josué lembrou ao povo de Israel que Terá vivia do outro lado do rio Eufrates e adorava “outros deuses”. A mudança de Abraão para Canaã certamente foi considerada como uma decisão deliberada, a fim de afastar-se do passado de idolatria (Js
Tesouro
Referencia: SIMONETTI, Richard• A voz do monte• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2003• - Tesouros
T
Referencia:
1) Riqueza ajuntada, como jóias e dinheiro (Is
2) Alguma coisa de muito valor (Pv
2. O pórtico próximo a essa sala.
3. O cofre para as esmolas, que tinha a forma de trompete (Mc
Tesouros
(latim thesaurus, -i)
1. Grande quantidade de ouro, prata, coisas preciosas, posta em reserva.
2.
Lugar onde se guardam esses
3. Erário.
4. Ministério das Finanças.
5. Preciosidade.
6. Riqueza.
7. Apuro.
8. Pessoa ou coisa por que se tem profunda afeição ou a que se liga grande apreço.
9. Manancial, fonte de bens, graças, virtudes.
10.
[Linguística]
[
11. Obra de referência importante ou que tem grande abrangência. = TESAURO
Tocar
v. 1. tr. dir. Aproximar (um corpo) de (outro). 2. tr. dir. e tr. ind. Pôr a mão em; apalpar, pegar. 3. tr. dir. e tr. ind. Pôr-se em contato com; roçar e.M 4. pron. Geo.M Ter um ponto comum de contato. 5. pron. Encontrar-se, pôr-se em contato. 6. pron. Aproximar-se, identificar-se, unir-se. 7. tr. dir. Bater em (o animal) para o fazer andar;chicotear, esporear. 8. tr. dir. Conduzir, espantar de um lugar para outro. 9. tr. dir. Atingir, chegar a. 10. tr. dir. Confinar com, estar contíguo a, estar junto de. 11. tr. dir. e Intr. Fazer soar, assoprando, tangendo ou percutindo. 12. Intr. Produzir música, executar peças musicais. 13. tr. dir. Dar sinal ou aviso por toques. 14. tr. dir. Executar em instrumento. 15. tr. dir. e tr. ind. Náut. Fazer escala e.M 16. tr. dir. e tr. ind. Mencionar, referir. 17. tr. ind. Caber por sorte; pertencer. 18. tr. ind. Dizer respeito a, interessar a. 19. tr. ind. Competir, pertencer. 20. tr. dir. e tr. ind. Causar abalo a; comover, sensibilizar. 21. Pr
verbo transitivo direto , bitransitivo, transitivo indireto e pronominal Colocar-se em contato com alguém; encontrar: minhas mãos tocaram nas dela; nossos lábios se tocaram.
verbo transitivo direto , transitivo indireto e pronominal Mencionar algo ou alguém; referenciar: tocar num assunto delicado; tocar no cerne da questão; argumentos que não se tocam.
verbo transitivo direto Atingir com um golpe de espada ou florete: tocar no adversário.
Incitar usando alguma coisa, geralmente um chicote, espora etc,: tocar o rebanho.
Expulsar pessoas ou animais de um lugar: tocar o cão para fora de casa.
Estar próximo ou se aproximar de; atingir: suas mãos tocaram o céu.
Confinar, estar junto de: minha casa toca com a dele.
[Música] Executar um trecho de música: tocar uma valsa.
Obter como incumbência, responsabilidade: à filha tocava a direção das empresas.
[Popular] Seguir com algo; progredir: queria tocar a empresa da família.
verbo transitivo indireto Alcançar um dado ponto, geralmente um limite: as demissões tocaram aos funcionários.
Fazer parte de; pertencer: tocou ao filho as dívidas do pai.
Ter relação com; dizer respeito: minha vida não toca a ninguém.
Dar uma opinião quando não questionado; intrometer-se: minha ideologia não toca na sua.
verbo transitivo direto e transitivo indireto [Náutica] Passar pelo porto no decorrer de uma viagem: o navio tocará Olinda amanhã; o cruzeiro tocaria no Rio de Janeiro antes de partir.
verbo intransitivo e pronominal [Popular] Seguir numa determinada direção; andar: tocou o caminhão morro acima; tocou-se para outro país.
verbo transitivo direto e intransitivo [Música] Tirar sons de um instrumento musical: tocar violino; parou a aula porque não sabia tocar.
Dar aviso ou sinal por meio de toque ou som: vamos para a aula, que já tocou o fim do recreio; a sirene hoje não toca.
verbo intransitivo Expressar por meio do som, de toques, avisos: o relógio hoje não tocou.
Impressionar, comover: sua desgraça muito me tocou.
verbo transitivo direto e bitransitivo Ligar para alguém: tocar o telefone; estou esperando o telefone tocar.
verbo pronominal Encontrar-se, aproximar-se, pôr em contato: os extremos se tocam.
Ficar ofendido com alguém; melindrar-se: tocava-se com as injustiças sociais.
[Popular] Passar a entender, a perceber: menino que não se toca, meu Deus!
[Popular] Demonstrar interesse por; querer saber ou se importar: ainda não se tocou sobre o divórcio.
[Popular] Estar ligeiramente bêbado: essa cerveja já me tocou!
expressão Estar tocado. Estar embriagado.
Tocar na honra (de alguém). Falar mal de alguém.
Pelo que me toca. Pela minha parte, por mim.
Etimologia (origem da palavra tocar). De origem onomatopeica, provavelmente por influência do latim toccare.
Traça
(alteração de traço)
1.
2.
[Arquitectura]
[
3. Trama, ardil.
(talvez do latim *tractiare, despedaçar, de tractus, -a, um, arrastado, seguido)
1.
Entomologia
Designação dada a alguns
2.
Designação vulgar dada a muitas espécies de
3. Figurado Tudo que destrói insensivelmente.
4. [Informal] Vontade muito intensa de comer. = FOME
5. [Informal] Pessoa aborrecida ou importuna. = MAÇADOR
6. Que aborrece, maça ou importuna. = MAÇADOR
Trevas
Figurado Ignorância; ausência de conhecimento; expressão de estupidez.
Religião Designação dos três dias que, na Semana Santa, antecedem o sábado de Aleluia, sendo as igrejas privadas de iluminação.
Etimologia (origem da palavra trevas). Plural de treva.
2. O que está oculto (Mt
3. O mal (Mt
4. A situação de escravidão espiritual em que se encontra o ser humano perdido e da qual só poderá sair aderindo a Jesus pela fé (Jo
5. Um dos elementos que integram o castigo do inferno (Mt
Trombeta
[Brasil] Máscara de couro que se coloca nos cavalos para que não comam ou bebam fora da ração.
substantivo masculino Aquele que toca trombeta; trombeteiro.
[Brasil] Indivíduo que divulga segredos.
Valor
Que pode ser útil; valia: conselho de valor.
Indicação numérica que corresponde ao resultado de; número.
O prestígio, a qualidade, a relevância ou importância de; mérito.
Que é legítimo e verdadeiro; legitimidade: moeda antiga sem valor.
Qualidade que faz com que algo se torne importante para alguém.
Atributo pessoal que incita respeito: admiro o seu valor.
Expressão de consideração e zelo; estima.
Numa comparação, aquilo que se destaca.
Figurado Excesso de relevância; importância.
Importância estabelecida por determinação.
Poder de compra variável de uma moeda, de uma ação ou de um título.
[Jurídico] Capacidade que uma ação jurídica tem de produzir determinados resultados.
Economia Característica que atribui a um objeto o caráter de propriedade econômica: com o tempo, o móvel adquiriu valor.
[Música] Tempo que se refere à duração de uma nota ou de uma pausa.
[Filosofia] Conceito que determina aquilo que deve ser pela influência de argumentos opostos ao que, atualmente, é.
substantivo masculino plural Fundamentos éticos que norteiam o comportamento humano.
Aquilo que se possui; bens, riquezas.
Designação dos títulos de crédito que, sendo públicos ou particulares, representam dinheiro.
Etimologia (origem da palavra valor). Do latim valore.
Venha
(latim venio, -ire, vir, chegar, cair sobre, avançar, atacar, aparecer, nascer, mostrar-se)
1. Transportar-se de um lugar para aquele onde estamos ou para aquele onde está a pessoa a quem falamos; deslocar-se de lá para cá (ex.: os turistas vêm a Lisboa; o gato veio para perto dele; o pai chamou e o filho veio). ≠ IR
2. Chegar e permanecer num lugar (ex.: ele veio para o Rio de Janeiro quando ainda era criança).
3. Derivar (ex.: o tofu vem da soja).
4. Ser transmitido (ex.: a doença dela vem da parte da mãe).
5. Ser proveniente; ter origem em (ex.: o tango vem da Argentina). = PROVIR
6. Ocorrer (ex.: vieram-lhe à mente algumas memórias).
7. Emanar (ex.: o barulho vem lá de fora).
8.
Deslocar-se com um
9. Descender, provir (ex.: ela vem de uma família aristocrata).
10. Bater, chocar, esbarrar (ex.: a bicicleta veio contra o muro).
11. Expor, apresentar, aduzir (ex.: todos vieram com propostas muito interessantes).
12. Chegar a, atingir (ex.: o fogo veio até perto da aldeia).
13. Apresentar-se em determinado local (ex.: os amigos disseram que viriam à festa; a reunião foi breve, mas nem todos vieram). = COMPARECER
14. Chegar (ex.: o táxi ainda não veio).
15. Regressar, voltar (ex.: foram a casa e ainda não vieram).
16. Seguir, acompanhar (ex.: o cão vem sempre com ela).
17. Nascer (ex.: os gatinhos vieram mais cedo do que os donos esperavam).
18. Surgir (ex.: a chuva veio em força).
19. Começar a sair ou a jorrar (ex.: abriram as comportas e a água veio). = IRROMPER
20. Acontecer, ocorrer, dar-se (ex.: a fama e o sucesso vieram de repente).
21. Aparecer, surgir (ex.: a caixa veio aberta).
22. [Portugal, Informal] Atingir o orgasmo (ex.: estava muito excitado e veio-se depressa). = GOZAR
vir abaixo
Desmoronar-se (ex.: o prédio veio abaixo com a explosão).
=
IR ABAIXO
(latim venio, -ire, vir, chegar, cair sobre, avançar, atacar, aparecer, nascer, mostrar-se)
1. Transportar-se de um lugar para aquele onde estamos ou para aquele onde está a pessoa a quem falamos; deslocar-se de lá para cá (ex.: os turistas vêm a Lisboa; o gato veio para perto dele; o pai chamou e o filho veio). ≠ IR
2. Chegar e permanecer num lugar (ex.: ele veio para o Rio de Janeiro quando ainda era criança).
3. Derivar (ex.: o tofu vem da soja).
4. Ser transmitido (ex.: a doença dela vem da parte da mãe).
5. Ser proveniente; ter origem em (ex.: o tango vem da Argentina). = PROVIR
6. Ocorrer (ex.: vieram-lhe à mente algumas memórias).
7. Emanar (ex.: o barulho vem lá de fora).
8.
Deslocar-se com um
9. Descender, provir (ex.: ela vem de uma família aristocrata).
10. Bater, chocar, esbarrar (ex.: a bicicleta veio contra o muro).
11. Expor, apresentar, aduzir (ex.: todos vieram com propostas muito interessantes).
12. Chegar a, atingir (ex.: o fogo veio até perto da aldeia).
13. Apresentar-se em determinado local (ex.: os amigos disseram que viriam à festa; a reunião foi breve, mas nem todos vieram). = COMPARECER
14. Chegar (ex.: o táxi ainda não veio).
15. Regressar, voltar (ex.: foram a casa e ainda não vieram).
16. Seguir, acompanhar (ex.: o cão vem sempre com ela).
17. Nascer (ex.: os gatinhos vieram mais cedo do que os donos esperavam).
18. Surgir (ex.: a chuva veio em força).
19. Começar a sair ou a jorrar (ex.: abriram as comportas e a água veio). = IRROMPER
20. Acontecer, ocorrer, dar-se (ex.: a fama e o sucesso vieram de repente).
21. Aparecer, surgir (ex.: a caixa veio aberta).
22. [Portugal, Informal] Atingir o orgasmo (ex.: estava muito excitado e veio-se depressa). = GOZAR
vir abaixo
Desmoronar-se (ex.: o prédio veio abaixo com a explosão).
=
IR ABAIXO
Verdade
Por Extensão Circunstância, objeto ou fato real; realidade: isso não é verdade!
Por Extensão Ideia, teoria, pensamento, ponto de vista etc. tidos como verídicos; axioma: as verdades de uma ideologia.
Por Extensão Pureza de sentimentos; sinceridade: comportou-se com verdade.
Fiel ao original; que representa fielmente um modelo: a verdade de uma pintura; ela se expressava com muita verdade.
[Filosofia] Relação de semelhança, conformação, adaptação ou harmonia que se pode estabelecer, através de um ponto de vista ou de um discurso, entre aquilo que é subjetivo ao intelecto e aquilo que acontece numa realidade mais concreta.
Etimologia (origem da palavra verdade). Do latim veritas.atis.
Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos Espíritos: princípios da Doutrina Espírita• Trad• de Guillon Ribeiro• 86a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - q• 628
[...] Desde que a divisa do Espiritismo é Amor e caridade, reconhecereis a verdade pela prática desta máxima, e tereis como certo que aquele que atira a pedra em outro não pode estar com a verdade absoluta. [...]
Referencia: KARDEC, Allan• Viagem espírita em 1862 e outras viagens de Kardec• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Discurso de Allan Kardec aos Espíritas de Bordeaux
O conhecimento da Verdade liberta o ser humano das ilusões e impulsiona-o ao crescimento espiritual, multiplicando-lhe as motivações em favor da auto-iluminação, graças à qual torna-se mais fácil a ascensão aos páramos celestes.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Impermanência e imortalidade• Pelo Espírito Carlos Torres Pastorino• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Impermanência e imortalidade
[...] é lâmpada divina de chama inextinguível: não há, na Terra, quem a possa apagar ou lhe ocultar as irradiações, que se difundem nas trevas mais compactas.
Referencia: GUARINO, Gilberto Campista• Centelhas de sabedoria• Por diversos autores espirituais• Rio de Janeiro: FEB, 1976• - L• 5, cap• 3
[...] A verdade é filha do tempo e não da autoridade. [...]
Referencia: MIRANDA, Hermínio C• Reencarnação e imortalidade• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - cap• 17
[...] a verdade é o bem: tudo o que é verdadeiro, justo e bom [...].
Referencia: ROUSTAING, J•B• (Coord•)• Os quatro evangelhos: Espiritismo cristão ou revelação da revelação• Pelos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés• Trad• de Guillon Ribeiro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1988• 4 v• - v• 4
A verdade, a que Jesus se referia [...] é o bem, é a pureza que o Espírito conserva ao longo do caminho do progresso que o eleva na hierarquia espírita, conduzindo-o à perfeição e, pela perfeição, a Deus, que é a verdade absoluta.
Referencia: ROUSTAING, J•B• (Coord•)• Os quatro evangelhos: Espiritismo cristão ou revelação da revelação• Pelos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés• Trad• de Guillon Ribeiro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1988• 4 v• - v• 4
[...] A verdade é o conhecimento de todo princípio que, assim na ordem física, como na ordem moral e intelectual, conduz a Humanidade ao seu aperfeiçoamento, à fraternidade, ao amor universal, mediante sinceras aspirações ao espiritualismo, ou, se quiserdes, à espiritualidade. A idéia é a mesma; mas, para o vosso entendimento humano, o espiritualismo conduz ao Espiritismo e o Espiritismo tem que conduzir à espiritualidade.
Referencia: ROUSTAING, J•B• (Coord•)• Os quatro evangelhos: Espiritismo cristão ou revelação da revelação• Pelos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés• Trad• de Guillon Ribeiro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1988• 4 v• - v• 4
A verdade é sempre senhora e soberana; jamais se curva; jamais se torce; jamais se amolda.
Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• Nas pegadas do Mestre: folhas esparsas dedicadas aos que têm fome e sede de justiça• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - A verdade
A verdade é, muitas vezes, aquilo que não queremos que seja; aquilo que nos desagrada; aquilo com que antipatizamos; V aquilo que nos prejudica o interesse, nos abate e nos humilha; aquilo que nos parece extravagante, e até mesmo aquilo que não cabe em nós.
Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• Nas pegadas do Mestre: folhas esparsas dedicadas aos que têm fome e sede de justiça• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - A verdade
[...] é o imutável, o eterno, o indestrutível. [...] Verdade é amor.
Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• Nas pegadas do Mestre: folhas esparsas dedicadas aos que têm fome e sede de justiça• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Sigamo-lo
[...] a verdade sem amor para com o próximo é como luz que cega ou braseiro que requeima.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Evangelho em casa• Pelo Espírito Meimei• 12a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - 3a reunião
A verdade é remédio poderoso e eficaz, mas só deve ser administrado consoante a posição espiritual de cada um.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Falando à Terra• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Reflexões
A verdade é uma fonte cristalina, que deve correr para o mar infinito da sabedoria.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Falando à Terra• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - De longe
Conhecer, portanto, a verdade é perceber o sentido da vida.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Fonte viva• Pelo Espírito Emmanuel• 33a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 173
[...] é luz divina, conquistada pelo trabalho e pelo merecimento de cada um [...].
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Justiça Divina• Pelo Espírito Emmanuel• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Crenças
[...] é sagrada revelação de Deus, no plano de nossos interesses eternos, que ninguém deve menosprezar no campo da vida.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Lázaro redivivo• Pelo Espírito Irmão X [Humberto de Campos]• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 32
[...] É realização eterna que cabe a cada criatura consolidar aos poucos, dentro de si mesma, utilizando a própria consciência.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Lázaro redivivo• Pelo Espírito Irmão X [Humberto de Campos]• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 32
A verdade é a essência espiritual da vida.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• O Consolador• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - q• 193
Todos nós precisamos da verdade, porque a verdade é a luz do espírito, em torno de situações, pessoas e coisas; fora dela, a fantasia é capaz de suscitar a loucura, sob o patrocínio da ilusão. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• Estude e viva• Pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 21
1) Conformação da afirmativa com a realidade dos fatos (Pv
2) Fidelidade (Gn
3) Jesus, que é, em pessoa, a expressão do que Deus é (Jo
4) “Na verdade” ou “em verdade” é expressão usada por Jesus para introduzir uma afirmativa de verdade divina (Mt
Veste
Vestimenta
Roupa ou o que se usa para cobrir o corpo - vestimenta.
Religião Indumentária com a qual os sacerdotes se vestem em ocasiões solenes.
Figurado Quaisquer coisas que podem ser utilizadas para cobrir, bem como revestimentos etc.
Etimologia (origem da palavra vestimenta). Do latim vestimenta.
Vestir
v. 1. tr. dir. Cobrir (o corpo) com roupa; envolver em roupa; ajustar as vestes ao corpo de. 2. Intr. e pron. Pôr veste; trajar. 3. tr. dir. Fazer ou talhar roupa para. 4. tr. dir. Socorrer com roupa. 5. tr. dir. Calçar (luvas). 6. tr. dir. Adornar, atapetar, revestir. 7. pron. Cobrir-se, revestir-se. 8. tr. dir. Disfarçar, encobrir. 9. pron. Disfarçar-se.
Usar roupa de (certo tecido): vestir seda ou lã.
Dar vestuário a; fornecer roupas a: vestir os pobres.
Adornar, enfeitar.
Vestiu
1. Pôr no corpo uma peça de roupa.
2. Pôr no corpo de outrem a roupa que o deve cobrir; ajudar alguém a vestir-se.
3. Dar roupa a.
4. Cobrir, adornar, revestir.
5. Usar como vestuário.
6. Trazer ordinariamente.
7. Fazer roupa para.
8. Figurado Cobrir, revestir, atapetar, alcatifar, forrar.
9. Adornar.
10. Assumir.
11. Encobrir, disfarçar.
12. Dar realce a; embelecer.
13. Tingir; tingir-se de.
14. Trajar.
15. Cobrir-se com roupa.
16. Pôr trajo de sair; preparar-se para.
17. Comprar roupa para seu uso.
18. Cobrir-se, revestir-se, encobrir-se.
19. Imbuir-se, impregnar-se.
20. Disfarçar-se.
Vestuário
Roupa completa; traje, roupa: vestuário de chef.
Maneira própria de se vestir: apresentava um vestuário inadequado para a entrevista de trabalho.
Etimologia (origem da palavra vestuário). Do latim vestuarium.
Vida
Reunião daquilo que diferencia um corpo vivo do morto: encontrou o acidentado sem vida; a planta amanheceu sem vida.
O que define um organismo do seu nascimento até a morte: a vida dos animais.
Por Extensão Tempo que um ser existe, entre o seu nascimento e a sua morte; existência: já tinha alguns anos de vida.
Por Extensão Fase específica dentro dessa existência: vida adulta.
Figurado Tempo de duração de alguma coisa: a vida de um carro.
Por Extensão Reunião dos seres caracterizados tendo em conta sua espécie, ambiente, época: vida terrestre; vida marítima.
Figurado Aquilo que dá vigor ou sentido à existência de alguém; espírito: a música é minha vida!
Reunião dos fatos e acontecimentos mais relevantes na existência de alguém; biografia: descrevia a vida do cantor.
O que uma pessoa faz para sobreviver: precisava trabalhar para ganhar a vida.
Figurado O que se realiza; prática: vida rural.
Etimologia (origem da palavra vida). Do latim vita.ae.
Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos Espíritos: princípios da Doutrina Espírita• Trad• de Guillon Ribeiro• 86a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - q• 266
A vida vem de Deus e pertence a Deus,pois a vida é a presença de Deus emtoda parte.Deus criou a vida de tal forma que tudonela caminhará dentro da Lei deEvolução.O Pai não criou nada para ficar na es-tagnação eterna.A vida, em essência, é evolução. [...
Referencia: BARCELOS, Walter• Sexo e evolução• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 22
V A vida é uma demonstração palmar de que o homem vem ao mundo com responsabilidades inatas; logo, a alma humana em quem se faz efetiva tal responsabilidade é preexistente à sua união com o corpo.
Referencia: AMIGÓ Y PELLÍCER, José• Roma e o Evangelho: estudos filosófico-religiosos e teórico-práticos• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 17
[...] é um dom da bondade infinita [...].
Referencia: AMIGÓ Y PELLÍCER, José• Roma e o Evangelho: estudos filosófico-religiosos e teórico-práticos• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Conclusão
[...] é uma aventura maravilhosa, através de muitas existências aqui e alhures.
Referencia: ANJOS, Luciano dos e MIRANDA, Hermínio C•• Crônicas de um e de outro: de Kennedy ao homem artificial• Prefácio de Abelardo Idalgo Magalhães• Rio de Janeiro: FEB, 1975• - cap• 16
[...] É o conjunto de princípios que resistem à morte.
Referencia: BARBOSA, Pedro Franco• Espiritismo básico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - pt• 2, Postulados e ensinamentos
A vida é uma grande realização de solidariedade humana.
Referencia: CASTRO, Almerindo Martins de• O martírio dos suicidas: seus sofrimentos inenarráveis• 17a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• -
[...] o conjunto das funções que distinguem os corpos organizados dos corpos inorgânicos. [...]
Referencia: DELANNE, Gabriel• O Espiritismo perante a Ciência• Trad• de Carlos 1mbassahy• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - pt• 1, cap• 1
[...] É a Criação... [...]
Referencia: DELANNE, Gabriel• A Reencarnação• Trad• de Carlos 1mbassahy• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1994• - cap• 2
A vida é uma idéia; é a idéia do resultado comum, ao qual estão associados e disciplinados todos os elementos anatômicos; é a idéia da harmonia que resulta do seu concerto, da ordem que reina em suas ações.
Referencia: DELANNE, Gabriel• A Reencarnação• Trad• de Carlos 1mbassahy• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1994• - cap• 2
A vida terrestre é uma escola, um meio de educação e de aperfeiçoamento pelo trabalho, pelo estudo e pelo sofrimento.
Referencia: DENIS, Léon• Depois da morte: exposição da Doutrina dos Espíritos• Trad• de João Lourenço de Souza• 25a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Resumo
Cada vida terrena [...] é a resultante de um imenso passado de trabalho e de provações.
Referencia: DENIS, Léon• Joana d’Arc médium• Trad• de Guillon Ribeiro• 22a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 18
[...] é um cadinho fecundo, de onde deves [o Espírito] sair purificado, pronto para as missões futuras, maduro para tarefas sempre mais nobres e maiores.
Referencia: DENIS, Léon• O grande enigma• 13a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 14
[...] é uma vibração imensa que enche o Universo e cujo foco está em Deus.
Referencia: DENIS, Léon• O problema do ser, do destino e da dor: os testemunhos, os fatos, as leis• 28a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 8
A vida é o bem maior que nos concede o Criador para o auto-aperfeiçoamento espiritual e somente o risco desse bem pode tornar admissível o sacrifício de uma vida que se inicia em favor de outra já plenamente adaptada à dimensão material e, por isso mesmo, em plena vigência da assunção dos seus compromissos para com a família e com a sociedade.
Referencia: DIZEM os Espíritos sobre o aborto (O que)• Compilado sob orientação de Juvanir Borges de Souza• Rio de Janeiro: FEB, 2001• - cap• 6
[...] é um depósito sagrado e nós não podemos dispor de bens que nos não pertencem.
Referencia: DOMINGO SÓLER, Amália• Fragmentos das memórias do Padre Germano• Pelo Espírito Padre Germano• Trad• de Manuel Quintão• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 8
A vida sem virtudes é lento suicídio, ao passo que, enobrecida pelo cumprimento do dever, santificada pelo amor universal, é o instrumento mais precioso do Espírito para o seu aperfeiçoamento indefinido.
Referencia: DOMINGO SÓLER, Amália• Fragmentos das memórias do Padre Germano• Pelo Espírito Padre Germano• Trad• de Manuel Quintão• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 22
A vida é um sonho penoso, / Do qual nos desperta a morte.
Referencia: ERNY, Alfred• O psiquismo experimental: estudo dos fenômenos psíquicos• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1982• - cap• 2
[...] é uma força organizadora, que pode contrariar a tendência da matéria à V V desorganização. É uma força organizadora e pensante, que integra a matéria e a organiza, visto que, sem ela, toda matéria fica desorganizada.
Referencia: FINDLAY, J• Arthur• No limiar do etéreo, ou, Sobrevivência à morte cientificamente explicada• Traduzido do inglês por Luiz O• Guillon Ribeiro• Prefácio de Sir William Barret• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1981• - cap• 2
[...] é um turbilhão contínuo, cuja diretiva, por mais complexa que seja, permanece constante. [...] (66, t. 2, cap.
1) [...] é uma força física inconsciente, organizadora e conservadora do corpo.
Referencia: FRANCINI, Walter• Doutor Esperanto: o romance de Lázaro Luís Zamenhof, criador da língua internacional• Com cartaprefácio do Dr• Mário Graciotti, da Academia Paulista de Letras• Rio de Janeiro: FEB, 1984• - 1a narrativa
Considerada a vida uma sublime concessão de Deus, que se apresenta no corpo e fora dele, preexistindo-o e sobrevivendo-o, poder-se-á melhor enfrentar os desafios existenciais e as dificuldades que surgem, quando na busca da auto-iluminação. [...]
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Impermanência e imortalidade• Pelo Espírito Carlos Torres Pastorino• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Impedimentos à iluminação
[...] é uma sinfonia de bênçãos aguardando teus apontamentos e comentários.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Tramas do destino• Pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda• 12a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 46
[...] é uma grande tecelã e nas suas malhas ajusta os sentimentos ao império da ordem, para que o equilíbrio governe todas as ações entre as criaturas.
Referencia: GAMA, Zilda• Do calvário ao infinito• Pelo Espírito Victor Hugo• 14a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1987• - L• 2, cap• 9
[...] é grande fortuna para quem deve progredir.
Referencia: GAMA, Zilda• Do calvário ao infinito• Pelo Espírito Victor Hugo• 14a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1987• - L• 3, cap• 7
Vidas são experiências que se aglutinam, formando páginas de realidade.
Referencia: GAMA, Zilda• Dor suprema• Pelo Espírito Victor Hugo• 15a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - Pról•
A vida física é oportunidade purificadora, da qual, em regra, ninguém consegue eximir-se. Bênção divina, flui e reflui, facultando aprimoramento e libertação.
Referencia: GAMA, Zilda• Dor suprema• Pelo Espírito Victor Hugo• 15a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - L• 1, cap• 1
[...] é o hálito do Pai Celeste que a tudo vitaliza e sustenta...
Referencia: GAMA, Zilda• Dor suprema• Pelo Espírito Victor Hugo• 15a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - L• 3, cap• 5
A vida terrena é um relâmpago que brilha por momentos no ambiente proceloso deste orbe, e logo se extingue para se reacender perenemente nas paragens siderais.
Referencia: GIBIER, Paul• O Espiritismo: faquirismo ocidental: estudo histórico crítico, experimental• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - L• 1, Na pista da verdade
[...] a nossa vida é um tesouro divino, que nos foi confiado para cumprir uma missão terrena [...].
Referencia: GURJÃO, Areolino• Expiação• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1984• - L• 9, cap• 1
[...] a vida humana é uma série ininterrupta de refregas e de desilusões...
Referencia: GURJÃO, Areolino• Expiação• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1984• - L• 9, cap• 22
[...] a vida humana é uma intérmina cadeia, uma corrente que se compõe de muitos elos, cada qual terminando no sepulcro, para de novo se soldar em ulterior encarnação até que o Espírito adquira elevadas faculdades, ou atinja a perfeição.
Referencia: GAMA, Zilda• Na sombra e na luz• Pelo Espírito Victor Hugo• 14a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - L• 1, cap• 7
Vida e morte, uma só coisa, / Verdade de toda gente: / A vida é a flor que desponta / Onde a morte é uma semente.
Referencia: GUARINO, Gilberto Campista• Centelhas de sabedoria• Por diversos autores espirituais• Rio de Janeiro: FEB, 1976• - cap• 173
[...] Em suas evoluções, a vida nada mais é que a manifestação cada vez mais completa do Espírito. [...]
Referencia: MARCHAL, V (Padre)• O Espírito Consolador, ou os nossos destinos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - 28a efusão
A vida, portanto, como efeito decorrente de um agente (princípio vital) sobre a matéria (fluido cósmico), tem, por V sustentação, a matéria e o princípio vital em estado de interação ativa, de forma contínua. Decorrente da mesma fonte original – pois reside no fluido magnético animal, que, por sua vez, não é outro senão o fluido vital – tem, contudo, a condição peculiar de veicular o contato com o princípio espiritual.
Referencia: MELO, Jacob• O passe: seu estudo, suas técnicas, sua prática• 15a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 4
[...] é amor e serviço, com Deus. [...]
Referencia: Ó, Fernando do• A dor do meu destino• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 2
A vida é a mais bela sinfonia de amor e luz que o Divino Poder organizou.
Referencia: PERALVA, Martins• Estudando a mediunidade• 23a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 13
Não vivi, pois a vida é o sentimento / De tudo o que nos toca em sofrimento / Ou exalta no prazer. [...] (185, Nova[...] é um combate insano e dolorido / Que temos de vencer. [...]
Referencia: SANT’ANNA, Hernani T• Canções do alvorecer• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Sursum
[...] A vida é mesmo ingente aprendizado, / Onde o aluno, por vez desavisado, / Tem sempre ensanchas de recomeçar [...].
Referencia: SANT’ANNA, Hernani T• Canções do alvorecer• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Renovação
A vida humana não é um conjunto de artifícios. É escola da alma para a realidade maior.
Referencia: VIEIRA, Waldo• Seareiros de volta• Diversos autores espirituais• Prefácio de Elias Barbosa• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Mostremos o Mestre em nós
[...] é a manifestação da vontade de Deus: vida é amor.
Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• Nas pegadas do Mestre: folhas esparsas dedicadas aos que têm fome e sede de justiça• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Sigamo-lo
[...] A vida, na sua expressão terrestre, é como uma árvore grandiosa. A infância é a sua ramagem verdejante. A mocidade se constitui de suas flores perfumadas e formosas. A velhice é o fruto da experiência e da sabedoria. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Boa nova• Pelo Espírito Humberto de Campos• 1a ed• especial• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 9
[...] é a harmonia dos movimentos, resultante das trocas incessantes no seio da natureza visível e invisível. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• A caminho da luz• História da civilização à luz do Espiritismo• Pelo Espírito Emmanuel, de 17 de agosto a 21 de setembro de 1938• 33a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 8
A vida em si é conjunto divino de experiências. Cada existência isolada oferece ao homem o proveito de novos conhecimentos. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Caminho, verdade e vida• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 22
[...] é trabalho, júbilo e criação na eternidade.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Caminho, verdade e vida• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 68
A vida é sempre a iluminada escola.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Correio fraterno• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 16
A vida é essência divina [...].
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Correio fraterno• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 17
A vida por toda parte / É todo um hino de amor, / Serve a nuvem, serve o vale, / Serve o monte, serve a flor.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Correio fraterno• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 18
Lembrai-vos de que a vida é a eternidade em ascensão [...].
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Correio fraterno• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 53
A oportunidade sagrada é a vida. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
A vida é um campo divino, onde a infância é a germinação da Humanidade.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
[...] é a gloriosa manifestação de Deus. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
V V A vida é máquina divina da qual todos os seres são peças importantes e a cooperação é o fator essencial na produção da harmonia e do bem para todos.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
A vida é um câmbio divino do amor, em que nos alimentamos, uns aos outros, na ternura e na dedicação.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
Patrimônio da criação e divindade de todas as coisas, é a vida a vibração luminosa que se estende pelo infinito, dentro de sua grandeza e de seu sublime mistério.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
[...] é caminho em que nos cabe marchar para a frente, é sobretudo traçada pela Divina Sabedoria.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
A vida é uma escola e cada criatura, dentro dela, deve dar a própria lição. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 26
[...] é um grande livro sem letras, em que as lições são as nossas próprias experiências.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Evangelho em casa• Pelo Espírito Meimei• 12a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - 3a reunião
A vida é uma corrente sagrada de elos perfeitos que vai do campo subatômico até Deus [...].
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Falando à Terra• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Notícias
A vida não é trepidação de nervos, a corrida armamentista ou a tortura de contínua defesa. É expansão da alma e crescimento do homem interior, que se não coadunam com a arte de matar.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Falando à Terra• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Apreciações
A vida é curso avançado de aprimoramento, através do esforço e da luta. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Fonte viva• Pelo Espírito Emmanuel• 33a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 54
A vida é processo de crescimento da alma ao encontro da Grandeza Divina.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Fonte viva• Pelo Espírito Emmanuel• 33a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 71
E perceber o sentido da vida é crescer em serviço e burilamento constantes.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Fonte viva• Pelo Espírito Emmanuel• 33a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 173
[...] é um jogo de circunstâncias que todo espírito deve entrosar para o bem, no mecanismo do seu destino. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Há dois mil anos: episódios da história do Cristianismo no século I• Romance de Emmanuel• 45a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 1
Lembre-se de que a vida e o tempo são concessões de Deus diretamente a você, e, acima de qualquer angústia ou provação, a vida e o tempo responderão a você com a bênção da luz ou com a experiência da sombra, como você quiser.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Idéias e ilustrações• Por diversos Espíritos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1993• - cap• 39
[...] é o carro triunfante do progresso, avançando sobre as rodas do tempo [...].
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Instruções psicofônicas• Recebidas de vários Espíritos, no “Grupo Meimei”, e organizadas por Arnaldo Rocha• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 13
Enquanto no corpo físico, desfrutas o poder de controlar o pensamento, aparentando o que deves ser; no entanto, após a morte, eis que a vida é a verdade, mostrando-te como és.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Justiça Divina• Pelo Espírito Emmanuel• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Espíritos transviados
A vida humana, pois, apesar de transitória, é a chama que vos coloca em contato com o serviço de que necessitais para ascensão justa. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Pão Nosso• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 6
[...] afirmação de imortalidade gloriosa com Jesus Cristo!
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Paulo e Estevão: episódios históricos do Cristianismo primitivo• Pelo Espírito Emmanuel• 41a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - pt• 2, cap• 8
[...] é uma longa caminhada para a vitória que hoje não podemos compreender. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Relicário de luz• Autores diversos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Bilhete filial
V Todavia, é preciso lembrar que a vida é permanente renovação, propelindo-nos a entender que o cultivo da bondade incessante é o recurso eficaz contra o assédio de toda influência perniciosa.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Religião dos Espíritos: estudos e dissertações em torno da substância religiosa de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec• Pelo Espírito Emmanuel• 18a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Tentação e remédio
[...] é um cântico de trabalho e criação incessantes. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Reportagens de Além-túmulo• Pelo Espírito Humberto de Campos• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 24
[...] é aprimoramento incessante, até o dia da perfeição [...].
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Rumo certo• Pelo Espírito Emmanuel• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 60
[...] toda a vida, no fundo, é processo mental em manifestação.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Vozes do grande além• Por diversos Espíritos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2003• - cap• 23
A vida constitui encadeamento lógico de manifestações, e encontramos em toda parte a sucessão contínua de suas atividades, com a influenciação recípro ca entre todos os seres, salientando-se que cada coisa e cada criatura procede e depende de outras coisas e de outras criaturas.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• Estude e viva• Pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 24
Vistos
(latim video, -ere)
1. Exercer o sentido da vista sobre.
2. Olhar para.
3. Presenciar, assistir a.
4. Avistar; enxergar.
5. Encontrar, achar, reconhecer.
6. Observar, notar, advertir.
7. Reparar, tomar cuidado em.
8. Imaginar, fantasiar.
9. Calcular, supor; ponderar, inferir, deduzir.
10. Prever.
11. Visitar.
12. Escolher.
13. Percorrer.
14. Provar.
15. Conhecer.
16. Olhar-se.
17. Encontrar-se.
18. Parecer; juízo; opinião (ex.: no ver dele, isto é inadmissível).
19.
O
a meu ver
Na minha opinião.
até mais ver
Fórmula de despedida usada quando se pensa ou espera voltar a ver a
(s): pessoa
(s): a quem é dirigida.
=
ATÉ À VISTA, ATÉ MAIS
a ver vamos
Expressão usada para indicar que se espera ou se deve esperar pelo desenrolar dos acontecimentos.
ver-se e desejar-se
Estar muito aflito, muito embaraçado (ex.: o tenista viu-se e desejou-se para ganhar ao adversário).
(particípio de ver)
1. Conhecido, notório, sabido; considerado, reputado; aceite, recebido, acolhido.
2. Versado, sabedor; ciente.
3. Atendendo, considerando, ponderando.
4. Fórmula ou assinatura que dá validade a um documento.
5. Autorização de entrada num país estrangeiro (ex.: foi à embaixada pedir o visto).
6. Sinal gráfico, geralmente semelhante à letra V, que indica que algo foi feito ou verificado.
7. Indica causa (ex.: visto haver muitas dúvidas, é necessário um esclarecimento). = DADO, POR
está visto que
É claro que, é óbvio que.
pelos vistos
A julgar pelo que se vê; ao que tudo indica; na aparência (ex.: pelos vistos, mudaram de planos).
=
APARENTEMENTE
pelo visto
O mesmo que pelos vistos.
visto que
Expressão que indica causa e introduz uma frase subordinada (ex.: visto que estamos atrasados, não vamos fazer uma pausa).
=
DADO QUE, POSTO QUE, UMA VEZ QUE
Vontade
Capacidade individual de escolher ou desejar aquilo que bem entende; faculdade de fazer ou não fazer determinadas ações.
Capricho; desejo repentino: menino cheio de vontades!
Desejo físico ou emocional: vontade de dormir; vontade de se apaixonar.
Empenho; manifestação de entusiasmo e de determinação: guardou sua vontade para o vestibular.
Deliberação; decisão que uma pessoa expõe para que seja respeitada.
Prazer; expressão de contentamento: dançava com vontade.
Etimologia (origem da palavra vontade). Do latim voluntas.atis.
Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos médiuns ou Guia dos médiuns e dos evocadores• Trad• de Guillon Ribeiro da 49a ed• francesa• 76a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - it• 131
A vontade é a participação consciente, esclarecida e responsável da alma que deseja sinceramente melhorar, depois de muito sofrer e de reconhecer suas grandes imperfeições, seus graves erros e imensas deficiências. O trabalho de vencer a si mesmo não é tarefa fácil.
Referencia: BARCELOS, Walter• Sexo e evolução• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 14
[...] é uma força considerável, por meio da qual, eles [os Espíritos] agem sobre os fluidos; é pois, a vontade que determina as combinações dos fluidos [...].
Referencia: DELANNE, Gabriel• O Espiritismo perante a Ciência• Trad• de Carlos 1mbassahy• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - pt• 4, cap• 3
[...] faculdade máter, cuja utilização constante e esclarecida tão alto pode elevar o homem. A vontade é a arma por excelência que ele precisa aprender a utilizar e incessantemente exercitar.
Referencia: DENIS, Léon• Cristianismo e Espiritismo: provas experimentais da sobrevivência• Trad• de Leopoldo Cirne• 14a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 8
V [...] é a faculdade soberana da alma, a força espiritual por excelência, e pode mesmo dizer-se que é a essência da sua personalidade.
Referencia: DENIS, Léon• Depois da morte: exposição da Doutrina dos Espíritos• Trad• de João Lourenço de Souza• 25a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 4, cap• 32
[...] é a maior de todas as potências; é, em sua ação, comparável ao ímã. A vontade de viver, de desenvolver em nós a vida, atrai-nos novos recursos vitais; tal é o segredo da lei de evolução. A vontade pode atuar com intensidade sobre o corpo fluídico, ativar-lhe as vibrações e, por esta forma, apropriá-lo a um modo cada vez mais elevado de sensações, prepará-lo para mais alto grau de existência. [...] O princípio superior, o motor da existência, é a vontade.
Referencia: DENIS, Léon• O problema do ser, do destino e da dor: os testemunhos, os fatos, as leis• 28a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 3, cap• 20
[...] é, certamente, uma energia de ordem intelectual.
Referencia: FLAMMARION, Camille• A morte e o seu mistério• Rio de Janeiro: FEB, 2004• 3 v•: v• 1, 6a ed•; v• 2, 5a ed•; v• 3, 5a ed• - v• 1, cap• 3
[...] é uma faculdade essencialmente imaterial, diferente do que se entende geralmente por propriedades da matéria.
Referencia: FLAMMARION, Camille• A morte e o seu mistério• Rio de Janeiro: FEB, 2004• 3 v•: v• 1, 6a ed•; v• 2, 5a ed•; v• 3, 5a ed• - v• 1, cap• 5
[...] uma das maiores potencialidades que existe no ser humano: a vontade.
Referencia: SCHUBERT, Suely Caldas• Obsessão/desobsessão: profilaxia e terapêutica espíritas• 16a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - pt• 2, cap• 5
[...] é atributo essencial do Espírito, isto é, do ser pensante.
Referencia: SCHUBERT, Suely Caldas• Obsessão/desobsessão: profilaxia e terapêutica espíritas• 16a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - pt• 2, cap• 6
[...] é o impacto determinante. Nela dispomos do botão poderoso que decide o movimento ou a inércia da máquina. [...] é, pois, o comando geral de nossa existência. Ela é a manifestação do ser como individualidade, no uso do seu livre-arbítrio. [...]
Referencia: SCHUBERT, Suely Caldas• Obsessão/desobsessão: profilaxia e terapêutica espíritas• 16a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - pt• 2, cap• 6
[...] O princípio superior, o motor da existência, é a vontade. [...]
Referencia: SOARES, Sílvio Brito• Páginas de Léon Denis• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1991• - Ligeiros comentários•••
[...] é a força principal do caráter, é, numa palavra, o próprio homem. [...]
Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• Nas pegadas do Mestre: folhas esparsas dedicadas aos que têm fome e sede de justiça• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Sursum corda
[...] Todos temos a vontade por alavanca de luz, e toda criatura, sem exceção, demonstrará a quantidade e o teor da luz que entesoura em si própria, toda vez que chamada a exame, na hora da crise.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Justiça Divina• Pelo Espírito Emmanuel• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Exames
[...] a vontade e a confiança do homem são poderosos fatores no desenvolvimento e iluminação da vida.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Pão Nosso• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 113
A vontade é a gerência esclarecida e vigilante, governando todos os setores da ação mental.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Pensamento e vida• Pelo Espírito Emmanuel• 16a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 2
A vontade é sagrado atributo do espírito, dádiva de Deus a nós outros para que decidamos, por nós, quanto à direção do próprio destino.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• O Espírito da Verdade: estudos e dissertações em torno de O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec• Por diversos Espíritos• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - cap• 57
Vãs
Vê
Etimologia (origem da palavra vê). Com origem na pronúncia da letra v.
Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
Strongs
δέ
(G1161)
partícula primária (adversativa ou aditiva); conj
- mas, além do mais, e, etc.
δικαιοσύνη
(G1343)
de 1342; TDNT - 2:192,168; n f
- num sentido amplo: estado daquele que é como deve ser, justiça, condição aceitável para Deus
- doutrina que trata do modo pelo qual o homem pode alcançar um estado aprovado por Deus
- integridade; virtude; pureza de vida; justiça; pensamento, sentimento e ação corretos
- num sentido restrito, justiça ou virtude que dá a cada um o que lhe é devido
εἰ
(G1487)
partícula primária de condicionalidade; conj
- se
εἰ δὲ μή(γε)
(G1490)
ἔμπροσθεν
(G1715)
ἐν
(G1722)
ἔχω
(G2192)
incluindo uma forma alternativa
- ter, i.e. segurar
- ter (segurar) na mão, no sentido de utilizar; ter (controlar) possessão da mente (refere-se a alarme, agitação, emoção, etc.); segurar com firmeza; ter ou incluir ou envolver; considerar ou manter como
- ter, i.e., possuir
- coisas externas, tal com possuir uma propriedade ou riquezas ou móveis ou utensílios ou bens ou comida, etc.
- usado daqueles unidos a alguém pelos laços de sangue ou casamento ou amizade ou dever ou lei etc, de atênção ou companhia
- julgar-se ou achar-se o fulano-de-tal, estar em certa situação
- segurar mesmo algo, agarrar algo, prender-se ou apegar-se
- estar estreitamente unido a uma pessoa ou uma coisa
θεάομαι
(G2300)
uma forma prolongada de um verbo primário; TDNT - 5:315,706; v
- olhar, observar, ver atentamente, contemplar (freqüentemente usado de shows públicos)
- de pessoas importantes que são consideradas com admiração
- ver, ter uma visão de
- no sentido de visitar, encontrar com uma pessoa
aprender pelo olhar, ver com os olhos, perceber
μή
(G3361)
partícula de negação qualificada (enquanto que 3756 expressa um negação absoluta); partícula
- não, que... (não)
μισθός
(G3408)
aparentemente, palavra primária; TDNT - 4:695,599; n m
- valor pago pelo trabalho
- salário, pagamento
- recompensa: usado do fruto natural do trabalho árduo e esforçado
- em ambos os sentidos, recompensas e punições
- das recompensas que Deus dá, ou dará, pelas boas obras e esforços
- de punições
ὁ
(G3588)
que inclue o feminino
em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo
- este, aquela, estes, etc.
Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.
οὐ
(G3756)
palavra primária, negativo absoluto [cf 3361] advérbio; partícula
- não; se usa em perguntas diretas que esperam uma resposta afirmativa
οὐρανός
(G3772)
talvez do mesmo que 3735 (da idéia de elevação); céu; TDNT - 5:497,736; n m
- espaço arqueado do firmamento com todas as coisas nele visíveis
- universo, mundo
- atmosfera ou firmamento, região onde estão as nuvens e se formam as tempestades, e onde o trovão e relâmpago são produzidos
- os céus siderais ou estrelados
região acima dos céus siderais, a sede da ordem das coisas eternas e consumadamente perfeitas, onde Deus e outras criaturas celestes habitam
παρά
(G3844)
palavra raiz; TDNT - 5:727,771; prep
- de, em, por, ao lado de, perto
πατήρ
(G3962)
aparentemente, palavra raiz; TDNT - 5:945,805; n m
- gerador ou antepassado masculino
- antepassado mais próximo: pai da natureza corporal, pais naturais, tanto pai quanto mãe
- antepassado mais remoto, fundador de uma família ou tribo, progenitor de um povo, patriarca: assim Abraão é chamado, Jacó e Davi
- pais, i.e., ancestrais, patriarcas, fundadores de uma nação
- alguém avançado em anos, o mais velho
- metáf.
- o originador e transmissor de algo
- os autores de uma família ou sociedade de pessoas animadas pelo mesmo espírito do fundador
- alguém que tem infundido seu próprio espírito nos outros, que atua e governa suas mentes
- alguém que está numa posição de pai e que cuida do outro de um modo paternal
- um título de honra
- mestres, como aqueles a quem os alunos seguem o conhecimento e treinamento que eles receberam
- membros do Sinédrio, cuja prerrogativa era pela virtude da sabedoria e experiência na qual se sobressaíam; cuidar dos interesses dos outros
- Deus é chamado o Pai
- das estrelas, luminares celeste, porque ele é seu criador, que as mantém e governa
- de todos os seres inteligentes e racionais, sejam anjos ou homens, porque ele é seu criador, guardião e protetor
- de seres espirituais de todos os homens
- de cristãos, como aqueles que através de Cristo tem sido exaltados a uma relação íntima e especialmente familiar com Deus, e que não mais o temem como a um juiz severo de pecadores, mas o respeitam como seu reconciliado e amado Pai
- o Pai de Jesus Cristo, aquele a quem Deus uniu a si mesmo com os laços mais estreitos de amor e intimidade, fez conhecer seus propósitos, designou para explicar e propagar entre os homens o plano da salvação, e com quem também compartilhou sua própria natureza divina
- por Jesus Cristo mesmo
- pelos apóstolos
ποιέω
(G4160)
aparentemente forma prolongada de uma palavra primária arcaica; TDNT - 6:458,895; v
- fazer
- com os nomes de coisas feitas, produzir, construir, formar, modelar, etc.
- ser os autores de, a causa
- tornar pronto, preparar
- produzir, dar, brotar
- adquirir, prover algo para si mesmo
- fazer algo a partir de alguma coisa
- (fazer, i.e.) considerar alguém alguma coisa
- (fazer, i.e.) constituir ou designar alguém alguma coisa, designar ou ordenar alguém que
- (fazer, i.e.) declarar alguém alguma coisa
- tornar alguém manifesto, conduzi-lo
- levar alguém a fazer algo
- fazer alguém
- ser o autor de algo (causar, realizar)
- fazer
- agir corretamente, fazer bem
- efetuar, executar
- fazer algo a alguém
- fazer a alguém
- com designação de tempo: passar, gastar
- celebrar, observar
- tornar pronto, e assim, ao mesmo tempo, instituir, a celebração da páscoa
- cumprir: um promessa
πρός
(G4314)
forma fortalecida de 4253; TDNT - 6:720,942; prep
em benefício de
em, perto, por
para, em direção a, com, com respeito a
προσέχω
(G4337)
- levar a, trazer para perto
- trazer um navio à terra, e simplesmente atracar, aportar
- mudar a mente para, tentar ser solícito
- a uma pessoa ou algo: cuidar, prover para
- assistir a si mesmo, i.e., dar atênção a si mesmo
- dar atênção a, ter cuidado
- aplicar-se a, concentrar-se em, segurar ou apegar-se a uma pessoa ou uma coisa
- ser dado ou dedicado a
- devotar pensamento e esforço a
ἄνθρωπος
(G444)
de 435 e ops (o semblante, de 3700); com cara de homem, i.e. um ser humano; TDNT - 1:364,59; n m
- um ser humano, seja homem ou mulher
- genericamente, inclui todos os indivíduos humanos
- para distinguir humanos de seres de outra espécie
- de animais e plantas
- de Deus e Cristo
- dos anjos
- com a noção adicionada de fraqueza, pela qual o homem é conduzido ao erro ou induzido a pecar
- com a noção adjunta de desprezo ou piedade desdenhosa
- com referência às duas natureza do homem, corpo e alma
- com referência à dupla natureza do homem, o ser corrupto e o homem verdadeiramente cristão, que se conforma à natureza de Deus
- com referência ao sexo, um homem
- de forma indefinida, alguém, um homem, um indivíduo
- no plural, povo
- associada com outras palavras, ex. homem de negócios
σύ
(G4771)
pronome pessoal da segunda pessoa do singular; pron
- tu
αὐτός
(G846)
da partícula au [talvez semelhante a raiz de 109 pela idéia de um vento instável] (para trás); pron
- ele próprio, ela mesma, eles mesmos, de si mesmo
- ele, ela, isto
- o mesmo
δοξάζω
(G1392)
de 1391; TDNT - 2:253,178; v
- pensar, supor, ser da opinião
- louvar, exaltar, magnificar, celebrar
- honrar, conferir honras a, ter em alta estima
- tornar glorioso, adornar com lustre, vestir com esplendor
- conceder glória a algo, tornar excelente
- tornar renomado, causar ser ilustre
- Tornar a dignidade e o valor de alguém ou de algo manifesto e conhecido
ἐλεημοσύνη
(G1654)
de 1656; TDNT - 2:485,222; n f
- misericórdia, piedade
- esp. como exibido no dar esmola, caridade
- o benefício em si mesmo, doação ao pobre, esmola
ἔμπροσθεν
(G1715)
ἐν
(G1722)
καί
(G2532)
aparentemente, uma partícula primária, que tem uma ação aditiva e algumas vezes também uma força acumulativa; conj
- e, também, até mesmo, realmente, mas
ἀμήν
(G281)
de origem hebraica 543
- firme
- metáf. fiel
- verdadeiramente, amém
- no começo de um discurso - certamente, verdadeiramente, a respeito de uma verdade
- no fim - assim é, assim seja, que assim seja feito. Costume que passou das sinagogas para as reuniões cristãs: Quando a pessoa que lia ou discursava, oferecia louvor solene a Deus, os outros respondiam “amém”, fazendo suas as palavras do orador. “Amém” é uma palavra memorável. Foi transliterada diretamente do hebraico para o grego do Novo Testamento, e então para o latim, o inglês, e muitas outras línguas. Por isso tornou-se uma palavra praticamente universal. É tida como a palavra mais conhecida do discurso humano. Ela está diretamente relacionada — de fato, é quase idêntica — com a palavra hebraica para “crer” (amam), ou crente. Assim, veio a significar “certamente” ou “verdadeiramente”, uma expressão de absoluta confiança e convicção.
λέγω
(G3004)
palavra raiz; TDNT - 4:69,505; v
- dizer, falar
- afirmar sobre, manter
- ensinar
- exortar, aconselhar, comandar, dirigir
- apontar com palavras, intentar, significar, querer dizer
- chamar pelo nome, chamar, nomear
- gritar, falar de, mencionar
μή
(G3361)
partícula de negação qualificada (enquanto que 3756 expressa um negação absoluta); partícula
- não, que... (não)
μισθός
(G3408)
aparentemente, palavra primária; TDNT - 4:695,599; n m
- valor pago pelo trabalho
- salário, pagamento
- recompensa: usado do fruto natural do trabalho árduo e esforçado
- em ambos os sentidos, recompensas e punições
- das recompensas que Deus dá, ou dará, pelas boas obras e esforços
- de punições
ὁ
(G3588)
que inclue o feminino
em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo
- este, aquela, estes, etc.
Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.
ὅταν
(G3752)
οὖν
(G3767)
aparentemente, palavra raiz; partícula
- então, por esta razão, conseqüentemente, conformemente, sendo assim
ποιέω
(G4160)
aparentemente forma prolongada de uma palavra primária arcaica; TDNT - 6:458,895; v
- fazer
- com os nomes de coisas feitas, produzir, construir, formar, modelar, etc.
- ser os autores de, a causa
- tornar pronto, preparar
- produzir, dar, brotar
- adquirir, prover algo para si mesmo
- fazer algo a partir de alguma coisa
- (fazer, i.e.) considerar alguém alguma coisa
- (fazer, i.e.) constituir ou designar alguém alguma coisa, designar ou ordenar alguém que
- (fazer, i.e.) declarar alguém alguma coisa
- tornar alguém manifesto, conduzi-lo
- levar alguém a fazer algo
- fazer alguém
- ser o autor de algo (causar, realizar)
- fazer
- agir corretamente, fazer bem
- efetuar, executar
- fazer algo a alguém
- fazer a alguém
- com designação de tempo: passar, gastar
- celebrar, observar
- tornar pronto, e assim, ao mesmo tempo, instituir, a celebração da páscoa
- cumprir: um promessa
ἄνθρωπος
(G444)
de 435 e ops (o semblante, de 3700); com cara de homem, i.e. um ser humano; TDNT - 1:364,59; n m
- um ser humano, seja homem ou mulher
- genericamente, inclui todos os indivíduos humanos
- para distinguir humanos de seres de outra espécie
- de animais e plantas
- de Deus e Cristo
- dos anjos
- com a noção adicionada de fraqueza, pela qual o homem é conduzido ao erro ou induzido a pecar
- com a noção adjunta de desprezo ou piedade desdenhosa
- com referência às duas natureza do homem, corpo e alma
- com referência à dupla natureza do homem, o ser corrupto e o homem verdadeiramente cristão, que se conforma à natureza de Deus
- com referência ao sexo, um homem
- de forma indefinida, alguém, um homem, um indivíduo
- no plural, povo
- associada com outras palavras, ex. homem de negócios
ῥύμη
(G4505)
prolongação de 4506 em seu sentido original; n f
balanço, agitação, força, trilho, de um corpo em movimento
trecho do caminho em um cidade encerrada por construções em ambos os lados
- rua, travessa
σαλπίζω
(G4537)
de 4536; TDNT - 7:71,997; v
- soar uma trombeta
σύ
(G4771)
pronome pessoal da segunda pessoa do singular; pron
- tu
συναγωγή
(G4864)
da (forma reduplicada de) 4863; TDNT - 7:798,1108; n f
- ajuntamento, recolhimento (de frutas)
- no NT, uma assembléia de homens
- sinagoga
- assembléia de judeus formalmente reunidos para ofertar orações e escutar leituras e exposições das escrituras; reuniões deste tipo aconteciam todos os sábados e dias de festa; mais tarde, também no segundo e quinto dia de cada semana; nome transferido para uma assembléia de cristãos formalmente reunidos para propósitos religiosos
- as construções onde aquelas assembléias judaicas solenes eram organizadas. Parece ser que as sinagogas tiveram sua origem durante o exílio babilônico. Na época de Jesus e dos apóstolos, cada cidade, não apenas na Palestina, mas também entre os gentios, se tivesse um considerável número de habitantes judeus, tinha pelo menos uma sinagoga. A maioria das sinagogas nas grandes cidades tinha diversas, ou mesmo muitas. As sinagogas eram também usadas para julgamentos e punições.
ὑπό
(G5259)
preposição primária; prep
- por, sob
ὑποκριτής
(G5273)
de 5271; TDNT - 8:559,1235; n m
alguém que responde, intérprete
ator, artista de teatro
dissimulador, impostor, hipócrita
ὥσπερ
(G5618)
ἀπέχω
(G568)
de 575 e 2192; TDNT - 2:828,286; v
- ter
- deter-se, reter, prevenir
- ter inteira ou completamente, ter recebido
- é bastante, suficiente
- estar ausente, distante
- guardar-se, abster-se
“ter” em Mt 6:2 é modificado com um prefixo que muda seu sentido para “ter completamente” e era comumente usado em recibos de negócios para significar “pago completamente”. Nenhum pagamento ou serviço era esperado após o término da transação.
αὐτός
(G846)
da partícula au [talvez semelhante a raiz de 109 pela idéia de um vento instável] (para trás); pron
- ele próprio, ela mesma, eles mesmos, de si mesmo
- ele, ela, isto
- o mesmo
γινώσκω
(G1097)
forma prolongada de um verbo primário; TDNT - 1:689,119; v
- chegar a saber, vir a conhecer, obter conhecimento de, perceber, sentir
- tornar-se conhecido
- conhecer, entender, perceber, ter conhecimento de
- entender
- saber
- expressão idiomática judaica para relação sexual entre homem e mulher
- tornar-se conhecido de, conhecer
δέ
(G1161)
partícula primária (adversativa ou aditiva); conj
- mas, além do mais, e, etc.
δεξιός
(G1188)
de 1209; TDNT - 2:37,143; adj
- direita, mão direita
- metáf.
- lugar de honra ou autoridade
ἐλεημοσύνη
(G1654)
de 1656; TDNT - 2:485,222; n f
- misericórdia, piedade
- esp. como exibido no dar esmola, caridade
- o benefício em si mesmo, doação ao pobre, esmola
μή
(G3361)
partícula de negação qualificada (enquanto que 3756 expressa um negação absoluta); partícula
- não, que... (não)
ὁ
(G3588)
que inclue o feminino
em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo
- este, aquela, estes, etc.
Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.
ποιέω
(G4160)
aparentemente forma prolongada de uma palavra primária arcaica; TDNT - 6:458,895; v
- fazer
- com os nomes de coisas feitas, produzir, construir, formar, modelar, etc.
- ser os autores de, a causa
- tornar pronto, preparar
- produzir, dar, brotar
- adquirir, prover algo para si mesmo
- fazer algo a partir de alguma coisa
- (fazer, i.e.) considerar alguém alguma coisa
- (fazer, i.e.) constituir ou designar alguém alguma coisa, designar ou ordenar alguém que
- (fazer, i.e.) declarar alguém alguma coisa
- tornar alguém manifesto, conduzi-lo
- levar alguém a fazer algo
- fazer alguém
- ser o autor de algo (causar, realizar)
- fazer
- agir corretamente, fazer bem
- efetuar, executar
- fazer algo a alguém
- fazer a alguém
- com designação de tempo: passar, gastar
- celebrar, observar
- tornar pronto, e assim, ao mesmo tempo, instituir, a celebração da páscoa
- cumprir: um promessa
σύ
(G4771)
pronome pessoal da segunda pessoa do singular; pron
- tu
τίς
(G5101)
τíς (Strong G5101) Com acento, é um pronome interrogativo. Praticamente todos os pronomes interrogativos das línguas latinas (quis? quid? cur?): Como?, Onde?, Quem?, O Que?, Por que?
Possui relação com τις (Strong G5100) Sem acento, é um pronome indefinido, correspondente ao latin (aliquis, quis, quidam)
Fonte: Miudinho - Mateus 16:8 {Aluizio Elias}ἀριστερός
(G710)
aparentemente um comparativo do mesmo que 712; adj
- esquerda
εἰμί
(G1510)
primeira pessoa do singular do presente indicativo; uma forma prolongada de um verbo primário e defectivo; TDNT - 2:398,206; v
- ser, exitir, acontecer, estar presente
ἐλεημοσύνη
(G1654)
de 1656; TDNT - 2:485,222; n f
- misericórdia, piedade
- esp. como exibido no dar esmola, caridade
- o benefício em si mesmo, doação ao pobre, esmola
ἐν
(G1722)
καί
(G2532)
aparentemente, uma partícula primária, que tem uma ação aditiva e algumas vezes também uma força acumulativa; conj
- e, também, até mesmo, realmente, mas
κρυπτός
(G2927)
de 2928; TDNT - 3:957,476; adj
- oculto, escondido, secreto
ὁ
(G3588)
que inclue o feminino
em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo
- este, aquela, estes, etc.
Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.
πατήρ
(G3962)
aparentemente, palavra raiz; TDNT - 5:945,805; n m
- gerador ou antepassado masculino
- antepassado mais próximo: pai da natureza corporal, pais naturais, tanto pai quanto mãe
- antepassado mais remoto, fundador de uma família ou tribo, progenitor de um povo, patriarca: assim Abraão é chamado, Jacó e Davi
- pais, i.e., ancestrais, patriarcas, fundadores de uma nação
- alguém avançado em anos, o mais velho
- metáf.
- o originador e transmissor de algo
- os autores de uma família ou sociedade de pessoas animadas pelo mesmo espírito do fundador
- alguém que tem infundido seu próprio espírito nos outros, que atua e governa suas mentes
- alguém que está numa posição de pai e que cuida do outro de um modo paternal
- um título de honra
- mestres, como aqueles a quem os alunos seguem o conhecimento e treinamento que eles receberam
- membros do Sinédrio, cuja prerrogativa era pela virtude da sabedoria e experiência na qual se sobressaíam; cuidar dos interesses dos outros
- Deus é chamado o Pai
- das estrelas, luminares celeste, porque ele é seu criador, que as mantém e governa
- de todos os seres inteligentes e racionais, sejam anjos ou homens, porque ele é seu criador, guardião e protetor
- de seres espirituais de todos os homens
- de cristãos, como aqueles que através de Cristo tem sido exaltados a uma relação íntima e especialmente familiar com Deus, e que não mais o temem como a um juiz severo de pecadores, mas o respeitam como seu reconciliado e amado Pai
- o Pai de Jesus Cristo, aquele a quem Deus uniu a si mesmo com os laços mais estreitos de amor e intimidade, fez conhecer seus propósitos, designou para explicar e propagar entre os homens o plano da salvação, e com quem também compartilhou sua própria natureza divina
- por Jesus Cristo mesmo
- pelos apóstolos
σύ
(G4771)
pronome pessoal da segunda pessoa do singular; pron
- tu
ἀποδίδωμι
(G591)
de 575 e 1325; TDNT - 2:167,166; v
- entregar, abrir mão de algo que me pertence em benefício próprio, vender
- pagar o total, pagar a totalidade do que é dévido
- débito, salários, tributo, impostos
- coisas prometidas sob juramento
- dever conjugal
- prestar contas
- devolver, restaurar
- retribuir, recompensar num bom ou num mau sentido
βλέπω
(G991)
um palavra primária; TDNT - 5:315,706; v
- ver, discernir, através do olho como orgão da visão
- com o olho do corpo: estar possuído de visão, ter o poder de ver
- perceber pelo uso dos olhos: ver, olhar, avistar
- voltar o olhar para algo: olhar para, considerar, fitar
- perceber pelos sentidos, sentir
- descobrir pelo uso, conhecer pela experiência
- metáf. ver com os olhos da mente
- ter (o poder de) entender
- discernir mentalmente, observar, perceber, descobrir, entender
- voltar os pensamentos ou dirigir a mente para um coisa, considerar, contemplar, olhar para, ponderar cuidadosamente, examinar
- sentido geográfico de lugares, montanhas, construções, etc.: habilidade de localizar o que se está buscando
γωνία
(G1137)
provavelmente semelhante a 1119; TDNT - 1:791,137; n f
- esquina
- um ângulo externo, uma esquina
- ângulo interno, i.e. um lugar secreto
εἰμί
(G1510)
primeira pessoa do singular do presente indicativo; uma forma prolongada de um verbo primário e defectivo; TDNT - 2:398,206; v
- ser, exitir, acontecer, estar presente
ἐν
(G1722)
ἵστημι
(G2476)
uma forma prolongada de uma palavra primária
- causar ou fazer ficar de pé, colocar, pôr, estabelecer
- ordenar ficar de pé, [levantar-se]
- na presença de outros, no meio, diante de juízes, diante dos membros do Sinédrio;
- colocar
- tornar firme, fixar, estabelecer
- fazer uma pessoa ou algo manter o seu lugar
- permanecer, ser mantido íntegro (de família, um reino), escapar em segurança
- estabelecer algo, fazê-lo permanecer
- segurar ou sustentar a autoridade ou a força de algo
- colocar ou pôr numa balança
- pesar: dinheiro para alguém (porque antigamente, antes da introdução da moeda, era costume pesar os metais)
- permanecer
- ficar de pé ou próximo
- parar, permanecer tranqüilo, permanecer imóvel, permanecer firme
- da fundação de uma construção
- permanecer
- continuar seguro e são, permanecer ileso, permanecer pronto ou preparado
- ser de uma mente firme
- de qualidade, alguém que não hesita, que não desiste
καί
(G2532)
aparentemente, uma partícula primária, que tem uma ação aditiva e algumas vezes também uma força acumulativa; conj
- e, também, até mesmo, realmente, mas
ἀμήν
(G281)
de origem hebraica 543
- firme
- metáf. fiel
- verdadeiramente, amém
- no começo de um discurso - certamente, verdadeiramente, a respeito de uma verdade
- no fim - assim é, assim seja, que assim seja feito. Costume que passou das sinagogas para as reuniões cristãs: Quando a pessoa que lia ou discursava, oferecia louvor solene a Deus, os outros respondiam “amém”, fazendo suas as palavras do orador. “Amém” é uma palavra memorável. Foi transliterada diretamente do hebraico para o grego do Novo Testamento, e então para o latim, o inglês, e muitas outras línguas. Por isso tornou-se uma palavra praticamente universal. É tida como a palavra mais conhecida do discurso humano. Ela está diretamente relacionada — de fato, é quase idêntica — com a palavra hebraica para “crer” (amam), ou crente. Assim, veio a significar “certamente” ou “verdadeiramente”, uma expressão de absoluta confiança e convicção.
λέγω
(G3004)
palavra raiz; TDNT - 4:69,505; v
- dizer, falar
- afirmar sobre, manter
- ensinar
- exortar, aconselhar, comandar, dirigir
- apontar com palavras, intentar, significar, querer dizer
- chamar pelo nome, chamar, nomear
- gritar, falar de, mencionar
μισθός
(G3408)
aparentemente, palavra primária; TDNT - 4:695,599; n m
- valor pago pelo trabalho
- salário, pagamento
- recompensa: usado do fruto natural do trabalho árduo e esforçado
- em ambos os sentidos, recompensas e punições
- das recompensas que Deus dá, ou dará, pelas boas obras e esforços
- de punições
ὁ
(G3588)
que inclue o feminino
em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo
- este, aquela, estes, etc.
Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.
ὅταν
(G3752)
ὅτι
(G3754)
neutro de 3748 como conjunção; demonst. aquele (algumas vezes redundante); conj
- que, porque, desde que
οὐ
(G3756)
palavra primária, negativo absoluto [cf 3361] advérbio; partícula
- não; se usa em perguntas diretas que esperam uma resposta afirmativa
πλατεῖα
(G4113)
de 4116; n f
- caminho largo, rua
προσεύχομαι
(G4336)
ἄνθρωπος
(G444)
de 435 e ops (o semblante, de 3700); com cara de homem, i.e. um ser humano; TDNT - 1:364,59; n m
- um ser humano, seja homem ou mulher
- genericamente, inclui todos os indivíduos humanos
- para distinguir humanos de seres de outra espécie
- de animais e plantas
- de Deus e Cristo
- dos anjos
- com a noção adicionada de fraqueza, pela qual o homem é conduzido ao erro ou induzido a pecar
- com a noção adjunta de desprezo ou piedade desdenhosa
- com referência às duas natureza do homem, corpo e alma
- com referência à dupla natureza do homem, o ser corrupto e o homem verdadeiramente cristão, que se conforma à natureza de Deus
- com referência ao sexo, um homem
- de forma indefinida, alguém, um homem, um indivíduo
- no plural, povo
- associada com outras palavras, ex. homem de negócios
σύ
(G4771)
pronome pessoal da segunda pessoa do singular; pron
- tu
συναγωγή
(G4864)
da (forma reduplicada de) 4863; TDNT - 7:798,1108; n f
- ajuntamento, recolhimento (de frutas)
- no NT, uma assembléia de homens
- sinagoga
- assembléia de judeus formalmente reunidos para ofertar orações e escutar leituras e exposições das escrituras; reuniões deste tipo aconteciam todos os sábados e dias de festa; mais tarde, também no segundo e quinto dia de cada semana; nome transferido para uma assembléia de cristãos formalmente reunidos para propósitos religiosos
- as construções onde aquelas assembléias judaicas solenes eram organizadas. Parece ser que as sinagogas tiveram sua origem durante o exílio babilônico. Na época de Jesus e dos apóstolos, cada cidade, não apenas na Palestina, mas também entre os gentios, se tivesse um considerável número de habitantes judeus, tinha pelo menos uma sinagoga. A maioria das sinagogas nas grandes cidades tinha diversas, ou mesmo muitas. As sinagogas eram também usadas para julgamentos e punições.
ὑποκριτής
(G5273)
de 5271; TDNT - 8:559,1235; n m
alguém que responde, intérprete
ator, artista de teatro
dissimulador, impostor, hipócrita
φαίνω
(G5316)
prolongação da raiz de 5457; TDNT - 9:1,1244; v
- trazer à luz, fazer brilhar, espalhar a luz
- brilhar
- brilhar, ser brilhante ou resplendente
- tornar-se evidente, ser trazido à luz, tornar-se visível, aparecer
- de vegetação em crescimento, vir à luz
- aparecer, ser visto
- expor à visão
- encontrar os olhos, descobrir os olhos, tornar claro ou manifesto
- ser visto, aparecer
- tornar-se claro na mente; ter a impressão, segundo o próprio julgamento ou opinião
φιλέω
(G5368)
ὡς
(G5613)
provavelmente do comparativo de 3739; adv
- como, a medida que, mesmo que, etc.
ἀπέχω
(G568)
de 575 e 2192; TDNT - 2:828,286; v
- ter
- deter-se, reter, prevenir
- ter inteira ou completamente, ter recebido
- é bastante, suficiente
- estar ausente, distante
- guardar-se, abster-se
“ter” em Mt 6:2 é modificado com um prefixo que muda seu sentido para “ter completamente” e era comumente usado em recibos de negócios para significar “pago completamente”. Nenhum pagamento ou serviço era esperado após o término da transação.
αὐτός
(G846)
da partícula au [talvez semelhante a raiz de 109 pela idéia de um vento instável] (para trás); pron
- ele próprio, ela mesma, eles mesmos, de si mesmo
- ele, ela, isto
- o mesmo
δέ
(G1161)
partícula primária (adversativa ou aditiva); conj
- mas, além do mais, e, etc.
εἰς
(G1519)
preposição primária; TDNT - 2:420,211; prep
- em, até, para, dentro, em direção a, entre
εἰσέρχομαι
(G1525)
de 1519 e 2064; TDNT - 2:676,257; v
- ir para fora ou vir para dentro: entrar
- de homens ou animais, quando se dirigem para uma casa ou uma cidade
- de Satanás tomando posse do corpo de uma pessoa
- de coisas: como comida, que entra na boca de quem come
- metáf.
- de ingresso em alguma condição, estado das coisas, sociedade, emprego
- aparecer, vir à existência, começar a ser
- de homens, vir perante o público
- vir à vida
- de pensamentos que vêm a mente
ἐν
(G1722)
θύρα
(G2374)
aparentemente, uma palavra raiz de [cf “porta”]; TDNT - 3:173,340; n f
- porta
- vestíbulo
- usado de qualquer abertura como uma porta, entrada, caminho ou passagem
- em uma parábola ou metáfora
- porta através da qual as ovelhas entram e saem, nome daquele que traz salvação para aqueles que seguem a sua orientação
- “uma porta aberta”: expressão usada para referir-se à oportunidade de fazer algo
- a porta do reino do céu (semelhante a um palácio) denota as condições que devem ser cumpridas a fim de ser recebido no reino de Deus
καί
(G2532)
aparentemente, uma partícula primária, que tem uma ação aditiva e algumas vezes também uma força acumulativa; conj
- e, também, até mesmo, realmente, mas
κλείω
(G2808)
verbo primário; v
- fechar, trancar
- metáf.
- fazer os céus reterem a chuva
- negar-se a mostrar compaixão, assim que é como algo inacessível para alguém; estar destituído de pena por alguém
- obstruir a entrada no reino do céu
κρυπτός
(G2927)
de 2928; TDNT - 3:957,476; adj
- oculto, escondido, secreto
ὁ
(G3588)
que inclue o feminino
em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo
- este, aquela, estes, etc.
Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.
ὅταν
(G3752)
πατήρ
(G3962)
aparentemente, palavra raiz; TDNT - 5:945,805; n m
- gerador ou antepassado masculino
- antepassado mais próximo: pai da natureza corporal, pais naturais, tanto pai quanto mãe
- antepassado mais remoto, fundador de uma família ou tribo, progenitor de um povo, patriarca: assim Abraão é chamado, Jacó e Davi
- pais, i.e., ancestrais, patriarcas, fundadores de uma nação
- alguém avançado em anos, o mais velho
- metáf.
- o originador e transmissor de algo
- os autores de uma família ou sociedade de pessoas animadas pelo mesmo espírito do fundador
- alguém que tem infundido seu próprio espírito nos outros, que atua e governa suas mentes
- alguém que está numa posição de pai e que cuida do outro de um modo paternal
- um título de honra
- mestres, como aqueles a quem os alunos seguem o conhecimento e treinamento que eles receberam
- membros do Sinédrio, cuja prerrogativa era pela virtude da sabedoria e experiência na qual se sobressaíam; cuidar dos interesses dos outros
- Deus é chamado o Pai
- das estrelas, luminares celeste, porque ele é seu criador, que as mantém e governa
- de todos os seres inteligentes e racionais, sejam anjos ou homens, porque ele é seu criador, guardião e protetor
- de seres espirituais de todos os homens
- de cristãos, como aqueles que através de Cristo tem sido exaltados a uma relação íntima e especialmente familiar com Deus, e que não mais o temem como a um juiz severo de pecadores, mas o respeitam como seu reconciliado e amado Pai
- o Pai de Jesus Cristo, aquele a quem Deus uniu a si mesmo com os laços mais estreitos de amor e intimidade, fez conhecer seus propósitos, designou para explicar e propagar entre os homens o plano da salvação, e com quem também compartilhou sua própria natureza divina
- por Jesus Cristo mesmo
- pelos apóstolos
προσεύχομαι
(G4336)
σύ
(G4771)
pronome pessoal da segunda pessoa do singular; pron
- tu
ταμεῖον
(G5009)
contração de um suposto derivado de tamias (dispensador ou distribuidor; n n
câmera de armazenamento, depósito
câmera, esp. um quarto interno
câmera secreta
ἀποδίδωμι
(G591)
de 575 e 1325; TDNT - 2:167,166; v
- entregar, abrir mão de algo que me pertence em benefício próprio, vender
- pagar o total, pagar a totalidade do que é dévido
- débito, salários, tributo, impostos
- coisas prometidas sob juramento
- dever conjugal
- prestar contas
- devolver, restaurar
- retribuir, recompensar num bom ou num mau sentido
βλέπω
(G991)
um palavra primária; TDNT - 5:315,706; v
- ver, discernir, através do olho como orgão da visão
- com o olho do corpo: estar possuído de visão, ter o poder de ver
- perceber pelo uso dos olhos: ver, olhar, avistar
- voltar o olhar para algo: olhar para, considerar, fitar
- perceber pelos sentidos, sentir
- descobrir pelo uso, conhecer pela experiência
- metáf. ver com os olhos da mente
- ter (o poder de) entender
- discernir mentalmente, observar, perceber, descobrir, entender
- voltar os pensamentos ou dirigir a mente para um coisa, considerar, contemplar, olhar para, ponderar cuidadosamente, examinar
- sentido geográfico de lugares, montanhas, construções, etc.: habilidade de localizar o que se está buscando
γάρ
(G1063)
partícula primária; conj
- porque, pois, visto que, então
δέ
(G1161)
partícula primária (adversativa ou aditiva); conj
- mas, além do mais, e, etc.
δοκέω
(G1380)
uma forma prolongada de um verbo primário,
- ser da opinião de, pensar, supor
- parecer, ser considerado, reputado
- parece-me
- Penso, julgo
- Parece bom para, agradou a mim, eu determinei
ἐθνικός
(G1482)
de 1484; TDNT - 2:372,201; n m
- adaptado ao gênio ou costumes de um povo, peculiar a uma nação, nacional
- condizente aos modos ou linguagem de estrangeiros, estranho, forasteiro
- no NT o que característico da natureza de pagãos, o que é estranho à adoração do Deus verdadeiro, gentílico
- pagão, gentil
εἰσακούω
(G1522)
ἐν
(G1722)
μή
(G3361)
partícula de negação qualificada (enquanto que 3756 expressa um negação absoluta); partícula
- não, que... (não)
ὁ
(G3588)
que inclue o feminino
em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo
- este, aquela, estes, etc.
Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.
ὅτι
(G3754)
neutro de 3748 como conjunção; demonst. aquele (algumas vezes redundante); conj
- que, porque, desde que
πολυλογία
(G4180)
προσεύχομαι
(G4336)
ὥσπερ
(G5618)
αὐτός
(G846)
da partícula au [talvez semelhante a raiz de 109 pela idéia de um vento instável] (para trás); pron
- ele próprio, ela mesma, eles mesmos, de si mesmo
- ele, ela, isto
- o mesmo
βαττολογέω
(G945)
de Battos (um gago notório) e 3056; TDNT - 1:597,103; v
- gaguejar
- repetir a mesma coisa repetidas vezes, usar muitas palavras inúteis, exprimir-se confusamente, tagalarelar. Alguns consideram a palavra derivada de Battus, um rei de Cirene, que tinha gagueira; outros, de Battus, um autor de poemas tediosos e prolixos.
γάρ
(G1063)
partícula primária; conj
- porque, pois, visto que, então
εἴδω
(G1492)
palavra raíz; TDNT - 5:116, 673; v
- ver
- perceber com os olhos
- perceber por algum dos sentidos
- perceber, notar, discernir, descobrir
- ver
- i.e. voltar os olhos, a mente, a atenção a algo
- prestar atenção, observar
- tratar algo
- i.e. determinar o que deve ser feito a respeito de
- inspecionar, examinar
- olhar para, ver
- experimentar algum estado ou condição
- ver i.e. ter uma intrevista com, visitar
- conhecer
- saber a respeito de tudo
- saber, i.e. adquirir conhecimento de, entender, perceber
- a respeito de qualquer fato
- a força e significado de algo que tem sentido definido
- saber como, ter a habilidade de
- ter consideração por alguém, estimar, prestar atênção a (1Ts 5:12)
αἰτέω
(G154)
ἔχω
(G2192)
incluindo uma forma alternativa
- ter, i.e. segurar
- ter (segurar) na mão, no sentido de utilizar; ter (controlar) possessão da mente (refere-se a alarme, agitação, emoção, etc.); segurar com firmeza; ter ou incluir ou envolver; considerar ou manter como
- ter, i.e., possuir
- coisas externas, tal com possuir uma propriedade ou riquezas ou móveis ou utensílios ou bens ou comida, etc.
- usado daqueles unidos a alguém pelos laços de sangue ou casamento ou amizade ou dever ou lei etc, de atênção ou companhia
- julgar-se ou achar-se o fulano-de-tal, estar em certa situação
- segurar mesmo algo, agarrar algo, prender-se ou apegar-se
- estar estreitamente unido a uma pessoa ou uma coisa
θεός
(G2316)
de afinidade incerta; um deus, especialmente (com 3588) a divindade suprema; TDNT - 3:65,322; n m
- deus ou deusa, nome genérico para deidades ou divindades
- Deus, Trindade
- Deus, o Pai, primeira pessoa da Trindade
- Cristo, segunda pessoa da Trindade
- Espírito Santo, terceira pessoa da Trindade
- dito do único e verdadeiro Deus
- refere-se às coisas de Deus
- seus conselhos, interesses, obrigações para com ele
- tudo o que, em qualquer aspecto, assemelha-se a Deus, ou é parecido com ele de alguma forma
- representante ou vice-regente de Deus
- de magistrados e juízes
μή
(G3361)
partícula de negação qualificada (enquanto que 3756 expressa um negação absoluta); partícula
- não, que... (não)
ὁ
(G3588)
que inclue o feminino
em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo
- este, aquela, estes, etc.
Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.
ὁμοιόω
(G3666)
de 3664; TDNT - 5:188,684; v
- ser feito como
- assemelhar, comparar
- ilustrar por comparação
ὅς
(G3739)
provavelmente, palavra primária (ou talvez uma forma do artigo 3588); pron
- quem, que, o qual
οὖν
(G3767)
aparentemente, palavra raiz; partícula
- então, por esta razão, conseqüentemente, conformemente, sendo assim
πατήρ
(G3962)
aparentemente, palavra raiz; TDNT - 5:945,805; n m
- gerador ou antepassado masculino
- antepassado mais próximo: pai da natureza corporal, pais naturais, tanto pai quanto mãe
- antepassado mais remoto, fundador de uma família ou tribo, progenitor de um povo, patriarca: assim Abraão é chamado, Jacó e Davi
- pais, i.e., ancestrais, patriarcas, fundadores de uma nação
- alguém avançado em anos, o mais velho
- metáf.
- o originador e transmissor de algo
- os autores de uma família ou sociedade de pessoas animadas pelo mesmo espírito do fundador
- alguém que tem infundido seu próprio espírito nos outros, que atua e governa suas mentes
- alguém que está numa posição de pai e que cuida do outro de um modo paternal
- um título de honra
- mestres, como aqueles a quem os alunos seguem o conhecimento e treinamento que eles receberam
- membros do Sinédrio, cuja prerrogativa era pela virtude da sabedoria e experiência na qual se sobressaíam; cuidar dos interesses dos outros
- Deus é chamado o Pai
- das estrelas, luminares celeste, porque ele é seu criador, que as mantém e governa
- de todos os seres inteligentes e racionais, sejam anjos ou homens, porque ele é seu criador, guardião e protetor
- de seres espirituais de todos os homens
- de cristãos, como aqueles que através de Cristo tem sido exaltados a uma relação íntima e especialmente familiar com Deus, e que não mais o temem como a um juiz severo de pecadores, mas o respeitam como seu reconciliado e amado Pai
- o Pai de Jesus Cristo, aquele a quem Deus uniu a si mesmo com os laços mais estreitos de amor e intimidade, fez conhecer seus propósitos, designou para explicar e propagar entre os homens o plano da salvação, e com quem também compartilhou sua própria natureza divina
- por Jesus Cristo mesmo
- pelos apóstolos
πρό
(G4253)
preposição primária; TDNT - 6:683,935; prep
- antes
σύ
(G4771)
pronome pessoal da segunda pessoa do singular; pron
- tu
χρεία
(G5532)
αὐτός
(G846)
da partícula au [talvez semelhante a raiz de 109 pela idéia de um vento instável] (para trás); pron
- ele próprio, ela mesma, eles mesmos, de si mesmo
- ele, ela, isto
- o mesmo
ἐγώ
(G1473)
um pronome primário da primeira pessoa “Eu” (apenas expresso quando enfático); TDNT - 2:343,196; pron
- Eu, me, minha, meu
ἐν
(G1722)
ὁ
(G3588)
que inclue o feminino
em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo
- este, aquela, estes, etc.
Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.
ὄνομα
(G3686)
de um suposto derivado da raiz de 1097 (cf 3685); TDNT - 5:242,694; n n
nome: univ. de nomes próprios
o nome é usado para tudo que o nome abrange, todos os pensamentos ou sentimentos do que é despertado na mente pelo mencionar, ouvir, lembrar, o nome, i.e., pela posição, autoridade, interesses, satisfação, comando, excelência, ações, etc., de alguém
pessoas reconhecidas pelo nome
a causa ou razão mencionada: por esta causa, porque sofre como um cristão, por esta razão
ἁγιάζω
(G37)
de 40; TDNT 1:111,14; v
- entregar ou reconhecer, ou ser repeitado ou santificado
- separar das coisas profanas e dedicar a Deus
- consagrar coisas a Deus
- dedicar pessoas a Deus
- purificar
- limpar externamente
- purificar por meio de expiação: livrar da culpa do pecado
- purificar internamente pela renovação da alma
οὖν
(G3767)
aparentemente, palavra raiz; partícula
- então, por esta razão, conseqüentemente, conformemente, sendo assim
οὐρανός
(G3772)
talvez do mesmo que 3735 (da idéia de elevação); céu; TDNT - 5:497,736; n m
- espaço arqueado do firmamento com todas as coisas nele visíveis
- universo, mundo
- atmosfera ou firmamento, região onde estão as nuvens e se formam as tempestades, e onde o trovão e relâmpago são produzidos
- os céus siderais ou estrelados
região acima dos céus siderais, a sede da ordem das coisas eternas e consumadamente perfeitas, onde Deus e outras criaturas celestes habitam
οὕτω
(G3779)
de 3778; adv
- deste modo, assim, desta maneira
πατήρ
(G3962)
aparentemente, palavra raiz; TDNT - 5:945,805; n m
- gerador ou antepassado masculino
- antepassado mais próximo: pai da natureza corporal, pais naturais, tanto pai quanto mãe
- antepassado mais remoto, fundador de uma família ou tribo, progenitor de um povo, patriarca: assim Abraão é chamado, Jacó e Davi
- pais, i.e., ancestrais, patriarcas, fundadores de uma nação
- alguém avançado em anos, o mais velho
- metáf.
- o originador e transmissor de algo
- os autores de uma família ou sociedade de pessoas animadas pelo mesmo espírito do fundador
- alguém que tem infundido seu próprio espírito nos outros, que atua e governa suas mentes
- alguém que está numa posição de pai e que cuida do outro de um modo paternal
- um título de honra
- mestres, como aqueles a quem os alunos seguem o conhecimento e treinamento que eles receberam
- membros do Sinédrio, cuja prerrogativa era pela virtude da sabedoria e experiência na qual se sobressaíam; cuidar dos interesses dos outros
- Deus é chamado o Pai
- das estrelas, luminares celeste, porque ele é seu criador, que as mantém e governa
- de todos os seres inteligentes e racionais, sejam anjos ou homens, porque ele é seu criador, guardião e protetor
- de seres espirituais de todos os homens
- de cristãos, como aqueles que através de Cristo tem sido exaltados a uma relação íntima e especialmente familiar com Deus, e que não mais o temem como a um juiz severo de pecadores, mas o respeitam como seu reconciliado e amado Pai
- o Pai de Jesus Cristo, aquele a quem Deus uniu a si mesmo com os laços mais estreitos de amor e intimidade, fez conhecer seus propósitos, designou para explicar e propagar entre os homens o plano da salvação, e com quem também compartilhou sua própria natureza divina
- por Jesus Cristo mesmo
- pelos apóstolos
προσεύχομαι
(G4336)
σύ
(G4771)
pronome pessoal da segunda pessoa do singular; pron
- tu
γῆ
(G1093)
contraído de um palavra raíz; TDNT - 1:677,116; n f
- terra arável
- o chão, a terra com um lugar estável
- continente como oposto ao mar ou água
- a terra como um todo
- a terra como oposto aos céus
- a terra habitada, residência dos homens e dos animais
- um país, terra circundada com limites fixos, uma área de terra, território, região
γίνομαι
(G1096)
prolongação e forma da voz média de um verbo primário TDNT - 1:681,117; v
- tornar-se, i.e. vir à existência, começar a ser, receber a vida
- tornar-se, i.e. acontecer
- de eventos
- erguer-se, aparecer na história, aparecer no cenário
- de homens que se apresentam em público
- ser feito, ocorrer
- de milagres, acontecer, realizar-se
- tornar-se, ser feito
ἐν
(G1722)
ἐπί
(G1909)
uma raíz; prep
sobre, em cima de, em, perto de, perante
de posição, sobre, em, perto de, acima, contra
para, acima, sobre, em, através de, contra
ἔρχομαι
(G2064)
voz média de um verbo primário (usado somente no tempo presente e imperfeito, outros tempos provém de formas correlatas [voz média]
- vir
- de pessoas
- vir de um lugar para outro. Usado tanto de pessoas que chegam quanto daquelas que estão retornando
- aparecer, apresentar-se, vir diante do público
- metáf.
- vir a ser, surgir, mostrar-se, exibir-se, achar lugar ou influência
- ser estabelecido, tornar-se conhecido, vir a ou até
- ir, seguir alguém
θέλημα
(G2307)
da forma prolongada de 2309; TDNT - 3:52,318; n n
- o que se deseja ou se tem determinado que será feito
- do propósito de Deus em abênçoar a humanidade através de Cristo
- do que Deus deseja que seja feito por nós
- mandamentos, preceitos
vontade, escolha, inclinação, desejo, prazer, satisfação
καί
(G2532)
aparentemente, uma partícula primária, que tem uma ação aditiva e algumas vezes também uma força acumulativa; conj
- e, também, até mesmo, realmente, mas
ὁ
(G3588)
que inclue o feminino
em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo
- este, aquela, estes, etc.
Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.
οὐρανός
(G3772)
talvez do mesmo que 3735 (da idéia de elevação); céu; TDNT - 5:497,736; n m
- espaço arqueado do firmamento com todas as coisas nele visíveis
- universo, mundo
- atmosfera ou firmamento, região onde estão as nuvens e se formam as tempestades, e onde o trovão e relâmpago são produzidos
- os céus siderais ou estrelados
região acima dos céus siderais, a sede da ordem das coisas eternas e consumadamente perfeitas, onde Deus e outras criaturas celestes habitam
σύ
(G4771)
pronome pessoal da segunda pessoa do singular; pron
- tu
ὡς
(G5613)
provavelmente do comparativo de 3739; adv
- como, a medida que, mesmo que, etc.
βασιλεία
(G932)
de 935; TDNT - 1:579,97; n f
- poder real, realeza, domínio, governo
- não confundir com um reino que existe na atualidade. Referência ao direito ou autoridade para governar sobre um reino
- do poder real de Jesus como o Messias triunfante
- do poder real e da dignidade conferida aos cristãos no reino do Messias
- um reino, o território sujeito ao governo de um rei
- usado no N.T. para referir-se ao reinado do Messias
δίδωμι
(G1325)
forma prolongada de um verbo primário (que é usado com uma alternativa em muitos dos tempos); TDNT - 2:166,166; v
- dar
- dar algo a alguém
- dar algo a alguém de livre e espontânea vontade, para sua vantagem
- dar um presente
- conceder, dar a alguém que pede, deixar com que tenha
- suprir, fornecer as coisas necessárias
- dar, entregar
- estender, oferecer, apresentar
- de um escrito
- entregar aos cuidados de alguém, confiar
- algo para ser administrado
- dar ou entregar para alguém algo para ser religiosamente observado
- dar o que é dever ou obrigatório, pagar: salários ou recompensa
- fornecer, doar
- dar
- causar, ser profuso, esbanjador, doar-se a si mesmo
- dar, distribuir com abundância
- designar para um ofício
- causar sair, entregar, i.e. como o mar, a morte e o inferno devolvem o morto que foi engolido ou recebido por eles
- dar-se a alguém como se pertencesse a ele
- como um objeto do seu cuidado salvador
- dar-se a alguém, segui-lo como um líder ou mestre
- dar-se a alguém para cuidar de seus interesses
- dar-se a alguém a quem já se pertencia, retornar
- conceder ou permitir a alguém
- comissionar
ἐγώ
(G1473)
um pronome primário da primeira pessoa “Eu” (apenas expresso quando enfático); TDNT - 2:343,196; pron
- Eu, me, minha, meu
ἐπιούσιος
(G1967)
talvez do mesmo que 1966; TDNT - 2:590,243; adj
- palavra encontrada na frase
- o pão para as nossas necessidade
- o pão que é suficiente para cada dia
ὁ
(G3588)
que inclue o feminino
em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo
- este, aquela, estes, etc.
Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.
σήμερον
(G4594)
ἄρτος
(G740)
de 142; TDNT - 1:477,80; n m
- alimento preparado com farinha misturada com água e assado
- os israelitas o preparavam como um bolo retangular ou aredondado, da grossura aproximada de um polegar, e do tamanho de um prato ou travessa. Por isso não era para ser cortado, mas quebrado
- pães eram consagrados ao Senhor
- pão usado nos ágapes (“festas de amor e de de comunhão”) e na Mesa do Senhor
- comida de qualquer tipo
ἐγώ
(G1473)
um pronome primário da primeira pessoa “Eu” (apenas expresso quando enfático); TDNT - 2:343,196; pron
- Eu, me, minha, meu
καί
(G2532)
aparentemente, uma partícula primária, que tem uma ação aditiva e algumas vezes também uma força acumulativa; conj
- e, também, até mesmo, realmente, mas
ὁ
(G3588)
que inclue o feminino
em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo
- este, aquela, estes, etc.
Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.
ὀφειλέτης
(G3781)
de 3784; TDNT - 5:565,746; n m
- alguém que deve a outro, devedor
- alguém atado por alguma obrigação, obrigado por algum dever
- alguém que ainda não indenizou quem ele prejudicou
- alguém que está em dívida com Deus ou contra quem Deus pode ordenar punição como algo devido, i.e., um pecador
ὀφείλημα
(G3783)
do (substituto de) 3784; TDNT - 5:565,746; n n
- aquilo que é devido
- aquilo que é justa ou legalmente devido, dívida
metáf. ofença, pecado
ὡς
(G5613)
provavelmente do comparativo de 3739; adv
- como, a medida que, mesmo que, etc.
ἀφίημι
(G863)
de 575 e hiemi (enviar, uma forma intensiva de eimi, ir); TDNT - 1:509,88; v
- enviar para outro lugar
- mandar ir embora ou partir
- de um marido que divorcia sua esposa
- enviar, deixar, expelir
- deixar ir, abandonar, não interferir
- negligenciar
- deixar, não discutir agora, (um tópico)
- de professores, escritores e oradores
- omitir, negligenciar
- deixar ir, deixar de lado uma dívida, perdoar, remitir
- desistir, não guardar mais
- permitir, deixar, não interferir, dar uma coisa para uma pessoa
- partir, deixar alguém
- a fim de ir para outro lugar
- deixar alguém
- deixar alguém e abandoná-lo aos seus próprios anseios de modo que todas as reivindicações são abandonadas
- desertar sem razão
- partir deixando algo para trás
- deixar alguém ao não tomá-lo como companheiro
- deixar ao falecer, ficar atrás de alguém
- partir de modo que o que é deixado para trás possa ficar,
- abandonar, deixar destituído
δόξα
(G1391)
da raíz de 1380; TDNT - 2:233,178; n f
- opinião, julgamento, ponto de vista
- opinião, estimativa, seja boa ou ruim, a respeito de alguém
- no NT sempre opinião positiva a respeito de alguém, que resulta em louvor, honra, e glória
- esplendor, brilho
- da lua, sol, estrelas
- magnificência, excelência, preeminência, dignidade, graça
- majestade
- algo que pertence a Deus
- a majestade real que pertence a Ele como supremo governador, majestade no sentido da perfeição absoluta da divindade
- algo que pertence a Cristo
- a majestade real do Messias
- o interior absolutamente perfeito ou a excelência pessoal de Cristo; a majestade
- dos anjos
- como transparece na sua aparência brilhante exterior
- a mais gloriosa condição, estado de exaltação
- da mesma condição de Deus Pai no céu, para a qual Cristo foi elevado depois de ter concluído sua obra na terra
- a condição de gloriosa bem-aventurança à qual os cristãos verdadeiros entrarão depois do retorno do seu Salvador do céu
δύναμις
(G1411)
de 1410; TDNT - 2:284,186; n f
- poder, força, habilidade
- poder inerente, poder que reside numa coisa pela virtude de sua natureza, ou que uma pessoa ou coisa mostra e desenvolve
- poder para realizar milagres
- poder moral e excelência de alma
- poder e influência própria dos ricos e afortunados
- poder e riquezas que crescem pelos números
- poder que consiste em ou basea-se em exércitos, forças, multidões
ἐγώ
(G1473)
um pronome primário da primeira pessoa “Eu” (apenas expresso quando enfático); TDNT - 2:343,196; pron
- Eu, me, minha, meu
εἰμί
(G1510)
primeira pessoa do singular do presente indicativo; uma forma prolongada de um verbo primário e defectivo; TDNT - 2:398,206; v
- ser, exitir, acontecer, estar presente
εἰς
(G1519)
preposição primária; TDNT - 2:420,211; prep
- em, até, para, dentro, em direção a, entre
εἰσφέρω
(G1533)
αἰών
(G165)
ἀλλά
(G235)
plural neutro de 243; conj
- mas
- todavia, contudo, não obstante, apesar de
- uma objeção
- uma exceção
- uma restrição
- mais ainda, antes, mais propriamente, até mesmo, além do mais
- introduz uma transição para o assunto principal
καί
(G2532)
aparentemente, uma partícula primária, que tem uma ação aditiva e algumas vezes também uma força acumulativa; conj
- e, também, até mesmo, realmente, mas
ἀμήν
(G281)
de origem hebraica 543
- firme
- metáf. fiel
- verdadeiramente, amém
- no começo de um discurso - certamente, verdadeiramente, a respeito de uma verdade
- no fim - assim é, assim seja, que assim seja feito. Costume que passou das sinagogas para as reuniões cristãs: Quando a pessoa que lia ou discursava, oferecia louvor solene a Deus, os outros respondiam “amém”, fazendo suas as palavras do orador. “Amém” é uma palavra memorável. Foi transliterada diretamente do hebraico para o grego do Novo Testamento, e então para o latim, o inglês, e muitas outras línguas. Por isso tornou-se uma palavra praticamente universal. É tida como a palavra mais conhecida do discurso humano. Ela está diretamente relacionada — de fato, é quase idêntica — com a palavra hebraica para “crer” (amam), ou crente. Assim, veio a significar “certamente” ou “verdadeiramente”, uma expressão de absoluta confiança e convicção.
μή
(G3361)
partícula de negação qualificada (enquanto que 3756 expressa um negação absoluta); partícula
- não, que... (não)
ὁ
(G3588)
que inclue o feminino
em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo
- este, aquela, estes, etc.
Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.
ὅτι
(G3754)
neutro de 3748 como conjunção; demonst. aquele (algumas vezes redundante); conj
- que, porque, desde que
πειρασμός
(G3986)
de 3985; TDNT - 6:23,822; n m
- experimento, tentativa, teste, prova
- tentação, prova: a tentação gerada nos gálatas pela condição física do apóstolo, já que a mesma serviu para testar o amor dos gálatas por Paulo (Gl 4:14)
- tentação da fidelidade do homem, integridade, virtude, constância
- sedução ao pecado, tentação, seja originada pelos desejos ou pelas circunstâncias externas
- tentação interna ao pecado
- da tentação pela qual o diabo procurou desviar Jesus, o Messias, de sua divina jornada
- da condição das coisas, ou um estado mental, pelo qual somos seduzidos ao pecado, ou a um desvio da fé e santidade
- adversidade, aflição, aborrecimento: enviado por Deus e servindo para testar ou provar o caráter, a fé, ou a santidade de alguém
- Deus sendo tentado (i.é., julgado) pelos homens
- rebelião contra Deus, pela qual seu poder e justiça são colocados à prova e desafiados a serem demonstrados
πονηρός
(G4190)
de um derivado de 4192; TDNT - 6:546,912; adj
- cheio de labores, aborrecimentos, fadigas
- pressionado e atormentado pelos labores
- que traz trabalho árduo, aborrecimentos, perigos: de um tempo cheio de perigo à fidelidade e à fé cristã; que causa dor e problema
- mau, de natureza ou condição má
- num sentido físico: doença ou cegueira
- num sentido ético: mau, ruim, iníquo
A palavra é usada no caso nominativo em Mt 6:13. Isto geralmente denota um título no grego. Conseqüentemente Cristo está dizendo, “livra-nos do mal”, e está provavelmente se referindo a Satanás.
ῥύομαι
(G4506)
σύ
(G4771)
pronome pessoal da segunda pessoa do singular; pron
- tu
ἀπό
(G575)
partícula primária; preposição
- de separação
- de separação local, depois de verbos de movimento de um lugar i.e. de partir, de fugir
- de separação de uma parte do todo
- quando de um todo alguma parte é tomada
- de qualquer tipo de separação de uma coisa de outra pelo qual a união ou comunhão dos dois é destruída
- de um estado de separação. Distância
- física, de distância de lugar
- tempo, de distância de tempo
- de origem
- do lugar de onde algo está, vem, acontece, é tomado
- de origem de uma causa
βασιλεία
(G932)
de 935; TDNT - 1:579,97; n f
- poder real, realeza, domínio, governo
- não confundir com um reino que existe na atualidade. Referência ao direito ou autoridade para governar sobre um reino
- do poder real de Jesus como o Messias triunfante
- do poder real e da dignidade conferida aos cristãos no reino do Messias
- um reino, o território sujeito ao governo de um rei
- usado no N.T. para referir-se ao reinado do Messias
γάρ
(G1063)
partícula primária; conj
- porque, pois, visto que, então
καί
(G2532)
aparentemente, uma partícula primária, que tem uma ação aditiva e algumas vezes também uma força acumulativa; conj
- e, também, até mesmo, realmente, mas
ὁ
(G3588)
que inclue o feminino
em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo
- este, aquela, estes, etc.
Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.
οὐράνιος
(G3770)
de 3772; TDNT - 5:536,736; adj
- celestial
- que reside no céu
- que vem do céu
παράπτωμα
(G3900)
πατήρ
(G3962)
aparentemente, palavra raiz; TDNT - 5:945,805; n m
- gerador ou antepassado masculino
- antepassado mais próximo: pai da natureza corporal, pais naturais, tanto pai quanto mãe
- antepassado mais remoto, fundador de uma família ou tribo, progenitor de um povo, patriarca: assim Abraão é chamado, Jacó e Davi
- pais, i.e., ancestrais, patriarcas, fundadores de uma nação
- alguém avançado em anos, o mais velho
- metáf.
- o originador e transmissor de algo
- os autores de uma família ou sociedade de pessoas animadas pelo mesmo espírito do fundador
- alguém que tem infundido seu próprio espírito nos outros, que atua e governa suas mentes
- alguém que está numa posição de pai e que cuida do outro de um modo paternal
- um título de honra
- mestres, como aqueles a quem os alunos seguem o conhecimento e treinamento que eles receberam
- membros do Sinédrio, cuja prerrogativa era pela virtude da sabedoria e experiência na qual se sobressaíam; cuidar dos interesses dos outros
- Deus é chamado o Pai
- das estrelas, luminares celeste, porque ele é seu criador, que as mantém e governa
- de todos os seres inteligentes e racionais, sejam anjos ou homens, porque ele é seu criador, guardião e protetor
- de seres espirituais de todos os homens
- de cristãos, como aqueles que através de Cristo tem sido exaltados a uma relação íntima e especialmente familiar com Deus, e que não mais o temem como a um juiz severo de pecadores, mas o respeitam como seu reconciliado e amado Pai
- o Pai de Jesus Cristo, aquele a quem Deus uniu a si mesmo com os laços mais estreitos de amor e intimidade, fez conhecer seus propósitos, designou para explicar e propagar entre os homens o plano da salvação, e com quem também compartilhou sua própria natureza divina
- por Jesus Cristo mesmo
- pelos apóstolos
ἄνθρωπος
(G444)
de 435 e ops (o semblante, de 3700); com cara de homem, i.e. um ser humano; TDNT - 1:364,59; n m
- um ser humano, seja homem ou mulher
- genericamente, inclui todos os indivíduos humanos
- para distinguir humanos de seres de outra espécie
- de animais e plantas
- de Deus e Cristo
- dos anjos
- com a noção adicionada de fraqueza, pela qual o homem é conduzido ao erro ou induzido a pecar
- com a noção adjunta de desprezo ou piedade desdenhosa
- com referência às duas natureza do homem, corpo e alma
- com referência à dupla natureza do homem, o ser corrupto e o homem verdadeiramente cristão, que se conforma à natureza de Deus
- com referência ao sexo, um homem
- de forma indefinida, alguém, um homem, um indivíduo
- no plural, povo
- associada com outras palavras, ex. homem de negócios
σύ
(G4771)
pronome pessoal da segunda pessoa do singular; pron
- tu
αὐτός
(G846)
da partícula au [talvez semelhante a raiz de 109 pela idéia de um vento instável] (para trás); pron
- ele próprio, ela mesma, eles mesmos, de si mesmo
- ele, ela, isto
- o mesmo
ἀφίημι
(G863)
de 575 e hiemi (enviar, uma forma intensiva de eimi, ir); TDNT - 1:509,88; v
- enviar para outro lugar
- mandar ir embora ou partir
- de um marido que divorcia sua esposa
- enviar, deixar, expelir
- deixar ir, abandonar, não interferir
- negligenciar
- deixar, não discutir agora, (um tópico)
- de professores, escritores e oradores
- omitir, negligenciar
- deixar ir, deixar de lado uma dívida, perdoar, remitir
- desistir, não guardar mais
- permitir, deixar, não interferir, dar uma coisa para uma pessoa
- partir, deixar alguém
- a fim de ir para outro lugar
- deixar alguém
- deixar alguém e abandoná-lo aos seus próprios anseios de modo que todas as reivindicações são abandonadas
- desertar sem razão
- partir deixando algo para trás
- deixar alguém ao não tomá-lo como companheiro
- deixar ao falecer, ficar atrás de alguém
- partir de modo que o que é deixado para trás possa ficar,
- abandonar, deixar destituído
δέ
(G1161)
partícula primária (adversativa ou aditiva); conj
- mas, além do mais, e, etc.
μή
(G3361)
partícula de negação qualificada (enquanto que 3756 expressa um negação absoluta); partícula
- não, que... (não)
ὁ
(G3588)
que inclue o feminino
em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo
- este, aquela, estes, etc.
Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.
παράπτωμα
(G3900)
πατήρ
(G3962)
aparentemente, palavra raiz; TDNT - 5:945,805; n m
- gerador ou antepassado masculino
- antepassado mais próximo: pai da natureza corporal, pais naturais, tanto pai quanto mãe
- antepassado mais remoto, fundador de uma família ou tribo, progenitor de um povo, patriarca: assim Abraão é chamado, Jacó e Davi
- pais, i.e., ancestrais, patriarcas, fundadores de uma nação
- alguém avançado em anos, o mais velho
- metáf.
- o originador e transmissor de algo
- os autores de uma família ou sociedade de pessoas animadas pelo mesmo espírito do fundador
- alguém que tem infundido seu próprio espírito nos outros, que atua e governa suas mentes
- alguém que está numa posição de pai e que cuida do outro de um modo paternal
- um título de honra
- mestres, como aqueles a quem os alunos seguem o conhecimento e treinamento que eles receberam
- membros do Sinédrio, cuja prerrogativa era pela virtude da sabedoria e experiência na qual se sobressaíam; cuidar dos interesses dos outros
- Deus é chamado o Pai
- das estrelas, luminares celeste, porque ele é seu criador, que as mantém e governa
- de todos os seres inteligentes e racionais, sejam anjos ou homens, porque ele é seu criador, guardião e protetor
- de seres espirituais de todos os homens
- de cristãos, como aqueles que através de Cristo tem sido exaltados a uma relação íntima e especialmente familiar com Deus, e que não mais o temem como a um juiz severo de pecadores, mas o respeitam como seu reconciliado e amado Pai
- o Pai de Jesus Cristo, aquele a quem Deus uniu a si mesmo com os laços mais estreitos de amor e intimidade, fez conhecer seus propósitos, designou para explicar e propagar entre os homens o plano da salvação, e com quem também compartilhou sua própria natureza divina
- por Jesus Cristo mesmo
- pelos apóstolos
ἄνθρωπος
(G444)
de 435 e ops (o semblante, de 3700); com cara de homem, i.e. um ser humano; TDNT - 1:364,59; n m
- um ser humano, seja homem ou mulher
- genericamente, inclui todos os indivíduos humanos
- para distinguir humanos de seres de outra espécie
- de animais e plantas
- de Deus e Cristo
- dos anjos
- com a noção adicionada de fraqueza, pela qual o homem é conduzido ao erro ou induzido a pecar
- com a noção adjunta de desprezo ou piedade desdenhosa
- com referência às duas natureza do homem, corpo e alma
- com referência à dupla natureza do homem, o ser corrupto e o homem verdadeiramente cristão, que se conforma à natureza de Deus
- com referência ao sexo, um homem
- de forma indefinida, alguém, um homem, um indivíduo
- no plural, povo
- associada com outras palavras, ex. homem de negócios
σύ
(G4771)
pronome pessoal da segunda pessoa do singular; pron
- tu
αὐτός
(G846)
da partícula au [talvez semelhante a raiz de 109 pela idéia de um vento instável] (para trás); pron
- ele próprio, ela mesma, eles mesmos, de si mesmo
- ele, ela, isto
- o mesmo
ἀφίημι
(G863)
de 575 e hiemi (enviar, uma forma intensiva de eimi, ir); TDNT - 1:509,88; v
- enviar para outro lugar
- mandar ir embora ou partir
- de um marido que divorcia sua esposa
- enviar, deixar, expelir
- deixar ir, abandonar, não interferir
- negligenciar
- deixar, não discutir agora, (um tópico)
- de professores, escritores e oradores
- omitir, negligenciar
- deixar ir, deixar de lado uma dívida, perdoar, remitir
- desistir, não guardar mais
- permitir, deixar, não interferir, dar uma coisa para uma pessoa
- partir, deixar alguém
- a fim de ir para outro lugar
- deixar alguém
- deixar alguém e abandoná-lo aos seus próprios anseios de modo que todas as reivindicações são abandonadas
- desertar sem razão
- partir deixando algo para trás
- deixar alguém ao não tomá-lo como companheiro
- deixar ao falecer, ficar atrás de alguém
- partir de modo que o que é deixado para trás possa ficar,
- abandonar, deixar destituído
γάρ
(G1063)
partícula primária; conj
- porque, pois, visto que, então
γίνομαι
(G1096)
prolongação e forma da voz média de um verbo primário TDNT - 1:681,117; v
- tornar-se, i.e. vir à existência, começar a ser, receber a vida
- tornar-se, i.e. acontecer
- de eventos
- erguer-se, aparecer na história, aparecer no cenário
- de homens que se apresentam em público
- ser feito, ocorrer
- de milagres, acontecer, realizar-se
- tornar-se, ser feito
δέ
(G1161)
partícula primária (adversativa ou aditiva); conj
- mas, além do mais, e, etc.
ἀμήν
(G281)
de origem hebraica 543
- firme
- metáf. fiel
- verdadeiramente, amém
- no começo de um discurso - certamente, verdadeiramente, a respeito de uma verdade
- no fim - assim é, assim seja, que assim seja feito. Costume que passou das sinagogas para as reuniões cristãs: Quando a pessoa que lia ou discursava, oferecia louvor solene a Deus, os outros respondiam “amém”, fazendo suas as palavras do orador. “Amém” é uma palavra memorável. Foi transliterada diretamente do hebraico para o grego do Novo Testamento, e então para o latim, o inglês, e muitas outras línguas. Por isso tornou-se uma palavra praticamente universal. É tida como a palavra mais conhecida do discurso humano. Ela está diretamente relacionada — de fato, é quase idêntica — com a palavra hebraica para “crer” (amam), ou crente. Assim, veio a significar “certamente” ou “verdadeiramente”, uma expressão de absoluta confiança e convicção.
λέγω
(G3004)
palavra raiz; TDNT - 4:69,505; v
- dizer, falar
- afirmar sobre, manter
- ensinar
- exortar, aconselhar, comandar, dirigir
- apontar com palavras, intentar, significar, querer dizer
- chamar pelo nome, chamar, nomear
- gritar, falar de, mencionar
μή
(G3361)
partícula de negação qualificada (enquanto que 3756 expressa um negação absoluta); partícula
- não, que... (não)
μισθός
(G3408)
aparentemente, palavra primária; TDNT - 4:695,599; n m
- valor pago pelo trabalho
- salário, pagamento
- recompensa: usado do fruto natural do trabalho árduo e esforçado
- em ambos os sentidos, recompensas e punições
- das recompensas que Deus dá, ou dará, pelas boas obras e esforços
- de punições
νηστεύω
(G3522)
de 3523; TDNT - 4:924,632; v
- abster-se de comida e bebida como exercício religioso: inteiramente, se o jejum é de apenas um dia, ou por costume e opção alimentar, se por vários dias
ὁ
(G3588)
que inclue o feminino
em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo
- este, aquela, estes, etc.
Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.
ὅταν
(G3752)
πρόσωπον
(G4383)
de 4314 e ops (rosto, de 3700); TDNT - 6:768,950; n n
- face
- a fronte da cabeça humana
- semblante, expressão
- o rosto, na medida em que é o orgão de visão, e (pelos seus vários movimentos e variações) o índex dos pensamentos e sentimentos íntimos
- aparência que alguém apresenta pela sua riqueza ou propriedade, sua posição ou baixa condição
- circunstâncias e condições externas
- usado nas expressões que denotam ter consideração pela pessoa em julgamento e no tratamento às pessoas
aparência externa de coisas inanimadas
ἄνθρωπος
(G444)
de 435 e ops (o semblante, de 3700); com cara de homem, i.e. um ser humano; TDNT - 1:364,59; n m
- um ser humano, seja homem ou mulher
- genericamente, inclui todos os indivíduos humanos
- para distinguir humanos de seres de outra espécie
- de animais e plantas
- de Deus e Cristo
- dos anjos
- com a noção adicionada de fraqueza, pela qual o homem é conduzido ao erro ou induzido a pecar
- com a noção adjunta de desprezo ou piedade desdenhosa
- com referência às duas natureza do homem, corpo e alma
- com referência à dupla natureza do homem, o ser corrupto e o homem verdadeiramente cristão, que se conforma à natureza de Deus
- com referência ao sexo, um homem
- de forma indefinida, alguém, um homem, um indivíduo
- no plural, povo
- associada com outras palavras, ex. homem de negócios
σκυθρωπός
(G4659)
de skuthros (chateado) e um derivado de 3700; TDNT - 7:450,1053; adj
- de uma expressão facial triste e ressentida
σύ
(G4771)
pronome pessoal da segunda pessoa do singular; pron
- tu
ὑποκριτής
(G5273)
de 5271; TDNT - 8:559,1235; n m
alguém que responde, intérprete
ator, artista de teatro
dissimulador, impostor, hipócrita
φαίνω
(G5316)
prolongação da raiz de 5457; TDNT - 9:1,1244; v
- trazer à luz, fazer brilhar, espalhar a luz
- brilhar
- brilhar, ser brilhante ou resplendente
- tornar-se evidente, ser trazido à luz, tornar-se visível, aparecer
- de vegetação em crescimento, vir à luz
- aparecer, ser visto
- expor à visão
- encontrar os olhos, descobrir os olhos, tornar claro ou manifesto
- ser visto, aparecer
- tornar-se claro na mente; ter a impressão, segundo o próprio julgamento ou opinião
ὡς
(G5613)
provavelmente do comparativo de 3739; adv
- como, a medida que, mesmo que, etc.
ἀπέχω
(G568)
de 575 e 2192; TDNT - 2:828,286; v
- ter
- deter-se, reter, prevenir
- ter inteira ou completamente, ter recebido
- é bastante, suficiente
- estar ausente, distante
- guardar-se, abster-se
“ter” em Mt 6:2 é modificado com um prefixo que muda seu sentido para “ter completamente” e era comumente usado em recibos de negócios para significar “pago completamente”. Nenhum pagamento ou serviço era esperado após o término da transação.
αὐτός
(G846)
da partícula au [talvez semelhante a raiz de 109 pela idéia de um vento instável] (para trás); pron
- ele próprio, ela mesma, eles mesmos, de si mesmo
- ele, ela, isto
- o mesmo
ἀφανίζω
(G853)
de 852; v
- lançar fora de visão, tornar invisível
- fazer desaparecer, destruir, consumir
- destituir de brilho, fazer disforme
- desfigurar
δέ
(G1161)
partícula primária (adversativa ou aditiva); conj
- mas, além do mais, e, etc.
ἀλείφω
(G218)
καί
(G2532)
aparentemente, uma partícula primária, que tem uma ação aditiva e algumas vezes também uma força acumulativa; conj
- e, também, até mesmo, realmente, mas
κεφαλή
(G2776)
da palavra primária kapto (no sentido de ligar); TDNT - 3:673,429; n f
- cabeça, de seres humanos e freqüentemente de animais. Como a perda da cabeça destrói a vida, esta palavra é usada em frases relacionadas com a pena capital e extrema.
- metáf. algo supremo, principal, proeminente
- de pessoas, mestre senhor: de um marido em relação à sua esposa
- de Cristo: Senhor da Igreja
- de coisas: pedra angular
νηστεύω
(G3522)
de 3523; TDNT - 4:924,632; v
- abster-se de comida e bebida como exercício religioso: inteiramente, se o jejum é de apenas um dia, ou por costume e opção alimentar, se por vários dias
νίπτω
(G3538)
limpar (especialmente as mãos ou os pés ou o rosto); TDNT - 4:946,635; v
lavar
lavar-se
ὁ
(G3588)
que inclue o feminino
em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo
- este, aquela, estes, etc.
Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.
πρόσωπον
(G4383)
de 4314 e ops (rosto, de 3700); TDNT - 6:768,950; n n
- face
- a fronte da cabeça humana
- semblante, expressão
- o rosto, na medida em que é o orgão de visão, e (pelos seus vários movimentos e variações) o índex dos pensamentos e sentimentos íntimos
- aparência que alguém apresenta pela sua riqueza ou propriedade, sua posição ou baixa condição
- circunstâncias e condições externas
- usado nas expressões que denotam ter consideração pela pessoa em julgamento e no tratamento às pessoas
aparência externa de coisas inanimadas
σύ
(G4771)
pronome pessoal da segunda pessoa do singular; pron
- tu
ἐν
(G1722)
ἀλλά
(G235)
plural neutro de 243; conj
- mas
- todavia, contudo, não obstante, apesar de
- uma objeção
- uma exceção
- uma restrição
- mais ainda, antes, mais propriamente, até mesmo, além do mais
- introduz uma transição para o assunto principal
καί
(G2532)
aparentemente, uma partícula primária, que tem uma ação aditiva e algumas vezes também uma força acumulativa; conj
- e, também, até mesmo, realmente, mas
κρυπτός
(G2927)
de 2928; TDNT - 3:957,476; adj
- oculto, escondido, secreto
μή
(G3361)
partícula de negação qualificada (enquanto que 3756 expressa um negação absoluta); partícula
- não, que... (não)
νηστεύω
(G3522)
de 3523; TDNT - 4:924,632; v
- abster-se de comida e bebida como exercício religioso: inteiramente, se o jejum é de apenas um dia, ou por costume e opção alimentar, se por vários dias
ὁ
(G3588)
que inclue o feminino
em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo
- este, aquela, estes, etc.
Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.
πατήρ
(G3962)
aparentemente, palavra raiz; TDNT - 5:945,805; n m
- gerador ou antepassado masculino
- antepassado mais próximo: pai da natureza corporal, pais naturais, tanto pai quanto mãe
- antepassado mais remoto, fundador de uma família ou tribo, progenitor de um povo, patriarca: assim Abraão é chamado, Jacó e Davi
- pais, i.e., ancestrais, patriarcas, fundadores de uma nação
- alguém avançado em anos, o mais velho
- metáf.
- o originador e transmissor de algo
- os autores de uma família ou sociedade de pessoas animadas pelo mesmo espírito do fundador
- alguém que tem infundido seu próprio espírito nos outros, que atua e governa suas mentes
- alguém que está numa posição de pai e que cuida do outro de um modo paternal
- um título de honra
- mestres, como aqueles a quem os alunos seguem o conhecimento e treinamento que eles receberam
- membros do Sinédrio, cuja prerrogativa era pela virtude da sabedoria e experiência na qual se sobressaíam; cuidar dos interesses dos outros
- Deus é chamado o Pai
- das estrelas, luminares celeste, porque ele é seu criador, que as mantém e governa
- de todos os seres inteligentes e racionais, sejam anjos ou homens, porque ele é seu criador, guardião e protetor
- de seres espirituais de todos os homens
- de cristãos, como aqueles que através de Cristo tem sido exaltados a uma relação íntima e especialmente familiar com Deus, e que não mais o temem como a um juiz severo de pecadores, mas o respeitam como seu reconciliado e amado Pai
- o Pai de Jesus Cristo, aquele a quem Deus uniu a si mesmo com os laços mais estreitos de amor e intimidade, fez conhecer seus propósitos, designou para explicar e propagar entre os homens o plano da salvação, e com quem também compartilhou sua própria natureza divina
- por Jesus Cristo mesmo
- pelos apóstolos
ἄνθρωπος
(G444)
de 435 e ops (o semblante, de 3700); com cara de homem, i.e. um ser humano; TDNT - 1:364,59; n m
- um ser humano, seja homem ou mulher
- genericamente, inclui todos os indivíduos humanos
- para distinguir humanos de seres de outra espécie
- de animais e plantas
- de Deus e Cristo
- dos anjos
- com a noção adicionada de fraqueza, pela qual o homem é conduzido ao erro ou induzido a pecar
- com a noção adjunta de desprezo ou piedade desdenhosa
- com referência às duas natureza do homem, corpo e alma
- com referência à dupla natureza do homem, o ser corrupto e o homem verdadeiramente cristão, que se conforma à natureza de Deus
- com referência ao sexo, um homem
- de forma indefinida, alguém, um homem, um indivíduo
- no plural, povo
- associada com outras palavras, ex. homem de negócios
σύ
(G4771)
pronome pessoal da segunda pessoa do singular; pron
- tu
φαίνω
(G5316)
prolongação da raiz de 5457; TDNT - 9:1,1244; v
- trazer à luz, fazer brilhar, espalhar a luz
- brilhar
- brilhar, ser brilhante ou resplendente
- tornar-se evidente, ser trazido à luz, tornar-se visível, aparecer
- de vegetação em crescimento, vir à luz
- aparecer, ser visto
- expor à visão
- encontrar os olhos, descobrir os olhos, tornar claro ou manifesto
- ser visto, aparecer
- tornar-se claro na mente; ter a impressão, segundo o próprio julgamento ou opinião
ἀποδίδωμι
(G591)
de 575 e 1325; TDNT - 2:167,166; v
- entregar, abrir mão de algo que me pertence em benefício próprio, vender
- pagar o total, pagar a totalidade do que é dévido
- débito, salários, tributo, impostos
- coisas prometidas sob juramento
- dever conjugal
- prestar contas
- devolver, restaurar
- retribuir, recompensar num bom ou num mau sentido
βλέπω
(G991)
um palavra primária; TDNT - 5:315,706; v
- ver, discernir, através do olho como orgão da visão
- com o olho do corpo: estar possuído de visão, ter o poder de ver
- perceber pelo uso dos olhos: ver, olhar, avistar
- voltar o olhar para algo: olhar para, considerar, fitar
- perceber pelos sentidos, sentir
- descobrir pelo uso, conhecer pela experiência
- metáf. ver com os olhos da mente
- ter (o poder de) entender
- discernir mentalmente, observar, perceber, descobrir, entender
- voltar os pensamentos ou dirigir a mente para um coisa, considerar, contemplar, olhar para, ponderar cuidadosamente, examinar
- sentido geográfico de lugares, montanhas, construções, etc.: habilidade de localizar o que se está buscando
βρῶσις
(G1035)
da raíz de 977; TDNT - 1:642,111; n f
- ato de comer
- em sentido amplo: corrosão
- aquilo que é comido, alimento, mal estar
- da comida da alma: tanto o que refresca a alma, como o que a nutre e sustenta
γῆ
(G1093)
contraído de um palavra raíz; TDNT - 1:677,116; n f
- terra arável
- o chão, a terra com um lugar estável
- continente como oposto ao mar ou água
- a terra como um todo
- a terra como oposto aos céus
- a terra habitada, residência dos homens e dos animais
- um país, terra circundada com limites fixos, uma área de terra, território, região
διορύσσω
(G1358)
ἐπί
(G1909)
uma raíz; prep
sobre, em cima de, em, perto de, perante
de posição, sobre, em, perto de, acima, contra
para, acima, sobre, em, através de, contra
θησαυρίζω
(G2343)
de 2344; TDNT - 3:138,333; v
- ajuntar e armazenar, amontoar
- acumular riquezas
- manter em estoque, armazenar, reservar
metáf. assim viver o dia-a-dia de modo a cresçer seja na amargura ou na alegria do próprio destino
θησαυρός
(G2344)
de 5087; TDNT - 3:136,333; n m
- lugar no qual coisas boas e preciosas são colecionadas e armazenadas
- porta-jóias, cofre, ou outro receptáculo, no qual valores são guardados
- tesouro
- depósito, armazém,
coisas armazenadas em um tesouro, coleção de tesouros
καί
(G2532)
aparentemente, uma partícula primária, que tem uma ação aditiva e algumas vezes também uma força acumulativa; conj
- e, também, até mesmo, realmente, mas
κλέπτης
(G2812)
κλέπτω
(G2813)
verbo primário; TDNT - 3:754,441; v
- roubar
- cometer um roubo
- levar embora pelo roubo, i.e, tomar pelo furto
μή
(G3361)
partícula de negação qualificada (enquanto que 3756 expressa um negação absoluta); partícula
- não, que... (não)
ὁ
(G3588)
que inclue o feminino
em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo
- este, aquela, estes, etc.
Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.
σής
(G4597)
aparentemente de origem hebraica 5580; TDNT - 7:275,1025; n n
- traça, traça de tecidos
σύ
(G4771)
pronome pessoal da segunda pessoa do singular; pron
- tu
ἀφανίζω
(G853)
de 852; v
- lançar fora de visão, tornar invisível
- fazer desaparecer, destruir, consumir
- destituir de brilho, fazer disforme
- desfigurar
βρῶσις
(G1035)
da raíz de 977; TDNT - 1:642,111; n f
- ato de comer
- em sentido amplo: corrosão
- aquilo que é comido, alimento, mal estar
- da comida da alma: tanto o que refresca a alma, como o que a nutre e sustenta
δέ
(G1161)
partícula primária (adversativa ou aditiva); conj
- mas, além do mais, e, etc.
διορύσσω
(G1358)
ἐν
(G1722)
θησαυρίζω
(G2343)
de 2344; TDNT - 3:138,333; v
- ajuntar e armazenar, amontoar
- acumular riquezas
- manter em estoque, armazenar, reservar
metáf. assim viver o dia-a-dia de modo a cresçer seja na amargura ou na alegria do próprio destino
θησαυρός
(G2344)
de 5087; TDNT - 3:136,333; n m
- lugar no qual coisas boas e preciosas são colecionadas e armazenadas
- porta-jóias, cofre, ou outro receptáculo, no qual valores são guardados
- tesouro
- depósito, armazém,
coisas armazenadas em um tesouro, coleção de tesouros
καί
(G2532)
aparentemente, uma partícula primária, que tem uma ação aditiva e algumas vezes também uma força acumulativa; conj
- e, também, até mesmo, realmente, mas
κλέπτης
(G2812)
κλέπτω
(G2813)
verbo primário; TDNT - 3:754,441; v
- roubar
- cometer um roubo
- levar embora pelo roubo, i.e, tomar pelo furto
οὐ
(G3756)
palavra primária, negativo absoluto [cf 3361] advérbio; partícula
- não; se usa em perguntas diretas que esperam uma resposta afirmativa
οὐρανός
(G3772)
talvez do mesmo que 3735 (da idéia de elevação); céu; TDNT - 5:497,736; n m
- espaço arqueado do firmamento com todas as coisas nele visíveis
- universo, mundo
- atmosfera ou firmamento, região onde estão as nuvens e se formam as tempestades, e onde o trovão e relâmpago são produzidos
- os céus siderais ou estrelados
região acima dos céus siderais, a sede da ordem das coisas eternas e consumadamente perfeitas, onde Deus e outras criaturas celestes habitam
σής
(G4597)
aparentemente de origem hebraica 5580; TDNT - 7:275,1025; n n
- traça, traça de tecidos
σύ
(G4771)
pronome pessoal da segunda pessoa do singular; pron
- tu
ἀφανίζω
(G853)
de 852; v
- lançar fora de visão, tornar invisível
- fazer desaparecer, destruir, consumir
- destituir de brilho, fazer disforme
- desfigurar
γάρ
(G1063)
partícula primária; conj
- porque, pois, visto que, então
εἰμί
(G1510)
primeira pessoa do singular do presente indicativo; uma forma prolongada de um verbo primário e defectivo; TDNT - 2:398,206; v
- ser, exitir, acontecer, estar presente
ἐκεῖ
(G1563)
de afinidade incerta; adv
- lá, em ou para aquele lugar
θησαυρός
(G2344)
de 5087; TDNT - 3:136,333; n m
- lugar no qual coisas boas e preciosas são colecionadas e armazenadas
- porta-jóias, cofre, ou outro receptáculo, no qual valores são guardados
- tesouro
- depósito, armazém,
coisas armazenadas em um tesouro, coleção de tesouros
καί
(G2532)
aparentemente, uma partícula primária, que tem uma ação aditiva e algumas vezes também uma força acumulativa; conj
- e, também, até mesmo, realmente, mas
καρδία
(G2588)
forma prolongada da palavra primária kar (Latim, cor “coração”); TDNT - 3:605,415; n f
- coração
- aquele orgão do corpo do animal que é o centro da circulação do sangue, e por isso foi considerado como o assento da vida física
- denota o centro de toda a vida física e espiritual
- o vigor e o sentido da vida física
- o centro e lugar da vida espiritual
- a alma ou a mente, como fonte e lugar dos pensamentos, paixões, desejos, apetites, afeições, propósitos, esforços
- do entendimento, a faculdade e o lugar da inteligência
- da vontade e caráter
- da alma na medida em que é afetada de um modo ruim ou bom, ou da alma como o lugar das sensibilidades, afeições, emoções, desejos, apetites, paixões
- do meio ou da parte central ou interna de algo, ainda que seja inanimado
ὁ
(G3588)
que inclue o feminino
em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo
- este, aquela, estes, etc.
Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.
σύ
(G4771)
pronome pessoal da segunda pessoa do singular; pron
- tu
εἰμί
(G1510)
primeira pessoa do singular do presente indicativo; uma forma prolongada de um verbo primário e defectivo; TDNT - 2:398,206; v
- ser, exitir, acontecer, estar presente
λύχνος
(G3088)
da raiz de 3022; TDNT - 4:324,542; n m
- candeia, vela, que é colocada em um castiçal
Uma candeia é semelhante a um olho, que mostra ao corpo qual o caminho; é possível fazer uma analogia entre a candeia e as profecias do AT, visto que elas proporcionam pelo menos algum conhecimento relativo à volta gloriosa de Jesus do céu.
ὁ
(G3588)
que inclue o feminino
em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo
- este, aquela, estes, etc.
Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.
ὅλος
(G3650)
palavra primária; TDNT - 5:174,682; adj
- tudo, inteiro, completamente
οὖν
(G3767)
aparentemente, palavra raiz; partícula
- então, por esta razão, conseqüentemente, conformemente, sendo assim
ὀφθαλμός
(G3788)
de 3700; TDNT - 5:375,706; n m
olho
metáf. olhos da mente, faculdade de conhecer
σύ
(G4771)
pronome pessoal da segunda pessoa do singular; pron
- tu
σῶμα
(G4983)
de 4982; TDNT - 7:1024,1140; n n
- o corpo tanto de seres humanos como de animais
- corpo sem vida ou cadáver
- corpo vivo
- de animais
- conjunto de planetas e de estrelas (corpos celestes)
- usado de um (grande ou pequeno) número de homens estreitamente unidos numa sociedade, ou família; corpo social, ético, místico
- usado neste sentido no NT para descrever a igreja
aquilo que projeta uma sombra como distinta da sombra em si
φωτεινός
(G5460)
de 5457; TDNT - 9:310,1293; adj
- luz
- composto de luz
- de um caráter brilhante
- cheio de luz
- bem iluminado
δέ
(G1161)
partícula primária (adversativa ou aditiva); conj
- mas, além do mais, e, etc.
εἰ
(G1487)
partícula primária de condicionalidade; conj
- se
εἰμί
(G1510)
primeira pessoa do singular do presente indicativo; uma forma prolongada de um verbo primário e defectivo; TDNT - 2:398,206; v
- ser, exitir, acontecer, estar presente
ἐν
(G1722)
ὁ
(G3588)
que inclue o feminino
em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo
- este, aquela, estes, etc.
Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.
ὅλος
(G3650)
palavra primária; TDNT - 5:174,682; adj
- tudo, inteiro, completamente
οὖν
(G3767)
aparentemente, palavra raiz; partícula
- então, por esta razão, conseqüentemente, conformemente, sendo assim
ὀφθαλμός
(G3788)
de 3700; TDNT - 5:375,706; n m
olho
metáf. olhos da mente, faculdade de conhecer
πονηρός
(G4190)
de um derivado de 4192; TDNT - 6:546,912; adj
- cheio de labores, aborrecimentos, fadigas
- pressionado e atormentado pelos labores
- que traz trabalho árduo, aborrecimentos, perigos: de um tempo cheio de perigo à fidelidade e à fé cristã; que causa dor e problema
- mau, de natureza ou condição má
- num sentido físico: doença ou cegueira
- num sentido ético: mau, ruim, iníquo
A palavra é usada no caso nominativo em Mt 6:13. Isto geralmente denota um título no grego. Conseqüentemente Cristo está dizendo, “livra-nos do mal”, e está provavelmente se referindo a Satanás.
πόσος
(G4214)
de uma forma arcaica pos (quem, o que) e 3739; pron
quão grande
quanto
quantos
σκοτεινός
(G4652)
de 4655; TDNT - 7:423,1049; adj
- repleto de escuridão, coberto com penumbra
σκότος
(G4655)
da raiz de 4639; TDNT - 7:423,1049; n n
- escuridão
- da escuridão da noite
- da visão obliterada ou cegueira
- metáf.
- da ignorância a respeito das coisas divinas e dos deveres humanos, e da impiedade e imoralidade que a acompanha, junto às suas misérias conseqüentes no inferno
- pessoas nas quais a escuridão se torna uma realidade que as governa
σύ
(G4771)
pronome pessoal da segunda pessoa do singular; pron
- tu
σῶμα
(G4983)
de 4982; TDNT - 7:1024,1140; n n
- o corpo tanto de seres humanos como de animais
- corpo sem vida ou cadáver
- corpo vivo
- de animais
- conjunto de planetas e de estrelas (corpos celestes)
- usado de um (grande ou pequeno) número de homens estreitamente unidos numa sociedade, ou família; corpo social, ético, místico
- usado neste sentido no NT para descrever a igreja
aquilo que projeta uma sombra como distinta da sombra em si
φῶς
(G5457)
de uma forma arcaica phao (brilhar ou tornar manifesto, especialmente por emitir raios, cf 5316, 5346); TDNT - 9:310,1293; n n
- luz
- luz
- emitida por uma lâmpada
- um luz celestial tal como a de um círculo de anjos quando aparecem na terra
- qualquer coisa que emite luz
- estrela
- fogo porque brilha e espalha luz
- lâmpada ou tocha
- luz, i.e, brilho
- de uma lâmpada
- metáf.
- Deus é luz porque a luz tem a qualidade de ser extremamente delicada, sutil, pura, brilhante
- da verdade e seu conhecimento, junto com a pureza espiritual associada a ela
- aquilo que está exposto à vista de todos, abertamente, publicamente
- razão, mente
- o poder do entendimento, esp. verdade moral e espiritual
γάρ
(G1063)
partícula primária; conj
- porque, pois, visto que, então
δουλεύω
(G1398)
de 1401; TDNT - 2:261,182; v
- ser escravo, servir, prestar serviço
- de uma nação em sujeição a outros países
- metáf. obedecer, submeter-se a
- num bom sentido, ser obediente
- num mau sentido, daqueles que tornam-se escravos de um poder maléfico, sujeitar-se a, entregar-se a
δύναμαι
(G1410)
de afinidade incerta; TDNT - 2:284,186; v
- ser capaz, ter poder quer pela virtude da habilidade e recursos próprios de alguém, ou de um estado de mente, ou através de circunstâncias favoráveis, ou pela permissão de lei ou costume
- ser apto para fazer alguma coisa
- ser competente, forte e poderoso
δύο
(G1417)
numeral primário; n indecl
- dois, par
εἷς
(G1520)
(incluindo o neutro [etc.] hen); TDNT - 2:434,214; numeral
- um
ἕτερος
(G2087)
de afinidade incerta TDNT - 2:702,265; adj
- o outro, próximo, diferente
- para número
- usado para diferenciar de alguma pessoa ou coisa anterior
- o outro de dois
- para qualidade
- outro: i.e. alguém que não é da mesma natureza, forma, classe, tipo, diferente
ἤ
(G2228)
partícula primária de distinção entre dois termos conectados; partícula
- ou ... ou, que
θεός
(G2316)
de afinidade incerta; um deus, especialmente (com 3588) a divindade suprema; TDNT - 3:65,322; n m
- deus ou deusa, nome genérico para deidades ou divindades
- Deus, Trindade
- Deus, o Pai, primeira pessoa da Trindade
- Cristo, segunda pessoa da Trindade
- Espírito Santo, terceira pessoa da Trindade
- dito do único e verdadeiro Deus
- refere-se às coisas de Deus
- seus conselhos, interesses, obrigações para com ele
- tudo o que, em qualquer aspecto, assemelha-se a Deus, ou é parecido com ele de alguma forma
- representante ou vice-regente de Deus
- de magistrados e juízes
ἀγαπάω
(G25)
καί
(G2532)
aparentemente, uma partícula primária, que tem uma ação aditiva e algumas vezes também uma força acumulativa; conj
- e, também, até mesmo, realmente, mas
καταφρονέω
(G2706)
κύριος
(G2962)
de kuros (supremacia); TDNT - 3:1039,486; n m
- aquele a quem uma pessoa ou coisas pertence, sobre o qual ele tem o poder de decisão; mestre, senhor
- o que possue e dispõe de algo
- proprietário; alguém que tem o controle da pessoa, o mestre
- no estado: o soberano, príncipe, chefe, o imperador romano
- é um título de honra, que expressa respeito e reverência e com o qual servos tratavam seus senhores
- título dado: a Deus, ao Messias
μαμμωνᾶς
(G3126)
de origem aramaica (confiança, i.e., riqueza, personificada); TDNT - 4:388,552; n m
Mâmon
tesouro
riqueza (onde personificada e oposta a Deus)
μισέω
(G3404)
da palavra primária misos (ódio); TDNT - 4:683,597; v
odiar, detestar, perseguir com ódio
ser odiado, detestado
ὁ
(G3588)
que inclue o feminino
em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo
- este, aquela, estes, etc.
Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.
οὐ
(G3756)
palavra primária, negativo absoluto [cf 3361] advérbio; partícula
- não; se usa em perguntas diretas que esperam uma resposta afirmativa
οὐδείς
(G3762)
διά
(G1223)
preposição primária que denota o canal de um ato; TDNT - 2:65,149; prep
- através de
- de lugar
- com
- em, para
- de tempo
- por tudo, do começo ao fim
- durante
- de meios
- atrave/s, pelo
- por meio de
- por causa de
- o motivo ou razão pela qual algo é ou não é feito
- por razão de
- por causa de
- por esta razão
- consequentemente, portanto
- por este motivo
εἰμί
(G1510)
primeira pessoa do singular do presente indicativo; uma forma prolongada de um verbo primário e defectivo; TDNT - 2:398,206; v
- ser, exitir, acontecer, estar presente
ἔνδυμα
(G1742)
de 1746; n n
- traje, vestuário, manto, uma veste externa
ἐνδύω
(G1746)
ἤ
(G2228)
partícula primária de distinção entre dois termos conectados; partícula
- ou ... ou, que
καί
(G2532)
aparentemente, uma partícula primária, que tem uma ação aditiva e algumas vezes também uma força acumulativa; conj
- e, também, até mesmo, realmente, mas
λέγω
(G3004)
palavra raiz; TDNT - 4:69,505; v
- dizer, falar
- afirmar sobre, manter
- ensinar
- exortar, aconselhar, comandar, dirigir
- apontar com palavras, intentar, significar, querer dizer
- chamar pelo nome, chamar, nomear
- gritar, falar de, mencionar
μεριμνάω
(G3309)
de 3308; TDNT - 4:589,584; v
- estar ansioso
- estar preocupado com cuidados
- cuidar de, estar alerta com (algo)
- procurar promover os interesses de alguém
- cuidar ou providenciar para
μή
(G3361)
partícula de negação qualificada (enquanto que 3756 expressa um negação absoluta); partícula
- não, que... (não)
ὁ
(G3588)
que inclue o feminino
em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo
- este, aquela, estes, etc.
Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.
οὗτος
(G3778)
οὐχί
(G3780)
intensivo de 3756; partícula
- não, de nenhum modo, de forma alguma
πίνω
(G4095)
forma prolongada de
beber
figurativamente, receber na alma o que serve para refrescar, fortalecer e nutrir para a vida eterna
πλείων
(G4119)
comparativo de 4183; adj
- maior em quantidade
- a maior parte, muito mais
maior em qualidade, superior, mais excelente
σύ
(G4771)
pronome pessoal da segunda pessoa do singular; pron
- tu
σῶμα
(G4983)
de 4982; TDNT - 7:1024,1140; n n
- o corpo tanto de seres humanos como de animais
- corpo sem vida ou cadáver
- corpo vivo
- de animais
- conjunto de planetas e de estrelas (corpos celestes)
- usado de um (grande ou pequeno) número de homens estreitamente unidos numa sociedade, ou família; corpo social, ético, místico
- usado neste sentido no NT para descrever a igreja
aquilo que projeta uma sombra como distinta da sombra em si
τίς
(G5101)
τíς (Strong G5101) Com acento, é um pronome interrogativo. Praticamente todos os pronomes interrogativos das línguas latinas (quis? quid? cur?): Como?, Onde?, Quem?, O Que?, Por que?
Possui relação com τις (Strong G5100) Sem acento, é um pronome indefinido, correspondente ao latin (aliquis, quis, quidam)
Fonte: Miudinho - Mateus 16:8 {Aluizio Elias}τροφή
(G5160)
de 5142; n f
- alimento, nutrimento
φάγω
(G5315)
verbo primário (usado como um substituto de 2068 em tempos determinados); v
- comer
- comer (consumir) algo
- alimentar-se, tomar uma refeição
- metáf. devorar, consumir
ψυχή
(G5590)
de 5594; TDNT - 9:608,1342; n f
- respiração
- fôlego da vida
- força vital que anima o corpo e é reconhecida pela respiração
- de animais
- de pessoas
- vida
- aquilo no qual há vida
- ser vivo, alma vivente
- alma
- o lugar dos sentimentos, desejos, afeições, aversões (nosso coração, alma etc.)
- a alma (humana) na medida em que é constituída por Deus; pelo uso correto da ajuda oferecida por Deus, pode alcançar seu o seu mais alto fim e eterna e segura bemaventurança. A alma considerada como um ser moral designado para vida eterna
- a alma como uma essência que difere do corpo e não é dissolvida pela morte (distinta de outras partes do corpo)
διαφέρω
(G1308)
de 1223 e 5342; TDNT - 9:62,1252
- levar ou carregar através de qualquer lugar
- carregar em caminhos diferentes
- carregar em direções diferentes, para lugares diferentes
- de pessoas que são levadas de cá pra lá em um navio, conduzidas de um lado para o outro
- diferir, testar, provar, as coisas boas que diferem,
- distinguir entre bem e mal, legal e ilegal, aprovar o que é excelente, não concordar com alguém
- sobresair, superar alguém
- impessoalmente, faz diferença, importa, é de importância
εἰς
(G1519)
preposição primária; TDNT - 2:420,211; prep
- em, até, para, dentro, em direção a, entre
ἐμβλέπω
(G1689)
de 1722 e991; v
voltar os olhos de alguém sobre
olhar para
metáf. olhar com a mente, considerar
θερίζω
(G2325)
de 2330 (no sentido de colheita); TDNT - 3:132,332; v
- colher, ceifar
- expressão proverbial para semeadura e colheita
- cortar, destruir
- como a colheita é cortada com uma foice
καί
(G2532)
aparentemente, uma partícula primária, que tem uma ação aditiva e algumas vezes também uma força acumulativa; conj
- e, também, até mesmo, realmente, mas
μᾶλλον
(G3123)
neutro do comparativo do mesmo que 3122; adv comparativo
- mais, a um grau maior, melhor
- muito mais (longe, disparado)
- melhor, mais prontamente
- mais prontamente
ὁ
(G3588)
que inclue o feminino
em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo
- este, aquela, estes, etc.
Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.
ὅτι
(G3754)
neutro de 3748 como conjunção; demonst. aquele (algumas vezes redundante); conj
- que, porque, desde que
οὐ
(G3756)
palavra primária, negativo absoluto [cf 3361] advérbio; partícula
- não; se usa em perguntas diretas que esperam uma resposta afirmativa
οὐράνιος
(G3770)
de 3772; TDNT - 5:536,736; adj
- celestial
- que reside no céu
- que vem do céu
οὐρανός
(G3772)
talvez do mesmo que 3735 (da idéia de elevação); céu; TDNT - 5:497,736; n m
- espaço arqueado do firmamento com todas as coisas nele visíveis
- universo, mundo
- atmosfera ou firmamento, região onde estão as nuvens e se formam as tempestades, e onde o trovão e relâmpago são produzidos
- os céus siderais ou estrelados
região acima dos céus siderais, a sede da ordem das coisas eternas e consumadamente perfeitas, onde Deus e outras criaturas celestes habitam
πατήρ
(G3962)
aparentemente, palavra raiz; TDNT - 5:945,805; n m
- gerador ou antepassado masculino
- antepassado mais próximo: pai da natureza corporal, pais naturais, tanto pai quanto mãe
- antepassado mais remoto, fundador de uma família ou tribo, progenitor de um povo, patriarca: assim Abraão é chamado, Jacó e Davi
- pais, i.e., ancestrais, patriarcas, fundadores de uma nação
- alguém avançado em anos, o mais velho
- metáf.
- o originador e transmissor de algo
- os autores de uma família ou sociedade de pessoas animadas pelo mesmo espírito do fundador
- alguém que tem infundido seu próprio espírito nos outros, que atua e governa suas mentes
- alguém que está numa posição de pai e que cuida do outro de um modo paternal
- um título de honra
- mestres, como aqueles a quem os alunos seguem o conhecimento e treinamento que eles receberam
- membros do Sinédrio, cuja prerrogativa era pela virtude da sabedoria e experiência na qual se sobressaíam; cuidar dos interesses dos outros
- Deus é chamado o Pai
- das estrelas, luminares celeste, porque ele é seu criador, que as mantém e governa
- de todos os seres inteligentes e racionais, sejam anjos ou homens, porque ele é seu criador, guardião e protetor
- de seres espirituais de todos os homens
- de cristãos, como aqueles que através de Cristo tem sido exaltados a uma relação íntima e especialmente familiar com Deus, e que não mais o temem como a um juiz severo de pecadores, mas o respeitam como seu reconciliado e amado Pai
- o Pai de Jesus Cristo, aquele a quem Deus uniu a si mesmo com os laços mais estreitos de amor e intimidade, fez conhecer seus propósitos, designou para explicar e propagar entre os homens o plano da salvação, e com quem também compartilhou sua própria natureza divina
- por Jesus Cristo mesmo
- pelos apóstolos
πετεινόν
(G4071)
de um derivado de 4072; n n
- que voa, alado
- animal que voa ou tem asas, pássaros
- as aves do céu, i.e., voando no céu (ar)
σπείρω
(G4687)
provavelmente reforçado de 4685 (da idéia de estender); TDNT - 7:536,1065; v
semear, espalhar, disseminar
metáf. de dizeres proverbiais
σύ
(G4771)
pronome pessoal da segunda pessoa do singular; pron
- tu
συνάγω
(G4863)
- reunir com
- retirar, recolher
- de peixes
- de uma rede na qual são pescados
- juntar, reunir, fazer encontrar-se
- juntar-se, unir (aqueles previamente separados)
- reunir por meio de convocação
- estar reunido, i.e., reunir-se, encontrar-se, unir-se
- trazer consigo
- para dentro de casa, i.e., receber com hospitalidade, entreter
τρέφω
(G5142)
verbo primário (propriamente, threpho; mas talvez reforçado da raiz de 5157 da idéia de convulsão); v
nutrir, sustentar
alimentar
dar de mamar, engordar
educar, criar, nutrir
ἀποθήκη
(G596)
de 659; n f
- um lugar no qual algo é guardado ou armazenado
- depósito, armazém
αὐτός
(G846)
da partícula au [talvez semelhante a raiz de 109 pela idéia de um vento instável] (para trás); pron
- ele próprio, ela mesma, eles mesmos, de si mesmo
- ele, ela, isto
- o mesmo
δέ
(G1161)
partícula primária (adversativa ou aditiva); conj
- mas, além do mais, e, etc.
δύναμαι
(G1410)
de afinidade incerta; TDNT - 2:284,186; v
- ser capaz, ter poder quer pela virtude da habilidade e recursos próprios de alguém, ou de um estado de mente, ou através de circunstâncias favoráveis, ou pela permissão de lei ou costume
- ser apto para fazer alguma coisa
- ser competente, forte e poderoso
εἷς
(G1520)
(incluindo o neutro [etc.] hen); TDNT - 2:434,214; numeral
- um
ἐκ
(G1537)
preposição primária denotando origem (o ponto de onde ação ou movimento procede), de, de dentro de (de lugar, tempo, ou causa; literal ou figurativo); prep
- de dentro de, de, por, fora de
ἐπί
(G1909)
uma raíz; prep
sobre, em cima de, em, perto de, perante
de posição, sobre, em, perto de, acima, contra
para, acima, sobre, em, através de, contra
ἡλικία
(G2244)
do mesmo que 2245; TDNT - 2:941,308; n f
- idade, tempo de vida
- idade, prazo ou duração da vida
- idade adulta, maturidade
- idade apropriada para qualquer coisa
- metáf. de um estágio próprio alcançado para algo
estatura, i.e, de estatura perfeita e graciosa
μεριμνάω
(G3309)
de 3308; TDNT - 4:589,584; v
- estar ansioso
- estar preocupado com cuidados
- cuidar de, estar alerta com (algo)
- procurar promover os interesses de alguém
- cuidar ou providenciar para
ὁ
(G3588)
que inclue o feminino
em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo
- este, aquela, estes, etc.
Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.
πῆχυς
(G4083)
de afinidade incerta; n m
cúbito
medida de comprimento igual à distância da junta do cotovelo à ponta do dedo médio
(i.e., aproximadamente 0,5 m. No entanto, seu comprimento preciso varia e é disputado)
προστίθημι
(G4369)
σύ
(G4771)
pronome pessoal da segunda pessoa do singular; pron
- tu
τίς
(G5101)
τíς (Strong G5101) Com acento, é um pronome interrogativo. Praticamente todos os pronomes interrogativos das línguas latinas (quis? quid? cur?): Como?, Onde?, Quem?, O Que?, Por que?
Possui relação com τις (Strong G5100) Sem acento, é um pronome indefinido, correspondente ao latin (aliquis, quis, quidam)
Fonte: Miudinho - Mateus 16:8 {Aluizio Elias}αὐτός
(G846)
da partícula au [talvez semelhante a raiz de 109 pela idéia de um vento instável] (para trás); pron
- ele próprio, ela mesma, eles mesmos, de si mesmo
- ele, ela, isto
- o mesmo
ἔνδυμα
(G1742)
de 1746; n n
- traje, vestuário, manto, uma veste externa
καί
(G2532)
aparentemente, uma partícula primária, que tem uma ação aditiva e algumas vezes também uma força acumulativa; conj
- e, também, até mesmo, realmente, mas
καταμανθάνω
(G2648)
κοπιάω
(G2872)
de um derivado de 2873; TDNT - 3:827,453; v
- ficar cansado, fatigado, exausto (com labuta ou carga ou aflição)
- trabalhar com empenho exaustivo, labutar
- de trabalho corporal
κρίνον
(G2918)
talvez uma palavra primitiva; n n
- flor silvestre, lírio
μεριμνάω
(G3309)
de 3308; TDNT - 4:589,584; v
- estar ansioso
- estar preocupado com cuidados
- cuidar de, estar alerta com (algo)
- procurar promover os interesses de alguém
- cuidar ou providenciar para
νήθω
(G3514)
de neo; v
- fiar
ὁ
(G3588)
que inclue o feminino
em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo
- este, aquela, estes, etc.
Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.
οὐ
(G3756)
palavra primária, negativo absoluto [cf 3361] advérbio; partícula
- não; se usa em perguntas diretas que esperam uma resposta afirmativa
περί
(G4012)
da raiz de 4008; TDNT - 6:53,827; prep
- a respeito de, concernente a, por causa de, no interesse de, em torno de, junto a
πῶς
(G4459)
advérbio da raiz de 4226, partícula interrogativa de modo; partícula
- como, de que maneira
τίς
(G5101)
τíς (Strong G5101) Com acento, é um pronome interrogativo. Praticamente todos os pronomes interrogativos das línguas latinas (quis? quid? cur?): Como?, Onde?, Quem?, O Que?, Por que?
Possui relação com τις (Strong G5100) Sem acento, é um pronome indefinido, correspondente ao latin (aliquis, quis, quidam)
Fonte: Miudinho - Mateus 16:8 {Aluizio Elias}ἀγρός
(G68)
de 71; n m
- terra
- o campo, a região rural
- um pedaço de terra, pequena lavoura
- as fazendas, sítio rural, aldeias
αὐξάνω
(G837)
uma forma prolongada de um verbo primário; TDNT - 8:517,*; v
- fazer cresçer, aumentar
- ampliar, tornar grande
- cresçer, aumentar
- de plantas
- de crianças
- de uma multidão de pessoas
- do crescimento interior do cristão
δέ
(G1161)
partícula primária (adversativa ou aditiva); conj
- mas, além do mais, e, etc.
δόξα
(G1391)
da raíz de 1380; TDNT - 2:233,178; n f
- opinião, julgamento, ponto de vista
- opinião, estimativa, seja boa ou ruim, a respeito de alguém
- no NT sempre opinião positiva a respeito de alguém, que resulta em louvor, honra, e glória
- esplendor, brilho
- da lua, sol, estrelas
- magnificência, excelência, preeminência, dignidade, graça
- majestade
- algo que pertence a Deus
- a majestade real que pertence a Ele como supremo governador, majestade no sentido da perfeição absoluta da divindade
- algo que pertence a Cristo
- a majestade real do Messias
- o interior absolutamente perfeito ou a excelência pessoal de Cristo; a majestade
- dos anjos
- como transparece na sua aparência brilhante exterior
- a mais gloriosa condição, estado de exaltação
- da mesma condição de Deus Pai no céu, para a qual Cristo foi elevado depois de ter concluído sua obra na terra
- a condição de gloriosa bem-aventurança à qual os cristãos verdadeiros entrarão depois do retorno do seu Salvador do céu
εἷς
(G1520)
(incluindo o neutro [etc.] hen); TDNT - 2:434,214; numeral
- um
ἐν
(G1722)
λέγω
(G3004)
palavra raiz; TDNT - 4:69,505; v
- dizer, falar
- afirmar sobre, manter
- ensinar
- exortar, aconselhar, comandar, dirigir
- apontar com palavras, intentar, significar, querer dizer
- chamar pelo nome, chamar, nomear
- gritar, falar de, mencionar
ὁ
(G3588)
que inclue o feminino
em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo
- este, aquela, estes, etc.
Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.
ὅτι
(G3754)
neutro de 3748 como conjunção; demonst. aquele (algumas vezes redundante); conj
- que, porque, desde que
οὗτος
(G3778)
πᾶς
(G3956)
que inclue todas as formas de declinação; TDNT - 5:886,795; adj
- individualmente
- cada, todo, algum, tudo, o todo, qualquer um, todas as coisas, qualquer coisa
- coletivamente
- algo de todos os tipos
... “todos o seguiam” Todos seguiam a Cristo? “Então, saíam a ter com ele Jerusalém e toda a Judéia”. Foi toda a Judéia ou toda a Jerusalém batizada no Jordão? “Filhinhos, vós sois de Deus”. “O mundo inteiro jaz no Maligno”. O mundo inteiro aqui significa todos? As palavras “mundo” e “todo” são usadas em vários sentidos na Escritura, e raramente a palavra “todos” significa todas as pessoas, tomadas individualmente. As palavras são geralmente usadas para significar que Cristo redimiu alguns de todas as classes — alguns judeus, alguns gentis, alguns ricos, alguns pobres, e não restringiu sua redenção a judeus ou gentios ... (C.H. Spurgeon de um sermão sobre a Redenção Particular)
περιβάλλω
(G4016)
Σολομών
(G4672)
de origem hebraica 8010
Salomão = “pacífico”
- filho de Davi, o mais sábio e mais rico rei que já viveu
σύ
(G4771)
pronome pessoal da segunda pessoa do singular; pron
- tu
ὡς
(G5613)
provavelmente do comparativo de 3739; adv
- como, a medida que, mesmo que, etc.
αὐτός
(G846)
da partícula au [talvez semelhante a raiz de 109 pela idéia de um vento instável] (para trás); pron
- ele próprio, ela mesma, eles mesmos, de si mesmo
- ele, ela, isto
- o mesmo
δέ
(G1161)
partícula primária (adversativa ou aditiva); conj
- mas, além do mais, e, etc.
εἰ
(G1487)
partícula primária de condicionalidade; conj
- se
εἰμί
(G1510)
primeira pessoa do singular do presente indicativo; uma forma prolongada de um verbo primário e defectivo; TDNT - 2:398,206; v
- ser, exitir, acontecer, estar presente
εἰς
(G1519)
preposição primária; TDNT - 2:420,211; prep
- em, até, para, dentro, em direção a, entre
θεός
(G2316)
de afinidade incerta; um deus, especialmente (com 3588) a divindade suprema; TDNT - 3:65,322; n m
- deus ou deusa, nome genérico para deidades ou divindades
- Deus, Trindade
- Deus, o Pai, primeira pessoa da Trindade
- Cristo, segunda pessoa da Trindade
- Espírito Santo, terceira pessoa da Trindade
- dito do único e verdadeiro Deus
- refere-se às coisas de Deus
- seus conselhos, interesses, obrigações para com ele
- tudo o que, em qualquer aspecto, assemelha-se a Deus, ou é parecido com ele de alguma forma
- representante ou vice-regente de Deus
- de magistrados e juízes
καί
(G2532)
aparentemente, uma partícula primária, que tem uma ação aditiva e algumas vezes também uma força acumulativa; conj
- e, também, até mesmo, realmente, mas
κλίβανος
(G2823)
de derivação incerta; n m
- vaso de barro para assar pão. Era mais largo na base do que em cima, onde havia um orifício. Quando suficientemente aquecido pelo fogo, aceso no seu interior, a massa era espalhada na parte externa para ser assada. [No entanto, de acordo com outros, a massa era assada dentro do forno, sendo as brasas espalhadas na parte externa, O forno teria pequenos buracos para melhor penetração do calor.]
- forno
ἀμφιέννυμι
(G294)
da raiz de 297 e hennumi (cercar); v
- vestir, pôr roupa
μᾶλλον
(G3123)
neutro do comparativo do mesmo que 3122; adv comparativo
- mais, a um grau maior, melhor
- muito mais (longe, disparado)
- melhor, mais prontamente
- mais prontamente
ὁ
(G3588)
que inclue o feminino
em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo
- este, aquela, estes, etc.
Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.
ὀλιγόπιστος
(G3640)
οὐ
(G3756)
palavra primária, negativo absoluto [cf 3361] advérbio; partícula
- não; se usa em perguntas diretas que esperam uma resposta afirmativa
οὕτω
(G3779)
de 3778; adv
- deste modo, assim, desta maneira
πολύς
(G4183)
que inclue as formas do substituto pollos; TDNT - 6:536,*; adj
- numeroso, muito, grande
σήμερον
(G4594)
σύ
(G4771)
pronome pessoal da segunda pessoa do singular; pron
- tu
χόρτος
(G5528)
aparentemente, palavra primária; n m
- lugar onde a grama cresce e animais pastam
- grama, pastagem, feno, alimento para animais
- de verdes pastos
- de plantações em crescimento
ἀγρός
(G68)
de 71; n m
- terra
- o campo, a região rural
- um pedaço de terra, pequena lavoura
- as fazendas, sítio rural, aldeias
αὔριον
(G839)
de um derivado do mesmo que 109 (significa uma brisa, i.e. o ar da manhã); adv
- amanhã, manhã, em seguida
βάλλω
(G906)
uma palavra primária; TDNT - 1:526,91; v
- lançar ou jogar uma coisa sem cuidar aonde ela cai
- espalhar, lançar, arremessar
- entregar ao cuidado de alguém não sabendo qual será o resultado
- de fluidos
- verter, lançar aos rios
- despejar
- meter, inserir
ἤ
(G2228)
partícula primária de distinção entre dois termos conectados; partícula
- ou ... ou, que
λέγω
(G3004)
palavra raiz; TDNT - 4:69,505; v
- dizer, falar
- afirmar sobre, manter
- ensinar
- exortar, aconselhar, comandar, dirigir
- apontar com palavras, intentar, significar, querer dizer
- chamar pelo nome, chamar, nomear
- gritar, falar de, mencionar
μεριμνάω
(G3309)
de 3308; TDNT - 4:589,584; v
- estar ansioso
- estar preocupado com cuidados
- cuidar de, estar alerta com (algo)
- procurar promover os interesses de alguém
- cuidar ou providenciar para
μή
(G3361)
partícula de negação qualificada (enquanto que 3756 expressa um negação absoluta); partícula
- não, que... (não)
οὖν
(G3767)
aparentemente, palavra raiz; partícula
- então, por esta razão, conseqüentemente, conformemente, sendo assim
περιβάλλω
(G4016)
πίνω
(G4095)
forma prolongada de
beber
figurativamente, receber na alma o que serve para refrescar, fortalecer e nutrir para a vida eterna
τίς
(G5101)
τíς (Strong G5101) Com acento, é um pronome interrogativo. Praticamente todos os pronomes interrogativos das línguas latinas (quis? quid? cur?): Como?, Onde?, Quem?, O Que?, Por que?
Possui relação com τις (Strong G5100) Sem acento, é um pronome indefinido, correspondente ao latin (aliquis, quis, quidam)
Fonte: Miudinho - Mateus 16:8 {Aluizio Elias}φάγω
(G5315)
verbo primário (usado como um substituto de 2068 em tempos determinados); v
- comer
- comer (consumir) algo
- alimentar-se, tomar uma refeição
- metáf. devorar, consumir
γάρ
(G1063)
partícula primária; conj
- porque, pois, visto que, então
ἔθνος
(G1484)
provavelmente de 1486; TDNT - 2:364,201; n n
- multidão (seja de homens ou de animais) associados ou vivendo em conjunto
- companhia, tropa, multidão
- multidão de indivíduos da mesma natureza ou gênero
- a família humana
- tribo, nação, grupo de pessoas
- no AT, nações estrangeiras que não adoravam o Deus verdadeiro, pagãos, gentis
- Paulo usa o termo para cristãos gentis
εἴδω
(G1492)
palavra raíz; TDNT - 5:116, 673; v
- ver
- perceber com os olhos
- perceber por algum dos sentidos
- perceber, notar, discernir, descobrir
- ver
- i.e. voltar os olhos, a mente, a atenção a algo
- prestar atenção, observar
- tratar algo
- i.e. determinar o que deve ser feito a respeito de
- inspecionar, examinar
- olhar para, ver
- experimentar algum estado ou condição
- ver i.e. ter uma intrevista com, visitar
- conhecer
- saber a respeito de tudo
- saber, i.e. adquirir conhecimento de, entender, perceber
- a respeito de qualquer fato
- a força e significado de algo que tem sentido definido
- saber como, ter a habilidade de
- ter consideração por alguém, estimar, prestar atênção a (1Ts 5:12)
ἐπιζητέω
(G1934)
ὁ
(G3588)
que inclue o feminino
em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo
- este, aquela, estes, etc.
Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.
ὅτι
(G3754)
neutro de 3748 como conjunção; demonst. aquele (algumas vezes redundante); conj
- que, porque, desde que
οὐράνιος
(G3770)
de 3772; TDNT - 5:536,736; adj
- celestial
- que reside no céu
- que vem do céu
οὗτος
(G3778)
πᾶς
(G3956)
que inclue todas as formas de declinação; TDNT - 5:886,795; adj
- individualmente
- cada, todo, algum, tudo, o todo, qualquer um, todas as coisas, qualquer coisa
- coletivamente
- algo de todos os tipos
... “todos o seguiam” Todos seguiam a Cristo? “Então, saíam a ter com ele Jerusalém e toda a Judéia”. Foi toda a Judéia ou toda a Jerusalém batizada no Jordão? “Filhinhos, vós sois de Deus”. “O mundo inteiro jaz no Maligno”. O mundo inteiro aqui significa todos? As palavras “mundo” e “todo” são usadas em vários sentidos na Escritura, e raramente a palavra “todos” significa todas as pessoas, tomadas individualmente. As palavras são geralmente usadas para significar que Cristo redimiu alguns de todas as classes — alguns judeus, alguns gentis, alguns ricos, alguns pobres, e não restringiu sua redenção a judeus ou gentios ... (C.H. Spurgeon de um sermão sobre a Redenção Particular)
πατήρ
(G3962)
aparentemente, palavra raiz; TDNT - 5:945,805; n m
- gerador ou antepassado masculino
- antepassado mais próximo: pai da natureza corporal, pais naturais, tanto pai quanto mãe
- antepassado mais remoto, fundador de uma família ou tribo, progenitor de um povo, patriarca: assim Abraão é chamado, Jacó e Davi
- pais, i.e., ancestrais, patriarcas, fundadores de uma nação
- alguém avançado em anos, o mais velho
- metáf.
- o originador e transmissor de algo
- os autores de uma família ou sociedade de pessoas animadas pelo mesmo espírito do fundador
- alguém que tem infundido seu próprio espírito nos outros, que atua e governa suas mentes
- alguém que está numa posição de pai e que cuida do outro de um modo paternal
- um título de honra
- mestres, como aqueles a quem os alunos seguem o conhecimento e treinamento que eles receberam
- membros do Sinédrio, cuja prerrogativa era pela virtude da sabedoria e experiência na qual se sobressaíam; cuidar dos interesses dos outros
- Deus é chamado o Pai
- das estrelas, luminares celeste, porque ele é seu criador, que as mantém e governa
- de todos os seres inteligentes e racionais, sejam anjos ou homens, porque ele é seu criador, guardião e protetor
- de seres espirituais de todos os homens
- de cristãos, como aqueles que através de Cristo tem sido exaltados a uma relação íntima e especialmente familiar com Deus, e que não mais o temem como a um juiz severo de pecadores, mas o respeitam como seu reconciliado e amado Pai
- o Pai de Jesus Cristo, aquele a quem Deus uniu a si mesmo com os laços mais estreitos de amor e intimidade, fez conhecer seus propósitos, designou para explicar e propagar entre os homens o plano da salvação, e com quem também compartilhou sua própria natureza divina
- por Jesus Cristo mesmo
- pelos apóstolos
σύ
(G4771)
pronome pessoal da segunda pessoa do singular; pron
- tu
ἅπας
(G537)
χρῄζω
(G5535)
de 5532; v
- ter necessidade de, estar em falta de tudo
δέ
(G1161)
partícula primária (adversativa ou aditiva); conj
- mas, além do mais, e, etc.
δικαιοσύνη
(G1343)
de 1342; TDNT - 2:192,168; n f
- num sentido amplo: estado daquele que é como deve ser, justiça, condição aceitável para Deus
- doutrina que trata do modo pelo qual o homem pode alcançar um estado aprovado por Deus
- integridade; virtude; pureza de vida; justiça; pensamento, sentimento e ação corretos
- num sentido restrito, justiça ou virtude que dá a cada um o que lhe é devido
ζητέω
(G2212)
de afinidade incerta; TDNT - 2:892,300; v
- procurar a fim de encontrar
- procurar algo
- procurar [para descobrir] pelo pensamento, meditação, raciocínio; investigar
- procurar, procurar por, visar, empenhar-se em
- procurar, i.e., requerer, exigir
- pedir enfaticamente, exigir algo de alguém
θεός
(G2316)
de afinidade incerta; um deus, especialmente (com 3588) a divindade suprema; TDNT - 3:65,322; n m
- deus ou deusa, nome genérico para deidades ou divindades
- Deus, Trindade
- Deus, o Pai, primeira pessoa da Trindade
- Cristo, segunda pessoa da Trindade
- Espírito Santo, terceira pessoa da Trindade
- dito do único e verdadeiro Deus
- refere-se às coisas de Deus
- seus conselhos, interesses, obrigações para com ele
- tudo o que, em qualquer aspecto, assemelha-se a Deus, ou é parecido com ele de alguma forma
- representante ou vice-regente de Deus
- de magistrados e juízes
καί
(G2532)
aparentemente, uma partícula primária, que tem uma ação aditiva e algumas vezes também uma força acumulativa; conj
- e, também, até mesmo, realmente, mas
ὁ
(G3588)
que inclue o feminino
em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo
- este, aquela, estes, etc.
Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.
οὗτος
(G3778)
πᾶς
(G3956)
que inclue todas as formas de declinação; TDNT - 5:886,795; adj
- individualmente
- cada, todo, algum, tudo, o todo, qualquer um, todas as coisas, qualquer coisa
- coletivamente
- algo de todos os tipos
... “todos o seguiam” Todos seguiam a Cristo? “Então, saíam a ter com ele Jerusalém e toda a Judéia”. Foi toda a Judéia ou toda a Jerusalém batizada no Jordão? “Filhinhos, vós sois de Deus”. “O mundo inteiro jaz no Maligno”. O mundo inteiro aqui significa todos? As palavras “mundo” e “todo” são usadas em vários sentidos na Escritura, e raramente a palavra “todos” significa todas as pessoas, tomadas individualmente. As palavras são geralmente usadas para significar que Cristo redimiu alguns de todas as classes — alguns judeus, alguns gentis, alguns ricos, alguns pobres, e não restringiu sua redenção a judeus ou gentios ... (C.H. Spurgeon de um sermão sobre a Redenção Particular)
προστίθημι
(G4369)
πρῶτον
(G4412)
σύ
(G4771)
pronome pessoal da segunda pessoa do singular; pron
- tu
αὐτός
(G846)
da partícula au [talvez semelhante a raiz de 109 pela idéia de um vento instável] (para trás); pron
- ele próprio, ela mesma, eles mesmos, de si mesmo
- ele, ela, isto
- o mesmo
βασιλεία
(G932)
de 935; TDNT - 1:579,97; n f
- poder real, realeza, domínio, governo
- não confundir com um reino que existe na atualidade. Referência ao direito ou autoridade para governar sobre um reino
- do poder real de Jesus como o Messias triunfante
- do poder real e da dignidade conferida aos cristãos no reino do Messias
- um reino, o território sujeito ao governo de um rei
- usado no N.T. para referir-se ao reinado do Messias
γάρ
(G1063)
partícula primária; conj
- porque, pois, visto que, então
ἑαυτοῦ
(G1438)
(incluindo todos os outros casos)
de um pronome reflexivo que caiu em desuso e o caso genitivo (caso dativo ou acusativo) de 846; pron
- ele mesmo, ela mesma, a si mesmo, eles ou elas mesmos, a si próprios
εἰς
(G1519)
preposição primária; TDNT - 2:420,211; prep
- em, até, para, dentro, em direção a, entre
ἡμέρα
(G2250)
de (com 5610 implicado) um derivado de hemai (descansar, semelhante a raíz de 1476) significando manso, i.e. dócil; TDNT - 2:943,309; n f
- o dia, usado do dia natural, ou do intervalo entre o nascer e o pôr-do-sol, como diferenciado e contrastado com a noite
- durante o dia
- metáf., “o dia” é considerado como o tempo para abster-se de indulgência, vício, crime, por serem atos cometidos de noite e na escuridão
- do dia civil, ou do espaço de vinte e quatro horas (que também inclui a noite)
- o uso oriental deste termo difere do nosso uso ocidental. Qualquer parte de um dia é contado como um dia inteiro. Por isso a expressão “três dias e três noites” não significa literalmente três dias inteiros, mas ao menos um dia inteiro, mais partes de dois outros dias.
do último dia desta presente era, o dia em que Cristo voltará do céu, ressuscitará os mortos, levará a cabo o julgamento final, e estabelecerá o seu reino de forma plena.
usado do tempo de modo geral, i.e., os dias da sua vida.
κακία
(G2549)
μεριμνάω
(G3309)
de 3308; TDNT - 4:589,584; v
- estar ansioso
- estar preocupado com cuidados
- cuidar de, estar alerta com (algo)
- procurar promover os interesses de alguém
- cuidar ou providenciar para
μή
(G3361)
partícula de negação qualificada (enquanto que 3756 expressa um negação absoluta); partícula
- não, que... (não)
ὁ
(G3588)
que inclue o feminino
em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo
- este, aquela, estes, etc.
Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.
οὖν
(G3767)
aparentemente, palavra raiz; partícula
- então, por esta razão, conseqüentemente, conformemente, sendo assim
ἀρκετός
(G713)
de 714; TDNT - 1:464,78; adj
- suficiente, bastante
αὔριον
(G839)
de um derivado do mesmo que 109 (significa uma brisa, i.e. o ar da manhã); adv
- amanhã, manhã, em seguida
αὐτός
(G846)
da partícula au [talvez semelhante a raiz de 109 pela idéia de um vento instável] (para trás); pron
- ele próprio, ela mesma, eles mesmos, de si mesmo
- ele, ela, isto
- o mesmo